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Anamnese do idoso - Geriatria

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1 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
Anamnese do 
Idoso 
1 
1 
 
 
 SENESCÊNCIA: alterações relacionadas ao 
envelhecimento normal. 
 SENELIDADE: alterações determinadas por 
afecções que acometem o idoso. 
↪ Processo patológico de envelhecimento. 
 População idosa acima de 60 anos 
↪ A saúde do idoso está relacionada com a sua 
capacidade de funcionar sozinho, de cuidar da sua 
própria vida (AVD). 
 
SÍNDROMES GERIÁTRICAS 5 I’S 
 Insuficiência cognitiva: compromete as funções 
encefálicas superiores sendo capaz de prejudicar a 
funcionalidade da pessoa. O que afeta as atividades 
diárias do indivíduo. (Ex: Alzheimer) 
↪ As principais etiologias da incapacidade cognitiva 
são: demência, depressão, delirium e doenças 
mentais. 
 
 Incontinência urinária e/ou fecal: caracterizada 
pela perda involuntária de urina/fezes. 
↪ Condição altamente prevalente nos idosos. 
↪ Condição que não é natural do envelhecimento. 
 
↪ Tipos: transitória e estabelecida. 
- Transitória: perda de urina precipitada por uso de 
medicamento, aspecto psicológico, que cessa ou 
melhora após o controle do fator desencadeante. 
(Exemplo de causa: Infecção urinária) 
 
- Permanente/estabelecida: perda involuntária de 
urina que ocorre com o aumento da pressão intra-
abdominal (tosse, espirro, atividade física) na 
ausência de contrações vesicais. 
 
↪ Perguntas para diferenciar o tipo de incontinência 
que o paciente apresenta: 
“O senhor (a) perde urina ao longo do dia? Com 
que frequência isso acontece? Em quais situações 
acontece?” 
↪ Fazer o mesmo para a investigação das fezes. 
 
 Instabilidade postural e quedas: paciente que 
sente alteração devido a patologias que possibilitem 
a queda ou questões psicológicas. (Monica) 
 
↪ A instabilidade postural do idoso leva à queda. 
↪ É importante analisar condições de como 
ocorreu, quais os sinais e sintomas que a 
antecederam, a existência de comorbidades, se o 
idoso conseguiu levantar sozinho e se houve 
consequências. 
↪ Uma das principais causa de óbitos de pacientes 
idosos, principalmente daqueles que estão 
internados. 
↪ Uma causa fisiológica é o declínio da forca 
muscular. (sarcopenia). 
 
 Imobilidade: qualquer limitação de movimento. 
↪ Deterioração dos sistemas corporais secundários 
à inatividade musculoesquelética. 
↪ Causas: quedas 
↪ Configura-se como imobilidade, quando o 
período de repouso (7 a 10 dias) é ultrapassado e 
passa para o período de 10 a 15 dias. 
↪ Síndrome da imobilidade: ocorre quando há 
supressão de todos os movimentos articulares, que, 
prejudica a mudança postural compromete a 
independência, leva à incapacidade, à fragilidade e à 
morte. 
 
 Iatrogenia: qualquer alteração patogênica 
provocada pratica médica. 
↪ Qualquer ato médico que causa uma 
consequência danosa ao paciente 
↪ Exemplo: medicamentosa, polifarmácia, distanásia. 
CICLO CELULAR 
OBSERVAÇÃO: 
 Atribuir doenças ao envelhecimento é um erro! 
↪ Doenças: Hipertensão arterial, diabetes, artrite 
reumatoide. 
 Demência x demência senil -> demência senil é 
natural, não é evolutiva e não traz tanto prejuízo 
como a demência. 
 Idoso não é adulto velho 
 Não infantilizar. 
CICLO CEL 
COMPLEXIDADE DO IDOSO 
 
 
 
 Doenças ocultas (doenças que não são naturais do 
envelhecimento e o idoso e/ou familiares acham 
que é natural do envelhecimento. (Exemplo: 
incontinência urinária/fecal). 
 Coexistência de múltiplas doenças (Exemplo: 
diabetes e hipertensão). 
 Polifarmácia (uso de mais de 5 medicamentos e 
automedicação). 
 Incapacidade e perda funcional 
 Síndromes Geriátricas (são os 5 I’S + 
fragilidade/síndrome da fragilidade) 
ANAMNESE 
CONCEITOS 
 
2 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
 Fragilidade (decorrente do acúmulo de vários 
fatores: doenças potencialmente não relacionadas, 
disfunções subclínicas e deficiência em 
determinados órgãos, partes ou sistemas do 
organismo, declínio de força, velocidade da marcha 
reduzida). 
 
 
 
 Apresentações atípicas (sintomas inespecíficos, 
como a febre) 
 Maior probabilidade de morte/final da vida/doença 
sem perspectiva de cura. 
 
↪ Detalhes da vida social importantes: a idade, estado 
civil, profissão (atividades laborais que o idoso exerceu 
durante sua vida), religião, tipo de moradia, qual o valor 
da aposentadoria. 
 
PECULIARIDADES DO IDOSO 
ATENÇÃO: 
 Estabelecer vínculo (chamar pelo nome e pegar na 
mão). 
 Comunicação – considerar déficits sensoriais 
(auditivo e visual). 
 Acessibilidade – identificar limitações (fácil acesso de 
telefone, estrutural e profissional – poder ligar para 
o médico e tirar dúvidas). 
 Identificar relação com cuidador/acompanhante 
(saber se a relação é estável ou instável e também 
para identificar quando o idoso está tentando 
esconder informações para o médico). 
 Escuta qualificada – multifatores envolvidos (atenção 
ao paciente) 
 
OBSERVAÇÃO: iatrogenia da palavra -> ocorre 
quando o médico mente para o paciente sobre cura, 
promessas que não serão cumpridas pelo profissional. 
(Monica) 
- Tratado de Geriatria: associada ao desconhecimento 
de técnicas de comunicação de más notícias. 
 
AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA – AGA 
 Processo diagnóstico multidimensional (investiga de 
forma aprofundada o paciente). 
 Gerenciamento de recursos necessários para o 
tratamento 
 Identificação de problemas/limitações/demandas e 
planejamento terapêutico. (situações que podem 
piorar ao longo do tempo; acompanhamento em 
longo prazo). 
 
PASSOS DA AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA 
 Avaliação global do paciente: história e exames 
físicos tradicionais são insuficientes para avaliar as 
dimensões que interferem na vida do idoso, mas 
são imprescindíveis para diagnosticar as causas da 
incapacidade, em conjunto com a AGA. 
 Discussão multidisciplinar 
 Desenvolvimento do plano de cuidados 
 Implementação do plano de cuidados 
 Monitoramento de resposta 
 Revisão do plano. 
 
Dimensões 
avaliadas 
Instrumentos e meios de 
avaliação 
Capacidade funcional ABVDs: índice de Katz, escala de 
Barthel, MIF (Medida de 
Independência Funcional) 
AIVDs: questionário de Pfeffer, 
escala de Lawton, QMC, MIF 
AVDs avançadas: individualizada – 
lazer, trabalho, interação social. 
Cogniçao Bateria breve de tester (MEEM, FV, 
TR, figuras, CERAD) 
Humor Escala geriátrica de depressão - GDS 
Mobilidade Avaliação do risco de quedas, teste 
de velocidade de marcha, TGAG, 
Romberg, equilíbrio unipodálico. 
Comunicação Acuidade visual, auditiva, avaliação 
da linguagem. 
Polifarmácia, suporte 
social, questões 
financeiras 
História clínica 
Avaliação nutricional Força de preensão, CP, MAN, 
deglutição, dentição 
 
↪ Adicionais (incontinência, disfunção sexual, segurança 
ambiental, espiritualidade, diretivas antecipadas, 
testamento vital). 
 
 
 
 
 
 
 
3 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
FUNCIONALIDADE 
 
 
 
 
↪ Avalia as limitações do idoso e quais medidas são 
mais eficazes dentro dessas limitações de atividades que 
sugerem independência. 
↪ Exemplo de adaptações: se o paciente não 
consegue mais amarrar os sapatos, sugerir que troque 
por calçados que não precise amarrar; 
Saber se na alimentação o idoso necessita de ajuda; 
Avalia se o idoso necessita de ajuda na sua locomoção 
de um local para outro, entre outros. 
 
 
 
 
 
ESCORE: 
9 - Totalmente dependente 
10 a 15 - Dependência grave 
16 a 20 - Dependência moderada 
21 a 25 - Dependência leve 
26 a 27 - Independente 
 
↪ Avalia a autonomia do idoso que são atividades que o 
paciente escolhe fazer, como trabalhos domésticos, 
trabalhos manuais, lavar e passar roupa e fazer escolhas 
na área financeira. (atividades instrumentais). 
↪ Considerar sempre o
“pior” do paciente para tratar 
logo e curá-lo da causa mais imediata e após poder 
proceder com as demais etapas. 
↪ Feita com o próprio paciente. 
 
 
4 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
 
 
↪ Considera a funcionalidade cognitiva com a 
capacidade de realizar atividades instrumentais (AIVDs). 
↪ É aplicado diretamente ao cuidador do idoso. 
↪ Não pode ser aplicado ao idoso sozinho. 
↪ Escores > 6 devem chamar a atenção e, se 
associados a outros testes de função cognitiva alterados, 
indica encaminhamento para avaliação neurológica mais 
aprofundada (BRASIL, 2007). 
 
CASOS CLÍNICOS 
CASO 1: 
IDENTIFICAÇÃO 
Idosa, 80 anos, viúva, feminino, evangélica, 
natural do Maranhão, mora em Davinópolis com 
cinco filhos, sete netos, analfabeta, ex 
quebradeira de coco. 
 Acompanhante neta Edilene – cooperativa 
 
QUEIXA PRINCIPAL 
Relata esquecimentos rotineiros, onde guardou 
objetos, nomes de pessoas, porém lembra depois. 
Relata que tem medo de ficar “esclerosada” já 
que ainda cuida dos afazeres da casa. Percebeu 
que isso começou após problemas de alcoolismo 
do filho mais velho, e que agora vive nervosa e 
preocupada. Chorou durante consulta, mas 
acredita estar mais emotiva hoje porque discutiu 
com o filho ontem. 
 
INTERROGATÓRIO COMPLEMENTAR 
 AMP: hipertensão arterial compensada, sem 
cirurgias prévias. 
 AMF: desconhece doenças e causa de morte 
dos pais, irmãos com hipertensão e diabetes. 
 EM USO DE: captopril 25 mg 2x ao dia, 
dipirona, se dor. 
 Nega alergias a medicamentos. 
 CABEÇA E PESCOÇO: nega tonturas e cefaleia. 
 DENTIÇÃO E DEGLUTIÇÃO: próteses bem 
adaptadas, ida recente ao dentista. 
 VISÃO E AUDIÇÃO: sem déficit 
 ACR: nega sintomas cardiorrespiratórios 
 TGI: nega sintomas gástricos, evacuação 
normal diária. 
 AGU: relata incontinência de urgência, 
menopausa aos 51 anos, acompanhamento 
ginecológico > 10 anos. 
 OSTEOARTICULAR: lombalgia mecânica – 
piora com esforços, leve, não incapacitante. 
 NEUROPSIQUIÁTRICO: nega tremor, nega 
alterações de marcha. 
↪ Relata que não lembra quando começou os 
esquecimentos, diz que sempre foi muito 
preocupada e às vezes desatenta. 
↪ Queixa de memória não tem caráter 
progressivo, queixa não confirmada por 
acompanhante. 
 
 FUNCIONALIDADE: não tem dificuldades na 
realização de suas tarefas rotineiras, é 
independente para atividades instrumentais e 
básicas de vida. 
 QUEDAS: nega quedas no último ano. 
 DIETA: apetite preservado, dieta rica em 
carboidratos (mingaus, arroz e cuscuz), baixa 
ingesta de água, de verduras e frutas. 
 HUMOR: relata que está mais triste nos 
últimos meses, se preocupa com filho 
desempregado e alcoólatra, chorou durante 
consulta, relata anedonia. 
 
HÁBITOS DE VIDA 
 Tabagismo atual: masca fumo 2 – 3 x por dia 
desde a juventude. 
 Etilismo: nega 
 Sono: não reparador, sonolência diurna. Deita 
as 22h, dorme as 00H, acorda as 6h, múltiplos 
 
5 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
despertares, demora a dormir, pois fica 
pensando nos filhos. 
 Vacinação: tomou a de influenza 
 Atividade física: não pratica atividade física 
 Sexualidade: sem atividade sexual desde 
viuvez há 15 anos 
 Atividade de lazer: não tem. 
 
CONDUTA: 
 
 
 
 
 
 
 
CASO 2: 
 Idosa aposentada, mora com um filho 
alcoólatra, desempregado, uma filha 
balconista solteira, um filho técnico de 
enfermagem, dois netos pequenos. Cuida da 
casa (só não faz faxina pesada), cozinha, 
cuida dos netos durante o dia. Aposentada 
com um salário mínimo, filhos que moram 
com ela ajudam nas despesas da casa. 
Demais filhos moram próximo, porém não a 
visitam regularmente. 
 Casa própria, pequena, com 4 cômodos e 
quintal amplo, sem escadas, não possui 
animal de estimação. 
 Trabalhou desde cedo ajudando a mãe em 
casa e depois quebrando coco para extração 
de azeite e carvão. Manteve-se nessa função 
até os 65 anos e parou por limitações 
motoras. 
 
AGA 
 Problemas identificados: 
- Distúrbio do humor 
- Distúrbio do sono 
- Queixa cognitiva sem alteração de 
funcionalidade 
- Erro alimentar/baixa ingesta de água 
- Baixo suporte social 
 
PLANO TERAPÊUTICO 
 Avaliar uso de antidepressivo com efeito no sono 
 Acompanhamento com psicologia 
 Higiene do sono 
 Orientações nutricionais e aumentar ingesta de 
líquidos 
 Oriento sobre queixa cognitiva 
 Presença de filhos em próxima consulta 
Avaliação de Força e 
Mobilidade MMSS e II 
 
PESQUISA DAS FUNÇÕES DE MEMBROS 
SUPERIORES 
↪ A Avalia a capacidade proximal e distal/dinamometria. 
↪ A mão do homem é um instrumento complexo que 
se destina a objetivos múltiplos: 
 Órgão sensorial: fornece informações sobre o 
ambiente (temperatura, textura, sentir aspectos 
mais delicados); 
 Órgão do sistema locomotor: consegue fazer 
distinções sobre o meio externo, já que combina 
força e destreza; 
 Tem grande influência na eficiência social e criativa 
do homem. 
↪ Sarcopenia: está ligada não apenas com a diminuição 
da massa muscular esquelética, mas também com um 
declínio gradual na função muscular, incluindo um 
decréscimo na capacidade de produção de força, na 
velocidade máxima de encurtamento e uma lentidão 
geral no processo de contração e relaxamento. [avaliada 
através da circunferência da panturrilha esquerda, que 
se for inferior a 31 cm indica diminuição da massa 
muscular (OMS)]; 
↪ A avaliação da força é um dos elementos da função 
manual mais simples de se mensurar além de ser rápida 
e objetiva; 
↪ A avaliação válida e confiável da força de preensão 
manual é um parâmetro importante para determinar a 
efetividade de várias estratégias terapêuticas, definir 
metas de tratamento e avaliar a habilidade do paciente 
para retornar a atividades funcionais; 
↪ Quando o antebraço está em ângulo reto com o 
braço, o tendão do bíceps está inserido cerca de 5 cm 
à frente do fulcro no cotovelo, e o comprimento total 
da alavanca do antebraço é aproximadamente 35 cm. 
Nesse caso, a quantidade de potência de levantamento 
pelo bíceps na mão seria somente um sétimo da força 
muscular de 136 kg ou, mais precisamente, em torno de 
19,5 kg. 
↪ Com o envelhecimento, a musculatura vai diminuindo, 
especialmente as fibras do tipo II, de contração rápida, 
como as encontradas nas mãos. Com isso, a força 
muscular vai diminuindo, estando na 8ª década de vida 
40% quando comparada à 2ª década. 
 
AVALIAÇÃO DA FORÇA 
↪ Essa avaliação difere do jovem para o adulto; 
↪ Instrumento reconhecido na literatura e na clínica 
para avaliação de mão é o dinamômetro. É 
recomendado pela American Society of hand Therapists 
 
6 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
(ASHT) para medir a força de preensão na avaliação de 
pacientes com diversas desordens na extremidade 
superior tais como: artrite reumatoide, síndrome do 
túnel do carpo, epicondilite lateral, AVC, lesões 
traumáticas e doenças neuromusculares; 
↪ Objetivos: para comparar a efetividade de 
procedimentos cirúrgicos e terapêuticos; definir metas 
de tratamento; e avaliar a habilidade do paciente para 
retornar às atividades funcionais; 
↪ Estudos demonstram que os resultados dos testes 
de força de preensão manual podem ser influenciados 
por variações na posição do corpo (ARTIGO: Medida da 
força de preensão manual – validade e confiabilidade do 
dinamômetro saehan); 
↪ Posição recomendada (ASHT): paciente deve estar 
sentado confortavelmente em uma cadeira sem braços, 
com os pés apoiados no chão e quadril e joelho 
posicionados a aproximadamente 90 graus de flexão. O 
ombro do membro testado deve ficar aduzido e em 
rotação neutra, cotovelo em flexão de 90 graus, o 
antebraço na posição neutra e a posição do punho 
pode variar entre 0 e 30 graus de extensão e
entre 0 a 
15 graus de adução. A mão do membro não testado 
repousa sobre a coxa do mesmo lado. 
↪ Mão direita e esquerda são avaliadas alternadamente, 
por 3 vezes cada, e feita a média dos valores (intervalo 
de 15 a 30 segundos de repouso na mesma mão); 
↪ A medida das três vezes que é testado nos braços 
direito e esquerdo, devem ser somadas e feita a média 
de cada um; 
 
 
 
↪ O examinador deve ficar à frente e a baixo do 
paciente segurando o aparelho para posicioná-lo e 
mostrar como o instrumento funciona, explicar que ele 
deve fazer força máxima ao apertar o aparelho. E 
depois o examinador solta o aparelho e o paciente para 
testar se esse entendeu o procedimento, sem que seja 
exercida força no aparelho nessa primeira etapa, a qual 
é realizada somente para conhecimento; 
↪ O paciente deve ser instruído a manter o 
posicionamento durante os testes e corrigido pelo 
examinador quando necessário; 
↪ Acessórios tais como relógios, pulseiras, anéis e 
braceletes devem ser removidos de ambos os 
membros superiores do paciente antes do início dos 
testes; 
↪ O paciente não deve fazer força em nenhum outro 
membro, apenas no membro testado; 
↪ A força máxima deve ser feita entre 3 a 6 segundos 
de duração, após isso, o movimento do aparelho não se 
modifica; 
↪ Geralmente, ocorre variação na medida de força 
entre homens e mulheres, onde os homens apresentam 
medida mais alta. E também ocorre variação na medida 
de força da mão direita para a esquerda. 
 
AVALIAÇÃO DA MARCHA 
↪ A marcha ou deambulação é a sequência dinâmica 
de eventos que possibilitam que o indivíduo se desloque, 
mantendo a posição bípede, com um gasto energético 
mínimo, uma postura aceitável e uma estabilidade 
adequada; 
↪ Deve-se avaliar como o paciente para (base de 
sustentação), se essa base é alargada e se o paciente 
apresenta desequilíbrio; 
↪ Avalia se o paciente possui alterações características 
de alguns tipos de marchas e se o paciente possui um 
membro maior ou menor que o outro. 
↪ A avalia a distância entre os tornozelos (não pode 
ultrapassar 10 cm) e também deve ser observado o 
desvio do ângulo de um pé para o outro ao andar; 
↪ É uma atividade complexa, que resulta de ações 
reflexas e voluntárias; 
↪ Para que o indivíduo possa deambular são 
necessárias a integridade e sincronia entre a flexibilidade, 
a força muscular e o equilíbrio; 
 
 
 
↪ O ciclo da marcha é composto por duas fases: 
 Fase de apoio: que se inicia quando o calcanhar toca 
o solo e termina quando o hálux e a extremidade 
anterior dos dedos deixa o solo, caracterizando a 
impulsão; 
 Fase de oscilação: começa com a impulsão e 
termina com o choque do calcâneo no solo. 
 
OBS: Pacientes que sofreram amputação do hálux 
(exemplo: diabéticos) perdem a impulsão na marcha e 
 
7 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
apresentam-se com pé arrastado na deambulação e 
certa perda de equilíbrio. 
 
MARCHA SENIL – marcha fisiológica 
Caracterizada por: 
 Base alargada 
 Diminuição do balanço dos braços 
 Postura encurvada 
 Flexão de quadril e joelhos 
 Dificuldade para retornar 
 Passos curtos 
 Lentidão 
 O idoso perde o centro/eixo de gravidade 
 
POSTURA E EQULÍBRIO 
 
 
 
↪ São frequentes em idosos a presença de hipercifose 
torácica (A) ou tóraco-lombar (B), associada à flexão do 
tronco, protrusão do pescoço e retificação da lordose 
lombar; 
↪ Ocorre uma protrusão abdominal; 
↪ Essas alterações deslocam o centro de gravidade 
para frente, predispondo o idoso a instabilidades 
posturais e a quedas; 
↪ Essas alterações podem estar relacionadas a doenças 
comuns no processo de envelhecimento tais como 
osteoporose, osteoartrite, artrites reumatoides, AVC, 
Parkinson e outras podem desencadear alterações 
posturais graves acentuando as alterações posturais do 
envelhecimento; 
↪ A partir dos 40 anos a altura vai diminuindo, o que 
contribui também para alterações posturais. 
 
↪ A marcha, equilíbrio, coordenação motora, reflexos, 
força e tônus muscular devem ser avaliados; 
↪ O idoso se torna inseguro e tem dificuldade no 
equilíbrio, como por exemplo, manter-se apoiado em 
um pé só ou nos calcanhares; 
↪ Lesões no cerebelo podem produzir marcha de base 
alargada, atáxica e insegura; 
↪ O tônus muscular é avaliado pela palpação e por 
movimentação passiva dos membros superiores ou 
inferiores; 
↪ A força é avaliada em todos os grupamentos 
musculares. 
 
OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA MARCHA 
 Para detectar a causa da alteração da marcha e 
realizar a abordagem especifica; 
 Orientar o paciente e familiar que há uma alteração 
na deambulação, prevenindo riscos de quedas ou 
outra comorbidade – auxiliar quanto ao uso de 
calçados corretos, tapetes antiderrapentes, entre 
outros; 
 Encaminhar ao fisioterapeuta para uma reeducação, 
treinos de marcha específicos e prescrição de 
auxílios para deambulação (andadores, bengalas e 
outros); 
 Estimular o paciente a praticar exercícios dentro de 
suas limitações. 
 
 
 
TESTES DE AVALIAÇÃO DA MARCHA 
↪ O teste Timed Get up and go é um bom teste de 
rastreio: o paciente levanta-se da cadeira, percorre três 
metros e senta-se novamente, um tempo maior que 20 
segundos indica necessidade de intervenção; 
↪ Já o teste Get up and go não analisa o tempo e sim 
como o idoso procede (qualidade). 
↪ Escala de Mobilidade e equilíbrio de Tinetti (POMA – 
Brasil) 
- Definição: índice que detecta alterações na locomoção, 
diagnostica e quantifica a gravidade do 
comprometimento e prediz o risco de quedas 
(FREITAS et al., 2002; CHONG, 1995). Performance-
Oriented Mobility Assessment (POMA), traduzido como 
 
8 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
Avaliação da Mobilidade Orientada pelo Desempenho 
para o Brasil; 
- O principal objetivo de Tinetti et al. (1986) era a 
realização de um protocolo de treino para detecção de 
risco de quedas em indivíduos idosos. Composição: 
 ESCALA DE EQUILÍBRIO - possui 09 itens: 
equilíbrio sentado, levantando, tentativas de 
levantar, assim que levanta, equilíbrio em pé, 
teste dos três tempos, olhos fechados, 
girando 360º e sentando. 
 ESCALA DE MARCHA – possui 07 itens: 
início da marcha, comprimento e altura dos 
passos, simetria dos passos, continuidade 
dos passos, direção, tronco e distância dos 
tornozelos. 
 INTERPRETAÇÃO: 
 0 – 19 pontos: elevado risco de queda 
(5x maior) 
 19 – 24 pontos: moderado risco de 
queda 
 24 – 28 pontos: baixo risco de queda. 
 
↪ Teste Tríplice Prova (avalia principalmente AVDs) 
 
CABS MS – ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA 
PESSOA IDOSA 
↪ De acordo com a caderneta do ministério da saúde, 
se o examinador avalia a função dos MMSS e função 
dos MMII através dos testes proximal e distal e Timed 
Get up and go, não precisa, necessariamente, realizar o 
exame físico completo dos MMSS e MMII. Porém, se os 
testes apresentarem alguma alteração de incapacidade, 
dor ou restrição do movimento, é necessário realizar 
um exame físico mais aprofundado de acordo com a 
alteração detectada. 
. 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 
↪ Deve realizar a antropometria; 
↪ Segundo a Associação Americana de Saúde Pública, 
o estado nutricional é definido como a “condição de 
saúde de um indivíduo influenciada pelo consumo e 
utilização de nutrientes e identificada pela correlação de 
informações obtidas através de estudos físicos, 
bioquímicos, clínicos e dietéticos”. Portanto, o estado 
nutricional é detectado a partir de vários parâmetros, 
que podem ser utilizados e avaliados de forma isolada ou 
associada; 
↪ Para o idoso, a determinação do seu estado 
nutricional deve considerar, entre outros, uma complexa 
rede de fatores, onde é possível relatar o isolamento 
social, a solidão, as doenças crônicas, as incapacidades e 
as alterações fisiológicas próprias do processo de 
envelhecimento; 
↪ Deve avaliar o estado
de nutrição do idoso através 
do valor de perda de peso do idoso, IMC, formulário de 
avaliação do estado nutricional, circunferência da cintura, 
circunferência do braço, circunferência da panturrilha, 
dobra cutânea tricipital, dobra cutânea subescapular e 
força de preensão palmar; 
↪ Se o paciente for avaliado através do formulário de 
avaliação do estado nutricional obtiver na primeira parte 
escore de 12 pontos, é desnecessário continuar a 
avaliação; 
↪ É de fundamental importância conhecer as 
mudanças corpóreas normais que ocorrem durante o 
processo de envelhecimento, principalmente nos países 
em desenvolvimento, onde a população idosa apresenta 
um envelhecimento funcional precoce. As alterações 
biológicas próprias deste processo incluem a progressiva 
diminuição da massa corporal magra e de líquidos 
corpóreos, o aumento da quantidade de tecido 
gorduroso, a diminuição de vários órgãos (como rins, 
fígado, pulmões) e, sobretudo, uma grande perda de 
músculos esqueléticos. Todos esses aspectos justificam 
a busca de condutas e diagnósticos nutricionais que 
visem a melhora da qualidade de vida desse grupo 
etário.. 
↪ Para uma avaliação nutricional adequada devem ser 
utilizados parâmetros bioquímicos, dietéticos e clínicos, 
além dos antropométricos, que se referem às medidas 
das dimensões corporais que determinam os depósitos 
de tecido adiposo e massa magra, a avaliação subjetiva 
do estado nutricional e a avaliação da força de preensão 
palmar. 
↪ A avaliação nutricional do idoso é parte integrante da 
Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) por ser uma 
ferramenta sensível de detecção dos fatores de risco 
associados à desnutrição. 
↪ Mini Avaliação Nutricional – MNA - MNA é uma 
ferramenta de avaliação nutricional que pode identificar 
em pacientes com idade maior ou igual a 65 anos, que 
estão desnutridos ou com risco de desnutrição. Consiste 
em um questionário que pode ser completado em 10 
minutos. Ele é dividido, além da triagem, em quatro 
partes: avaliação antropométrica (IMC, circunferência do 
braço, circunferência da panturrilha e perda de peso); 
avaliação global (perguntas relacionadas com o modo de 
vida, medicação, mobilidade e problemas psicológicos); 
 
9 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
avaliação dietética (perguntas relativas ao número de 
refeições, ingestão de alimentos e líquidos e autonomia 
na alimentação); e autoavaliação (a autopercepção da 
saúde e da condição nutricional). A soma dos escores da 
MNA permite uma identificação do estado nutricional 
além de identificar riscos. 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do Estado Mental e 
Humor do Idoso 
 
COGNIÇÃO 
↪ É a capacidade mental de compreender e resolver 
os problemas do cotidiano. 
↪ Constituída por um conjunto de funções corticais, 
formadas pela memória, linguagem, função executiva 
(capacidade de planejamento, antecipação, 
sequenciamento e monitoramento de tarefas 
complexas), praxia (capacidade de executar um ato 
motor), gnosia (percepção - capacidade de 
reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis), 
função visuoespacial (capacidade de localização no 
espaço e percepção das relações dos objetos entre si) 
e humor. 
↪ Cognição é o termo empregado para descrever o 
funcionamento mental do indivíduo, incluindo a habilidade 
para perceber, lembrar, tomar decisões, planejar, 
sequenciar e produzir respostas adequadas às 
solicitações e estímulos externos (Cabral (et al., 2005). 
 
 
 
↪ Quando for aplicar os testes, não falar que vai fazer 
testes pra avaliar a cognição, explicar com linguagem 
mais fácil sobre o que o teste avalia. 
 
FUNÇÃO COGNITIVA 
↪ As doenças que causam limitações da função 
cognitiva constituem um dos maiores problemas dos 
pacientes idosos, pois resultam em dependência e perda 
de autonomia, com grande sobrecarga para os familiares 
e cuidadores. 
 
CONDIÇÕES EMOCIONAIS/ SINTOMAS 
DEPRESSIVOS 
↪ Não existe nenhuma característica psíquica específica 
dos idosos. Os idosos têm maior risco para 
apresentarem doenças mentais como a depressão e a 
demência. Por isso, é importante pesquisar depressão 
em todos os pacientes idosos. 
 
 
AVALIAÇÃO COGNITIVA 
Cognição e Memória 
Abordagem do idoso com esquecimento 
↪ Avaliação das funções cognitivas: 
 Mini-Mental 
 Reconhecimento de Figuras 
 Lista de Palavras do CERAD 
 Fluência Verbal 
 Teste do Relógio 
 C.D.R. (Clinical Dementia Rating) 
 Escala Isquêmica de Hachinski 
↪ Diagnóstico diferencial das principais síndromes 
demenciais. 
 
 
10 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
 
 
ABORDAGEM DO IDOSO COM PERDA DE 
MEMÓRIA 
↪ A presença de esquecimento ou “perda de 
memória” é frequente em todas as faixas etárias. No 
idoso, esta queixa torna-se mais evidente e o 
diagnóstico diferencial deve ser feito com: 
1. Esquecimento normal ou percepção mais 
aguçada dos lapsos de memoria; 
2. Transtorno cognitivo leve; 
3. Incapacidade cognitiva. 
↪ Saber diferenciar qual desses achados o idoso 
apresenta. 
↪ O elemento diagnóstico mais importante é a 
presença de repercussão do esquecimento nas tarefas 
diárias do indivíduo (atividades de vida diária), limitando a 
sua participação social, familiar e/ou comunitária. Neste 
caso, o diagnóstico sindrômico é de incapacidade 
cognitiva. 
↪ Na ausência de repercussão no funcionamento 
cotidiano da pessoa, a maior possibilidade é a percepção 
mais aguçada dos lapsos de memória ou o transtorno 
cognitivo leve. 
 
 
TRANSTORNO COGNITIVO LEVE 
↪ É considerado uma transição entre o 
envelhecimento normal (senescência) e a demência leve. 
↪ Pode ser considerado um estado pré-demencial. 
↪ A taxa de progressão para demência varia de 10 a 
15% ao ano, comparado com 1 a 2% por ano de 
progressão observado em idosos saudáveis. 
 
↪ Os critérios diagnósticos para o transtorno cognitivo 
leve são: 
1. Queixa de memória, preferivelmente confirmada por 
um informante (familiar ou cuidador); 
2. Déficit de memória indicado por testes (com 
desempenho de aproximadamente 1,5 desvio padrão 
abaixo da média de controles normais da mesma idade); 
3. Funções cognitivas gerais normais (CDR 0,5 E Mini-
Mental ≥ 24); 
4. Atividades funcionais (sócio-ocupacionais) intactas, 
prejuízo mínimo das AIVDs; 
5. Ausência de demência. 
 
MINI EXAME DO ESTAO MENTAL - MEEM 
↪ É um dos testes mais empregados e estudados em 
todo o mundo para avaliação do funcionamento 
cognitivo. 
↪ Elaborado por Folstein et al. (1975). 
↪ É o teste mais utilizado para avaliar a função 
cognitiva por ser rápido (em torno de 10 minutos), de 
fácil aplicação, não requerendo material específico. ↪ 
Objetivo: é um teste neuropsicológico para avaliação da 
função cognitiva. 
↪ Usado isoladamente ou incorporado em instrumentos 
mais amplos, permite a avaliação da função cognitiva e 
rastreio de quadros demenciais. 
↪ O MEEM foi desenvolvido para ser utilizado na 
prática clínica na avaliação da mudança do estado 
cognitivo de pacientes geriátricos. 
↪ Examina a orientação temporal e espacial, memória 
de curto prazo (imediata ou atenção) e evocação, 
cálculo, coordenação dos movimentos, habilidades de 
linguagem e visuo-espaciais. 
↪ Deve ser utilizado como instrumento de rastreio não 
substituindo uma avaliação mais detalhada, pois, apesar 
de avaliar vários domínios (orientação temporal, espacial, 
memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem-
nomeação, repetição, compreensão, escrita e cópia de 
desenho) o faz de maneira superficial. 
 
↪ NÃO serve para diagnóstico de demência, mas serve 
para indicar que funções devem ser melhor investigadas. 
 
↪ Inclui onze itens, dividido em duas seções: 
 Respostas verbais a questões de orientação, 
memória e atenção; 
 Leitura e a escrita exigem habilidades de nomeação, 
seguir comandos verbais e escritos, escrever uma 
frase e copiar um desenho (polígonos).
- Todas as questões são realizadas na ordem listada e 
podem receber um score imediato somando os pontos 
atribuídos a cada tarefa completada com sucesso. 
- Pontuação: o score pode variar de 0 a 30, sendo o 
ponto de corte 24. 
Pontuação total = 30 pontos. As notas de corte 
sugeridas são: Analfabetos = 19; 1 a 3 anos de 
escolaridade = 23; 4 a 7 anos de escolaridade = 24; .> 
7 anos de escolaridade = 28. 
- Providências com os achados/resultados: escores 
muito baixos associados aos outros testes de função 
 
11 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
cognitiva sugerem encaminhamento para avaliação 
neuropsicológica específica. 
- O MEEM é influenciado pela idade, pelo grau 
educacional e pelos distúrbios visuais, motores e de 
linguagem. 
 
OBS: Antes de realiza-lo, perguntar ao paciente se é 
analfabeto e se tem alguma limitação na fala, visão e 
motora. 
 
 
 
FLUÊNCIA VERBAL 
↪ O teste de fluência verbal também é extremamente 
simples e avalia a memória semântica (conhecimento 
geral sobre o mundo, dos fatos, das palavras, sem 
relação com o momento do seu aprendizado). Consiste 
na avaliação de categorias semânticas pré-definidas, 
como por exemplo, animais e frutas. 
↪ Objetivo: verificar declínio cognitivo. 
 
↪ Aplicação do teste 
▪ Solicita-se ao paciente que enumere o máximo de 
animais (“bichos”) e frutas em 1 minuto cronometrado. 
▪ “Você deve falar todos os nomes de animais que se 
lembrar, no menor tempo possível. Qualquer animal vale: 
insetos, pássaros, peixes e animais de quatro patas. 
Quanto mais você falar, melhor. Pode começar”. 
(Considere “boi e vaca” como dois animais, mas “gato e 
gata” como um só. Se disser “passarinho, cobra, lagarto” 
conte como três animais; se disser “passarinho, canário 
e peixe”, conte como dois. Ou seja: a classe vale como 
nome se não houver outros nomes da mesma classe). 
▪ Anote o número de animais lembrados em 1 minuto: 
__ 
 
↪ Interpretação do Teste – Fluência Verbal: 
A fluência verbal para animais e frutas é útil na avaliação 
da: 
• Linguagem; 
• Memória semântica; 
• Função executiva. 
 
O teste depende também do nível de escolaridade: 
 
 
↪ Avaliações dos resultados: É importante verificar 
como a pessoa idosa utilizou o tempo disponível para a 
execução da tarefa. Pacientes com demência, além de 
produzirem escores baixos, tendem a interromper a 
geração de palavras após 20 segundos do teste. 
Pacientes deprimidos podem apresentar escores baixos, 
mas tendem a gerar palavras durante todo o minuto. O 
escore esperado é de 14 ou 15 animais citados. 
↪ Providências com os achados/resultados: escores 
muito baixos associados aos outros testes de função 
cognitiva sugerem encaminhamento para avaliação 
neuropsicológica específica. 
 
TESTE DO RELÓGIO 
↪ O teste do relógio também faz parte da triagem 
cognitiva pela sua simplicidade. 
↪ Aplicação do teste: 
▪ Consiste em solicitar ao paciente desenhar os 
números do relógio, marcando determinada hora (11:10h.), 
sem mencionar a necessidade de ponteiros. O círculo 
pode ou não ser oferecido previamente. 
▪ O teste é considerado completo quando o paciente 
desenha todos os números do relógio, espacialmente 
bem distribuídos, e os ponteiros marcando 11:10h. 
▪ O teste não é cronometrado e pode ser repetido 
quantas vezes forem necessárias. 
 
 
 
↪ Objetivo: Teste válido e confiável para rastrear 
pessoas com lesões cerebrais. Verifica a habilidade 
visuoconstrutiva ou praxia construcional que é a 
capacidade de desenhar ou construir a partir de um 
estímulo (no caso, um comando verbal). Independe da 
linguagem verbal e por essa razão é considerada uma 
prova cognitiva não-verbal. A tarefa tende a ser mais 
complexa e mais abstrata dada sua natureza integradora 
com input auditivo e output motor e maior necessidade 
de utilização de memória. 
↪ Avaliação dos resultados: Se o paciente desenha um 
mostrador pequeno, onde não cabem os números, já 
há evidencia preliminar de uma dificuldade com o 
planejamento. Na negligência unilateral, os números 
serão colocados apenas na metade do relógio. Pacientes 
com disfunção executiva (lesão frontal) podem 
apresentar dificuldade para colocar os ponteiros. 
 
 
12 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
↪ Interpretação do Teste do Relógio: 
- O teste do relógio é de fácil aplicação e sofre menor 
influência do grau de alfabetização, aumentando a 
fidedignidade do teste em pacientes com baixo nível de 
escolaridade. É considerado um bom teste de rastreio. 
Avalia diversas funções cognitivas: 
• Memória semântica; 
• Função executiva (planejamento); 
• Linguagem (compreensão do comando); 
• Praxia; 
• Função visuo-espacial 
A interpretação do teste é eminentemente qualitativa. 
Considera-se o teste bastante alterado quando o 
resultado é 0, 1 ou 2.. 
 
 
 
ÍNDICE DE PFEFFER - QPAF 
▪ O Índice de Pfeffer é constituído por 10 itens 
relacionados com a capacidade do indivíduo para realizar 
AIVDs e funções cognitivas/sociais; 
▪ Quanto menor a pontuação obtida pelo indivíduo, 
maior a sua independência e autonomia. 
▪ O score mínimo é 0 e o máximo é 30. Quanto maior 
a pontuação, maior é a dependência do paciente, sendo 
considerada a presença de prejuízo funcional a partir de 
um score de 3 (CASSIS et al., 2007). 
▪ Scores iguais ou superiores a 5 possuem boa 
especificidade e sensibilidade para o diagnóstico de 
alterações da cognição com declínio funcional 
(JACINTO, 2008). 
▪ A combinação do MEEM com o Questionário de 
Pfeffer indica uma maior especificidade para a medida 
de declínio cognitivo mais grave. Ainda considerando o 
viés produzido pela baixa escolaridade nos resultados do 
MEEM parece ser adequada a associação do QPAF 
para se obter a confirmação do declínio cognitivo 
acompanhado de limitações funcionais sugerindo a 
presença de demência ou outros transtornos associados. 
 
AVALIAÇÃO DE HUMOR 
CRITÉRIOS DIAGNÓTICOS PARA DEPRESSÃO 
MAIOR: 
↪ Presença de cinco ou mais dos seguintes sintomas 
presentes durante o período de duas semanas (todos 
os dias ou quase todos os dias) e que representaram 
uma alteração do seu funcionamento anterior; 
↪ Pelo menos um dos sintomas é: humor deprimido ou 
perda do interesse ou prazer, e: 
 Interesse ou prazer acentuadamente diminuído; 
 Humor deprimido indicado por relato subjetivo 
(sente-se triste ou vazio) ou observação feita por 
outros; 
 Perda ou ganho significativo de peso sem estar em 
dieta, ou diminuição ou aumento do apetite; 
 Insônia ou hipersonia; 
 Agitação ou retardo psicomotor; 
 Fadiga ou perda de energia; 
 Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou 
inadequada; 
 Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se; 
 Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida 
recorrente. 
 
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA DE 
YESAVAGE GERIATRIC DEPRESSION SCALE (GDS) 
(5 – 15 – 30) 
↪ Trata-se de uma escala de hetero-avaliação, 
composta por 5, 15 ou 30 itens, com duas alternativas 
de resposta (sim ou não), consoante com o modo 
como o idoso tem se sentido ultimamente, em especial 
na semana passada. 
↪ Como procedimento para a avaliação da GDS, deve 
atentar-se que os itens 1, 5, 7, 9, 13, 15, 19, 21, 27, 29 e 
30, devem ser pontuados negativamente; isto é uma 
resposta “não” corresponde um ponto. 
↪ Aos itens 2, 3, 4, 6, 8, 10, 11, 12, 14, 16, 17, 18, 20, 22, 23, 
24, 25, 26 e 28 será atribuído um ponto à resposta 
positiva “sim”. 
↪ O diagnóstico de depressão deve ser suspeitado em 
idosos com, respectivamente, acima de 6 e 2 respostas 
positivas para depressão na GDS-15 e GDS-5. 
 
 
INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
↪ Conceito: perda involuntária de unia; 
↪ Anatomofisiologia: 
 Bexiga: músculo liso, formado pelos músculos 
detrusor e trígono, com capacidade para armazenar 
350 a 450 ml de urina; 
 Uretra: constituída por duas camadas de fibras
musculares lisas, oriundas do detrusor, e por fibras 
do trígono, as quais são entremeadas por grande 
quantidade de tecido conectivo e por rica rede 
vascular, contribui para a manutenção da pressão 
uretral e para a continência. 
 
 Micção: envolve a integração de nervos 
periféricos, medula e centros encefálicos no córtex 
cerebral, ponte, bulbo e mesencéfalo. 
 
13 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
 Estes centros superiores dirigem aos órgãos do 
trato urinário inferior influências neurológicas 
excitatórias e inibitórias e recebem aferências 
sensitivas desses órgãos. 
 
IMPACTO DO ENVELHECIMENTO 
↪ Aumento nas fibras de colágeno na bexiga, 
acarretando diminuição da elasticidade; 
↪ Os receptores de pressão também se alteram, 
explicando o surgimento de contrações intempestivas 
durante a fase de enchimento vesical; 
↪ Hiperatividade do detrusor foi encontrada em 21% de 
idosos saudáveis e continentes na comunidade. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA 
1. Transitória (reversível): incontinência relacionada 
a situações potencialmente reversíveis – 
delirium, restrição de mobilidade, retenção 
urinária, infecção e efeito medicamentoso. 
2. Estabelecida (persistente): urgência, esforço ou 
estresse, hiperfluxo ou transbordamento, mista 
e funcional. 
 
 Morbidades associadas: candidíase perineal, celulite, 
úlceras de pressão, ITU’s recorrentes, urosépsis, 
interrupção do sono, aumento no risco de quedas e 
fraturas, disfunções sexuais, além de contribuir para 
isolamento social, depressão, estresse do cuidador e 
institucionalização precoce. 
 
ESTABELECIDA (PERSISTENTE) 
Incontinência de urgência: 
↪ A incontinência de urgência ou urge-incontinência é a 
mais comum em pacientes idosos de ambos os sexos. 
↪ Caracteriza - se clinicamente por intenso desejo de 
urinar (urgência), seguido da perda involuntária de 
volume de urina, que pode ser de moderado a grande. 
É desencadeada por contrações não inibidas da bexiga, 
referidas como hiperatividade do detrusor, condição 
que, geralmente, ocorre na presença de função 
contrátil normal. Idosos fragilizados, entretanto, podem 
apresentar incontinência na presença de detrusor 
hiperativo, mas hipocontrátil, caracterizando-se a 
denominada “hiperatividade do detrusor com redução da 
contratilidade”. Essa condição se manifesta, clinicamente, 
com urgência, frequência, jato urinário fraco e grande 
volume residual, sintomas que se confundem com 
aqueles provocados por obstrução mecânica do fluxo 
urinário. 
↪ O diagnóstico diferencial é obtido com base na 
urodinâmica. 
 
Incontinência de esforço: 
↪ Incontinência de esforço ocorre quando aumentos na 
pressão intra-abdominal superam a pressão de 
fechamento esfincteriano, na ausência de contrações 
vesicais. 
↪ É o tipo de incontinência mais comum em mulheres 
jovens e o segundo mais comum em mulheres idosas. 
É causada, na mulher, por deslocamento da uretra de 
sua posição anatômica durante esforços (hipermotilidade 
uretral) ou por deficiência esfincteriana intrínseca, 
decorrente de trauma cirúrgico; no homem, ocorre por 
deficiência esfincteriana, consequência de lesão causada 
por prostatectomia radical. 
 
Incontinência por transbordamento (hiperfluxo) 
↪ O termo “incontinência por transbordamento ou de 
hiperfluxo” é utilizado para descrever o quadro de 
gotejamento ou perda contínua de urina, associada a 
esvaziamento vesical incompleto, jato urinário fraco, 
esforço miccional, intermitência, hesitação, frequência e 
noctúria. 
↪ A incontinência por transbordamento é provocada 
por dois mecanismos distintos: hipocontratilidade do 
detrusor e obstrução da saída vesical. Hipocontratilidade 
do detrusor ocorre em 5 a 10% dos idosos, como 
consequência de hipoestrogenismo, de neuropatia 
periférica e de lesão das vias eferentes do detrusor 
(herniação discal, estenose do canal medular, tumores). 
Obstrução da saída ocorre, no homem, em 
consequência de aumento da próstata ou estenose 
uretral e, nas mulheres, devido a lesões uretrais 
cicatriciais e a prolapso vesical e uterino volumosos. 
 
Incontinência mista 
↪ Esta modalidade refere-se à coexistência de mais de 
um tipo de incontinência em um mesmo paciente. 
↪ É a variedade de incontinência mais frequente na 
mulher. 
↪ O suposto mecanismo fisiopatológico envolve a 
associação de hiperatividade do detrusor com redução 
da função esfincteriana. 
Incontinência funcional 
↪ Trata-se da incontinência que acomete pacientes 
sem comprometimento dos mecanismos controladores 
da micção. 
↪ Deve-se à incapacidade desses pacientes para 
alcançar o toalete a tempo de evitar a perda de urina, 
seja por limitações físicas, transtornos psíquicos, déficit 
cognitivo, hostilidade ou limitações ambientais (iluminação 
inadequada, banheiros e urinóis de difícil acesso). 
↪ Pacientes idosos hospitalizados, não prontamente 
atendidos pelo corpo de enfermagem ou por cuidador 
durante o desejo de urinar, podem tornar-se, com o 
tempo, funcionalmente incontinentes. 
 
 A presença de incontinência urinária deve ser 
avaliada, cerca de 30 a 60% das mulheres idosas e 
10 a 35% dos homens idosos na comunidade e até 
 
14 Habilidades Clínicas – Geriatria Larissa Lima M3 
80% dos institucionalizados tem incontinência 
urinária e nem sempre a referem na avaliação 
clínica ou por vergonha, ou por acharem ser normal 
no processo de envelhecimento. 
 A frequência e a importância do evento estão 
associadas às repercussões emocionais e sociais. 
 Perguntar diretamente se a pessoa idosa perdeu 
urina recentemente ou sentiu-se molhada é uma 
forma rápida de verificar o problema. Se a resposta 
for afirmativa, investigar possíveis causas. 
 
Diário Miccional 
↪ É o registro da frequência e do volume das micções 
em 24 h, levando-se em consideração a quantidade de 
líquidos ingerida e eventos do tipo urgência e perdas 
urinárias, os quais são anotados em forma de tabela. 
↪ Preenchido pelo idoso e/ou cuidador 24 a 72 horas, 
fornece informações sobre: 
 Hora micção e perda involuntária; 
 Perda urinária – circunstância; 
 Ingestão hídrica; 
 Sensação de urgência.

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