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Bruna França Pneumonias bacterianas Aplica a muitas infecções pulmonares, a maioria das quais causadas por bactérias. A pneumonia causada por Streptococcus pneumoniae é a mais (pneumonia típica.) As pneumonias causadas por outros microrganismos, os quais podem incluir fungos, protozoários, vírus e outras bactérias, sobretudo micoplasma, são chamadas de pneumonias atípicas. As pneumonias também são denominadas de acordo com a parte do trato respiratório inferior que elas afetam. Por exemplo, se os lobos do pulmão forem afetados, ela é denominada pneumonia lobar; pneumonias causadas por S. pneumoniae geralmente são desse tipo. A broncopneumonia indica que os alvéolos dos pulmões adjacentes aos brônquios estão infectados. Além da pleurisia. Pneumonia por Haemophilus influenzae Haemophilus influenzae é um cocobacilo gram-negativo. Pacientes em condições como alcoolismo, desnutrição, câncer ou diabetes são especialmente suscetíveis. Haemophylus influenzae é importante agente etiológico de pneumonias em crianças, podendo causar também meningite. Trata-se de bactéria Gram-negativa cuja patogenicidade é mediada por um prolongamento na sua superfície (pili), LOS, IGa protease, adesinas, sideróforos que favorece a aderência ao epitélio respiratório e pela secreção de enzimas que afetam os batimentos ciliares e inativam a IgA secretória. O agente compromete em geral indivíduos com bronquite crônica e/ou bronquiectasia e geralmente encontra-se associado a infecções virais que, por destruição do epitélio, favorecem a aderência de bactérias. Com isso, o microrganismo causa extensa pneumonia destrutiva (lobar ou broncopneumonia) que pode evoluir para bronquiolite obliterante. Como complicação podem se formar abscessos, cuja cicatrização extensa predispõe a bronquiectasia. Pneumonia por mycoplasma Os micoplasmas, que não possuem paredes celulares, não crescem sob as condições normalmente usadas na recuperação da maioria dos patógenos bacterianos. A bactéria Mycoplasma pneumoniae é o agente causador da pneumonia por micoplasma. É um tipo comum de pneumonia em jovens adultos e crianças. Os sintomas, que persistem por três semanas ou mais, incluem febre baixa, tosse e cefaleia. Outras designações para a doença são pneumonia atípica primária (i. e., a pneumonia mais comum não causada por pneumococos) e pneumonia ambulante. Quando isolados de amostras de garganta e de escarro crescem em um meio contendo soro equino e extrato de levedura, alguns formam colônias distintas com aspecto de “ovo frito” Legionelose A Legionella pneumophila é um bastonete aeróbio gram-negativo, capaz de se replicar dentro de macrófagos. Mais de 44 espécies de Legionella foram identificadas até o momento; nem todas causam doenças. Bruna França A doença é caracterizada por uma febre alta de 40,5°C, tosse e sintomas gerais de pneumonia. Não parece haver transmissão interpessoal, sendo facilmente isolada de fontes de água naturais e encontrados em águas das torres de resfriamento de ar-condicionado (transmissão aérea). O organismo também foi encontrado habitando os encanamentos de água de muitos hospitais. Essa bactéria é consideravelmente mais resistente ao cloro que a maioria das outras bactérias e pode sobreviver por longos períodos em água com baixo nível de cloração. Evidências indicam que a Legionella existe principalmente em biofilmes (ÁGUA), que são altamente protetores. As bactérias, com frequência, são ingeridas por amebas transmissíveis pela água, quando presentes, mas continuam a proliferar e podem até mesmo sobreviver dentro de amebas encistadas. O método mais bem-sucedido de desinfecção da água é a instalação de sistemas de ionização por cobre-prata. Homens com idade superior a 50 anos de idade são mais propensos a contrair legionelose, sobretudo fumantes pesados, alcoólatras ou pessoas cronicamente doentes. O patógeno também é responsável pela febre de Pontiac, seus sintomas incluem febre, dores musculares e geralmente tosse. A condição é leve e autolimitada. Apresenta-se sob as formas epidêmica, esporádica (comunidade) ou em imunossuprimidos. Em geral, o quadro pneumônico é precedido por febre, mal-estar, mialgias, insuficiência renal, diarreia e encefalopatia. Os pulmões são comprometidos sob a forma de pneumonia lobar ou de broncopneumonia. O quadro histológico assemelha-se ao da pneumonia pneumocócica (pneumonia fibrinopurulenta aguda). O exsudato contém neutrófilos e numerosos macrófagos presos em malhas de fibrina no interior de alvéolos e bronquíolos. O interstício mostra-se preservado, e abscessos são incomuns Psitacose (ornitose) O agente causador é Chlamydophila psittaci, uma bactéria gram-negativa, intracelular obrigatória. É uma forma de pneumonia que provoca febre, tosse, cefaleia e calafrios. Infecções subclínicas são muito comuns, e o estresse parece aumentar a suscetibilidade à doença. Desorientação ou mesmo delírio, em alguns casos, indicam que o sistema nervoso pode estar envolvido. A doença raramente é transmissível de um ser humano para outro, mas normalmente é disseminada pelo contato com fezes e outras secreções de aves. Um dos modos de transmissão mais comuns consiste na inalação de partículas secas de fezes Pneumonia por clamídia Transmitida pela Chlamydophila pneumonia. Clinicamente, ela é semelhante à pneumonia por micoplasma.. A doença aparentemente é transmissível de uma pessoa para outra, provavelmente pela via respiratória. Febre Q O agente causador é a Coxiella burnetii, bactéria parasito intracelular obrigatória, classificada como um membro das gamaproteobactérias. Junto com outras bactérias deste grupo (como as do gênero Franciscella e Legionella), ela tem a capacidade de se multiplicar intracelularmente. Bruna França Casos de febre Q aguda sintomáticos geralmente apresentam como sintomas febre alta, cefaleia, dores musculares e tosse. Uma sensação de indisposição pode persistir por meses. O coração também é envolvido em cerca de 2% dos pacientes agudos e é responsável pelas raras fatalidades. Em casos de febre Q crônica, a manifestação mais conhecida é a endocardite. A doença é disseminada para os seres humanos através da ingestão de leite não pasteurizado e pela inalação de aerossóis contendo micróbios, gerados em celeiros de gado leiteiro, principalmente durante o parto, a partir de material placentário. Melioidose O patógeno bacteriano, Burkholderia pseudomallei, é um bastonete gram-negativo Mais comumente, essa bactéria afeta pessoas com baixa capacidade imunológica – frequentemente diabéticos. Do ponto de vista clínico, a melioidose é mais comumente vista como uma pneumonia. Entretanto, a doença pode se manifestar como abscessos em vários tecidos do corpo, que se assemelham à fasceíte necrosante como sepse grave e até mesmo como encefalite. A transmissão ocorre principalmente por inalação, mas vias alternativas de infecção consistem na inoculação por meio de ferimentos por perfuração e na ingestão. Pneumonia pneumocócica A pneumonia pneumocócica se desenvolve quando o microrganismo se multiplica nos espaços alveolares. Após aspiração, os microrganismos crescem rapidamente no fluido nutricionalmente rico do edema. Eritrócitos extravasados dos capilares congestionados se acumulam nos alvéolos, seguidos pelos neutrófilos, e em sequência pelos macrófagos alveolares. A resolução da infecção ocorre com o surgimento de anticorpos anticapsulares específicos, facilitando a fagocitose e morte do microrganismo. As manifestações clínicas da pneumonia pneumocócica são o surgimento abrupto de calafrios com tremores intensos e febre persistente entre 39° a 41 °C. No período de um a três dias antes do aparecimento dos sintomas, o paciente frequentemente apresenta uma infecção viral do trato respiratório. A maioria dos pacientes apresenta tosse produtiva, com escarro sanguinolento, e dor torácica (pleurisia). Os pulmões têm um aspecto avermelhado, pois os vasos sanguíneos estão dilatados. Em resposta à infecção, os alvéolos enchem-se com algumas hemácias, neutrófilos e fluido dos tecidoscircundantes. O escarro frequentemente tem cor de ferrugem, devido ao sangue proveniente dos pulmões, vindo com a tosse. Os pneumococos podem invadir a corrente sanguínea, a cavidade pleural que circunda o pulmão e, ocasionalmente, as meninges. Nenhuma toxina bacteriana foi relacionada claramente à patogenicidade. O Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é parte da microbiota normal de cerca de 20% dos indivíduos adultos e responsável por 90% dos casos de pneumonia lobar, comprometendo usualmente indivíduos entre 30 e 50 anos. Antes do advento dos antibióticos, era a causa mais comum de morte por pneumonia. O pneumococo, bactéria Gram-positiva que se dispõe aos pares, é discretamente achatada nas extremidades e não produz toxinas. A patogênese envolve multiplicação bacteriana, que induz resposta exsudativa neutrofílica. A complicação mais comum é dano alveolar difuso. Bruna França Morfologicamente, a pneumonia pneumocócica é do tipo lobar ou broncopneumonia, preservando caracteristicamente a histoarquitetura pulmonar na fase aguda. Vacina contra o S. pneumoniae é utilizada apenas em indivíduos com condições predisponentes a infecções por microrganismos Gram-positivos. Pneumonia por Klebsiella Klebsiella pneumonie é a principal bactéria Gram-negativa causadora de pneumonia. O microrganismo é causa comum de pneumonia em alcoólatras (40 a 60 anos), usualmente com higiene oral precária. Neles, aspiração de secreções contendo microrganismos para os pulmões é potencializada pela inibição da fagocitose pulmonar causada pelo álcool. Na forma aguda, a característica principal é a distribuição lobar das lesões, com envolvimento de mais de um lobo, resultando em pulmão consolidado e com aparência mucoide. São comuns pleurite fibrinosa e necrose extensa (em contraste com a pneumonia pneumocócica), esta proporcional à duração da doença. Nas áreas de necrose, formam-se abscessos, muito comuns nesse tipo de pneumonia. Histologicamente, encontra-se exsudato intralveolar difuso com grande número de neutrófilos e macrófagos, estes com aparência xantomizada característica pela presença de numerosos bacilos Gram-negativos. A forma crônica caracteriza-se por fibrose extensa e múltiplos abscessos contendo bacilos viáveis, que muitas vezes evoluem para bronquiectasia. Pneumonia estafilocócica. A característica principal da pneumonia estafilocócica (Staphylococcus aureus) são focos de hemorragia parenquimatosa e abscessos. Uma das complicações é a invasão da pleura, causando empiema. Em geral, a pneumonia é precedida por quadro viral agudo ou subagudo tipo influenza ou por septicemia secundária a infecção extrapulmonar. O quadro clínico pode ser frustro ou com início abrupto de tosse, dor pleural, hemoptise e febre. Pneumonia por pseudômonas. É mais frequente em pacientes com doenças pulmonares crônicas (forma bacteriêmica), com queimaduras, em imunossuprimidos ou com neoplasias malignas hematológicas (forma abacteriêmica). O lobo inferior é o mais acometido. Trata-se de broncopneumonia hemorrágica multifocal que poupa os ápices pulmonares e se associa a derrame pleural serossanguinolento, áreas de necrose e abscessos. Histologicamente, encontra-se exsudato de polimorfonucleares associado a múltiplas áreas de hemorragia. O quadro característico é inflamação aguda com necrose fibrinoide da parede de pequenas artérias e veias. No interior dos vasos, são identificados numerosos bacilos Gram-negativos.
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