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Membrana plasmática Célula eucariótica - Unidade estrutural e funcional básica dos multicelulares→ HOMEM - Funções de proteção, ingestão, digestão, excreção, movimento e reprodução - Potencialidade🡪especialização Membrana Plasmática - Membranas celulares funcionam como barreiras seletivas. A membrana plasmática separa a célula do ambiente externo e é a única membrana presente na maioria das células bacterianas. A membrana permite que a composição molecular da célula seja distinta da composição do ambiente em que a célula se encontra. Nas células eucarióticas, membranas internas adicionais encapsulam organelas individualmente, delimitando compartimentos intracelulares, formando diversas organelas, incluindo o retículo endoplasmático, o aparelho de Golgi e a mitocôndria. Nesses dois casos, a membrana evita que as moléculas presentes em um compartimento se misturem a molécula presentes em outro compartimento. - Estrutura delgada: 6 a 10 nm - Base universal da estrutura de membrana celulares - Constituição: Proteínas: demais funções, diferentes membranas. Lipídeos: estrutura básica (bicamada lipídica) – funciona como uma barreira permeável à maioria das moléculas solúveis em água. Monocamada externar- interação com glicídios (glicocálice). Monocamada interna. Tipos de Lipídeos Lipídeos simples: Cauda com 14 a 24 carbonos, quando preso a três ligações com H-OH é um triglicerídeo Lipídios complexo: Fosfolipídios - interagem com um grupo orgânico (glicerol + fosfato), moléculas cuja cabeça hidrofílica se liga ao restante do lipídeo por meio de um grupo fosfato. Fosfolipídios: são moléculas anfipáticas e podem ser variáveis. A cabeça hidrofílica é atraída pela água, e as caudas hidrofóbicas evitam a água e se agrupam com outras moléculas hidrofóbicas. Esse conflito é resolvido com a formação da bicamada lipídica – um arranjo que satisfaz ambas as partes e é energeticamente favorável. As cabeças hidrofílicas permanecem expostas à água nas duas superfícies da bicamada, e as caudas hidrofóbicas ficam protegidas da água e justapostas no interior, como em um sanduích Estrutura em bicamada: consequência do modo como as moléculas lipídicas se comportam em um meio HIDRICO 🡪 forças conflitantes Dependendo da interação podem-se formar lipossoma, micela (meio de óleo com água) ou uma bicamada lipídica Qualquer ruptura na bicamada cria uma ponta livre exposta à água. Como isso é energeticamente desfavorável, as moléculas da bicamada se rearranjam espontaneamente para eliminar a ponta livre. Variedades na composição fosfolipídicas: Fosfatidilcolina (mais comum): que possui uma pequena molécula de colina ligada ao grupo fosfato na sua cabeça hidrofílica e duas cadeias hidrocarbonadas longas como caudas hidrofóbicas. Fosfatidiletanolamina Fosfatidilserina: é um fosfolipídio que quando na face não-citosólica, marca células que deverão ser fagocitadas pois sofreram apoptose. Ela é translocada (Flip-Flop) para a monocamada externa, induz então a fagocitose. Esfingomielina Fosfatidilinositol (menos comum): responsável pela sinalização celular, realiza a transdução-converte um tipo de sinal de estímulo em outro sinal intracelular – diacilglicerol (DAG) e inositotrifosfato (IP3). É um fosfolipídio de face citosólica (INTERNA), pois participa de vários processos de transmissão de sinais do meio extracelular para o meio intracelular. A membrana é dita assimétrica, pois diferentes fosfolipídios se concentram em cada uma das monocamadas (citosólica e não- citosólica). Alguns desses fosfolipídios podem agir no processo de sinalização celular. Glicolipídios na face EXTERNA Fosfatidilnositol: Transmissão de sinais celulares. DAG e IP3: Sinalização ceular. Enzimas Proteino-quinase: uma proteína quinase é uma enzima quinase que modifica outras proteínas adicionando quimicamente grupos fosfato (fosforilação). A fosforilação normalmente resulta numa alteração funcional da proteína alvo (substrato) por alteração da atividade enzimática, localização celular ou associação com outras proteínas. Fosfatidilinositol cnase - atua com o fosfatidilinositol Fosfolipace C – atua com fragmentos lipídicos sinalizadores A membrana apresenta a chamada fluidez (facilidade das moléculas lipídicas e proteicas se moverem na bicamada). Moléculas de fosfolipídios não são estáticas, podendo executar movimentos espontâneos dentro da mesma face membranosa. - Rotação: fosfolipídios girando em torno do próprio eixo. - Flip-Flop: fosfolipídios que trocam de face membranosa, troca de posição de uma monocamada (uma metade da bicamada) para a outra. Processo que dificilmente ocorre espontaneamente, necessitando de enzimas, as chamadas translocadora (enzimas flipases). - Difusão lateral: fosfolipídios se deslocam na mesma camada Importância da fluidez: - Ela permite a rápida difusão das proteínas de membrana no plano da bicamada e a sua interação com outras proteínas, fator crucial, por exemplo, na sinalização celular. - Ela também permite a difusão de lipídeos e proteínas dos locais da membrana nos quais são inseridos logo após sua síntese para outras regiões da célula. - Possibilita a fusão de membranas diferentes e a mistura de suas moléculas e assegura que moléculas da membrana sejam distribuídas igualmente entre as células-filhas na divisão celular. - Caso as membranas biológicas não fossem fluidas, ficaria difícil imaginar como as células poderiam viver, crescer e se reproduzir. A bicamada lipídica de uma célula também se comporta como um líquido bidimensional, onde as moléculas lipídicas que a constituem são livres para mover-se na sua própria monocamada, na direção do plano da membrana. Essa propriedade é diferente de flexibilidade, que é a habilidade de se distender. A flexibilidade da membrana é também importante. Colesterol (25%): regula a fluidez da membrana, interagem na região hidrofóbica, e quanto mais colesterol menor a fluidez, reduz a sinalização celular, mas aumenta a estabilidade - Como as moléculas de colesterol são pequenas e rígidas, elas preenchem os espaços vazios entre moléculas vizinhas de fosfolipídeos, originados pelas dobras das suas caudas hidrocarbonadas insaturadas. Dessa forma, o colesterol tende a reforçar a bicamada, tornando-a mais rígida e menos permeável. - RAFTS ou Balsas lipídicas: elas têm a função de organização das proteínas da membrana e microdomínios, transdução de sinais e transporte via cavéolas. O domínio de membrana é composto por: esfingolípideos, colesterol e proteínas. São as cavéolas que interligam as balsas lipídicas para sinalização e endocitose. Movimentam proteínas e são sinalizadores. Permeabilidade de Membrana: - Moléculas como O2, N2, CO2: atravessam livremente - Moléculas hidrofílicas pequenas não carregadas: H2O, glicerol e álcool – também atravessam - Moléculas grandes e íons: NÃO POSSUEM A CAPACIDADE DE ATRAVESSAR LIVREMENTE (aminoácidos, glicose, nucleotídeos, Cl-, Na+ e H+) Partes das funções da membrana são executadas por estruturas aderidas a ela: Glicolipídios: moléculas assimétricas mais extremas distribuídas pela face não-citosólica da membrana (voltada para o meio externo). Provém do lúmen do Complexo de Golgi e consistem em associações entre carboidratos e proteínas, que atuam como marcadores celulares. Os tipos mais comuns são os gangliosídeos das células nervosas. GM1 – Receptor celular para a toxina bacteriana que causa a diarréia debilitante do cólera. Proteínas de membrana: maior parte das funções da membrana,50% da massa da membrana (Como as moléculas de lipídeo são muito menores do que as proteínas, uma membrana celular contém tipicamente 50 vezes mais lipídeos do que proteínas). Estas proteínas se movimentam nos RAFTS (lateral) (MOSAICO FLUIDO) (exceção quando ancoradas, junções) Proteínas de membrana se associam à bicamada lipídica de diversas formas - Proteínas transmembrana: possuem regiões hidrofóbicas e hidrofílicas. Suas regiões hidrofóbicas ficam no interior da bicamada, dispostas contra as caudas hidrofóbicas das moléculas lipídicas. Suas regiões hidrofílicas ficam expostas ao ambiente aquoso nos dois lados da membrana. - Outras proteínas de membrana estão localizadas inteiramente no citosol, associadas à metade interna da bicamada lipídica por meio de uma α-hélice anfipática exposta na superfície da proteína. - Algumas proteínas estão inteiramente externas à bicamada lipídica, de um lado ou de outro, conectadas à membrana apenas por um ou mais grupos lipídicos covalentemente ligados. - Há ainda proteínas ligadas indiretamente a uma das faces da membrana, mantidas no lugar apenas por meio de interações com outras proteínas de membrana. Obs: Proteínas que são diretamente ligadas à membrana – sejam elas transmembrana, associadas a uma monocamada ou ligadas por meio de lipídeos – podem ser removidas apenas com a ruptura da bicamada lipídica com detergentes, conforme discutido. Essas proteínas são conhecidas como proteínas integrais de membrana(70%). - As demais proteínas de membrana são conhecidas como proteínas periféricas de membrana; elas podem ser liberadas da membrana por procedimentos de extração mais amenos, que afetam interações proteína- proteína, mas mantêm a bicamada lipídica intacta. Estrutura das proteínas integrais transmembrana: - alfa-hélice (mais comum) - folhas beta dobradas como um cilindro (barril beta): forma apenas canais grandes, pois a curvatura das folhas é limitado. Ex: proteína porina -> Nos dois tipos, as cadeias laterais hidrofóbicas dos aminoácidos se voltam para o exterior, fazendo contato com o par hidrofóbico da bicamada; e o par hidrofílico da cadeia principal dos aminoácidos formam ponto de H no interior do canal. -> Como a membrana é um líquido bidimensional, muitas das suas proteínas, assim como os lipídios, podem mover-se livremente no plano da bicamada lipídica. Células possuem meios de confinar proteínas específicas da membrana plasmática em determinadas áreas da bicamada lipídica, criando regiões funcionalmente especializadas, ou domínios de membrana. A. Proteínas podem estar ligadas ao córtex celular dentro da célula B. A moléculas da matriz extracelular. C. A proteínas da superfície de outra célula D. Barreiras de difusão podem restringi-las a um domínio de membrana específico. Nas células epiteliais do intestino, é importante que o transporte de proteínas envolvido na absorção de nutrientes do lúmen esteja restrito à superfície apical das células e que outras proteínas envolvidas no transporte de solutos das células epiteliais para tecidos e para a corrente sanguínea estejam na superfície basal e lateral. Essa distribuição assimétrica de proteínas de membrana é mantida pela barreira formada pela linha de junção de células epiteliais adjacentes, chamada junção ocludente. Nesses locais, proteínas de junção especializadas formam um cinturão contínuo ao redor da célula, onde ela faz contato com as células vizinhas, criando um local de selamento entre as membranas adjacentes. Proteínas de membrana não podem difundir-se por essas junções A membrana plasmática é uma estrutura frágil, sendo parcialmente reforçada pelo córtex e pelo glicocálice. Córtex Celular: rede de proteínas fibrosas ligado à superfície citosólica da membrana, é parte do citoesqueleto. Determina as propriedades mecânicas da membrana e o formato da célula. Ex: hemácia – córtex relativamente simples e regular, proteína espectrina (longa, fina e flexível) ESPECTRINA - PTN de membrana periférica - PTN do citoesqueleto - Mantém a integridade estrutural e a forma bicôncava da hemácia - Anormalidade causam anemia Ligado a filamento de actina e proteínas de anexação que, consequentemente, se ligam à proteína transmembrana (banda 3). BANDA 3 - Desempenha papel importante na função dos eritrócitos - Transportados de ânions (HCO-/CL-): formação de Bicarbonato (HCO3-), pois o CO2 é parcialmente solúvel em água. OBS: ESPECTRINA -> córtex das hemácias/ ptns longas e flexíveis/ promove uma rede que provê suporte à membrana e mantém o formato celular -> função da hemácias. Glicocálice: - A maior parte das proteínas da membrana plasmática, tem pequenas cadeias de açúcares, os oligossacarídeos, ligadas a elas, essas proteínas são denominadas glicoproteínas. Outras proteínas de membrana possuem uma ou mais cadeias longas de polissacarídeos ligadas e são chamadas de proteoglicanos. – - Todo carboidrato nas glicoproteínas, nos proteoglicanos e nos glicolipídeos está localizado em uma das faces da membrana, a não citosólica, onde forma uma cápsula de açúcar chamada de camada de carboidratos. Essa camada de carboidratos: - Ajuda a proteger a superfície celular de danos mecânicos e químicos, conferindo a célula uma superfície lubrificada. - Reconhecimento e adesão celular. - Sinal de distinção celular, sendo característico para células especializadas em uma função particular e que são reconhecidos pelas células com os quais devem interagir. Oligossacarídeos específicos da camada de carboidratos estão envolvidos no reconhecimento do óvulo pelo esperma e nas respostas inflamatórias. - Nos estágios iniciais de infecções bacterianas, carboidratos da superfície de glóbulos brancos denominados neutrófilos são reconhecidos pela lectina das células endoteliais dos vasos sanguíneos no local da infecção. Esse processo de reconhecimento causa aderência dos neutrófilos aos vasos sanguíneos e sua migração da corrente circulatória para os tecidos infectados, onde eles atuam na remoção da bactéria invasora. Resposta inflamatória: 1. Reconhecimento de carboidratos da superfície celular de neutrófilos é o primeiro passo da sua migração do sangue para o local de infecção. 2. Proteínas transmembrana especializadas (chamadas de lectinas) são produzidas pelas células da parede dos vasos sanguíneos (chamadas de células endoteliais) em resposta a sinais químicos oriundos dos locais de infecção. Essas proteínas reconhecem grupos açúcar específicos de glicolipídeos e glicoproteínas da superfície de neutrófilos circulantes na corrente sanguínea. 3. Os neutrófilos então se aderem à parede do vaso sanguíneo. Essa associação não é muito forte, mas leva a outra, uma interação proteína-proteína muito forte (não mostrada) que ajuda na migração do neutrófilo para fora do vaso, por meio das células endoteliais, até o tecido do local de infecção.