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PCC EDUCAÇÃO ESPECIAL

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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS - PORTUGUÊS
NATÁLIA CORRÊA DE OLIVEIRA FREITAS 
EDUCAÇÃO ESPECIAL: PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)
BARRA MANSA
2021
INTRODUÇÃO
A educação especial inclusiva é aquela que garante o ensino a todos os alunos, fazendo com que haja uma conscientização e respeito às diversidades, podendo assim também garantir a todos os alunos uma aprendizagem igualitária. Ou seja, promover o acesso ao ensino regular de crianças e jovens com deficiência, altas habilidades, de qualquer gênero, etnia, crença ou condição social.
Com o passar do tempo esse tema sobre a educação especial inclusiva vem ganhando mais espaço e sendo cada vez mais discutido pela sociedade.
Porém mesmo com todo debate e discussão sobre esse tema muitas escolas ainda não se mostram preparadas para atender a esses alunos de forma adequada, dificultando muitas vezes seu aprendizado. 
Este presente trabalho foi realizado com base de uma entrevista realizada com a professora Jéssica, que ministra aulas no segundo seguimento do Ensino Fundamental do Colégio Municipal Joaquim Rodrigues Peixoto Junior, localizado na cidade de Barra Mansa, estado do Rio de Janeiro. A escola faz parte da rede pública municipal e atende alunos do ensino fundamental I e II.
Portanto, através dessa entrevista poderemos entender melhor como é o dia a dia nas salas de aula, quais são as barreiras e dificuldades enfrentadas por se tratar de uma escola pública.
ENTREVISTA
Nome: Jéssica França de Oliveira
Escola: Colégio Municipal Joaquim Rodrigues Peixoto Junior
Local: Barra Mansa – RJ.
Cargo: Professora
1. Qual sua formação?
R: Sou formada em Letras: Português/Inglês/Literaturas; Mestre em Teoria Literária e Crítica da Cultura e Doutoranda em Estudos Literários.
2. Tem algum curso específico de Educação Especial?
R: Não, mas tenho planos de fazer uma pós-graduação latu sensu em Educação Especial, pois considero essencial para a prática docente, especialmente porque percebo que o assunto quase não foi discutido durante a minha graduação. Não me sinto preparada para lidar com alunos da Educação Especial. Do pouco que sei, aprendi na prática da sala de aula.
3. Quais as características e necessidades específicas que o aluno incluído na turma apresenta?
R: Não há como dar uma resposta única para essa pergunta. Primeiro, porque cada necessidade possui suas características e, ao mesmo tempo, cada aluno tem suas próprias particularidades. Ou seja, nem todos os alunos diagnosticados com espectro autista se comportarão do mesmo jeito. Na maioria das vezes, o aluno incluído frequenta integralmente a sala de aula regular, tendo, na maioria dos casos, algum(a) acompanhante. Além disso, frequenta atividades especializadas no contraturno. Em casos mais raros, o aluno não permanece os 50 minutos dentro de sala de aula. Ademais, as atividades precisam ser adaptadas para a necessidade de cada aluno.
4. Como realiza as adaptações necessárias no planejamento da aula? 
R: As adaptações dependerão das especificidades do aluno e devem ter acompanhamento da profissional que trabalha com alunos com necessidades, bem como com a Orientadora Pedagógica. Por exemplo, alunos com baixa capacidade cognitiva, as atividades devem estar em diálogo com o conteúdo para o ano escolar em que frequentam, mas exigindo apenas aquilo que o aluno poderá alcançar. No meu caso, que trabalho com Língua Inglesa para o Ensino Fundamental 2, quando um aluno apresenta essa baixa capacidade cognitiva e estou trabalhando com frases mais complexas, a ele apresento apenas vocabulários, juntamente com imagens relacionadas.
5. Quais recursos adaptados estão disponíveis?
R: As escolas devem possuir uma sala de apoio para esses alunos, com materiais diversos, tais como: computadores, impressoras, jogos interativos, livros etc. Entretanto, nem sempre estão disponíveis para o professor, devido à falta dos recursos.
6. As atividades desenvolvidas promovem a interações entre os diferentes alunos da turma?
R: Sim, é possível que as atividades estejam em diálogo com os demais alunos da turma, o que contribui para que os outros alunos tenham mais empatia e compreensão com pessoas com algum tipo de deficiência, ao mesmo tempo, permite que os alunos incluídos se sintam úteis. Contudo, não é possível fazer esse tipo de interação em todas as aulas.
7. O tempo e os recursos são adequados? 
R: Nem sempre. No meu caso, em que trabalho em uma escola pública, muitas vezes nos falta recursos ou mesmo a /o acompanhante para o aluno incluído. E com isso, o que era para ser uma inclusão a esse indivíduo, pode acabar se transformando em exclusão. 
8. Ocorrem parcerias entre professor, aluno, a equipe pedagógica e a família do aluno incluído?
R: Sim. Quanto maior for a interação entre família e escola, melhor será o desenvolvimento do aluno em sala. Todavia, nem sempre os profissionais da escola compreendem a necessidade daquele estudante, nem todos os alunos vivem em ambientes familiares que lhe deem o devido apoio.
9. Como a avaliação da aprendizagem do aluno com necessidades específicas é realizada?
R: A avaliação dependerá da necessidade do aluno. Por exemplo, em casos de alunos com deficiência motora, pode-se optar por avaliações orais. Alunos que tenham baixa capacidade cognitiva, pode-se avaliar se ele será capaz de interagir na sociedade, ou seja, nos voltarmos para simulações de situações cotidianas, as quais terão utilidade para ele fora da escola. Em outros casos, você pode avaliar a capacidade dele de interagir com as outras pessoas, isto é, seu desenvolvimento social. Entretanto, todas os resultados – ao menos foi que vivenciei até então – devem estar registrados em folha, para um arquivamento do desempenho desse aluno.
10. Quais os maiores desafios enfrentados pelo professor na construção de uma proposta inclusiva de educação? 
R: A maior dificuldade, ao menos em se tratando de escola pública, é a falta de recursos e adaptações físicas do ambiente escolar. Além disso, muitas vezes faltam acompanhantes para esses alunos. Essa ausência faz com o que o professor tenha de se desdobrar para atingir tanto o aluno incluído quanto os demais alunos. E, sem esse apoio, surge um sentimento de frustração, em que você se sente inútil tanto para o aluno incluído, quanto para os demais. Por fim, acredito que deveria haver capacitações para os professores se adaptarem à realidade daquele aluno, bem como maiores instruções para o planejamento de atividades. Creio que isso poderia ser feito toda vez que houvesse algum aluno incluído numa turma. Ou seja, a capacitação deveria se voltar para a realidade daquele momento.
CONCLUSÃO
 Conclui-se que dentro da realidade das escolas públicas para atender aos alunos com necessidades especiais, nota-se que muitas delas ainda demonstram não estarem preparados para recebê-los. 
O assunto Educação especial deveria ser mais debatido desde a graduação dos professores, deveriam fornecer a eles uma intensa formação profissional afim de que possam saber como lidar com esse público.
Dentro de uma escola pública, muitas vezes, ainda faltam recursos para atender a esses alunos, como por exemplo, salas de apoio e até mesmo acompanhantes ao aluno incluído. 
Por isso, mesmo apesar dos esforços tanto das escolas quanto dos professores para que o ensino se torne mais plural e menos preconceituoso, ainda assim enfrentam grandes dificuldades e obstáculos para que esse ensino realmente se torne um ensino de inclusão e não de exclusão. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Aulas de Educação Especial da Estácio
VALERIANI, Thales. Educação Especial inclusiva: quando a diversidade resulta em inclusão. Quero Bolsa, 2020. Disponível em: <https://querobolsa.com.br/revista/educacao-especial-inclusiva-quando-a-diversidade-resulta-em-inclusao>. Acesso em: 12 de Abril de 2021.

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