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História_8ano_Módulo14

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parece ter sido a manifestação precoce de um processo, que irá se repetir em outros momentos decisivos 
de nossa história, em que as instituições políticas são flexionadas até o seu limite, mas são capazes de se 
adaptar de modo a preservar as estruturas tradicionais de poder. 
PANDOLFI, Fernanda Cláudia. A abdicação de D. Pedro I: espaço público da política e opinião pública no final do Primeiro Reinado.
Doutorado em História pela Universidade Estadual Paulista. Assis: Unesp, 2007.
A maioria das avaliações sobre o Primeiro Reinado e o episódio da abdicação de dom Pedro I em 1831 
destacam o que permaneceu: elite no poder, escravidão, exclusão social, restrição dos direitos políticos 
e latifúndio. Aliás, é comum na historiografia brasileira, e também no senso comum, a interpretação de 
que toda a história do Brasil foi – e ainda é – um processo com mudanças insignificantes (ou inexistentes), 
como se nosso país estivesse condenado ao fracasso, ao subdesenvolvimento, ao atraso. Conforme essa 
concepção, o Brasil estaria sempre com muitas potencialidades, mas atrás de outros países. Daí vem a frase 
tão repetida: “O Brasil é o país do futuro”. Mas nunca o país do presente? Pensar que o Brasil não é capaz 
de se realizar no presente porque não está preparado ou porque sempre falta alguma coisa pode ser um 
empecilho para a transformação. Dizer que tudo no Brasil sempre foi igual é negar o processo histórico. No 
entanto, a autora do texto, ao analisar o significado da abdicação de dom Pedro I, optou por outro caminho.
● Identifique qual foi o caminho que a autora escolheu para interpretar historicamente esse período 
da história do Brasil. 
Diferentemente das 
interpretações que 
negligenciam as 
mudanças, a autora 
do texto enfatiza 
exatamente fatores 
novos, mas não como 
rupturas repentinas, 
e sim como um 
processo gradual 
de transformação. 
Para Pandolfi, a 
abdicação de dom 
Pedro I representou 
o resultado de 
um processo de 
consolidação do 
Estado do Brasil 
como instituição. 
Além disso, a 
atuação de setores 
descontentes da 
elite e da classe 
média, até mesmo 
de setores populares 
e da imprensa, 
marcou a definição 
e a extensão de 
um espaço público 
da política que não 
existia anteriormente. 
Com base nisso, 
é possível dizer 
que houve certo 
aprendizado da 
cidadania política, 
mesmo com 
limitações.
Neste módulo, você estudou o desfecho do processo de independência do Brasil, dentro do quadro 
geral da crise do Antigo Sistema Colonial e como desdobramento dos acontecimentos em Portugal, anali-
sando as forças políticas envolvidas, os conflitos de interesses e os desafios enfrentados para a consolidação 
do recém-formado Estado brasileiro. Foi o início do processo de construção do Estado brasileiro, período 
de grande instabilidade, mas fundamental para a organização das relações de poder e o funcionamento 
das novas instituições. Apesar dos debates em torno das práticas de cidadania a serem estabelecidas, as 
profundas desigualdades sociais e do sistema escravista se mantiveram.
Procurou-se demonstrar os principais fatores que contribuíram para o desgaste da figura de dom Pedro 
I e o aprofundamento da crise de seu governo, que resultou em sua abdicação e no início de uma nova 
fase do Império brasileiro, conhecido como período regencial. 
PARA CONCLUIR
PRATICANDO O APRENDIZADO
1 Por que dom Pedro I dissolveu a Assembleia Nacional 
Constituinte e anulou o projeto constitucional de 1823?
Porque o esboço de Constituição elaborado pela Assembleia Nacional 
Constituinte pretendia limitar os poderes do imperador. 
2 O que foi o Poder Moderador? 
O Poder Moderador era de uso exclusivo do imperador e resultou na 
concentração de poderes em suas mãos, contrariando as tendências 
liberais do período. 
3 Por que se pode afirmar que no Primeiro Reinado as 
práticas de cidadania política eram limitadas?
Porque o voto só era garantido a homens livres com renda mínima 
anual, de acordo com determinados critérios. Assim, muitos setores 
ficaram excluídos de qualquer forma de participação política. 
4 Por que a crise sucessória portuguesa incomodou os 
brasileiros?
O envolvimento de dom Pedro I na questão sucessória portuguesa 
fez com que os brasileiros desconfiassem de intenções 
reunificadoras que eram repudiadas no país. Portugal era um país 
economicamente enfraquecido e os brasileiros temiam voltar a 
sustentá-lo como nos tempos coloniais.
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APLICANDO O CONHECIMENTO
1 Leia o trecho abaixo e responda:
A independência brasileira tornava-se, aos poucos, uma rea-
lidade sem direito a retorno; isso apesar da estranheza que con-
tinuava pairando em relação à saída imperial. A solução monár-
quica mais parecia uma contradição em seus próprios termos [...].
SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 223.
 A saída imperial era “estranha” para o contexto das 
Américas no século XIX. Por quê?
Na América independente do século XIX, era difícil imaginar um 
processo que não culminasse em um regime republicano. A 
monarquia brasileira só não foi única no continente porque no 
México houve uma breve experiência monarquista, mas logo foi 
adotada a República como regime político. Todos os outros países 
recém-formados tornaram-se repúblicas.
Leia o trecho para responder às atividades 2 e 3.
Art. 5. A Religião Católica Apostólica Romana continuará a 
ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão per-
mitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para 
isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo.
CONSTITUIÇÃO Política do Império do Brazil. Portal do Planalto. 
Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. 
Acesso em: 11 nov. 2019.
2 Com base nesse trecho da Carta de 1824, analise os 
limites do liberalismo no Império do Brasil.
De acordo com as ideias liberais, a Constituição de 1824 pregava a 
liberdade de culto religioso no Brasil. No entanto, mantinha a noção 
de privilégio da Igreja católica sobre qualquer outra crença existente 
no país recém-formado. O direito de liberdade religiosa era limitado, 
pois se restringia ao espaço privado, ou seja, as manifestações 
religiosas não ligadas à Igreja católica em espaços públicos eram 
proibidas.
3 Explique o tipo de função civil da Igreja católica durante 
o período imperial.
Por s er a religião oficial do Império, a Igreja católica regrava a vida da 
sociedade, controlando os registros civis, como os de nascimento, de 
casamento e de óbito. Nesse período, o Estado não fornecia esses 
serviços, que ficavam a cargo da Igreja.
5 Identifique dois eventos que denunciam o autoritarismo 
de dom Pedro I.
É possível citar a imposição da Constituição de 1824, a repressão 
violenta sobre a Confederação do Equador ou ainda a tentativa de 
impedir a independência da província Cisplatina.
6 Quais foram as consequências da abdicação de dom 
Pedro I para o cenário político do Brasil?
Diante do fato de o herdeiro do trono ser menor de idade, o Brasil 
adentrou em um período de governos regenciais marcado pela 
disputa entre a centralização e a descentralização. O resultado foi um 
ambiente de instabilidade política. 
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4 A despedida de dom João VI e dom Pedro I denuncia 
uma proximidade política que se manteve presente du-
rante os últimos anos de vida do imperador português:
Dom João VI e seu filho dom Pedro I. 
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Em que medida essa proximidade contribuiu para a 
crise do Primeiro Reinado brasileiro?
A proximidade política com dom João VI, comprovada nas 
correspondências trocadasaté 1825, atestam um projeto de poder 
familiar que pretendia assegurar o controle daqueles dois países 
atlânticos à mesma família. No entanto, isso gerava desconfianças
no Brasil, onde havia até mesmo quem acusasse dom Pedro I de
ter intenções recolonizadoras sobre o país, ainda mais após a morte
de seu pai em Portugal.
5 “Morre um liberal, mas não morre a liberdade”. Atri-
bui-se essa frase a Líbero Badaró, médico e jornalista, 
que dirigia o jornal O Observador Constitucional, em São 
Paulo, e foi morto em 1830. Explique como a frase a ele 
atribuída, tendo sido dita antes de sua morte, esclarece 
sua contraposição ao Primeiro Reinado.
A conduta liberal de Líbero Badaró representava uma postura de 
oposição direta ao autoritarismo absolutista de dom Pedro I. 
6 Leia o trecho e responda.
Não há revoluções sem sangue, dizem aqueles que 
parecem tão ávidos dele, e outros que por fanatismo, ou 
hábito, repetem as suas ideias. Sim, estamos de acordo, 
não há revoluções sem o derramamento de sangue, quan-
do um partido armado resiste a elas, quando se há mister 
vencer pela força essa resistência. Então o combate é 
infalível e correu o sangue dos que pelejam debaixo de 
bandeiras contrárias. Mas o derramamento de sangue é 
sempre o maior mal que pode acompanhar uma revo-
lução, só a necessidade imperiosa o desculpa. Na que 
efetuamos não foi necessário tingir as armas, nenhum 
inimigo se nos opôs, o chefe da facção detestada abdicou 
e fugiu; os outros fecharam-se em suas casas reconhecen-
do seus erros ou sua fraqueza. Para que é, pois o sangue? 
O caráter brasileiro é naturalmente doce e generoso. Para 
que são atos de ferocidade inúteis, perpetrados contra 
homens inermes, contra pais de família, mesmo contra 
bons patriotas?
AURORA Fluminense, n. 478, 29 abr. 1831 apud FERNANDES, Gabriela da Silva Ramos. 
7 de abril: usos políticos e representações na Regência (1831-1840). 
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de História, Universidade 
Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora (MG), 2013.
A que episódio o redator do jornal está se referindo? 
Como ele caracterizou o fato descrito?
O redator do jornal está se referindo à abdicação de dom Pedro I, 
caracterizada como uma revolução pacífica, sem derramamento de 
sangue, devido ao caráter doce e generoso do povo brasileiro.
 
 
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DESENVOLVENDO HABILIDADES Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das 
alternativas sinalizadas com asterisco.
1 Já havia algum tempo, desde 1808, que a Inglaterra 
pressionava pelo fim do tráfico de escravizados. No en-
tanto, a elite brasileira tentou resistir o quanto pôde. 
Sobre essa questão, marque a alternativa incorreta.
a) A Constituição de 1824 silenciava-se quando o assun-
to era escravidão.
b) O tratado estabelecido entre 1826 e 1827 com a 
Inglaterra considerava piratas os navios de comércio 
de escravizados.
c) A Constituinte de 1823 inseriu no projeto constitu-
cional a decisão pela emancipação dos escravizados 
de forma lenta.
d) A Constituição outorgada determinou o fim do tráfico 
de escravizados vindos do continente africano.
e) Mesmo com tantos tratados e acordos com a 
Inglaterra pelo fim do comércio de escravizados, a 
impunidade dos traficantes era enorme.
2 Ao comparar a Constituição de 1824 com a Constituição 
brasileira vigente desde 1988, é possível constatar que:
a) o direito político de votar na primeira era estabelecido 
por renda, enquanto na segunda é universal.
b) na Constituição Cidadã, a religião católica é conside-
rada oficial, característica inspirada na Carta de 1824.
c) Assim como na Constituição de 1988, o direito étnico 
de ser diferente, presente na Constituição de 1824, fa-
cilitou o reconhecimento dos indígenas por parte do 
Estado.
d) Apesar de não ter sido concretizada, a abolição da 
escravidão foi tema intensamente debatido em am-
bas as Assembleias Constituintes que deram origem 
às duas Constituições.
e) As duas Constituições estabeleceram o regime político 
hereditário, mas representativo.
3 Após a independência em 1822, o regime instituído na ex-
-colônia portuguesa na América foi uma monarquia cons-
titucional inspirada nas ideias liberais, porém mantendo 
algumas características da realeza absolutista. O artigo da 
Constituição de 1824 que mais representa essa prática 
política do Primeiro Reinado é aquele que descreve: 
a) as regras de funcionamento da república constitucional.
b) o caráter divino da monarquia absolutista.
c) a divisão dos três poderes da monarquia constitucional.
d) a liberdade de decisão dos estados da república 
federalista.
e) as atribuições do Poder Moderador.
4 Sobre a Confederação do Equador, assinale a alter-
nativa correta.
a) Pretendia romper com o controle político de Portugal.
b) A revolta possuía caráter emancipacionista.
c) Pregava a centralização política na região Nordeste.
d) Reivindicava a implantação de uma república ditatorial.
e) Foi influenciada pelas ideias absolutistas de Jean Bodin.
5 Leia o trecho a seguir. 
A Noite das Garrafadas se transforma em assunto de 
Estado quando cerca de vinte deputados enviam a dom 
Pedro I uma moção redigida pelo jornalista moderado 
Evaristo da Veiga. Nesse texto, publicado nos jornais da 
capital, os signatários denunciam o caráter sedicioso dos 
portugueses que usam o nome de Sua Majestade Imperial 
para insultar e martirizar os brasileiros em seu próprio 
país. Nas ruas, multiplicam-se os chapéus de palha e outros 
símbolos nacionais, enquanto prosseguem os incidentes.
ENDERS, Armelle. A História do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Gryphus, 2009, p. 124.
Com base na leitura do trecho, podemos identificar que 
o autor se refere ao quadro conjuntural:
a) que antecede a independência do Brasil, caracteri-
zada pelo ambiente de rebeldias populares.
b) que assinala o começo do período republicano, ini-
ciado logo após a queda de dom Pedro I.
c) que mostra o projeto recolonizador imperial, reco-
nhecido pelos símbolos nacionais em uso.
d) que assinala a crise do Primeiro Reinado, marcada 
pelo isolamento crescente do imperador.
e) que inaugura o auge de dom Pedro I no poder, ca-
racterizado pelo amplo apoio no Congresso.
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