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Optativa Libras Natalia Tiemi Ohe Medicina - UAM É o 2° idioma oficial do Brasil Reconhecida como língua pela Lei 10.436 de 24 de abril de 2002 Regulamentada pelo decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005 Decreto Nº 9.465, de 2 de janeiro de 2019 Origem na língua de sinais francesa A disciplina de Libras é obrigatória no currículo de alguns cursos de graduação: Licenciatura, fonoaudiologia, pedagogia Unidade 1 Vamos conhecer um pouco sobre Libras? Surdo X Deficiente auditivo Língua X Linguagem A pessoa surda não ouve nenhum som e tem dificuldade de se comunicar na língua falada O deficiente auditivo tem um rebaixamento na audição, percebendo alguns sons O deficiente auditivo aprende a comunicar-se oralmente Língua é um grupo organizado de sons e gestos para se comunicar com estrutura e regras próprias Linguagem é toda forma de comunicação. Pode ser corporal, visual, oral etc. Quais são os mitos em Libras? Todo surdo é mudo? É uma língua universal? Antes não havia estímulo para que falassem Existem terapias para estimular a fala Surdos oralizados Ser mudo não tem conexão direta com a surdez Aspectos geográficos e culturais são fatores que determinam as características de uma língua Em torno de 138 línguas de sinais diferentes Além de Libras, o Brasil tem outra língua de sinais no Maranhão por um povo indígena Quais são os mitos em Libras? Todo surdo é nervoso ou agitado? Todos os surdos fazem leitura labial? Nas décadas de 1970 e 1980, a aprendizagem era de controle e disciplinamento As crianças surdas eram impedidas de realizar a comunicação gestual e foram obrigadas a desenvolver a fala e fazer leitura labial Nem todos os surdos sabem fazer leitura labial, pois há muitos fatores envolvidos na prática: Semelhança na articulação de letras; Conhecimento de palavras; Articulação, proximidade e perspectiva do locutor Não é uma capacidade inata Intensificam as expressões faciais para melhor comunicação Parâmetros em Libras Configuração de mão Ponto de articulação Expressões não manuais Orientação São as expressões faciais e corporais, movimentos do corpo, face, da cabeça realizados durante a reprodução do sinal São as formas diferentes que a mão fica para reproduzir cada sinal Local do corpo (Cabeça, mãos, braços, tronco) ou no espaço neutro onde é feito o sinal Movimento Movimento realizado durante a reprodução do sinal Podem ser classificadas em: Tipo, direcionalidade, maneira e frequência É a direção para qual a palma da mão aponta quando produzimos o sinal 6 tipos : para frente, para o corpo, para baixo, para cima, para esquerda e para direita Aspectos gramaticais das Libras I Iconicidade: Tenta imitar o referencial/real em suas características visuais Iconicidade x Arbitrariedade Arbitrariedade: Não possuem semelhança ou forma com o dado da realidade que representa A estrutura da Libras apresenta uma forma gramatical diferente da gramática da língua portuguesa Artigos, preposições, conjunções não são usadas em Libras Presença de polissemia Existem variações de sinais conforme região/estado Os classificadores servem para mencionar a que classe gramatical as palavras pertencem Descrevendo formas, maneira de ação verbal, entre outros Permitem tornar mais claro e compreensível o significado do que se quer enunciar Tipos de classificadores: Descritivo, especificador, de plural, instrumental, corpo, locativo, semântico, parte do corpo, elemento, nome e número Aspectos gramaticais das Libras II Classificadores Intensificadores Os intensificadores são elementos que servem para dar ênfase a ações, no caso de verbos e adjetivos As pessoas surdas usam muito em conjunto com as expressões não manuais para argumentar ou tornar elementos de um discurso explícito Você conhece a história dos surdos? Unidade 2 Os surdos eram considerados como criaturas privilegiados, enviadas pelos deuses Egito Os surdos não eram considerados humanos e não tinham direito a vida A surdez era considerada uma maldição dos deuses Grécia e Roma antiga O sentido mais importante para desenvolver o pensamento era a audição Aristóteles A concepção de que os surdos eram incapazes e limitados ainda prevalecia Surdos eram proibidos de se casarem para não gerar outros imperfeitos Privados da educação Não frequentavam os mesmos lugares dos ouvintes Não tinham direito ao testamento A igreja realizou uma tentativa de doutrinar os surdos com o foco na oralização Idade Média Médico e filósofo Concluiu que a surdez não prejudicava a aprendizagem, uma vez que os surdos poderiam escrever e assim expressar seus sentimentos A surdez não era um impedimento para a razão Ele utilizava a língua de sinais e escrita com os surdos Girolamo Cardano Primeiro educador de surdos Começou a ensinar os surdos de famílias ricas - Francisco e Pedro de Velasco Só os surdos que conseguiam falar tinham direito à herança A metodologia era baseada na escrita e na oralização dos surdos Criação da primeira escola para surdos Monge Pedro Ponce de Leon Pai dos surdos Sinais metódicos: Língua de sinais + Gramática francesa sinalizada Fundou o Instituto para Jovens Surdos e Mudos de Paris Charles L´Epée Seu objetivo era ensinar os surdos a falar e a ler, por meio do alfabeto manual Publicou o primeiro livro sobre educação de surdos em 1620 Proibia o uso da língua gestual Juan Pablo Bonet Encontrados as mais importantes referências sobre a educação dos surdos Espanha - Meados do século XVIII A educação dos surdos aconteceu com maior dificuldade do que na Europa Acesso a metodologia era negado Estados Unidos Em conjunto com Laurent Clerc fundou a primeira escola permanente para surdos nos Estados Unidos Asilo de Connecticut para Educação e Ensino de pessoas Surdas e Mudas Thomas Hopkins Gallaudet 1870-1890: Publicou vários artigos criticando casamentos entre pessoas surdas, a cultura surda e as escolas residenciais para surdos alegando que são fatores de isolamento para os surdos Ele era contra a língua de sinais argumentando que a mesma não propiciavam o desenvolvimento intelectual dos surdos Alexander Graham Bell Segundo Congresso Internacional de Educação dos Surdos Abolição oficial da língua de sinais na educação dos surdos Método oral era considerado o mais adequado Afastamento e exclusão de professores surdos Congresso de Milão - 1880 A educação dos surdos teve início durante o 2° Império Com a fundação do Instituto Imperial de Surdos-mudos em 1957 (Hoje chamado de Instituto Nacional de Educação dos Surdos - INES) no Rio de Janeiro Os surdos que se formavam no INES regressavam para suas regiões e assim a língua de sinais foi disseminada por todo o país INES promoveu um programa de formação de professores surdos E como foi no Brasil? Língua de sinais brasileira e americana A língua de sinais brasileira e americana são línguas irmãs Ambas foram influenciadas pela língua de sinais francesa e os sinais metódicos Proíbe oficialmente a língua de sinais em sala de aula Mesmo com a proibição os alunos surdos continuaram usar a língua de sinais nos corredores e nos pátios da escola Ana Rímoli de Faria Daoria - 1957 Proposta curricular para deficientes auditivos Definiu o oralismo como método a ser usado no Brasil A língua de sinais era chamada de linguagem mímica e considerada problemática, simplificada, com erros gramaticais 1979 Em São Paulo Inicialmente, só atendia meninas surdas em regime de internato Instituto Santa Teresinha - 1929 Indicar a adoção da comunicação total Conferência Internacional da Surdez - 1981 Primórdios do Movimento Surdo O Rio de Janeiro é considerado o berço da cultura surda e da língua de sinais Estudos liderados por Lucinda Ferreira Brito (Primeira linguista a se dedicar ao estudo da língua brasileira de sinais) Universidade Federal do Rio de Janeiro Fundação da primeira entidade representativa da comunidadesurda Federação Nacional de Educação e Integração da Comunidade Surda - 1987 Primeira marcha dos surdos Reivindicavam os direitos de reconhecimento de sua língua Direito a educação Direito de interpretes nos espaços públicos Surdos venceremos - Setembro de 1994 Reconhece a Libras como língua Direito à educação bilíngue Regulamentou a Lei N°10.436 Acessibilidade de informação e difusão da língua de sinais Formação de professores de Libras Formação de interpretes de Libras Implementação na grade obrigatória de cursos de licenciatura e fonoaudiologia Realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina Modalidade à distância Primeira vez que um grande número de surdos tiveram acesso ao ensino superior público do país Criação do curso de letras e libras - 2006 Lei N° 10.436, 24 de abril de 2002 Decreto n° 5.626, 22 de dezembro de 2005 Filosofias educacionais para surdos: Oralismo Inclusão do indivíduo surdo na comunidade majoritariamente ouvinte Oferecendo situações para desenvolver a língua oral Fazer uma reabilitação da criança surda em direção a normalidade Fundamento do oralismo Para o oralismo, o surdo é um portador de uma patologia e era considerado anormal, limitado que deveria ser tratado e curado A surdez era um déficit que deve ser minimizado pela estimulação auditiva E isso levaria a criança surda a integrar-se na comunidade ouvinte e desenvolver uma personalidade como de um ouvinte normal Aprendizagem oral O procedimento para a aprendizagem oral para os surdos é difícil Os métodos são longos Duração de 8 a 12 anos, dependendo de diversos elementos Requer terapia com a fonoaudiologia para promover a estimulação sistematizada da língua oral Quanto mais cedo iniciar a o procedimento, melhor será a recuperação Unidade 3 Comunicação total Métodos de ensino parra alunos surdos Defende a utilização de qualquer recurso linguístico, seja a língua de sinais, a linguagem oral ou códigos manuais, para propiciar a comunicação com as pessoas com surdez Tem como principal preocupação a comunicação entre surdos e ouvintes Acredita que os aspectos cognitivos, emocionais e sociais não devem ser deixados de lado só por causa da aprendizagem da língua oral Português sinalizado: Língua artificial para ensinar os surdos a gramática Criticada pois a sinalização de todas as palavras que pronunciavam dificultava na compreensão por parte dos surdos Bimodalismo Utilizar a língua de sinais simultaneamente com a língua portuguesa, com o intuito de facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes Risco: Concentração do ouvinte na fala, esquecendo-se dos sinais em relação aos surdos Não era eficiente para o ensino do português, pois as crianças surdas continuavam com a defasagem tanto na leitura quanto na escrita Bilinguismo Uma das filosofias educacionais mais recentes que acredita que a língua de sinais deve ser a 1ª língua da criança surda A língua portuguesa é ensinada como 2ª língua, na modalidade escrita e, quando possível, na modalidade oral Considera a língua de sinais como natural Legislação da Libras Estudos comprovando que a língua de sinais atendia a todos os critérios linguísticos de uma língua legítima e genuína Willian Stokoe - Década de 1960 Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Constituição de 1988 Apoio a diferentes pessoas Respeito a educação Exige a inclusão no sistema educacional, educação especial onde abrange todos os níveis educacionais Lei Nº 7.853, 24 de outubro de 1989 Princípios e políticas sobre a educação especial Atribuir os direitos a educação visando a importância da língua de sinais como meio de comunicação entre as pessoas surdas Declaração de Salamanca - 1994 Definiu a diretriz para a educação especial, onde deve se assegurar sua inclusão ao ensino de acordo com as necessidades especiais Lei Nº 9.394, 20 de dezembro de 1996 Regulamenta a Lei Nº 7.853, de 24 de outubro de 1989 Dado aos portadores de deficiência sua integração social e estabelecendo normais gerais dos direitos individuais e sociais da pessoa Definiu os diversos níveis de surdez Decreto Nº 3.298, 20 de dezembro de 1999 Lei N° 10.436, 24 de abril de 2002 Reconhece a Libras como meio legal de comunicação das pessoas surdas Decreto N° 5.626, 22 de dezembro de 2005 Define o ensino dos surdos na língua de sinais em escolas ou salas próprias para os surdos Reconhece a profissão de tradutor e intérprete da Libras Lei Nº 12.319, 1 de setembro de 2010 Implantação de metas como compromisso de todos para a educação Lei Nº 6.094, 24 de abril de 2007 Visões sobre a surdez Idade Fatores genéticos Meningite Otite Rubéola Sífilis Drogas Acidentes (Cotonetes, tomadas, quedas) Causas desconhecidas (frustração) Classificação da surdez de acordo com a aquisição da fala Antes da aquisição da fala Durante o período da fala Após a aquisição da fala Surdez pré-linguística Surdez peri-linguística Surdez pós-linguística Causas de surdez A criança não está totalmente alfabetizada se ela apenas transcreve o alfabeto manual na escrita A utilização da língua de sinais ajudará no processo de aprendizagem e compreensão do aluno surdo Adaptação da escola para receber o aluno com surdez A criança deve aprender a memorizar as palavras escritas Planejamento dos professores Uso de imagens Utilização de diversas metodologias, pesquisa, visitas, oficinas Textos devem ser adequados com sinais de libras A alfabetização de uma criança surda passa pelos mesmos processos de uma criança ouvinte Mas, pelo fato de não ter oralização não consegue relacionar as palavras aos fonemas, com isso esse processo ocorre através dos sinais onde o significado das palavras estão nos sinais propostos Quanto mais cedo uma criança surda for exposta a língua de sinais, mais habilidade ela terá na segunda língua na modalidade escrita Alfabetização dos surdos Para a alfabetização acontecer Unidade 4 Educação dos surdos no Brasil O processo educacional inclusivo é visto como uma ação política, cultural, social, pedagógica desencadeada em defesa do direito de todos os alunos a estarem presentes na sala de aula e sem discriminação A educação bilíngue para os surdos considera inicialmente o desenvolvimento da 1ª língua nas relações sociais preferencialmente com surdos adultos, participantes do processo educacional ou adultos bilíngues com certificação de fluência em línguas de sinais A partir disso, o ensino e a aprendizagem escolar na língua portuguesa (2ª língua) na modalidade escrita pode ser iniciada Ensino da língua portuguesa Até a década de 1980, o ensino da língua portuguesa era de acordo com a abordagem oralista Uso do método analítico: Por meio de repetição e estruturas frasais É fundamental o papel do intérprete para o aluno surdo usuário de libras, fazendo a inserção e interação social no ambiente escolar Viabilizar a comunicação entre os alunos surdos e ouvintes Imparcialidade Interpretação neutra, sem dar opiniões pessoais Distância profissional Sigilo Discrição Fidelidade Legislação vigente Intérprete de língua de sinais Preceitos éticos Pela Lei Nº 12.319, o trabalho do tradutor e intérprete de Libras foi regulamentado É uma área do conhecimento que acompanha os avanços tecnológicos e sociais Para favorecer a aprendizagem de um aluno surdo não baste aprender e apresentar o conteúdo em Libras É preciso explicar os conteúdos da sala utilizando toda a potencialidade visual que a língua tem Pedagogia visual Cultura surda A cultura é o conjunto de hábitos sociais e religiosos de uma comunidade Não está relacionada apenas com etnia, nação ou nacionalidade Lugar de direito coletivo para a determinação própria de um grupo Para os surdos, ter uma cultura é viver em igualdade deter um estilo de vida diferentes em alguns aspectos Não esqueça de ler as apostilas de cada módulo para complementar os estudos
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