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é Efusão ou derrame cavitário É qualquer acúmulo anormal de fluido dentro de uma cavidade corpórea, com ou sem alteração clínica evidente. Os tipos de efusões são: P Peritoneal ou abdominal P Pleural ou torácica P Pericárdica P Escrotal P Articular Os tipos vão depender de qual é o local está o acúmulo. Não é uma patologia especifica, são de diferentes etiologias e podem variar entre os volumes e a velocidade de acúmulo. é Classificação das efusões ou derrames Tem um transudato puro quando o líquido se apresenta de forma incolor ou amarelado (aparece nos herbívoros o amarelado). O transudato puro tem uma densidade baixa (< 1.020), pouca concentração de proteína (abaixo de 3,0g/dL), ele não coagula e possui pouca ou nenhuma celularidade (menos de 1.000 células nucleadas) sendo que as células presentes geralmente são os linfócitos ou células mesoteliais (células que revestem externamente as vísceras nas cavidades). O transudato puro pode ser formado por uma diminuição da pressão oncótica plasmática, onde tem dentro do plasma poucas proteínas e isso é resultante de uma deficiência nutricional ou uma disfunção hepática (no fígado que tem a produção das proteínas plasmáticas). Ou então a formação da efusão pode acontecer quando tem o aumento da pressão hidrostática sistêmica ou pulmonar. Esse aumento da pressão hidrostática, vai aumentar a pressão capilar, tendo a saída de mais fluidos do que o habitual para a cavidade pleural, por exemplo, excedendo a capacidade de absorção do sistema de drenagem fisiológica (vasos linfáticos), isso acontece quando tem uma hipoalbunemia grave (< 1,0g/dL). A albumina é quem regula a pressão coloidosmotica do plasma do sistema vascular e se tem uma diminuição dessas proteínas em um ambiente intravascular, acontece o extravasamento de líquido de dentro do vaso para cavidades ou tecidos. Isso acontece em hepatopatia crônica, nefropatia, Enteropatias e deficiência nutricional Transudato modificado – ele ocorre pelo extravasamento de fluidos dos vasos linfáticos, isso pode acontecer pelo aumento da pressão hidrostática capilar e/ou obstrução do sistema linfático (neoplasias), permitindo a passagem de fluido com alta concentração de proteína para dentro da cavidade. O transudato modificado é mais viscoso que o puro e pode ser desde âmbar até o branco e vermelho (presença de sangue), o aspecto é discretamente turvo a turvo realmente e tem alto teor de proteína (2,5 - 7,5 g/dL), a densidade pode ser igual ou mais que 1.020. a contagem de células nucleadas é de 1000 à 7000 células. Tem poucos linfócitos, a quantidade de eritrócitos é variável e tem a presença de células mesoteliais reativas, que foram sensibilizadas ali. Muitas vezes esse transudato modificado permanece no animal por muito tempo e com o passar do tempo ele pode se tornar um exsudato não séptico. As causas mais frequentes são cardiopatias, hepatopatias, neoplasias e torção de órgão. Exsudato – é formado exclusivamente nas inflamações, em um processo inflamatório há a liberação de substância vasoativas que aumentam a permeabilidade vascular e o número de células. O exsudato pode ser séptico ou asséptico, tem aspecto turvo, a coloração pode ser rosa, âmbar até avermelhado. A concentração de proteínas é > 3,0g/dL, a densidade >1.020 e a contagem de celular de células nucleadas é >7.000. No exame citológico, vemos um predomínio de neutrófilos, macrófagos e células mesoteliais reativas. As bactérias podem estar presentes ou não. é Localização, causas e sinais clínicos das efusões P Efusão abdominal e torácica – é chamada de ascite, é oriunda de um acúmulo de fluido seroso ou serosanguinolento no espaço peritoneal. A ascite é sempre um sinal de doença, que pode ser causada por diversos processos patológicos, desde processos inflamatórios, infecciosos, metabólicos, degenerativos e neoplásicos. As manifestações clínicas são distensão abdominal, debilidade e apatia, dificuldade de locomoção e respiração, inquietação, e diminuição do apetite se esse acúmulo estiver comprimindo o estômago. Líquidos cavitários Já as manifestações clínicas da efusão torácica serão dispneia, taquipneia, posição curvada, respiração de boca aberta, respiração abdominal forcada, intolerância ao exercício e relutância em se deitar, letargia e intolerância ao exercício. Nos felinos, eles tentar se adaptar, diminuindo atividades deles de forma que seja estabelecido um ajuste da condição dele até se tornar grave, são mais difíceis de diagnosticar no início as efusões torácicas nos gatos. Além de que os sinais clínicos dependem da quantidade de fluido envolvido e podemos verificar sons de auscultação encobertos e dilatação das veias jugulares. P Efusões pericárdicas – estão relacionadas com desordens no pericárdio dos pequenos animais, é mais frequente nos cães e difícil nos gatos. Em cães, as causas mais comuns são as neoplasias cardíacas e efusão pericárdica idiopáticas por infecção bacterina, micótica, leishmaniose visceral e outras causas idiopáticas. Nos gatos, a efusão pericárdica está mais relacionada com insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ou peritonite infecciosa felina (PIF). Em muitos casos tem o tamponamento cardíaco por causa da pressão que o líquido faz no ambiente intrapericardico, impedindo que haja o preenchimento na fase diastólica, esse animal precisa de uma intervenção de emergência (drenagem do líquido), para evitar arritmia e o óbito. CTCN = contagem de células nucleadas é Condições patológicas Os mecanismos que podem desencadear a formação de uma efusão estão relacionados como o aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão oncótica, obstrução linfática, aumento da permeabilidade e integridade dos vasos linfáticos (compressão por um aumento de volume em qualquer local) é Efusão abdominal Quando fazemos a retida da efusão, temos melhora nas manifestações clínicas, principalmente se tiver um aumento muito grande, pode ter melhoramento na respiração. Se não retirar a efusão, pode ter uma restrição respiratória e o animal vir a óbito até por insuficiência respiratória. O animal pode ter intolerância ao exercício, cianose (por causa da restrição respiratória), ascite refrataria (tira o líquido e ele volta tudo de novo), saciedade precoce. Pode ter uma efusão séptica se tiver alguma perfuração de víscera ou asséptica por conta de acúmulo de bile, urina ou pancreatite) Não tem ocorrência de infecção espontânea, apenas no homem. Os humanos e equinos são os mais sensíveis as peritonites é Efusão pleural e efusão abdominal Quanto tem uma efusão pleural tem um abafamento das bulhas cardíacas (hipofonese de bulhas cardíacas), tem o aumento dos fluidos respiratórios na região mais dorsal do tórax e diminuição dos ruídos respiratórios ventralmente. Na percussão, observamos um limite de região maciça do tórax. O líquido tende a se acumular na região mais baixa da caixa torácica (gravidade) Toda percussão torácica deve ser realizada no sentido dorso ventral, crânio caudal. Na efusão abdominal, para fazer o exame físico e detecção da efusão podemos fazer o balotamento (apenas em pequenos animais) (colocamos o animal em decúbito lateral e colocamos as mãos na lateral abdominal e a outra na outra lateral do abdômen e viramos o animal de um lado para o outro e sentimos o líquido. Pode faze percussão também. Na efusão pericárdica, quando fazemos o exame físico, verificamos uma hipofonese das bulhas cardíacas. Na efusão pleural – devemos verificar a presença do líquido pleural para que possamos fazer uma abordagem rápida. Só não vou fazer esses procedimentos abaixo se o animal estiver em um quadro de emergência. Podemos fazer um Rx do tórax no final da inspiração (quadros estáveis) e ultrassonográfica torácica. Se o animal estiver em emergência, devemos fazer a toracocentese antes de tudo e depoisfazer o RX e ultrassom. E se nos exames complementares constar efusão, fazemos a toracocentese. é Paracentese É quando fazemos a punção do líquido que está no peritônio. Pode ter alguns riscos na paracentese, principalmente se o animal tiver uma organomegalia (aumento de algum órgão na cavidade abdominal), como piometra, gestação avançada, animal obeso, massas, torção gástrica ou hiperadrenocorticismo. Fazemos uma radiográfica (Apenas se estiver estável), ultrassom abdominal ou torácico se for o caso. Na radiografia não conseguimos diferenciar os tipos de efusão (transudato puro, exsudato...), apenas no laboratório. É contar indicado a paracentese se tiver uma diminuição da perfusão renal, distúrbios eletrolíticos, perda da albumina e proteínas do complemento. é Abordagem diagnóstica Radiografia do tórax – antes e após a toracocentese. Sempre feita laterolateral e ventrodorsal. Na laterolateral conseguimos visualizar as incisuras interlobares e aumento da radiopacidade da porção ventral da cavidade torácica Na ventrodorsal conseguimos ver os espaços interlobares. Os lobos pulmonares sofrem retração/afastamento do pulmão da parede torácica Toracocentese – deve anteceder a radiografia de tórax em animais com angústia respiratória. Ultrassonografia torácica – é indicado para animais em estado crítico porque ele gera o mínimo de estresse e confirmamos a presença de líquido. Ele pode ser feito antes da coleta da efusão e fazemos a toracocentese com o ultrassom para nos guiar onde estamos indo, se vai lesionar ou não. é Material necessário para a retirada do líquido (centese) Podemos fazer a centese com um cateter, scalp ou agulha. Vamos precisar de uma seringa, torneirinha de 3 vias, equipo de soro, luvas estéreis e 2 tubos (1 seco e um com anticoagulante). Quanto menor for o número do cateter, maior será o diâmetro e comprimento dele, o mesmo vale para o scalp. A escolha do cateter vai depender do tamanho do animal, da coleção de líquido, onde está a fusão. Usamos os 2 tubos nesse caso para checar se tem um aumento de concentração de proteínas (se tiver aumento de proteínas e fibrinogênio, ela vai coagular) é Procedimento paracentese O animal pode estar em estação ou decúbito lateral. Em animais de grande porte, sempre é feito em estação. Fazemos a tricotomia e esfregamos a pele com algum sabão antisséptico (degermante, clorexidina, iodo degermante) e deixamos agir por uns 15 minutos e depois limpamos com álcool 70% ou álcool iodado. Antes da coleta, devemos descartar que o animal tem possibilidade de coagulopatias e em pequenos animais fazemos o esvaziamento da bexiga, por sonda uretral ou por cistocentese. Fazemos a coleta com os materiais ideias e se o líquido for sanguinolento, devemos colher o hematócrito da efusão. Mantemos o material refrigerado por até 24 horas. Para fazer cultura bacteriana, coletamos em um tubo seco. Após a drenagem, pegamos a amostra final (últimos jatos), para não contaminar a amostra da cultura bacterina. A drenagem deve ser de maneira lenta (30-60 minutos), porque se tiver a retirada muito rápida, o animal pode descompensar. O local da punção é na linha média do abdômen 1-2cm caudal a cicatriz umbilical. Tomando cuidado com punção acidental de vísceras, principalmente se ele tiver uma organomegalia. Controlamos a velocidade de drenagem pelo equipo. O animal pode ficar sedado, sem necessidade de anestesiar. Nos ruminantes e equinos – nos equinos fazemos a punção na linha alba, no ponto mais baixo do abdômen. Nos ruminantes, por causa do rúmen no lado esquerdo, para minimizar a possibilidade de perfurar o rúmen, devemos fazer a punção 5 cm a direita da cicatriz umbilical ou no local mais próximo de onde está a alteração. é Procedimento toracocentese Na efusão pleural, pode ter o acúmulo de líquido uni ou bilateral. O local da punção vai ser no terço inferior do tórax = junção costocondral do 6º ao 8º espaço intercostal. O animal vai estar em estação ou decúbito esternal. Se necessário pode ser feito a sedação para evitar de perfurar o coração. E é indispensável o uso da torneira de 3 vias porque quando puncionamos o tórax, a cavidade pleural tem pressão negativa, e quando puncionamos a cavidade torácica temos que evitar que na retira da seringa tenha a entrada de ar pelo cateter ou agulha. Se entrar ar, vai causar um pneumotórax. Devemos evitar a margem caudal das costelas e o bisel da agulha deve estar para baixo. é Procedimento pericardiocentese Na efusão pericárdica, o local da punção é entre o 3º e 4º espaço intercostal e sempre guiado pelo ultrassom e acompanhado pelo eletrocardiograma, pode ter uma arritmia se relar a agulha no coração do animal. O animal deve estar em decúbito lateral, utilizamos a torneira de 3 vias para retirar a seringa e sempre monitoramos pelo eletrocardiograma para checarmos se não há uma arritmia por contato. é Avaliação laboratorial Checamos a cor, odor, volume, aspecto, densidade, coagulação, fibrinogênio. Utilizar tubos de vidro para análise física. No exame químico, podemos dosar o ph, glicose, sangue oculto, proteína, albumina, creatinina, bilirrubina, triglicérides, colesterol. Para checar o sangue oculto, colocamos no capilar e levamos para a centrifugas e fazemos o hematócrito. Para a contagem de células nucleadas, fazemos a contagem na câmara de Newbauer ou em um aparelho automático. Na citologia, conseguimos ver a morfologia das células e quais células estão presentes na efusão. Fazemos um esfregaço, o mais utilizado é o Squash. Classificamos o líquido com base na quantidade de proteínas, contagem de células nucleadas, cor, aspecto e densidade. Assim podemos classificar se é transudato puro ou modificado ou um exsudato. Com as classificações especificas podemos te efusão biliosa, uroperitonio, efusão hemorrágica, efusão quilosa (linfa) e efusão neoplásica Efusão quilosa ou quilotorax – é composto por pequenos linfócitos, neutrófilos e macrófagos. Os triglicérides se apresentam > 100mg/dL. Fazemos um comparativo, vejo a concentração de triglicérides da efusão maior que a concentração de triglicérides no soro sanguíneo. O teste do quilo é adicionado éter na amostra As causas podem ser trauma, neoplasia ou inflamação. Efusão hemorrágica – pode ser por algum trauma, distúrbios de coagulação, dirofilariose, diátese hemorrágica promovida por fármacos, neoplasia ou hemoarragia aguda. Equinos
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