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Avaliação Psicológica

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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
A avaliação psicológica pode ser definida como um conjunto de técnicas e
procedimentos que tem o objetivo de verificar determinadas características psicológicas
de uma pessoa, sendo o psicólogo o único profissional habilitado por lei para exercer
esta função (CFP 007/2003). O objetivo da avaliação psicológica não é fazer julgamentos
morais ou estabelecer critério de certo ou errado e sim buscar entender a partir de
técnicas específicas as diferenças individuais, no que diz respeito às suas
capacidades, habilidades, características de personalidade, comportamentos ou algum
possível conflito (interno ou externo) de determinada pessoa.
Muitas vezes a avaliação psicológica é confundida como uma simples aplicação de um
único teste, porém, para realizá-la existem diversos métodos e técnicas, como por
exemplo: testes psicológicos, dinâmicas de grupo, entrevistas, observação, testes
situacionais, anamneses, entre outros. De acordo com a lei 4.119/62, o profissional da
área de psicologia tem a liberdade para escolher quais serão as técnicas a serem
utilizadas, desde que essa escolha seja pautada no objetivo das características
psicológicas a serem investigadas.
TESTES PSICOLÓGICOS
¬ testes psicométricos
Usam a técnica da escolha forçada, escalas em que o sujeito deve simplesmente marcar
suas respostas. Primam pela objetividade: tarefas padronizadas. A correção ou
apuração é mecânica, portanto, sem ambiguidade por parte do avaliador.
ex: teste de QI
¬ testes projetivos
Trabalhando com a subjetividade do sujeito, os testes projetivos requerem respostas
livres, sua apuração é ambígua, sujeita aos vieses de interpretação do avaliador.
O psicólogo trabalha com tarefas pouco ou nada estruturadas, a apuração das
respostas deixa margem para interpretações subjetivas do próprio avaliador, e os
resultados são totalmente dependentes da sua percepção, dos seus critérios de
entendimento e bom senso.
ex: teste de Rorschach
¬ testes coletivos
São planejados, basicamente, para exame em massa. A maioria dos testes coletivos
exigem somente a habilidade de ler as instruções simples para os examinandos e
manter o tempo exato. Dão mais uniformidade de condições, uma vez que difere dos
individuais, tanto na forma de disposição dos itens quanto na característica de recorrer
a itens de múltipla escolha, e a aferição dos seus resultados, geralmente, é mais
objetiva.
Em resumo, é mais para procurar quem “não tem” algo, do que “quem tem”, que é o caso
dos testes individuais.
FORMAS DE RESPOSTA
¬ verbal:
Permite que o avaliador observe a entonação da voz, clareza da fala, confiança,
expressões faciais e também os atos falhos (caso haja).
O avaliador precisa se atentar às suas próprias expressões faciais para não animar ou
desanimar o candidato.
¬ escrita:
Permite que o candidato organize melhor suas ideias e respostas de modo mais claro e
objetivo e as pessoas mais tímidas conseguem se expressar melhor.
¬ digital:
Permite correções com mais rapidez, tem um custo mais baixo ou gratuito e permite que
pessoas distantes tenham acesso.
PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS
Os instrumentos psicométricos estão basicamente fundamentados em valores
estatísticos que indicam sua sensibilidade (ou adaptabilidade do teste ao grupo
examinado), sua precisão (fidedignidade nos valores quanto à confiabilidade e
estabilidade dos resultados) e validade (segurança de que o teste mede o que se deseja
medir), como será visto em alguns detalhes a seguir:
¬ validade e precisão:
A avaliação objetiva dos testes psicológicos inclui, em geral, a determinação da sua
validade e da sua precisão em situações específicas. A validade é a questão mais
importante a ser proposta com relação a qualquer teste psicológico, uma vez que,
apresenta uma verificação direta do teste satisfazer sua função. O termo precisão,
quando usado em psicometria, sempre significa estabilidade ou consistência. Precisão
do teste é a consistência dos resultados obtidos pelo mesmo indivíduo, quando
retestado com o mesmo teste, ou com uma forma equivalente. Antes de um teste
psicológico ser apresentado para o uso geral, é preciso realizar uma verificação
completa e objetiva de sua precisão.
¬ padronização da administração do teste (normas)
Num sentido geral, a padronização se refere à necessária uniformidade em todos os
procedimentos no uso de um teste válido e preciso. Desde as precauções a serem
tomadas na aplicação até os parâmetros ou critérios para interpretar os resultados
obtidos. O teste psicológico foi descrito, na definição inicial, como uma medida
padronizada. A padronização implica em uniformidade do processo de avaliação do
teste. Se vamos comparar os resultados obtidos por diferentes indivíduos, as condições
de aplicação devem ser, evidentemente, iguais para todos.
Padronização = uniformidade na aplicação dos testes
Normatização = uniformidade na interpretação dos escores dos testes.
MANUAL DE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS RECORRENTES DE AVALIAÇÕES
PSICOLÓGICAS
A avaliação psicológica é entendida como o processo técnico-científico de coleta de
dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos,
que são resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto,
de estratégias psicológicas - métodos, técnicas e instrumentos. Os resultados das
avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus
efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não
somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam
desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de avaliação psicológica.
O presente Manual tem como objetivos orientar o profissional psicólogo na confecção de
documentos decorrentes das avaliações psicológicas e fornecer os subsídios éticos e
técnicos necessários para a elaboração qualificada da comunicação escrita.
¬ princípios norteadores da elaboração documental:
O psicólogo, na elaboração de seus documentos, deverá adotar como princípios
norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princípios éticos, técnicos e
científicos da profissão.
¬ princípios técnicos da linguagem escrita:
O documento deve, na linguagem escrita, apresentar uma redação bem estruturada e
definida, expressando o que se quer comunicar. Deve ter uma ordenação que possibilite
a compreensão por quem o lê, o que é fornecido pela estrutura, composição de
parágrafos ou frases, além da correção gramatical. O emprego de frases e termos deve
ser compatível com as expressões próprias da linguagem profissional, garantindo a
precisão da comunicação, evitando a diversidade de significações da linguagem
popular, considerando a quem o documento será destinado.
A comunicação deve ainda apresentar como qualidades: a clareza, a concisão e a
harmonia. A clareza se traduz, na estrutura frasal, pela sequência ou ordenamento
adequado dos conteúdos, pela explicitação da natureza e função de cada parte na
construção do todo. A concisão se verifica no emprego da linguagem adequada, da
palavra exata e necessária. Essa "economia verbal" requer do psicólogo a atenção para
o equilíbrio que evite uma redação lacônica ou o exagero de uma redação prolixa.
Finalmente, a harmonia se traduz na correlação adequada das frases, no aspecto
sonoro e na ausência de cacofonias.
PRINCÍPIOS
¬ éticos:
Na elaboração de DOCUMENTO, o psicólogo baseará suas informações na observância
dos princípios e dispositivos do Código de Ética Profissional do Psicólogo. Enfatizamos
aqui os cuidados em relação aos deveres do psicólogo nas suas relações com a pessoa
atendida, ao sigilo profissional, às relações com a justiça e ao alcance das informações
- identificando riscos e compromissos em relação à utilização das informações
presentes nos documentos em sua dimensão de relações de poder. Torna-se imperativo
a recusa, sob toda e qualquer condição, do uso dos instrumentos, técnicas psicológicas
e da experiência profissional da Psicologia na sustentação de modelos institucionais e
ideológicosde perpetuação da segregação aos diferentes modos de subjetivação.
Sempre que o trabalho exigir, sugere-se uma intervenção sobre a própria demanda e a
construção de um projeto de trabalho que aponte para a reformulação dos
condicionantes que provoquem o sofrimento psíquico, a violação dos direitos humanos
e a manutenção das estruturas de poder que sustentam condições de dominação e
segregação. Deve-se realizar uma prestação de serviço responsável pela execução de
um trabalho de qualidade cujos princípios éticos sustentam o compromisso social da
Psicologia. Dessa forma, a demanda, tal como é formulada, deve ser compreendida
como efeito de uma situação de grande complexidade.
¬ técnicos:
O processo de avaliação psicológica deve considerar que os objetos deste
procedimento (as questões de ordem psicológica) têm determinações históricas, sociais,
econômicas e políticas, sendo os mesmos elementos constitutivos no processo de
subjetivação. O DOCUMENTO, portanto, deve considerar a natureza dinâmica, não
definitiva e não cristalizada do seu objeto de estudo. Os psicólogos, ao produzirem
documentos escritos, devem se basear exclusivamente nos instrumentais técnicos
(entrevistas, testes, observações, dinâmicas de grupo, escuta, intervenções verbais) que
se configuram como métodos e técnicas psicológicas para a coleta de dados, estudos e
interpretações de informações a respeito da pessoa ou grupo atendidos, bem como
sobre outros materiais e grupo atendidos e sobre outros materiais e documentos
produzidos anteriormente e pertinentes à matéria em questão. Esses instrumentais
técnicos devem obedecer às condições mínimas requeridas de qualidade e de uso,
devendo ser adequados ao que se propõem a investigar. A linguagem nos documentos
deve ser precisa, clara, inteligível e concisa, ou seja, deve-se restringir pontualmente às
informações que se fizerem necessárias, recusando qualquer tipo de consideração que
não tenha relação com a finalidade do documento específico. Deve-se rubricar as
laudas, desde a primeira até a penúltima, considerando que a última estará assinada,
em toda e qualquer modalidade de documento.
MODALIDADE DE DOCUMENTOS
● Declaração
● Atestado psicológico
● Relatório / laudo psicológico
● Parecer psicológico.
A Declaração e o Parecer psicológico não são documentos decorrentes da avaliação
Psicológica, embora muitas vezes apareçam desta forma. Por isso consideramos
importante constarem deste manual afim de que sejam diferenciados.
¬ declaração:
É um documento que visa a informar a ocorrência de fatos ou situações objetivas
relacionadas ao atendimento psicológico, com a finalidade de declarar:
● Comparecimentos do atendido e/ou do seu acompanhante, quando necessário;
● Acompanhamento psicológico do atendido;
● Informações sobre as condições do atendimento (tempo de acompanhamento,
dias ou horários). Neste documento não deve ser feito o registro de sintomas,
situações ou estados psicológicos.
estrutura da declaração
● Ser emitida em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o
carimbo, em que conste nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua
inscrição profissional ("Nome do psicólogo / N.º da inscrição").
● A declaração deve expor:
• Registro do nome e sobrenome do solicitante; Finalidade do documento (por
exemplo, para fins de comprovação);
• Registro de informações solicitadas em relação ao atendimento (por exemplo:
se faz acompanhamento psicológico, em quais dias, qual horário);
• Registro do local e data da expedição da declaração;
• Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo
com as mesmas informações.
• Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo.
¬ atestado psicológico:
É um documento expedido pelo psicólogo que certifica uma determinada situação ou
estado psicológico, tendo como finalidade afirmar sobre as condições psicológicas de
quem, por requerimento, o solicita, com fins de:
● Justificar faltas e/ou impedimentos do solicitante
● Justificar estar apto ou não para atividades específicas, após realização de um
processo de avaliação psicológica, dentro do rigor técnico e ético que subscreve
esta Resolução
● Solicitar afastamento e/ou dispensa do solicitante, subsidiado na afirmação
atestada do fato, em acordo com o disposto na Resolução CFP Nº 015/96.
estrutura do atestado
A formulação do atestado deve restringir-se à informação solicitada pelo requerente,
contendo expressamente o fato constatado. Embora seja um documento simples, deve
cumprir algumas formalidades:
● Ser emitido em papel timbrado ou apresentar na subscrição do documento o
carimbo, em que conste o nome e sobrenome do psicólogo, acrescido de sua
inscrição profissional ("Nome do psicólogo / N.º da inscrição").
● O atestado deve expor:
• Registro do nome e sobrenome do paciente
• Finalidade do documento
• Registro da informação do sintoma, situação ou condições psicológicas que
justifiquem o atendimento, afastamento ou falta - podendo ser registrado sob o
indicativo do código da Classificação Internacional de Doenças em vigor
• Registro do local e data da expedição do atestado
• Registro do nome completo do psicólogo, sua inscrição no CRP e/ou carimbo
com as mesmas informações
• Assinatura do psicólogo acima de sua identificação ou do carimbo.
Os registros deverão estar transcritos de forma corrida, ou seja, separados apenas pela
pontuação, sem parágrafos, evitando, com isso, riscos de adulterações. No caso em que
seja necessária a utilização de parágrafos, o psicólogo deverá preencher esses espaços
com traços.
¬ relatório/laudo psicológico:
O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de situações
e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e
culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Como todo DOCUMENTO,
deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um instrumental técnico
(entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação, exame psíquico, intervenção
verbal), consubstanciado em referencial técnico-filosófico e científico adotado pelo
psicólogo. A finalidade do relatório psicológico será a de apresentar os procedimentos e
conclusões gerados pelo processo da avaliação psicológica, relatando sobre o
encaminhamento, as intervenções, o diagnóstico, o prognóstico e evolução do caso,
orientação e sugestão de projeto terapêutico, bem como, caso necessário, solicitação
de acompanhamento psicológico, limitando-se a fornecer somente as informações
necessárias relacionadas à demanda, solicitação ou petição.
estrutura do relatório/laudo
O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor científicos, devendo conter
narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tornando-se acessível
e compreensível ao destinatário. Os termos técnicos devem, portanto, estar
acompanhados das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos
teórico-filosóficos que os sustentam.
O relatório psicológico deve conter, no mínimo, 5 (cinco) itens:
● Identificação
É a parte superior do primeiro tópico do documento com a finalidade de
identificar: O autor/relator - quem elabora; O interessado - quem solicita; O
assunto/finalidade - qual a razão/finalidade. No identificador AUTOR/RELATOR,
deverá ser colocado o(s) nome(s) do(s) psicólogo(s) que realizará(ão) a avaliação,
com a(s) respectiva(s) inscrição(ões) no Conselho Regional. No identificador
INTERESSADO, o psicólogo indicará o nome do autor do pedido (se a solicitação
foi da Justiça, se foi de empresas, entidades ou do cliente).
No identificador ASSUNTO, o psicólogo indicará a razão, o motivo do pedido (se
para acompanhamento psicológico, prorrogação de prazo para
acompanhamento ou outras razões pertinentes a uma avaliação psicológica).
● Descrição da demanda (essa expressão estava em laudo)
Esta parte é destinada à narração das informações referentes à problemática
apresentada e dos motivos, razões e expectativas que produziram o pedido do
documento. Nesta parte, deve-se apresentara análise que se faz da demanda de
forma a justificar o procedimento adotado.
● Procedimento
A descrição do procedimento apresentará os recursos e instrumentos técnicos
utilizados para coletar as informações (número de encontros, pessoas ouvidas
etc) à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa. O procedimento
adotado deve ser pertinente para avaliar a complexidade do que está sendo
demandado.
● Análise
É a parte do documento na qual o psicólogo faz uma exposição descritiva de
forma metódica, objetiva e fiel dos dados colhidos e das situações vividas
relacionados à demanda em sua complexidade. Como apresentado nos
princípios técnicos, "O processo de avaliação psicológica deve considerar que os
objetos deste procedimento (as questões de ordem psicológica) têm
determinações históricas, sociais, econômicas e políticas, sendo as mesmas
elementos constitutivos no processo de subjetivação. O DOCUMENTO, portanto,
deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não cristalizada do seu
objeto de estudo". Nessa exposição, deve-se respeitar a fundamentação teórica
que sustenta o instrumental técnico utilizado, bem como princípios éticos e as
questões relativas ao sigilo das informações. Somente deve ser relatado o que for
necessário para o esclarecimento do encaminhamento, como disposto no Código
de Ética Profissional do Psicólogo. O psicólogo, ainda nesta parte, não deve fazer
afirmações sem sustentação em fatos e/ou teorias, devendo ter linguagem
precisa, especialmente quando se referir a dados de natureza subjetiva,
expressando-se de maneira clara e exata.
● Conclusão
Na conclusão do documento, o psicólogo vai expor o resultado e/ou
considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que
subsidiaram o trabalho. As considerações geradas pelo processo de avaliação
psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em sua
complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo. Vale
ressaltar a importância de sugestões e projetos de trabalho que contemplem a
complexidade das variáveis envolvidas durante todo o processo. Após a
narração conclusiva, o documento é encerrado, com indicação do local, data de
emissão, assinatura do psicólogo e o seu número de inscrição no CRP.
¬ parecer psicológico:
Parecer é um documento fundamentado e resumido sobre uma questão focal do campo
psicológico cujo resultado pode ser indicativo ou conclusivo. O parecer tem como
finalidade apresentar resposta esclarecedora, no campo do conhecimento psicológico,
através de uma avaliação especializada, de uma "questão-problema", visando a dirimir
dúvidas que estão interferindo na decisão, sendo, portanto, uma resposta a uma
consulta, que exige de quem responde competência no assunto.
estrutura do parecer
O psicólogo parecerista deve fazer a análise do problema apresentado, destacando os
aspectos relevantes e opinar a respeito, considerando os quesitos apontados e com
fundamento em referencial teórico-científico. Havendo quesitos, o psicólogo deve
respondê-los de forma sintética e convincente, não deixando nenhum quesito sem
resposta. Quando não houver dados para a resposta ou quando o psicólogo não puder
ser categórico, deve-se utilizar a expressão "sem elementos de convicção". Se o quesito
estiver mal formulado, pode-se afirmar "prejudicado", "sem elementos" ou "aguarda
evolução".
O parecer é composto de 4 (quatro) itens:
● Identificação
Consiste em identificar o nome do parecerista e sua titulação, o nome do autor da
solicitação e sua titulação.
● Exposição de motivos
Destina-se à transcrição do objetivo da consulta e dos quesitos ou à
apresentação das dúvidas levantadas pelo solicitante. Deve-se apresentar a
questão em tese, não sendo necessária, portanto, a descrição detalhada dos
procedimentos, como os dados colhidos ou o nome dos envolvidos.
● Análise
A discussão do PARECER PSICOLÓGICO se constitui na análise minuciosa da
questão explanada e argumentada com base nos fundamentos necessários
existentes, seja na ética, na técnica ou no corpo conceitual da ciência
psicológica. Nesta parte, deve respeitar as normas de referências de trabalhos
científicos para suas citações e informações.
● Conclusão
Na parte final, o psicólogo apresentará seu posicionamento, respondendo à
questão levantada. Em seguida, informa o local e data em que foi elaborado e
assina o documento
VALIDADE DOS CONTEÚDOS DOS DOCUMENTOS
O prazo de validade do conteúdo dos documentos escritos, decorrentes das avaliações
psicológicas, deverá considerar a legislação vigente nos casos já definidos. Não
havendo definição legal, o psicólogo, onde for possível, indicará o prazo de validade do
conteúdo emitido no documento em função das características avaliadas, das
informações obtidas e dos objetivos da avaliação. Ao definir o prazo, o psicólogo deve
dispor dos fundamentos para a indicação, devendo apresentá-los sempre que
solicitado.
GUARDA E CONDIÇÕES DE GUARDA DOS DOCUMENTOS
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como todo o
material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 anos,
observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em
que ocorreu a avaliação psicológica. Esse prazo poderá ser ampliado nos casos
previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja
necessária a manutenção da guarda por maior tempo. Em caso de extinção de serviço
psicológico, o destino dos documentos deverá seguir as orientações definidas no
Código de Ética do Psicólogo.
APLICAÇÃO DOS TESTES PSICOLÓGICOS
Os instrumentos técnicos, a exemplo dos testes psicológicos, representam a única área
de atuação que é privativa dos psicólogos. São de uso exclusivo dos psicólogos que,
para gerenciá-los, requerem treinamento e conhecimento específicos. Uma vez que os
testes obedecem a uma série de regras para sua aplicação chamada de Padronização
da Aplicação dos Testes, que implicam em vários procedimentos: Administração dos
testes na aplicação; Questões relacionadas ao aplicador ou examinador; e Questões
específicas que dizem respeito ao(s) examinado(s) ou testando(s).
ADMINISTRAÇÃO DOS TESTES NA APLICAÇÃO
Os procedimentos na aplicação dos testes têm como objetivo garantir a sua validade,
porque, mesmo dada a sua condição técnica e científica, um teste pode produzir
resultados inválidos se for mal aplicado. Assim, deve seguir a risca as instruções e
recomendações que explicitam os seus manuais. Como se espera saber o nível de
aptidão ou as preferências do testando, este deve se sentir na sua melhor forma para
agir de acordo com as suas habilidades, e não sob a interferência de distratores
ambientais. No processo de aplicação levamse em consideração alguns aspectos
indispensáveis para a realização satisfatória dessa atividade: qualidade do ambiente
físico, qualidade do ambiente psicológico e material de testagem.
¬ qualidade do ambiente físico:
Todas as estruturas do ambiente físico devem colocar o testando em favorável
disposição de reação. De forma que é preciso considerar as condições do local de
trabalho: cadeira, mesa, espaço físico;
Atmosféricas: iluminação, temperatura, higiene;
De silêncio: isolamento acústico.
¬ qualidade do ambiente psicológico:
O psicólogo deve atenuar o nível de ansiedade do(s) examinando(s) a um mínimo
possível através do rapport, bem como:
● Verificar se o(s) examinando(s) apresenta(m) alguma dificuldade de saúde e/ou
impedimentos relacionados;
● Esclarecer o(s) examinado(s) de modo que ele(s) compreenda(m) exatamente as
tarefas a serem executadas;
● Memorizar as instruções e ministrá-las em voz alta e pausada, de uma única vez,
e igual para todos (qualquer mudança implica em alteração ou invalidade dos
resultados).
¬ material de testagem:
Todo material que será utilizado no processo de aplicação deve constar em quantidade
a mais do número de candidato ou examinando: Quando se trata de material reutilizável
verificar se está em perfeito estado.
RAPPORT
conceito do ramo da psicologiaque significa uma técnica usada para criar uma ligação
de sintonia e empatia com outra pessoa. Esta palavra tem origem no termo em francês
rapporter que significa "trazer de volta". ... É bastante comum pessoas tentarem "forçar" o
rapport, com o objetivo de manipular o outro.
CONDIÇÕES TÉCNICAS DO APLICADOR
Muitas das questões sobre o rigor e o valor da avaliação psicológica passam pela
atuação do psicólogo que a realiza, assim sendo, exige-se dele que apresente tais
condições mínimas:
● Conhecimento atualizado da literatura e de pesquisas disponíveis sobre o
comportamento humano e sobre o instrumental psicológico
● Treinamento específico para o uso dos instrumentos
● Domínio sobre os critérios estabelecidos para avaliar e interpretar resultados
obtidos
● Capacidade para considerar os resultados obtidos à luz das informações mais
amplas sobre o indivíduo, contextualizando-os
● Seguir as orientações existentes sobre organizações dos laudos finais e, acima
de tudo, garantir princípios éticos quanto ao sigilo e à proteção ao(s) indivíduo(s)
avaliado(s)
MODO DE ATUAÇÃO DO APLICADOR
O aplicador ou examinador também deve ter cuidados com os itens seguintes:
● Não aceitar pressão quanto ao emprego a fim de reduzir os custos para empresa
ou escola, que interfiram na qualidade do trabalho
● Fazer prevalecer o princípio da isonomia, que consiste em tratar a todos do
mesmo modo (remarcar um teste para um candidato, por exemplo, é dar
tratamento diferenciado, o que infringe este princípio legal)
● Não responder as questões dos examinandos com maiores detalhes do que os
permitidos pelo manual. Ou seja, as dúvidas sobre todas as questões devem ser
esclarecidas sem que o aplicador dê indicativo de resposta (este item é mais
delicado quando se trata de criança ou pessoa com cuidados especiais)
● Usar um vocabulário apropriado (sem: gíria, jargão psicológico, palavras chulas
ou rebuscadas); procurar ter equilíbrio emocional; e evitar interrupções durante a
testagem
● Evitar a familiarização do público com os conteúdos dos testes, o que perderia
sua característica avaliativa; assegurar que os testes são utilizados por
examinador qualificado; controlar a comercialização dos testes psicológicos;
considerar as condições em que foram realizados os testes, quando for apurar e
interpretar seus resultados
● A aparência, nesse tipo de atividade, o aplicador não é livre para usar qualquer
roupa, uma vez que esta variável interfere nos resultados. Recomendam-se
roupas limpas e adequadas, ou seja, formais, discretas, nunca “chamativas” ou
sensuais; e o uso moderado de perfume. Tem pessoas muito sensíveis à odores,
que podem se sentir incomodadas ao lado ou na mesma sala com a fragrância
muito forte de uma outra. Se for uma grávida o incômodo pode ser ainda mais
acentuado.
CONTROLE DOS VIESES DO APLICADOR
postura do aplicador pode afetar o processo. Pesquisas conclusivas dão conta de sua
grande interferência nos resultados. O psicólogo é um ser humano com seus problemas,
etc., como os demais, mas também é um técnico, e por isto mesmo deve estar consciente
desta influência, para procurar minimizá-la. Espera-se que tenha adquirido habilidades
próprias da profissão, das quais faça uso em situação de testagem, a exemplo, do
autoconhecimento mais elaborado que lhe permita conhecer melhor as suas aptidões e
limitações. Para ser psicólogo, Calligaris (2004) diz que não é necessário ser “normais”
nem é preciso estarmos curados de nossas neuroses, mas seria bem-vindo que a gente
não se tomasse pelo ouro do mundo (p.92). Ou seja, entre outros, a arrogância, parece
mais comprometedora em quaisquer dos processos desse exercício profissional.
QUESTÕES ESPECÍFICAS DO EXAMINADO
¬ direitos dos examinados:
No Brasil, a atuação do psicólogo na testagem é considerada uma atividade pericial.
Por lei, os peritos devem prestar serviço de qualidade à sociedade, e esta qualidade
pode ser cobrada judicialmente. Isto é, o psicólogo responde até criminalmente por sua
conduta na área dos testes psicológicos. Os direitos do testando, de modo geral, são
norteados pelos comitês de ética em Psicologia e pelas normas para Testagem
Educacional e Psicológica da American Psychological Association (APA), nos seguintes
aspectos:
● Consentimento dos testandos ou seus representantes legais, antes da realização
da testagem. As exceções a esta regra são: Testagem por determinação legal
(perícia) ou governamental (testagem nacional); Testagem como parte de
atividades escolares regulares; Testagem de seleção, em que a participação
implica consentimento;
● Testagem em escolares e aconselhamento, os sujeitos têm o direito a explicações
em linguagem que eles compreendam sobre os resultados que os testes irão
produzir e das recomendações que deles decorram;
● Testagem em escolas, clínicas, quando os escores são utilizados para tomar
decisões que afetam os testandos, estes ou seus representantes legais têm o
direito de conhecer seu escore e sua interpretação.
SIGILO E DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS
O candidato (empresa), paciente (clínica), orientando (clínica e escola) que submetem
aos testes tem o direito a toda e qualquer informação que desejar; O solicitante da
testagem, dono da empresa, no caso da seleção ou juiz, no caso pericial (mas, as
informações serão estritamente relacionadas ao motivo da solicitação). O sigilo e a
segurança dos resultados dos testes devem seguir as normas seguintes:
● Os arquivos devem ser seguros, de modo que ninguém possa ter acesso a um
dado sem a autorização do profissional responsável
● O código de ética do psicólogo diz: É dever do psicólogo respeitar o sigilo
profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das
pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.

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