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OAB
XXXII EXAME DE ORDEM
Controle de Constitucionalidade
 
1 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Constituição       
Capítulo 2 – Poder Constituinte     
Capítulo 3 (você está aqui) – Controle de Constitucionalidade          
Capítulo 4 – Preâmbulo Constitucional. Princípios Fundamentais      
Capítulo 5 – Direitos e Garantias Fundamentais          
Capítulo 6 – Da Organização do Estado        
Capítulo 7 – Da Organização dos Poderes. Do Poder Legislativo         
Capítulo 8 – Do Poder Executivo    
Capítulo 9 – Do Poder Judiciário       
Capítulo 10 – Do Poder Judiciário       
Capítulo 11 – Das Funções Essenciais à Justiça      
Capítulo 12 – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas    
Capítulo 13 – Da Tributação e do Orçamento. Do Sistema Tributário 
Nacional 
 
Capítulo 14 – Das Finanças Públicas   
Capítulo 15 – Da Ordem Econômica e Financeira    
Capítulo 16 – Da Ordem Social     
Capítulo 17 – Das Disposições Constitucionais Gerais. Ato das 
Disposições Constituições Transitórias (ADCT) 
   
 
 
2 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
Olá concurseiro, iniciaremos agora o estudo sobre o Controle de Constitucionalidade. Trata-
se de matéria de suma importância para concursos públicos em geral, especialmente aqueles 
atrelados às carreiras jurídicas. 
A partir de pesquisas realizadas nas provas anteriores, merece destaque que a cobrança do 
assunto é primordialmente relacionada à jurisprudência, bem como à lei seca. Além disso, a 
evolução constitucional costuma ser muito indagada. 
Recomenda-se que o aluno estude o presente material para que tenha uma visão ampla do 
funcionamento do controle de constitucionalidade concentrado e difuso no nosso país, e o seu 
exercício pelos diversos poderes da República, atentando-se para as oscilações da jurisprudência. 
Assim, não deixe de analisar as questões, bem como seus comentários - para identificar a forma 
de cobrança na prova-, além de investigar tópico final “jurisprudência”. 
 
 
3 
SUMÁRIO 
DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................................................... 5 
Capítulo 3 – Parte 1 ................................................................................................................................ 5 
3. Controle de Constitucionalidade ................................................................................................... 6 
3.1. Histórico do Controle de Constitucionalidade nas Constituições Brasileiras ............................. 8 
3.2. Espécies de Inconstitucionalidade .............................................................................................................. 17 
3.2.1. Inconstitucionalidade por Ação ................................................................................................................... 17 
3.2.2. Inconstitucionalidade por Omissão ............................................................................................................ 18 
3.2.3. Inconstitucionalidade Originária .................................................................................................................. 19 
3.2.4. Inconstitucionalidade Superveniente ......................................................................................................... 19 
3.3. Momentos do controle de constitucionalidade ................................................................................... 20 
3.4. Modelos do controle de constitucionalidade ........................................................................................ 21 
3.4.1. Controle difuso de constitucionalidade ................................................................................................... 22 
3.4.2. Controle concentrado de constitucionalidade ...................................................................................... 25 
3.5. Ações do controle concentrado de constitucionalidade .................................................................. 27 
3.5.1. Ação Direta de Inconstitucionalidade ....................................................................................................... 28 
3.5.2. Ação Declaratória de Constitucionalidade .............................................................................................. 36 
3.5.3. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental ................................................................ 38 
3.5.4. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão ........................................................................... 41 
QUADRO SINÓPTICO ............................................................................................................................ 45 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 51 
GABARITO ............................................................................................................................................... 76 
QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 77 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 78 
 
4 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 81 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 83 
MAPA MENTAL ................................................................................................................................... 119 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 120 
 
 
 
5 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Capítulo 3 – Parte 1 
 O controle de constitucionalidade é uma matéria extensa, motivo pelo qual preferimos 
dividir o seu estudo em duas partes. 
Na parte 1 trataremos da evolução histórica do tema no nosso ordenamento jurídico, 
apontando o surgimento de cada modelo e seus detalhes à luz das diversas constituições. 
Após verificado o seu viés histórico, indicaremos as espécies de inconstitucionalidade e os 
diversos momentos e modelos de controle. 
Por fim, vamos assinalar as múltiplas ações de controle concentrado de constitucionalidade, 
quais sejam, ação direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de constitucionalidade, 
arguição de descumprimento de preceito fundamental e ação direta de inconstitucionalidade 
por omissão. 
Vamos lá! 
 
 
6 
3. Controle de Constitucionalidade 
 
Nos países dotados de Constituições escritas do tipo rígidas, a alteração do texto 
constitucional exige um procedimento especial, estabelecido pelo próprio constituinte originário, 
mais difícil do que o exigido para a produção do direito ordinário (subconstitucional). 
Como consequência dessa exigência de formalidades especiais para a reforma da Carta 
Política é que nos ordenamentos de Constituição rígida vigora o princípio da supremacia 
formal da Constituição, que, nos dizeres do Professor José Afonso da Silva “significa que a 
Constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, a que confere validade, e que 
todos os poderes estatais são legítimos na medida em que ela os reconheça e na proporção 
por ela distribuídos. É, enfim, a lei suprema do Estado, pois é nela que se encontram a própria 
estruturação deste e a organização de seus órgãos; é nela que se acham as normas fundamentais 
de Estado, e só nisso se notará sua superioridade em relação às demais normas jurídicas”. 
Desse princípio, continua o mestre, “resulta o da compatibilidade vertical das normas da 
ordenação jurídica de um país, no sentidode que as normas de grau inferior somente valerão 
se forem compatíveis com as normas de grau superior, que é a Constituição. As que não 
forem compatíveis com ela são inválidas, pois a incompatibilidade vertical resolve-se em favor 
das normas de grau mais elevado, que funcionam como fundamento de validade das inferiores”. 
Para que se compreenda com clareza essa decorrência da rigidez constitucional é importante 
notar que, nos sistemas jurídicos de Constituição flexível, a inexistência de diferenciação entre 
os procedimentos de elaboração das leis ordinárias e de modificação das normas constitucionais 
faz com que toda produção normativa jurídica tenha o mesmo status formal, ou seja, as leis 
novas derrogam ou revogam todas as normas anteriores com elas incompatíveis, mesmo que 
estas sejam normas constitucionais. 
Somente nos ordenamentos de Constituição escrita e rígida é possível a realização do 
controle de constitucionalidade das leis da forma como o conhecemos e estudamos. 
 
7 
Unicamente nesses sistemas jurídicos podemos falar, propriamente, em normas 
infraconstitucionais que, como tais, devem respeitar a Constituição. Significa dizer que para uma 
norma ter validade dentro desses sistemas há que ser produzida em concordância com os 
ditames da Constituição, que representa seu fundamento de validade. 
Para que se tenha um efetivo sistema de controle de constitucionalidade dos 
comportamentos, leis e atos, normativos ou concretos, faz-se insofismável a necessidade de que 
se determine quem é competente para analisar e decidir se houve ou não ofensa à Constituição, 
como também qual o processo que deve ser utilizado para se anular uma conduta ou ato 
inconstitucional. É a própria Constituição que estabelece os órgãos encarregados de exercer tais 
competências e procedimentos especiais, que variam de um regime constitucional para outro e 
que consubstanciam o que denominamos controle de constitucionalidade. 
É possível afirmar que são dois os pressupostos para o controle de constitucionalidade: a 
existência de uma Constituição do tipo rígida; a previsão constitucional de um mecanismo 
de fiscalização da validade das leis. 
No plano axiológico, o controle de constitucionalidade das leis é, simultaneamente, base e 
corolário: 
a) De um Estado Democrático de Direito; 
b) Do princípio da separação de poderes; 
c) Da garantia maior do indivíduo frente ao Estado, na proteção de seus direitos 
fundamentais; 
d) Da garantia da rigidez e supremacia da Constituição. 
O estudo do controle de constitucionalidade, portanto, implica perquirir, essencialmente: 
quais órgãos do nosso Estado têm competência para declarar a inconstitucionalidade das leis, 
atos e condutas; em que espécies de procedimentos as normas e condutas poderão ser 
declaradas inconstitucionais; quais os efeitos da declaração da inconstitucionalidade da norma 
ou comportamento em desacordo com a Constituição. 
 
8 
As leis e os atos normativos editados pelo Poder Público são protegidos pelo princípio 
da presunção de constitucionalidade das leis (ou presunção de legitimidade das leis). 
Decorrência desse princípio, temos que as leis e os atos normativos estatais deverão 
ser considerados constitucionais, válidos, legítimos até que venham a ser formalmente 
declarados inconstitucionais por um órgão competente para desempenhar esse mister. 
Enquanto não formalmente reconhecidos como inconstitucionais, deverão ser cumpridos, 
presumindo-se que o legislador agiu em plena sintonia com a Constituição - e com a vontade 
do povo, que lhe outorgou essa nobre competência. Resulta claro, portanto, que o 
reconhecimento da inconstitucionalidade das leis é medida excepcional, que somente poderá 
ser proclamada por um órgão que disponha de competência constitucional para tanto. 
3.1. Histórico do Controle de Constitucionalidade nas 
Constituições Brasileiras 
Caro aluno, o presente tópico é muito importante, sendo recorrente a sua cobrança nas 
provas objetivas das diversas carreiras jurídicas. Vejamos como cada Constituição brasileira 
tratou a temática do controle de constitucionalidade: 
 Constituição de 1824 
Na nossa primeira Constituição não havia controle de constitucionalidade dos atos ou 
omissões do Poder Público, por dois motivos: 
 O dogma da soberania do parlamento 
 A existência de um Poder Moderador 
 
 
 
9 
 
Veja como foi abordado este tema na prova da PGFN, em 2015, considerando-se CORRETA a alternativa: 
“A Constituição de 1824 não contemplava qualquer controle de constitucionalidade de leis. Era outorgada 
ao Legislativo, sob influência francesa, a atribuição de fazer leis, interpretá-las e revogá-las, bem como 
velar pela guarda da Constituição”. 
 
 
Mas o que significa dizer que havia o “dogma da soberania do Parlamento”? 
A resposta é simples. Significa que a separação de poderes era estanque, o que impossibilitava 
que fossem revistas as decisões do Parlamento por outro Poder. 
E qual era a função do Poder Moderador, nesse contexto? 
Tinha o papel de harmonização dos conflitos entre os poderes. Foi uma quadripartição 
de poderes. 
 Constituição de 1891 
Como se sabe, a Constituição de 1891 foi a nossa segunda Lei Maior, sendo a primeira Constituição 
da República. 
E qual é o seu principal destaque no campo do controle de constitucionalidade? 
 O Controle difuso de constitucionalidade 
O controle difuso de constitucionalidade está presente no nosso ordenamento jurídico desde esta 
Lei Maior e foi trazido por Rui Barbosa, com influência no direito norte americano da “judicial 
review” no modelo dos “checks and balances” (revisão judicial no modelo dos freios e 
contrapesos). 
 
10 
Tal modelo se presta a chegar a uma harmonia entre os poderes a partir de uma certa 
interferência, ou seja, o Legislativo faz a lei, o Executivo pode vetar, o Legislativo pode derrubar 
o veto e publicar e o Judiciário pode declarar a inconstitucionalidade1. 
 
Em alguns países o controle de constitucionalidade se dá por outro órgão que não é do 
Poder Judiciário. 
 
 
 
Veja como foi cobrado o histórico do controle de constitucionalidade na prova da PGFN de 2015, 
considerando CORRETA a seguinte assertiva: “A partir da Constituição de 1891 consagrou-se no 
direito brasileiro a técnica do controle difuso de constitucionalidade, repressivo, posterior, pela 
via da exceção ou defesa, pelo qual a declaração de inconstitucionalidade se implementa de 
modo incidental, como prejudicial ao mérito”. 
 
 Constituição de 1934 
E a Constituição de 1934, o que acrescentou em termos de controle de constitucionalidade? 
 Representação interventiva 
 
1 Vide questão 8 
 
11 
 Cláusula de reserva de plenário 
 Papel do Senado Federal no controle difuso 
 
Nessa linha, a representação interventiva nada mais é do que uma ADI interventiva, ou seja, 
um modelo de intervenção federal por meio do controle de constitucionalidade. 
Já a cláusula de reserva de plenário representa que é exigido, para declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, o voto da maioria absoluta 
dos membros do Tribunal ou de seu órgão especial. Ela vem prevista ainda hoje no art. 97 da 
CF/88: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público”. 
Por fim, o papel do Senado Federal no controle difuso aponta que a Casa poderá 
suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão 
definitiva do STF. Ele vem hoje previsto art. 52, X, da CF/88: “Compete privativamente ao Senado 
Federal: (...) X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”; 
 
Questão da PGFN de 2015 considerou CORRETA a alternativaque previa que “A Constituição 
de 1934, mantendo o sistema de controle difuso, introduziu a ação direta de 
inconstitucionalidade interventiva, a cláusula de reserva de plenário e a atribuição do Senado 
Federal de competência para suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou ato 
declarado inconstitucional por decisão definitiva”. 
 
 
 
12 
 Constituição de 1937 
Passemos agora às inovações trazidas pela Constituição de 1937. Como sabemos, essa Lei 
Maior surgiu no período do Estado Novo de Getúlio Vargas, em que houve notória hipertrofia 
do Poder Executivo. Destacam-se nessa época: 
 Ditadura, esvaziamento do judiciário e do controle de constitucionalidade 
 Revisão pelo parlamento 
Nessa senda, o Parlamento poderia rever a decisão judicial dada em controle de 
constitucionalidade. 
Então, nessa época, o último intérprete da Constituição era o legislador. 
Note, concurseiro, o que previa o art. 96, “caput” e parágrafo único, da Constituição de 1937: “Art. 
96. Só por maioria absoluta de votos da totalidade dos seus Juízes poderão os Tribunais declarar a 
inconstitucionalidade de lei ou de ato do Presidente da República. Parágrafo único. No caso de ser 
declarada a inconstitucionalidade de uma lei que, a juízo do Presidente da República, seja necessária ao 
bem-estar do povo, à promoção ou defesa de interesse nacional de alta monta, poderá o Presidente da 
República submetê-la novamente ao exame do Parlamento: se este a confirmar por dois terços de votos 
em cada uma das Câmaras, ficará sem efeito a decisão do Tribunal”. 
 
Veja como a presente temática foi cobrada na prova da PGFN de 2015 considerando CORRETA a 
alternativa que previa que: “A Constituição de 1937 vedou expressamente ao Poder Judiciário conhecer 
das questões exclusivamente políticas”. 
 
 
 
13 
 
Vale fazer um acréscimo de conteúdo principalmente para aqueles que vão prestar a prova da 
magistratura federal: nesta Constituição foi extinta a Justiça Federal, que foi instituída novamente, 
mas apenas em segunda instância (TFR), pela Constituição de 1946. 
 
 Constituição de 1946 
Principais destaques do período posterior ao ano de 1946: 
 Redemocratização 
 Controle concentrado (EC 16/65): Representação de Inconstitucionalidade 
 Controle concentrado estadual 
A hipertrofia do Executivo deixa de existir, sendo restabelecida a normalidade, em termos 
de controle. 
Não foi com a Constituição de 1946, mas com uma Emenda a ela que se incluiu, 
definitivamente, o controle abstrato, em tese, pela via direta, de atos normativos federais e 
estaduais do Poder Público em face da CF. Era a chamada representação genérica de 
inconstitucionalidade, nos moldes do sistema europeu, de competência do STF. O legitimado 
exclusivo era o PGR. 
O examinador adora cobrar do candidato que o controle concentrado não foi instituído pela 
Constituição de 1946, mas pela EC 16/65! 
 
14 
 
 
Essa temática foi cobrada na prova do de Juiz de Direito Substituto do TJ-MG de 2012. As seguintes 
assertivas foram consideradas CORRETAS: 
“O sistema judicial de controle de constitucionalidade brasileiro foi alterado pela Emenda n.º 16/65 
à Constituição Federal brasileira de 1946, uma vez que introduziu o controle judicial abstrato”. 
“O sistema judicial de controle de constitucionalidade brasileiro até a introdução do controle 
concentrado, por modificação operada na Constituição Federal de 1946, seguia o modelo norte-
americano, sendo que, a partir daí, recepcionou a concepção “austríaco-kelseniana”, sem, contudo, 
abandonar a fiscalização judicial difusa”. 
Veja outra alternativa considerada CORRETA, agora na prova de advogado da Prefeitura de Patos – 
PB de 2014: “Controle concentrado, também chamado de reservado ou sistema austríaco ou sistema 
europeu, é aquele atribuído a apenas um determinado órgão do Poder Judiciário, o STF (se o parâmetro 
for a Constituição Federal) e o TJ (no âmbito estadual e se o parâmetro for a Constituição Estadual). No 
Direto brasileiro foi introduzido por uma Emenda à Constituição de 1946 (EC 16/65).” 
 
Por fim, outra inovação da Constituição de 1946 foi a de trazer o controle de 
constitucionalidade concentrado no âmbito estadual. 
 Constituição de 1967 
 Controle concentrado estadual deixa de existir 
Esta Constituição fez com deixasse de existir o controle concentrado estadual que havia sido 
criado em 1946. 
 
 
15 
 Emenda n.1 de 1969 
 Restabelece o controle estadual para fins de intervenção 
É restabelecido o controle estadual, contudo, de forma mais restrita, sendo apenas aquele 
destinado para fins de intervenção dos Estados nos Municípios. 
 Constituição de 1988 
 Amplia os legitimados da ADI 
 Controle das omissões 
 ADPF 
 Controle estadual amplo 
 ADC com legitimados reduzidos (EC 03/93) 
 ADC com legitimados da ADI (EC 45/04) 
A atual Constituição ampliou significativamente os meios de proteção judicial e o controle de 
constitucionalidade. 
Nessa linha, os legitimados para a propositura da ADI foram ampliados, eis que anteriormente 
apenas o PGR poderia propor. 
 
A prova da PGFN de 2015 considerou ERRADA a alternativa que previa que “A ruptura do 
chamado ‘monopólio da ação direta’, outorgado ao PGR para exercício de controle de 
constitucionalidade de leis no Brasil, ocorreu com a Constituição de 1946”. 
 
 
 
16 
O controle das omissões inconstitucionais foi instituído, criando-se a ADO e o remédio 
constitucional do mandado de injunção. 
 
Além do MI, os outros remédios incluídos pela CF/88 foram o HD e o MS Coletivo. 
 
 
Foi criada a arguição de descumprimento de preceito fundamental- ADPF. 
O controle de constitucionalidade estadual passou a ser amplo, vedando a atribuição a um 
único órgão. 
A ADC foi estabelecida, inicialmente (EC 3/93), com os legitimados reduzidos (Presidente 
da República, Mesa do Senado, Mesa da Câmara, o Procurador Geral da República, Conselho 
Federal da OAB, Partidos Políticos com Representação no Congresso Nacional, Confederação 
Sindical e Entidades de Classe de Âmbito Nacional) e, posteriormente (EC 45/04), os 
legitimados da ADC foram equiparados aos da ADI. 
 
Questão da PGFN de 2015 considerou ERRADA a alternativa que previa que “A EC 03/93, que instituiu 
a ADC, estabeleceu como legitimados para propô-la os mesmos da ADI”. 
 
 
 
17 
3.2. Espécies de Inconstitucionalidade 
3.2.1. Inconstitucionalidade por Ação 
Para Canotilho, enquanto a inconstitucionalidade por ação pressupõe a existência de normas 
inconstitucionais, a inconstitucionalidade por omissão pressupõe a “violação da lei constitucional 
pelo silêncio legislativo (violação por omissão)” 
A inconstitucionalidade por ação trata da produção de atos legislativos ou normativos que 
contrariem dispositivos constitucionais. Esta inconstitucionalidade pode ser por motivos formais 
ou materiais. 
 Como o próprio nome induz, a inconstitucionalidade formal, também conhecida como 
nomodinâmica, verifica-se quando a lei ou ato normativo infraconstitucional contiver algum vício 
em sua “forma”, ou seja, em seu processo de formação, vale dizer, no processo legislativo de 
sua elaboração, ou, ainda, em razão de sua elaboração por autoridade incompetente. 
Podemos, então, falar em inconstitucionalidade formal orgânica, em inconstitucionalidade 
formal propriamente dita e em inconstitucionalidade formal por violação a pressupostos 
objetivos do ato. 
 A inconstitucionalidade formal orgânica decorre da inobservância da competência 
legislativa para a elaboração do ato. 
 A inconstitucionalidade formal propriamente dita decorre da inobservância do 
devido processo legislativo. Podemos falar, então, além de vício de competência 
legislativa (inconstitucionalidade orgânica), em vício no procedimento de elaboração 
da norma, verificado em momentos distintos: na fase de iniciativa ou nas fases 
posteriores. 
 Sobre a Inconstitucionalidade formalpor violação a pressupostos objetivos do ato 
normativo, Canotilho aponta que, “hoje, põe-se seriamente em dúvida se certos 
elementos tradicionalmente não reentrantes no processo legislativo não poderão 
ocasionar vícios de inconstitucionalidade. Estamos a referir-nos aos chamados 
 
18 
pressupostos, constitucionalmente considerados como elementos determinantes de 
competência dos órgãos legislativos em relação a certas matérias (pressupostos 
objectivos)”. 
Por sua vez, o vício material (de conteúdo, substancial ou doutrinário) diz respeito à 
“matéria”, ao conteúdo do ato normativo. Assim, aquele ato normativo que afrontar qualquer 
preceito ou princípio da Lei Maior deverá ser declarado inconstitucional, por possuir um vício 
material. 
Não interessa saber o procedimento de elaboração da espécie normativa, mas, de fato, o 
seu conteúdo. A inconstitucionalidade material é também conhecida como nomoestática. Uma 
lei pode padecer somente de vício formal, somente de vício material, ou ser duplamente 
inconstitucional por apresentar tanto o vício formal como o material2. 
3.2.2. Inconstitucionalidade por Omissão 
Há, ainda, a inconstitucionalidade por omissão diz respeito a não-elaboração de atos 
normativos ou legislativos que impossibilitem o cumprimento de preceitos constitucionais. 
Sempre que uma norma constitucional não puder ser cumprida em razão da inércia legislativa 
ou administrativa dos poderes constituídos, estaremos diante de uma inconstitucionalidade por 
omissão. 
Ela ocorre diante de norma constitucional de eficácia limitada, em que a Lei Maior exige 
do legislador ordinário a edição de uma norma regulamentadora para tornar viável o exercício 
de determinado direito nela assegurado, e o órgão legislativo ordinário permanece inerte, 
obstando o efetivo exercício daquele direito. 
Ao desrespeitar uma determinação constitucional de legislar, obstaculizando o exercício de 
um direito dependente de regulamentação, estará o legislador ordinário desrespeitando a 
supremacia constitucional, dando azo à declaração da inconstitucionalidade de sua inércia. 
Distingue a doutrina a inconstitucionalidade omissiva total da omissão parcial. 
 
2 Vide questão 2 
 
19 
A omissão é total quando o Poder Público, obrigado a legislar por força de determinação 
constitucional, não elabora a norma requerida, permitindo a existência de uma indesejável 
lacuna. 
A omissão é parcial quando o legislador produz a norma, mas o faz de modo insatisfatório, 
insuficiente para atender aos comandos da norma constitucional de regência. É o caso, por 
exemplo, da assim denominada lei excludente de benefício incompatível com o princípio da 
igualdade, que disciplina determinado direito constitucionalmente previsto, mas exclui de sua 
abrangência pessoas que deveriam ter sido alcançadas. 
Vale dizer, a lei requerida constitucionalmente é produzida pelo legislador ordinário, mas de 
forma imperfeita, porque os seus comandos não atingem todas as pessoas que deveriam ter 
sido por ela acobertadas, afrontando o princípio da igualdade. 
3.2.3. Inconstitucionalidade Originária 
A inconstitucionalidade originária é aquela que macula o ato no momento da sua 
produção, em razão de desrespeito aos princípios e regras da Constituição então vigente. 
O reconhecimento da inconstitucionalidade originária pressupõe, portanto, o confronto 
entre a lei e a Constituição vigente no momento da sua produção. Por exemplo, se estivermos 
nos referindo à inconstitucionalidade originária de uma lei produzida em 1985, certamente o 
confronto desta será com a Constituição de 1969, que vigorava quando esse diploma legal foi 
elaborado. 
3.2.4. Inconstitucionalidade Superveniente 
Ao contrário, fala-se em inconstitucionalidade superveniente quando a invalidade da 
norma resulta da sua incompatibilidade com texto constitucional futuro, seja ele originário ou 
derivado (emenda constitucional). 
Assim, uma lei editada em 1985 tornar-se-ia supervenientemente inconstitucional em 
05.10.1988, em virtude da promulgação de novo texto constitucional que fosse com ela 
 
20 
incompatível. Ou, ainda, uma lei hoje editada tornar-se-ia supervenientemente inconstitucional 
com a promulgação de futura Constituição (ou emenda constitucional) em sentido contrário. 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a existência da 
inconstitucionalidade superveniente. 
Para a Corte, a superveniência de texto constitucional opera a simples revogação do 
direito pretérito com ele materialmente incompatível, não havendo razões para se falar em 
inconstitucionalidade superveniente; não se trata de juízo de constitucionalidade, mas sim de 
mera aplicação de regra de direito intertemporal, segundo a qual a norma posterior opera a 
simples revogação (e não a inconstitucionalidade) do direito anterior com ela materialmente 
incompatível. 
3.3. Momentos do controle de constitucionalidade 
No que tange à oportunidade em que é exercido, o controle de constitucionalidade pode 
ser preventivo ou repressivo. Vejamos. 
 
1) Preventivo: Feito antes da elaboração da lei, impede que um projeto de 
lei venha a ser promulgado. Incide sobre o projeto de lei e é feito pelos 
Poderes Legislativo (Comissão de Constituição e Justiça) e Executivo (veto 
do Presidente da República). 
Note-se que o controle preventivo é, de regra, político (há uma única 
exceção em que o controle preventivo será judicial: Mandado de Segurança 
impetrado por Parlamentar perante o STF contra projeto de lei que 
considere inconstitucional). 
 
21 
2) Repressivo: também chamado sucessivo ou à posteriori, esta forma de 
controle é feita após a elaboração da lei ou ato normativo e tem por 
finalidade retirá-lo da esfera jurídica. No Brasil, este controle é exercido, em 
regra, pelo Poder Judiciário. 3 
 
3.4. Modelos do controle de constitucionalidade 
Partindo de um critério subjetivo ou orgânico, o controle judicial de constitucionalidade 
poderá ser difuso ou concentrado. 
De início, cumpre indicar que o controle judicial difuso é aquele que pode ser efetuado 
por qualquer juiz ou Tribunal, já o controle judicial concentrado é aquele que deve ser realizado 
por um único órgão, sendo o Supremo Tribunal Federal, quando o parâmetro for a Constituição 
Federal, e o Tribunal de Justiça, quando o parâmetro de controle for a Constituição Estadual. 
Sob outra perspectiva, do ponto de vista formal, o sistema poderá ser pela via incidental 
ou pela via principal. 
No sistema de controle pela via incidental (também chamado pela via de exceção ou 
defesa), o controle será exercido como questão prejudicial e premissa lógica do pedido 
principal. 
No sistema de controle pela via principal (abstrata ou pela via de “ação”), a análise da 
constitucionalidade da lei será o objeto principal, autônomo e exclusivo da causa. 
Verifica-se que, regra geral, o sistema difuso é exercido pela via incidental, destacando-
se, aqui, a experiência norte-americana, que, inclusive, influenciou o surgimento do controle 
difuso no Brasil. Por sua vez, o sistema concentrado é exercido pela via principal, como decorre 
da experiência austríaca e se verifica no sistema brasileiro. 
 
3 Vide questões 3, 4 e 11 desse material. 
 
22 
3.4.1. Controle difuso de constitucionalidade 
O sistema difuso de controle significa a possibilidade de qualquer juiz ou tribunal, 
observadas as regras de competência, realizar o controle de constitucionalidade4. 
A noção e a ideia de controle difuso de constitucionalidade, historicamente, devem-se ao 
famoso caso julgado pelo Juiz John Marshall da Suprema Corte norte-americana, que, 
apreciando o precedente Marbury v. Madison, em 1803, decidiu que, havendo conflito entre a 
aplicação de uma lei em um caso concreto e a Constituição, deve prevalecer a Constituição,por 
ser hierarquicamente superior. 
O controle difuso verifica-se em um caso concreto, e a declaração de 
inconstitucionalidade dá-se de forma incidental (incidenter tantum), prejudicialmente ao 
exame do mérito. Pede-se algo ao juízo, fundamentando-se na inconstitucionalidade de uma lei 
ou ato normativo, ou seja, a alegação de inconstitucionalidade será a causa de pedir processual. 
Distribuído o processo para turma, câmara ou seção, arguida, em controle difuso, a 
inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o 
Ministério Público e as partes, submeterá a questão ao referido órgão fracionário ao qual 
competir o conhecimento do processo, que poderá proferir duas decisões: rejeitar a arguição: o 
julgamento prosseguirá; acolher a arguição: a questão será submetida ao plenário do tribunal 
ou ao seu órgão especial, onde houver. Para esta última situação, o art. 97 da CF/88 estabelece 
que somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do 
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou 
ato normativo do Poder Público. Temos aqui a chamada cláusula de reserva de plenário, 
também denominada regra do full bench. A referida regra estabelecida para “tribunal”, não 
estando, portanto, direcionada para o juízo monocrático, mesmo que, incidentalmente, no 
controle difuso, declare a inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo.5 
 
 
4 Vide questão 7 desse material 
5 Vide questão 12 desse material. 
 
23 
 
Três observações importantes sobre a cláusula de reserva de plenário: 
Segundo o STF, a cláusula de reserva de plenário (full bench) é aplicável somente aos 
textos normativos erigidos sob a égide da atual Constituição, com isso, o juízo de recepção 
pode ser realizado por órgão fracionário dos tribunais. 
Ademais, entende o Pretório Excelso que não há violação da cláusula de reserva de 
plenário quando o órgão fracionário apenas aplica decisão anterior sobre o texto normativo 
já proferida pelo STF ou pelo próprio Pleno ou Corte Especial do Tribunal. 
Por fim, entende o STF que a cláusula não se aplica aos julgamentos em controle difuso, 
como por excelência no Recurso Extraordinário, proferidos por seus órgãos fracionários, 
porquanto as Turmas têm competência regimental para isso. Nada impede, contudo, que o 
relator afete a matéria ao Pleno quando entender que o tema é relevante ou para propor a 
revisão de jurisprudência. Lenza sustenta que tal postura viola a CF, porquanto o regimento não 
está acima da Lei Maior. É jurisprudência defensiva, dado o elevado número de processos 
pendentes na Corte. 
 
 
No momento que a sentença declara ser a lei inconstitucional no âmbito do controle 
difuso realizado incidentalmente, ela produz efeitos pretéritos, atingindo a lei desde a sua 
edição, tornando-a nula de pleno direito. 
Para as partes os efeitos serão, em regra, inter partes, caso em que a decisão está limitada 
às partes do processo; e ex tunc: consagra-se a regra na nulidade. Se a lei ou o ato normativo 
é inconstitucional, estamos diante de vício congênito, ou seja, vício de “nascimento”. Assim, a 
declaração de inconstitucionalidade produz, em regra, efeito retroativo. 
 
24 
Essas regras, contudo, apresentam exceções. No tocante à perspectiva da nulidade, o STF 
tem admitido a técnica da modulação dos efeitos da decisão também no controle difuso, 
aplicando-se, por analogia, o art. 27 da Lei n. 9.868/99. 
Enquanto a declaração de inconstitucionalidade é de competência do Supremo Tribunal 
Federal, a suspensão geral da aplicação da lei é atribuição do Senado Federal. 
Integram-se, Supremo Tribunal Federal e Senado, para a execução de uma tarefa 
constitucional comum, pertinente ao controle de constitucionalidade das leis e atos normativos 
em geral. Sem a declaração do Tribunal Maior, o Senado Federal não pode atuar, pois não lhe 
é dado suspender a execução de lei não declarada inconstitucional, mas tão só ampliar a eficácia 
da decisão da Corte Máxima. 
Destarte, a função do Senado Federal - suspender a execução de lei julgada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal - nada mais é do que estender erga omnes os 
efeitos de uma decisão judicial proferida em um caso concreto, que inicialmente alcançava 
exclusivamente as partes do processo. O Senado Federal não está obrigado a suspender a 
execução da lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, podendo julgar 
a oportunidade e a conveniência de praticar tal ato. 
A espécie normativa utilizada pelo Senado Federal para a suspensão da eficácia da lei 
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal é a resolução, vale dizer, a suspensão 
da execução da lei, se houver, será formalizada por meio da expedição de uma resolução do 
Senado Federal. 
 
Desde a decisão proferida pelo STF na ADI 3470 de novembro de 2017 se considera aplicável 
ao nosso ordenamento jurídico a teoria da abstrativização do controle difuso, porquanto 
houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF para que as decisões proferidas pelo Pleno 
 
25 
do Pretório Excelso em controle difuso produzam os mesmos efeitos das decisões proferidas 
em controle concentrado, ou seja, efeitos vinculantes e “erga omnes”. A comunicação que se 
faz ao Senado Federal existe apenas para que a Casa Legislativa de publicidade ao quanto 
decidido6. 
 
 
Antes se entendia que não seria possível realizar o controle difuso de constitucionalidade 
em sede de ação civil pública - ACP, porquanto os seus efeitos são erga omnes e isso usurparia 
a competência do STF. Contudo, o Supremo superou esse entendimento, indicando7 que a 
fiscalização incidental e difusa de constitucionalidade é possível, já que não é o objeto único da 
demanda, mas questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal, que não fará 
parte do dispositivo e que produzirá efeitos inter partes. Apontou-se, por fim, que de maneira 
alguma impedirá que a questão venha ser novamente debatida em ação de controle 
concentrado. 
 
3.4.2. Controle concentrado de constitucionalidade 
Por seu turno, no sistema concentrado, como o nome já diz, o controle se “concentra” 
em um ou mais de um (porém em número limitado) órgão. Trata-se de competência 
originária do referido órgão. 
O controle concentrado tem inspiração austríaca, nos escritos de Hans Kelsen e é mais 
recente na nossa tradição constitucional. Ele pode ser realizado por órgãos específicos, 
 
6 Vide jurisprudência comentada ao final do presente capítulo. 
7 Recl. 1898 ED, rel. CM, 06/14 
 
26 
conforme o parâmetro seja a CF ou a CE e se diz abstrato, porquanto o objeto é a lei em tese. 
Ademais, se dá por ação direta (ADI, ADC, ADO, ADPF), ou seja, procedimento judicial específico. 
Somado a isso, o debate em apreço é o pedido. Por fim, ele é vinculante, todos os órgãos do 
judiciário e da administração têm que adotar, sob pena de caber a reclamação8. 
 
Segundo a jurisprudência: os Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de 
constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição 
Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. STF. Plenário. 
RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 
1º/2/2017 (repercussão geral) (Info 852). 
 
 
 
É importante notar que as bancas de concurso adoram perguntar sobre o controle abstrato de 
normas municipais da CF de reprodução obrigatória pelos Estados. Veja como a FCC cobrou 
esse aspecto no ano de 2019 na prova de Promotor de Justiça do MPE-MT: “De acordo com 
disposições normativas pertinentes e o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca 
do controle de constitucionalidade no direito brasileiro, Tribunaisde Justiça podem exercer 
 
8 Vide questões 10 e 12 desse material 
 
27 
controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas 
da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados”. 
 
 
 
No direito brasileiro, como exceção à regra do controle concentrado e abstrato de 
constitucionalidade, podemos pensar em situação na qual o controle será concentrado (em 
órgão de cúpula, com competência originária), mas incidental, discutindo-se a questão de 
constitucionalidade como questão prejudicial ao objeto principal da lide. 
Como exemplo de controle concentrado e incidental, há o art. 102, I, “d”, que estabelece 
ser competência originária do STF processar e julgar o habeas corpus, sendo paciente qualquer 
das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra 
atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo 
Tribunal Federal. 
 
3.5. Ações do controle concentrado de constitucionalidade 
O controle concentrado de constitucionalidade de lei ou ato normativo recebe tal 
denominação pelo fato de “concentrar-se” em um único tribunal. Pode ser verificado nas 
seguintes situações: Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica, Ação Declaratória de 
Constitucionalidade, Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por Omissão. 
 
28 
3.5.1. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
A ação direta de inconstitucionalidade - ADI é a ação típica do controle abstrato brasileiro, 
tendo por escopo a defesa da ordem jurídica, mediante a apreciação, na esfera federal, da 
constitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, federal ou estadual, em face das 
regras e princípios constantes explícita ou implicitamente na Constituição da República. 
Nela, a inconstitucionalidade da lei é declarada em tese, sem que esteja sob apreciação 
qualquer caso concreto, já que o objeto da ação é justamente o exame da validade da lei em 
si. 
A declaração da inconstitucionalidade não é incidental, não ocorre no âmbito de 
controvérsia acerca de caso concreto que envolva aplicação de uma lei cuja validade se 
questiona; a própria ação tem por fim único o reconhecimento da invalidade da lei ou ato 
normativo impugnado. 
A função precípua da ação direta de inconstitucionalidade é a defesa da ordem 
constitucional, possibilitando a retirada da lei ou ato normativo inconstitucional do sistema 
jurídico. 
Os legitimados para a propositura da ação direta de inconstitucionalidade perante o 
Supremo Tribunal Federal estão arrolados no art. 103 da Constituição Federal, a saber: Presidente 
da República; Mesa do Senado; Mesa da Câmara dos Deputados; Procurador Geral da República; 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; Partido político com representação no 
Congresso Nacional; Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito 
Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; Confederação sindical ou entidade de 
classe de âmbito nacional. 
Dentro os referidos legitimados, apenas o partido político com representação no 
Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional 
necessitam de advogado para a propositura das ações do controle abstrato. 
 
29 
 Os demais legitimados podem propor diretamente as ações sem nenhuma representação 
mesmo não sendo advogados habilitados pela Ordem dos Advogados do Brasil. 
 O partido político com representação no Congresso Nacional dispõe de legitimidade 
ativa para a instauração do processo de fiscalização abstrata de constitucionalidade, podendo 
ajuizar ADI perante o Supremo Tribunal Federal, qualquer que seja o número de representantes 
da agremiação partidária nas Casas do Poder Legislativo da União. 
 Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a aferição da legitimidade deve 
ser feita no momento da propositura da ação e a perda superveniente de representação do 
partido político no Congresso Nacional não o desqualifica como legitimado ativo para a 
ação direta de inconstitucionalidade. 
Quanto à legitimação das entidades de classe de âmbito nacional, o STF firmou o 
entendimento de que o exigido "caráter nacional" não decorre de mera declaração formal em 
seus atos constitutivos, mas da real existência de associados ou membros em pelo menos 
nove estados da Federação. 
Ademais, entidades de classe - ainda que de caráter nacional - cuja representação abranja, 
tão somente, parcela da categoria funcional não são legitimadas para instaurar controle abstrato 
de constitucionalidade de norma que extrapole o universo de seus representados. 
À luz da jurisprudência do STF, o Presidente da República, as Mesas da Câmara e do 
Senado, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil e os partidos políticos com representação no Congresso Nacional possuem legitimidade 
ativa universal, podendo ajuizar ADI em face de qualquer ato normativo do Poder Público, 
federal ou estadual, independentemente do requisito "pertinência temática", são os chamados 
legitimados universais. 
Por outro lado, nas hipóteses de ação direta ajuizada por confederações sindicais, por 
entidades de classe de âmbito nacional, por Mesas das Assembleias Legislativas estaduais ou da 
Câmara Legislativa do Distrito Federal e, finalmente, por Governadores dos estados-membros e 
 
30 
do Distrito Federal há que se observar o requisito da pertinência temática entre o conteúdo 
do ato e as funções ou atividades do legitimado, são os legitimados especiais. 
A ADI é um instrumento para a apreciação da validade de lei ou ato normativo federal 
ou estadual, desde que editados posteriormente à promulgação da Constituição Federal de 
1988. O direito municipal não pode ser impugnado em sede de ADI. 
 
Nesse sentido, cobrou a prova de Promotor de Justiça do MPE-GO de 2019: “Não se admite 
Ação Direta de Inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal, para a declaração de 
inconstitucionalidade de ato normativo municipal, contestado em face da Constituição Federal”. 
 
O direito municipal (Lei Orgânica e leis e atos normativos municipais) somente poderá 
ser declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito do controle difuso, 
quando uma controvérsia concreta chega ao Tribunal por meio do recurso extraordinário, ou, 
excepcionalmente, por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental - ADPF. 
Já no que fiz respeito às leis do Distrito Federal, como este ente federado dispõe da 
competência legislativa dos estados e dos municípios, somente poderão ser impugnadas em 
ADI perante o STF as leis distritais editadas no desempenho de sua competência estadual. 
 
31 
Para que uma norma possa ser objeto de ADI, deverá ela satisfazer, cumulativamente, 
aos seguintes requisitos: 
No processo abstrato, o parâmetro de controle é a Constituição em vigor, abrangendo 
não só as normas constitucionais originárias como também as normas constitucionais derivadas, 
resultantes de emenda à Constituição. 
A declaração de inconstitucionalidade poderá ter por fundamento dispositivo ou princípio 
constitucional não suscitado pelo autor, porém, vislumbrado pelos ministros da Corte durante a 
apreciação da ação. 
A sua propositura não se sujeita a prazo de prescrição ou decadência, haja vista que 
os atos inconstitucionais não se convalidam no tempo. 
Com base no princípio da indisponibilidade da ação, uma vez proposta a ação direta 
de inconstitucionalidade, o autor não poderá dela desistir. Da mesma forma, não se admite 
a desistência do pedido de medida cautelar (liminar) em ação direta de inconstitucionalidade. 
Conhecida a ADI, o relator pedirá informaçõesaos órgãos ou às autoridades dos quais 
emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Tal pedido tem o condão de obter maiores 
subsídios para que a Corte firme posição sobre a matéria. 
Há, ainda, a figura do amicus curiae. Trata-se da possibilidade de ser admitida no 
processo manifestação formal de órgãos ou entidades que efetivamente representem interesses 
Ter sido editada na 
vigência da atual 
Constituição;
Ser dotada de 
abstração, 
generalidade ou 
normatividade;
Possuir natureza 
autônoma (não 
meramente 
regulamentar); 
Estar em vigor.
 
32 
passíveis de serem afetados pelo resultado do julgamento da ADI. Para isso deverão ser 
satisfeitas pelos interessados, cumulativamente, duas pré-condições, a saber: 
a) Relevância da matéria e 
b) Representatividade do postulante. 
A admissão de terceiros na qualidade de amicus curiae não lhes assegura o direito à 
interposição de recursos no respectivo processo de ADI. 
 Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral 
da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo 
de quinze dias. 
A atuação do Advogado-Geral da União está regulada pelo art. 103, § 3.º, da Carta Maior, 
que determina a sua citação quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a 
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, para que defenda o ato ou 
texto impugnado. 
 Recente jurisprudência da Corte aponta que o Advogado-Geral da União dispõe de 
plena autonomia para agir, e poderá escolher como se manifestará - pela constitucionalidade, 
ou não, da norma impugnada -, de acordo com sua convicção jurídica. Poderá ele, portanto, 
deixar de defender a constitucionalidade da norma impugnada, segundo, exclusivamente, seu 
entendimento jurídico sobre a matéria. 
A manifestação do Procurador-Geral da República é imprescindível, podendo opinar 
pela procedência ou pela improcedência da ação direta proposta. Porém, seu parecer, 
evidentemente, tem natureza meramente opinativa e, portanto, não vincula o Supremo 
Tribunal Federal9. 
Pode o Supremo Tribunal Federal processar e julgar o pedido de medida cautelar nas 
ações diretas de inconstitucionalidade. Ela constitui um provimento jurisdicional que busca 
assegurar a utilidade da futura decisão de mérito da ação. 
 
9 Vide questão 6 desse material 
 
33 
Satisfeitos os pressupostos processuais, a Corte apreciará liminarmente o pedido do autor 
da ação direta, a fim de afastar dano irreparável, ou de difícil reparação, que adviria caso os 
efeitos decorrentes da solução da controvérsia ocorressem somente por ocasião da decisão 
meritória. 
O pedido de cautelar é apreciado pelo Supremo Tribunal Federal diante da alegação, pelo 
autor da ação, da presença dos pressupostos fumus boni juris e periculum in mora. 
A medida cautelar será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do 
Tribunal (seis votos), devendo estar presentes na sessão, pelo menos, oito Ministros, salvo 
no período de recesso, quando poderá ser concedida monocraticamente pelo Presidente do 
STF, ad referendum do Tribunal Pleno. 
Em caso de urgência, a jurisprudência do STF também tem admitido a concessão 
monocrática de medida cautelar, pelo Ministro relator, e não somente, como no período de 
recesso, pelo Presidente do Tribunal, ad referendum do Plenário, mesmo fora do período de 
recesso da Corte. 
Em regra, a medida cautelar é concedida com eficácia ex nunc, gerando efeitos 
somente a partir do momento em que o Supremo Tribunal Federal a defere. Excepcionalmente, 
porém, a medida cautelar poderá ser concedida com eficácia retroativa, com efeitos ex tunc, 
repercutindo sobre situações pretéritas, desde que o Pretório Excelso expressamente lhe 
outorgue esse alcance. 
A medida cautelar é dotada de eficácia geral (erga omnes) e efeito vinculante 
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e 
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Em decorrência automática de sua força 
vinculante, a medida tem também o efeito de suspender, durante o período de sua eficácia, o 
julgamento de todos os processos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da 
ação. 
 Caso os demais órgãos do Poder Judiciário ou a Administração Pública direta e indireta 
desobedeçam à suspensão determinada na medida cautelar, caberá reclamação diretamente 
 
34 
ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou 
cassará a decisão judicial reclamada. A concessão da medida cautelar em ação direta de 
inconstitucionalidade torna aplicável (provisoriamente) a legislação anterior acaso existente, 
salvo expressa manifestação do STF em sentido contrário. 
Art. 103- A, §3º Os atos administrativos ou decisão judicial que contrariar a 
súmula aplicável ou indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao 
Supremo Tribunal Federal que julgando-a procedente, anulará o ato 
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que 
outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. 
Registre-se, em acréscimo, que, “Considerado o que dispõe o art. 103-A, 
“caput”, da Constituição, somente a partir da data em que o enunciado 
sumular é publicado em órgão da imprensa oficial é que passa a ter 
eficácia vinculante, impondo-se, em consequência, à observância dos 
demais juízes e Tribunais, excluídos do seu alcance todos os atos decisórios 
anteriores à sua publicação. – A parte reclamante, para ter legítimo 
acesso à via reclamatória, deve demonstrar que o ato reclamado tenha 
sido proferido posteriormente à publicação, na imprensa oficial, do 
enunciado de súmula vinculante invocado como paradigma.” (Rcl 24393 
AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 
20/09/2019). 
 
Observe como o tema foi cobrado na prova de Promotor de Justiça do MPE-GO aplicada 
em 2019: “O ato administrativo ou a decisão judicial que contrariar súmula aplicável ou que 
 
35 
indevidamente a aplicar está sujeito à Reclamação ao Supremo Tribunal Federal somente após 
a publicação da súmula na imprensa oficial”. 
 
É necessária a presença de, pelo menos, oito Ministros (dois terços) para o julgamento 
da ação. Alcançado esse número e iniciada a sessão, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a 
inconstitucionalidade se num ou noutro sentido se tiverem manifestado, pelo menos, seis 
Ministros, a maioria absoluta dos membros da Corte. 
Para a aplicação da modulação dos efeitos temporais da decisão que reconhece a 
inconstitucionalidade com eficácia ex nunc ou pro futuro, exige-se decisão de dois terços dos 
Ministros, oito votos. 
Proferida a decisão de mérito, contra ela não caberá nenhum recurso, exceto 
embargos de declaração, para sanar eventual omissão, contradição ou obscuridade. 
Ademais, propostos os embargos de declaração ou expirado o prazo sem a sua interposição, 
sejam eles julgados procedentes ou improcedentes, a decisão transitará em julgado e contra ela 
não caberá absolutamente nenhum recurso, tampouco ação rescisória. 
 
 A seguinte assertiva foi considerada CORRETA no concurso de outorga de delegações do 
Estado do Rio Grande do Sul: "o relator da ADI, dentre outras possíveis decisões, poderá negar 
seguimento a pedido ou recurso manifestamente inadmissível, deles não conhecer em caso de 
incompetência manifesta e, ainda, cassar liminarmente acórdão contrário à orientação firmada."10 
 
 
 
 
10 Vide questão 8 deste material. 
 
36 
3.5.2. Ação Declaratória de Constitucionalidade 
A ação declaratória de constitucionalidade - ADC foi introduzida no ordenamento jurídico 
brasileiro pela Emenda Constitucional n. 3, de 17.03.1993. 
Esta ação tem como objetivo principal transferir ao Supremo Tribunal Federal a 
apreciaçãosobre a constitucionalidade de um dispositivo legal que esteja sendo objeto de 
grande controvérsia entre os juízes e demais tribunais, uma vez que, decidida a questão pelo 
Tribunal Maior, o Poder Judiciário e a Administração Pública direta e indireta, nas esferas 
federal, estadual e municipal, ficarão vinculados à decisão proferida. 
 Com isso, o STF converte a presunção relativa de constitucionalidade da norma - 
atributo presente em todos os atos do Poder Público - em uma presunção absoluta de 
constitucionalidade, haja vista que sua decisão não poderá ser contrariada pelos demais órgãos 
do Poder Judiciário ou pela Administração Pública, direta e indireta, em todas as esferas, 
conforme explicitado. 
A ação declaratória de constitucionalidade possui a mesma natureza jurídica da ação 
direta de inconstitucionalidade. Há somente um aspecto que as diferencia: o pedido do autor, 
que, na ADI, é pela declaração da inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, enquanto, na 
ADC, é pela declaração da constitucionalidade da lei ou ato normativo. Com isso, as duas ações 
têm as mesmas características e praticamente o mesmo processo e julgamento perante o 
Supremo Tribunal Federal. 
O objeto da ação declaratória de constitucionalidade está limitado exclusivamente às 
leis ou atos normativos federais. 
Há, portanto, uma relevante distinção entre o controle abstrato realizado pelo Supremo 
Tribunal Federal em sede de ADI e aquele exercido via ADC. No primeiro, poderão ser 
impugnados leis e atos normativos federais e estaduais, além dos atos expedidos pelo Distrito 
Federal no desempenho de sua competência estadual. Já em sede de ADC, só poderá ser 
requerida a declaração da constitucionalidade de leis e atos normativos federais. 
 
37 
 Constitui pressuposto para o ajuizamento de ADC a existência de controvérsia judicial 
que esteja pondo em risco a presunção de constitucionalidade da lei ou ato normativo. 
O autor da ação deve comprovar a existência dessa relevante controvérsia judicial sobre 
a lei que ele quer ver declarada constitucional pela Corte Suprema, juntando à petição inicial 
decisões judiciais, prolatadas no âmbito do controle incidental, que suscitem controvérsia sobre 
ser a lei constitucional ou inconstitucional. 
O STF firmou o entendimento de que só a controvérsia judicial relevante autoriza a 
propositura de ação declaratória de constitucionalidade, não sendo suficiente a comprovação 
de celeuma doutrinária. 
Ainda, afirmou que a relevância da controvérsia não está ligada ao número de decisões 
judiciais proferidas pelas instâncias inferiores (aspecto quantitativo), mas sim à importância da 
norma objeto da controvérsia e ao risco potencial de proliferação de tais decisões, de forma a 
configurar real ameaça à presunção de constitucionalidade dessa norma (aspecto qualitativo). 
A medida cautelar em ADC consistirá na determinação de que os juízes e os tribunais 
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato 
normativo objeto da ação até o julgamento definitivo da ADC pelo Supremo Tribunal 
Federal. 
Segundo o STF, a medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade possui 
efeito vinculante, obrigando todos os demais órgãos do Poder Judiciário e a Administração 
Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
A Corte Maior afastou a obrigatoriedade de citação do Advogado-Geral da União no 
processo de ADC, entendendo que nessa ação, porquanto se esteja buscando exatamente a 
preservação da presunção de constitucionalidade do ato que é seu objeto, não há razão para 
que este órgão atue como defensor dessa mesma presunção. 
Os efeitos da decisão de mérito proferida pelo Supremo Tribunal Federal em ação 
declaratória de constitucionalidade são exatamente os mesmos anteriormente expostos em 
relação à ação direta de inconstitucionalidade. 
 
38 
Em síntese, significa que a decisão de mérito em ADC será dotada de eficácia contra 
todos, efeitos retroativos e força vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e 
municipal. 
Ademais, caso seja proclamada a inconstitucionalidade da norma (improcedência da ADC), 
a decisão terá efeitos repristinatórios em relação à legislação anterior acaso existente. 
Ainda em relação aos efeitos da decisão de mérito, é também possível em ADC que o 
Supremo Tribunal Federal aplique a técnica da modulação (ou manipulação) dos efeitos 
temporais da pronúncia de inconstitucionalidade, desde que estejam presentes os pressupostos 
legais para essa medida - razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social - e haja 
decisão de dois terços dos membros do Tribunal. 
3.5.3. Arguição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental 
A Constituição Federal estabelece que a arguição de descumprimento de preceito 
fundamental, decorrente da CF/88, será apreciada pelo STF, na forma da lei. 
A Lei n. 9.882/99, regulamentando o disposto na constitucional, definiu as regras 
procedimentais para a aludida arguição. A ADPF será cabível, nos termos da lei em comento, 
seja na modalidade de arguição autônoma, seja na hipótese de arguição incidental. 
A hipótese de arguição autônoma tem por objeto evitar ou reparar lesão a preceito 
fundamental, resultante de ato do Poder Público. Percebe-se nítido caráter preventivo na 
primeira situação (evitar) e caráter repressivo na segunda (reparar lesão a preceito fundamental), 
devendo haver nexo de causalidade entre a lesão ao preceito fundamental e o ato do Poder 
Público, de que esfera for, não se restringindo a atos normativos, podendo a lesão resultar de 
qualquer ato administrativo, inclusive decretos regulamentares. 
 
39 
Nos termos em que foi regulada, a ADPF permite que questões até então não passíveis 
de apreciação nas demais ações do controle abstrato de constitucionalidade (ADI e ADC) possam 
ser poder ser objeto de exame. 
Como exemplo, há a possibilidade de impugnação de atos normativos municipais em 
face da Constituição Federal e o cabimento da ação quando houver controvérsia envolvendo 
direito pré-constitucional. 
Ainda, impende observar que a ADPF não se restringe à apreciação de atos normativos, 
podendo, por meio dela, ser impugnado qualquer ato do Poder Público de que resulte lesão 
ou ameaça de lesão a preceito fundamental decorrente da Constituição Federal. 
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal em sede de ADPF são dotadas de 
eficácia erga omnes e efeito vinculante, o que significa dizer que as orientações firmadas pela 
Corte Suprema nessa ação nortearão o juízo sobre a legitimidade ou a ilegitimidade de atos de 
teor idêntico editados pelas diversas entidades federadas. 
A doutrina pátria é homogênea quanto à existência, na Lei 9.882/1999, de previsão de 
duas modalidades distintas de ADPF: uma arguição autônoma, com natureza de ação, e uma 
arguição incidental ou paralela, que pressupõe a existência de uma ação original em função 
da qual os legitimados ativos para a propositura da ADPF podem suscitar a arguição, 
levando a matéria constitucional à apreciação direta do Supremo Tribunal Federal. 
No caso da ADPF incidental, a controvérsia constitucional relevante se origina em 
processos concretos, nos quais estão sendo discutidos interesses subjetivos. No caso de um 
dos legitimados à propositura da ADPF entender que a controvérsia constitucional suscitada 
nos processos concretos é relevante poderá, então, propor a arguição dita incidental ou 
paralela, sendo-lhe facultado, ainda, requerer liminar, que "poderá consistir na determinação de 
que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, 
ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de 
descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada".40 
O incidente não pode, de forma nenhuma, ser provocado pelas partes do processo 
concreto em que se verifica a relevante controvérsia constitucional; se for o caso, a ADPF será 
ajuizada, como peça independente, por um dos legitimados ativos determinados pela 
Constituição Federal. 
A ADPF tem potencialmente como objeto: 
a) Qualquer ato (ou omissão) do Poder Público, incluídos os não-normativos, que 
acarrete lesão ou ameaça de lesão a preceito fundamental decorrente da 
Constituição, visando a evitar ou reparar tal lesão; 
b) Leis e atos normativos federais, estaduais e municipais (e também os distritais, 
inclusive os editados com fulcro nas competências municipais do DF), abrangidos 
os anteriores à Constituição, desde que exista acerca de sua aplicação relevante 
controvérsia constitucional e que a aplicação ou a não aplicação desses atos 
implique lesão ou ameaça de lesão a preceito fundamental decorrente da 
Constituição. 
O Supremo Tribunal Federal deixou assente que a expressão "ato do Poder Público" 
não inclui os atos políticos. Estes não são passíveis de impugnação judicial, desde que 
praticados dentro das esferas de competência e nas hipóteses constitucionalmente delineadas, 
em conformidade com as formalidades prescritas na própria Constituição, sob pena de afronta 
ao princípio da separação dos Poderes. 
Por força do princípio da subsidiariedade, não será admitida arguição de 
descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar 
a lesividade. Esta natureza subsidiária da arguição de descumprimento de preceito fundamental 
acarreta a possibilidade de que uma ação ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal como 
ADPF venha a ser conhecida pela Corte, não como ADPF, mas como alguma outra ação 
integrante do sistema de controle objetivo. 
Em função deste princípio, os atos normativos federais e estaduais (bem como os distritais 
editados no uso das competências estaduais do DF) pós-constitucionais não poderão ser objeto 
da arguição, porque é possível sua impugnação mediante ação direta de inconstitucionalidade. 
 
41 
Também não pode a ADPF ser utilizada para pedir a declaração de constitucionalidade de lei 
ou ato normativo federal pós-constitucional, já que tais atos podem ser objeto de ADC. 
Quanto ao pedido poderá ser pelo reconhecimento da constitucionalidade ou da 
inconstitucionalidade do ato ou norma, desde que comprovada a lesão a preceito 
fundamental. 
O Supremo Tribunal Federal deixou claro que compete a ele próprio identificar as normas 
que devem ser consideradas preceitos fundamentais decorrentes da Constituição Federal para 
o fim de conhecimento das arguições de descumprimento de preceito fundamental que perante 
a Corte sejam ajuizadas. 
Ao disciplinar os efeitos das decisões de mérito em ADI e ADC, a Lei 9.868/1999 
estabeleceu que tais decisões têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos 
órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal11. 
3.5.4. Ação Direta de Inconstitucionalidade por 
Omissão 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão - ADO, novidade introduzida no 
direito brasileiro pela Constituição de 1988, é modalidade abstrata de controle de omissão por 
parte de órgão encarregado de elaboração normativa, destinando-se a tornar efetiva 
disposição constitucional que dependa de complementação. O que se busca com a ADO é 
combater a síndrome de inefetividade das normas constitucionais. 
O objeto de uma Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por omissão é suprir a 
omissão dos poderes constituídos, que deixaram de elaborar a norma regulamentadora que 
possibilita o exercício de um direito previsto na Constituição. 
 
11 Vide questão 1 do material. 
 
42 
Segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, a ADO não se restringe à omissão 
legislativa, alcançando, também, a omissão de órgãos administrativos que devam editar atos 
administrativos em geral, necessários à concretização de disposições constitucionais. 
Assim, a inconstitucionalidade por omissão verifica-se naqueles casos em que não sejam 
praticados atos legislativos ou administrativos normativos requeridos para tornar plenamente 
aplicáveis normas constitucionais, já que muitas destas requerem uma lei ou uma providência 
administrativa ulterior para que os direitos ou situações nelas previstos se efetivem na prática. 
Nessas hipóteses, se tais direitos não se realizarem por omissão do legislador ou do 
administrador em produzir a regulamentação necessária à plena aplicação da norma 
constitucional, tal omissão poderá caracterizar-se como inconstitucional. 
Vejamos as peculiaridades da ADO, que a distinguem da ação direta de 
inconstitucionalidade genérica. Quanto aos demais aspectos, valem para a ADO todas as 
características, processo e julgamento referentes à ADI genérica, vistos no tópico anterior. 
Quanto à legitimidade ativa, é preciso atentar que legitimado pelo art. 103 da Constituição 
não poderá propor uma ação direta por omissão se ele é a autoridade competente para iniciar 
o processo legislativo questionado nessa ação. 
Quanto à legitimidade passiva, será apontado pelo autor da ADO o órgão ou autoridade 
que não cumpriu o dever que lhe foi imposto pela Constituição, de editar a norma faltante para 
a concretização do direito constitucional. 
Necessário se faz observar, caso a caso, o poder de iniciativa de lei, haja vista que, se os 
membros do Poder Legislativo não dispõem de iniciativa sobre a respectiva matéria, não 
poderão eles ser acoimados de omissos. Assim, se a iniciativa de lei sobre a matéria é privativa 
do Presidente da República e ele não apresenta o respectivo projeto de lei ao Poder Legislativo, 
este não poderá ser apontado como órgão omisso na ADO. Nesse caso, o requerido deverá ser 
o Presidente da República (que permanece omisso quanto ao seu poder-dever de iniciativa 
sobre a matéria), e não o Congresso Nacional. 
 
43 
Com base na classificação das normas constitucionais quanto ao grau de eficácia e 
aplicabilidade elaborada por José Afonso da Silva, só dará ensejo à propositura da ação direta 
de inconstitucionalidade por omissão a falta de norma regulamentadora de: 
a) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios 
programáticos (normas programáticas propriamente ditas); 
b) Normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios 
institutivos ou organizativos de natureza impositiva. 
As normas constitucionais de eficácia limitada definidoras de princípios institutivos 
ou organizativos de natureza facultativa não autorizam a propositura da ADO, já que 
outorgam uma simples faculdade ao legislador. 
Nesta ação, só poderão ser impugnadas omissões normativas federais e estaduais, 
bem como as omissões do Distrito Federal concernentes a suas competências estaduais. 
As omissões de órgãos municipais não se sujeitam a impugnação em ADO perante o 
Supremo Tribunal Federal. 
A oitiva do Advogado-Geral da União em ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão não é obrigatória, podendo o relator ouvi-lo, ou não. Já a manifestação do Procurador-
Geral da República, nas ações diretas de inconstitucionalidade por omissão em que não for 
autor, é obrigatória. 
Nos demais aspectos procedimentais, estabelece a lei que se aplicam ao procedimento 
da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as regras relativas ao 
procedimento da ação direta de inconstitucionalidade genérica. 
Declarada a inconstitucionalidade por omissão, por decisão da maioria absoluta de 
seus membros, desde que presentes à sessão de julgamento pelo menos oito ministros, 
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. 
Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser 
adotadas no prazo de trintadias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo 
 
44 
Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. 
Assim, se a omissão for de um dos Poderes do Estado, não há que se falar em fixação de 
prazo para a edição da norma faltante. 
Importante diferenciar a ADO do Mandado de Injunção. Apesar de guardarem 
semelhanças, o mandado de injunção destina-se à proteção de direito subjetivo do autor, cujo 
exercício está obstado em razão da falta de norma regulamentadora, havendo, portanto, um 
interesse jurídico específico manifestado diante de um caso concreto (em que o indivíduo busca 
exercitar esse interesse). Ao contrário, a ADO configura controle abstrato de constitucionalidade 
e, sendo processo objetivo, é instaurada sem relação a um caso concreto de interesse do autor 
da ação. 
 
 
45 
QUADRO SINÓPTICO 
 
 
RIGIDEZ DA CONSTITUIÇÃO
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA 
DA CONSTITUIÇÃO
INCONSTITUCIONALIDADES 
DAS LEIS
NECESSIDADE DO CONTROLE 
DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
46 
 
 
MODELOS DE 
CONTROLE JUDICIAL
CONCENTRADO
Somente o órgão de 
cúpula do Judiciário 
realiza o controle
DIFUSO
Todos os órgãos do 
Poder Judiciário 
realizam o controle.
VIAS DE CONTROLE 
JUDICIAL
INCIDENTAL
(concreta)
O controle é 
instaurado diante de 
uma controvérsia 
concreta, com o fim 
de afastar a aplicação 
da lei ao caso. 
PRINCIPAL 
(abstrata)
O controle é 
instaurado em tese, 
na defesa do 
ordenamento jurídico
 
47 
QUADRO COMPARATIVO ENTRE AS AÇÕES DO 
CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE 
Itens: ADI ADC ADPF 
Pedido 
Inconstitucionalidade 
com possibilidade de 
cumulação com pedido 
de Constitucionalidade 
Constitucionalidade 
com possibilidade de 
cumulação com pedido 
de Inconstitucionalidade 
Inconstitucionalidade 
ou 
Constitucionalidade 
Objeto 
Leis e atos normativos 
federais e estaduais 
Leis e atos normativos 
federais 
Leis e atos normativos 
federais, estaduais, 
municipais e pré-
constitucionais 
Possibilidade de ter 
ato normativo 
municipal como 
objeto 
Não Não Sim 
Legitimação Art. 103, CRFB/88 Art. 103, CRFB/88 Art. 103, CRFB/88 
Exigência de 
comprovação de 
controvérsia judicial 
relevante sobre a 
aplicação da lei 
Não Sim 
Sim, para a ADPF 
Incidental. 
Não, para ADPF 
autônoma. 
Possibilidade de 
medida cautelar 
Sim Sim Sim 
 
48 
Força da decisão 
concessiva de 
medida cautelar 
Sustação da vigência da 
norma impugnada. 
 
Suspensão dos processos 
que envolvam a lei 
impugnada. 
 
Torna aplicável legislação 
anterior, em regra. 
Determina que juízes e 
os tribunais suspendam 
o julgamento dos 
processos que 
envolvam a aplicação 
da lei ou do ato 
normativo objeto da 
ação até seu 
julgamento definitivo. 
Poderá sustar a eficácia 
do ato impugnado até 
o julgamento de mérito. 
 
Poderá consistir na 
determinação de que 
juízes e tribunais· 
suspendam o 
andamento de 
processos ou os efeitos 
de decisões judiciais. 
 
Ou de qualquer outra 
medida que apresente 
relação com a matéria 
objeto da ADPF. 
Prazo de eficácia da 
medida cautelar 
Não há determinação 
de limite. 
180 dias 
Não há determinação 
de limite. 
Efeitos Temporais 
da medida cautelar 
Em regra, ex nunc. 
 
Caso o STF determine, 
poderão ser ex tunc. 
Em regra, ex nunc. 
 
Caso o STF determine, 
poderão ser ex tunc. 
Em regra, ex nunc. 
 
Caso o STF determine, 
poderão ser ex tunc. 
Participação do PGR Sim Sim Sim 
Participação do 
AGU 
Sim Não Sim 
 
49 
Efeitos da decisão 
definitiva de mérito 
Eficácia erga omnes, 
efeito vinculante e ex 
tunc. 
Eficácia erga omnes, 
efeito vinculante e ex 
tunc. 
Eficácia erga omnes, 
efeito vinculante e ex 
tunc. 
Possibilidade de 
modulação dos 
efeitos temporais 
É necessário que 
existam razões de 
segurança jurídica ou 
excepcional interesse 
social. 
É necessário que 
existam razões de 
segurança jurídica ou 
excepcional interesse 
social. 
É necessário que 
existam razões de 
segurança jurídica ou 
excepcional interesse 
social. 
Possibilidade de 
desistência da ação 
Não Não Não 
Possibilidade de 
ação rescisória 
contra a decisão 
Não Não Não 
Intervenção de 
Terceiros 
Apenas na figura do 
amicus curiae. 
Apenas na figura do 
amicus curiae. 
Apenas na figura do 
amicus curiae. 
Quórum para 
instalação da sessão 
de julgamento 
Devem estar presentes, 
ao menos, oito 
ministros. 
Devem estar presentes, 
ao menos, oito 
ministros. 
Devem estar presentes, 
ao menos, oito 
ministros. 
Votação 
Mínimo de seis votos 
necessários. 
Mínimo de seis votos 
necessários. 
Mínimo de seis votos 
necessários. 
Recorribilidade da 
decisão do STF 
Apenas embargos 
declaratórios. 
Apenas embargos 
declaratórios. 
Apenas embargos 
declaratórios. 
 
50 
Possibilidade de ser 
instituída pelos 
estados-membros 
Competência dos 
Tribunais de Justiça 
para incompatibilidade 
entre leis locais e a 
Constituição do Estado 
Competência dos 
Tribunais de Justiça 
para incompatibilidade 
entre leis locais e a 
Constituição do Estado 
Competência dos 
Tribunais de Justiça 
para incompatibilidade 
entre leis locais e a 
Constituição do Estado 
Prazo decadencial 
ou prescricional 
Não há. Não há. Não há. 
 
 
51 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
Questão 1 
(FCC – 2020 – TJ – MS – Juiz Substituto) A Constituição Federal estabelece que a Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), dela decorrente, será apreciada pelo 
Supremo Tribunal Federal (STF), na forma da lei. A esse propósito, considerada a regulamentação 
da matéria à luz da jurisprudência da referida Corte, 
 
A) em sede de medida liminar, pode ser determinada a suspensão dos efeitos de decisões 
judiciais relacionadas com a matéria objeto da ADPF, admitida a relativização dos decorrentes 
de coisa julgada, por decisão de maioria qualificada do STF, diante de circunstâncias de 
excepcional interesse social. 
B) admite-se o ingresso de amici curiae na ADPF, pela aplicação, por analogia, do estabelecido 
em lei relativamente à ação direta de inconstitucionalidade, desde que demonstradas a 
relevância da matéria e a representatividade dos postulantes. 
C) considerado seu caráter subsidiário, não pode a ADPF ser conhecida como ação direta de 
inconstitucionalidade, acaso manejada em hipótese de cabimento desta, sendo inaplicável o 
princípio da fungibilidade entre ações de controle concentrado. 
D) não se admite a modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade em sede de 
ADPF, por ausência de previsão legal, diferentemente do que ocorre em relação às ações direta 
de inconstitucionalidade e declaratória de constitucionalidade. 
E) as normas processuais destinadas a resguardar os interesses da Fazenda Pública, a exemplo 
da exigência de intimação pessoal dos entes públicos para início da contagem de prazos, são 
aplicáveis no âmbito da ADPF, embora não o sejam nos demais processos de controle 
concentrado, por sua natureza objetiva. 
Comentário: 
 
52 
“A) em sede de medida liminar, pode ser determinada a suspensão dos efeitos de decisões 
judiciais relacionadas com a matéria objeto da ADPF, admitida a relativização dos decorrentes 
de coisa julgada, por decisão de maioria qualificada do STF, diante de circunstâncias de 
excepcional interesse social.” 
 
Errada! De acordo com a Lei n. 9.882/99, não se admite que a liminar consista na determinação 
medida que apresente relação com a matéria objeto da ADPF se decorrentes da coisa julgada. 
Veja: “art. 5º, § 3º - A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais 
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer 
outra medida que apresente relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento de 
preceito fundamental, salvo se decorrentes

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