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Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -1 20.09.2021 “Erros imunes inatos” – associação de alergia e imunologia do Brasil. As células têm sua função protetora regulada pelo seu DNA – alvo mais comum dos erros. Essa aula não serve para nós decorarmos as mais de 330 doenças, é para nos mostrar, além do que são as imundeficiencias primárias, as situações em que de verdade a pessoa tem uma imunidade baixa. Quando devo suspeitar que estou diante de um problema relacionado a imunidade. Quando que vai começar a chamar atenção esse problema relacionado a suceptibilidade a quadros infecciosos graves. CLÍNICA Infecções de repetição (indicando uma possível imunossupressão), idade (fator secundário – tendência em pacientes mais jovens). CASO 01 Um lactente de três meses e meio veio trazido pela mãe ao Serviço de Pediatria do Hospital devido a uma “inflamação” no local da vacinação com BCG. Houve o relato de história familiar de dois primos que haviam apresentado o mesmo evento adverso após a vacinação com BCG e que vieram a falecer no primeiro ano de vida. • Trata-se de um caso de imunodeficiência primária; • Caso apresenta um processo cicatricial que já deveria ter se resolvido com uma vacina (uma das únicas) com microorganismo vivo + história familiar de mesmo padrão A BCG (antigeno vivo, somente atenuado) resolve o problema inflamatório dela com 30 dias. Nesse caso o pacinte apresenta o efeito adverso com 3 meses, o que não é comum. No primeiro ano de vida, não deveria existir morte. Pois apesar de frageis, somos protegidos pela imunidade materna e pela imunidade inata que está bem avida, não está pronta, mas tem uma força muito grande nesse primeiro ano de vida. Em resumo, nesse caso tem um problema, uma reação por vacina não comum com 3 meses e dois óbitos na mesma familia. CASO 02 Paciente de 20 anos, feminina, estudante, solteira, branca, natural do Rio de Janeiro. Admitida em unidade hospitalar com quadro de sepse por sinusite complicada com otomastoidite e posteriormente meningite, evoluindo com redução do nível de consciência, crise convulsiva, edema cerebral. Há cerca de 10 dias antes da internação encontrava fazendo uso de amoxicilina para a otite média. • Não é normal que pacientes jovens compliquem dessa gravidade por conta de um quadro inicial de sinusite – CHAMA ATENÇÃO • Se fosse idoso, seria considerado “normal” devido ao mecanismo de senescência do sistema imunológico Para com 20 anos um quadro de otite evoluir dessa forma, alguma coisa falhou, cade a imunidade adaptativa dessa menina? Ou seja, toda doença pode se manifestar tardiamente. Sempre que um paciente evoluir dessa forma (bizarra), que não é a esperada, ficar atento! Se você não sabe o que fazer, encaminhar para quem sabe, pedir um hemograma e investigar, já vai adiantando, de um jeito de investigar. CASO 03 Mulher, negra, 27 anos, doméstica, foi admitida em PS de hospital terciário com quadro de tosse produtiva, febre e dispneia há 7 dias. Referia internação há um mês, por cinco dias, em outro serviço, por pneumonia. Na história clínica, referia asma, pneumonias de repetição, raros episódios de furunculose ao longo da vida, com aumento na frequência nos últimos 5 anos, após o nascimento do seu primeiro filho. Estava sendo acompanhada em outro serviço, onde foi realizada TC de tórax com diagnóstico de bronquiectasias. • Novamente, trata-se de uma paciente jovem, com quadro de infecções repetitivas A asma frequentemente complica os pacientes, mas se ela está controlada, não é para acontecer pneumonia. Bronquiectasias: ectasias dos bronquios, alteração da conformação anatomica, que vai alterar o funcionamento/área do pulmão. O evento que marcou a vida dessa mulher foi o nascimento do filho, a gestação. Pois após a gestação que ela começou a complicar. Na gestação acontece uma imunossupressão natural para superar a presença do feto. Por conta dessa regulação da resposta imune, alguns processos depois podem ficar desregulados. Mas começar com pneumonia de repetição, asma descontrolada e furúnculose não é normal. Está faltando célula que impede, que através da imunidade inata, alguns processos infecciosos sejam matados no ínico da sua formação. Não é uma situação tão frequente, mas pode-se encontrar. CASO 04 Fala do professor. Daniel, 17 anos, 17º furunculo → tem alguma coisa errada. Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -2 SISTEMA IMUNE SISTEMA IMUNE INATO • Barreiras físicas e químicas • Fagócitos • Sistema Complemento • Células NK • Proteínas fase aguda • Citocinas Variam apenas em quantidade, mas não em qualidade, sendo da mesma forma. Dependendo da quantidade de microrganismos que se entra em contato, ele responde para mais ou para menos. Feito de coisas para bloquear a penetração de alguns microorganismo que causam infecção. Uma responsabilidade dele é fazer a apresentação desses antígenos de microorganismos diferentes, ou possivelmente patógenos, para o nosso sistema imune adaptativo. Porque eles não reconhecem livremente esses antígenos, quem faz essa apresentação é o inato. SISTEMA IMUNE ADAPTATIVO • Linfócitos T – imunidade celular • Linfócitos B – imunidade humoral (anticorpos) Gera uma reposta específica para os antígenos que entramos em contato, dando origem ao que mais se quer, uma memória imunológica. Quaisquer defeitos nesses sistemas, tanto inato e/ou adaptativo, é considerado imunodeficiência – primário (inato/genético) ou secundário. Quando se fala de erros inatos da imunidade, não se fala somente do sistema imune inato, mas são erros próprios, ou que vieram desde o nascimento daquele indivíduo. A imunodeficiencia primária tem essa característica de ser mediada pela questão genética. A falha está no DNA do indivíduo, é uma condição associada a particularidade do inviduo, podendo ser uma falha tanto no sistema imune inato quanto adaptativo, em qualquer um dos componentes (barreira, complemento, NK, fagócito, proteina, citocina, Linfócito T/B..) IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS • Doenças hereditárias do sistema imune (SI); por conta da sua relação com o DNA • Afetam desenvolvimento e/ou função das células e componentes imunes; • Em geral, doenças monogênicas, de herança mendeliana simples; • Raras 1:10.000/15.000 hab. – bem raras o Exceção: deficiência de IgA (1:900/1.000). • Classificadas de acordo com componente do SI envolvido (que falha); • Cursam com infecções de repetição, autoimunidade, alergia e/ou malignidades; • IDP ou PID Bem raras, exceto a deficiencia de IgA. Não precisa ser necessariamente infecção grave, mas sim de repetição. Eles cursam com uma pré-disposição para autoimunidade, indivíduos com falhas no sistema imunológico além de infecções de repetição, podem desenvolver processos autoimunes com mais frequência também. IDP: imunodeficiência primária. A principal sequela relacionada a imunodeficiência primária é a morte. Conhecer é preciso para que se consiga diagnóstico PRECOCE, para instituir TRATAMENTO e evitar COMPLICAÇÕES e SEQUELAS. OS 10 SINAIS DE ALERTA PARA IDP NO ADULTO: 1. 2 ou + novas otites no período de 1 ano; 2. 2 ou + novas sinusites no período de 1 ano na ausência de alergia; 3. 1 pneumonia/ano por mais que 1 ano; 4. Diarreia crônica com perda de peso; 5. Infecções virais de repetição – resfriados, herpes, verrugas (principalmente genital), condiloma; 6. Uso de ATB IV de repetição para tratar infecção, porque o oral não deu certo; 7. Abscessos profundos de repetição na pele ou órgãos internos; 8. Monilíase persistente ou infecção fúngica na pele ou qualquer lugar; candida de repetição, onicomicose por 4 anos consecutivos 9. Infecção por Micobacteria tuberculosis ou atípica; 10. História familiarde imunodeficiência – MAIS IMPORTANTE. ISSO CAI EM PROVA! Se tiver qualquer um desses 10 sinais, ele precisa ter a investigação para imunodeficiencia primaria, ou erro imune inato. Não é um score. Se não tem rinite, e faz mais de 2 sinusites em 12 meses, deve ser investigado. Diante de uma infecção de repetição não deve deixar de fazer uma investigação de imunodeficiência. Se há alguém na sua família com imunodeficiência, significa que na genética da sua família há um detalhe que precisa ser acompanhado. *Imunodeficiência secundária: 2 principais causas na atualidade – HIV e COVID. Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -3 ITU de repetição: dois episódios por mais de 6 meses. OS 10 SINAIS DE ALERTA PARA IDP NA CRIANÇA: 1. 2 ou + novas pneumonias no último ano; 2. 4 ou + otites no último ano; 3. Estomatites de repetição ou Monilíase por mais de dois meses; 4. Abscessos de repetição ou ectima; 5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia); 6. Infecções intestinais de repetição/ diarreia crônica; 7. Asma grave, Doença do Colágeno ou doença autoimune; 8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por Micobacteria; 9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada a imunodeficiência; 10. História familiar de imunodeficiência. CLASSIFICAÇÃO ATUAL IDP • Identificadas novas 30 IDP 2011-2013; • Mais de 330 IDP; • Total 335 genes relacionados; • Divisão em 9 grupos – algumas doenças se enquadram em mais de um grupo Registro ESID 2014: Mais da metade das deficiências são defeitos de anticorpos. Nesses casos, há a possibilidade de reposição de anticorpos. Os demais casos são defeitos em células T, fagócitos, sistema complemento, etc. Além de mais raras, estas não são tão documentadas pois são padrões de IPD que matam mais. A maioria dos diagnósticos (mais da metade) são imunodeficiências predominantemente humorais, ou seja, por falta de anticorpo. Porque o restante é tão grave que não sobrevive. Não deve se preocupar tanto na clinica em saber o tto de IDP, porque muitas delas vão estar relacionadas ao transplante de medula óssea, exceto o defeito de anticorpo, que da pra substituir ou oferecer para o pct. CLASSIFICAÇÃO FENOTÍPICA 1. Deficiência humoral; 2. Deficiência celular; 3. Deficiência de fagócitos; 4. Deficiência de complemento. DEFICIÊNCIA HUMORAL • Infecções no seio da face, sinopulmonares, TGI (diarreia), mal absorção. História de meningoencefalite e artrites (infecciosa de repetição). Fazem muita pneumonia. • Agentes: Streptococcus oneumoniae, Staphylococcus aureus, Campilobacter sp., Enterovírus, Giardia sp. • Características especiais: autoimunidade, linfoma/timoma, paralisia pela vacina da pólio (não tem Ac para neutralizar o vírus atenuado na vacina) Exames: • Imunoglobulinas IgG, IgM, IgA e IgE; IgD • Contagem de células B • Avaliação da resposta vacinal: o Tétano, diftérico e Pneumococo o Sarampo, Rubéola Por defeito de anticorpo, pois a imunidade humoral ta em tentar bloquear a entrada desse microorganismo de maneira específica. Entao são infecções onde a memória imunológica é falha também. Uma característica bem especial é que esses pacientes têm uma pré- disposição para autoimunidade, porque a tolerância fica prejudicada, então o fato de falhar anticorpo torna o pct autotolerante, desenvolve mais autoanticorpos. E também para linfoma e retinomas, pois estão proliferando celulas com frequência para tentar dar conta da falta desse anticorpo. Quem produz o anticorpo é o linfócito B, denominado plasmócito, e ele falha. E para tentar recuperar essa falha, a medula e o timo tentam amadurecer as celulas o tempo inteiro, e isso pedo acabar uma hora levando a uma celula errada, e além da autoimunidade, uma pré-disposição para câncer de células sanguíneas. Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -4 A paralisia da vacina da polio por que? Porque precisamos de anticorpos imaturos para reconhecer o virus da vacina (atenuado) e bloquear no inicio e fazer a resposta vacinal. E como o individuo tem anticorpo reduzido, esse bloqueio não acontece e ai tem a infecção pela vacina. Se investiga defeito de anticorpo dosando anticorpo. • Temos 5 classes de imunoglobulinas: IgA, IgE, IgG, IgM e IgD. • IgD: na superficie do linfocito B, junto com a IgM, ajudando a formar as outras classes que atuam perifericamente na defesa. • Geralmente há uma falha principalmente na IgG (nossa principal), associada com a IgM e a IgA. Não ve tanto a IgE, pois não é tão necessaria assim, ela mais relacionada aos processos alérgicos, não tanto de defesa (exceto de parasito). • Como é algo que o linfócito B produz, pode fazer contagem dele também. Ele vai estar diminuido. Tem uma doença chamada agamaimunoglobulinemia ligada ao X, em que o paciente não produz imunoglobulina por não ter linfócito B, condição ligada ao gene X. • E avaliar a resposta vacinal. Os individuos que são vacinados ativam o mecanismo humoral para gerar imunoglobulinas para os microorganismos que estão na vacina, como resposta a ela. O individuo que tem falha humoral, não faz resposta vacinal satisfatória. o Tem como dosar IgM e IgG para o tétano, diftérico, pneumococo, sarampo e rubeola. Se não produz IgG, significa que tem uma falha para soroconversão na vacina, que pode gerar uma imunodeficiencia humoral. QUESTÃO DA PROVA! Não nascemos com toda a nossa produção. A produção dela é uma característica da imunidade de memória imunológica, quanto mais microorganismo entra em contato, mais especifico a memoria vai se tornando. Quando estamos na fase fetal, a única capaz de atravessar a barreira placentaria é a IgG materna e nos proteger até os 8 meses. Na fase fetal, a primeira que produz, nossa mesmo, é a IgM. E só passa a produzir a IgG ao nascimento, sobe muito e ela é a mais importante da nossa defesa. Entre o nascimento e primeiro ano, todas estão subindo, pois não tem a produção completa, dentro daquilo que será carregado para a vida produzido sempre, sera atingido só na adolescencia. Na adolescencia que tem a maturação desse sistema, em que já tem todas as imunoglobulinas. Então esse é um periodo bastante critico, em que ainda se tem imunoglobulinas sendo produzidas, e é denominado hipogamaglobulinemia fisiológica. Não se fecha diagnostico de imunodeficiencia de anticorpos antes dos 4 anos de idade. Hipogamaglobulinemia fisiológica: corresponde ao primeiro ano de vida (pode se estender até o 4º - hipogamaglobulinemia transitória da infância) em que há crescimento contínuo dos níveis de IgG. Dessa forma, não há como fazer diagnóstico de IDP por deficiência humoral antes dos 4 anos de vida. A partir daí considera-se uma IDP. DEFICIÊNCIA CELULAR • Defeito combinado de células B, T e/ou NK; • Infecções: intracelulares – vírus e fungos o CMV, Epstein-Barr, varicela, infecções intestinais e respiratórias crônicas, Candida, Nocardia, Aspergillus, micobactérias, P. carinii, infecções por germes oportunistas; • Crescimento inadequado, diarreia, candidíase grave de repetição. Exames: • Leucograma (baixa de linfócitos), RX de tórax (amadurecimento de LT ocorre no timo – não observa sombra do timo no tórax se há algum defeito) • Citometria de fluxo (imunofenotipagem) – CD3, CD4 (LTh), CD8 (LTcitotóxico), CD19 e CD20 (LB), CD16/56 (células NK) • Ativação linfocitária – cultura de Ly • Produção de citocinas, atividade NK, TREC (raramente os laboratórios fazem) Mais importante é o linfócito! Aqui tem doenças bem complicadas. O linfócito é uma célula que tem a capacidade de ser apresentado o antígeno e desenvolver ou memória ou virar outra célula e ter a função do CD8, que é citotóxico, qualquer célula do corpo consegue apresentarum antígeno errado na superfície celular dele. Fica muito vulnerável a infecções graves quando esse linfócito ou ou células NK falham. Os linfócitos ajudam a nos proteger de infecções intracelulares, então fica mais vulnerável a infecções por vírus e fungos. Por isso aparece citomegalovírus, varicela... Radiografia de tórax no primeiro ano de vida importante pois se em pacientes com menos de 1 ano e não tiverem a sombra do timo, é preocupante, chamam atenção para terem defeito de linfócitos, pois o linfócito T amadurece no timo. Da origem: • CD4 – t help • CD8 – citotóxico Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -5 Para investigar o defeito, se dosa ele, e como se trata de células, consegue captar através da sua superfície, pois cada uma tem o seu grupamento. E consegue fazer cultura: separa as células, coloca no meio de cultura e vê se elas têm viabilidade. DEFICIÊNCIA DE FAGÓCITOS • Fagócitos atuam na limpeza imediata de organismos que atravessam as barreiras corporais (SI inato) e apresentam antígenos (APC, SI adaptativo) • Infecções: Staphylococcus, Pseudomonas e Serratia, Klebsiella, Candida, Nocardia, Aspergillus, micobactérias • Sistemas mais afetados: celulites, abscessos, adenites, periodonites, osteomielites – locais de barreira onde fagócitos são mais presentes Características especiais: • Retardo na queda do coto umbilical – normal: 7 a 10 dias; acima de 14: anormal; nesses casos, a queda ocorre em torno do 30o dia • Dificuldade de cicatrização Exames iniciais: • Teste do NBT (nitrobluetetrazolium) • Redução de dihidro-rodamina (DHR) – CF • Testes que avaliam a capacidade fagocitação o Fagócito reconhece esses pigmentos como estranhos, extremamente caro. Exames específicos: • Ensaios fagocíticos • Atividade bactericida • Atividade quimiotática • Avaliação de moléculas de adesão (CD11b/CD18) O fagócito é uma célula importantíssima da imunidade inata, pois ele tem a características de fagocitar mesmo, reconhece tudo que é estranho e fagocita, para fazer uma limpeza, retirar o antígeno e etc. A característica mais comum dessas infecções é que como o fagócito não funciona bem, acaba sendo recrutados os linfócitos (célula branca) que chega em grande quantidade, para o local infectado, e tentando destruir acaba morrendo, então se vê muitos abcessos purulentos. O fagócito organiza alguns processos inflamatórios, fundamental na cicatrização, para limpar o que sobra desse processo infeccioso/inflamatório, e começar a reorganizar. Se há um defeito de fagócito, um dos primeiros efeitos inflamatórios que tem, e precisa investigar, é o coto umbilical. Então crianças com o atraso de caída desse coto, podem levantar defeito de fagócitos, devemos investigar. DEFICIÊNCIA DO COMPLEMENTO Atua no SI imune e adaptativo, mais de 30 proteínas Infecções: • Menigites, artrites, septicemias, sinopulmonares (seios da face e do pulmão, sinusites e pneumonias muito graves) • Neisseriae, E. coli, Streptococcus, Staphylococcus Características especiais: tem maior pre-disposição a vasculites, LES, dermatomiosites e glomerulonefrites por aglutinação e depósito do sistema complemento, angioedema Exames: • CH50, C3, C4 (início da cascata) • Ensaio hemolítico para via alternativa (AP50) • Dosagem de produtos de ativação • Dosagem das proteínas do complemento • Ensaios funcionais • Inibidor de C1 • Dosagem de lectina ligadora de manose (MBL) O sistema complemento é a cascata que atua de maneira complementar ao sistema imunológico e ajuda a formar principalmente o complexo de ataque a membrana. Alguns microrganismos entram no nosso corpo, e esse complemento identifica que se trata de uma proteína estranha, e ele se agrega a superfície desse microrganismo, ou antígeno, e vão se unindo de maneira sequencias, até formar o complexo de ataque a membrana. Ptn que se agrupa para formar um outro mecanismo de proteção celular para os microrganismos. E a hora que você abre, “da um tiro em uma célula” esse mecanismo de ataque faz com que o material intracelular saia de dentro da membrana. É bem importante para nos defender de algumas bactérias que precisamos lidar com elas no dia a dia, pois caso elas aumentem de maneira fora do padrão, rapidamente consegue destruir. Investiga dosando. EXEMPLOS SEVERE COMBINED IMMUNODEFICIENCY (SCID) • Mutações em diferentes genes • Falhas no desenvolvimento e função das células B e T • Alteração da função dos linfócitos T e graus variáveis de comprometimento das células B e NK • Mais comum é o SCID ligado ao X – mutação da cadeia gama comum Características: • Infecções de início precoce, graves e recorrentes • Déficit pôndero-estatural • Diarreia crônica • Ausência do timo • Linfopenia (linfócitos muiiito baixo) Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -6 • Considerada uma emergência: se não diagnosticada e tratada pode ocasionar mortalidade de 100% aos 2 anos. 1ª emergência médica é a anafilaxia, a segunda é o SCID. É o mais comum, quando falha célula é muito complicado. Menino bolha: colocaram o menino dentro de uma bolha estéril, e lá ele viveu durante anos. Pois o indivíduo só faz infecção se é exposto a germes, se coloca em um ambiente estéril não faz. Pais tiveram uma outra filha que foi doadora de medula, ele fez o transplante, mas morreu após 2 anos por complicações do transplante mesmo. Raio X de uma criança com menos de 1 ano normal VS Raio X de uma criança com SCID. (sombra do timo) Pct HC de SP Menino bolha – um dos casos mais famosos do mundo. Extremamente debilitado IMUNODEFICIÊNCIA COMUM VARIÁVEL • Redução acentuada de IgG – redução de IgA e/ou IgM associada • Ausência de resposta vacinal • Grupo heterogêneo – diagnóstico de exclusão (tem que destacar, principalmente, defeito celular) • Idade maior que 4 anos • Infecções: sinopulmonares, autoimunidade, neoplasias, alterações intestinais • Reposição de anticorpos é p tratamento. Precisa ter deficiência de IgG para ter. Diagnostico de exclusão! Investigar outras imunodeficiências primeiro. E só pode fechar após os 4 anos de idade por conta da Hipogamaglobulinemia. DEFICIÊNCIA SELETIVA DE IGA • Imunodeficiência primária + comum – 1:965 • Brasil e 1:223 – 1:1000 EUA • Com níveis normais de IgG e IgM, anticorpogênese normal e ausência de alterações da imunidade celular • Maiores de 4 anos – excluídas outras causas de hipogamaglobulinemia • Grande variabilidade clínica • Assintomáticos: 85-90% • Infecções sinopulmonares e gastrointestinais • Manifestações alérgicas e autoimunes 1/1000 - é a imunodeficiência mais comum, mas é uma das infecções mais tranquilas pois a maioria dos pacientes é assintomática. Diagnostico de exclusão, pois as outras são mais graves, e é para não deixar nenhuma outra passar. Geralmente quando acontece, como a IgA é imunoglobulina de mucosa, onde tem mucosa pode infectar, mas não costuma ser tão grave assim. Paciente com muitas alergias, pois não há IgA para ajudar no mecanismo de tolerância, então fica muito susceptível a alérgenos. DEFICIÊNCIAS DO COMPLEMENTO • Deficiência C3, fator H, fator I: o Favorece infecções bacterianas • Deficiência C1q, C2 e C4: o LES, infecções bacterianas de repetição • Deficiência do inibidor C1: o Angioedema hereditário (edemas recorrentes, deformantes e não relacionados a processos alérgicos); o Defeito permeabilidade vascular, edemas bem importantes; edemas grandes, muito dolorosos, persistente. o Em diversos segmentos: via área, face, mão, genitália. o Pre-disposição malignidade e infecção, mas não faz tanta infecção assim, porque o C1 é um elemento bem inicial do complemento; o Edema leva +/-24 horas para desenvolveresse tamanho de edema. • Deficiência de C5, C6, C7, C8, C9 (base final) e properdina: o Meningite (Neisseria) Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -7 Deficiência de C1, acumula bradicinina no sangue e fica com angioedema deformante. Doença hereditária DEFEITOS FAGOCITÁRIOS • Doença granulomatosa crônica (DGC): Infecções piogenicas recorrentes e de início precoce: BCGíte (infecção no local da vacina), OMA, PNM, abcessos, osteomielite; • Formação de GRANULOMAS: agregados de células imunes em pele, fígado, pulmão; • Cursam: HIPERgamaglobulinemia, anemia, aumento VHS; 70% ligada ao X (gene CYBB) Professor não passou na aula. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA Quando suspeitar de IDP? • Infecção de repetição e um familiar com histórico de IDP Os 10 sinais de alerta para ID adaptados para o nosso meio são: 1. 2 ou + pneumonias no último ano; 2. 8 ou + otites no último ano; 3. Estomatites de repetição ou Monilíase por mais de dois meses; 4. Abscessos de repetição ou ectima; 5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia); 6. Infecções intestinais de repetição/ diarreia crônica; 7. Asma grave, Doença do Colágeno ou doença autoimune; 8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por Micobacteria; 9. Fenótipo clínico sugestivo de síndrome associada a imunodeficiência 10. História familiar de imunodeficiência Anamnese + Exame físico que direcionam a uma Avaliação Laboratorial É bom entender que defeito de célula e infecção intracelular é importante, defeito de anticorpo: pulmão e intestino são bastante acometidos e para investigar eu preciso dosar anticorpo. Defeito de fagócito eu tenho celulite e abcesso de repetição. Defeito do complemento são infecções bacterianas, bastante graves, e um curso com doença autoimune