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A mucosite peri-implatar e a peri-implantite são as chamadas doenças peri-implantares. Implantes dentários: • Opção de tratamento altamente previsível • Altos índices de sucesso • Modalidade de terapia bastante indicada e aceita • Complicações precoces ou tardias Osseointegração: Condições para reparo da área: • Células adequadas: mesenquimais indiferenciadas, osteoblastos, osteoclastos e osteócitos • Nutrição adequada • Estímulo adequado: temperatura crítica Devemos controlar essas condições, como a temperatura, técnica, movimentos e averiguar a questão da nutrição, porque são fatores que influenciam na cicatrização após instalação do implante e se forem controlados podemos ter a oesseointegração. No entanto, podem ocorrer falhas na osseointegração: As falhas ocorrem por diversos motivos, entre eles estão: • Contaminação • Condições instrumentação inadequadas • Condições sistêmicas e locais do paciente • Sobrecarga oclusal o Quando se instala o implante e ele tem uma sobrecarga excessiva antes da osseointegração Perda óssea marginal: A remodelação inicial da crista óssea é considerada um processo fisiológico após instalação do implante. A perda óssea é um processo influenciado por variáveis biológicas (espessura da mucosa), técnicas (conexões protéticas) e cirúrgicas (posicionamento do implante) A literatura aponta que uma perda marginal é natural: • Primeiro ano: 0,2-0,3mm perda óssea • Anos seguintes: 0,1mm perda óssea por ano Mas essa perda natural é normal se for com as medidas acima e que tenha ausência de sinais e sintomas de infecção. • Diferenciar remodelação fisiológica de perda óssea progressiva (peri-implantite) é importante estabelecer baseline do nível ósseo peri-implantar – ideal no momento da instalação da prótese • Alterações no nível ósseo até a instalação da prótese são considerados resultados da remodelação óssea fisiológica ou perda precoce do implante. Doenças peri-implantares: Antes não havia uma definição no termo, falava- se de doenças de forma geral. Ao surgir essa classificação (doença peri-implantares) facilitou para ter mais estudos e guias para a clínica acerca dos dados das doenças peri-implantares. O que tem de novo nessa classificação: • Esforço para revisar todos os aspectos de saúde e doenças peri-implantares e aspectos relevantes dos sítios com implantes e deformidades • Desenvolvimento de uma classificação aceita no mundo • Definição de casos desenvolvida para uso por clínicos para manejo dos casos individuais e estudos populacionais Como são os tecidos saudáveis? • Porção externa do dente/implante: epitélio oral ceratinizado → até a margem • Porção voltada dente/implante: epitélio sulcular não ceratizado → até epitélio funcional – adesão por hemidesmossomos Há inserções conjuntiva: que são vários grupos de fibras gengivais (isso no dente). Mas no implante se chama zona de adesão do tecido conjuntivo que são formadas por fibras colágenas (porque não há a inserção delas, apenas a sua adesão) à superfície do implante e circulares. Isso é importante porque não há a mesma proteção nos tecidos peri-implantares como existe essa proteção no dente, pelo fato da distribuição das fibras e da sua adesão no implante ao invés de estar inseridas como estão no dente. Além disso, ao redor do dente há o cemento onde fica as fibras de Sharpey e há a presença de ligamento periodontal. Já no implante há a ausência do cemento: fibras não inserem na superfície do implante. Há também a ausência de LP: restrição no suprimento sanguíneo – menor nutrição e células imunes. No dente os tecidos ficam em torno de 2 a 3mm, enquanto que nos implantes essa zona de adesão de tecido conjuntivo fica em torno de 1 a 1,5mm do implante. Saúde peri-implantar: • Clinicamente: Caracterizada por ausência de sinais visuais de inflamação – eritema, sangramento à sondagem, hiperplasia e supuração. • Saúde peri-implantar – ao redor de implantes com suporte ósseo normal ou reduzido OBS: Não é possível definir valores de profundidade de sondagem compatíveis com saúde peri-implantar. O mais importante são os sinais clínicos de inflamação. Profundidade de sondagem maiores são comuns em implantes quando comparados a dentes. O ideal é usar uma sonda especial para isso – a sonda que usamos para dente não é a ideal para ser usada em implantes, a ideal é a com a ponta de plástico ou de teflon. Quando se faz a sondagem em implantes é normal ter uma profundidade de sondagem maior do que a do dente, devido aos tecidos do implante e também porque a sondagem ultrapassa as células apicais do EJ e no dente a sonda nem atinge essas células. Gengiva saudável (dente): • Sondagem não atinge células apicais do EJ • Gengiva é comprimida na direção apical Mucosa peri-implanter saudável: • Sondagem atinge células apicais do EJ • Mucosa peri-implantar deslocada na direção lateral São por esses motivos acima que é comum ter PS maior em implantes do que em dentes. Mucosite peri-implantar: • Acumulo de biofilme: lesão – infiltrado de células inflamatórias TC lateralmente ao epitélio (aumenta de tamanho com o tempo) • Lesão restritora aos tecidos moles peri- implantares A mucosite peri-implantar se assemelha muito a gengivite. Sendo assim, ela se restringe apenas aos tecidos moles que são ligados ao implantes. Sinais clínicos da mucosite: • Sangramento a sondagem • Eritema • Hiperplasia~supuração Os sinais clínicos são essenciais para o diagnóstico de mucosite peri-implantar. • Aumento na profundidade de sondagem é frequente → hiperplasia ou diminuição resistência à sondagem • Ausência de perda óssea além dos níveis resultantes da remodelação óssea inicial (até 2mm) • Forte evidencia de etiologia relacionada à placa: reversível com medidas para eliminação da placa Aumento de tecido ao redor do implante com característica de inflamação e radiograficamente observa-se só o inicio da perda óssea, ou seja, sem perda óssea progressiva, fechando o diagnostico então de mucosite peri-implantar. Note a imagem acima, a primeira foto demonstra a mucosite e a segunda o estado de reversibilidade, ou seja, os tecidos voltaram ao quadro de saúde peri-implantar após a terapia profissional e o controle de placa do paciente (ausência de sangramento, tecido com cor rosa-pálida e ausência de hiperplasia). No tratamento foi feito a curetagem, jato de pó abrasivo com glicina e polimento e profilaxia com taça de borracha e clorexidina. Características da mucosite peri-implantar: • Reversível: resolução de sinais clínicos de inflamação pode levar mais de 3 semanas após reinstituição do controle de placa • Principal fator etiológico: acumulo de biofilme • Resposta do hospedeiro ao desafio bacteriano pode variar entre os pacientes. Tabagismo, diabetes e radioterapia podem modificar a condição • Supõe-se que a mucosite peri-implantar preceda a peri-implantite. o Não é toda mucosite que evolui para a peri-implantite, mas toda peri-implantite já foi uma mucosite peri-implantar. Diagnostico precoce e tratamento da mucosite deve ser realizado para prevenir o início da peri-implantite. Peri-implantite: Condição patológica associada à placa que envolve os tecidos ao redor dos implantes, caracterizada por inflamação da mucosa peri-implantar e perda óssea subsequente e progressiva. Sinais clínicos: • Sangramento à sondagem • Supuração • Aumento a profundidade a sondagem e/ou recessão na mucosa peri-implantar; • Edema e hiperplasia • Vermelhidão • Ausência de dor e mobilidade (??)] o Questiona-se quanto a ausência de dor e mobilidade porque em estágios avançados há relato do paciente sentir dor e em casode mobilidade não tem como mantar o implante em boca Sinais radiográficos: • Destruição óssea definida • Defeito em forma de cálice ou cunha • Porção apical osseointegrada • Perda ossea (baseline) + sinal de mobilidade Defeito em forma de cálice ou cunha • Sítios com peri-implantite: Profundidade de sondagem está correlacionada com perda óssea e é um indicador da severidadeda doença • Taxa de progressão de perda óssea pode variar entre os pacientes Patogênese: peri-implantite: • Avançam em direção apical e não parecem serem encapsuladas por um tecido fibroso como ocorre com as lesões periodontais • Lesão peri-implantares: infiltrado inflamatório está em contato direto com o osso alveolar • Estendem-se apicalmente ao epitélio da bolsa e não são circundadas por TC não inflamatório. Perda óssea severa e junto com exame clinico que apresentava sinais de inflamação recebeu o diagnóstico de peri-implantite Periodontite – peri-implantite: • Sinais clinicos em comum: eritema, edema. Histologicamente: infiltrado leucocitátio e sinalização pró-inflamatória intensa • Associação à presença de biofilme • Periodontite e peri-implantite: apresentam mecanismos patogenéticos semelhantes Diferença de periodontite e peri-implantite: • Sequência de eventos imuno-patológicos e composição qualitativa das células imunlógicas semelhantes • Inflamação no tecido peri-implantar se desenvolve mais facilmente do que nos tecidos periodontais • Dados sugerem que a progressão da peri-implantite parece ser mais rápida do que na periodontite • Destruição inflamatória tecidual na peri- implantite: mais rápida e extensa • Peri-implantite: clinicamente - destruição inflamatória desenfreada e progressiva do osso peri-implantar. Microbiota da peri-implantite: • Microbioma: grande diversidade de microrganismos composta por especies gram + aeróbias, gram – anaeróbias e patógenos fusiformes • Semelhante à periodontite: Porphuromonas gingivalis, Tannarella forsythia e Treponomena denticola • Diferenças: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Candida spp • Evidencia disponível: insuficientes para garantir diferenças específicas entre microbiota de dentes e implantes tanto em condição de saúde quanto doença. • Necessários estudos: composição microbiota ainda incompleta • Diferença no microbioma ao redor de dentes e implantes que podem fornecer uma resposta para dinstintpos fenpotipos das doenças Fatores relacionados com o desenvolviento da peri-implantite: Fatores de risco: • Pacientes com historico de periodontite severa, pobre controle de placa e que não fazem terapia de manutenção após reabilitação com implantes • “A instalação de implantes não modifica o perfil do paciente, uma vez que não modifica a genética, microbiologia ou hábitos comportamental de qualquer individuo” (Rosing et al, 2019) Outros fatores que podem estar associados: • Tabagismo e diabetes como indicadores de risc potencial: dados inconclusivos • Evidencias limitadas: posição dos implantes que não facilitam a higienie oral • Indicadores de risco a serem determinados: sobrecarga oclusal, particulas de titanio, necrose por compressão óssea, aquecimento, micromovimentação, biocorrosão e mucosa ceratinizada peri-implantar Faixa de mucosa ceratinizada ao redor de implantes: Apesar de estudos sugerirem que a ausencia ou largura reduzida da mucosa ceratinizada possam afetar negativamente, há evidencias limitadas que este fator constitui um risco para peri- implantite. Quanto precisa ter de faixa de mucosa ceratinizada? Literatura cientifica: bastante controversa – não é possivel indentificar e definir altura de faixa da mucosa ceratinizada para manutenção da saúde peri-implantar • Maior que 2mm • Faixa menor que 2mm: associada com maior acumulo de placa, inflamação da mucosa peri-implantar e perda ossea Alguns estudos relatam: • A falta de MC adequada ao redor de implantes está associada com maior acumulo de placa, inflamação tecidual, recessão gengival e perda de inserção • Pacientes com faixa de MC menor que 2mm tendem a relatar maior incomodo/dor/desconforto durante os procedimentos de higienização diária, fator que contribui diariamente para sauden peri-implantar à longo-prazo • Tamanho da faixa de MC parece nao ter influenca em pacientes colaboradores e comprometidos com o controle de placa e em terapia de manutenção. • Subtâncias contaminantes: LPS → bactérias gram negativas o Participação da indução na reabsorção óssea verificada na DP • LPS se aderem firmemente nas superficies metálicas o Tratamentos especiais • Estudos acerca do tratamento da peri- implantite revelam que estratégias relacionadas com descontaminação têm sucesso na diminuição da inflamação tecidual e na supressão da progressão da doença. Objetivo primário: Cessar a progressão da doença para manter o implante em função. Objetivo secundário: Regeneração dos tecidos perdidos Controle dos fatores contribuintes: • Fatores de risco relacionados ao paciente • Fatores de risco relacionados aos implantes Etapas: • Diagnostico • Remoção do biofilme • Descontaminação e condicionamento da superficie do implante • Correção e/ou eliminação dos sitios que páciente não consegue higienizar corretamente • Estabelecimento do controle de placa efetiva pelo paciente • Análise da necessidade de restabelecimento/aumento da mucosa ceratinizada • Terapia peri-implantar de suporte O quer devemos analisar: • Pefil do paciente • Tecidos circundantes O que leva ao sucesso: • Espessura tecidual • Presença de MC • Tipo de conexão implante/pilar • Posição tridimensional implante • Tipo de defeito ósseo. Associação de um método químico e um método mecânico para realizar a descontaminação da área. Tratamento da peri-implantite: • Controle de infecção • Desbridamento não cirurgico • Procedimentos cirurgicos • Terapia de manutenção Terapia de suporte: • Risco baixo: todos os parâmetros na categoria risco baixo ou, no máximo, um parâmetro na categoria risco moderado. • Risco moderado: pelo menos dois parâmetros na categoria risco moderado, mas, no máximo, um parâmetro na categoria risco alto • Risco alto: pelo menos dois parâmetros na categoria risco alto. Motivação do paciente: Por que precisamos motivar os pacientes? – Porque o fato de colocar implantes nos pacientes não vai fazer com que ele mude a genética e seus hábitos, sendo assim, precisamos tentar mudar as questões comportamentais para que ele entenda a importância de realizar uma boa higiene oral e para comparecer na terapia periodontal (para que eles não percam o implante igual perderam os dentes). Esses pacientes precisam entender que há o risco de perder o implante e por isso, quem explica e quem passa a recomendações necessárias é o profissional. Higiene oral: devemos adaptar conforme a necessidade do paciente, por exemplo, associar a escova unitufos, escovas interdentais, jato de água, etc - (são opções para adicionar a escovação, mas não substitui a velha e boa escovação e fio dental). “A ótima higiene oral requer motivação do paciente, dispositivos adequados e instruções profissionais.” • Implantes costumam sofrer de mais complicações em comparação com os dentes e, portanto, requerem mais manutenção de modo geral • Geralmente, os pacientes com implantes dentários são mais adeptos com rechamadas e, isso pode ser uma grande vantagem • Mais informações são necessárias para realização de procedimentos de higiene específicos para implantes dentários Biofilme: A terapia periodontal de manutenção para implante sugere: • Evitar o acúmulo de grandes quantidadesde bactérias nos implantes para prevenir a inflamação da mucosa peri-implantar • Eliminar ou controlar fatores locais, que favorecem o crescimento MO potencialmente ao redor dos implantes • Remover depósitos bacterianos nos implantes – etapa crucial na terapia de infecções peri-implantares • A falta de terapia de manutenção pode aumentar o risco para o surgimento de peri-implantite em até 6x De quanto em quanto tempo chamar o paciente? • Os intervalos de rechamadas devem estar de acordo com o risco de cada paciente, entretanto, manutenções a cada 3-6 meses são recomendadas baseadas em achados da literatura Recomendações: • Após conclusão de terapia com implantes – manutenção deve começar com uma frequência de 3 meses • Estabilidade avaliada continuamente e a frequência de rechamadas devem ser adaptadas individualmente (monitoramento longitudinal). • Paciente com nível adequado no controle de placa e comparações entre as medições indica estabilidade – nesses casos o intervalo pode ser prolongado em até 6 meses em incrementos de 1 mês de visita a visita Protocolos de manutenção de implante normalmente inclui os mesmos procedimentos realizados durante uma manutenção periodontal: • Atualização no histórico médico do paciente • Exame clinico oral completo • Exames baseline (comparação) • IP, SS, supuração, PS, achados radiográficos • Oclusão e próteses devem ser avaliadas • Suspeita de perda óssea: radiografias • Remoção do biofilme presente e manejo das complicações apresentadas • Rechamadas baseadas nas necessidades individuais • Peri-implantite: tratamento adicional e acompanhamento apropriado devem ser agendados. Considerações finais: • Diagnóstico precoce é fundamental • Importâcia da terapia de manunteção • Sucesso no tratamento com implantes dentários: “co-terapia” • Paciente: HO adequados e adesão a terapia de manutenção • CD: planejamento, instrução do paciente e controle nos fatores e indicadores de risco
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