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10
QUESTÕES COMENTADAS
TRAUMA
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA2 |
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 3
QUESTÃO 1
Paciente vítima de atropelamento por caminhão, é le-
vado pelo resgate ao pronto socorro. Na avaliação ini-
cial: A- Vias aéreas pérvias, com colar cervical, Másca-
ra não reinalante a 100%. B- Murmúrios vesiculares 
diminuidos a direita. SatO2 93%. FR 30 irpm. C - 
Presença de dois acessos venosos periféricos calibrosos, 
TA 80x50 mmHg, FC 126 bpm, enchimento capilar 
de 5s. Abdome flácido, toque retal sem sangramento 
ou espículas ósseas, tônus normal. Sondagem vesical de 
demora sem hematúria, com saida de 10ml de urina na 
primeira hora. Pelve instável. D- Glasgow 14 (4+4+6), 
pupilas isofotorreagentes. E- Deformidade em coxa di-
reita e perna direita com suspeita de fratura fechada. 
Queixa de dor pélvica sacroilíaca. 
Em relação ao caso acima, assinale a alternativa correta:
A. Deve ser realizado o exame repetido da pelve pres-
sionando a crista ilíaca de frente para trás e de lado a 
lado para avaliar se há instabilidade pélvica associada. 
B. Deve ser realizado o FAST, e caso positivo, deverá 
ser levado ao centro cirúrgico.
C. Devemos realizar uma radiografia de pelve, pois 
caso venha evidencie fratura pélvica, o paciente deve-
rá ser encaminhado ao centro cirúrgico para realizar 
tamponamento pélvico retroperitonial, sem condutas 
adicionais. 
D. Deve ser realizado o FAST, caso venha negativo, de-
verá ser enviado a UTI para cuidados intensivos, he-
motransfusão e tomografia. 
EXPLICAÇÃO:
Trauma contuso com instabilidade hemodinâmica… 
isso te lembra o que? 
-FAST ou LPD !!!! 
Paciente instável com FAST positivo = CENTRO CI-
RÚRGICO !!!
Com esse conceito básico já seria possível gabaritar a 
questão. Todavia, vamos fazer uma breve revisão das 
condutas nas fraturas pélvicas:
Os pacientes politraumatizados com queixa de dor 
pélvica são assumidos como portadores de uma fratura 
pélvica, até que se prove o contrário. Cerca de 80% 
das fraturas pélvicas podem ser detectadas no exame 
clínico. Abrasões ou contusões são comumente vistas. 
Embora anteriormente usado como uma técnica de 
exame clínico para identificar a instabilidade pélvica, 
“balançar” a pelve, pressionando a crista ilíaca no sen-
tido anteroposterior e laterolateral não deve ser usado 
sob o risco de agravar lesões pré-existentes, instabilizar 
a pelve e destamponar eventuais coágulos já formados.
Os pacientes que não podem se queixar de dor (intu-
bados, rebaixados), devem ser submetidos a radiografia 
simples da pelve. Apenas pacientes hemodinamica-
mente estáveis devem ser transportados para tomogra-
fia computadorizada.
O Advanced Trauma Life Support (ATLS) recomenda 
realizar radiografia de pelve AP em todos os pacientes 
com suspeita de lesão pélvica com base em mecanis-
mos ou achados físicos (dor, instabilidade, equimose 
em flanco, perineal ou escrotal). 
Porém, a tomografia é o padrão-ouro para o diagnós-
tico de lesões pélvicas. Possui alta sensibilidade e capa-
cidade de delimitação detalhada das fraturas, podendo 
determinar lesões concomitantes, áreas de sangramento 
arterial e a extensão da hemorragia retroperitoneal. A 
maioria dos pacientes com trauma fechado hemodi-
namicamente estável com uma fratura pélvica deve ser 
avaliada com TC.
(OPÇÃO A) - INCORRETA - este exame não deve 
ser realizado mais de uma vez, sob o risco de agravar 
lesões pré-existentes, instabilizar ainda mais a pelve e 
destamponar eventuais coágulos já formados. 
(OPÇÃO B) - CORRETA
(OPÇÃO C) - INCORRETA - O raio-x com fratura na 
pelve não exclui outras fontes de hemorragia (abdome, tó-
rax) que devem ser investigadas com o ultrassom FAST.
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA4 |
(OPÇÃO D) - INCORRETA - Com o FAST negati-
vo, além de hemotransfusão, o paciente deverá ser le-
vado ao centro cirúrgico para fixação e tamponamento 
da pelve.
Objetivo: revisar alguns aspectos do manejo do pacien-
te com trauma contuso e suspeita de lesão pélvica.
Lembre-se:
-Os pacientes politraumatizados com queixa de dor 
pélvica são assumidos como portadores de uma fratura 
pélvica;
-A manobra clássica de pressionar a crista ilíaca no sen-
tido anteroposterior e laterolateral não deve ser usada 
mais de uma vez sob o risco de agravar lesões pré-exis-
tentes 
-A tomografia é o padrão-ouro para o diagnóstico de 
lesões pélvicas
QUESTÃO 2
Os pacientes politraumatizados estão sujeitos a uma 
série de alterações hemodinâmicas e hematológicas. 
Existem alguns grupos de pacientes que apresentam 
particularidades em relação a resposta ocasionada pela 
perda volêmica. No tocante ao atendimento do doente 
politraumatizado, assinale a alternativa correta. 
 
A. O uso de betabloqueadores classicamente pode 
mascarar um dos sinais tardios de choque.
B. Pequenas perdas volêmicas na grávida geram anor-
malidade de perfusão.
C. O idoso, em virtude do déficit na resposta às cateco-
laminas, acaba por manifestar mais tardiamente o que 
seria um dos sinais precoces do choque.
D. Na população geriátrica, faz-se necessário um grau 
de injúria maior para provocar disfunção orgânica, em 
função da redução da sensibilidade dos órgãos vitais à 
variação de fluxo.
EXPLICAÇÃO
A mortalidade e a morbidade decorrentes de injúrias 
orgânicas agudas aumentam diretamente com o enve-
lhecimento e com a presença de doenças crônicas. Par-
ticularidades do idoso: 
- Redução da atividade simpática com déficit na resposta do 
receptor às catecolaminas. O idoso não consegue aumentar 
a frequência cardíaca ou a eficiência das contrações mio-
cárdicas quando submetido a perda de volume sanguíneo.
-Sensibilidade de muitos órgãos vitais a variações de 
fluxo sanguineo. 
-O uso de betabloqueadores (comum na população ge-
riátrica): pode mascarar a taquicardia, que é um dos 
principais indicadores precoces do choque. 
Em relação à gestação, devemos nos lembrar que a ges-
tante possui uma hipervolemia fisiológica da gravidez, 
o que torna necessária uma perda sanguínea maior para 
que manifestem anormalidade de perfusão. 
(OPÇÃO A) - INCORRETA - O uso de betabloquea-
dores pode mascarar a taquicardia, que é um dos prin-
cipais indicadores precoces do choque. 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - a gestante possui uma 
hipervolemia fisiológica da gravidez, o que torna neces-
sária uma perda sanguínea maior para que manifestem 
anormalidade de perfusão. 
(OPÇÃO C) - CORRETA - O idoso manifesta mais 
tardiamente a taquicardia, que é um dos sinais precoces 
do choque. 
(OPÇÃO D) - INCORRETA - Uma das característi-
cas dos idosos é a sensibilidade de muitos órgãos vitais 
a variações de fluxo sanguíneo. 
Objetivo: Relembrar particularidades de alguns grupos 
específicos e sua resposta individualizada ao choque. 
Gravidez e hipervolemia fisiológica demandando per-
das maiores para manifestar alterações comparado a 
um indivíduo não hipervolêmico 
Idoso e sua senescência com diminuição das respostas 
fisiológicas esperadas
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 5
QUESTÃO 3
Paciente sem comorbidades prévias, 40 anos, vítima de 
capotamento, com ejeção do veículo, sendo encontrado 
pelo resgate com rebaixamento de nível de consciência 
com trauma cranioencefálico associado (TCE), sendo 
intubado na cena. Já na sala de trauma é feita a ava-
liação: A- tubo orotraqueal bem locado, em ventilação 
mecânica com Fio2 100% B- MV+, a direita, ausen-
te a esquerda, satO2 90%. C - TA 70x50mmHg, FC 
136bpm, enchimento capilar de 6s. D- Glasgow 3T, 
pupilas isofotorreagentes. E- pelve instável, escoriações 
em extremidades, temperatura axilar 33 C. Exames co-
lhidos no point of care (extrema urgência): hb 10g/dl, ht 
30%; INR 2,3. Ph 7,2, bic 14, pCO2 30. Em relação 
ao caso clínico, assinale a alternativa correta.
 
A. O paciente provavelmente é portador de coagulopa-
tia aguda do trauma, e apesar de esta condição não au-
mentar mortalidade, devemos corrigi-la com reposição 
de plasma fresco congelado e plaquetas. 
B. O paciente apresenta uma coagulopatia de provávelorigem multifatorial (acidose metabólica, hipotermia 
leve, coagulopatia aguda do trauma).
C. O paciente apresenta a tríade da morte e a coagu-
lopatia traumática aguda apresentada é dependente da 
acidose e hipotermia. 
D. Está indicada a ressuscitação hemostática 1:1:1 (para 
cada 1 unidade de concentrado de hemácias, transfun-
dir também 1 unidade de plasma fresco congelado e 1 
unidade de plaquetas).
(OPÇÃO A) - INCORRETA - a coagulopatia de che-
gada é um preditor independente de falência e morta-
lidade multiorgânica. 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - A hipotermia apresen-
tada é moderada (32 a 34 graus Celsius).
(OPÇÃO C) - INCORRETA - A CTA independe da 
acidose e hipotermia para ocorrer. 
(OPÇÃO D) - CORRETA
EXPLICAÇÃO:
De 25% e 35% por cento dos politraumatizados desen-
volvem uma coagulopatia. A coagulopatia nesses pacien-
tes está associada a uma mortalidade 4x maior, inter-
nações mais longas e disfunção multiorgânica, além de 
uma chance 8x maior de morrer nas primeiras 24h.
Observa na tabela abaixo os fatores que contribuem 
para a coagulopatia e seus mecanismos:
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA6 |
FATOR MECANISMO Tratamento
Acidose Redução da atividade do complexo Xa/Va/
fosfolipídeo/protrombina
Correção do choque (controle 
do sangramento, ressuscitação 
volêmica). 
Hipotermia Disfunção plaquetária (agregação, ade-
são) e enzimática.
Hipotermia leve: 34-36C / Moderada 32-
34C / Grave <32C
Controle do sangramento, 
cristalóides aquecidos, manta 
térmica. 
Coagulopatia 
dilucional
Iatrogênica (grandes reposições com 
cristaloides).
Transfusão de hemoderivados 
precocemente (não infundir 
grandes quantidades de cris-
talóide)
Coagulopatia 
traumática aguda 
(CTA)
Ativação precoce da fibrinólise por ativa-
ção do sistema trombomodulina-proteina 
C.
Limitar cristaloides, transfusão 
1:1:1 (hemostática).
(OPÇÃO A) - INCORRETA - a coagulopatia de che-
gada é um preditor independente de falência e morta-
lidade multiorgânica. 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - A hipotermia apresen-
tada é moderada (32 a 34 graus Celsius).
(OPÇÃO C) - INCORRETA - A CTA independe da 
acidose e hipotermia para ocorrer. 
(OPÇÃO D) - CORRETA
Objetivo: Revisão acerca da coagulopatia no paciente 
politraumatizado:
-Normalmente é multifatorial, porém especificamente 
a entidade intitulada CTA pode ocorrer de forma inde-
pendente dos outros fatores.
-O tratamento baseia-se no controle do sangramento 
associado a correção dos fatores e transfusão precoce 
1:1:1, a chamada transfusão hemostática. 
Atenção: a coagulopatia traumática aguda é um com-
prometimento da hemostasia e ativação da fibrinólise, 
a qual que ocorre em resposta a uma lesão grave e é 
bioquimicamente evidente antes e independente do 
desenvolvimento de acidose significativa, hipotermia 
ou hemodiluição. A coagulopatia traumática aguda é 
mediada principalmente pela ativação do sistema de 
trombomodulina-proteína C (lembre-se que a prote-
ína C (e S) age como anticoagulantes na cascata de 
coagulação).
A transfusão hemostática (1 concentrado de hemácias 
: 1 plasma fresco congelado : 1 unidade de plaquetas) 
acaba por repor vários fatores de coagulação e plaque-
tas, de uma forma generalizada e para todos. Porém, 
nem todos os paciente apresentam necessidade de re-
por todos os fatores de coagulação ou plaquetas. Uma 
maneira de identificar quais as necessidades específicas 
de cada paciente (plaquetopenia, defeito de fator de 
coagulação, hiperfibrinólise primária ou secundária) 
é através de um exame chamado tromboelastografia. 
Uma vantagem desse exame é o monitoramento em 
tempo real dos esforços de ressuscitação do politrauma-
tizado. Todavia, é uma tecnologia ainda pouco disponí-
vel e maiores estudos são necessários para sua indicação 
de rotina nesses pacientes. 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 7
QUESTÃO 4
Os pacientes politraumatizados estão sujeitos a uma 
série de alterações hemodinâmicas e hematológicas. 
Existem alguns grupos de pacientes que apresentam 
particularidades em relação a resposta ocasionada pela 
perda volêmica. No tocante ao atendimento do doente 
politraumatizado, assinale a alternativa correta. 
A. Até 30% dos traumas graves possuem distúrbios de 
coagulação associado a hipotermia, diluição das pla-
quetas e fatores de coagulação. 
B. Um aumento da pressão sanguínea está associado a 
um aumento concomitante do débito cardíaco invaria-
velmente ou, algumas vezes, da recuperação do choque. 
C. A coagulopatia faz parte da tríade letal do trauma, 
composta por: hipotensão, coagulopatia e acidose.
D. A definição mais aceita de choque atualmente é: um 
estado de hipotensão associado a hipoperfusão periférica.
 
EXPLICAÇÃO:
Vamos dissecar esta questão, pois ela aborda temas va-
riados e importantes particularidades….
-Sobre a coagulopatia relacionada ao trauma:
Até 30% dos traumas graves possuem coagulopatia por 
consumo dos fatores de coagulação associado a hipo-
termia, diluição das plaquetas e fatores de coagulação. 
Quando o doente é sabidamente usuário de anticoagu-
lantes ou antiplaquetários, a administração precoce de 
plasma e/ou plaquetas melhora sua sobrevida. A coa-
gulopatia faz parte da conhecida tríade letal do trauma, 
composta também por hipotermia e acidose.
-O débito cardíaco e sua relação com a pressão no 
trauma :
O aumento do fluxo sanguíneo tecidual implica num 
aumento do débito cardíaco. Um aumento da pressão 
sanguínea pode não equivaler a um aumento concomi-
tante do débito cardíaco ou da recuperação do choque. 
A pressão sanguínea é proporcional ao débito cardíaco X 
resistência vascular sistêmica (rvs). Nem sempre um au-
mento da pressão corresponde a um aumento do débito, 
pode ser simplesmente um aumento da rvs. Lembre-se: 
-Débito cardíaco = Frequência cardíaca X volume sis-
tólico
-Pressão sanguínea = Débito cardíaco X resistência 
vascular sistêmica 
-Logo: Com a normalização da pressão sanguínea, não 
podemos assegurar com 100% de certeza que houve 
normalização do débito cardíaco. Devemos estar aten-
tos para a frequência cardíaca, perfusão periférica, dé-
bito urinário, nível de consciência. Esses são predito-
res de um débito cardíaco suficiente para perfundir e 
oxigenar adequadamente a periferia. 
(OPÇÃO A) - CORRETA
(OPÇÃO B) - INCORRETA - A pressão sanguínea é 
proporcional ao débito cardíaco X resistência vascular 
sistêmica (rvs). Nem sempre um aumento da pressão 
corresponde a um aumento do débito, pode ser sim-
plesmente um aumento da rvs isoladamente (por uso 
de drogas vasoativas por exemplo). 
(OPÇÃO C) - INCORRETA - A tríade letal do trau-
ma é composta por HIPOTERMIA + ACIDOSE + 
COAGULOPATIA.
(OPÇÃO D) - INCORRETA - A melhor definição de 
choque é: um estado de hipoperfusão periférica com 
oferta inadequada de oxigênio. Nos graus iniciais de 
choque não há hipotensão.
Take-home message: 
É importante relembrarmos particularidades de alguns gru-
pos específicos e sua resposta individualizada ao choque. 
-Aumento da pressão não implica obrigatoriamente no 
aumento do débito cardíaco.
-A tríade letal do trauma é composta por HIPOTER-
MIA + ACIDOSE + COAGULOPATIA.
-Choque = hipoperfusão tecidual com oferta inadequa-
da de oxigênio.
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA8 |
QUESTÃO 5
Paciente masculino, 42 anos, vítima de trauma pene-
trante em zona de Ziedler por projétil de arma de fogo 
durante assalto é admitido em sala de emergência trazi-
do por transporte terrestre, 25 minutos após o trauma. 
Realizado avaliação inicial:
A: vias aéreas pérvias, com colar cervical
B: Murmúrios vesiculares presentes, bilateralmente, FR 
20 irpm, Sat O2 90%, ferimento de 1cm de diâmetro, 
medial à linha hemeclavicular no 6º espaço intercostal
C: Bulhas rítmicas, hipofonéticas 2 tempos sem sopros, 
FC114bpm, PA 90 x 50mmHg, tempo de enchimento 
capilar 4 segundos. Pelve estável, abdome inocente
D: Glasgow 14 (-AO), pupilas isofotorreagentes
E: Turgência jugular bilateral
Solicitado Radiografia de tórax no leito abaixo
Qual conduta pode ser adotadaem sala de emergência 
para tratamento inicial desse paciente?
A. 
B. 
C. 
D. 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 9
EXPLICAÇÃO
Estamos diante de um paciente com trauma torácico 
penetrante em um região do tórax, específica citada na 
questão, a Zona de Ziedler, que chega à sala de emer-
gência de um hospital, apresentando-se hipotenso e 
taquicárdico.
Até que se prove o contrário, estamos diante de um 
caso de hemorragia aguda após um trauma
Se atentarmos um pouco mais para o ABCDE do pa-
ciente, notam-se alguns achados que começam a nor-
tear o raciocínio diagnóstico no caso: Hipofonese de 
bulhas cardíacas e turgência jugular bilateral
Solicitado radiografia de tórax que mostrou área cardí-
aca aumentada e ausência de alterações pleuropulmo-
nares.
Vamos aos pontos importantes do enunciado: trauma 
penetrante em zona de Ziedler, associado a hipotensão 
arterial, bulhas hipofonéticas e turgência jugular bilate-
ral, com essas informações no enunciado o diagnóstico 
de tamponamento cardíaco se impõe!!!!
Antes de falarmos sobre esse assunto, vamos relembrar 
a zona de Ziedler, delimitada:
2º espaço intercostal- superiormente
6º espaço intercostal - inferiormente
linha axilar anterior à esquerda e linha paresternal di-
reita
veja a figura
Nessa região estão contidas estruturas importantes 
como o coração, aorta ascendente, crossa aórtica, tron-
co pulmonar, veia cava superior e inferior
Relembrado essa topografia, voltemos à questão
A causa mais comum de tamponamento cardíaco é o 
trauma penetrante de tórax, embora no trauma contu-
so também possa ocorrer essa complicação. O Sangue 
que se acumula no espaço pericárdico provém de três 
locais principalmente; os vasos pericárdicos, os vasos da 
base e as câmaras cardíacas. Um hemopericárdio volu-
moso interfere no enchimento cardíaco, reduz o volu-
me ejetado em cada sístole e afasta o coração da parede 
torácica, causando:
hipofonese das bulhas cardíacas
hipotensão arterial
turgência jugular
Essas alterações, em conjunto, é chamado de Tríade de 
Beck
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA10 |
Em um ambiente tumultuado e estressante com o de 
uma sala de trauma pode dificultar a avaliação clínica 
correta do paciente e os sinais cardinais acima podem 
passar desapercebidos. Também o pneumotórax hiper-
tensivo, principalmente à esquerda, com desvio do me-
diastino pode dificultar o diagnóstico ou ser elemento 
de confusão. Para confirmar o diagnóstico, utiliza-se 
três estratégias complementares: o FAST, a Janela peri-
cárdica e o ecocardiograma. O FAST é o principal mé-
todo utilizado e apresenta acurácia de 90 a 95% com 
profissional experiente.
FAST
O tratamento desses é a evacuação imediata do sangue 
acumulado no pericárdio cirurgicamente. Contudo, se 
as condições clínica do paciente não permitirem, ou 
se não houver profissionais com experiência nesse pro-
cedimento, pode-se realizar uma pericardiocentese até 
que o paciente se estabilize e/ou profissional capacitado 
seja chamado. A vantagem desse procedimento é ser te-
rapêutica e diagnóstica, já a limitação ocorre quando há 
coágulo no espaço pericárdico. O tratamento definitivo 
será a exploração cirúrgica do pericárdio para verificar 
a origem do sangramento e controlá - la. A pericardio-
tomia via toracotomia é indicada apenas quando um 
cirurgião habilitado estiver disponível.
Antes do procedimento intervencionista, o paciente 
deve ter uma reposição volêmica adequada como pre-
conizado pelo ATLS com a finalidade de estabilizar o 
sinais vitais do doente e excluir outras causas para o 
choque.
Outro ponto importante, é atentar para pacientes com 
trauma torácico em PCR com rítmo em AESP (ativi-
dade elétrica sem pulso), a causa pode ser o tampona-
mento cardíaco, entre outros diagnósticos diferenciais 
(pneumotórax hipertensivo, hipovolemia e ruptura 
cardíaca).
Aproveitando o tema, vamos relembrar a indicação 
de toracotomia de reanimação no trauma penetrante 
de tórax na sala de emergência. Antes vale mencionar 
algumas condições para que o procedimento seja rea-
lizado:
1. Um cirurgião qualificado deve estar presente
2. Adequada reposição volêmica
3.Nos paciente em PCR deve haver algum sinal de 
vida: pupilas reativas, movimentos espontâneos ou ati-
vidade eletrocardiografica organizada (AESP).
4.Trauma torácico fechado, ainda que apresentem os 
critérios acima, NÃO são candidatos a toracotomia de 
reanimação em sala de emergência.
Essas regras valem tanto no atendimento pré como no 
intra hospitalar.
 
 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 11
Objetivos da toracotomia de reanimação:
Toracotomia de reanimação
A. Evacuação do sangue contido no saco pericárdico
B. Controle direto da hemorragia intratorácica exsan-
guinate
C. Massagem cardíaca aberta
D. clampeamento da aorta descendente para privilegiar 
a circulação para o coração e o cérebro.
Diante dessas informações, temos condições de analisar 
as resposta
(OPÇÃO A) INCORRETA A figura mostra uma to-
racoesternotomia ou bitoracotomia transesternal com 
incisão de clamshell. Essa incisão é um ampliação da 
toracotomia, devendo ser realizada quando há necessi-
dade de ampliar o campo cirúrgico ou suspeita de san-
gramento contra lateral. Não é o procedimento inicial 
na sala de emergência.
(OPÇÃO B) INCORRETA A imagem mostra uma 
toracocentese descompressiva no 2º espaço intercostal, 
na linha hemiclavicular do hemitórax com pneumotó-
rax hipertensivo.
(OPÇÃO C) CORRETA Como visto no texto acima, 
a pericardiocentese é indicado como procedimento ini-
cial na suspeita de tamponamento cardíaco para trata-
mento, ao escoar sangue do espaço pericárdico e diag-
nóstico para confirmar a presença de sangue ou outro 
fluido.
(OPÇÃO D) INCORRETA a imagem mostra um, 
ou melhor, dois drenos pericárdico, esse recurso pode 
se necessário após o procedimento de toracotomia ou 
qualquer cirurgia que envolva a exploração do medias-
tino ou estruturas adjacentes
Objetivo da questão: O objetivo da questão entender 
o tamponamento cardíaco e suas repercussões hemodi-
nâmicas, o diagnóstico baseado nos sinais característico 
e com exames complementares, bem como o tratamen-
to inicial com a pericardiocentese e definitivo com a 
toracotomia para exploração pericárdica. Rever zona 
de Ziedler e os critérios de toracotomia de reanimação.
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA12 |
QUESTÃO 6 
Paciente vítima de colisão moto x caminhão, é trazido 
pelo resgate ao pronto socorro. Resgate informa que 
havia grande quantidade de sangue na cena, provenien-
te do trauma de extremidades. Na avaliação inicial: 
A- Vias aéreas pérvias, com colar cervical, Máscara não 
reinalante a 100%. 
B- MV+, simétrico sem RA. SatO2 97%. FR 30irpm. 
C - Presença de dois acessos venosos periféricos calibro-
sos, TA 80x50mmHg, FC 126bpm, enchimento capi-
lar de 5s. Abdome flácido, sangramento contido em 
membro inferior direito. Toque retal sem sangramento 
ou espículas ósseas, tônus normal. Sondagem vesical de 
demora sem hematúria, com saida de 10ml de urina na 
primeira hora. 
D- Glasgow 14 (4+4+6), pupilas isofotorreagentes.
E- trauma complexo de extremidades com sangramen-
to contido com torniquete. Escoriações em membros 
superiores. Em relação ao caso clínico, assinale a alter-
nativa correta:
A. Deve ser infundido 1 litro de cristalóide aquecido, 
iniciando os hemoderivados o mais precocemente pos-
sível, avaliando a resposta através do nível de consciên-
cia, perfusão periférica e débito urinário. 
B. Deve-se infundir 2 litros de cristaloides aquecidos, 
independente do volume administrado no pré hospita-
lar, avaliando a resposta em seguida. 
C. Deve-se adotar a estratégia da hipotensão permissi-
va, não administrado cristaloides pelo risco de agravar 
a hemorragia. 
D. A perda de sangue com consequente perda do car-
reador de oxigênio (hemoglobina) para os tecidos é o 
componente mais importante para o choque apresen-
tado. 
 
EXPLICAÇÃO:
No choque hemorrágico, a terapia inicial é feita com um 
bolus de cristaloide aquecido,1 a 2 litros, ou 20ml/kg 
em crianças. Após isso, observa-se a resposta do paciente. 
O volume total de fluidos a ser administrado após isso 
dependerá da resposta do paciente através do nível de 
consciência, perfusão periférica e débito urinário. 
Se, durante ressuscitação, a quantidade de fluido ne-
cessária para restaurar ou manter uma perfusão do ór-
gão adequada excede demasiadamente as estimativas 
da perda de sangue, deve-se pensar em ferimentos não 
reconhecidos ou outras causas de choque associadas.
Onde buscar a fonte de sangramento além das perdas 
para o meio externo: há 4 lugares no corpo passíveis de 
perda sanguínea o suficiente para causar choque hipo-
volêmico graves, de pelo menos grau III: tórax, abdo-
me, pelve (retroperitônio), e coxa.
No entanto, não devemos administrar volume de modo 
excessivo, pois pode exacerbar tríade letal de coagulo-
patia, acidose e hipotermia, com ativação da cascata 
inflamatória. 
Nos traumas penetrantes com sangramento ativo, sem 
possibilidade de hemostasia cruenta imediata, deve-se 
evitar a ressuscitação volêmica agressiva até que seja 
feito um controle definitivo do sangramento. 
Esse conceito chama-se hipotensão permissiva e foi es-
tudado em modelos animais, observando que naqueles 
com sangramento incontrolável, a reposição agressiva 
estava a associada a maior sangramento, coagulopatia e 
aumentando de mortalidade comparado a uma ressus-
citação objetivando menores pressões arteriais (PAM 
65 mmhg). Um estudo prospectivo avaliou a ideia de 
ressuscitação tardia em vítimas de trauma penetrante 
de tronco. Aqueles pacientes que receberam menos 
fluidos no pré hospitalar e no centro de trauma antes 
da cirurgia apresentaram aumento de sobrevida e redu-
ção do tempo hospitalar. Porém, trata-se de um estudo 
com algumas falhas metodológicas e esse é um tema 
ainda bastante controverso, com estudos conflitantes. 
O que ainda se pode afirmar é: reduzir a quantidade 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 13
de cristaloides e iniciar hemoderivados o mais precoce 
possível parece ser a melhor estratégia.
(OPÇÃO A) - CORRETA
(OPÇÃO B) - INCORRETA - Segundo o ATLS, o 
volume administrado deve ser baseado na perda de 
sangue (em torno de 1 litro inicialmente incluindo o 
valor já administrado no pré hospitalar). Por isso a im-
portância de saber quanto foi administrado de volume 
antes do paciente chegar ao hospital. 
(OPÇÃO C) - INCORRETA - a estratégia da hipo-
tensão permissiva pode ser utilizado em trauma pe-
netrante com sangramento ativo, no intuito de evitar 
um aumento importante da pressão arterial com exsan-
guinação do paciente, sendo utilizado como uma ponte 
para o tratamento cirúrgico, devendo ser feito de ma-
neira cuidadosa e balanceada com reavaliações frequen-
tes. Neste caso exposto, a fonte de sangramento era o 
trauma de membros inferiores, a qual já foi controlada, 
não havendo benefício de manter o paciente hipotenso. 
(OPÇÃO D) - INCORRETA - o componente mais 
importante da hipoperfusão tecidual não é a queda de 
hemoglobina, mas a queda da pré carga pela perda de 
volume intravascular. 
Objetivos da questão: revisar aspectos importantes da 
ressuscitação volêmica inicial no cenário de choque he-
morrágico
-A terapia inicial é feita com um bolus de cristaloide 
aquecido, 1 a 2 litros ou 20ml/kg em crianças, acompa-
nhado de avaliação da fluidorresponsividade. 
-No choque persistente devemos pensar em perda ati-
va de sangue (tórax, abdome, pelve) ou mesmo outras 
causas de choque associadas (cardiogênico, neurogêni-
co, séptico, distributivo). 
QUESTÃO 7
Analise os casos abaixo e assinale a alternativa correta:
1 - Politrauma, da entrada com FR 20 rpm, FC 120 
bpm, TA 100x80mmhg; nova aferição pós infusão 
de 1 litro de cristalóide: FR 18 rpm, FC 90 bpm, TA 
110x70mmhg.
2 - Politrauma, da entrada com FR 30 irpm, FC 130 
bpm, TA 80x50 mmHg; nova aferição pós infusão de 
2 litros de cristaloide: FR 24 rpm, FC 100bpm; TA 
100x70; meia hora após, re-aferidos os sinais vitais: FR 
35 rpm/ FR 128bpm; TA 84x52mmHg.
3 - Politrauma, da entrada com FR 40 rpm, FC 
140bpm; TA 60 X 40 mmHg; nova aferição após in-
fusão de 2 litros de cristaloide: mantidos os mesmos 
parâmetros.
 
A. O paciente 2 apresentou apresentou uma perda es-
timada de 20 a 40% do volume sanguíneo, estando in-
dicados a administração de 1 a 2 litros de cristalóide e 
o início de transfusão sangüínea.
B. O paciente 3 não apresentou resposta à terapia ini-
cial, e provavelmente apresenta outra causa de choque 
associada ao hemorrágico (distributivo, cardiogênico). 
C. Apesar da resposta rápida, o paciente 1 se benefi-
ciará de concentrado de hemácias para repor o volume 
que foi perdido
D. Para o paciente com resposta parcial, devemos trans-
fundir hemoderivados, manter reposição de cristalói-
des, podendo postergar o tratamento cirúrgico enquan-
to houver resposta parcial às alíquotas administradas. 
(OPÇÃO A) - CORRETA
(OPÇÃO B) - INCORRETA - provavelmente o pa-
ciente continua sangrando ou a terapia fluida inicial foi 
inadequada. Outra causa de choque associada além do 
hemorrágico não é algo provável e, apesar de possível, 
ficaria como terceira hipótese. 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA14 |
(OPÇÃO C) - INCORRETA - nesses casos não há in-
dicação de hemoderivados.
(OPÇÃO D) - INCORRETA - esses pacientes prova-
velmente apresentam sangramento ativo e o tratamento 
para parar a hemorragia deve ser urgente (seja cirúrgico 
ou embolização). 
 
EXPLICAÇÃO:
Estamos diante do tema intitulado: decisão terapêutica 
baseado na resposta à terapia fluida inicial.
Observe atentamente a tabela abaixo:
Resposta a Ressuscitação Volêmica Inicial (2000ml de cristaloide ou 20ml/kg de ringer lactato em crianças)
 RESPOSTA RÁPIDA RESPOSTA TRANSITÓRIA RESPOSTA MÍNIMA OU 
AUSENTE
Sinais vitais Retorno ao normal Melhora transitória, com recorrência 
da hipotensão e taquicardia
Permanecem anormais
Perda sanguínea 
estimada
Mínima (10-20%) Moderada e ativa (20-40%) Grave (>40%)
Necessidade de mais 
cristaloides
Baixa Baixa a moderada Moderada com uma ponte para 
a transfusão
Necessidade de sangue Baixa. Tipado e com pro-
va cruzada
Moderada a alta. Tipado. Imediata, liberado em caráter 
de emergência (tipo O)
Necessidade de interven-
ção cirúrgica
Possivelmente Provavelmente Muito provável
Presença precoce do 
cirurgião
Sim Sim Sim
Resposta rápida à reposição volêmica inicial:
Um pequeno grupo de doentes responde rapida-
mente à reposição volêmica inicial rápida, e perma-
nece estável e hemodinamicamente normal quando 
a reposição inicial é completada e a velocidade de 
infusão é reduzida para níveis de manutenção. Es-
ses pacientes tiveram uma perda pequena da volemia 
(inferior a 20%). Para esse pequeno grupo de pa-
cientes não está indicado administração adicional de 
soros ou a infusão imediata de sangue. Sangue tipa-
do com prova cruzada deve ser mantido disponível. 
Resposta transitória à reposição volêmica inicial:
A maioria dos doentes responde à reposição inicial rá-
pida. Entretanto, em alguns pacientes, a medida que se 
reduz a velocidade de infusão, a perfusão periférica pio-
ra, indicando que o estado circulatório está deterioran-
do, o que significa sangramento persistente ou reani-
mação inadequada. A maioria desses doentes teve perda 
sanguínea inicial estimada entre 20 a 40% do volume 
sanguíneo. Nestas condições estão indicados a adminis-
tração contínua de líquidos e o início de transfusão san-
guínea (com compatibilidade ABORh), além da identi-
ficação da fonte de sangramento e abordagem cirúrgica. 
 
Resposta mínima ou ausente à reposição volêmica 
inicial:
Essa resposta ocorre numa porcentagem pequena, po-
rém, significativa, de pacientes traumatizados. A falta 
de resposta à administração adequada de cristalóides e 
de sangue indica a necessidade de intervenção cirúrgica 
de emergência para controlar uma grande hemorragia. 
Em casos raros (e não provavelmente como fala a al-
ternativa), uma resposta inadequada pode serdevida à 
falência de bomba, resultante de contusão miocárdica 
ou de tamponamento cardíaco, choque cardiogênico, 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 15
neurogênico, obstrutivo ou séptico (ainda mais rara-
mente). Nesses casos haverá necessidade de liberação 
imediata do hemoderivado (tipo O, e em mulheres de 
idade fértil O negativo para prevenir sensibilização ao 
rh), pois a tipagem leva pelo menos 10 minutos e a 
contra prova pelo menos uma hora. 
(OPÇÃO A) - CORRETA
(OPÇÃO B) - INCORRETA - provavelmente o pa-
ciente continua sangrando ou a terapia fluida inicial foi 
inadequada. Outra causa de choque associada além do 
hemorrágico não é algo provável e, apesar de possível, 
ficaria como terceira hipótese. 
(OPÇÃO C) - INCORRETA - nesses casos não há in-
dicação de hemoderivados.
(OPÇÃO D) - INCORRETA - esses pacientes prova-
velmente apresentam sangramento ativo e o tratamento 
para parar a hemorragia deve ser urgente (seja cirúrgico 
ou embolização). 
Objetivo da questão: Saber identificar o tipo de res-
posta apresentado pelo paciente politraumatizado bem 
como as condutas subsequentes. Em todos os casos de-
verá ter uma equipe cirúrgica e sangue disponíveis. 
-Resposta rápida: vigilância cuidadosa com possibilida-
de de cirurgia. 
-Resposta transitória: indica manutenção do sangra-
mento e reflete uma perda de 20 a 40% da volemia. 
Identificar e tratar a causa. Lembrar de outras causas de 
choque no diagnóstico diferencial. 
-Resposta ausente: intervenção imediata, concentra-
do de hemácias imediato (O negativo) enquanto não 
houver tipagem sanguínea com prova e contra prova 
disponíveis.
QUESTÃO 8
No paciente com choque hemorrágico e impossibilida-
de de acesso venoso periférico, pode-se optar por:
A. Acesso em veia femoral, lateralmente ao espaço lin-
fático, com cuidado para não puncionar a artéria, in-
tercorrência que habitualmente cursa com surgimento 
de um pseudoaneurisma. 
B. Acesso intraósseo, em porção anteromedial de tíbia, 
direcionando a agulha de aspiração de medula óssea 
num ângulo de 45 a 60 graus cranialmente, avançando 
através do córtex para dentro da medula óssea.
C. Acesso venoso central na veia femoral, após palpa-
ção do pulso femoral, direcionando a agulha cranial-
mente, medialmente à artéria femoral
D. Acesso intraósseo como reanimação de emergên-
cia, podendo infundir sangue e cristaloides. Sendo sua 
punção preferencial na tuberosidade tibial.
(OPÇÃO A) - INCORRETA - o pseudoaneurisma é 
uma complicação rara, em torno de 0,05% dos casos. 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - incorreta, pois a agulha 
deve ser direcionada inferiormente, fugindo da placa 
epifisária. 
(OPÇÃO C) - CORRETA 
(OPÇÃO D) - INCORRETA - A punção não é feita 
na tuberosidade mas sim na superficie anteromedial da 
tibia, 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade tibial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA16 |
EXPLICAÇÃO:
Na impossibilidade de acessos periférico, opta-se ou 
por acesso venoso central pela técnica de Seldinger 
(utilizando fio guia), ou pela dissecção da veia safena 
magna na região anterior ao maléolo medial. Pode-se 
ainda realizar a punção intraóssea. 
Para o acesso na veia femoral devemos lembrar da dis-
posição das estruturas na região inguinal.
De lateral para medial, a sequência de estruturas é: ner-
vo femoral, artéria femoral, veia femoral e espaço linfá-
tico (mnemônico ‘’navel’’). Portanto a veia está medial 
a artéria e lateral ao espaço linfático. Deve-se palpar o 
pulso da artéria e puncionar medialmente e em sentido 
cranial, onde deveremos encontrar a veia. 
O pseudoaneurisma é uma complicação bastante rara, 
não sendo nem citada muitas vezes. As complicações de 
acessos central em geral são divididas em dois grupos: 
imediatas e tardias. 
IMEDIATAS TARDIAS
-Sangramento
-Punção arterial
-Arritmia
-Mal posicionamento do cateter
-Embolia gasosa
-Hemotórax/pneumotórax (jugular e subclavio).
-Infeção
-Trombose/embolia
-Migração/embolização do cateter
-Perfuração miocárdica
No acesso intraósseo, segue-se os seguintes passos:
1.Decúbito dorsal, com flexão de 30 graus do joelho.
2.Antissepsia e anestesia no ponto de punção: fazer an-
teromedial da tíbia, 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade 
tibial
3.Introduzir a agulha de aspiração de medula óssea ou 
cateter de peridural de 18G num ângulo de 90 graus 
até alcançar o osso, direcionando então caudalmente 
num ângulo de 45 a 60 graus, num movimento de ro-
tação. 
4.Remover o mandril e conectar a agulha a uma seringa 
de 10ml com 6ml de soro e tracionar o êmbolo suave-
mente. A aspiração de medula óssea indica entrada da 
agulha na cavidade medular.
5.Injetar soro na agulha para expelir qualquer coágulo 
que possa estar obstruindo. Se fluir facilmente sem for-
mar edema ao redor, indica que esta bem posicionada 
(mesmo que não tenha conseguido aspirar medula na 
etapa anterior). Outro sinal de bom posicionamento: 
agulha firme sem necessidade de apoio.
6.Conecta a agulha ao equipe para infunsão dos fluidos 
desejados. Introduzir mais a agulha até que seu encaixe 
se apoie na pele. 
7.Curativo e reavaliação frequente.
Pode-se infundir cristaloides, drogas vasoativas, hemo-
derivados, antibióticos.
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 17
(OPÇÃO A) - INCORRETA - o pseudoaneurisma é 
uma complicação rara, em torno de 0,05% dos casos. 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - incorreta, pois a agulha 
deve ser direcionada inferiormente, fugindo da placa 
epifisária. 
(OPÇÃO C) - CORRETA 
(OPÇÃO D) - INCORRETA - A punção não é feita 
na tuberosidade mas sim na superficie anteromedial da 
tibia, 1 a 3 cm abaixo da tuberosidade tibial. 
Objetivos: revisar aspectos técnicos do acesso femoral e 
acesso intraósseo:
-A disposição dos elementos na região inguinal de la-
teral para medial é: NAVEL: Nervo Femoral, Artéria 
femoral, Nervo Femoral, Espaço Linfático.
-Um dos pontos possíveis de acesso intraósseo é na face 
anteriomedial da tibia, 1 a 2 cm abaixo da tuberosidade 
tibial, direcionando a agulha caudalmente após atingir 
o osso.
QUESTÃO 9
Paciente vítima de queda de 5 metros, com perda de 
consciência na cena. Após 10 minutos, é atendido pelo 
resgate terrestre, com o seguinte exame físico:
A: vias aéreas pérvias, controle cervical com colar, co-
xim e prancha. Oferta de O2 com máscara não reina-
lante
B: Toráx simétrico, murmúrios vesiculares presentes bi-
lateralmente, satO2 97%, FR 20 irpm;
C: sem sangramento ativo, acesso periférico pervio. PA 
110x70 mmHg, FC 98bpm
D: glasgow 15, pupilas isofotorreagentes
E : deformidade em perna direita sugestivo de fratura 
fechada.
Próximo do hospital de trauma de destino, paciente 
evolui com rebaixamento do nível de consciência, sen-
do necessária intubação orotraqueal para proteção de 
via aérea.
Quanto ao cenário apresentado, assinale a alternativa 
correta:
A. O quadro apresentado é compatível com lesão axo-
nal difusa.
B. O quadro é compatível com hematoma subdural 
agudo, por lesão da artéria meníngea média.
C. O paciente apresentou um intervalo lúcido, típico 
da concussão cerebral
D. A sintomatologia do paciente é normalmente visto 
nos casos de hematoma epidural.
(OPÇÃO A) - INCORRETA - Na lesão axonal difusa 
o paciente apresenta normalmente um estado comato-
so persistente (>6h pelo menos, por vezes semanas a 
meses - quem não lembra do Michael Schumacher?). 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - O hematoma subdural 
ocorre por lesão das veias ponte.
(OPÇÃO C) - INCORRETA - A concussão cerebral 
normalmente não apresenta piora tardia. Por definição, 
trata-se de uma perda temporária da função neurológi-
ca com duração <6h.
(OPÇÃO D) - CORRETA 
EXPLICAÇÃO:
Em se tratando de trauma cranioencefálico temos que 
ter em mente as principais condições apresentadas pe-
los pacientes e suas características:
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA18 |
Lesão Cerebral Sintomas Tomografia (descrição) Imagem
Concussão Cerebral (trau-
ma cranioencefálico leve). 
Sintoma neurológico <6h 
(rebaixamento, confusão, 
amnésia). 
Tomografia normal. A mi-
noria pode apresentarle-
sões variadas: contusões, 
hematomas, hemorragia 
subaracnóidea, edema 
cerebral. Caso apresente 
contusão, o aspecto será 
de “sal-e-pimenta”, que 
representa pontos de 
hemorragias permeando 
o parênquima normal. 
Lesão axonal difusa Estado comatoso persisten-
te (>6h)
Múltiplas pequenas áreas 
ovaladas esparsas hemor-
rágicas ou hipoatenuan-
tes (principalmente na 
interface entre a substân-
cia branca e cinzenta)
Hematoma subdural Forma aguda: até dois dias 
do evento (50% apresenta-
-se com coma). Um terço 
pode apresentar intervalo 
lúcido.
Forma subaguda: início de 3 
a 14 dias do trauma
Forma crônica: após 2 se-
manas - cefaléia, déficit 
neurológico insidiosos.
Imagem hiperdensa que 
acompanha a convexi-
dade cerebral. Cruza as 
suturas do osso (a super-
fície interna é côncava) 
mas não se adentra nas 
fissuras e nem nos sulcos.
Hematoma epidural (ou 
extradural)
Espectro variado, metade 
apresentando intervalo lú-
cido.
Imagem hiperdensa, bi-
convexa. Não cruzam os 
limites das suturas ósseas 
(estão localizados entre o 
osso e a dura).
- 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 19
Intervalo lúcido é um período de lucidez posterior à 
perda de consciência, seguido de deterioração neuroló-
gica novamente. A perda de consciência inicial é atri-
buída à concussão cerebral. Seguido por um período 
de melhora e em seguida, em virtude de sangramento 
intracraniano, ocorre hipertensão intracraniana e nova 
deterioração neurológica. É tipicamente visto no he-
matoma epidural, porém também pode ocorrer no 
subdural. 
(OPÇÃO A) - INCORRETA - Na lesão axonal difusa 
o paciente apresenta normalmente um estado comato-
so persistente (>6h pelo menos, por vezes semanas a 
meses - quem não lembra do Michael Schumacher?). 
(OPÇÃO B) - INCORRETA - O hematoma subdural 
ocorre por lesão das veias ponte.
(OPÇÃO C) - INCORRETA - A concussão cerebral 
normalmente não apresenta piora tardia. Por definição, 
trata-se de uma perda temporária da função neurológi-
ca com duração <6h.
(OPÇÃO D) - CORRETA 
Objetivo:
Relembrar as principais alterações associadas aos trau-
matismos cranioencefálicos. 
-Concussão cerebral (TCE leve): tc normal ou lesões 
variadas. 
-LAD: Múltiplas pequenas áreas ovaladas esparsas he-
morrágicas ou hipoatenuantes
-Epidural: biconvexa, não cruza limites das suturas ós-
seas
-Subdural: acompanha a convexidade cerebral, sem res-
peitar limites das suturas. 
QUESTÃO 10
Paciente vítima de colisão moto x carro, é trazido pelo 
resgate ao pronto socorro. Perda de quantidade consi-
derável de sangue pela amputação traumática de perna. 
Intubado na cena por rebaixamento do nível de consci-
ência. Avaliação na sala de trauma: A- tubo bem loca-
do, acoplado a ventilação mecânica. B- MV+, reduzi-
do a direita. SatO2 94%. C - Presença de dois acessos 
venosos periféricos calibrosos, TA 80x50 mmHg, FC 
140bpm, enchimento capilar de 5s. Abdome flácido, 
sangramento contido com torniquete em membro infe-
rior direito. D- Glasgow 3T, pupilas mióticas por efeito 
de opioides. E- trauma complexo de extremidades com 
sangramento contido com torniquete. Em relação ao 
caso clínico, assinale a alternativa correta:
 
A. Deve-se iniciar o protocolo de transfusão maciça, 
pois apesar de estudos indicarem que não melhora des-
fecho, há redução de sequelas neurológicas e tempo de 
internação.
B. Apenas pela hipotensão e taquicardia apresentada, fe-
cha-se critério de abrir protocolo de transfusão maciça.
C. Como o trauma apresentado é contuso, não há indi-
cação de ativar protocolo de transfusão maciça (PTM).
D. Deve-se infundir volume na proporção 1:1:1 sendo 
1 litro de cristaloide : 1 concentrado de hemácias : 1 
plasma fresco congelado (PFC), observando a resposta 
pela perfusão e diurese.
(OPÇÃO A) - INCORRETA - O PTM melhora prog-
nóstico.
(OPÇÃO B) - CORRETA
(OPÇÃO C) - INCORRETA - Apesar de um dos 
critérios do ABC ser trauma penetrante, o paciente já 
possui dois critérios de PTM (sistólica <90 e FC > 120 
bpm).
(OPÇÃO D) - INCORRETA - a proporção 1:1:1 se 
refere a 1 concentrado de hemaceas para 1 bolsa de 
PFC para 1 unidade de plaquetas.
 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA20 |
EXPLICAÇÃO:
Transfusão maciça: definida como necessidade de >10 
Unidades de sangue em 24h de admissão. Ou na de-
finição revisada como necessidade de 10 unidades ou 
mais em 6h.
O protocolo de transfusão maciça deve estar dispo-
nível em qualquer hospital que atende doentes poli-
traumatizados. Deve ser ativado precocemente ao re-
conhecer um paciente com hemorragia grave, pois isso 
melhora o desfecho do paciente politraumatizado.
Como reconhecer esse doente e ativar o protocolo de 
transfusão maciça?
Existem vários scores. Vamos ensinar um dos mais uti-
lizados, que leva em conta 4 fatores (score ABC - Asses-
sment of blood consumption):
-Trauma penetrante
-FAST positivo
-Pressão sistólica < 90 mmHg
-FC >120bpm
Um mnemônico para você guardar isso...
O PENETRA (trauma penetrante) bebeu “rápido” 
(FAST), foi embora em menos de 90 minutos (PA<90), 
no seu carro a mais de 120km por hora (FC>120), 
atropelando 2 pedestres (2 critérios).
A presença de dois ou mais critérios prediz a necessi-
dade de transfusão maciça com uma sensibilidade de 
75% e especificidade de 86%.
-Uma medida que melhora a sobrevida dos doentes 
com choque hemorrágico é o denominado tratamen-
to balanceado ou hemostático ou reanimação de con-
trole de danos. Trata-se de administrar precocemente 
sangue, plasma, plaquetas agressivamente e cristaloides 
minimamente (transfusão 1:1:1, o que significa para 
cada bolsa de concentrado de hemácias deve-se trans-
fundir 1 bolsa de plasma fresco congelado e 1 unidade 
de plaquetas). 
(OPÇÃO A) - INCORRETA - O PTM melhora prog-
nóstico.
(OPÇÃO B) - CORRETA
(OPÇÃO C) - INCORRETA - Apesar de um dos 
critérios do ABC ser trauma penetrante, o paciente já 
possui dois critérios de PTM (sistólica <90 e FC > 120 
bpm).
(OPÇÃO D) - INCORRETA - a proporção 1:1:1 se 
refere a 1 concentrado de hemaceas para 1 bolsa de 
PFC para 1 unidade de plaquetas.
Objetivos: revisar as indicações de PTM. Existem vá-
rios critérios possíveis de serem utilizados, mas em um 
dos mais utilizados (ABC), está indicado na presença 
de dois dos 4 critérios abaixo:
-Trauma penetrante
-FAST positivo
-Pressão sistólica < 90mmHg
-FC >120bpm
 
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA | 21
QUESTÕES COMENTADAS - TRAUMA22 |
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