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Processos Patologicos e Adaptativos

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Processos Patológicos e Adaptativos 
Introdução 
• Patologia: pathos = doença/sofrimento e 
logos = dotrina/estudo; 
• Definição: ciência que estuda causas, 
mecanismos, locais, alterações 
morfológicas e funcionais, permitindo, 
assim, que seja possível o entendimento da 
doença; 
 Ex: o paciente faz tomografia do tórax, 
mostrando consolidação pulmonar e esse 
fato não pode levar diretamente ao 
diagnóstico de COVID. É mostrado um 
acúmulo de secreção em resposta a uma 
agressão ocupando o espaço alveolar, mas 
sem saber o agente causal desse processo. 
Se não sabe a causa, não se sabe o 
mecanismo e, portanto, não é possível 
realizar um diagnóstico certeiro 
• Patologia: 
 - Causas: etiologia. O agente etiológico 
é o agente causal, que pode ser uma 
bactéria, um vírus, parasita entre outros; 
 - Mecanismos: patogênese. O passo-a-
passo em que a doença é desencadeada; 
 - Anatomia patológica: alterações 
morfológicas e ou moleculares que 
ocorrem em um determinado local; 
 - Fisiopatologia: alterações funcionais, 
em que a célula deixa de estar em seu 
estado normal; 
• Oferece bases para o entendimento das 
manifestações clínicas, diagnóstico, 
tratamento, evolução e prognóstico. 
 
Doença 
• É um estado de sofrimento, em que há 
uma sensibilidade que causa uma 
irritabilidade ao paciente, sendo os 
sintomas aquilo que é sentido pelo doente 
através de queixas por uma manifestação 
subjetiva que deve ser seguida por uma 
investigação que permita organizar os 
sinais (manifestação objetiva), buscando 
uma linha de pensamento para chegar ao 
diagnóstico; 
• O diagnóstico pode ser feito através dos 
sinais do exame físico e de uma boa 
anamnese, além dos exames que permitem 
a visualização pela imagem, análise da 
secreção, busca do agente causal (exames 
de sangue, imunologia) e outros exames 
laboratoriais; 
• Um diagnóstico precoce evita um 
sofrimento prolongado da célula, que pode 
levar a uma adaptação ou até mesmo morte 
desta que foi acometida, fazendo com que 
o prognóstico seja afetado; 
• Adaptação: é uma forma de 
sobrevivência celular e que pode ser 
observada por variações bioquímicas e 
fisiológicas; 
• Morte celular: ocorre por grandes 
alterações funcionais em que não houve 
uma adaptação; 
 
• Em estado de normalidade (homeostasia) 
é o estado normal da célula. Algumas 
situações podem nos tirar desse estado, em 
que: 
Marianne Barone (15A) Anatomia Patológica I – Prof. Janaina Pereira Dina Toreli 
 - Situações de stress ou aumento de 
demanda de uso do organismo, seja por 
excesso de trabalho, levam a uma 
adaptação celular. As células que se 
adaptam de forma temporariamente ao 
stress não estão em homeostase e, em 
certos casos, podem evoluir a uma injúria; 
 Ex: as células do coração podem 
aumentar em tamanho por um aumento 
celular pelo menor tempo de repouso 
causado pelo estresse, aumentando seu 
tempo de contração. A função cardíaca 
pode ser alterada pela alteração de 
tamanho, assim, aquilo que parecia 
adaptado foi injuriado 
 - Injúrias focais, como contato com 
patógeno, corte em tecidos, fratura óssea 
ou queda, assim, menos agressivos que o 
stress; 
• Os danos celulares podem estar em 
diferentes graus: 
 - Alterações de pequena monta 
(subcelulares), ou seja, em que as células 
não estão em seu estado normal, mas não 
atingiram uma incapacidade funcional; 
 - Injúria grave que provoque de fato um 
dano na estrutura celular. Ela pode levar a 
morte da célula do tecido levando a uma 
disfunção radical, esta que pode ser 
necrose (acidental e indesejada, de forma 
rápida e inusitada) ou apoptose (morte 
programada pelo organismo, em que 
morrem de forma delicada pequenas 
quantidades de células e que pode ter sua 
velocidade ou quantidade alteradas pela 
doença). 
 
Lesão ou processo 
patológico 
 Ex: infarto cardíaco: 
 1ª imagem: um corte do ventrículo 
esquerdo, podendo ver o miocárdio e uma 
região de hiperemia reativa (um aumento 
do volume de sangue reagindo a algum 
dano ocasionado na região), podendo 
indicar um infarto. O infarto geralmente 
ocorre por forma isquêmica (obstrução das 
artérias coronárias) ou hemorrágica 
(ocorre o rompimento do vaso), causando 
uma redução abrupta da oferta de oxigênio 
e nutrientes ao tecido do miocárdio, sendo 
que, o resultado mais grave é a redução do 
fornecimento de oxigênio, visto que, ele é 
extremamente necessário para o processo 
de produção de energia nas mitocôndrias e, 
com a redução da quantidade de ATP, 
pode ocorrer a morte celular por não 
manter as bombas iônicas funcionando e 
por viver alterações de seus volumes 
hídricos. A hiperemia reativa não indica 
automaticamente que houve um 
rompimento de vaso, mas sim que houve 
um processo inflamatório na região pela 
morte celular; 
 2ª imagem (fase aguda): As células do 
miocárdio, organizadas em feixe, não 
possuem seus núcleos por terem morrido 
(cariólise). O organismo, ao perceber que 
as células de um tecido estão morrendo por 
falta de oxigênio, desencadeia uma reação 
a isso, enviando células do sistema 
imunológico para o órgão para que elas 
possam fagocitar o provável agente 
causador e também compreender o que 
está ocorrendo. Além disso, é observável 
um aumento do número de células do 
sangue (invasão neutrofílica + hemácias 
que escapam) que saem dos vasos em 
direção ao local lesado para buscar 
“entender” o que está ocorrendo. As 
células inflamatórias, então, por não se 
tratar de um processo causado por um 
patógeno, realizam a fagocitose apenas de 
restos celulares. Em meio as células 
musculares, então, é encontrado um 
volume causado pelo aumento da 
quantidade de células, alterando os espaços 
entre as fibras e acrescentando células 
inflamatórias que buscam “entender” o que 
está acontecendo. Elas conseguem remover 
algumas células que foram lesadas, mas 
não resolvem o problema, então, tem-se 
início um processo de adaptação; 
 3ª imagem (fase tardia): as células que 
morreram são fagocitadas e removidas do 
local e, como forma de adaptação, ocorre a 
substituição do tecido lesado por um tecido 
cicatricial (fibrótico). Esse processo 
adaptativo, ainda que busque uma melhoria 
a lesão, pode ter consequências que variam 
de acordo com a extensão da lesão e 
quantidade de células afetadas, podendo 
levar a áreas de imobilismo do coração, 
afetando sua capacidade contrátil e perda 
de atividade cardíaca. O prognóstico de 
uma lesão do miocárdio do VE é ruim, 
visto que esse lado do coração é o que deve 
exercer a maior força de contração para 
bombear o sangue pelo corpo 
 
 
→ Termos: 
• Período de incubação: é um termo 
muito aplicado a patologias a qual se tem 
um agente causal vivo. Ele refere-se à 
possibilidade de o paciente já estar 
infectado, porém assintomático, podendo 
ou não transmitir a doença sem o 
conhecimento de estar doente; 
• Período prondrômico: trata-se do 
período em que o paciente começa a ter 
alguns sinais inespecíficos e gerais, não 
permitindo saber se tem a doença ou não, 
podendo ainda transmitir a doença. O 
paciente geralmente procura ajuda quando 
os sintomas são intensificados; 
• Período de estado: paciente apresenta 
uma sintomatologia que permite o 
diagnóstico, sendo os sintomas mais 
específicos; 
• Evolução: cura (sem ou com sequelas), 
cronificação, complicação ou óbito. 
 
Ações dos agentes 
agressores 
• Todas as vezes que um tecido adoece, 
seja esse paciente saudável ou não, ocorre 
a participação do sistema imunológico no 
processo da doença, seja esta a presença de 
um patógeno ou um simples corte; 
 Ex: 
 1: no infarto, ocorre um problema pela 
falta do fluxo de oxigênio, tal que não 
pode ser revertido pelas células 
imunológicas mas, mesmo assim, elas são 
concentradas na lesão devido ao fato da 
cascata do ácido araquidônico (mediadores 
inflamatórios) e pela liberação de 
substâncias vasodilatadoras pelas células 
de defesa (basófilos tem grânulos que tem 
substâncias químicas que alteram a 
permeabilidadedas paredes dos vasos e 
permitem a saída das células de defesa); 
 2: um paciente que sofreu um AVC 
hemorrágico (hipertenso e isso causou 
rompimento de um vaso). Ocorre o 
decréscimo do fornecimento de nutrientes 
e oxigênio em dada região cerebral, 
dependendo do vaso acometido, e 
derramamento de sangue sobre as células 
do tecido. Embora não haja um patógeno, 
mas sim um acidente vascular 
(hemodinâmico), há a migração de 
leucócitos para esse território, causando 
um processo inflamatório. Um exemplo 
são as enzimas que são encontradas nos 
lisossomos de um neutrófilo, que são 
responsáveis por degradar as estruturas que 
foram fagocitadas pela célula, como um 
patógeno. Dependendo do processo 
patológico, as células são necessárias, mas, 
no AVC, esses neutrófilos não têm tanta 
funcionalidade e existe a chance da 
potencialização do dano pelo curto período 
de vida desta célula que, quando morre, 
libera as suas enzimas lisossomais nos 
tecidos adjacentes. Para um paciente pós 
AVC, geralmente, são administrados 
corticoides para diminuir esse processo 
inflamatório e, assim, evitar a destruição 
do tecido, além de evitar o edema 
(aumento pressão = alteração física) 
 3: um patógeno chamado de S. 
pneumoniae, tratando-se de uma bactéria 
que é encapsulada (torna o processo de 
fagocitose pelos macrófagos e neutrófilos 
mais difícil) e, por possuir em seu genoma 
uma sequência de aminoácidos, pode 
sintetizar uma proteína chamada de 
hialuronidase (enzima que degrada o ácido 
hialurônico, presente no tecido conjuntivo 
do pulmão), uma outra enzima chamada de 
pneumolisina (enzima que tem capacidade 
de destruir pneumócitos, que compõem a 
parede do alvéolo) e, por fim, a protease 
IgA (enzima que destrói a imunoglobulina 
tipo A, encontrada nas secreções da porta 
de entrada do organismo, como nasal, oral, 
ocular e auditiva, sendo um anticorpo que 
se liga na superfície de patógenos que 
tentam entrar por essas passagens abertas e 
comunicantes com o meio externo, os 
marcando e tornando mais fácil a 
identificação pelos macrófagos, 
diminuindo o tempo para que ocorra a 
fagocitose e impedindo que eles se 
instalem e causem alguma doença). A 
cavidade alveolar fica repleta de células 
inflamatórias e, por ter sido causada pela S. 
pneumoniae, suas consequências para o 
tecido são muito graves, como perda de 
nutrientes e oxigênio (são desviados para a 
bactéria) e pela grande quantidade de 
enzimas lisossômicas das células de defesa 
que são enviadas em grande número para a 
região por diapedese e morrem 
• Ação direta: respostas moleculares e 
morfológicas, causada pelo agente 
agressor; à rompimento do vaso em um 
AVC 
• Ação indireta: é uma resposta orgânica 
de destruição ao agente causal, causada 
pela resposta do corpo ao patógeno; à 
dano causado nos tecidos pela liberação 
das enzimas do lisossomo 
 Ex: no COVID, o vírus SARS-COV-2 
invade as células através da proteína 
chamada de enzima conversora de 
angiotensina tipo II (encontrada em vários 
tecidos) e utiliza de seu maquinário como 
um “berçário”, podendo levar a célula à 
morte. O corpo é afetado em grande parte 
pela resposta imunológica do corpo, que 
desencadeia um evento chamado de 
“tempestade de citocinas inflamatórias”, 
que são proteínas liberadas por células de 
defesa que recrutam ainda mais células de 
defesa para a região, causando uma lesão 
no tecido por seu produto enzimático após 
sua morte, assim, vêm sido utilizados 
corticoides para diminuir esse processo 
inflamatório que causa uma dificuldade 
para respirar. A destruição do pulmão 
causa uma fibrose, que resulta em enfisema 
pulmonar 
• Diversas áreas teciduais podem ser 
lesadas; 
• A alteração causada pelo patógeno ou 
pela situação que levou a patologia (ex: 
isquemia) pode lesar várias estruturas de 
um tecido, como as células 
parenquimatosas (típicas do órgão) e 
células estromais (fazem parte do órgão, 
mas não são sua parte funcional, atuando 
como uma sustentação) e existem 
diferentes doenças que afetam esses 
diferentes tipos de células separadamente; 
 Ex: 
 1: a vilosidade intestinal é formada 
pelos microvilos, que são constituídos 
pelos enterócitos (células colunares, com 
núcleos em alturas diferentes. Ela é 
responsável pelo processo de absorção) e 
pelas células caliciformes, de forma que, 
esses dois tipos celulares são as células 
parenquimatosas. O tecido conjuntivo é 
formado pelas células estromais, sendo 
vascularizado e inervado, e serve como um 
meio de sustentação para a parte funcional 
do órgão 
 2: no pulmão, as células 
parenquimatosas são os pneumócitos 
(existem tipos I e II), que compõem a 
parede alveolar em uma camada única de 
células. Dando sustentação aos sacos 
alveolares (compostos por pneumócitos) é 
encontrado o tecido conjuntivo, tratando-se 
das células estromais, que é permeado por 
vasos e pode haver, em meio a eles, 
bronquíolos terminais, 
• A doença pode ser instalada nas células 
parenquimatosas, células estromais, no 
interstício, circulação ou inervação, 
resultando em alterações estruturais em 
cada uma delas. 
 
Causas de lesões 
• Exógenas: agentes que estão no meio 
ambiente; 
• Endógenas: agentes que são do próprio 
organismo e surgem por desordens dele 
mesmo; 
• Criptogenética: aqueles que podem estar 
no genoma, os quais não temos 
consciências e que, em algum momento, 
podem ser expressos e causarem uma 
doença. 
 
→ Agentes causais: 
• Podem causar lesão reversível ou 
irreversível; 
• Hipóxia (captação ou distribuição de 
oxigênio) e anóxia, reperfusão, radicais 
livres, alteração em ácidos nucleicos e 
reação imunitária; 
• Força mecânica, variação de pressão, 
variações de temperatura, corrente elétrica, 
radiação ionizante, ondas de rádio; 
• Vírus, bactérias, fundos, parasitas, 
agentes químicos, poluentes ambientais 
(água, ar e solo), aditivos alimentares, 
drogas de abuso, medicamentos entre 
outros. 
 
Adaptações 
→ Hipertrofia: 
• Trata-se de uma adaptação em que ocorre 
um aumento dos sinais tróficos das células 
de um tecido em um determinado órgão; 
• O aumento da demanda funcional de um 
órgão resulta a uma adaptação a uma nova 
exigência de trabalho para que ele tenha 
condições de atender a demanda que é 
exigida; 
• Deve haver, para que o órgão possa 
atender a demanda de trabalho: 
 - Boa vascularização, para que ocorra 
uma entrega adequada de oxigênio e 
nutrientes; 
 - Conexão plena com o sistema nervoso 
central para receber o sinal trófico que o 
estimulará a funcionar de maneira mais 
intensa; 
• Diante dessas duas condições, o órgão 
pode adaptar suas estruturas celulares, que 
sofrem um aumento quantitativo de suas 
organelas para suprir suas necessidades e, 
com isso, ocorre um aumento em dimensão 
das células do órgão em hipertrofia. 
 Ex: as mitocôndrias são multiplicadas 
por divisão e o estímulo que dá início a 
essa multiplicação é o aumento da 
necessidade de ATP. Assim, um aumento 
da atividade do órgão causa um aumento 
na demanda de ATP e, com isso, a célula 
aumentam o número de mitocôndrias. O 
mesmo ocorre com todas as outras 
organelas, buscando sempre suprir as 
necessidades exigidas 
• As células em um mesmo corpo podem 
apresentar características e quantidades de 
organelas diferentes, variando de acordo 
com as necessidades de cada tecido; 
• Aumento de sinal trófico à aumento dos 
constituintes estruturais e das funções 
celulares (aumento volumétrico das células 
e dos órgãos afetados) à aumento de 
oxigênio e nutrientes (organelas, sistemas 
enzimáticos e inervação íntegros) à é uma 
forma de adaptação a maior exigência de 
trabalho, que pode ser fisiológica ou 
patológica. 
 Ex: 
 1: hipertrofia cardíaca: o aumento da 
espessura do miocárdio de qualquer dos 
lados diminui a luz desse ventrículo, visto 
que, como o órgão está localizado no 
mediastino e divide a sua posição com 
outros órgãos, há um limite de aumento de 
massa cardíaca, podendo causar um 
problema anatômico quandoisso ocorre. 
Ela pode acontecer por exagero das 
atividades físicas, resultado da hipertensão 
(aumento da frequência e da força da 
contração cardíaca). Quanto maior a massa 
muscular do coração, maior é a sua 
demanda por oxigênios. 
 * Ela pode acontecer como uma forma 
de compensar a insuficiência cardíaca 
causada pela doença de Chagas, em que o 
Tripanossoma cruze, ao ser inoculado pela 
picada, invade as células musculares para 
se multiplicar, causando a ruptura dos 
cardiomiócitos quando esses servem de 
“ninho” para sua proliferação, causando 
em sua morte e, para manter o coração 
vivo, ocorre o aumento do tamanho dos 
cardiomiócitos que ainda vivem. Além 
disso, coexistem as células de defesa no 
processo inflamatório causado pela 
doença; 
 2: hipertrofia da bexiga urinária: 
ocorre pela obstrução do colo vesical 
(dificultando a saída da urina da bexiga), 
causando um aumento da distensão 
muscular para um maior armazenamento e, 
com isso, as células do músculo tendem a 
se tornarem hipertróficas; 
 * Um outro motivo, em homens, pode 
ser causado por uma hiperplasia prostática 
que comprime o segmento da uretra 
prostrática, afetando a saída da urina da 
bexiga. A hipertrofia das células da bexiga 
urinária causa um aumento do próprio 
órgão, podendo causar dor no paciente por 
ter uma compressão deste órgão em outros 
órgãos ou outras estruturas e, além disso, 
há uma diminuição da luz da bexiga, que 
acaba por diminuir a quantidade de urina 
que pode ser armazenada; 
 * A cistite (inflamação) da bexiga 
urinária pode causar uma hipertrofia da 
mesma pela morte das células, 
estabelecendo feixes fibróticos que faz 
com que as células musculares que 
sobraram busquem a hipertrofia para 
compensar a perda das outras; 
• Em casos de interrupção da conexão do 
sistema nervoso, o membro é afetado por 
não haver a contração muscular e, com 
isso, esse músculo terá uma menor 
quantidade de células hipertróficas e mais 
células atróficas. Algumas que mantém 
algum grau de conexão com o sistema 
nervoso ainda conseguem estar 
hipertróficas, de forma que, é possível 
encontrar algumas células hipertróficas em 
meio aquelas atróficas, coexistindo em um 
mesmo tecido, como uma forma de 
compensação. 
 
→ Hipotrofia/atrofia: 
• Trata-se de uma situação em que ocorrem 
ações contrárias a hipertrofia. Pode ocorrer 
a redução do número das células do 
órgão (numérica) ou diminuição do 
tamanho celular que compõe o órgão; 
• Pode ser parte de um processo 
fisiológico como fruto do envelhecimento 
ou por causas patológicas; 
• Fisiológica: ocorre no envelhecimento 
de forma marcante (o programa genético 
de renovação celular, com o passar dos 
anos, vai permitindo com que a renovação 
celular diminua e além, do programa 
genético, há uma questão hormonal de 
estímulo para a reprodução celular, este 
que diminui) e pode ser compatível com a 
idade (como ocorre no timo, que é um 
órgão mais ativo em crianças, já que elas 
não possuem um sistema imunológico tão 
desenvolvido e são constantemente 
expostas a estímulos patogênicos que são 
novos. O hemograma de uma criança tem 
um elevado número de leucócitos quando 
comparado com os de neutrófilos. Com o 
amadurecimento imunológico, ocorre uma 
inversão nesse quadro e, como resultado, o 
organismo está mais preparado com 
anticorpos e ocorre uma atrofia do timo); 
• Patológica: ocorre a redução do volume 
dos órgãos além do limite normal de 
variabilidade e, com a reversibilidade do 
processo patológico, talvez podem ser 
impedidas. Podem ter como causas: 
 - Inanição: é uma oferta de nutrientes e 
oxigênio é menor que o necessário, 
podendo ser resultado, por exemplo, de 
restrição alimentar. As células do 
indivíduo não terão o aporte nutricional e 
oxigenatório mínimo necessário para que 
elas mantenham com qualidade a 
renovação dos conteúdos proteicos e 
disponibilidade de carboidratos para a 
produção de energia. Assim, tudo aquilo 
que cause uma diminuição na oferta de 
nutrientes e oxigênio pode estimular uma 
redução do tamanho das células. A redução 
ocorre, também, por diminuição do 
número de organelas causadas pela 
incapacidade celular de suprir com 
qualidade o seu maquinário (número 
menor de mitocôndrias, lisossomos, 
retículos endoplasmáticos entre outros); 
 - Desuso: os tecidos possuem menor 
aporte de tudo; 
 Ex: um paciente que sofreu lesão 
medular e, assim, houve perda de conexão 
neuronal com algum membro. O fluxo de 
sangue para esse tecido que foi 
“esquecido” pelo sistema nervoso é menor, 
então, a chegada de nutrientes é menor 
 - Compressão (tumores, cistos, 
aneurismas): ocorre comprometimento da 
chegada de nutrientes, oxigênio e da 
inervação; 
 ▷ Com isso, há uma diminuição da 
chegada de estímulos tróficos e, com a 
falta de reabastecimento daquilo que é 
necessário, ocorre a deficiência, por 
exemplo, da proliferação de organelas; 
 ▷ Em casos de aneurismas, em que há 
alterações estruturais das paredes de 
grandes vasos, estes que formam imagens 
saculares, ganhando outra anatomia, 
alargando seu diâmetro e afinando suas 
paredes, com risco de rompimento e não 
levando aporte necessário de células; 
 - Obstrução vascular: disfunção de 
valvas, obstruções por placas, formações 
de trombos e outros fatores tornam a 
dinâmica de entrega de hormônios e 
oxigênios ruim, podendo fazer com que 
ocorra diminuição tanto no tamanho 
quanto no número de células; 
 - Substâncias tóxicas que bloqueiam 
enzimas e, com isso, pode afetar a 
produção de energia por alteração no 
mecanismo de produção de energia. A 
diminuição da quantidade de ATP resulta 
num prejuízo da manutenção do 
metabolismo celular; 
 - Hormônios e inervação (órgão que não 
tem conexão com o SNC não é tão 
“percebido” ou privilegiado no 
recebimento de substâncias pela 
circulação); 
 - Inflamações crônicas: uma área 
inflamada tender a cair no desuso pelo 
sintoma da dor (toda vez que tem uma 
inflamação ocorre a liberação de 
mediadores inflamatórios que causam a 
dor), que causa uma diminuição do afluxo 
de sangue e, consequentemente, do aporte 
nutricional, oxigênio e hormônios. 
 Ex: 
 1: atrofia muscular: a falta de 
movimentação resulta na diminuição do 
estímulo que seria responsável por 
estimular a chegada de sangue na região 
causa uma redução no tamanho das células, 
que pode levar a uma redução em seus 
números por morte celular. Em corte 
histológico, é possível ver um grande 
número de células atróficas e outras que 
não se sabe se elas estão em seus tamanhos 
normais ou sofreram (de forma 
compensatória) uma hipertrofia; 
 2: nefrite: no rim normal é possível 
ver a cápsula de Bowman (células 
pavimentosas e achadatas), glomérulo 
(vasos) e túbulos contorcidos. A nefrite 
demonstra os glomérulos alterados pelos 
vasos estarem cheios de sangue pelo 
processo inflamatório, espessamento da 
cápsula de Bowman, aumento de linfócitos 
no interstício (alterando a composição 
química do meio). Os túbulos tem suas 
paredes compostas por células cúbicas e, 
na nefrite, tem seu lúmen reduzido, 
podendo ser considerada uma atrofia 
numérica (número de células cúbica que 
compõem a parede do túbulo é reduzido, 
com a morte dessas células da parede 
tubular. Isso faz com que os túbulos 
ganhem uma outra dimensão e ocorra uma 
diminuição de seus diâmetros, causada por 
essa perda de células). Ocorre uma perda 
da capacidade de excretar e reabsorver 
substâncias, além de comprometer a 
permeabilidade dos glomérulos, resultando 
em perda de albumina e alterações iônicas 
(sódio, potássio etc), prejudicando o 
processo de filtração sanguínea. Quando 
causada por um patógeno, a solução é 
administrar o mais cedo possível o 
medicamento para diminuir a perda 
numérica celular. Em casos de nefrite 
crônica, ocorre por características 
autoimunes em que os anticorpos atacam 
as próprias células tubulares e causam 
inflamação. Na inflamação, ocorre uma 
alteração da permeabilidade das paredes 
dos vasos,em que ocorrem aumento das 
frenestras (por conta de mediadores 
inflamatórios) que permite que saia o 
plasma e as células de defesa, causando um 
edema intersticial. Os leucócitos saem dos 
vasos em direção aos tecidos e, lá, liberam 
enzimas que podem causar mortes 
celulares; 
 3: doença de Alzheimer: ocorre uma 
atrofia numérica causada por morte dos 
neurônios. No cérebro saudável, os sulcos 
são estreitos por um maior tamanho dos 
giros, enquanto num cérebro envelhecido 
ou afetado por alguma patologia, os giros 
são menores e, consequentemente, os 
sulcos adquirem um maior tamanho. Os 
giros são formados por corpos de 
neurônios e, com sua morte, ocorre uma 
diminuição de seu tamanho, resultando em 
uma dilatação dos ventrículos como uma 
tentativa de compensar o espaço que o 
cérebro tem pela morte celular. Menos 
neurônios = menos conexões neuronais = 
alterações nas capacidades funcionais do 
paciente. Ocorre também a deposição de 
proteínas. 
 
→ Hipoplasia: 
• Ela é caracterizada pela diminuição da 
quantidade de população de células em um 
determinado tecido, resultando em uma 
redução de tamanho e peso; 
• Os tecidos mais vulneráveis aos quadros 
de hipoplasias são aqueles que as células 
tem uma renovação mais constante; 
• Hipoplasia = não houve uma redução 
significativa no número de células para 
causar uma atrofia, mas ele ainda é 
menor que o número normal, ocorrendo 
de forma progressiva; 
• Fisiológica: o timo, antes de atrofiar e se 
torne diminuto no adulto, existe um 
período de transição, de forma que, o órgão 
não deixa de ser ativo de uma hora pra 
outra. Ocorre uma redução gradativa do 
número de células, diminuindo 
progressivamente de tamanho até atingir o 
tamanho atrófico na fase adulta, quando 
não há uma demanda tão intensa de 
maturação de linfócitos. No período de 
transição, o órgão passa por um período de 
hipoplasia celular. O mesmo ocorre com o 
organismo da mulher, que conforme passa 
pela transição para o período da 
menopausa, pode-se observar uma 
diminuição no tamanho do ovário por 
hipoplasia (diminuição no número de 
células), até tornar-se um ovário atrófico; 
• Patológica: em alguns casos, a 
população celular de um órgão pode 
diminuir de forma não fisiológica, 
caracterizando uma delibitação ao 
organismo. 
 Ex: hipoplasia da medula óssea 
vermelha: dentro dos ossos chatos, existe 
ativa uma célula tronco que é capaz de se 
diferenciar em células mielóides ou 
linfoide. Quando ela se diferencia na 
linhagem mielóide, ela origina as 
hemácias, os neutrófilos, megacariócitos, 
monócitos, basófilos = linhagem branca e 
plaquetas. A diferenciação na linhagem 
linfoide origina os linfócitos B e T (helper 
e citotóxico). As células da medula tem um 
tempo de vida curto (hemácias vivem cerca 
de 120 dias, sendo removidas pelo baço 
após esse período), enquanto os leucócitos 
vivem apenas horas (quando não em 
confronto, vive 8h), assim, para manter os 
leucócitos sempre em produção como 
forma de proteger o organismo e para 
manter a quantidade de hemácias suficiente 
para o transporte de oxigênio a medula 
deve estar sempre ativa. A medula, 
portanto, não pode passar por processos de 
hipoplasia já que ocorreria problemas de 
coagulação (megacariócitos à plaquetas = 
falta de coagulação), imunológicos e 
transporte de oxigênio 
 
→ Hiperplasia: 
• Ocorre um aumento do número de células 
de um órgão, resultando em seu aumento 
de volume e peso; 
• Geralmente, em locais que se tem 
hiperplasia é encontrada uma boa 
circulação para fornecer suprimentos 
necessários para que ocorra a proliferação 
celular, ou seja, apresenta um bom 
suprimento sanguíneo, integridade 
morfofuncional das células e inervação; 
 
 
• Suas causas podem ser: 
 - Indução a uma proliferação aumentada, 
que pode ocorrer por hormônios 
endógenos (atravessam a membrana e 
agem no núcleo das células, ativando os 
genes de proliferação); 
 - As células não morrem em seu tempo 
previsto, não realizando a apoptose quando 
necessária. Ocorre um acúmulo pela 
proliferação normal ao mesmo tempo em 
que não ocorre a morte das outras células 
existentes no tecido. Pode ocorrer o 
acúmulo de células em uma única região, 
podendo formar massas de células que 
resultam em um tumor benigno (sem 
displasia ou alterações nucleares); 
 - Aumento na síntese de fatores de 
crescimento e de seus receptores, além da 
ativação de rotas intracelulares de estímulo 
a divisão celular é reversível; 
• A hipertrofia (célula aumentada) e a 
hiperplasia (mais quantidade de célula) 
podem coexistir; 
• Pode ser: 
 - Fisiológica: ocorre, por exemplo, em 
um útero durante a gravidez, visto que, 
para abrigar o feto o útero deve ter uma 
extensibilidade muito grande, ocorrendo o 
aumento de células no miométrio. Ocorre, 
também, durante o crescimento das mamas 
na transição da infância para a 
adolescência na puberdade; 
 - Compensatório: após a remoção de um 
rim, em que, o outro rim é aumentado para 
compensar a perda do outro órgão; 
 - Patológica: ocorre um aumento no 
número de células, gerando um aumento 
no volume do órgão que acaba por 
comprimir outras estruturas e resultar em 
efeitos secundários; 
 Ex: próstata: uma próstata saudável 
possui um formato túbulo-alveolar 
(similaridade aos alvéolos pulmonares) e é 
constituída por duas camadas de células, 
sendo uma delas achatada (células basais 
à primeira camada), enquanto a segunda 
camada é formada por células colunares. A 
região glandular é apoiada em um tecido 
fibromuscular (musculatura lisa). Em 
condições normais, a parte prostática da 
uretra passa pela próstata (formato túbulo-
alveolar) sem ter alguma alteração em sua 
luz. Em casos de aumento da próstata, 
geralmente com atividade aumentada por 
ação hormonal (testosterona) e cessação de 
apoptose, acaba por ocorrer uma 
compressão da uretra e da bexiga por 
aumento do órgão, dando ao paciente uma 
sensação de “bexiga nunca vazia” e 
dificuldade ao urinar, com um jato urinário 
torto. Esse processo pode resultar em uma 
hipertrofia da bexiga, visto que, a próstata 
está dificultando a passagem da urina e, 
com isso, o músculo detrusor deve realizar 
uma maior força para eliminar a urina. Na 
próstata hiperplásica, o tecido 
fibromuscular possui fibras em muitos 
sentidos, fator que é causado pelo 
quantitativo de células que existe nesse 
estroma e impede a organização, mas essa 
hiperplasia pode ocorrer também no 
epitélio da glândula. 
• Uma hiperplasia nem sempre é maligna, 
visto que pode ocorrer um aumento no 
número de células, mas essas ainda 
preservam seus núcleos normais, fazendo 
com que esta seja uma hiperplasia 
benigna; 
• Uma ressonância magnética com 
espectroscopia de prótons pode ser 
utilizada para a observação da anatomia do 
corpo associada a utilização de recursos 
bioquímicos para analisar, por exemplo, a 
membrana celular (seus íons, proteínas 
etc); 
 Ex: um alto nível de fosfatidilcolina 
(proteína de membrana) pode indicar um 
maior número de células (= mais proteína 
= mais membranas = mais células). Na 
próstata, as células armazenam o citrato 
para a produção de ATP através do ciclo 
do ácido cítrico. A característica de 
normalidade ou não da célula é avaliada 
pela quantidade de citrato que ela contém, 
sendo que, na próstata, o citrato é sempre 
alto e quando ele está baixo indica um 
consumo energético alto (= neoplasias). A 
análise de lactato pode avaliar se ocorre a 
compressão de vaso ou não, de forma que, 
quando o lactato está alto há uma baixa 
quantidade de oxigênio chegando à região 
e, para a produção de energia, é feito um 
metabolismo anaeróbico que acaba por 
produzir lactato como produto final, 
indicando que a chegada de sangue e 
oxigênio é insuficiente. Altos níveis de 
lactato podem indicar uma necrose na 
região. Em tumores grandes, a angiogênese 
ocorre e consegue suprir várias regiões, 
mas o centro dele (tumor) pode não ser 
suprido suficientemente, então, pela falta 
de O2, há uma tentativa de compensara 
queda na produção de energia, produzindo 
lactato e, em alguns casos, resultando em 
necrose 
 
*OBS: 
 1: hiperplasia do músculo uterino: o 
útero tem o endométrio, que é a camada 
mais interna e que descama mensalmente e 
possui glândulas responsáveis pela 
produção de nutrientes que sustentam o 
início da gestação. Além dela, é encontrada 
o miométrio (músculo) e o perimétrio 
(tecido conjuntivo). O miométrio pode 
sofrer estímulos hormonais (geralmente 
pelo estrógeno) e dar início a um processo 
de proliferação somado a cessação da 
apoptose. Essa camada muscular, em 
condições normais, possui suas fibras 
musculares dispostas em um único sentido 
e, quando ela sofre esse estímulo 
hormonal, ocorre uma desorganização de 
suas células causada pelo aumento de 
números de células e falta de apoptoses, 
causando saliências chamadas de miomas 
(lesão benigna da musculatura lisa, típica 
do tecido uterino). Pode resultar em 
desordens de vascularização, inervação, 
compressão de outras estruturas etc. 
 
 2: hiperplasia glandular cística do 
endométrio: ocorre por ação do 
estrogênio. O endométrio é responsável 
pelo ciclo menstrual, sendo a parte do 
útero que descama mensalmente e ele é um 
tecido conjuntivo vascularizado que possui 
em meio a ele glândulas que são 
compostas por um epitélio cúbico simples 
(produzem os nutrientes no início da 
gravidez, fornecendo ao feto até que ocorra 
a implantação da placenta). São glândulas 
tubulares por possuírem um lúmen em seu 
interior. Em hiperplasia, ocorre um 
aumento no número de camadas epiteliais 
e, caso não sejam notáveis alterações em 
seu núcleo diz-se que é um processo 
proliferativo hiperplásico. Conforme a 
glândula tem um aumento em sua parede, é 
comprometido o estroma (tecido 
conjuntivo, vasos), que normalmente é 
bem espesso, vai perdendo seu tamanho e 
volume. Pode causar alterações displásicas 
que podem evoluir para neoplasias. 
 
→ Metaplasia: 
• Trata-se da modificação de um tecido 
normal adulto por um outro tecido normal 
adulto; 
• Não ocorre a mudança no número ou 
tamanho das células, mas sim no tipo do 
tecido em busca por resistência. Ocorre 
quando o epitélio original é agredido 
constantemente e não é capaz de suportar 
essa agressão, então, há uma substituição 
por um epitélio que pode ser mais eficiente 
que o anterior; 
• Essa alteração resulta da inativação de 
alguns genes (cuja expressão define a 
diferenciação do tecido que sofre 
metaplasia) e desrepressão de outros (que 
condicionam o novo tipo de diferenciação). 
A ativação dos genes que estavam 
reprimidos permite a síntese de novas 
proteínas e, com isso, novos tipos de 
tecidos; 
 
 
 Ex: 
 1: metaplasia da traqueia: 
geralmente, ocorre pelo uso do cigarro por 
tempo prolongado (varia de acordo com 
cada organismo). O epitélio que reveste a 
traqueia é um epitélio pseudoestratificado 
ciliado (formato cilíndrico em que os 
núcleos estão em alturas diferentes com 
uma única camada), sendo que possui uma 
alta eficiência no mecanismo vibratório de 
remoção de partículas, somada a secreção 
mucosa. A lesão causada pelo cigarro faz 
com que as células percebam que não são 
“suficiente” na remoção de partículas e, 
com isso, ocorre a ativação de genes e 
inativação de outros, sofrendo alterações 
morfológicas. O epitélio original é 
substituído por um epitélio pavimentoso 
estratificado não queratinizado, como 
tentativa de dar uma maior característica 
de resistência; 
 2: esôfago de Barret: normalmente, o 
epitélio do esôfago é do tipo estratificado 
pavimentoso não queratinizado, já que é 
por ele que o alimento passa causando um 
atrito, sendo necessário alguma forma de 
manter a resistência. Nos pacientes que 
vivem casos de esofagite, que ocorre por 
refluxo do suco gástrico (pH ácido) para as 
porções mais superiores do esôfago, ocorre 
lesões da região por o órgão não estar 
adaptado a esse pH ácido. Como uma 
forma de resistência a lesão, ocorre a 
substituição por um epitélio colunar que 
contém muitas células caliciformes, ou 
seja, ocorre a substituição por um tecido 
semelhante ao tecido do trato gástrico 
(mimetização do intestino, que são aptas a 
alterações bruptas do pH), além da 
presença de glândulas muco secretoras 
• Inicialmente, a metaplasia é um processo 
reversível, em caso de interrupção de uma 
lesão. Pode, também, ocorrer uma 
transformação displásica que pode evoluir 
para um grupamento de células 
neoplásicas, quando as células tem um 
metabolismo acelerado, multiplicação 
exagerada e capacidade de angiogênese; 
• Antes de ocorrer a metaplasia, o 
organismo tenta, por processos 
inflamatórios, impedir que essa troca de 
tipo de tecido ocorra. 
 
Processos 
degenerativos 
• A degeneração é uma agressão tão 
intensa que pode resultar em morte celular, 
ou seja, caminha para uma lesão 
irreversível; 
 
• A lesão degenerativa, se tratada com 
rapidez e eficácia, é reversível. Porém, às 
vezes, isso não ocorre e elas caminham 
com alterações bioquímicas graves e 
acúmulo de substâncias no interior das 
células, levando a morte da estrutura 
celular; 
• Nomenclatura e natureza da 
substância: alterações no interior da célula 
 - Hidrópica: acúmulo de água e 
eletrólitos; 
 - Hialina e mucoide: acúmulo de 
proteínas; 
 - Esteatose e as lipidoses: acúmulo de 
lipídeos; 
 - Glicogênica: acúmulo de carboidratos. 
 
 
→ Degeneração hidrópica: 
• No interior da célula houve um acúmulo 
de água; 
• A membrana celular é uma dupla camada 
lipídica que tem inseridas em si diversas 
proteínas, como aquela que é chamada de 
bomba de sódio e potássio, que garante a 
concentração osmótica dentro da célula 
(uma manutenção dos íons dentro da célula 
e a sua ação na água, esta que, por osmose, 
caminha do meio menos concentrado para 
o meio mais concentrado); 
• Normalmente, os níveis de sódio no 
interior da célula são baixos, enquanto no 
meio extracelular ele está em alta 
concentração. Já o potássio está em alta 
concentração no meio intracelular e em 
baixas quantidades fora da célula; 
• Entre as proteínas da membrana, são 
encontrados canais para a passagem do 
sódio e do potássio (cargas elétricas 
instáveis = não podem passar direto pela 
membrana). A entrada do sódio para o 
interior da célula por osmose eleva sua 
concentração lá (ocorre com o potássio de 
maneira inversa) e, para garantir a 
manutenção da concentração iônica, existe 
a bomba de sódio e potássio, que coloca 
para fora 3 íons de sódio e para dentro da 
célula 2 íons de potássio, com gasto de 
ATP por estar contra o gradiente de 
concentração, mantendo a diferença de 
concentração para os momentos de 
polarização e despolarização; 
• Por ter gasto de ATP, é necessária que a 
síntese seja constante para que assim seja 
mantida a osmolaridade constante pelo 
funcionamento da bomba de sódio e 
potássios; 
• Situações patológicas podem fazer com 
que não haja um bom funcionamento do 
ciclo de Krebs, que com a fosforilação 
oxidativa, são responsáveis pela maior 
síntese de ATP; 
• A realização do ciclo de Krebs depende 
da presença do oxigênio no interior da 
mitocôndria e, para ele chegar lá, deve ter 
uma captação normal de oxigênio, uma 
hematose normal, um transporte vascular 
normal e, por fim, ume entrega de oxigênio 
normal. Diversas patologias podem afetar 
esses requisitos que são necessários para a 
chegada do oxigênio a mitocôndria; 
• Caso o volume de oxigênio que chegue as 
células seja pequeno ou insuficiente, pode 
resultar em uma hipóxia; 
• A hipóxia causa uma incapacidade 
funcional da mitocôndria de produzir 
energia e, assim, o ciclo de Krebs não vai 
funcionar, não vai ter a fosforilação 
oxidativa (não produz os NADs e FADs no 
ciclo de Krebs) e, com isso, não tem 
ativação da bomba ATPase, não 
produzindo ATP e, por fim, a interrupção 
da bomba de sódio e potássio; 
• A interrupção da bomba de sódio e 
potássio resulta em um aumento alto da 
concentração de sódio no meio intracelular 
e de potássio do meioextracelular, já que 
os canais iônicos ainda estão abertos para a 
passagem deles enquanto não tem a bomba 
para retomar o equilíbrio iônico; 
• Essa hiperconcentração de sódio no meio 
intracelular resulta em um aumento da 
osmolaridade, já que a água tende a ir em 
direção ao meio mais concentrado, 
tornando a célula cada vez mais túrgida e, 
com isso, podendo causar em uma ruptura 
da membrana, resultando em necrose por 
morte celular; 
• Em casos de parada cardíaca, esse 
processo pode ocorrer não apenas no 
tecido cardíaco, mas em todos os do corpo 
já que não foi estabelecida uma circulação 
suficiente; 
• Outras causas podem resultar na perda de 
energia do corpo, como ocorre na 
hipertermia (endógena ou exógena) podem 
fazer com que o gasto de energia seja 
maior que a capacidade do corpo de 
produzir; 
 Ex: a hipertermia febril pode roubar 
energia do organismo para a manutenção 
do quadro febril a ponto de fazer com que 
a bomba de sódio e potássio pare de 
funcionar, resultando em degeneração 
hidrópica; 
• As lesões de membrana podem levar a 
degeneração hidrópica. Elas ocorrem por 
conta de radicais livres, que são gerados 
por muitos mecanismos (ambiente, por 
exemplo); 
• Além disso, substâncias tóxicas, como 
inibidores da bomba de sódio e potássio, 
provocam um desequilíbrio iônico e elas 
podem ser causadas pela ingestão de 
medicamentos; 
• No microscópio, vendo uma célula que 
está invadida de água, é possível ver uma 
imagem vacular já que a água não cora. O 
núcleo não é deslocado na degeneração 
hidrópica, já na degeneração por gordura o 
núcleo é deslocado por não haver mistura 
de água com lipídio; 
• Ocorre um aumento no peso e volume 
dos órgãos; 
• O efeito balonizado que as células 
adquirem por esse aumento de volume 
causa compressões em outras estruturas, 
como capilares, impedindo a circulação 
sanguínea e piorando a situação de hipóxia. 
 
→ Degeneração de lipídeos: 
Esteatose: 
• Trata-se do acúmulo de gorduras no 
citoplasma de células que não as 
armazenam. Assim, essa lesão aparece 
quando aumenta a captação ou a síntese de 
ácidos graxos ou dificulta sua utilização, 
transporte ou excreção; 
• É também chamada de esteatose, sendo 
uma patologia muito comum no fígado, em 
que há o acúmulo de gorduras no 
citoplasma das células 
• O fígado é um órgão com diversas 
funções, como a síntese de proteínas 
(albumina, da cascata da inflamação), 
síntese de glicogênio, síntese de 
triglicérides e frações de colesterol, 
bilirrubina etc.; 
• Um indivíduo com ingesta exagerada de 
calorias ou com uso de lipídios como fonte 
energética pode levar um transtorno 
bioquímico grande ao órgão que termina 
por resultar no acúmulo de gorduras; 
• Os quadros de esteatose hepática ocorrem 
principalmente, com maior incidência, em 
dois grupos populacionais: dieta 
hipercalórica (ingerem a caloria em forma 
de carboidratos ou lipídios) e alcoólatras 
(substituindo a ingesta de alimentos por 
álcool, que acaba por ser utilizado como 
fonte de energia); 
• Ambos os grupos terão um quantitativo 
de caloria maior que o necessário para a 
sobrevivência, ou seja, o gasto energético é 
menor que o ingerido e, assim, o fígado 
transforma através do metabolismo 
hepático essas calorias extras em gorduras 
(triglicérides) já que o corpo possui uma 
capacidade limite de armazenar calorias na 
forma de carboidratos na circulação; 
• O carboidrato é, também, armazenado no 
fígado na forma de glicogênio; 
• Quando o limite de armazenamento de 
carboidrato é atingido, os hepatócitos 
convertem ele em triglicérides, esse que é 
transformado em colesterol (HDL e LDL). 
Os indivíduos que tem uma alta ingesta 
calórica tem uma tendência a terem um 
acúmulo de triglicérides no interior dos 
hepatócitos e, geralmente, eles não têm 
uma harmonia de nutrientes, tendo muito 
mais carboidratos que aminoácidos, por 
exemplo, no organismo; 
• Por não ter uma quantidade adequada de 
aminoácidos, o organismo fica incapaz de 
sintetizar as apolipoproteínas que são 
essenciais para ter a síntese de HDL, LDL 
e VLDL e direcionamento desses lipídeos 
carreados por proteínas para diversos 
tecidos; 
• O HDL, LDL e VLDL são frações do 
colesterol e são moléculas que possuem 
uma membrana as envolvendo; 
 - Na membrana e no interior dessa esfera 
são encontradas quantidades altas de 
triglicérides e colesterol. Na membrana, 
além dos lipídios, são encontradas 
proteínas de membrana e elas direcionam 
esse lipídio para o local em que ele deve 
ficar no organismo, sendo que uns ficam 
em tecidos pelo fato dessas proteínas da 
membrana terem afinidade com tecido, 
enquanto outros permanecem livres na 
circulação (LDL); 
 - A síntese dessas moléculas demanda a 
presença de algumas matérias-primas, 
como o colesterol, triglicérides e as 
proteínas de membrana (apolipoproteínas), 
assim, uma ingesta mínima de aminoácidos 
é necessária para evitar um desequilíbrio 
no metabolismo lipídico e, assim, 
direcionar as frações lipídicas para seus 
locais certos e não fiquem acumulados no 
fígado na forma de colesterol e 
triglicérides; 
• A gordura que foi acumulada no fígado 
pode ser eliminada com o aumento da 
lipólise através da diminuição de glicose 
do sangue e do glicogênio do fígado, ou 
seja, quando o triglicérides se torna a única 
fonte de energia; 
• No caso dos alcoólatras é percebido um 
distúrbio mais severo; 
• A esteatose é classificada em 3 diferentes 
graus e eles aumentam de acordo com o 
aumento do volume de triglicérides no 
citoplasma celular; 
• Causas: 
 - Maior aporte de ácidos graxos por 
ingestão excessiva ou lipólise aumentada, 
causado por aumento da ingesta calórica. 
Pode ocorrer por uma ingesta muito alta de 
carboidratos e, quando a quantidade de 
carboidratos superar o mínimo necessário, 
ele é convertido em glicogênio e aquilo 
que sobrar vira lipídio; 
 - Síntese de ácidos graxos a partir do 
excesso de acetil-CoA não oxidada no 
ciclo de Krebs (alcoolismo, hipóxia). A 
conversão do álcool consome os NADH 
que são úteis no ciclo de Krebs. Assim, o 
alcoolismo faz com que o indivíduo tenha 
a quantidade suficiente de energia por essa 
conversão do álcool para carboidrato, mas 
não tem os nutrientes necessários e que 
deveriam ser obtidos pela alimentação; 
 - Menor formação de lipoproteínas por 
deficiência na síntese de apoproteínas 
(desnutrição proteica à não tem 
aminoácidos); 
 - Distúrbios no transporte de 
lipoproteínas por alterações no 
citoesqueleto (agentes tóxicos e lesão de 
retículo sarcoplasmático); 
• A estenose pode resultar em cirrose 
hepática. Os hepatócitos podem sofrer um 
acúmulo tão grande de lipídios que eles 
rompem e ocorre a morte da célula. Em 
casos de morte de uma grande quantidade 
de hepatócitos, ocorre uma cicatrização 
pois a capacidade de regeneração não é 
suficiente. 
 
*OBS: 
 1: síntese de ácidos graxos a partir 
do excesso de acetil-CoA não oxidada no 
ciclo de Krebs (alcoolismo): 
 a molécula do álcool tem um quantitativo 
de hidrogênios e carbonos que é 
compatível com aquela encontrada nos 
carboidratos. O organismo, quando ingere 
álcool (caloria na forma de álcool), tenta 
transformar sua molécula em carboidrato 
como tentativa de dar uma utilidade para 
ela. No ciclo de Krebs e a glicólise tem 
como alvo principal do organismo o 
hidrogênio, que são presos no NAD e 
FAD, sendo responsáveis por carregar o 
hidrogênio para a matriz da mitocôndria e, 
assim, ativar a bomba de ATPase presa na 
membrana da crista mitocondrial. A 
molécula de álcool tem um grande 
potencial energético por ter um 
quantitativo alto de moléculas de 
hidrogênio. O ciclo de Krebs, porém, não 
consegue ser ativado pelo álcool, então, 
quando ele entra no organismo ele é 
convertido em uma molécula que pode 
entrar no ciclo de Krebs, fazendo com que 
a molécula de álcool sofra alterações 
estruturais. Ela perde 2 hidrogênios e eles 
são ligados a uma molécula de NAD por 
atividade enzimática no interior dos 
hepatócitos que promovem a 
desidrogenização.O NAD é utilizado para 
retirar o H+ do álcool, mas esse processo 
não era esperado pelo organismo, já que os 
NAD devem ser utilizados na glicólise e 
ciclo de Krebs. A remoção do H+ da 
molécula, além de utilizar o NAD, 
transforma o álcool em um composto 
intermediário, chamado de acetaldeido. Ela 
ainda não é capaz de entrar no ciclo de 
Krebs, então, ocorre a utilização de mais 
uma molécula de NAD que prende outros 
2 hidrogênios que foram retirados do 
acetaldeido, agora chamado de acetato. O 
acetato entra no ciclo de Krebs quando há 
uma necessidade de produção de energia e, 
quando não é preciso mais, esse acetato é 
convertido em lipídio. Ocorre uma falta de 
NAD+ para aceitar elétrons no ciclo de 
Krebs e, com isso, o ciclo pode ser inibido 
e resulta em um aumento no número de 
acetatos (= conversão em lipídio). Ou seja, 
ciclo de Krebs parado e aumento de acetato 
= esteatose; 
 
 * A glicólise resulta em duas moléculas 
de ácido pirúvico (C3H4O3), formando-se 
também poucas moléculas de NADH. A 
expectativa do organismo é que a molécula 
de ácido pirúvico consiga entrar no ciclo 
de Krebs na matriz mitocondrial. Se o ciclo 
de Krebs está parado por não ter NAD, a 
molécula de ácido pirúvico não vai entrar 
na matriz mitocondrial, então, ocorre uma 
interação no citoplasma do ácido com o 
NADH (é um aceptor intermediário de 
hidrogênio, ou seja, fica com ele 
temporariamente. Como o ciclo de Krebs 
não está funcionando, ele doa os H+), 
formando o C3H6O3, ou seja, lactato e que 
quando acumulada altera o pH do 
organismo. Pode resultar em disfunção 
hepática (redução da síntese de albumina 
(funciona como um colóide no sangue, 
sendo responsável por trazer a água de 
volta para o vaso sanguíneo pela pressão 
coloidosmótica) = inchaço, redução na 
síntese das proteínas de coagulação = 
sangra mais fácil etc), acúmulo de 
substâncias tóxicas, incapacidade do fígado 
de converter amônia em ureia, acúmulo de 
triglicérides no interior dos hepatócitos, 
resultando em quadros de toxicidade; 
 2: a molécula de acetoldeido é uma 
molécula que interage com as proteínas do 
citoesqueleto dos hepatócitos, podendo 
provocar alterações estruturais nessas 
células. 
 
• Nos hepatócitos de um fígado em 
esteatose, as células são lotadas em seu 
interior de sequências lipídicas de carbonos 
e hidrogênios, em que no citoplasma a sua 
constituição lipídica misturada ao conteúdo 
hídrico do citoplasma não tem afinidade, 
então, o lipídio por não misturar com a 
água torna o núcleo do hepatócito 
lateralizado com uma imagem não corada 
(lipídio não é corado), assim, há uma 
semelhança com um adipócito; 
• Conforme as células ganham um aumento 
de volume, ocorre um efeito compressivo 
sob os capilares, resultando em uma 
congestão (aumento da quantidade de 
sangue em um local de difícil circulação). 
O trânsito de sangue ruim resulta em uma 
entrega de nutrientes e oxigênio deficiente 
para os tecidos do órgão, podendo ser um 
outro fator de risco para o mesmo; 
• A alteração de permeabilidade dos 
capilares pela compressão exercida pelos 
hepatócitos ricos em triglicerídeos, pode 
ocorrer, no mesmo órgão com esteatose, 
uma degeneração hidrópica (ocorre 
quando a oferta de O2 é ruim, afetando o 
funcionamento da mitocôndria, reduzindo 
a síntese de ATP e, devido a isso, tem a 
falência da bomba de sódio e potássio, que 
faz com que a concentração de sódio 
intracelular aumente e, com isso, aumenta 
a quantidade de água intracelular por fator 
osmótico); 
• Tanto a esteatose quanto a degeneração 
hidrópica representam um risco de 
rompimento da célula que, se ocorrer, 
resulta em morte celular, levando a necrose 
e, por fim, fibrose por não ter uma 
capacidade de regeneração suficiente para 
suprir o que foi perdido. 
 
Lipidoses: 
• Trata-se do acúmulo intracelular de 
outros lipídeos que não são triglicerídeos 
(se for triglicérides é esteatose), como o 
colesterol; 
• Ocorre por uma produção de colesterol 
maior que o normal. O colesterol total é 
formado por HDL, LDL e VLDL, podendo 
esse valor total ter porcentagens diferentes 
dessas frações; 
• Um aumento na quantidade de LDL em 
relação ao HDL causa uma maior 
tendência de o LDL (lipídio circulante) se 
depositar na parede tecidual. Esse depósito 
de um lipídio que é circulante na parede 
tecidual faz com que o corpo reconheça ele 
como um corpo estranho; 
• Existe uma célula chamada de célula 
APC (célula apresentadora de antígeno à 
macrófago). O macrófago fagocita o corpo 
estranho, digere por enzimas e, através de 
receptores proteicos que ele possui na sua 
sua superfície, ele apresenta essa 
substância que ele reconhece como 
estranha, liberando interleucinas para as 
células de defesa se concentrarem no local; 
• O macrófago fagocita mas não consegue 
digerir a gordura (por ser apenas uma 
estrutura lipídica, sem ter alguma coisa 
para “ser apresentada” por não ter 
antigênico), então ela fica acumulada em 
seu interior, no seu citoplasma, que acaba 
por aumentar de tamanho; 
• Na região de acúmulo de LDL, então, são 
encontrados “macrófagos xantomisados”, 
ou seja, com um aumento de tamanho por 
fagocitar gordura e não conseguir realizar 
uma digestão e, além disso, apresentando 
uma imagem vacular. O lipídio só fica 
colorido na coloração sudan; 
 Ex: 
 1: xantoma: áreas na pele onde se 
formam placas ou nódulos com cor 
amarela por um quantitativo alto de 
macrófagos xantomizados (gordura no 
interior) acumulado. Pode ocorrer em 
adultos ou crianças, indicando um 
distúrbio lipídico, já que, se os macrófagos 
estão xantomisados a desordem das frações 
de colesterol é grave. Essas mesmas placas 
podem estar sendo formadas no interior 
dos vasos, podendo indicar problemas 
vasculares; 
 * Dislipidemias: problemas de origem 
genética. Ocorre em crianças, podendo 
indicar ateroesclerose, obstruções 
vasculares e morte súbita por lesão 
vascular; 
 * Em pacientes de meia idade pode ser 
também problema genético, mas a maior 
probabilidade é de ser por erros de oferta 
alimentar (dietas hipercalóricas, 
sedentarismo, diabetes associadas a 
alteração na produção de lipídios); 
 2: ateroesclerose: os vasos sanguíneos 
possuem 3 camadas: camada íntima 
(epitélio simples pavimentoso), camada 
média (camada muscular) e camada 
adventícia (tecido conjuntivo). A camada 
íntima (interna) tem um mecanismo de 
impedir a adesão de células em suas 
paredes. A molécula de LDL é um lipídio 
(colesterol) circulante e em alta 
concentração aumenta a quantidade de 
lipídio que circula no sangue e entra em 
contato com o endotélio é grande e, assim, 
aumenta as chances de adesão no LDL na 
parede vascular. As células epiteliais 
reconhecem o LDL como corpo estranho, 
expressando receptores (interleucinas) de 
varredura para as células de defesa 
(inflamatórias). O macrófago é a primeira 
célula a chegar a região, buscando 
fagocitar essas placas de gordura e 
apresentar o antígeno, mas como não 
consegue digerir a gordura fica acumulada 
em seu interior. Ainda sim, o macrófago 
libera citocinas inflamatórias e outras 
células inflamatórias se agregam na região, 
principalmente linfócitos, formando placas 
de macrófagos xantomisados e regiões 
vaculares na parede vascular; 
 * A lesão da camada íntima é entendida 
como o menor fator de risco. Uma reação 
inflamatória é desencadeada causando uma 
grande lesão da parede e tentativa de 
cicatrização, formando grandes áreas de 
fibrose tentando reparar a lesão que teve 
início pela presença do LDL; 
 * A espessa camada de tecido fibrótico 
segue em direção a luz do vaso, resultando 
em obstrução e, com isso, a circulação e o 
fluxo sanguíneo são prejudicados = 
insuficiência oxigenatória e possível morte 
do paciente. 
 
→ Degeneração hialina: 
• Trata-se do acúmulo de material proteico 
sem forma, mas com característica 
acidófila (mais rosa que roxa), podendo ter 
diversas origens e sem, inicialmente, se 
saber um motivo; 
• No microscópio, é observado umaestrutura amorfa (não tem forma, mas algo 
ocupa esse lugar) e de coloração rosa 
(adquire essa cor pela proteína ter um pH 
ácido à eusina); 
• Ação degradante de estruturas celulares 
por radicais livres, ação viral, bacteriana 
ou reacional (imunoglobulinas, que são 
proteínas produzidas por linfócitos); 
• As imunoglobulinas são produzidas por 
reação a presença de um corpo estranho. A 
precipitação de imunoglobulinas como 
uma imagem amorfa pode ser reacional 
(depende de um histórico), mas pode ser 
também sem a presença de uma infecção, 
em que a produção da imunoglobulina 
ocorre de forma anormal, como em casos 
de linfoma (câncer de linfócitos à podem 
sintetizar sem necessidade 
imunoglobulinas); 
 Ex: uma deposição de material hialino 
no rim pode ser por infecção, doença 
autoimune ou linfoma 
• A degeneração hialina pode ser causada 
por infecção, doença autoimune ou 
linfoma. Ela ajuda a entender o que causa a 
doença ou o quão destruído o tecido está. 
 Ex: 
 1: alcoolismo: no fígado de um 
alcoólatra é possível ver um núcleo 
lateralizado, indicando esteatose 
(degeneração gordurosa) e, nas células do 
lado, pode-se assumir a possibilidade de 
uma degeneração hidrópica (não tem 
núcleo deslocado) pela compressão dos 
vasos sanguíneos causados pela esteatose; 
 * Nessa imagem, é possível ver no 
interior do hepatócito balonizado um 
precipitado. No caso do alcoolismo, 
durante a conversão do etanol em 
acetoaldeido são formados radicais livres, 
que interagem com as proteínas do 
citoesqueleto. Essa degeneração é 
conhecida como alteração hialina de 
Mallory. Trata-se de um material proteíco 
e amorfo, corado em rosa; 
 
 2: doença de Alzheimer: ocorre uma 
deposição proteica, amorfa e corada de 
rosa. Ocorre uma redução numérica de 
neurônios e a precipitação de material 
proteico no SNC em pacientes em 
desenvolvimento do mal de Alzheimer. 
Essas proteínas são proteínas de membrana 
das células, funcionando como receptor de 
membrana. Acredita-se que no processo de 
destruição dos neurônios a célula é 
destruída e tudo aquilo que é proteico é 
precipitado, formando manchas no tecido 
em processo de perda de células; 
 
 3: síndrome da angústia respiratória: 
é uma resposta inflamatória que o pulmão 
vive com uma intensidade imensa. Há uma 
destruição que impede a diferenciação do 
que é parede alveolar e o que não é. Entre 
essas estruturas, é possível observar um 
precipitado proteico e amorfo, podendo ser 
resto de parede de pneumócito, resto de 
célula de defesa que “perdeu” nessa 
batalha imunológica, mostrando o quão 
prejudicado e destruído foi esse tecido. 
 
 
→ Glicogenose: 
• Trata-se do acúmulo da glicose no 
interior das células, causado por um 
distúrbio em sua utilização; 
• A insulina se liga no receptor GLUT para 
modular a abertura do canal de glicose e, 
assim, a glicose entra e sofre glicólise no 
citoplasma, gerando o ácido pirúvico que 
deve entrar na mitocôndria para vivenciar 
o ciclo de Krebs e a fosforilação para, 
assim, gerar o ATP; 
• Em certas situações, em que o paciente 
apresenta deficiência enzimática, a 
glicólise não consegue ser processada. Para 
a glicólise acontecer devem estar presentes 
no citoplasma da célula 10 diferentes tipos 
de enzimas; 
• Os pacientes que apresentam a 
glicogenose observa-se que a glicose entra 
na célula, porém, não é degradada até o 
final por essa deficiência enzimática e, 
com isso, o paciente apresenta uma baixa 
síntese de ATP; 
• Pode afetar, principalmente, o fígado, 
rins, músculos esqueléticos e coração; 
• Tipo 1: no hepatócito pode observar-se 
vacúluos no citoplasma da célula, com 
uma coloração específica e com uma 
anamnese bem-feita (o paciente, por 
exemplo, apresenta disfunção muscular 
associada); 
• Os pacientes podem não apresentar as 
enzimas ou terem uma síntese insuficiente 
de enzima. A glicose acumulada vai se 
ligando uma a outra e formando o 
glicogênio.

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