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APOSTILA_DIREITO_PROCESSUAL_CIVIL_II_1

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APOSTILA DIREITO PROCESSUAL CIVIL II1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª edição: 2017/1 
 
1 Todos os direitos reservados 
Atenção: o conteúdo deste manual está disponível apenas como parâmetro de estudos 
pedagógicos interno. É proibida qualquer forma de reprodução, publicação, vinculação, 
comercialização ou distribuição, por qualquer meio, inclusive na internet, sem a autorização 
expressa e por escrito do autor. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus 
respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL II 
 
 
 
 
 
 
 
Não há nada mais relevante para a vida social, 
que a formação do sentimento de justiça; e 
este resultado é, na sua maior parte, uma 
função da cultura jurídica, distribuída nos 
grandes estabelecimentos do ensino superior. 
Rui Barbosa 
 
 
 
SUMÁRIO: 
1. DA TUTELA PROVISÓRIA – DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA ........................................... 6 
 DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................................................................ 6 
 REGRAS GERAIS .................................................................................................................. 6 
 TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ................................................................................ 8 
 MODALIDADES ................................................................................................................... 11 
 TUTELA DE EVIDÊNCIA ..................................................................................................... 17 
2. DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO ............................................................................. 20 
 DISPOSIÇÕES GERAIS ...................................................................................................... 20 
 FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO ......................................................................... 23 
 PROCEDIMENTO COMUM. ................................................................................................ 30 
 CAUSAS DO EXTINTO PROCEDIMENTO SUMÁRIO ....................................................... 36 
3. PETIÇÃO INICIAL .................................................................................................................. 38 
 FORMAÇÃO DO PROCESSO ............................................................................................. 38 
 PETIÇÃO INICIAL ................................................................................................................ 38 
 REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL ................................................................................... 39 
 PEDIDO ................................................................................................................................ 48 
4. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE ............................................................................................... 56 
 EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL ......................................................................................... 56 
 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL ........................................................................... 57 
 IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO .......................................................................... 60 
 CITAÇÃO.............................................................................................................................. 62 
 AUDIÊNCIA PRELIMINAR DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO ........................................ 69 
5. RESPOSTA DO RÉU .............................................................................................................. 74 
 TEORIA DA EXCEÇÃO ....................................................................................................... 74 
 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 75 
 RESPOSTA DO RÉU ........................................................................................................... 75 
 CONTESTAÇÃO .................................................................................................................. 75 
 RECONVENÇÃO ................................................................................................................. 91 
 EXCEÇÕES: IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO .................................................................... 96 
6. REVELIA ............................................................................................................................... 103 
 EFEITOS ............................................................................................................................ 103 
 MITIGAÇÕES À EFEICÁCIA DA REVELIA ....................................................................... 104 
 REVELIA NA RECONVENÇÃO ......................................................................................... 107 
7. PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO 
PROCESSO .............................................................................................................................. 108 
 AS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES .............................................................................. 108 
 JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO ............................................. 109 
 DA DECISÃO DE SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO .......................... 112 
8. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO ................................................................ 116 
 CONCEITOS E GENERALIDADES ................................................................................... 116 
 CONTEÚDO E ESTRUTURA ............................................................................................ 118 
 DOCUMENTAÇÃO DA AUDIÊNCIA. LAVRATURA DO TERMO DE AUDIÊNCIA ........... 122 
 DESIGNAÇÃO, ANTECIPAÇÃO E ADIAMENTO DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E 
JULGAMENTO. ......................................................................................................................... 123 
 A UNIDADE E CONTINUIDADE DA AUDIÊNCIA. CASOS EXCEPCIONAIS DE 
SUSPENÇÃO ............................................................................................................................ 125 
9. PROVAS ............................................................................................................................... 126 
 TEORIA GERAL DAS PROVAS ........................................................................................ 126 
 PRINCÍPIOS DAS PROVAS .............................................................................................. 127 
 O JUIZ NA INSTRUÇÃO DO PROCESSO ........................................................................ 128 
 OBJETO DE PROVA ......................................................................................................... 130 
 ÔNUS DA PROVA ............................................................................................................. 133 
 PROVAS ATÍPICAS ........................................................................................................... 138 
 PROVAS EM ESPÉCIE ..................................................................................................... 140 
10. SENTENÇA ......................................................................................................................... 165 
 CONCEITO....................................................................................................................... 165 
 CLASSIFICAÇÃO DAS SENTENÇAS ............................................................................. 167 
 RESOLUAÇÃO DE MÉRITO ...........................................................................................171 
 ELEMENTOS INTEGRANTES DA SENTENÇA .............................................................. 173 
 PUBLICAÇÃO DA SENTENÇA E O “PRINCÍPIO DA INVARIABILIDADE” .................... 178 
 CAPÍTULOS DA SENTENÇA .......................................................................................... 179 
 PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA ..................................................................................... 182 
 FATOS SUPERVENIENTES, ART. 493, CPC ................................................................. 187 
 EFEITOS DA SENTENÇA ............................................................................................... 188 
11. COISA JULGADA ............................................................................................................... 190 
 CONCEITO....................................................................................................................... 190 
 COISA JULGADA FORMAL E MATERIAL ...................................................................... 191 
 LIMITES OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA COISA JULGADA ....................................... 192 
 LIMITES TEMPORAIS DA COISA JULGADA ................................................................. 195 
 EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA ............................................................. 196 
12. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 197 
 
 
 
1. DA TUTELA PROVISÓRIA – DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA 
 DISPOSIÇÕES GERAIS 
1.1.1. Introdução 
O Código de Processo Civil 2015 trouxe profundas alterações no regime 
das tutelas de urgência (cautelar e antecipada) e de evidência, aboliu o Livro III 
destinado aos procedimentos cautelares (teoria geral e procedimentos 
específicos) (SÁ, 2015, p.279). 
Modificações introduzidas nas tutelas provisórias foram muito mais no 
plano do procedimento do que no regime das medidas, pois tutela antecipada 
e tutela cautelar continuam tendo a mesma função que assumiam no 
código anterior. 
E as medidas concedidas de forma antecipada, mas que não possuem 
como fato gerador a urgência, são agora denominadas tutela de evidência. 
A provisoriedade da tutela concedida significa que a tutela provisória de 
urgência terá duração predeterminada, não sendo projetada para durar para 
sempre, sua duração está condicionada a resolução da tutela definitiva. (NEVES, 
2016). 
O Código de Processo Civil 2015 criou, um microssistema denominado 
“tutela provisória” – arts. 294 a 311), da qual Tutela Provisória é gênero e a tutela 
de urgência e evidência suas espécies, a tutela de urgência poderá ser cautelar 
ou antecipada. 
 REGRAS GERAIS 
O título I do Livro V - Da Tutela Provisória -, da Parte Geral do Código 
de Processo Civil 2015 é destinado às disposições gerais da tutela provisória, 
normas aplicáveis tanto às tutelas de urgência como da evidência. 
Modalidades. A tutela provisória com base na urgência pode ser 
antecedente ou incidental. Será incidental quando apresentada no curso de um 
processo já existente. Antecedente quando apresentada antes do pedido 
principal2. 
A tutela de evidência não poderá ser antecedente, pois não tem como 
pressuposto a urgência, e sim a correta distribuição do ônus do processo entre 
as partes, com base na alta probabilidade do direito postulado. 
Ne bis in idem. As custas do processo com tutela urgência serão 
recolhidas apenas uma vez. No CPC/1973 se houvesse uma medida cautelar e 
um processo principal, seria necessário recolher duas guias de custas iniciais. 
Poder geral de efetivação. Tal como se aplica para o cumprimento de 
obrigações específicas (entrega de coisa e fazer/não fazer) a lei confere ao 
magistrado um poder geral de efetivação para que possa determinar as medidas 
que entenda adequadas para a efetivação da tutela provisória. 
Decisão Fundamentada. Para decisões de tutela provisória, se faz 
necessário que o magistrado, justifique as razões de seu convencimento (seja 
qual o for o conteúdo da sua decisão) de modo claro e preciso. 
Competência. O CPC estabelece regra simples de competência para a 
tutela provisória: se incidental, será apresentada ao próprio juiz da causa, se 
antecedente, ao juízo que seria competente para conhecer o pedido principal. 
Eficácia. Dado ao regime diferenciado, mesmo durante o período de 
suspenção do processo, a tutela provisória mantém sua eficácia. 
Fungibilidade. Aplica-se a regra da fungibilidade3 em especial as 
tutelas de urgência (tutela antecipada e cautelar). Evita-se as constantes 
confusões que operadores do direito procediam (e procedem) na adoção da 
adequada técnica processual para o caso concreto, soma-se às inúmeras 
dificuldades de se verificar, na prática, qual é a correta medida. 
 
2 O CPC/2015 estabeleceu duas novas situações: a possibilidade de se criar uma tutela 
antecipada satisfativa antecedente e não apenas em conjunto com o pedido principal (como se 
verificava no regime jurídico do CPC/1973); alterou (e com razão) a nomenclatura cautelar 
“preparatória” para “antecedente”. Isso porque, no CPC/2015, a cautelar apresentada antes do 
pedido principal não constitui mais uma demanda autônoma em que servirá de apoio a outra 
demanda a ser apresentada. No regime atual, uma vez apresentada a cautelar, o pedido principal 
virá nos mesmos autos em que se requereu o pedido acautelatório (SÁ, 2015, p.280). 
 
3 No direito civil, fungível é aquilo que pode ser substituído por outro. 
 TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
1.3.1. Introdução: tutela jurisdicional é satisfação concreta do direito. 
Entre a petição inicial e a concessão definitiva da tutela, transcorre longo 
espaço de tempo.4 
O tempo trabalha em prol da estabilidade, no entanto, labora contra a 
efetividade, pois além da natural insatisfação decorrente da demora, o longo 
itinerário do processo pode causar danos ao bem jurídico discutido em juízo ou 
mesmo prejudicar a fruição do resultado pretendido. 
Assim, além da tutela definitiva, obtida por meio de procedimento 
adequado e cognição exauriente, o ordenamento estabeleceu a existência das 
chamadas tutelas provisórias de urgência, que tem por objetivo neutralizar os 
nocivos efeitos do tempo por meio de medidas diferenciadas para permitir a 
pronta fruição ou assegurar que o bem jurídico seja entregue intacto. 
1.3.2. Requisito para sua concessão 
O art. 300 CPC assim dispõe: “A tutela de urgência será concedida 
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o 
perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo” (grifei). 
Probabilidade do direito. Fumus boni iuris (fumaça do bom direito). A 
principal função das medidas de urgência será afastar os males do tempo no 
processo, para isso precisa ser célere, rápida e eficaz. 
A probabilidade do direito constitui técnica de julgamento que permite 
que ao juiz conceder o direito se contentando com apenas um bom indício de 
prova. 
Como o juízo de certeza pertence à tutela de conhecimento, a tutela 
provisória trabalha com um cálculo de probabilidade de que o objeto do processo 
principal dará o direito àquele que pede a providência antecipada (cautelar ou 
antecipada). 
Esse juízo de probabilidade exige que o magistrado vire seus olhos para 
o objeto do pedido principal e faça um prognóstico (não definitivo) sobre o que 
 
4 “O tempo não pode ser visto como algo nefasto, inimigo da celeridade, mas como um 
instrumento necessário para uma maior certeza judicial sobre o que se discute” (SÁ. 2015, p283). 
potencialmente podeocorrer, caso não seja concedida medida (SÁ, 2015, p. 
285.) 
A tutela antecipada com base na urgência, objetiva afastar os efeitos 
nocivos do tempo e tem por finalidade afastar o perigo de dano que possa 
ameaçar a efetividade do pedido principal em decorrência do retardo na 
prestação da tutela. 
 Perigo na demora. O periculum in mora é o interesse específico que 
justifica a emanação da providência antecipada. É a justificativa para a falta de 
aptidão do procedimento comum em resolver determinadas situações que 
devem ser verificadas antes do seu momento normal. 
Deve existir de fato perigo de dano, ninguém se previne se não teme um 
prejuízo. Como por exemplo, para se obter o arresto, o credor deve mostrar a 
dilapidação e o risco de insolvência. 
QUESTÕES IMPORTANTES: 
A tutela provisória de urgência (antecipada ou cautelar) poderá ser 
concedida liminarmente, ou seja, a urgência, pode ser tamanha que a 
citação/intimação da parte contrária para manifestação poderá gerar o 
perecimento do direito requerido. Assim, o contraditório não fica tolhido, mas 
diferido para outra oportunidade. 
Caso o magistrado não se sinta totalmente convencido dos requisitos 
ensejadores para a antecipação, poderá requerer que a parte preste caução real 
ou fidejussória, a fim de ressarcir eventuais danos que a parte possa vir a sofrer. 
Essa caução poderá ser dispensada no caso de hipossuficiência financeira da 
parte. 
1.3.3. Irreversibilidade 
O art. 300, § 3º, CPC, traz importante pressuposto da tutela antecipada. 
“A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver 
perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão”. 
A preocupação do legislador foi com o contraditório e a ampla defesa. E 
isso porque, se o magistrado concede a tutela antecipada sem ouvir o réu e esta 
decisão se trona irreversível, é como se estivesse concedendo à decisão 
definitiva de mérito sem o devido processo legal. 
Existem situações que o princípio da segurança jurídica (não concessão 
em decorrência da irreversibilidade) entra em conflito com a efetividade 
(concessão pelo direito provável). 
Como exemplo, citamos a intervenção cirúrgica, o direito à vida ou à 
saúde decorrente da cirurgia pode se sobrepor, no caso concreto, ao custeio 
desta intervenção que constitui pretensão patrimonial resistida pelo pano de 
saúde. 
É evidente que a relativização da irreversibilidade deve ser analisada em 
casos excepcionais e com garantias para que não se estabeleça o periculum in 
mora inverso (prejuízo exclusivo para o réu). 
1.3.4. Responsabilidade objetiva 
A responsabilidade civil5 da parte é objetiva de modo que ele responde 
pelos danos causados à parte contrária pela efetivação da medida independente 
de dolo ou culpa. A parte deverá provar o ajuizamento do pedido de tutela 
antecipada ou cautelar, o dano e o nexo de causalidade entre a efetivação da 
medida e o dano. Essa responsabilidade não impede a apuração da 
responsabilidade subjetiva decorrente dos danos processuais prevista no art. 
179, CPC. 
QUESTÕES IMPORTANTES: 
A indenização será apurada nos próprios autos em que a medida foi 
concedida (sempre que possível), por meio de liquidação, e abrangerá os danos 
materiais, morrais e lucros cessantes. 
 
5 Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo 
que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para 
a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. 
Essa regra se aplica apenas para a antecipação de tutela cautelar, pois 
a responsabilidade da antecipação de tutela satisfativa está regulada no 
procedimento do cumprimento provisório da sentença. 
 MODALIDADES 
1.4.1. Tutela Antecipada 
1.4.1.2 Histórico e Definição 
O Código de Processo Civil instituiu, quatorze modalidades de 
cautelares (denominadas cautelares típicas – art. 813-888). São típicas (ou 
nominadas), pois sua previsão estava tipificada no Código, bem como o seu 
procedimento, determinadas situações que poderiam ser atingidas com os males 
do tempo. 
A cautelar é medida que objetiva salvaguardar a utilidade de um 
processo dito principal. 
Contudo, por mais minucioso que fosse o legislador, seria fisicamente 
impossível antever, com precisão todas as situações de urgência a que as partes 
seriam acometidas no curso do processo. Dessa forma, ao lado das cautelares 
típicas, instituíram-se as cautelares atípicas. 
Atípicas, pois não tem previsão na lei. Sua concessão será condicionada 
ao que ficou convencionado denominar poder geral de cautela, art. 798 CPC. 
Assim, as cautelares atípicas constituíam um mecanismo excepcional de 
segurança do juízo destinado somente àqueles casos que não houver previsão 
especifica. 
A multiplicidade de situações existentes na sociedade fez com que 
determinados direitos não pudessem aguardar o provimento normal para sua 
concessão, necessitando-se da própria antecipação da tutela. As cautelares 
não satisfazem direitos, mas os asseguram, para uma futura sentença. 
Então, até 1994, a tutela antecipada não tinha previsão no ordenamento 
jurídico, obrigando as partes se socorrer das cautelares, como técnica de 
sumarização desses direitos (função expansiva das cautelares). Constituiu o que 
impropriamente se denominava “cautelar satisfativa”. 
Assim, surgiu a tutela antecipada, o legislador estendeu a possibilidade 
de antecipação dos efeitos para qualquer situação do processo de conhecimento 
que antes apenas existia em algumas legislações especiais. 
 Desse modo, a tutela antecipada tem por finalidade antecipar os efeitos 
da tutela definitiva com a prática de atos de caráter provisório, mas satisfativos. 
Antecipação de tutela e cautelar são espécies do gênero medidas e 
urgência. 
 Tutela antecipada é decisão provisória que satisfaz total ou 
parcialmente o direito material deduzido. Visa satisfazer o próprio direito antes 
de proferida a decisão final. A tutela cautelar não satisfaz, mas visa assegurar 
futura satisfação do direito material deduzido. Não é satisfativa. 
Método prático para se estabelecer a diferença entre ambas: 
normalmente o requerimento da tutela antecipada se faz por meio de pedido 
liminar. 
E quando o conteúdo desse pedido liminar coincidir com aquilo que se 
pretende na sentença final, fala-se em tutela antecipada. Caso contrário, a tutela 
é cautelar. 
Na tutela antecipada, como se trata de antecipação, total ou parcial, dos 
efeitos daquilo que se pretende na sentença, evidentemente que o conteúdo da 
decisão liminar e o da sentença final serão coincidentes. 
Num pedido liminar de cirurgia negado pelo plano de saúde, é a própria 
cirurgia que se deseja como provimento final. 
Contudo, não devemos confundir as medidas de urgência com a 
definição de liminar. 
Liminar é um pedido que pode ser feito em ação que admita este tipo de 
providência e também pode (e não deve) ser requerido dentro do processo 
dentro de uma dada medida de urgência (antecipada ou cautelar). Liminar é 
tudo que será concedido no início da demanda sem ouvir a outra parte. 
1.4.1.2 Procedimento 
A tutela antecipada poderá ser antecedente (no momento da propositura 
da inicial) ou incidental (no curso do processo). 
Quando a urgência for contemporânea à propositura da ação, é possível 
ao autor mero requerimentoda tutela antecipada satisfativa com a indicação do 
pedido final, devendo fazer uma exposição sumária da lide, do direito que deseja 
a concretização e do perigo da demora. 
Portanto o autor não precisa desenvolver completamente todos os seus 
argumentos, pois estes serão mais delineados quando do aditamento da inicial. 
O magistrado poderá conceder a tutela antecipada (quando preenchidos 
os requisitos) ou negá-la. 
Em concedendo: a) determinará que o autor emende a petição inicial em 
15 dias para: i) complementar os argumentos caso seja necessário; ii) juntar 
novos documentos se tiver ou entender pertinente; iii) ratificar se de fato o pedido 
final é aquele apresentado na antecipação de tutela; e iv) atribuir o valor da 
causa que pretende no pedido final de tutela final. 
O aditamento se dará nos mesmos autos, não haverá necessidade de 
recolhimento de custas complementares. Esse prazo poderá ser dilatado pelo 
juiz, caso entenda que não seja suficiente para o cumprimento da decisão. Caso 
não aconteça o aditamento no prazo legal ou judicial, o processo será extinto 
sem resolução do mérito. 
b) determinará a citação e a intimação6 do réu para comparecer à 
audiência de conciliação ou mediação nos termos do art. 334, CPC. Essa 
intimação também lhe oportuniza a possibilidade de interpor agravo de 
instrumento da decisão concessiva da tutela a fim de se evitar a estabilização da 
tutela antecipada, não havendo autocomposição, o prazo para que apresente 
defesa será contado conforme art. 335, CPC. 
 
6 “A citação somente poderá ser empreendida após o devido aditamento da petição inicial para 
que o réu tenha completo conhecimento de todos os argumentos e fundamentos do autor” (SÁ, 
2015, p. 291) 
No caso em que o magistrado entenda que não há elementos para a 
concessão, determinará que o autor emende a petição inicial em até 5 dias sob 
pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 
1.4.1.3 Estabilização da tutela antecipada. 
O art. 304 CPC, estabelece que “A tutela antecipada, concedida nos 
termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for 
interposto o respectivo recurso”. Perceba que apenas a tutela antecipada 
antecedente e não a incidental está sujeita a estabilização. 
 Criou-se, então, no nosso ordenamento a estabilização da tutela 
antecipada que consiste em deixar à conveniência das partes a instauração e o 
prosseguimento da demanda com a sua regular instrução, ou a permanência (e 
imutabilidade) da decisão concedida em cognição sumária. 
Se a parte não interpõe recurso da decisão concessiva de tutela 
antecipada, o processo é extinto e a tutela antecipada produzirá seus regulares 
efeitos. Assim não basta apenas a parte contestar. É necessário que ela também 
interponha recurso para impedir a estabilização. 
Contudo, é possível às partes (qualquer delas) requerer o 
desarquivamento do feito e demandar com a finalidade de rever, invalidar ou 
reformar a tutela estabilizada nos mesmos autos em que se deu a concessão da 
medida. Esta ação, em regra, não apenas se limitará à reforma, invalidação ou 
revisão, mas sim a ampla discussão da causa, a lei conferiu prazo de 2 (dois) 
anos (prazo decadencial) para a tomada dessa providência contados da ciência 
da decisão que gerou a extinção do processo. 
1.4.2. Tutela Cautelar 
1.4.2.1 Características. 
Autonomia: a tutela cautelar, apesar de voltada à tutela do processo 
principal, tem individualidade e finalidades próprias. Quando se fala em 
autonomia objetiva referir-se à finalidade do processo. 
A tutela cautelar possui identidade própria, finalidade específica e 
autonomia procedimental, pois alberga situações de emergência vedadas ao rito 
comum. Essa autonomia se vislumbra clara na medida em que o resultado de 
um não influencia na substância outro. Assim, o vencedor da cautelar pode der 
derrotado no pedido principal (provou que a testemunha estava morrendo, mas 
a testemunha não foi prova suficiente para lhe conferir o direito postulado). 
Esta é a razão de ser do art. 310 que preconiza que o indeferimento da 
ação cautelar não obsta que a parte intente ação nem influi no julgamento desta. 
Acessoriedade (referibilidade): é característica é inerente as 
cautelares que não podem existir por si mesmas por ser vedada sua natureza 
satisfativa. O resultado que se busca é a segurança, a proteção do provimento 
principal. 
Urgência: é pressuposto indispensável à concessão da medida 
cautelar. Sempre que houver a existência de uma situação de risco a pessoas e 
coisas objetivados no pedido principal. 
Sumariedade da cognição: a cognição do magistrado será sumária, 
pois se contentará com indícios da veracidade dos fatos. O juízo não é de 
certeza, mas com base em probabilidade. 
Ausência de coisa julgada material: a lei criou o mecanismo da 
cautelar para que fossem concedidas medidas mesmo com cognição precária 
em prol da efetividade, no entanto, não pode a lei conferir a estes juízos sumários 
contorno de efetividade. Na cautelar não se definem nem se satisfazem direitos 
no plano do mérito, mas exclusivamente se verifica a existência ou não da 
situação de perigo apresentada. 
Isso porque a lei não pode tornar imutável uma decisão que não foi 
tomada com base num juízo de certeza, e, portanto, não possui segurança 
suficiente para fazer coisa julgada material. Coisa julgada é, portanto, fenômeno 
ligado às sentenças de mérito proferidas em cognição exauriente. 
Provisoriedade (interinalidade) ou precariedade: a preocupação do 
juiz não é o acertamento do direito, mas a pertinência da medida que servirá 
para acautelar o direito. E por se basear em cognição sumária7 a decisão na 
cautelar assuma aparência provisória. 
As tutelas cautelares em caráter antecedente perdem sua eficácia: se 
não deduzido o pedido principal em no prazo legal; se a medida não for efetivada 
em 30 dias; se houver a extinção do processo sem resolução do mérito ou o 
acolhimento do pedido principal. 
1.4.2.2 Procedimento. 
A tutela cautelar, poderá ser antecedente ou incidental. 
Quando a urgência for contemporânea à propositura da ação, é possível 
ao autor o mero requerimento da tutela cautelar com a indicação do pedido da 
tutela final. Nesse caso, deverá fazer uma exposição sumária da lide, do direito 
que deseja a concretização e do perigo da demora. 
O magistrado poderá conceder a tutela cautelar ou negá-la, concedendo: 
a) o réu será citado para que no prazo de 5 dias apresente defesa e 
produza suas provas. Apresentando defesa no prazo legal, segue o 
procedimento cautelar o procedimento comum (Parte Especial, Livro I), não 
fazendo, operar-se-ão os efeitos materiais da revelia e o magistrado julgará em 
5 dias. 
b) com a efetivação da cautelar, o pedido principal deverá ser formulado 
pelo autor no prazo de 30 dias, nos mesmos autos independentemente de novas 
custas. 
c) formulado o pedido principal, as partes serão intimadas para audiência 
de conciliação (art. 334, CPC) pessoalmente ou por meio de seus advogados 
independentemente de nova citação. Caso frustrada a conciliação, o réu terá 15 
dias para contestar conforme art. 335, CPC. 
 
7 “Cognição” significa conhecimento de algo posto sob exame. O ato cognitivo é ato de 
inteligência, de compreensão. A palavra “sumária” indica simplicidade, brevidade, concisão. 
Unindo-as sob o prisma do direito processual, pode-se dizer que se trata de uma atividade do 
juiz consistente em examinar com menor verticalidade fatos e direitos postos sob sua apreciação 
para que compreenda algo. 
 TUTELA DE EVIDÊNCIAA tutela de evidência recebeu um capítulo próprio no Código de 
Processo Civil 2015, contendo apenas um artigo, constitui-se na verdade de uma 
sistematização de regras esparsas já previstas no regime anterior (CPC/1973) 
do que propriamente nova regra. 
A tutela de evidência constitui técnica de antecipação ou sumarização 
do procedimento, quando as circunstâncias fáticas ou jurídicas do processo já 
demonstrem que o julgamento da causa pode ser efetivado, prescindindo de 
todas as formalidades que o procedimento exige (SÁ, 2015, p.298). 
O legislador tratou de estabelecer o que constitui um direito evidente. 
Não se trata de matéria da ciência do direito, mas do direito positivo. A 
desnecessidade de se percorrer todo itinerário procedimental dependerá daquilo 
que o legislador estabeleceu como “situações de evidência”. 
De acordo com o art. 331 CPC, a tutela de evidência será concedida, 
independentemente do perigo de dano ou da urgência, ou seja, o fato gerador 
será o direito provável com base nos critérios erigidos pelo legislador. 
1.5.1. Abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu 
Tutela de evidência punitiva 
O perigo da demora pode decorrer de maneira direta, quando o tempo 
puder causar perecimento ao direito que será usufruído. 
Contudo, nos casos em que a demora injustificada do processo se dê 
pelo réu, sabedor que não possui o direito postulado pela parte contrária, usa 
mecanismos para que o autor suporte o tempo do processo. Nessa situação não 
é a urgência do bem em si que deve ser levada em consideração, mas da demora 
da entrega da tutela jurisdicional exclusivamente em decorrência de uma 
conduta do réu. 
Note que o motivo determinante para a concessão da tutela de evidência 
nesse caso não é a urgência. Constitui, portanto, uma tutela não em virtude do 
perigo da demora, mas pela conduta subjetiva do réu. É tutela punitiva. 
Tanto o abuso do direito de defesa como o manifesto propósito 
protelatório do réu, constituem conceitos vagos e indeterminados a serem 
preenchidos pelo magistrado no caso concreto. 
Parte da doutrina costuma asseverar que o abuso do direito de defesa 
estaria ligado a atos praticados dentro do processo e aqui a palavra defesa deve 
ser lida de maneira ampla, não como mera contestação, mas como toda forma 
de resistência à pretensão do autor. Já o manifesto propósito protelatório teria 
conteúdo mais amplo e abrangeria, igualmente, os atos praticados fora do 
processo que tenham pertinência com a demanda. 
É possível que o magistrado conceda a tutela de evidência punitiva e 
aplique multa de litigância de má-fé se entender necessário; 
A tutela de evidência, não poderá ser concedida liminarmente, 
independentemente da vedação expressa contida no art. 311, parágrafo único, 
CPC. Seria impossível a concessão de medida sem que o abuso do direito de 
defesa ou o manifesto propósito protelatório não estivesse presente, que só é 
verificável com a efetiva conduta do réu no processo. 
1.5.2. Alegações de fato que puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e quando houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante 
Tutela de Evidência fática + jurídica 
Constitui hipótese ainda mais célere do julgamento antecipado do 
mérito, art. 355, I, CPC. Aqui, se o direito puder ser comprovado 
documentalmente não haverá necessidade de dilação probatória e 
procedimental. 
A prova documental exigida pelo artigo 311, II, deve ser idônea, ou seja, 
deve ser formalmente confiável e ter conteúdo que corrobore as alegações do 
autor, sendo apta, a atestar a viabilidade da pretensão (NEVES, 2016, p.487). 
Contudo soma-se outro requisito: que a tese tenha sido firmada em 
julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante. Conforme a tendência do 
CPC em prestigiar o posicionamento da jurisprudência, haverá tutela de 
evidência quando a tese discutida (procedente ou improcedente) foi objeto de 
julgamento de casos repetitivos ou súmula vinculante. 
Acredita-se que nessa hipótese, a despeito do que dispõe o art. 311, 
parágrafo único, e o art. 9º, II, CPC, a concessão somente poderá ser após o 
contraditório prévio. 
Isso porque o réu poderá refutar não apenas o documento ou conjunto 
de documentos como também utilizar-se das técnicas de distinção para 
demonstrar a inadequação do caso concreto com a súmula vinculante ou 
julgamento de casos repetitivos. Ademais, o inciso IV do art. 311 não autoriza 
liminar quando versa exatamente sobre a força da prova documental. 
1.5.3. Pedido reipersecutório fundado em prova documental em contrato de 
depósito 
O art. 311, III, CPC estabelece que a tutela de evidência seja concedida: 
“se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do 
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto 
custodiado, sob cominação de multa”. Aqui a questão versa sobre prova 
documental em contrato de depósito para entrega de bem custodiado. É possível 
contrato de depósito não documental, como ocorre no art. 445 CPC, que trata do 
depósito dito necessário”. 
É importante asseverar que, à exceção da primeira e da quarta hipóteses 
(abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório ou petição inicial 
instruída com prova documental suficiente), todas as demais admitem a 
concessão de medida liminar. 
1.5.4. Petição inicial instruída com prova documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar 
dúvida razoável 
Tutela de evidência fática 
Especialmente nas situações em que a prova é a substância do ato como 
o registro de propriedade do imóvel numa ação reivindicatória. Decorre de um 
juízo de probabilidade feito pelo juiz para aferir a tutela de evidência. 
 
2. DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO 
 DISPOSIÇÕES GERAIS 
2.1.1. Jurisdição 
Manifestação do poder estatal com função de promover a pacificação 
dos conflitos entre os indivíduos que se dá mediante a atividade do juiz por meio 
de seus atos. 
Didier traz o conceito de jurisdição como sendo a função atribuída a 
terceiro imparcial em realizar o Direito de forma imperativa e criativa, a fim de 
reconhecer/efetivar/proteger situações jurídicas concretamente deduzidas, em 
decisão insuscetível de controle externo e apto a se tornar indiscutível (DIDIER, 
2015, p.260). 
A finalidade da jurisdição é a atuação da lei (direito, em sentido mais 
amplo) aos conflitos de interesses existentes, compondo e resguardando a 
ordem jurídica. 
A jurisdição pode ser vista, em decorrência da tripartição de poderes 
como poder, função e atividade. 
É manifestação de poder do Estado para decidir 
imperiosamente as situações a si submetidas; expressa a 
função dos órgãos estatais de promover a pacificação dos 
conflitos e é atividade, pois constitui um complexo de atos do 
juiz exercendo aquilo que a lei o acomete (SÁ, 2015, p. 76). 
A jurisdição exerce o limite da territorialidade (princípio da 
territorialidade), ou seja, o juiz apenas desempenha autoridade dentro de sua 
circunscrição territorial, a não observância gera a incompetência do juízo. 
2.1.2. Ação 
Ação pode ser vista de duas formas a) como um direito. O direito 
constitucional de acessar o judiciário dada a inafastabilidade da jurisdição (CF, 
art. 5º, XXXV); b) como um exercício. Também denominada “ação exercida” e 
denominada por sinonímia como demanda, causa, lide, pleito, feito. 
De acordo com Didier, ação é termo que possui mais uma acepção na 
linguagem do Direito Processual, costuma ser utilizada para se referir ao direito 
de ação, ao procedimento, à demanda, ou ainda, ao direito afirmadoem juízo 
(DIDIER, 2015, p.265). 
Importante destacar que o direito de ação é o direito fundamental que 
se compõe por um conjunto de situações jurídicas, que garantem ao titular do 
direito o acesso aos tribunais para exigir deles a tutela jurisdicional adequada, 
tempestiva e efetiva. 
Já a ação é um ato jurídico, refere-se ao exercício do direito de ação, 
também conhecida como demanda (termo preferível, para evitar 
incompreensões), é o fato gerador do processo, define o objeto litigioso e fixa os 
limites da atividade jurisdicional. 
2.1.3. Processo 
Mediante o exercício da ação, provoca-se a jurisdição que vai se exercer 
através de um complexo de atos que formam o processo, sendo este, o 
instrumento através do qual a jurisdição se opera. 
Processo é um método de exercício da jurisdição, definido por seu 
aspecto intrínseco – relação jurídica processual entre autor, réu e juiz – inserido 
no procedimento, seu aspecto extrínseco. 
2.1.4. Procedimento 
O processo se desenvolve pela prática de atos. 
A exteriorização do desenvolvimento do processo é que se denomina de 
procedimento, modo e forma que se desenvolvem os atos processuais. 
Distinção entre processo e procedimento 
O procedimento é o caminho pelo qual a petição inicial trilha até a 
satisfação do processo, esse caminho é composto por uma série de posições 
jurídicas que devem ser executadas pelo juiz e as partes. 
O processo é dinâmico, ou seja, essas posições jurídicas se alternam 
conforme os atos processuais que se sucedem (o réu tem o dever de ser citado, 
o juiz tem o dever de ordenar a citação do réu, uma vez citado, o réu tem a 
faculdade de se defender). 
Essa sucessão de atos tem previsão legal e guarda uma estrita ordem, 
cada fato surge de uma posição jurídica e assim sucessivamente. 
Desenhando uma linha do tempo hipotética, verifica-se o processo 
caminha pelo procedimento (sucessão de atos encadeados logicamente) e para 
cada ato se exige determinada posição jurídica que vincula uma parte à outra e 
ambas ao juiz (relação jurídica). 
2.1.5. Anatomia do Código 
O Código é composto de livros que se dividem em títulos, que por sua 
vez são compostos por capítulos, estes divididos em seções que são formadas 
por artigos, sendo que estes podem se dividir em parágrafos ou ainda em incisos, 
e estes em alíneas ou letras. 
 
PROCESSOS - de acordo com Código de Processo Civil/2015 
Processo de conhecimento – Certificação do direito (comum e especial e 
cumprimento de sentença) 
Processo de execução - Atuação do direito 
Processos nos Tribunais e os Meios de Impugnação das Decisões Judiciais. 
 
PROCEDIMENTOS - de acordo com Código de Processo Civil/2015 
Procedimento comum 
Procedimento das execuções 
Procedimentos especiais 
 
 
 
PROCEDIMENTO COMUM 
O Código de Processo Civil CPC/1973, fazia a separação do 
procedimento comum em procedimento ordinário (rito ordinário) e procedimento 
sumário (rito sumário). 
Com a promulgação do Código de Processo Civil CPC, houve a abolição 
do procedimento sumário, o procedimento comum torna-se único, aplicando-se 
subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de 
execução (art.318, parágrafo único). 
 FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO 
2.2.1. Formação do Processo 
A jurisdição é inerte, (art.2º, CPC), o processo começa por iniciativa da 
parte, mas se desenvolve por impulso oficial. 
Conforme dispõe o art. 312, CPC, a ação se considera proposta quando 
a petição inicial8 por protocolada. Todavia, o réu somente sentirá, os efeitos do 
processo (materiais e processuais) com a citação. 
No entanto, em alguns casos, como na concessão das liminares, os 
efeitos podem ser sentidos antes mesmo da citação; ainda outra importante 
exceção, art.332, CPC, trata-se da improcedência liminar do pedido (julgamento 
prima facie). 
A citação gera um efeito essencial ao processo: a firmação da 
demanda. Isso porque até a citação poderá o autor substituir livremente os 
elementos da demanda (objetivos e subjetivos) e após a citação somente poderá 
fazê-lo com a anuência do réu. 
A citação amplia a relação jurídica formando a triangularização do 
processo – autor, juiz e réu. 
 
8 Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do 
advogado, eletrônico e não eletrônico. 
Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração: 
I - no caso previsto no art. 104; 
II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública; 
III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou em 
lei. 
Todos os processos estão sujeitos a registro e devem ser distribuídos 
(forma eletrônica TJSC), a distribuição será alternada e aleatória, devendo ser 
publicada no Diário da Justiça – arts. 285 e 2869, CPC. 
2.2.2. Suspensão do Processo 
De acordo com Cândido Dinamarco, suspensão do processo é “uma 
parada no procedimento e veto à realização de atos, permanecendo viva a 
relação processual embora em estado latente” (DINAMARCO, 2002, p.146). 
Não há suspensão sem que a integre a ela uma decisão judicial. Mesmo 
que as partes convirjam em requerer o sobrestamento do feito, é imperiosa a 
chancela do magistrado. 
A despeito de a decisão judicial ser o ato que introduz a suspensão no 
mundo do processo, o magistrado não pode indeferir a suspensão. 
Uma vez suspenso, somente poderão ser praticados atos reputados 
urgentes para evitar danos, desde que deferidos pelo juízo, arr. 314, CPC. 
Casos de suspensão do processo: 
- Morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu 
representante legal ou de seu procurador: - Eficácia ex tunc. 
Se verificada a morte ou a incapacidade processual da parte ou de seu 
representante legal o magistrado deverá determinar o sobrestamento do feito até 
o suprimento da incapacidade ou a abertura da sucessão (espólio e herdeiros 
por meio da habilitação – art. 687, CPC), nos termos do art. 313, § 2º, CPC. 
- Convenção das partes: 
É possível que as partes convencionarem a suspensão do processo, 
desde que não exceda o prazo de seis meses, art. 313, § 4º, CPC. Não é 
 
9 Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza: 
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada; 
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda 
que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da 
demanda; 
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3o, ao juízo prevento. 
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação 
objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor. 
necessário fundamentar o motivo da suspensão, já que a recusa, foge do 
espectro de atuação do juiz. 
- Arguição de impedimento e suspeição: 
A arguição de impedimento e suspeição também é causa de suspensão 
do processo, art. 146, § 2º, II, CPC. Contudo, ao contrário do regime do 
CPC/1973, em que a suspensão se dava ope legis, o CPC, o efeito suspensivo 
será ope judicis, ou seja, dependerá do magistrado no caso concreto determinar 
ou não a suspensão. 
Importante asseverar que quando a exceção for oposta contra membro 
do Ministério Público, auxiliares e demais sujeitos imparciais do processo não 
haverá suspensão do prazo, art. 148, § 2º, CPC; constitui exceção à regra ao 
inciso III, art. 313, CPC. 
- Pela admissão do incidente de demandas repetitivas: 
O CPC constituiu maisuma forma de suspensão do feito: quando for 
admitido o incidente de demandas repetitivas arts. 976-987. 
Preconiza o art. 313, V, a, CPC, que o processo será suspenso quando 
a sentença de mérito: “depender de julgamento de outra causa ou da declaração 
de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto 
principal de outro processo pendente”, (quando não existir a possibilidade da 
conexão ou continência entre as causas). 
A suspensão, deve ser até um ano, todavia, este prazo poderá ser 
prorrogado caso o magistrado entenda que dependa de mais tempo para que a 
causa subordinante seja julgada. 
- Dependência de fato ou prova de outro juízo: 
 Igualmente haverá suspensão do processo se a sentença de mérito: 
“tiver que ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou 
produção de certa prova, requisitada a outro juízo”. Ex. anulação de contrato x 
execução do contrato. 
Assim se a produção da prova ou a ocorrência de determinado fato forem 
fatores determinantes para o deslinde de dado processo, haverá o 
sobrestamento. 
- Força maior: 
Força maior é a locução de conceito vago e indeterminado, art.313, VI, 
CPC. Há de ser verificada a luz do caso concreto pelo magistrado. 
Contudo, existem situações em que objetivamente é possível visualizar 
a impossibilidade de prosseguimento do processo, como a greve dos 
serventuários. 
- Demais casos: 
 O rol do art. 313, CPC, não é exaustivo, inciso VIII, exemplos: 
Art. 76, CPC, constatação pelo magistrado da incapacidade processual 
ou irregularidade na representação. 
Art. 134, § 3º, CPC, instauração de incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica. 
Art. 921, CPC, embargos à execução. 
Art. 315, CPC, verificação de fato delituoso. 
2.2.2.1 Prática de atos durante a suspensão 
Preconiza o art. 313, CPC que “durante a suspensão é vedado praticar 
qualquer ato processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos 
urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de 
impedimento e de suspeição”. 
O ato praticado durante o período da suspensão é ato inválido. 
2.2.2.2 Suspensão para apuração de fato criminal 
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação 
da existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a 
suspensão do processo até que se pronuncie a justiça criminal. 
 
§ 1o Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) 
meses, contado da intimação do ato de suspensão, cessará o 
efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente 
a questão prévia. 
 
§ 2o Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo 
prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o 
disposto na parte final do § 1o. 
 
2.2.3. Extinção do Processo 
Extinção do processo sem resolução do mérito, art. 485, CPC. 
São chamadas sentenças terminativas. 
É forma de extinção anômala do processo, pois não é o que o autor 
deseja ao ingressar com a ação e não é interesse do judiciário encerrar a relação 
processual sem resolver o mérito. 
Se o magistrado acolher uma das hipóteses do art. 485, CPC e, portanto, 
não resolver o mérito, é porque se verificou que o vício impediu a apreciação do 
direito material. 
Dessa forma, como o Estado (jurisdição) não cumpriu a sua finalidade 
de resolução de mérito e pacificação social, estas sentenças não geram óbices 
para a propositura de nova demanda com os mesmos elementos, já que fazem 
coisa julgada apenas formal (dentro do processo em que foi produzida), desde 
que com a correção do vício que gerou a extinção. 
Existem causas, que impedem a repropositura da ação, porque 
claramente demonstram que a parte não terá condições de sanar o defeito 
processual. Assim a demanda perempta (proposta pela quarta vez) será 
sempre perempta, pois adquiriu essa condição; a litispendência também, pois 
havendo uma demanda em curso, a segunda proposta com os mesmos 
elementos será sempre vedada; a coisa julgada, já que não se pode trazer a 
juízo a matéria já discutida em processo anterior. 
 Hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito: 
- Indeferimento da petição inicial – inciso I: para a regularidade do processo 
é essencial que a petição inicial seja apta. Importa salientar que o indeferimento 
da petição inicial é matéria de ordem pública podendo ser verificada a qualquer 
tempo ou grau de jurisdição. (art. 330 e 331, CPC). 
Importante: Nem sempre a extinção do processo que tenha como causa 
indeferimento da petição inicial será sem resolução do mérito. Há pelo menos 
três hipóteses de resolução com mérito da petição inicial mesmo sem a citação 
do réu: quando se verificar a prescrição ou decadência; a improcedência liminar 
do pedido; indeferimento liminar dos embargos à execução. 
- Abandono da causa pelas partes – inciso II: “quando ficar parado durante 
mais de 1 (um) ano por negligência das partes”. Na verdade, basta que o 
processo esteja parado por trinta dias, pois gera a presunção de desinteresse no 
feito. Ocorrendo tal situação, as partes serão intimadas pessoalmente (e não na 
pessoa do seu advogado) para que promovam os atos cabíveis em cinco dias. 
A intimação da parte possuiu lógica razão de ser: é possível que a parte 
desconheça que seu advogado não vem se diligenciando para conduzir o 
processo de forma efetiva e adequada. Será possível ajuizar nova demanda se 
se demonstrar o pagamento das custas processuais e honorários do processo 
anterior. 
- Abandono da causa pelo autor – inicio III: muitas regras do inciso II, se 
aplicam ao inciso III. No entanto, aqui há de se perquirir o elemento subjetivo 
para se aferir que a parte deixou de praticar ato processual que lhe competia. A 
intimação se dará da mesma forma que o inciso anterior (intimação pessoal da 
parte). Outra diferença reside no fato de que o juiz não pode extinguir o processo 
de ofício, deve aguardar a manifestação da parte contrária. 
- Falta de pressupostos processuais – inciso IV: refere-se aos pressupostos 
de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo. Muitos 
pressupostos não geram a resolução do processo (impedimento, suspeição, 
incompetência, falta de citação válida, falta da capacidade postulatória), apenas 
a regularização, conforme o caso. 
- Perempção, litispendência e coisa julgada – inciso V: ocorre perempção 
quando o autor der causa à resolução do processo por três vezes porque não 
praticou as diligências necessárias. Haverá litispendência quando se reproduz 
uma ação idêntica a outra que está em curso e coisa julgada quando se reproduz 
uma ação idêntica a outra que estava em curso. Por ações idênticas, recorde-
se, consideram-se aquelas que possuem mesmas partes, causa de pedir e 
pedido. 
 - Carência de ação – inciso VI: ausência de legitimidade ou interesse 
processual. 
- Convenção de arbitragem – inciso VII: a convenção de arbitragem é gênero 
em que figuram como espécie o compromisso arbitral e a clausula 
compromissória. Compromisso arbitral é o acordo realizado entre as partes 
para que específico conflito seja resolvido no judiciário, constitui um contrato, 
com a concreta indicação do caso a ser decidido pela arbitragem. Já a cláusula 
compromissória é o acordo entre as partes para que os eventuais e futuros 
conflitos decorrentes daquela relação jurídica sejam submetidos à arbitragem, 
condicionada a existência da controvérsia. 
- Desistência da ação – inciso VIII: desistir da ação é ato autor em abrir mão 
do processo sem abrir mão do próprio direito. Na desistência a parte não tem 
interesse (por qualquer motivo, como financeiro, psicológico) de continuar com 
o processo que veicula sua pretensão; nada impedeque em outro momento 
(prazo prescricional) a parte ajuíze nova demanda. 
- Ação intransmissível – inciso IX: não é a ação que é intransmissível, mas o 
direito material posto em juízo. A ação deve ser considerada intransmissível por 
disposição lega. 
 - Demais casos em lei: o rol do art. 485 não é exaustivo. Ex.: falta (defeito) de 
representação das partes ou incapacidade processual, art. 76, I, CPC; com a 
morte do procurador, a parte deve constituir outro sob pena de extinção, art. 313, 
§ 3º, CPC. 
Extinção do processo com resolução do mérito, art. 487, CPC: 
A resolução do mérito se dará pelas partes (métodos de composição, 
inciso III, a, b) ou pela prescrição e decadência, inciso II. 
 Hipóteses de extinção do processo com resolução do mérito: 
- Acolhimento ou rejeição do pedido formulado na ação ou na reconvenção 
– inciso I: este é o principal caso de sentença de mérito, que tecnicamente é 
dado pelo magistrado. 
Importante: a despeito da prática ser comum a adoção de expressões 
como “procedência da ação” o que se procede ou improcede é o pedido; isso 
porque ao preencher as condições da ação, a ação já “procedeu”, resta a análise 
do pedido. 
- Prescrição e decadência – inciso II: a prescrição e decadência geram 
extinção do processo com resolução do mérito, pois a parte não poderá mais 
demandar seja porque perdeu o próprio direito (decadência) seja porque perdeu 
a possibilidade de exigir esse direito (prescrição). A decadência pode ser legal 
ou convencional e ambas geram a extinção com mérito. 
- Reconhecimento jurídico do pedido – inciso III, a: “ato unilateral através do 
qual o réu reconhece, total ou parcialmente, a juridicidade da pretensão contra 
ele formulada, possibilitando a extinção do processo com julgamento de mérito”. 
O reconhecimento é uma assunção por parte do demandado sobre o direito que 
se funda a demanda. 
- Transação – inciso III, b: transação é o acordo entre as partes no processo. 
Este acordo pode ter ou não a intervenção judicial. Os direitos indisponíveis 
permitem transação em determinadas situações (valor dos alimentos, guarda 
dos filhos). 
- Renúncia à pretensão – inciso III, c: hipótese em que o autor abre mão do 
direito material que postulou naquela demanda. A renúncia é do próprio direito, 
não podendo mais exigi-lo em nenhuma outra via, salvo se provado que o ato 
está contaminado com vício do consentimento. A renúncia não depende de 
autorização judicial, como no caso da desistência. Isso porque a situação 
regulada neste inciso é de direito material e não direito processual como o é a 
desistência. 
 PROCEDIMENTO COMUM. 
O processo de conhecimento, que se destina à composição da lide por 
meio de uma sentença procedida do órgão jurisdicional. Assume na maioria dos 
casos, um procedimento típico, um procedimento padrão, denominado 
procedimento comum. As disposições gerais do procedimento comum se 
aplicam subsidiariamente aos procedimentos especiais e ao procedimento de 
execução. 
2.3.1. Fases do procedimento comum 
O objetivo final do processo de conhecimento é a sentença. Para que o 
juiz, na qualidade de agente do Estado na prestação da função jurisdicional, 
possa proferi-la, é necessário conhecer a lide e os fatos. 
Dessa forma, há uma ordem lógica no processo de conhecimento, que de 
acordo com a doutrina tradicional apresenta as seguintes fases: postulatória 
(apresentação das pretensões), probatória (prova dos fatos) e decisória 
(decisão). 
O procedimento comum cumpre as fases (postulatória, probatória e 
decisória) em relação de interdependência, existindo, portanto, uma unidade do 
processo. 
Alguns autores trazem denominações diversas ou ainda subdivisões 
entre as fases do processo de conhecimento, tais como: 
Segundo José Carlos Barbosa Moreira: 
Postulatória 
Saneadora 
Instrutória 
Decisória 
2.3.2. Causas do procedimento comum 
Artigo 318 do Código de Processo Civil 2015. 
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, 
salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. 
 
DESENVOLVIMENTO DO PROCEDIMENTO COMUM – 
Estrutura do procedimento comum conforme CPC 
1) Petição inicial. 
Proposta a ação, instaura-se o processo. A ação é proposta por petição 
escrita, pela qual o autor formula a sua pretensão, com a sua respectiva 
fundamentação (SANTOS, 2004, p. 124). 
No entanto, importante mencionar que para o réu, a ação só produzirá 
os efeitos mencionados no artigo 240 CPC, depois de devidamente citado, 
conforme dispõe art. 31210, CPC. 
2) Despacho, emenda ou indeferimento. 
O juiz ao receber a petição inicial, verificará o preenchimento dos 
requisitos elencados no artigo 319 e 320 (CPC). 
Diante do não atendimento aos requisitos essenciais, ou defeitos e 
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz determinará 
ao autor no prazo de 15 dias para que emende ou a complete a petição inicial. 
(CPC, arts. 321 ou 330). 
3) Citação 
Realizada a citação valida do réu, se forma a relação processual, tendo 
o réu a oportunidade de responder, defender-se e mesmo reconvir. 
4) Audiência de Conciliação ou de Mediação 
A petição inicial atendendo os requisitos essências, não sendo o caso 
de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou 
de mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser citado o réu 
com pelo menos 20 dias de antecedência (art. 334, CPC). 
A audiência de conciliação não será realizada quando ambas as partes 
manifestarem expressamente seu desinteresse na composição consensual, ou 
 
10 Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a 
propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for 
validamente citado. 
ainda nas causas que não houver a possibilidade de autocomposição, (art.334, 
§ 4º, CPC). 
A autocomposição, ou composição consensual, será reduzida a termo e 
homologada por sentença, (art.334, § 10, CPC), quando da impossibilidade, será 
aberto o prazo para o réu apresentar resposta, 15 dias. 
5) Resposta 
Se for oposta Exceção de incompetência do juízo, de suspeição ou 
impedimento do juiz (art. 146, CPC), se reconhecido o impedimento ou 
suspeição, o juiz encaminhará imediatamente a remessa ao seu substituto legal 
(art.146, § 1º, CPC). Não havendo o acolhimento, a petição seguirá apartada e 
no prazo de 15 dias, o juiz apresentará suas razões, ordenando a remessa do 
incidente ao tribunal. 
Se oferecida RECONVENÇÃO, o autor será intimado para apresentar 
resposta no prazo de 15 dias (art. 316, CPC). 
A Petição inicial e a contestação deverão vir acompanhadas com os 
documentos em que se fundam a pretensão ou a defesa (CPC, arts 320 e 434). 
6) Providências preliminares ou julgamento conforme o estado do 
processo 
Findo o prazo para a apresentação de defesa os autos serão conclusos 
ao juiz, o qual determinará se for o caso, as providências preliminares (art. 347, 
CPC, ou então examina cuidadosamente a lide e o processo para ordenar o seu 
prosseguimento, encerrá-lo por defeito formal ou para decidir o mérito. 
Indagações do juiz: 
a) REVELIA – CPC, art. 344 (quando o réu não contesta a ação) – 
caso afirmativo – efeito material (reputam-se verdadeiros os fatos afirmados pelo 
autor). 
Os efeitos da revelia não ocorrem quando: houver litisconsórcio e algum 
deles contestar a ação; quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
quando a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público, que a 
lei considere indispensável à prova do ato e ainda quando as alegações de fatoformuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com a 
prova constante nos autos (art. 345, CPC). 
Constatada a REVELIA COM SEU EFEITO próprio, o juiz proferirá 
julgamento conforme o estado do processo (art. 355, II, CPC); 
Constatada a revelia SEM SEU EFEITO o juiz determinará que o autor 
especifique as provas que pretende produzir (art. 348, CPC). 
b) CONTESTAÇÃO – antes de discutir o mérito, ao réu, incumbe 
alegar as chamadas preliminares, descritas no art. 337 do CPC. 
Havendo a alegação de qualquer das matérias enumeradas no art. 337, 
o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 dias (art. 351, CPC). 
Se o juiz verificar a existência de irregularidades sanáveis, mandará a 
parte supri-las em prazo nunca superior a 30 dias (de ofício ou depois da 
manifestação do autor) (art.352, CPC); 
Se o juiz verificar a existência de nulidades insanáveis, proferirá 
sentença declarando NULO o processo. 
Mérito – se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor, esta será ouvido no prazo de 15 dias (facultada a prova 
documental) – art. 350, CPC. 
Esgotadas ou cumpridas as providências preliminares os autos serão 
conclusos para o juiz para JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO 
PROCESSO, que poderá consistir: 
a) Na declaração de extinção do processo, art. 354, CPC – nas hipóteses 
previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, CPC; 
b) No julgamento antecipado do mérito – nas hipóteses previstas no art. 355 
do CPC; 
c) No julgamento antecipado parcial do mérito – nas hipóteses previstas no 
art. 356 do CPC; 
d) No saneamento e Organização do Processo – 
Se não ocorrer as hipóteses previstas nos arts. 354 355 e 356 CPC, o 
juiz, em decisão de saneamento e organização do processo, obedecendo ao 
disposto no art. 357, CPC, irá resolver as questões processuais pendentes, se 
houver; delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade 
probatória, especificando os meios de prova admitidos; definir a distribuição do 
ônus da prova, (observado o art. 373, CPC); delimitar as questões de direito 
relevantes para a decisão do mérito; designar, se necessário, audiência de 
instrução e julgamento. 
Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir 
esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 dias, findo o qual a 
decisão se torna estável, art. 357, § 1º, CPC; 
Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, o 
juiz deverá promover audiência para que o saneamento seja feito em conjunto 
com as partes (art. 357, § 3º, CPC). 
7) Audiência de instrução e julgamento 
Não havendo a possibilidade de saneamento ou a composição de acordo 
entre as partes em audiência de conciliação, realiza-se a audiência de instrução 
e julgamento, para a qual são intimadas as partes, as testemunhas, e, quando 
tenham de prestar esclarecimentos, os peritos e os assistentes técnicos. 
Na audiência são produzidas provas de natureza oral: esclarecimentos 
do perito e dos assistentes técnicos, depoimentos das partes e das testemunhas 
(preferencialmente nesta ordem - art. 361, CPC). 
Depois da produção de provas, ainda em audiência, as partes 
sustentarão as razões do pedido e da defesa (debate oral – que poderá ser 
substituído por razões finais, oferecidos no prazo de 15 dias, em prazos 
sucessivos, assegurada vista aos autos), conforme art. 364, §, 2º, CPC. Logo 
após o juiz proferirá sentença (na própria audiência ou no prazo de 30 dias – art. 
366, CPC). 
8) Sentença 
De acordo com o art. 203, a sentença é o pronunciamento do juízo 
singular que, com fundamento no art. 485 ou no art.487 do CPC, põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum ou extingue a execução. O art. 485 trata das 
hipóteses em que o mérito não é resolvido; o art.487 trata das hipóteses em o 
mérito é (ou sobre os dois) resolvido. 
 CAUSAS DO EXTINTO PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
No Código de Processo Civil de 1973, determinadas causas, em razão 
do valor (art. 275,I, CPC/1973) ou da natureza da causa (matéria, art. 275, II, 
CPC/1973), aplicava-se o procedimento sumário, rito mais acelerado ao 
procedimento ordinário com a simplificação dos atos. 
Com a promulgação do Novo Código de Processo Civil, houve a extinção 
do procedimento sumário, aplicando-se o procedimento comum a todas as 
causas. 
Dessa forma, as causas dispostas no art. 275, II, CPC/1973, serão 
regulamentadas de acordo com o disposto no art. 106311, CPC. 
Assim nas causas em que qualquer seja o valor (art., 275, II, CPC/1973), 
a competência para dirimir os conflitos, continuará pertencente aos Juizados 
Especiais, conforme segue: 
a) arrendamento rural e de parceria agrícola – constituem o 
arrendamento rural e a parceria agrícola matéria regulada pela Lei nº 4.504, de 
30.11.1964 (Estatuto da terra), pela lei nº 4.947, de 06.04.1966 (reg. pelo 
Decreto nº 59.566, de 14.11.1966); 
b) cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao 
condomínio – condomínio em sentido amplo, tanto o condomínio regulado pelo 
CC/2002 como ao condomínio de prédios, chamado relativo, disciplinado pela 
Lei nº 4.591, de 16.12.1964; 
c) ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico – a 
expressão PRÉDIO URBANO OU RÚSTICO está em sentido amplo, 
compreendendo o solo, as construções, as plantações, as pertenças, as 
acessões; 
 
11 Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis previstos na Lei no 
9.099, de 26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e julgamento 
das causas previstas no art. 275, inciso II, da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973. 
d) ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via 
terrestre – estão excluídas as causas que envolvam veículo marítimo, ferroviário 
e aéreo; 
e) cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em 
acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução – Como 
aqui a lei não especifica o seguro, admite-se a cobrança de seguro de acidente 
envolvendo qualquer veículo; 
f) cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o 
disposto em legislação especial – o processo de cobrança de honorários de 
profissionais liberais segue o rito sumário, mas a lei ressalva o disposto em 
legislação especial – vide art. 24 da lei nº 8.906 de 04.07.1994 (Estatuto da 
Advocacia e a OAB) que concede aos advogados para cobrança de seus 
honorários AÇÃO EXECUTIVA, “ a decisão judicial que fixar ou arbitrar 
honorários e o contrato escrito que os estipule são títulos executivos”. 
 
 
3. PETIÇÃO INICIAL 
 FORMAÇÃO DO PROCESSO 
A petição inicial é a peça, o instrumento, que as partes dispõem para 
pedir que lhe seja prestada a tutela jurisdicional, é nela que a parte expõe os 
fatos e o direito em que se baseia para fazer o pedido. 
A data do protocolo da petição inicial é a data de início do processo, a 
partir de então, o processo se desenvolve, com a prática de novos atos 
(despacho da petição inicial, citação, resposta do réu, saneamento do processo, 
produção de provas, decisão, recursos, etc.), e o surgimento das relações 
jurídicas processuais. 
Importante: Examinar o direito material e o direito processual para saber qual o 
processo (segundo o código) e o procedimento a ser seguido, quais as partes 
que devem figurar nos polos ativo e passivo, a competência do Juízo, as provas 
e o pedido (a petição inicial determina o conteúdo da sentença). 
 PETIÇÃO INICIAL 
Dispõe o art. 5º, XXXV, da Constituição Federal que “lei não excluirá da 
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. 
Nas palavras de Didier, “A demanda é um ato jurídicoque requer forma 
especial. A petição inicial é a forma da demanda, o seu instrumento; a demanda 
é o conteúdo da petição inicial” (DIDIER, 2015, p. 302). 
O formalismo exigido na construção da petição inicial torna-se 
necessário na medida em que o juiz precisa conhecer de forma precisa todos os 
fatos para a delimitação concreta daquilo que irá julgar. 
A petição inicial está prevista no título do procedimento comum, art. 319 
CPC/2015, as regras desse procedimento serão aplicadas subsidiariamente aos 
procedimentos especiais, conforme estabelecido no art. 318 CPC/2015. 
Costuma-se dizer que a petição inicial é um projeto da sentença, 
contendo a pretensão que o demandante almeja na decisão final que acolher o 
seu pedido. 
 REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Os requisitos da petição inicial estão estabelecidos no art. 319 do Código 
de Processo Civil 2015, conforme segue: 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união 
estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o 
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade 
dos fatos alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de 
conciliação ou de mediação. 
 
A petição inicial, para sua consecução, deve preencher os requisitos do 
art.319 e dos demais artigos esparsos que tenham previsão correlata, e não 
preencher as situações previstas no art. 330 – indeferimento da petição 
inicial –, conforme será estudado. 
Costuma-se classificar os requisitos (elementos) da petição inicial em 
duas classes: na primeira, compreende os incisos II, III e IV, são os elementos 
identificadores da causa (quem, por que e o que se pede), e, na segunda, os 
demais elementos, que se relacionam aos pressupostos processuais de 
existência e desenvolvimento, como a jurisdição e a competência (inciso I), o 
valor da causa (inciso V), as provas (inciso VI) e a opção do autor pela audiência 
de conciliação ou mediação (inciso VII). 
São requisitos da petição inicial: 
3.3.1. Indicação do Juízo a que é dirigida a demanda (art.319, I, CPC/2015) 
O primeiro requisito previsto no art. 319, CPC/2015, e que constará no 
topo da primeira página da petição inicial, é o juízo a que esta será dirigida. 
É o endereçamento ao órgão judiciário que a apreciará. O autor terá que 
indicar o juízo perante o qual formula a sua pretensão, observando as regras 
sobre competência (art. 46 e ss CPC/2015). 
O endereçamento far-se-á no cabeçalho da petição inicial. Deverão ser 
observadas as designações corretas: Comarca – unidade territorial da Justiça 
dos Estados, Seção Judiciária da Justiça Federal; 
Juiz Federal qualifica o magistrado da Justiça Federal, e Juiz de Direito, 
o da Justiça Estadual. 
Exemplo: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA 
FAMÍLIA DA COMARCA DE BLUMENAU – SANTA CATARINA. 
3.3.2. Qualificação das partes (art. 319, II, CPC/2015) 
Parte, no sentido jurídico, é quem pede e contra quem se pede 
determinada providência jurisdicional, mais do que uma exigência formal, as 
partes determinam a legitimidade, requisito condicionante da ação (art.17, 
CPC/2015). 
Na petição inicial deverão constar, os nomes, prenomes, estado civil, a 
existência de união estável, profissão, número no cadastro de pessoas físicas 
(CPF) ou no cadastro nacional de pessoas jurídicas (CNPJ), o endereço 
eletrônico12, o domicílio e a residência do autor e do réu (art.319, II, CPC/2015). 
Este requisito se faz necessário para evitar o processamento de pessoas 
incertas ou homônimas, bem como verificar normas que têm por suporte fático 
algum desses qualificativos – litisconsórcio necessário de pessoas casadas, art. 
73, § 1º, CPC/2015; exigência de caução às custas para os autores estrangeiros 
ou nacionais não residentes no país, art.83 CPC/2015 –. 
A análise sobre a concessão dos benefícios da justiça gratuita (art. 98 e 
ss CPC/2015) pauta-se, muitas vezes, nos dados que qualificam o litigante, 
 
12 A indicação do endereço eletrônico suscita algumas questões: nem todos os litigantes têm 
endereço eletrônico; haverá real dificuldade do autor em saber o endereço eletrônico do réu; 
caso o autor omita essa informação, como o juiz saberá se ele tem ou não endereço eletrônico? 
como sua profissão ou a atividade desenvolvida, quando se trata de pessoa 
jurídica. 
A novidade trazida com o CPC/2015 é a necessidade do endereço 
eletrônico para facilitar a comunicação processual. O CPF e CNPJ já eram 
exigências previstas na Lei. 11.419/2006, art. 15, somente agora regulamentado 
dentro do Código de Processo Civil. 
Quando se trata de pessoa jurídica, é fundamental que a petição inicial 
venha acompanhada do estatuto social e da documentação que comprove a 
regularidade da representação – para averiguar quem outorgou a procuração ao 
advogado, em nome da pessoa jurídica, poderia fazê-lo. 
Se o autor for um nascituro, deverá ser identificado como “nascituro de 
fulana de tal” (nome da genitora), se menor de 18 (dezoito) anos deverá ser 
representado ou assistido. 
Sendo ignorado algum dos requisitos, deve o autor declinar esse fato na 
petição inicial. O não conhecimento de todas as informações respeitantes ao réu 
não gerará obrigatoriamente o pedido de emenda. 
Nos parágrafos do art. 319, CPC/2015, o legislador demonstrou sua 
preocupação com a dificuldade do autor em qualificar o réu. Nos termos do § 1º, 
o autor poderá requerer ao juiz diligências necessárias à obtenção das 
informações exigidas pela lei. No § 2º há previsão no sentido de não ser caso de 
indeferimento da petição inicial a ausência de dados do réu, desde que seja 
possível sua citação. O § 3º prevê que a petição inicial não será indeferida pelo 
não atendimento ao disposto no inciso II do art. 319, CPC/2015, se a obtenção 
de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à 
justiça13, e ainda o autor poderá contribuir com o juízo trazendo indicações para 
auxiliar o oficial de justiça na identificação do paradeiro do réu. 
É possível demandar face à pessoa incerta, quando se deve proceder a 
um esboço de identificação, bem como será requerida a citação editalícia (art. 
256, I, CPC/2015). 
 
13 O dispositivo é feito sob medida para hipótese de réus incertos, como nas ações possessórias 
movidas contra multidão de pessoas responsáveis pela agressão à posse. 
3.3.3. Causa de pedir: o fato e o fundamento jurídico do pedido (art. 319, III, 
CPC/2015). 
Além do pedido e dos sujeitos, deve a petição inicial conter a exposição 
dos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, que formam a denominada causa 
de pedir (art. 319, III, CPC/2015). 
Da mesma forma que o juiz precisa fundamentar as decisões judiciais 
por dever constitucional (art. 93, IX, CF), deverá o autor deduzir o fato e os 
fundamentos jurídicos do pedido em que se baseia sua pretensão, para que o 
magistrado possa decidir. 
A causa de pedir deve ser exposta de maneira clara e precisa, de modo 
a estabelecer uma relação lógica com o pedido, permitindo, de um lado, que o 
réu possa exercer o seu direito de defesa e, de outro lado, que o juiz possa 
identificar com exatidão a pretensão do autor e julgar adequadamente a lide. 
O sistema processual brasileiro adota como fundamento da causa de 
pedir a teoria

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