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Doenças Exantemáticas Na Infância Visão Geral Avaliar Idade Tipo de exantema Sintomas que acompanham a doença Doenças Exantemáticas Doença maculopapular o Sarampo o Rubéola o Eritema infeccioso o Exantema súbito o Escarlatina (bactéria o Doença de Kawasaki Papulovesicular o Varicela o Doença mão-pé-boca (enterovírus) Exantema Maculopapular Lactentes Sarampo o Exantema que dura 7 dias o Acompanha sintomas de IVAS Rubéola o Exantema que dura 3 dias o Acompanhado de linfonodomegalia occipatal Alterações de cavidade oral: acompanham as duas o Manchas de Koplik --> sarampo (patognomônico) o Manchas de forchheimer --> Rubéola Exantema súbito o Começa com febre alta por 3 dias o Após a febre: aparece exantema maculopapular róseo em tronco Pré-escolares Sarampo Rubéola Doença de Kawasaki o Febre de pelo menos 5 dias o Mais pelo menos 4 caraterísticas clínicas Exantema Hiperemia dos olhos Alterações orais Alterações extremidades Linfonodomegalia cervical (unilateral) Escolares/Adolescentes Eritema infeccioso o Exantema rendilhado: clareamento central das lesões o Resolve em 10 dias sem descamação o Fase recidiva (exposição ao sol, estresse, exercício físico) o Causado pelo parvovírus B19 Escarlatina o Causada por estreptococos do grupo A o Exantema micropapular em lixa o Linhas de Pastia: acentuação do exantema em linhas de dobras o Se resolve em 3-5 dais o Com descamação Furfurácea no tronco Laminar nos dedos o Alteração oral: língua em framboesa Diferenciar elas: sinais clínicos As duas apresentar o mesmo sinal: o Face esbofeteada: eritema malar, que polpa a região central Sarampo Era endêmica até vacina Brasil: epidemia --> mais de 10300 casos confirmados em janeiro de 2019 o Amazona e Raraima: Fluxo migratório da venezuela Baixa cobertura vacianal: principalmente da 2ª dose da vacina (tetraviral) Governo: campanhas de vacinaçaõ --> efetivas Sarampo Paramyxovirus: Mobivirus Mais no verão Transmissão: gotículas o Vírus viável, suspenso no ar por até uma hora após o paciente sair do recinto o Acontece de 3 dias antes do exantema o –4 6 dias depois do exantema o Vírus de elevada virulência: 90% dos contatos suscetíveis Quadro clínico –Incubação: 8 12 dias Pródromo: coriza e tosse, conjuntivite, febre, fotofobia intensa Pico febre: 1º dia do exantema Exantema o Macupapular o Mobiliforme o Início retroauricular e com disseminação craniocaudal o Dura em torno de 7 dias o Desaparece deixando descamação final o Manchas de koplik (face interna das bochechas, na região dos malares) Surgem de 1 a 4 dias antes do exantema e desaparecem 2 a 3 dias depois do início Diagnóstico Clínico-epidemiológico Sorologia: IgM (1 a 2 dias depois do início do exantema), aumento dos títulos de IgG o Outros achados laboratoriais: linfopenia, neutropenia, provas inflamatórias normais Sarampo é doença de notificação compulsória (na suspeita) Tratamento Antitérmicos Hidratação Nutricional Reposição de vitamina A (deficiência causa doença mais grave) Complicações Imunodeprimidos, desnutridos e deficiência de vitamina A Pneumonia: principal causa de morte (causada pelo sarampo ou bacteriana associada) Encefalite: PEES: (pan encefalite esclerosante subaguda) --> reativação após 7- 10 anos, causando processo neurodegenerativo. Profilaxia 1ª dose com 12 meses de vida Tetraviral 15 meses de vida Pós-exposição o Vacina em até 72 horas do contato o Gestante, lactente < 6 meses de vida ou imunodeprimido: imunoglobulina em até 6 dias do contato. Rubéola Queda importante da incidência com vacinação Era pós-vacinal: adultos jovens o Síndrome da rubéola congênita --> campanhas de vacinação para adolescentes e adultos jovens Rubéola Togavírus, gênero rubivírus Humanos são os únicos hospedeiros e que circula predominantemento no inverno e primavera Transmissão: por gotículas. 5 dias antes até 6 dias depois do aparecimento do exantema Quadro clínico Incubação de 2 a 3 semanas Fase prodrômica: febre baixa, dor de garganta e linfadenopatia (principal) o Pode não acontecer em crianças, indo direto para fase exantemática Linfadenopatia --> Subocciptal e retroauricular Exantema Maculopapular Róseo Se inicia em face Evolução cranio caudal --> duração curta Duração de 3 dias Sem descamação Achados de orofaringe: Manchas de Forchheimer: petéquias em palato Diagnóstico Clínino-epidemiológico Sorologia: IgM fase aguda, aumento dos títulos de IgG Leucopenia, neutropenia, trombocitopenia Rubéola --> doença de notificação compulsória (suspeita) Tratamento Antitérmicos Analgésicos Trombocitopenia não remitente o Corticoide o Imunoglobulinas Artrite de pequenas articulações das mãos (em mulheres) Exantema Súbito Epidemiologia Pré-escolares: pico 6-15 meses < 6 meses: proteção dos anticorpos maternos Exantema Súbito/ Roséola Herpesviridae: beta-herpesvírus Herpesvírus 6 (mais comum) e 7 Transmissão o Gotículas, durante o período de febre alta da doença exantemática Quadro clínico Incubação de 5 a 15 dias Pródromo: assintomático ou IVAS leve Febre o Alta (39ºC) o 3-5 dias o Resolve em crise Exantema o Maculopapular o Róseo o Início em tronco o Não é pruriginoso o Duração de 1 a 5 dias o Desaparece sem deixar descamação Exantema súbito --> febre alta sem sinais localizatórios --> resolve em crise --> exantema róseo Diagnóstico Clínico Sorologia o IgM: a partir de 5-7 dias da doença o IgG: 2 a 3 semanas Cultura viral ou PCR: diagnóstico epidemiológico Tratamento Antitérmicos Isolamento: desnecessário --> transmissão apenas durante o período de febre (diagnóstico acontece depois) Principal complicação --> convulsão febril durante a febre alta Imunodeprimidos o Encefalite o Pneumonite o Uso de antivirais --> ganciclovir Eritema Infeccioso Quinta doença Crianças em idade escolar: entre 5 e 15 anos Eritema infeccioso Parvoviridae: Erythrovirus Parvovirus B19 Inverno e primaveral Transmissão o Gotículas o Placentária o Sanguínea: pacientes portadores de doenças hemolíticas crônicas que realizam hemotransfusões rotineiras Quadro clínico Eritema infeccioso: principal manifestação o Incubação de 4-28 dias o Pródromo: febre baixa ou sintomas de IVAS leves o Fase exantemáticas Face esbofeteada: início Exantema rendilhado: segunda fase Início em tronco Duração de 10 dias Sem descamação Recidiva: 2 a 3 semanas --> recorrência do exantema rendilhado se exposição ao sol, exercício físico ou estresse. Artrite: mulheres e jovens adultas o São fenômenos imunológicos pós- infecciosos Crise aplásica: infecção viral direta --> parada transitória de eritropoiese Crise aplásica --> anemia hemolítica crônica, imunodeprimidos e recém-nascidos Queda abrupta da hemoglobina e dos reticulócitos por conta da parada transitória Diagnóstico Clínico Sorologia: IgM e IgG Tratamento Antitérmicos Orientações dos fatores que propiciam o retorno do exantema rendilhado Isolamento: desnecessário o Crise apláscia transitória: transmissão se dá por gotículas e contato --> isolamente por até uma semana após o termino da febre do paciente Complicações Purpura trombocitopênica Meningite asséptica Síndrome hemofagocítica em imunodeprimidos Escarlatina Única doença exantemática da infância causada por uma bactéria Acomete principalmente escolares entre 3 e 15 anos Causa por Estretococo do grupo A, beta hemolítico o Streptococos pyogenes o Capaz de produzir toxina eritrogênica --> existem 3 tipos o Circula principalmente no inverno e primavera o Transmissão por gotículas Quadro clínico Faringoamidalite o Febre alta o Dor de garganta o Dor abdominal Exantema: 24 a48 horas após o quadro de faringite o Micropapular (lixa) o Início em pescoço e espalha para tronco e membros (polpa palmas das mãos e planta dos pés) o Linhas de Pastia: acentuação do exantema em áreas de pregas o Duração: 3-4 dias o Resolve com descamação: furfurácea em tronco e laminar ao redor dos dedos Escarlatina --> Face esbofeteada e Língua em framboesa (edema das papilas linguais) Diagnóstico Clínico Etiológico: cultura de orofaringe o Strep test: teste rápido, sensibilidade de 80-90% o Sorologia: ASLO Anti-DNAse B (aumento dos títulos em duas amostras pareadas) Tratamento Antitérmicos Antibiótico: incurtar o curso da doença e erradicar bactéria e evitar complicações o Penicilina benzatina IM dose única o Amoxicilina 10 dias Complicações Supurativas o Linfadenite cervical o Abscesso peritonsilar Não supurativas o Febre reumática: previnéivel com uso de ATB Iniciar ATB em até 9 dias de doenças o GN pós-estreptocócica: não-prevenível (infecção por cepa nefritogênica) Varicela Pré-vacinal: doença quase universal em pré escolares Pós vacinal: escolares Reforço com 4 anos de idade Causa por Herpesviridar: alfa-herpesvírus o Varicela-zoster vírus o Circula no inverno e primavera Transmissão o Gotículas, contato com secreção das vesículas o 1-2 dias antes do exantema o 3-7 dias depois do exantema Varicela-zoster vírus Infecção primária: varicela Infecção latente: gânglios sensoriais o Infecção recorrente: Herpes zoster --> viremia restrita ao dermatomo Quadro clínico Incubação: 10-21 dias Pródromo: febre, mal estar e dor abdominal Exantema o Papulovesicular o Polimórfico: mesma região de pele = máculas, pápulas, vesículas e crostas o Início em cabeça e com distribuição centrípeta o Evolui para crosta: duração de 5-7 dias o Some sem cicatriz e sem descamação o Pode ter lesões em mucosas Maior Gravidade Lactentes Adolescentes/adultos Imunodeprimidos Uso de corticoides sistêmicos em altas doses Varicela grave o Maior número de lesões o Envolvimento visceral o Coagulopatia Varicela grave --> doença de notificação compulsória (internação/óbito/envolvimento visceral) Diagnóstico Clínico Leucopenia: primeiras 72 horas de doença Elevação de transaminases: 75% Etiológico o PCR em lesões cutâneas o Cultura tecidual Tratamento Não complicada o Antitérmicos o Anti-histaminicos Aciclovir oral: 5 dias o Adolescentes o Doenças crônicas o Uso de corticoides Aciclovir EV: 7 dias ou até resolução da febre o Doença grave o Infecção disseminada o Imunodeprimidos o Grávidas Isolamento o Respiratório o Contato: até todas as lesões estarem em crostas Principal complicação --> infecção bacteriana secundária --> recrudescimento da febre/eritema na base da vesícula (tratar com ATB) Complicações Hepatite Trombocitopenia Pneumonia Ataxia cerebelar Meningoencefalite SNC: crianças abaixo de 5 anos e adultos Profilaxia Pós-exposição Vacina o Imunocompetentes: contatos o Até 3-5 dias do contágio Imunoglobulina VZ o Imunodeprimidos o Grávidas o Recém-nascidos o Até 96 horas do contágio Surtos de varicela hospitalar Profilaxia o mais rápido possível Doença Mão-Pé-Boca Exantema pápulovesicular Epidemiologia Lactentes: 25% das infecções são no primeiro ano de vida Pode acometer pré-escolares Doença mão-pé-boca Vírus picornaviridae: enterovírus Agente etiológico: coxsackievirus tipo A Sem sazonalidades Transmissão o Gotículas: 1 a 3 semanas o Fômites o Fecal-oral: 7 a 11 semanas Quadro-clínico Incubação: 3-6 dias Pródromo: febre baixa e hiperemia de orofaringe Vesículas: orofaringe posterior, língua, lábios Exantema típico o Papulovesicular o Em plantas dos pés o Palmas das mãoes o Duração de 7 dias o Desaparece sem deixar descamação Herpangina --> Diagnóstico Diferencial Febre alta e súbita Com dor de garganta, disfagia e aparecimento de vesículas em orofaringe posterior apenas. Não tem exantema em mãos e pés Diagnóstico Clínico: surtos Etiológico: cultura viral PCR Tratamento Antitérmicos Analgésicos Quadro autolimitado que resolvem em 1 semana Complicações Meningite asséptica Miocardite Pericardite Doença De Kawasaki Vasculite febril aguda autolimitada que faz diagnóstico diferencial com doenças exantemáticas Epidemiologia Asiáticos Meninos Pré-escolares: pico de incidência entre 18 e 24 meses de vida Etiologia Desconhecida Sugere-se doença infecciosa Quadro clínico Febre alta, com duração de pelo menos 5 dias Se não tratada pode durar até duas semanas Exantema em tronco: maculopapular, escarlatineforme Hiperemia conjuntival bilateral, sem exsudato Alterações orais: língua em framboesa, lábios secos e fissurados Alterações de extremidades: edema e eritema das mãos na fase aguda e na fase subaguda descamação de mãos e pés, descamação perineal Linfadenopatia cervical Diagnóstico = Febre >/= 5 dias + 4 critérios clínicos Achados Laboratoriais Leucocitose > 15 mil, neutrofilia e predomínio de formas imaturas Trombocitose: pico com 2 a 3 semanas Elevação de VHS e PCR: dura 4-6 semanas Hiponatremia Hipoalbuminemia Elevação de TGO, TGP e GGT Piúria estéril Pleocitose no líquor Complicação --> aneurisma de artéria coronária (2ª a 3ª semana naõ tratada) Solicitar Ecocardiograma ao diagnóstico Ecocardiograma 1º exame: diagnóstico 2º exame: fase subagda, 2-3 semanas de doença –(maior risco pico da trombocitose) 3º exame: fase de convalescença o 6-8 semanas o Se normal, descartado aneurisma Tratamento Gamaglobulina: dose única --> previne evolução para aneurisma de coronária AAS altas doses: até paciente estar afebril Boa resposta o AAS em dose baixa o Normalização VHS e PCR o Normalização da trombocitose Em 6-8 semanas Aneurisma de coronária em qualquer ecocardiograma o Manter o uso de AAS em baixa dose cronicamente Sem resposta ao uso de gamaglobulina: febre continua ou recrudescência da febre o Repetir a dose da gamaglobulina o Corticoide EV em altas doses por 3 dias (pulsoterapia) Maior parte dos casos: evolução sem sequelas (nos pacientes sem aneurisma) o Aneurisma: IAM é a principal causa de morte e acontece no primeiro ano pós doença. Mononucleose Epidemiologia Países em desenvolvimento: pré escolares o Síndrome gripal que passa sem diagnóstico Países desenvolvidos o Adolescentes o Adultos jovens o Quadro clínico típico da mononucleose Mononucleose Herpesviridae,família gama-herpesvírus o Epstein-Barr vírus (EBV) o Sem sazonalidade definida Transmissão: gotículas o Contato com secreção vaginal o Transfusão sanguínea o Transplante de órgãos sólidos o Transmissão ocorre por até 6 meses após doença aguda, e por todo vida pode ocorrer secreção intermitente Quadro clínico Incubação: 30-50 dias Pródromo: mal estar, mialgia, dor de garganta, febre prolongada Exame físico: linfadenopatia generalizada e hepatoesplenomegalia, hipertrofia de amigdalas e exsudato cinza claro o Diagnóstico inadequado: faringoamidalite estreptocócica --> uso de derivados da penicilina Uso de derivados da Penicilina = Exantema Maculopapular Pruriginoso Início em tronco Só aparece quando exposição ao ATB inadequado Decorrente de hipersensibilidade transitória a penicilina. Mononucleose: febre prolongada, linfadenopatia generalizada, exsudato faríngeo, esplenomegalia em adolescentes/adultos jovens. Diagnóstico Clínica Leucocitose: pico na 2ª-3ª semana da doeça Linfocitose: atipia linfocitária Trombocitopenia Aumento das transaminases Confirmação: sorologia Diagnóstico diferencial: CMV, toxoplasmose, HIV, leucemia aguda (síndromes mono-like) Tratamento Antitérmicos Repouso (evitar a prática de esportes de contato):3 semanas o Complicações: rotura esplênica o Outras: Obstrução de vias aéreas superiores Meningoencefalíte Anemia hemolítica Trombocitopenia não remitente. Nesses casos, posso utilizar corticoides, complicações são raras.