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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CIV347 – SISTEMAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA DO ESGOTO SANITÁRIO Vazões de contribuição DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES 3 ESGOTO SANITÁRIO - Composição 4 Métodos para cálculo das vazões ◼ Quando não existirem medições de vazão utilizáveis no projeto ◼ Quando existirem hidrogramas utilizáveis no projeto ◼ Cálculo de vazão pelo processo das áreas edificadas onde: Q: vazão de esgoto sanitário (L/s) Qd: vazão doméstica (L/s) Qinf: vazão de infiltração (L/s) Qc: vazão concentrada ou singular (L/s) DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Cálculo das vazões 5 Cidades População (habitantes) Consumo médio “per capita” (litros / habitante.dia) Menores Até 5.000 150 Pequenas 25.000 200 Médias 100.000 250 Maiores Acima de 100.000 300 * sem perdas reais (fìsicas) A contribuição do esgoto doméstico depende de: ◼ População: estudo de crescimento populacional ◼ Consumo de água efetivo “per capita”: q* ◼ Coeficiente de retorno (relação esgoto / água): CR=0,80 ◼ Coeficientes de variação da vazão: ❑ Coeficiente do dia de maior contribuição: K1= 1,2 (coeficiente de máxima vazão diária) ❑ Coeficiente da hora de maior contribuição: K2= 1,5 (coeficiente de máxima vazão horaria) DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Vazão de esgoto doméstico (Qd) Demandas médias de água para cidades brasileiras 6 • Período de alcance do projeto: 20 anos ou mais • Estudo da população da área de projeto: ▪ Dados populacionais dos últimos censos ▪ Setores censitários da área de projeto ▪ Cadastro imobiliário ▪ Pesquisa de campo ▪ Planos e projetos existentes ▪ Planos Diretores do município ▪ Situação socioeconômica do município ▪ Elaboração de projeções da população DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 7 Métodos: •Método dos componentes demográficos •Métodos matemáticos •Método de extrapolação gráfica DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 8 Métodos matemáticos: •Método aritmético •Método geométrico •Método da curva logística DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 9 Método aritmético Considera o crescimento linear da população: DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População onde t representa o ano da projeção. 10 Método geométrico Considera o crescimento exponencial da população: DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 11 Método da curva logística DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 12 Método da curva logística - Equação da curva logística: DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 13 Método da extrapolação gráfica DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Estudo da População 14 Consumo “per capita” efetivo nas Capitais brasileiras Consumo “per capita” efetivo em outros países DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Consumo per capita de água 15 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: C0eficiente de retorno 16 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Variação no consumo de água Variação diária 17 Autor/Entidade Local Ano Coeficiente K1 Condições de obtenção do valor DAE São Paulo – Capital 1960 1,5 Recomendação para projeto FESB São Paulo – Interior 1971 1,25 Recomendação para projeto Azevedo Netto Brasil 1973 1,1 – 1,5 Recomendação para projeto Yassuda e Nogami Brasil 1976 1,2 – 2,0 Recomendação para projeto CETESB Valinhos e Iracemápolis 1978 1,25 – 1,42 Medições em sistemas operando há vários anos PNB-587-ABNT Brasil 1977 1,2 Recomendação para projeto Orsini Brasil 1996 1,2 Recomendação para projeto Azevedo Netto et al. Brasil 1998 1,1 – 1,4 Recomendação para projeto Tsutiya RMSP – Setor Lapa 1989 1,08 – 3,8 Medições em sistema operando há vários anos Saporta et al. Barcelona – Espanha 1993 1,10 – 1,25 Medições em sistema operando há vários anos Walski et al. EUA (*) 2001 1,2 – 3,0 Recomendação para projeto Hammer EUA (*) 1996 1,2 – 4,0 Medições em sistemas norte-americanos AEP Canada (*) 1996 1,5 – 2,5 Recomendação para projeto 32(*) Nesses sistemas não há reservatórios domiciliares. Coeficiente do dia de maior consumo (K1) DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Variação no consumo de água 18 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Variação no consumo Consumo de água: variação horária 19 Coeficiente da hora de maior consumo (K2) (*) Nesses sistemas não há reservatórios domiciliares. Autor/Entidade Local Ano Coeficiente K2 Condições de obtenção do valor Azevedo Netto Brasil 1973 1,5 Recomendação para projeto Yassuda e Nogami Brasil 1976 1,5 – 3,0 Recomendação para projeto CETESB Valinhos e Iracemápolis 1978 2,08 – 2,35 Medições em sistemas operando há vários anos PNB-587-ABNT Brasil 1977 1,5 Recomendação para projeto Orsini Brasil 1996 1,5 Recomendação para projeto Azevedo Netto et al. Brasil 1998 1,5 – 2,3 Recomendação para projeto Tsutiya RMSP – Setor Lapa 1989 1,5 – 4,3 Medições em sistemas operando há vários anos Saporta et al. Barcelona – Espanha 1993 1,3 – 1,4 Medições em sistemas operando há vários anos Walski et al. EUA (*) 2001 3,0 – 6,0 Recomendação para projeto Hammer EUA (*) 1996 1,5 – 10,0 Medições em sistemas norte-americanos AEP Canada (*) 1996 3,0 – 3,5 Recomendação para projeto 34 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Variação no consumo 20 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0 4 8 12 16 20 24 Hora C o n s u m o a d im e n s io n a l ( /s ) Comportamento da curva típica de 22 setores de abastecimento de água da RMSP. 35 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Variação no consumo de água Consumo de água: variação horária (exemplo) 21 onde: ◼ Q d = vazão doméstica média de esgotos [m³/d ou L/s] ◼ QPC = quota per capita de água [L/hab.dia] ◼ R = coeficiente de retorno esgoto / água Cálculo da vazão feito por bacia de contribuição - População pode ser calculada conforme: Pop = A * dd ◼ A – área em hectares da bacia contribuinte ◼ dd – densidade demográfica da bacia (hab./ha). Cálculo da vazão doméstica média de esgotos Pop QPC R 1.000 Qd médio [m³/dia] ou Q d médio Pop QPC R [L/s] 86.400 22 Densidade populacional e consumo per capita em bairros de Viçosa 23 Fatores que afetam o consumo de água e consequente a contribuição de esgoto doméstico ◼ Condições climáticas ◼ Hábitos e nível sócio econômico da população ◼ Natureza da cidade ◼ Medição de água ◼ Pressão na rede de água ◼ Existência de rede de esgoto ◼ Preço da água 24 A infiltração na rede depende das condições locais, tais como: ◼ Nível d'água do lençol freático ◼ Tipo de solo ◼ Material da tubulação ◼ Tipo de junta ◼ Qualidade de assentamento dos tubo DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Água de infiltração 25 I = Qinf = txi * L Onde: Qinf – Contribuição decorrente da infiltração na rede coletora de esgotos txi – taxa de infiltração (valor variável em L/s.km) L – comprimento total de rede coletora em Km NBR 9649: Taxa de infiltração TI = 0,05 a 1,0 L/(s.km) DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Vazão de infiltração 26 27 - Considerações quanto ao consumo de água: ◼ volume total consumido (por dia ou mês) ◼ volume consumido nas diversas etapas do processamento ◼ recirculações internas ◼ origem da água (abastecimento público, poços etc.) ◼ eventuais sistemas internos de tratamento de água. DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Vazões industriais (quando podem ser lançandas no rede de esgoto sanitário). Caracteristicas e dados necessários para calculo das vazões 28 - Considerações quanto aos despejos industriais: ◼ vazão total ◼ número de pontos de lançamento ◼ regime de lançamento (contínuo ou intermitente, duração e frequência) ◼ pontos de lançamento (rede coletora, curso d’água) ◼ eventual mistura dos despejos com esgotos domésticos e águas pluviais ◼ possível área para tratamento dos efluentes DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: vazões industriais – quando podem ser lançandas no rede de esgoto sanitário. 29 - Condições para lançamento de efluente industrial em rede de esgoto: ◼ sistema público de esgoto, em condições de atendimento ◼ regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média diária ◼ atendimento às normas e diretrizes da operadorado sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitários. ◼ efluentes obedecendo às condições I. pH entre 6,0 e 10,0; II. temperatura inferior a 40°C; III. materiais sedimentáveis até 20 ml/L; ... DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Vazões industriais -quando podem ser lançandas no rede de esgoto sanitário. Decreto nº 8.468 (Set/1976)- Estado de SãoPaulo; Resolução CONAMA nº 430 (Maio/2011) 30 Vazões de esgoto de algumas tipologias industriais 31 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES: Vazões industriais Opção de pré-condicionamento e lançamento dos despejos industriais na rede pública de coleta 32 Variações de vazão de dimensionamento Quando não existirem medições de vazão utilizáveis no projeto: Vazão inicio de plano Qi = (k2 . Qi média) + Ii + ΣQci (não inclui k1) Vazão final de plano Qf = (k1 . k2 .Qf média) + If + ΣQcf onde: K1 = 1,2 (coeficiente do dia de maior consumo) K2 = 1,5 (coeficiente da hora de maior consumo) K3 = 0,5 (coeficiente da hora de menor consumo) Qi Q f, = Contribuição média inicial e final de esgoto doméstico (L/s) Qci Qcf = Contribuição singular inicial e final (ex. contribuição industrial) (L/s) Ii , If: Contribuição de infiltração inicial e final (L/s) 33 Determinação das taxas de contribuição para cálculo das redes coletoras ◼ Rede simples ◼ Rede dupla ◼ Rede simples e dupla 34 Taxas de contribuição para redes simples Taxa por unidade de comprimento em L/(s.m) ou L/(s.km) • Taxa de contribuição linear para o início do plano: • Taxa de contribuição linear para o final do plano: onde: Li, Lf = comprimento da rede de esgotos inicial e final, m ou km Tinf = taxa de contribuição de infiltração, L/s.m ouL/s.km As taxas também podem ser calculadas por unidade de área, em L/(s.ha) 35 Taxas de contribuição para redes duplas ◼ Taxa de contribuição linear para o início do plano ◼ Taxa de contribuição linear para o final do plano onde: Ldi, Ldf = comprimento da rede dupla inicial ou final, m ou km 36 Taxas de contribuição para redes simples e duplas ◼ Comprimento virtual da rede para a área de ocupação homogênea onde: Lvi,f = comprimento virtual da rede inicial ou final, m ou km; Lsi,f = comprimento da rede simples inicial ou final, m ou km Ldi,f = comprimento da rede dupla inicial ou final, m ou km ◼ Taxa de contribuição linear para rede simples ❑ Início do plano ❑ Final do plano ◼ Taxa de contribuição linear para rede dupla ❑ Início do plano Final do plano 37 CÁLCULO DAS VAZÕES NOS TRECHOS 38 ALEM SOBRINHO, P.; TSUTIYA, M. T. Coleta e transporte de esgoto sanitário, 3 ed. Rio de Janeiro: ABES, 2011 DACACH, N.G. Sistemas urbanos de esgotamento sanitário. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Dois. 1991. FERNANDES, C. Esgotos sanitários. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2000. 435p BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Manual de saneamento. 5. ed. Brasília: Funasa, 2019. NUVOLARI, A. Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reuso agrícola. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blucher, 2013. ABNT. NBR 9648 - Estudos de concepção de sistemas de esgotos sanitários. R.J.: ABNT, 1986. ABNT.NBR 9649 – Projeto de Redes Coletoras de Esgoto de Sanitário. Rio de Janeiro: ABNT. 1986. REFERENCIAS DAS FIGURAS E FOTOS - O autor - ZAMBOM, R. C.; CONTRERA, R. C.; SOUZA, T. S. O. Sistemas de Esgoto Sanitário. PHA3412 – Saneamento, Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, 2017. LITERATURA PARA CONSULTA
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