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Nome: Andrey Yuji Nagabe Evolução Histórica do Direito do Trabalho 1. Revolução Industrial No período compreendido entre o final do século XVIII e o começo do século XIX ocorreu a Revolução Industrial, um marco na história da huma- nidade que alterou profundamente o processo produtivo econômico desen- volvido até então. No período anterior, a humanidade era regido pelo sistema feudal e/ou mercantil de produção, que contava com o servo ou escravo, base do sistema econômico, considerados pelo Direito da época, propriedade privada do senhor, que o possuía para a obtenção, produção e circulação de rique- zas. Geralmente as economias dos países feudais ou escravagistas eram agrícolas, extrativistas ou comerciais com pouca diversificação econômica em seus produtos comercializados. Com a Revolução Industrial, o cenário mundial se modifica, o pro- cesso de produção de riquezas se concentra na fábrica, utilizando-se tam- bém da força das máquinas para acelerar o processo de fabricação do pro- duto. O processo produtivo já não mais é realizado em corporações de ofício ou em manufaturas, o trabalhador já não é mais cativo ou propriedade do do- no dos meios de produção, ele é livre. E os países industriais diversificam a sua produção econômica com uma maior variedade de bens e serviços. Entretanto, isso não caracterizava que as situações de flagrantes abusos e constantes violações a dignidade humana tivessem sido abolidas com a Revolução Industrial, demandando cada vez mais a intervenção do Estado para proteger os trabalhadores. Assim, houve intensa migração de mão de obra das extintas manu- faturas, corporações de ofício, e do ambiente rural para as fábricas, com a formação de grandes concentrações de trabalhadores em torno das máqui- nas, fazendo com que os patrões obtivesse, à época, maiores lucros, dimi- nuindo os custos de produção. Houve a utilização da mão de obra de trabalhadores em larga esca- la, e desse modo, criou-se grandes reservas de operários nas fábricas, o que se refletiu em salários baixos, em condições de labor inóspitas e em verda- deiras situações de injustiça e desumanidade para os trabalhadores, onde o Estado liberal, da época, era mero expectador das relações particulares. Assim surge duas classes sociais: Os capitalistas (donos dos meios de produção econômica) e Os trabalhadores (donos da força de trabalho) O Estado Liberal assegurava, no plano teórico, a igualdade jurídica e a liberdade das partes em contratar, por isso era um mero expectador, não intervindo nas relações trabalhistas, tidas como típicos contratos cíveis (rela- ção entre iguais). Houve a latente exploração econômica e social dos trabalhadores (Questão Social), ao mesmo tempo, que as demandas destes lhe eram cons- tantemente negadas, como o direito de greve, de manifestação política por maiores salários, ou vedação a Ação Coletiva. Mas houve grandes capítulos que enalteceram a luta dos trabalha- dores pelo mundo, como por exemplo: Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Co- munista, ressaltando a necessidade de humanização das relações do traba- lho. Em 1891, na Encíclica “Rerum Novarum” o Papa Leão XIII prega a união entre as classes sociais para um maior bem estar geral e coletivo. A Questão Social latente passa a ser uma Questão Política, deman- dada por trabalhadores e sindicatos para uma maior representação política e por maiores direitos, transformando o até então Estado Liberal em Estado de Bem Estar Social (Estado Providência) de base Intervencionista na econo- mia. No Estado de Bem Estar Social substitui-se a igualdade jurídica pu- ra pela isonomia jurídica (“tratar igualmente os iguais e desigualmente os de- siguais” - o trabalhador é considerado vulnerável). Além do mais, o Estado passa a regulamentar e intervir nas rela- ções do trabalho com o escopo de proteger o interesse coletivo. 2. Constitucionalismo Social É a inserção nas constituições de preceitos relativos à defesa social dos trabalhadores, de normas de interesse social e de garantia dos Direitos Fundamentais, especialmente o Direito do Trabalho. Movimento de realização de justiça social através da inclusão de di- reitos trabalhistas nos textos constitucionais dos países, foram: Constituição do México de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABA- LHO NO BRASIL Devido ao lento processo de abolição da escravatura do Brasil, hou- ve a formação tardia de trabalhores e uma inserção econômica atrasada do país com relação ao comércio mundial. A classe trabalhista surge, em grande medida, pelo processo mi- gratório europeu que cria os primeiros sindicatos brasileiros. Há o surgimento das primeiras normas para regulamentar as rela- ções trabalhistas no Brasil, mas ainda muito incipiente e de forma reativa pe- lo Estado. Apenas no governo populista de Getúlio Vargas é que são definidas as normas gerais que regerão as relações laborais, como a CLT (Consolida- ção das Leis Trabalhistas) e outras leis esparsas. O constituinte de 1943 enalteceu o tema trabalhista ao colocá-lo co- mo dentro da Constituição, no capítulo da Ordem Econômica. E a Constituição Federal de 1988 define os Direitos Trabalhistas co- mo Direitos Fundamentais, portanto Cláusulas Pétreas, imodificáveis, cerne do Ordenamento Jurídico. LENZA et al. OAB primeira fase: Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2019. Nome: Andrey Yuji Nagabe Evolução Histórica do Direito do Trabalho
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