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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE CABO DE STO. AGOSTINHO EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS (2020.2/2021) HELTON BERNARDO (10/10/2021) ATIVIDADE 2: ESPECIFICAÇÕES DE UM TRANSFORMADOR DE CORRENTE (TC) Para especificar o transformador de corrente (TC) de uma subestação de média tensão, como prevê a norma regulamentadora da ABNT, a NBR6856 de 2015, faz necessário identificar e conhecer o modo e faixa de operação da subestação (Padrão CELPE). REQUISITOS DA SUBESTAÇÃO Tensão nominal primária (𝑉𝑝) 13,8 kV Tensão nominal secundária (𝑉𝑠) 380 V Potência Aparente (𝑆) 700 kVA Demanda (𝑆𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎) e corrente curto-circuito simétrica da SE (𝐼𝐶𝐶(3𝜙)) 550 kVA e 500 A Fator de potência (𝐹𝑃𝑆𝐸) 0,92 (atrasado) (Valores selecionados com base em subestações reais) Os parâmetros mínimos para especificação, segundo NBR6856/2015 do trafo são: Corrente nominal primária e secundária, relação nominal, tensão máxima de operação, frequência de operação, nível de isolamento, carga nominal, classe de exatidão, fator-limite regulamentado pela concessionária, número de núcleos para medição ou proteção, fator térmico nominal, corrente térmica nominal de curta duração para 1 minuto, corrente dinâmica, temperatura suportada, instalação e altitude instalada. Antes de realizar os cálculos dos parâmetros, deve-se escolher o dispositivo o qual o trafo será melhor adequado. Para TC de medição é preferível utilizar medidores digitais de fácil instalação e acoplamento. No caso, para TC de proteção, utiliza-se o relé de proteção cuja especificações encontram-se no datasheet. Para efeitos de normas, utilizou-se para configuração ao trafo: o dispositivo relé SEPAM SERIES 10, como se apresenta na Figura 1. Figura 1: Relé de proteção. Suporta 125V~220V AC. Faixa de corrente até 10 Ampère. (SCHNEIDER ELECTRIC; Reference Manual, 2009). ANA MACEDO A especificação de um transformador de corrente implica o conhecimento prévio do emprego desse equipamento: para serviço de medição ou de proteção. No caso de TCs para serviço de medição, é necessário se determinar a carga que será acoplada ao seu secundário. No caso de os TCs destinados ao serviço de proteção, é necessário se conhecer, além da carga dos aparelhos que serão ligados ao seu secundário, as condições transitórias das correntes de defeito. Este dispositivo foi selecionado, pois já possui um sistema integrado com função relé-disjuntor (equipamento interno de proteção), sua integração ao transformador não considera nenhuma impedância de interligação no cabo do secundário. Assim, para os cálculos toma-se o consumo para corrente de entrada de 𝐼𝑖𝑛 = 5 𝐴 corrente do secundário do trafo, a carga nominal deve ser inferior à 𝐶𝑛𝑚 ≤ 0,1 𝑉𝐴, como descreve na tabela do fabricante (Tabela 1). Tabela 1: Valores nominais de corrente e carga do consumo para transformadores de corrente em neutro ou fase (SCHNEIDER ELECTRIC; Reference Manual, 2009). De tal forma que, o limite do aparelho suporte o consumo especificado pela Tabela 1. Cálculo dos parâmetros de especificações o Cálculo da corrente nominal primária e secundária com base na corrente que circula no trafo: 𝐼𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 𝑆 √3 𝑉𝑝 = 700 𝑘𝑉𝐴 √3 × 13,8 𝑘𝑉 = 29,285 𝐴 (eq. 1) Como normatiza a NBR6856/2015, pelos valores padrões nominais de correntes primária e secundária estabelecidos pelo item 5.1.1 da ABNT descrita na Tabela 2, Tabela 2: Valores nominais de correntes para o TC (ABNT, 2015). Logo, a corrente do primário é 𝐼𝑝 = 30 𝐴 e a corrente do secundário do trafo também é estabelecida para o valor nominal de 𝐼𝑠 = 5 𝐴. o Relação nominal das correntes para o TC: 𝑅𝑛𝑚 = 𝐼𝑝: 𝐼𝑠 → 𝑅𝑛𝑚 = 30 𝐴: 5 𝐴 → 𝑅𝑛𝑚 = 6: 1 (eq. 2) De acordo com a indicação da Tabela 3 da ABNT, Tabela 3: Valores nominais de relação vs. corrente primária (ABNT, 2015). As marcações nos terminais deste transformador será conforma a norma, simples indicada pela Figura 2 da ABNT, Figura 2: Esquema de interconexão das marcações para o trafo especificado. (ABNT, 2015). o Tensão máxima de operação e a frequência de operação: Mediante a normatização do procedimento de especificação, a tensão máxima de operação é a tensão de nominal do primário da subestação, isto é 𝑉𝑚á𝑥 = 13,8 𝑘𝑉. A frequência de operação é a padronizada pela ANEEL, correspondente a 𝑓𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 𝑓𝑟𝑒𝑑𝑒 = 60 𝐻𝑧. o Carga nominal: A única carga conectada a este transformador de corrente é a do dispositivo do relé de proteção, conforma a Tabela 1 fornecida pelo fabricante, o consumo será inferior à 0,1 𝑉𝐴, valor limite efetivo da carga nominal deste transformador, assim para a padronização prevista pela Tabela 4, imposta pela NBR6856/2015, sobre fator de potência superior à 𝐹𝑃 = 0,9. Tabela 4: Cargas nominais padrões (ABNT, 2015). o Classe de exatidão: Para definir a classe de exatidão de um TC de proteção deve ser consultado como normatiza a ABNT, os tipos mais comuns utilizados, os quais são os P, pois não há limite com relação ao fluxo magnético remanescente, como requer a Tabela 5. Tabela 5: Classes de exatidão para TC de proteção. (ABNT, 2015). Para a norma só a dois tipos para o tipo P, classificado pela proteção que requer o cumprimento da corrente de curto-circuito trifásica simétrica de 𝐼𝑐𝑐(3𝜙) = 500 𝐴, como prevê o item 8.3.1.2 da NBR6856/2015, Tabela 6: Tipos normatizados de exatidão P para TC de proteção. Assim, tem-se que este transformador de corrente deve ser e atender a requisitos na sua classe de exatidão, considerando os TCs mais utilizados na prática 10P. o Nível de isolamento do trafo: Mediante a norma, o nível de isolamento é especificado pela tensão máxima de operação do trafo, isto é, de 𝑉𝑚á𝑥 = 13,8 𝑘𝑉, de acordo com a Tabela 7, referente às tensões nominais inferiores à 245 kV. Portanto, o nível de isolamento deste equipamento é tabelado para 110 kV. Tabela 7: Níveis de isolamento padrões. (ABNT, 2015). ANA MACEDO há o Fator-limite de exatidão: Este parâmetro é determinado pela concessionária distribuidora da região, (neste caso, CELPE) que determina um valor usual limite imposto de 𝐹𝑆 = 20 (Fator de sobrecorrente). o Corrente térmica nominal em regime contínuo: O cálculo é feito tomando a razão da corrente de curto-circuito trifásica simétrica na rede da SE pelo fator de sobretensão especificado, 𝐼𝑇𝑁𝐶 ≥ 𝐼𝐶𝐶(3𝜙) 𝐹𝑆 ≥ 500 𝐴 20 ≥ 25 𝐴 → 𝐼𝑝 = 30 𝐴 (eq. 3) Esta deve ser inferior a corrente do primário do trafo no ponto de conexão, a qual não se deve divergir tanto com relação a corrente no ponto de instalação, pois se não, haverá uma impedância no ramal de ligação do secundário, levando a redução do valor da corrente de fornecimento pela concessionária. o Corrente térmica em curta duração (1 s) e dinâmica nominal: A corrente térmica nominal por determinação das normas, NBR6856/2015, deverá ser, pela equação 4, 𝐼𝑡 = 80 × 𝐼𝑝 = 80 × 30 𝐴 = 2,4 𝑘𝐴 (eq. 4) Para efeitos de ensaios, o TC deve suportar uma corrente de forma que ele não seja danificado elétrica ou mecanicamente na operação devido as forças de natureza eletromagnética, portanto, como especificado por norma; esta corrente deve ser pela eq. 5, 𝐼𝑑 = 2,5 × 𝐼𝑡 = 2,5 × 2,4 𝑘𝐴 = 6 𝑘𝐴 (eq. 5) Isto significa que no transformador de corrente, uma corrente dinâmica de 6 𝑘𝐴 transitará em 1 s, ou ainda, 6 𝑘𝐴/1 𝑠. o Número de núcleo Mediante as especificações das relações nominais simples, só haverá necessidade de um único núcleo para proteção. o Fator térmico nominal Estabelecido por norma, os valores nominais pela Tabela 8 do item 5.2, conforme ABNT, este parâmetro é calculado pela relação da corrente nominal do primário (ou máxima) com a corrente contínua térmica na operação, referente a equação 6, 𝐹𝑡 = 𝐼𝑝𝐼𝑇𝑁𝐶 = 30 𝐴 25 𝐴 = 1,2 𝑝𝑢 (eq. 6) Tabela 8: Valores nominais de fatores térmicos. (ABNT, 2015). o Temperatura Segundo prevê a norma do trafo de corrente, das possíveis classes de temperatura que este transformador se encontra a mais adequada será a classe A (T = 105 °C) considerando uma temperatura média de 55°𝐶 e 65°𝐶 nos enrolamentos para um fator térmico especificado de 𝐹𝑡 = 1,2, conforme os valores normatizados tabelados na Tabela 9 pela NBR6856/2015, uma vez que a isolação é solidamente neutra, Tabela 9: Classificação normatizada da temperatura. (ABNT, 2015). o Aterramento do equipamento Com o neutro solidamente aterrado, considerando um sistema terra-neutro da subestação. o Uso e Instalação do transformador: Ainda consoante a norma, o tipo de instalação é interno (ou interior), este estará instalado no interior da subestação abrigada. o Altitude de operação do trafo: Este estará instalado na região metropolitana do Recife (Capital), logo estará dentro das especificações de altitude (≤ 1.000 𝑚) em relação ao nível do mar. Especificações da Placa do TC Com todas as informações é possível especificar o modelo padrão da placa de identificação do modelo com relação ao funcionamento na SE, mostrado pela Figura 3. Figura 3: Placa de especificação mais adequada do TC para a SE proposta. Fonte: AUTOR. MACEDO, Ana Vitoria de Almeida. Transformadores de Corrente. 2021. 73 p. Nota de Aula. Apresentação em Slide (Tópico 3) da disciplina de Equipamentos Elétricos, UACSA-UFRPE. SCHNEIDER; Schneider Electric. Sepam Series 10: Electrical Network Protection. Reference Manual (em inglês). 2009. Disponível em <<https://rza.by/upload/iblock/838/Sepam%20series%2010%20- %20Reference%20Manual_SEPED307003EN.pdf>>. Acesso em 11 out. 2021. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Especificação de Transformador de Corrente: Norma Brasileira, n. 5856. Rio de Janeiro, 2015. 244 p. DUAILIBE, Paulo. Consultoria para Uso Eficiente de Energia. In.:_________________. Subestações: Tipos, Equipamentos e Proteção. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca; nov. 1999. 85 p. https://rza.by/upload/iblock/838/Sepam%20series%2010%20-%20Reference%20Manual_SEPED307003EN.pdf https://rza.by/upload/iblock/838/Sepam%20series%2010%20-%20Reference%20Manual_SEPED307003EN.pdf
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