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Etiologia da má oclusão

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São os fatores que explicam porque uma pessoa 
teve ou tem má oclusão e outra não. 
Prevalência de oclusão normal 
• Dentadura decídua: 26,7% 
• Dentadura mista: 11,4% 
• Dentadura permanente: 10,7% 
Antigamente: 
No homem primitivo tinha uma face diferente da 
nossa, seu crânio era muito menor em relação 
ao nosso. A maxila e a mandíbula também eram 
muito diferentes, porque a sua face era mais 
protrusa, sendo assim, o seu maxilar era mais 
longo (para acomodar 32 dentes assim como o 
nosso), o que mudou em relação aos dentes do 
homem primitivo do nossos é o tamanho deles, 
sendo assim, concluímos que o nosso maxilar 
ficou menos protrusos e o nossos dentes 
diminuíram de tamanho – tanto é que muitas 
pessoas hoje em dia não tem o 3º molar. 
Essa redução nos maxilares acaba convidando a 
má oclusão e o apinhamento nos dentes. Com a 
redução do grau de protrusão diminuiu a 
chance de alinhamento dos dentes. 
Importância do estudos dos fatores etiológicos 
A mistura ética é um dos fatores responsáveis 
pelas más oclusões, por exemplo, dente grande 
e maxila pequena. Quanto maior a mistura ética, 
maior será a má oclusão. 
• Prevenir as más oclusões 
• Definir o prognóstico de tratamento 
(chance de sucesso de um tratamento) 
• Favorecer a estabilidade da correção 
Prognóstico de tratamento é a chance de 
sucesso de um tratamento – chance de ser bem 
sucedido ou não. A chance de sucesso de 
correção ortodôntica tem muita relação com o 
fator etiológico, por exemplo, se a má oclusão é 
por conta de chupeta o prognóstico é bom, mas 
se é genético o prognóstico é mais difícil, 
porque não tem como tirar a genética de 
alguém. 
Os fatores etiológicos são divididos em dois 
“fatores”: os fatores genéticos e os fatores 
ambientais. As más oclusões são as associações 
desses dois fatores! 
Algumas má oclusões pesam mais um fator que 
outro e quanto mais o fator ambiente pesar 
melhor será o prognóstico. 
Quanto maior a proporção: 
• Menor a possibilidade de prevenir a má 
oclusão 
• Pior o prognóstico do tratamento 
• Menor a estabilidade 
Fatores etiológicos genéticos 
Código genético é definido por: 
• Herança: o código genético é definido 
pela maior parte pela herança 
• Mutações (após a fertilização) 
o As vezes acontece alguma 
mutação após a fertilização 
Hereditário e congênito são dois termos 
diferentes e precisam ser bem esclarecidos: 
hereditário é o que herdamos dos nossos 
 
 
familiares e ancestrais e podem se manifestar em 
qualquer tempo, por exemplo, pode nascer com 
algo ou desenvolver no decorrer da vida ou até 
mesmo nem se manifestar, já o congênito é o 
que é determinado durante a gestação e o bebê 
nasce com algo – nem tudo que nasce com é 
por fator hereditário, por exemplo, a mãe tomou 
roacutan e teve o bebê com algumas “sequelas” 
isso é congênito e não hereditário, já as fissuras 
labiopalatinas são hereditárias. 
Tipos de herança genética: 
1. Autossômica: 
Geralmente, são definidas por características. A 
herança autossômica NÃO sofre alteração 
ambiental, por exemplo, se seus pais são do 
sangue tipo A+ provavelmente você vai ser 
também e o ambiente não muda isso. 
• Um único gene 
• Dominante ou recessiva 
• Características qualitativas (tipo 
sanguíneo, cor dos olhos) 
• Não sofre influência ambiental 
2. Ligada ao sexo 
Existem alterações ligada ao sexo como os 
cromossomos X e Y 
• Ligada aos cromossomos sexuais X e Y 
• Segue a transmissão mendeliana 
• Ex: daltonismo, hemofilia 
3. Poligênica 
Quando se fala de má oclusão falamos da 
herança poligênica, porque rege características 
quantitativas, por exemplo, altura, tamanho dos 
dentes e sofre alteração no ambiente, por 
exemplo, mesmo que seus pais sejam baixos, se 
você fizer natação vai ficar um pouquinho mais 
alto. É uma herança genética que sofre o 
ambiente, geralmente, o fator ambiental acorda 
o gene “dormente” – em fissura labiopalatinas o 
álcool acorda o gene da fissura. 
• Características quantitativas 
• Definida por vários genes 
• Sofre influência do meio ambiente 
• Ex: dimensão da mandíbula - tamanho, 
número e forma dos dentes 
OBS: As más oclusões são herdadas pela 
herança poligênica!! 
Métodos para pesquisar a influência genética 
sobre determinada característica 
1. Estudo de famílias 
a. A genética é importante para 
determinar algumas coisas, por 
exemplo, agenesias dentárias – 
quando a frequência de tal coisa 
acontecendo na família é maior 
do que a frequência comparada a 
população 
2. Comparação entre gêmeos 
homozigóticos 
a. Gêmeos idênticos tem quase 
100% idênticos – falamos quase 
porque pode ter mudança pelo 
fator ambiental – sendo assim, se 
em um gêmeo homozigótico não 
tem x dente, provavelmente o seu 
irmão gêmeo também vai ter essa 
agenesia. 
 
Características com etiologia genética 
preponderante 
 
 
• Tipo facial 
• Padrões faciais I, II e III 
• Discrepância dente-osso 
• Anomalias dentárias de número, 
tamanho e posição 
• Infra-oclusão dos molares decíduos 
Essas características acima são 
preponderantemente genéticas, ou seja, quase 
anda de fator ambiental. 
1. Tipo facial 
• Mesofacial: altura e largura da face é 
semelhante 
• Braquifacial: largura é maior que a altura 
o Tem muita musculatura e destrói 
nossos braquetes ortodônticos 
pela força muscular 
• Dolicofacial: altura é maior que a largura 
o Mais comum nos ingleses 
Na altura conta da sobrancelha até o mento, 
não se conta o osso frontal porque senão todo 
mundo teria o rosto muito comprido. 
 
 
Primeira imagem é braquifacial, segunda é meso e 
terceira é delicofacial 
 
2. Padrões faciais I, II e III 
Pacientes com fissuras não entram nessa 
classificação. 
Os padrões faciais são aqueles da 
classificação de Angle. 
O paciente com padrão tipo I tem um perfil 
mais harmônico. Já o padrão facial tipo II 
provavelmente está instalado em paciente 
com a classificação do tipo II, onde a maxila 
é muito grande e a mandíbula é menor, fica 
desproporcional e perfil convexo. E o padrão 
tipo III é semelhante a classe III, que é a 
maxila pequena e a mandíbula grande, perfil 
côncavo. 
Esses padrões faciais são definidos pela 
genética! 
 
• Padrão II: 
o Grande correlação entre as 
características morfológicas dos 
pacientes e seus pais, para classe 
II, divisão 1 – significa que pais de 
classe II tem mais chance de ter 
filhos classe II também 
o 100% dos gêmeos homozigóticos 
e 10% dos gêmeos 
heterozigóticos apresentam 
concordância para a classe II, 
divisão 2 
OBS: Amamentação NÃO faz a mandíbula 
crescer, tem estudos que provam isso – Muitos 
 
 
falam que a criança é classe II porque não 
mamou o suficiente. 
• Classe III 
o Na família de um prognata, a 
prevalência de prognatismo chega 
a 84% 
o Na família de um jovem com 
oclusão norma, essa prevalência 
equivale a 7,5% 
o Entre gêmeos univitelinos, se um 
deles apresentam classe III, a 
chance de outro irmão apresentar 
é 83% 
o Entre gêmeos bivitelinos, a chance 
do outro irmão apresentar classe 
III é 10% 
o Pai OU mãe prognata → 20% dos 
filhos prognatas 
o Pai E mãe prognatas → 40% dos 
filhos prognatas 
A formação consiste em base ósseas e região 
dentoalveolar, ou seja, maxila e mandíbula na 
primeira e dentes no segundo: 
• Bases ósseas: maxila e mandíbula 
o a mandíbula é mais influenciada 
pela genética, a mandíbula é o 
menos ambiental 
• Região dentoalveolar: dentes 
o Os dentes são como massinha de 
modelar, conseguimos posicionar 
tranquilamente – super ambiental, 
é o mais ambiental entre maxila, 
mandíbula e dentes 
3. Discrepâncias dente-osso 
O apinhamento é definido geneticamente, 
porque se o tamanho das bases ósseas e dos 
dentes são definidos geneticamente, então o 
apinhamento também, principalmente quando 
eles não combinam. – O diastema também 
• Apinhamento primário genético 
• Espaçamentogeneralizados 
○ Diastemas, são definidos 
geneticamente, aqui sobrou osso 
e no apinhamento faltou osso. 
 
4. Anomalias dentárias de número, 
tamanho e posição 
Enquanto a prevalência de agenesia na 
população equivale a 5%, mais de 50% dos 
irmãos e pais de crianças com agenesias 
apresentam a mesma irregularidade (excluindo o 
terceiro molar) 
• Agenesias: Grande concordância de 
agenesias entre gêmeos homozigóticos 
• Microdontia: A expressão incompleta do 
gene que causa a agenesia, determina a 
microdontia 
• Ectopia: dente irrompe fora do lugar que 
deveria estar – faz parte das agenesias 
também e é genético. 
o De todos os dentes, os incisivos 
centrais são os únicos dentes que 
quando saem do lugar não é por 
genética 
 
 
o Todos os dentes podem sair do 
lugar por trauma – com exceção 
dos incisivos centrais 
o Exemplo: dentes no palato – tudo 
isso é por genética 
Fatores etiológicos locais ou ambientais 
São fatores locais NÃO tem influência genética!! 
• Cáries 
• Perda precoce de dentes decíduos 
• Perda de dentes permanentes 
• Anomalias dentárias (número, tamanho e 
posição) 
• Infraoclusão de molares decíduos 
• Patologias 
• Freio labial 
1. Cáries 
• Cáries interproximais 
o Se existe uma cárie na proximal 
do dente decíduo o permanente 
já tende a migrar 
2. Perda precoce de dentes decíduos 
Perda de dentes permanentes também! 
• Quando o molar é perdido e o 
odontólogo não faz anda para amnter o 
espaço deixado pelo dente decíduo os 
permanentes vão migrar para aquele 
espaço (como se mesializassem, por 
exemplo), ou seja, vai roubar o espaço 
do PM 
• Logo, a perca do dente decíduo vai levar 
a do perímetro dentário (perímetro é 
sinônimo do espaço disponível para que 
os dentes permanentes substituem o 
dentes decíduos, ou seja, que os 
permanentes se acomodem na arcada 
dentária) – se acontece essa perca então 
o ultimo dente que iria irromper vai ser 
prejudicado, geralmente são os caninos 
superior e 2PM inferior, dai eles podem 
não irromper ou irromper em 
vestíbuloversão. 
3. Perda de dentes permanentes 
4. Anomalias dentárias (número, tamanho e 
posição) 
5. Infraoclusão de molares decíduos 
6. Patologias 
7. Freio labial 
Os hábitos bucais fazem parte do universo de 
fator ambiental e eles são muito importantes, 
tanto é que teremos uma aula só com esse 
assunto. 
Prof pediu pra guardar da aula dela que os 
fatores ambientais são: cárie, perca precoce de 
dentes decíduos e de dentes permanentes, 
supranumerários, anomalias, traumatismos e 
patologias.

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