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Princípios da Abordagem Effectuation Antes de apresentar o conceito de todos os princípios da abordagem Effectuation entendo como necessário explanar sobre o método tradicional, a chamada perspectiva Causation da qual por muito tempo dedicamos horas de estudos para decifrar todas as etapas, ou melhor, as escolas de negócios tradicionais nos ensinaram que para termos maiores chances de sucesso na abertura de um negócio precisávamos elaborar um plano de negócios e neste plano seria imprescindível definir um público alvo, traçar estratégias, elaborar previsões de vendas, calcular taxa de retorno e finalmente definir se o negócio seria ou não viável. Mas, eis que no ano de 2001, uma mulher, indiana, professora chamada Saras Sarasvanthy surge para romper paradigmas e aplica uma pesquisa com empreendedores. Nesta pesquisa a professora seleciona empreendedores e tem como foco saber como eles fizeram para montar seus negócios, quais etapas, como surgiu a ideia do negócio? Segundo a consultoria em recursos humanos Primer RH (2020) a pesquisadora chegou à conclusão que “nenhum dos empreendedores que participaram da pesquisa aplicavam o modelo tradicional de plano de negócios baseado em pesquisas de mercado.” Ainda, Vieira cita em seu blog que para Saras Sarasvathy o Effectuation, ou abordagem efetiva, nada mais é que um processo dinâmico e criativo que tem por objetivo o desenvolvimento de novas ideias e um ambiente empreendedor sem a necessidade de um plano de negócios. Porem é um processo de autoconhecimento, que visa responder três perguntas básicas que são: Quem eu sou? O que sei fazer? Quem eu conheço? A partir desses novos saberes colocamos em Check o modelo tradicional e partimos do pressuposto do aprender fazendo, ou como citam os autores, nos usamos da tática de tentativas e erros. É neste momento que entra em cena os cinco pilares do Effectuation que a pesquisadora Saras criou: 1º Principio pelo livro da disciplina Abordagens Inovadoras em Administração, “Comece com o que tem”, nas palavras de Saras é o Principio do Pássaro na Mão (The bird in hand principle), é neste primeiro que precisamos responder as três perguntas já mencionadas anteriormente, a primeira retrata a nossa identidade, a segunda o que já conheço e domino e a terceira como está meu network e essas pessoas tem potencial para se juntar ao meu negócio. Castro ao abordar sobre esta fase comenta que devesse “iniciar pelo que sabemos fazer bem feito e de forma simples,” enquanto outros autores descrevem como o que temos em mãos, assim como Miyatake e Iba (2021), descrevem o primeiro principio com “comece com o que tem,” e é exatamente isso que é feito na abordagem Effectuation. 2º Principio pelo livro da disciplina: “Defina perdas aceitáveis”, na voz de Saras é o “Principio da Perda tolerável (affordable loss).” Nesta etapa é até onde pretendo investir, qual valor estou disposto a perder, neste caso não calculasse um retorno para o projeto, apenas existe o foco na sobrevivência e continuidade, embora sejam decisões intuitivas, nada calculadas, mas existe uma base do quanto estamos dispostos a perder, não se trata apenas de dinheiro, mas de tempo e esforço. 3º Principio Segundo Miyatake;Ibá (2021) “Explore as possibilidades,” e Saras cita o Principio da Limonada (The lemonade principle). É isso mesmo, conforme acrescenta Castro “se a vida te der um limão, faça uma limonada,” é assim que surgem novas ideias, é através do brainstorming que a ideia pode evoluir de maneira crescente e produzir novos frutos. Para negócios criados com o principio Effectuation a incerteza se torna algo positivo, e é onde surgem novas ideias, é dessas incertezas que surgirá algo que pode ser controlado e transformado em oportunidades, o problema cria uma nova solução para os visionários, para pessoas de mentes abertas esses problemas são fontes de informações e inspiração e todas as ideias inovadoras e por mais malucas que parecem, poderão ser testadas. Recomeçar faz parte, ter que reinventar ou começar do zero é normal. 4º Principio conforme o livro da disciplina “Cresça por meio de parcerias “e Saras descreve como o” Principio da Colcha de retalho (The crazy quilt principle)”. Aqui entram em ação os stakeholders o quanto estão dispostos a se comprometer com o negócio, ou seja, a ideia é montar uma colcha de retalhos, a colcha retrata o coletivo, a formação de alianças que irá se ilustrando ao invés de ser planejada. Cada novo parceiro agrega novos meios e novos objetivos, cada um com seus pássaros na mão e sua perda tolerável, é isso que relata Primer RH também. 5º Principio “O futuro é imprevisível,” segundo Miyatake;Ibá (2021) e a criadora Saras no ano de 2001 cria o “Principio Piloto de avião (The pilot-in.the-place).” Ao contrário do método tradicional, ou o Business Plan que tem como base os esforços do empreendedor com a exploração de fatores externos, como a tecnologia, fatores socioeconômicos, ambientais, para o método de Saras o que comanda é simplesmente a ação humana, é esta ação que molda o futuro. Assim como o piloto de avião que tem o controle em suas mãos, para a pesquisadora, a ação humana tem a habilidade para tomar decisões e corrigir o rumo de forma a evitar desastres. Parte do principio que a crença é que o futuro não é pré-determinado, ou previsto, mas sim feito. Esses cinco princípios foram elaborados pela Professora Saras, e observando podemos concluir que já passou uma década e isso causa certo espanto, de inicio pelo fato de quem elaborou a pesquisa e a divulgou ser uma professora na área da administração de empresas e de empreendedorismo, pois por muito tempo foi difundido a ideia de pesquisa para a formulação do plano de negócios e Saras vem e diz que nada disso é verdade, que as empresas surgem de outra forma, que é possível criar efeitos sobre coisas que estão fora do controle. É como se tudo que aprendemos anteriormente perdesse o valor, mas Cozer (2020) consegue clarear minhas ideias e percebo que eu mesma já me utilizei do método Effectuation, mas apenas me dei conta agora e nem por isso deixei de elaborar posteriormente o plano de negócios. Cozer descreve que as escolas de negócios se utilizam normalmente do pensamento causal, mas a realidade é que os experts acabam olhando ao redor e observam o que conhecem ou não e então se utilizam da tática tentativa e erro, mas de maneira criativa fazem coisas novas com o que já tem e isso válida ainda mais a pesquisa de Saras Sarasvathy. Em Danazio (2018) podemos ver que para Saras, “Effectuation é sobre não perder tempo perseguindo coisas que você não tem, e não se sabotar esperando ter uma série de recursos antes de começar a empreender. Em vez disso, gaste energia tentando ser mais criativo usando as coisas que você já tem.” Todavia, após ler sobre os assuntos a conclusão que chego é que Effectuation é uma lógica da ação empreendedora ao invés de uma teoria de como empreendedores operam ou deveriam atuar! É o instinto de saber onde pisar, tendo como base o conhecimento em relação a si próprio. Referencias On Line CASTRO, Dênis. Effectuation, os 5 princípios que podem mudar a sua vida empreendedora! Linkedin. 13 ago. 2018. Disponível em; https://pt.linkedin.com/pulse/ /effectuation-os-princípios-que-podem-mudar-sua-vida-dênis-castro. Acesso em: 15 out 2021. Conheça o Effectuation e implemente seu de Plano de Negócios. 24 Jan. 2020.Disponivel em:https://www.primerrh.com.br/conheca-o-effectuation/. Acesso em: 14 out 2021. https://pt.linkedin.com/pulse/ COZER, Caroline. Exclusivo: Você sabe o que é Effectuation? 22 out 2020. Disponível em: https://www.whow.com.br/eficiencia/voce-sabe-o-que-e-effectuation/.Acesso em 15 out 2021. DAMAZIO, Tiago. Effectuacion: Conceitos e Princípios. 19 set 2018. Disponível em:https://melhoreseunegocio.blogspot.com/2018/09/effectuation-conceito-e-principios.html.Acesso em: 15 out 2021. MIYATAKE, Anderson Katsumi; IBÁ, Fabio Luiz. Abordagens Inovadoras em Administração. Maringá-PR:Unicesumar,2021. VIERA,Danielle. Effectuation: o que é e por que aplica-lo em minha startup? Disponível em: https://startupsorocaba.com/effectuation-o-que-e-e-por-que-aplicar-em-minha- startup/. Acesso em: 14 out 2021.
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