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�tnes�!! UCIII-SP3 1. Caracterizar aminoácidos e proteínas (tipos e funções) AMINOÁCIDOS Aminoácidos são moléculas orgânicas que possuem um átomo de carbono ao qual se ligam um grupo carboxila, um grupo amino, um hidrogênio e um grupo variável, chamados de α-aminoácidos. Existem 20 aminoácidos considerados como padrões e que são os responsáveis por formar todas as proteínas existentes. A grande quantidade de proteínas resulta da combinação dos aminoácidos de diferentes maneiras. Eles diferem uns dos outros quanto à cadeia lateral, ou grupos R, que varia em estrutura, tamanho e carga elétrica e afeta a solubilidade dos aminoácidos em água. PRINCIPAIS PROPRIEDADES: ● São sólidos em temperatura ambiente (pó); sabor adocicado; inodoros; ● Solúveis em água (solvente polar) e pouco solúveis em solventes orgânicos (solvente apolar); ● Em solução apresentam comportamento anfótero (duplo): doadores de prótons (ácidos) ou recebedores de prótons (base). IONIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS: ● Substâncias anfóteras: possuem natureza dual; ● Podem funcionar assim como ácidos ou bases; ● Doam ou recebem prótons. Duas moléculas de aminoácidos podem ser ligadas por ligação covalente por meio de uma ligação amida substituída, denominada ligação peptídica, produzindo, assim, um dipeptídeo. Essa ligação é formada pela remoção de elementos de água (desidratação) do grupo α-carboxila de um aminoácido e do grupo α-amino do outro. Quando o número de aminoácidos que se ligam dessa maneira é pequeno, a estrutura é chamada de oligopeptídeo. Quando o número de aminoácidos que se ligam for maior, o produto é chamado de polipeptídeo. As moléculas chamadas de polipeptídeos têm massas moleculares abaixo de 10.000, e as chamadas de proteínas têm massas moleculares mais elevadas. Os aminoácidos são agrupados, geralmente, de acordo com as características de suas cadeias laterais. De acordo com essas características, podemos dividi-los em: Aminoácidos com cadeias laterais apolares( o grupo “R” é uma cadeia lateral apolar, ou seja, são hidrofóbicos. É o caso da alanina, leucina, valina, cisteína, glicina, prolina, isoleucina, metionanina, triptofano e fenilalanina); Aminoácidos com cadeias laterais polares(o grupo “R” é uma cadeia lateral polar sem carga elétrica, ou seja, neutra. São hidrofílicos e geralmente contêm hidroxilias, sulfidrilas e aminas. São os: Glicina, Serina, Treonina, Cisteína, Tirosina, Asparagina e Glutamina); Aminoácidos ácidos (aminoácidos que possuem cadeias laterais com carga negativa devido à presença de grupos carboxila, ex ácido glutâmico e ácido aspártico); Aminoácidos básicos (aminoácidos que possuem o grupo amino nas cadeias laterais ex Histidina, lisina e arginina). Os aminoácidos chamados essenciais são aqueles que devem ser obtidos por meio da alimentação, devido ao fato de que o organismo não é capaz de sintetizá-los. São considerados aminoácidos essenciais: isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Aminoácidos naturais ou não essenciais: São os aminoácidos produzidos pelo próprio organismo, sendo 12 no total: glicina, alanina, serina, histidina, asparagina, glutamina, cisteína, prolina, tirosina, arginina, ácido aspártico e ácido glutâmico; Os aminoácidos são moléculas importantes que atuam como subunidades na construção das proteínas. Os aminoácidos são essenciais para várias funções do nosso organismo como a construção de tecido, músculos, hormônios, e diversos tipos de proteínas e enzimas em nosso corpo. PROTEÍNAS As proteínas, compostos orgânicos bastante abundantes, são constituídas por aminoácidos que formam cadeias entre si por intermédio de ligações peptídicas. As proteínas controlam praticamente todos os processos que ocorrem em uma célula. São as macromoléculas biológicas mais abundantes, estando presentes em todas as células e em todas as partes das células. Entre as funções que podem ser atribuídas às proteínas, destacam-se seu papel no transporte de oxigênio (hemoglobina), na proteção do corpo contra organismos patogênicos (anticorpos), como catalisadora de reações químicas (enzimas), receptores de membrana, atuação na contração muscular (actina e miosina),Atuam no crescimento e manutenção dos tecidos, Reações bioquímicas, https://www.infoescola.com/bioquimica/alanina/ https://www.infoescola.com/bioquimica/glutamina/ além de serem fundamentais para o crescimento e formação dos hormônios. Geralmente, para ser considerada uma proteína, a cadeia deve apresentar mais de setenta aminoácidos. Quando a cadeia é menor, o termo adequado é peptídeo. As proteínas podem ser classificadas em dois grandes grupos: as globulares e as fibrosas. As proteínas globulares formam estruturas com formato esferoide, passando por dobramentos(compacta). Nesse grupo, são encontradas importantes proteínas, tais como as enzimas e anticorpos. Já as proteínas fibrosas organizam-se em forma de fibras ou lâminas, e as cadeias de aminoácidos ficam dispostas paralelamente possuem Resistência e/ou flexibilidade, são insolúveis em água, Ex. α-queratinina, colágeno e fibroína da seda. Além dessa classificação, podemos considerar as proteínas como simples, conjugadas e derivadas. As proteínas simples apresentam apenas aminoácidos. Nas proteínas conjugadas, além de aminoácidos, existe um radical de origem não peptídica, que é denominado de grupo prostético. As proteínas derivadas, por sua vez, não são encontradas na natureza e são conseguidas graças a processos de degradação de proteínas simples ou conjugadas. Quatro níveis de estrutura proteica são comumente definidos. O elemento mais importante da estrutura primária é a sequência de resíduos de aminoácidos; estrutura primária, observa-se que a cadeia polipeptídica é linear e não apresenta, portanto, ramificações. A estrutura secundária, por sua vez, observa-se que a proteína não está esticada, e sim torcida e dobrada, o que muitas vezes lembra a estrutura do DNA. A estrutura terciária descreve todos os aspectos do enovelamento tridimensional de um polipeptídeo. Quando uma proteína tem duas ou mais subunidades polipeptídicas, seus arranjos no espaço são chamados de estrutura quaternária, que formam grandes enovelados. Uma proteína só pode ser classificada como quaternária se apresentar duas ou mais cadeias polipeptídicas. Uma característica importante das proteínas é sua capacidade de desnaturação. Ao serem submetidas, por exemplo, ao calor excessivo, agitação, radiação e pH extremo, observamos que as estruturas secundárias e terciárias desses compostos orgânicos alteram-se de maneira irreversível, o que causa a perda de suas propriedades. É por isso que, ao cozinhar alguns alimentos, perdemos muito do seu poder nutricional. Diferenças na função das proteínas resultam de diferenças na composição e na sequência de aminoácidos. Algumas variações na sequência podem ocorrer em determinada proteína com pouco ou nenhum efeito sobre sua função. A. Estrutura do heme O heme é um complexo de protoporfirina IX e íon ferroso (Fe2+ ). O ferro está ligado no centro da molécula do heme por meio de ligações aos quatro nitrogênios do anel porfirínico. O Fe2+ do heme pode formar duas ligações adicionais, uma de cada lado do plano do anel porfirínico. Na mioglobina e na hemoglobina, uma dessas posições estabelece uma interação coordenada com a cadeia lateral de um resíduo de histidina da molécula da globina, enquanto a outra posição fica disponível para ligar o O2. B. Estrutura e função da mioglobina A mioglobina, uma hemeproteína presente no coração e no músculo esquelético, funciona tanto como um reservatório quanto como um carreador de oxigênio que aumenta a velocidade de transporte de oxigênio dentro da célula muscular. A mioglobina consiste em uma única cadeia polipeptídica, a qual é estruturalmente similar a uma das cadeias polipeptídicas individuais que constituem as subunidades da molécula tetramérica da hemoglobina. Essa homologia torna a mioglobina um modelo útil para interpretar algumas das propriedades mais complexas dahemoglobina. C. Estrutura e função da hemoglobina. A hemoglobina é encontrada exclusivamente nos eritrócitos, e sua principal função é transportar oxigênio (O2 ) dos pulmões até os capilares dos tecidos. A hemoglobina A, a principal hemoglobina de adultos, é composta por quatro cadeias polipeptídicas (duas cadeias alfa e duas cadeias beta) unidas por interações não covalentes. Cada cadeia (subunidade) contém segmentos de estrutura em hélice alfa, além de uma fenda, ou bolso, revestida por grupos hidrofóbicos, onde se liga o grupo heme, de forma similar ao descrito para a mioglobina. A molécula tetramérica da hemoglobina, no entanto, é estrutural e funcionalmente mais complexa do que a mioglobina. Por exemplo, a hemoglobina pode transportar prótons (H+ ) e dióxido de carbono (CO2 pode carregar quatro moléculas de O2) dos tecidos até os pulmões e dos pulmões às células dos tecidos do corpo. Além disso, as propriedades de ligação do oxigênio na hemoglobina são reguladas por interações com efetores alostéricos. 02.Descrever o processo de digestão de proteínas e absorção de aminoácidos. DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS A digestão das proteínas se inicia no estômago e se completa no intestino. As enzimas que digerem as proteínas são produzidas como precursores inativos (zimo-gênios), os quais são maiores do que as enzimas ativas. Os zimogênios inativos são secretados pelas células nas quais são sintetizados e entram no lúmen do trato digestivo, onde são clivados a formas menores que têm atividade proteolítica). Essas enzimas ativas têm diferentes especificidades; uma única enzima não pode digerir uma proteína, porém, agindo em conjunto, elas podem digerir as proteínas da dieta a aminoácidos e pequenos peptídeos, os quais são https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/peptideos.htm clivados pelas peptidases associadas às células epiteliais do intestino. A. Digestão das Proteínas no Estômago - O pepsinogênio é secretado pelas células principais do estômago. As células parietais gástricas secretam HCl. O ácido no lúmen do estômago altera a conformação do pepsinogênio, que, então, pode clivar a si mesmo, produzindo a protease ativa pepsina. Portanto, a ativação do pepsinogênio é autocatalítica. As proteínas da dieta são desnaturadas pelo ácido do estômago, o qual serve para inativar as proteínas e desdobrá-las parcialmente, tornando-as melhores substratos para as proteases. Contudo, no pH baixo do estômago, a pepsina não é desnaturada e age como uma endopeptidase, clivando ligações peptídicas em vários pontos dentro da cadeia protéica. Embora a pepsina tenha uma ampla especificidade, ela tende a clivar ligações peptídicas na quais o grupo carboxila é fornecido por aminoácidos aromáticos ou aminoácidos ácidos. São produzidos peptídeos menores e alguns aminoácidos. B. Digestão de Proteínas por Enzimas do Pâncreas - Conforme o conteúdo gástrico é esvaziado para o intestino, ele encontra as secreções do pâncreas exócrino. Uma dessas secreções é o bicarbonato, o qual, além de neutralizar o ácido estomacal, aumenta o pH, de forma que as proteases pancreáticas, as quais também estão presentes nas secreções pancreáticas, possam ficar ativas. Quando secretadas, as proteases pancreáticas estão na forma de pró-enzima inativa (zimogênios). Como as formas ativas dessas enzimas podem digerir umas às outras, é importante que todas as formas zimogênicas se tornem ativas em um curto espaço de tempo. Tal feito é realizado pela clivagem do tripsinogênio à sua forma de enzima ativa tripsina, a qual, então, cliva os outros zimogênios pancreáticos, produzindo suas formas ativas). O zimogênio tripsinogênio é clivado para formar tripsina pela enteropeptidase (uma protease, antigamente chamada de enteroquinase) secretada pelas células da borda em escova do intestino delgado. A tripsina catalisa as clivagens que convertem quimotripsinogênio na enzima ativa quimotripsina, a pró-elastase em elastase e as pró- carboxipeptidases em carboxipeptidases. Portanto, a tripsina tem um papel central na digestão, porque ela tanto cliva proteínas da dieta quanto ativa as outras proteases digestivas produzidas pelo pâncreas. Tripsina, quimotripsina e elastase são serina-proteases que agem como endopeptidases. A tripsina é a mais específica dessas enzimas, clivando ligações peptídicas nas quais o grupo carboxila (carbonila) é fornecido por lisina ou arginina). A quimotripsina é menos específica, mas favorece resíduos que contenham aminoácidos ácidos ou hidrofóbicos. A elastase cliva não somente elastina (pela qual recebeu o seu nome), mas também outras proteínas nas ligações em que o grupo carboxila é doado por resíduos de aminoácidos com cadeias laterais pequenas (alanina, glicina ou serina). As ações dessas endopeptidases pancreáticas dão continuidade à digestão das proteínas da dieta iniciada pela pepsina no estômago. Os peptídeos menores formados pela ação da tripsina, da quimotripsina e da elastase são atacados por exopeptidases, as quais são proteases que clivam um aminoácido por vez a partir do fim da cadeia. As pró-carboxipeptidases, zimogênios produzidos pelo pâncreas, são convertidas pela tripsina em carboxipeptidases ativas. Essas exo- peptidases removem aminoácidos da extremidade carboxiterminal da cadeia peptídica. A carboxipeptidase A libera preferencialmente aminoácidos hidrofóbicos, enquanto a carboxipeptidase B libera aminoácidos básicos (arginina e lisina). C. Digestão de Proteínas por Enzimas das Células Intestinais - As exopeptidases produzidas pelas células intestinais agem dentro da borda em escova e, também, dentro da célula. As aminopeptidases, localizadas na borda em escova, clivam um aminoácido por vez a partir da extremidade aminoterminal dos peptídeos. As pepti- dases intracelulares agem em pequenos peptídeos que são absorvidos pelas células. A ação conjunta das enzimas proteolíticas produzidas pelas células de estômago, pâncreas e intestino cliva as proteínas da dieta a aminoácidos. As enzimas digestivas digerem a si próprias, bem como as proteínas da dieta. Elas também digerem as células intestinais que são regularmente esfoliadas para o lúmen. Essas células são substituídas por células que amadurecem a partir de células precursoras localizadas nas criptas duodenais. A quantidade de proteína que é digerida e absorvida a cada dia dos sucos digestivos e das células liberadas dentro do lúmen intestinal pode ser igual ou maior do que a quantidade de proteína consumida na dieta (50 a 100 g) II. ABSORÇÃO DOS AMINOÁCIDOS Os aminoácidos são absorvidos a partir do lúmen intestinal por meio de sistemas de transporte ativo secundário dependente de Na+ e de difusão facilitada. A. Co-transporte de Na + e Aminoácidos - Os aminoácidos são absorvidos do lúmen do intestino delgado principalmente por proteínas de transporte semi-específicas dependentes de Na+ na membrana luminal da célula intestinal da borda em escova de forma similar a que foi apresentada para o transporte de carboidratos (Figura 37.4). O co-transporte de Na+ e aminoácido do lado de fora da membrana apical para o lado de dentro da célula é dirigido pela baixa concentração intracelular de Na+. Essa resulta do bombeamento do Na+ para fora da célula pela Na+,K+-ATPase na membrana serosa. Portanto, o mecanismo de transporte primário é a criação de um gradiente de sódio; o processo de transporte secundário é o acoplamento do aminoácido ao influxo de sódio. Esse mecanismo permite que as células concentrem aminoácidos a partir do lúmen intestinal. Os aminoácidos são, então, transportados para fora da célula em direção ao fluido intersticial principalmente por transportadores facilitados na membrana serosa. No mínimo seis diferentes carreadores de aminoácidos Na +-dependentes estão localizados na membrana apical da borda em escova das células epiteliais. Esses carreadores apresentam uma sobreposição de especificidades para os diferentes aminoácidos. Um dos carreadores transporta preferencialmente aminoácidos neutros, outro trans- porta prolina e hidroxiprolina, um terceirotransporta preferencialmente aminoácidos ácidos, e um quarto transporta aminoácidos básicos (lisina, arginina e o intermediário do ciclo da uréia, ornitina) e cistina (dois resíduos de cisteína ligados por ponte dissul- feto). Adicionalmente a esses carreadores Na +-dependentes, alguns aminoácidos são transportados através da membrana luminal por carreadores de transporte facilitado. A maioria dos aminoácidos é transportada por mais de um sistema de transporte. Assim como com o transporte de glicose, os carreadores Na +-dependentes da membrana apical das células do epitélio intestinal também estão presentes no epitélio renal. Entretanto, diferentes isoenzimas estão presentes nas membranas celulares de outros tecidos. Os carreadores de transporte facilitado da membrana serosa do epitélio intestinal são similares àqueles encontrados nesses outros tipos celulares do corpo. Durante o jejum, o epitélio intestinal, assim como outros tipos celulares o fazem, capta aminoácidos do sangue para utilizar como fonte de energia. Desse modo, o transporte de aminoácidos através da membrana serosa é bidirecional. B. Transporte de Aminoácidos para Dentro das Células - Os aminoácidos que entram no sangue são transportados através das membranas ce- lulares dos vários tecidos principalmente por co-transportadores Na+-dependentes e, em menor extensão, por transportadores facilitados. Nesse aspecto, o transporte de aminoácidos difere do transporte de glicose, o qual é Na +-dependente nos epitélios intestinal e renal, mas transporte facilitado nos outros tipos celulares. A dependência de Na+ do transporte de aminoácidos no fígado, no músculo e em outros tecidos permite que as células desses tecidos concentrem aminoácidos do sangue. As proteínas de transporte têm diferente base genética e composição de aminoácidos e especificidade um pouco diferentes daquelas da membrana luminal do epitélio intestinal. Elas também apresentam algumas diferenças entre os tecidos. Por exemplo, o sistema N para a captação de glutamina está presente no fígado, mas não está presente em nenhum outro tecido ou está presente como uma isoforma com propriedades diferentes. Há também alguma sobreposição na especificidade das proteínas transportadoras, com a maioria dos aminoácidos sendo transportados por mais de um carreador. III. TURNOVER PROTÉICO E REABASTECIMENTO DO POOL INTRACELULAR DE AMINOÁCIDOS O pool de aminoácidos dentro das células é gerado tanto pelos aminoácidos da dieta quanto pela degradação das proteínas existentes dentro da célula. Todas as proteínas dentro da célula têm uma meia-vida (t1/2), que é o tempo no qual 50% das proteínas que foram sintetizadas, em um tempo específico, deverão ser degradadas. Algumas proteínas têm inerentemente vida curta, com meias-vidas de 5 a 20 minutos. Outras proteínas estão presentes por longos períodos, com meias-vidas de várias horas ou mesmo dias. Portanto, as proteínas estão continuamente sendo sintetizadas e degradadas no corpo, utilizando uma variedade de sistemas enzimáticos nesse sentido. Exemplos de proteínas que são submetidas a síntese e degradação amplas são a hemoglobina, as proteínas musculares, as enzimas digestivas e as proteínas das células esfoliadas do trato gastrointestinal. A hemoglobina é produzida nos reticulócitos e reconvertida em aminoácidos pelas células fagocíticas que removem as células vermelhas sangüíneas maduras da circulação diariamente. A proteína muscular é degradada durante os períodos de jejum, e os aminoácidos são utilizados para a gliconeogênese. Após a ingestão de proteína na dieta, a proteína muscular é ressintetizada. Uma grande quantidade de proteína é reciclada diariamente na forma de enzimas digestivas, as quais são degradadas por enzimas digestivas. Além disso, cerca de um quarto das células que revestem as paredes do trato gastrintestinal é perdido a cada dia e substituído por células novamente sintetizadas. Conforme as células deixam a parede gastrintestinal, suas proteínas e outros componentes são digeridos por enzimas no lúmen do intestino, e os produtos são absorvidos. Cerca de apenas 6% (de modo geral, 10 g) da proteína que entra no trato digestivo (incluindo proteínas da dieta, enzimas digestivas e proteínas das células esfoliadas) são excretados nas fezes a cada dia; o restante é reciclado. As proteínas também são recicladas dentro das células. As diferenças na composi- ção de aminoácidos das várias proteínas do corpo, a ampla variação nos tempos de turno- ver (t1/2) e a reciclagem de aminoácidos são fatores importantes que ajudam a determinar os requerimentos por aminoácidos específicos e o total de proteína na dieta. A síntese de várias enzimas é induzida em resposta à demanda fisiológica (tais como os estados de jejum ou alimentado). Essas enzimas estão continuamente sendo degradadas. As proteínas intracelulares também são danificadas por oxidação e por outras modificações que limitam sua função. Os mecanismos para degradação intracelular de proteínas desnecessárias ou danificadas envolvem os lisossomas ou o sistema ubiquitina/proteassoma. A. Turnover Protéico Lisossomal - Os lisossomas participam nos processos de autofagia, no qual componentes intracelulares são envolvidos por membranas que se fundem com lisossomas, e de endocitose (ver Capítulo 10). A autofagia é um processo regulado complexo, no qual o citoplasma é sequestrado para dentro de vesículas e entregue para os lisossomas. Dentro dos lisossomas, as proteases da família das catepsinas degradam as proteínas ingeridas a aminoácidos livres. Os aminoácidos reciclados podem, então, deixar os lisossomas e reingressar no pool de aminoácidos intracelular. Embora os detalhes de como a autofagia é induzida sejam ainda desconhecidos, a inanição da célula é um gatilho para induzir esse processo. Isso permitirá que proteínas velhas sejam recicladas e que os aminoácidos novamente liberados sejam utilizados para a síntese de novas proteínas, permitindo à célula sobreviver em condições de inanição. B. A Via Ubiquitina-Proteassoma - A ubiquitina é uma proteína pequena (76 aminoácidos) que é altamente conservada. Sua sequência de aminoácidos na bactéria e nos seres humanos difere em somente três resíduos. A ubiquitina marca proteínas intracelulares para a degradação por ligação covalente a grupos ε-amino de resíduos de lisina. Esse processo é realizado por um sistema de três enzimas que adicionam a ubiquitina às proteínas-alvo para a degradação. Muitas vezes, a proteína-alvo é poliubiquitinilada, ou seja, moléculas adicionais de ubiquitina são ligadas a moléculas de ubiquitina prévias, formando longas cadeias de ubiquitina na proteína-alvo. Após a poliubiquitinilação estar completa, a proteína-alvo é liberada do complexo trienzimático. Então, um complexo proteolítico conhecido como proteassoma degrada a proteína marcada, liberando a ubiquitina intacta que pode novamente marcar outras proteínas para degradação (Figura 37.5). O proteassoma básico é um complexo protéico 20S ci- líndrico com múltiplos sítios proteolíticos internos. A hidrólise de ATP é utilizada tanto para desdobrar a proteína marcada quanto para impeli-la para o interior do cilindro. O complexo 20S é regulado por complexos de proteínas cap, os quais se ligam a proteínas ubiquitiniladas (passo que requer ATP) e as entregam ao complexo 20S. Depois que a proteína-alvo é degradada, a ubiquitina é liberada intacta e reciclada. Os aminoácidos resultantes juntam-se ao pool intracelular de aminoácidos livres. Diferentes complexos cap alteram a especificidade dos proteassomas. Por exemplo, o cap PA700 é requerido por proteínas ubiquitiniladas, enquanto o cap PA28 marca somente pequenos peptídeos para o complexo. Além da proporção dos aminoácidos essenciais presentes em vários alimentos, a qualidade das proteínas da dieta também é determinada pela velocidade com a qual elas são digeridas e, de uma maneira mais geral, por sua capacidade de contribuir para o crescimento da criança. Nesse aspecto, as proteínas em alimentos de origem animalsão mais digeríveis do que aquelas derivadas de plantas. Por exemplo, a digestibilidade das proteínas dos ovos é aproximadamente 97%, a da carne bovina, do frango e do peixe é de 85 a 100%, e a do trigo, da soja e de outros legumes varia de 75 a 90%. A “necessidade protéica” dietética diária oficial aceita pelos governos dos EUA e do Canadá é 0,8 g de proteína por quilograma de peso corporal ideal para adultos (aproximadamente 56 g para um homem adulto e 44 g para uma mulher adulta). Em média de peso, a necessidade por quilograma é muito maior para bebês e crianças. Esse fato destaca a importância de melhorar a digestão protéica de Sissy Fibrosa para otimizar seu potencial de crescimento e desenvolvimento normal. 03. Compreender o processo de degradação e excreção das proteínas e aminoácidos (excreção do nitrogênio na forma de uréia: transaminação, desaminação e ciclo da uréia) Sabendo que não há meio de armazenar aminoácidos em nosso organismo, satisfeita as necessidades de síntese, os excedentes são degradados e seu nitrogênio excretado. O conjunto de aminoácidos é utilizado para a síntese de proteínas e de outras moléculas nitrogenadas (os aminoácidos são precursores de todos os compostos nitrogenados não protéicos). Transaminação: O efeito das reações de transaminação é coletar grupos amino de diferentes aminoácidos, na forma de L-glutamato. O glutamato então funciona como doador de grupos amino para vias biossintéticas ou para vias de excreção, que levam à eliminação de produtos nitrogenados. O primeiro passo no catabolismo da maior parte dos aminoácidos é a transferência de seu grupo amino para o cetoglutarato, produzindo um cetoácido e glutamato. O cetoglutarato desempenha um papel central no metabolismo dos aminoácidos, pois aceita o grupo amino da maior parte dos aminoácidos, tornando-se, então, o glutamato. A degradação dos aminoácidos compreende a remoção e a excreção do grupo amino e a oxidação da cadeia carbônica remanescente (α-cetoácido). O primeiro passo no catabolismo da maioria dos aminoácidos (12 deles) é a transferência de seus grupos amino para o α-cetoglutarato, formando glutamato. O glutamato produzido por transaminação pode ser desaminado oxidativamente ou utilizado como doador de grupo amino na síntese de aminoácidos não essenciais. Essa transferência de grupos amino de um esqueleto carbonado para outro é catalisada por uma família de enzimas denominadas aminotransferases (também chamadas de transaminases). Essas enzimas são encontradas no citosol e na mitocôndria das células em todo o organismo. O glutamato formado é consumido em duas reações importantes: uma nova transaminação e uma desaminação. Por ação do aspartato aminotransferase, o grupo amino do glutamato é transferido para o oxaloacetato, formando aspartato, o segundo depósito do grupo amino dos aminoácidos. Por outro lado, o glutamato pode ser desaminado, ou seja, o grupo amino pode ser liberado como amônia (íon NH4+) em pH fisiológico. Esta reação é catalisada pelo glutamato desidrogenase, uma enzima mitocondrial, encontrada principalmente no fígado. É a única enzima que utiliza NAD+ ou NADP+ como aceptor de equivalentes reduzidos. A ALT está presente em muitos tecidos. A enzima catalisa a transferência do grupo amino da alanina para o cetoglutarato, resultando na formação de piruvato e glutamato. A AST é uma exceção à regra de que as aminotransferases afunilam os grupos amino para formar glutamato. Durante o catabolismo dos aminoácidos, a principal ação da AST é transferir grupos amino do glutamato para o oxaloacetato, formando aspartato, que é utilizado como fonte de nitrogênio no ciclo da ureia. Desaminação: Ao contrário das reações de transaminação, que transferem grupos amino, reações de desaminação oxidativa resultam na liberação do grupo amino como amônia livre. Essas reações ocorrem principalmente no fígado e nos rins. Elas fornecem cetoácidos, que podem entrar nas vias centrais do metabolismo energético, e amônia, fonte de nitrogênio na síntese hepática de uréia. O glutamato é singular: é o único aminoácido que sofre rápida desaminação oxidativa-uma reação catalisada pela glutamato-desidrogenase, a subsequente desaminação oxidativa desse glutamato (regenerando cetoglutarato), fornece uma via por meio da qual os grupos amino da maioria dos aminoácidos podem ser liberados como amônia. A GDH é uma enzima mitocondrial e é singular, pois pode utilizar tanto nicotinamida-adenina-dinucleotídeo (NAD+ ) ou sua forma reduzida fosforilada (NADPH) como coenzima (ver Fig. 19.11). O NAD+ é utilizado principalmente na desaminação oxidativa Dois mecanismos são utilizados em humanos para o transporte da amônia dos tecidos periféricos até o fígado para sua conversão final em ureia: >O primeiro utiliza glutamina-sintetase para combinar amônia com glutamato e formar glutamina – uma forma não tóxica de transporte da amônia. Para essa função de transporte, o glutamato, essencial para o metabolismo intracelular do grupo amino, combina-se com a amônia livre produzida nos tecidos e é convertida em glutamina, por ação da glutamina-sintetase - reação requer ATP. A glutamina é transportada no sangue para o fígado, onde é clivada pela glutaminase para produzir glutamato e amônia. O glutamato sofre desaminação oxidativa catalisada pela GDH, produzindo amônia e ␣-cetoglutarato. A amônia é convertida em ureia. a glutamina que excede as necessidades de biossíntese é transportada pelo sangue para o intestino, o fígado e os rins, para ser processada. Na mitocôndria desses tecidos, a enzima glutaminase converte glutamina em glutamato e NH4+. O NH4+ do intestino e dos rins é transportado para o fígado, onde a amônia é utilizada na síntese da ureia. Parte do glutamato originado na reação da glutaminase pode ser adicionalmente processada no fígado pela glutamato-desidrogenase, liberando mais amônia e produzindo esqueletos de carbono para utilização como combustível. Contudo, a maior parte do glutamato entra em reações de transaminação necessárias para a biossíntese de aminoácidos e outros processos. O transporte dos grupos amino para o fígado também pode ser desempenhado pela alanina, por meio de uma via denominada ciclo da glicose-alanina. Nesse ciclo, o glutamato formado no músculo e em alguns outros tecidos, na reação de transaminação pode transferir seu grupo amino para o piruvato, produto da glicólise muscular, pela ação da alanina-aminotransferase. Assim, a alanina produzida segue para o fígado pelo sangue. No citosol dos hepatócitos, o grupo amino da alanina é transferido para o α-cetoglutarato, formando piruvato e glutamato. >O segundo mecanismo de transporte envolve a formação de alanina pela transaminação do piruvato produzido a partir da glicólise aeróbia e do metabolismo da succinil-coenzima A (CoA), oriunda do catabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada isoleucina e valina. A alanina é transportada pelo sangue para o fígado, onde é novamente convertida em piruvato por transaminação, pela ALT. O piruvato é utilizado na síntese de glicose, que pode ser liberada no sangue e ser usada pelo músculo, uma via chamada de ciclo da glicose--alanina. O glutamato produzido pela ALT pode ser desaminado pela GDH, gerando amônia. Desse modo, tanto alanina quanto a glutamina podem transportar a amônia para o fígado. O glutamato então entra na mitocôndria, onde a reação da glutamato desidrogenase libera NH4+, ou sofre transaminação com o oxaloacetato para formar aspartato, outro doador de nitrogênio para a síntese de ureia. Essa forma de transporte elucida uma economia de energia intrínseca dos organismos vivos, haja vista que o músculo não precisa gastar ATP na gliconeogênese, função desempenhada pelo fígado. Assim, toda a energia produzida na glicólise é efetivamente utilizada na contração muscular. 04..Entender o processo de obtenção de energia a partir da cadeia carbônica do aminoácidos; A cadeia de carbonos é utilizada em rotas metabólicas de gliconeogênese e lipogênese, enquanto a parte nitrogenada dos aminoácidos,na forma de amônia, é processada em uma vida denominada “ciclo da ureia”. Desse modo, quando os níveis energéticos estão baixos na célula, a degradação dos aminoácidos pela GDH está aumentada, facilitando a produção de energia a partir dos esqueletos carbonados derivados dos aminoácidos. Em todas essas condições metabólicas, os aminoácidos perdem seus grupamentos amino para formar α-cetoácidos, os “esqueletos de carbono” dos aminoácidos. Os α-cetoácidos sofrem oxidação a e H2O ou, geralmente mais importante, fornecem unidades de 3 e 4 carbonos que podem ser convertidas em glicose. Removido o grupo amino do aminoácido, resta sua cadeia carbônica, na forma de α-cetoácido. As vinte cadeias carbônicas diferentes apresentam vias específicas de degradação diferentes, mas que convergem para a produção de apenas alguns compostos: piruvato, ,acetil-CoA ou intermediários do ciclo de Krebs (oxaloacetato, α-cetoglutarato, succinil-CoA e fumarato). A partir deste ponto, o metabolismo da cadeia carbônica dos aminoácidos já se confunde com o das cadeias carbônicas de carboidratos ou de ácidos graxos. O destino dos α-cetoácido, a depender do tecido e do estado fisiológico, poderá ser: oxidado pelo ciclo de Krebs, utilização pela gliconeogênese ou conversão a triacilgliceróis e armazenamento. A maioria dos aminoácidos produz piruvato ou intermediários do ciclo de Krebs, os glicogênicos. A leucina e a lisina originam corpos cetônicos, sendo os únicos aminoácidos exclusivamente cetogênicos. Alguns outros aminoácidos – isoleucina, fenilalanina, tirosina, treonina e triptofano – são tanto glicogênicos quanto cetogênicos, isto é, são glicocetogênicos. Músculo quebra a proteína em aminoácidos, o qual é convertido em alanina elevada para o fígado. No fígado a alanina é convertida em piruvato e há liberação de amônia (NH3). O piruvato vai para o ciclo de krebs e a amônia para o ciclo de krebs. Os aminoácidos produzidos pela hidrólise de proteínas teciduais são a principal fonte de glicose durante um jejum. Seu metabolismo produz ␣-cetoácidos, como o piruvato, que é convertido em glicose, ou como o ␣-cetoglutarato, que pode entrar no ciclo do ácido cítrico e formar oxaloacetato (OAA), um precursor direto do fosfoenolpiruvato Das 11 reações necessárias para converter piruvato em glicose livre, sete são reversíveis, catalisadas por enzimas glicolíticas. As três reações irreversíveis da glicólise (catalisadas pelas enzimas hexocinase/glicocinase, PFK-1 e PK) são contornadas pelas reações catalisadas pelas enzimas glicose-6-fosfatase, frutose-1,6-bisfosfatase, PC e PEPCK. Na gliconeogênese, o equilíbrio das sete reações reversíveis da glicólise é deslocado para favorecer a síntese de glicose como resultado da formação essencialmente irreversível de PEP, frutose-6--fosfato e glicose, catalisada pelas enzimas gliconeogênicas. Ciclo da Ureia: é a principal forma de eliminação dos grupos amino oriundos dos aminoácidos e perfaz cerca de 90% dos componentes nitrogenados da urina. Um átomo de nitrogênio da molécula de ureia é fornecido pela amônia livre, e o outro nitrogênio é fornecido pelo aspartato. O carbono e o oxigênio da ureia são derivados do CO2 (como HCO3 −). A ureia é produzida pelo fígado e então transportada pelo sangue até os rins, para ser excretada na urina. As duas primeiras reações que levam à síntese de ureia ocorrem na ma-triz da mitocôndria, ao passo que as demais enzimas do ciclo estão localizadas no citosol A síntese da ureia inicia-se na matriz mitocondrial dos hepatócitos, com a formação de carbamoil-fosfato a partir de CO2, na forma de íons de bicarbonato, e amônio, oriundo dos processos de degradação dos aminoácidos, e o gasto de duas moléculas de ATP. Essa reação é catalisada pela carbamoil-fosfato-sintetase I (CPSI). O carbamoil-fosfato, que funciona como doador ativado dos grupos carbamoila, entra no ciclo da ureia, composto de 4 etapas enzimáticas. Primeiro, o carbamoil-fosfato condensa-se com ornitina, doando seu grupo carbamoila, para formar citrulina. A reação é catalisada pela ornitina-transcarbamilase e apresenta liberação de fosfato inorgânico (Pi).bA citrulina é transportada para o citosol, onde reage com aspartato, produzido na mitocôndria por transaminação e transportado para o citosol, formando argininosuccinato. Essa reação citosólica é catalisada em presença de ATP pela arginino-succinato-sintetase e envolve a formação intermediária de citrulil-AMP. O argininosuccinato é então clivado pela arginino-succinato, formando arginina, que retém o nitrogênio, e fumarato. Esta é a única reação reversível do ciclo da ureia. O fumarato é convertido, pela adição de água, em malato, o qual é oxidado, formando oxaloacetato. O oxaloacetato, então, é transaminado pelo glutamato, produzindo novamente o aspartato. Na última etapa do ciclo, a arginina é hidrolisada pela enzima arginase, regenerando ornitina, que é transportada para a mitocôndria para iniciar uma nova volta no ciclo, e produzindo uréia, que é transportada ao rim e eliminada pela urina. 05. Descrever o processo de síntese proteica, evidenciando que não há armazenamento proteico no organismo. O processo de síntese proteica traduz o alfabeto de três letras das sequências nucleotídicas no RNAm para o alfabeto de 20 letras dos aminoácidos que constituem as proteínas. O RNAm é traduzido a partir da sua extremidade 5 para a sua extremidade 3, produzindo uma proteína sintetizada a partir da sua extremidade amino (N) para a sua extremidade carboxila (C). Os RNAm procarióticos possuem, frequentemente, várias regiões codificantes, ou seja, são policistrônicos. Cada região codificante possui seus próprios códons de iniciação e terminação e produz um tipo diferente de polipeptídeo. Por outro lado, cada RNAm eucariótico codifica somente uma cadeia polipeptídica, ou seja, é monocistrônico. O processo de tradução é dividido em três etapas separadas: iniciação, alongamento e terminação. Iniciação - A iniciação da síntese proteica envolve a reunião dos componentes do sistema de tradução antes que ocorra a formação da ligação peptídica. Esses componentes incluem as duas subunidades ribossomais, o RNAm a ser traduzido, o aminoacil-RNAt especificado pelo primeiro códon na mensagem, GTP e fatores de iniciação que facilitam a montagem desse complexo de iniciação. Alongamento - O alongamento da cadeia polipeptídica envolve a adição de aminoácidos à extremidade carboxila da cadeia em crescimento. O encaminhamento do aminoacil-RNAt cujo códon aparece a seguir no molde de RNAm no sítio A ribossomal (um processo conhecido como decodificação) é facilitado, em E. coli, pelos fatores de alongamento EF-Tu-GTP e EF-Ts e necessita da hidrólise de GTP. A formação de ligações peptídicas entre o grupo alfa-carboxila do aminoácido no sítio P e o grupo alfa-amino do aminoácido no sítio A é catalisada pela peptidiltransferase, uma atividade intrínseca de um RNAr da subunidade maior. Quando ocorre a formação da ligação peptídica, o peptídeo ligado ao RNAt no sítio P é transferido para o aminoácido ligado ao RNAt no sítio A, um processo conhecido como transpeptidação. O ribossomo, então, avança três nucleotídeos no sentido da extremidade 3 do RNAm. Esse processo é conhecido como translocação. A translocação induz o movimento do RNAt não carregado do sítio P para o sítio E (de onde é liberado) e o movimento do peptidil-RNAt do sítio A para o sítio P. O processo é repetido até que um códon de terminação seja encontrado. (Nota: devido ao comprimento da maioria dos RNAm, mais de um ribossomo de cada vez pode traduzir a mensagem. Tal complexo de um RNAm e vários ribossomos é chamado de polissomo ou polirribossomo.). Terminação - A terminação ocorre quando um dos três códons de terminação se move para o sítio A. Esses códons são reconhecidos em E. coli por fatores de liberação: RF-1, que reconhece os códons de terminação UAA e UAG, e RF-2, que reconhece UGA e UAA. A ligação desses fatores resulta na hidrólise da ligação que une o peptídeo ao RNAt no sítio P, fazendo com quea proteína nascente seja liberada do ribossomo. Um terceiro fator de liberação, RF-3-GTP, induz, então, a liberação de RF-1 ou RF-2, à medida que o GTP é hidrolisado. O polipeptídeo recém-sintetizado pode sofrer modificações adicionais, como descrito a seguir, e as subunidades ribossomais, RNAm, RNAt e fatores proteicos podem ser reciclados e usados para sintetizar outro polipeptídeo. Regulação da tradução - A expressão gênica é mais comumente regulada no nível transcricional; entretanto, a taxa de síntese proteica também é algumas vezes regulada. Um importante mecanismo pelo qual isso ocorre nos eucariotos é a modificação covalente de eIF-2: o eIF-2 fosforilado é inativo. Tanto em eucariotos como em procariotos, a regulação pode ser conseguida também por meio de proteínas que se ligam aos RNAm e inibem o seu uso pelo bloqueio da tradução. Dobramento proteico - As proteínas precisam dobrar-se para assumir o seu estado nativo, funcional. O dobramento pode ser espontâneo (como resultado de sua estrutura primária) ou facilitado por proteínas conhecidas como "chaperonas" Direcionamento proteico - Embora a maior parte da síntese proteica em eucariotos inicie no citoplasma, muitas proteínas desempenham sua função dentro de organelas subcelulares ou fora da célula. Tais proteínas normalmente contêm sequências de aminoácidos que as direcionam para a sua localização final. Por exemplo, as proteínas destinadas à secreção celular são direcionadas durante sua síntese (direcionamento contraducional) para o RER pela presença de uma sequência sinalizadora hidrofóbica N-terminal. A sequência é reconhecida pela partícula de reconhecimento de sinal (PRS), uma ribonucleoproteína que se liga ao ribossomo, faz cessar o alongamento e entrega o complexo ribossomo-peptídeo a um canal da membrana do RER (o translocon) via interação com o receptor de PRS. A tradução reinicia, a proteína penetra no lúmen do RER e sua sequência sinalizadora é clivada. A proteína move-se pelo RER e pelo Golgi, é processada, empacotada em vesículas e secretada. Proteínas direcionadas após a síntese (pós-tradução) incluem proteínas nucleares que contêm um sinal de localização nuclear básico interno e curto; proteínas da matriz mitocondrial, que contêm uma sequência de entrada mitocondrial N-terminal anfipática, alfa-helical; e proteínas peroxissomais, que contêm um tripeptídeo sinalizador C-terminal. Resumo (Marks) As proteínas são produzidas pelo processo de tradução, o qual ocorre nos ribossomos e é direcionado pelo mRNA. A mensagem genética codificada no DNA é primeiro transcrita em mRNA, e a sequência de nucleotídeos na região codificadora do mRNA é, então, traduzida para a sequência de aminoácidos da proteína. Tradução do código. A porção do mRNA que especifica a sequência de amino- ácidos da proteína é lida em códons, que são conjuntos de três nucleotídeos que especificam aminoácidos individuais (Figura 15.1). Os códons no mRNA são lidos seqüencialmente na direção 5’ para 3’, começando no códon de “iniciação” 5’-AUG (ou start), que especifica a metionina e orienta a leitura da fita, e finalizando com o códon de “terminação” 3’ (ou stop) UAG, UGA ou UAA. A proteína é sintetizada da sua porção N-terminal para C-terminal. Cada aminoácido é transportado para o ribossomo por um aminoacil-tRNA (isto é, um RNA transportador com um aminoácido covalentemente ligado). O pareamento de bases entre o anticódon do tRNA e o códon no mRNA assegura que cada aminoácido seja inserido na cadeia polipeptídica em crescimento na posição apropriada. Síntese de proteína. A iniciação envolve a formação de um complexo contendo o metionil-tRNA inicial ligado ao códon de “iniciação” AUG do mRNA e o sítio “P” do ribossomo. Ele requer GTP e proteínas conhecidas como fatores de iniciação de eucariotos (eIFs, do inglês eukariotic iniciation factors). O alongamento do polipeptídeo envolve três passos: (a) ligação de um aminoa- cil-tRNA ao sítio “A” no ribossomo, onde ele pareia bases com o segundo códon no mRNA; (b) formação de uma ligação peptídica entre o primeiro e o segundo amino- ácido, e (c) translocação, movimento do mRNA em direção ao ribossomo, para que o terceiro códon do mRNA se mova para o sítio “A”. Esses três passos de alongamento são repetidos até que o códon de terminação se alinhe com o sítio no ribossomo, onde o próximo aminoacil-tRNA deveria se ligar normalmente. Os fatores de liberação se ligam no lugar, fazendo com que a proteína completada seja liberada do ribossomo. Após um ribossomo se ligar e se mover ao longo do mRNA, traduzindo o poli- peptídeo, um outro ribossomo pode se ligar e iniciar a tradução. O complexo de um único mRNA com múltiplos ribossomos é conhecido como polissomo. Dobramento, modificação e direcionamento da proteína. O dobramento do polipeptídeo para sua configuração tridimensional ocorre quando um polipeptídeo está sendo traduzido. Esse processo envolve proteínas chamadas de chaperonas. A modificação de aminoácidos residuais em uma proteína ocorre durante e após a tradução. As proteínas sintetizadas nos ribossomos citosólicos são liberadas para o citosol ou transportadas para a mitocôndria, os peroxissomos e o núcleo. As proteínas sintetizadas nos ribossomos aderidos ao retículo endoplasmático rugoso (RER) são destinadas aos lizossomos, às membranas celulares ou à secreção da célula. Essas proteínas são transferidas para o complexo de Golgi, onde são modificadas e direcionadas a sua localização final. 06.Relacionar o excesso de aminoácidos e proteínas com o aumento do tecido adiposo. Cetogênicos: Os aminoácidos cujo catabolismo produz acetoacetato ou um de seus precursores (acetil-CoA ou acetoacetil-CoA) são denominados cetogênicos. O acetoacetato é um dos "corpos cetônicos", que incluem também o 3-hidroxibutirato e a acetona. Leucina e lisina são os únicos aminoácidos exclusivamente cetogênicos encontrados nas proteínas. Seus esqueletos carbonados não servem de substrato para a gliconeogênese e, portanto, não podem originar a produção efetiva de glicose Com o prolongamento do estado de jejum, uma vez que nenhum alimento é ingerido, ao mesmo tempo em que ocorre uma diminuição acentuada da concentração de glicogênio hepático, o organismo torna-se dependente da gliconeogênese hepática, primariamente a partir de glicerol, de lactato e de aminoácidos. O ciclo de Cori e o ciclo alanina-glicose desempenham papel relevante, porém não fornecem carbonos para o saldo de síntese de glicose. Este fato é devido à glicose formada a partir de lactato e alanina pelo fígado meramente repor àquela que foi convertida para lactato e alanina pelos tecidos periféricos. Contudo, em resposta ao jejum, verifica-se aumento da degradação protéica no organismo – que ocorre em alguns tecidos na fase inicial da privação alimentar –, o que permite que os aminoácidos liberados sejam utilizados para a oxidação ou para a gliconeogênese. É dentre as proteínas corporais, especialmente as do músculo esquelético, que se obtêm a maioria do carbono necessário para o saldo de síntese de glicose. As proteínas são hidrolisadas dentro da célula muscular e a maioria dos aminoácidos é parcialmente metabolizada. Os α-cetoácidos de cadeia ramificada produzidos a partir dos ACR por transaminação são parcialmente liberados no sangue para a captação pelo fígado, que sintetiza glicose a partir do α-cetoácido da valina, corpos cetônicos a partir do α-cetoácido da leucina, e glicose e corpos cetônicos a partir do α-cetoácido da isoleucina. Igualmente no estado de jejum, as células da mucosa intestinal necessitam de glutamina para a síntese de nucleotídeos e, nessa condição, parte do glutamato formado pode ser oxidado para o fornecimento de energia, fato este que está relacionado com a concomitante liberação de alanina pelo enterócito para o sangue portal hepático. A maioria dos aminoácidos pode doar o seu nitrogênio amínico por transaminação com o α-cetoglutarato,o que forma glutamato e o novo α-cetoácido, que freqüentemente pode ser utilizado para a síntese de glicose O déficit energético e a redução de carboidratos da dieta favorece a degradação de proteínas, principalmente nos músculos. Nessa situação o corpo pode usar as proteínas da dieta como fonte de energia (ATP) ou glicose (gliconeogênese) e corpos cetônicos. Os corpos cetônicos são preferencialmente formados pelo excesso de acetil-coA (intermediário comum do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas) da degradação das reservas de gordura e são usados como fonte de energia pelos tecidos extra hepáticos (músculo, coração), incluindo o cérebro. Embora alguns aminoácidos também possam formar corpos cetônicos em dietas low carb, após a remoção do seu grupo amino (nitrogênio) os aminoácidos são convertidos preferencialmente em glicose nessa situação. Já em situação de superávit calórico, com bom aporte de carboidratos, o excesso de proteína pode virar gordura ou ser usado como fonte de energia. Excesso de proteína na dieta dificilmente gera hipertrofia muscular, pois é necessário estímulo do treinamento (musculação) e ambiente hormonal favorável (testosterona, GH, insulina). De qualquer forma, dificilmente a proteína vira gordura, pois essa via não é favorecida bioquimicamente. Nesse tipo de situação o corpo prefere usar carboidratos e proteínas como fonte de energia, reduzindo a queima de gordura e favorecendo seu armazenamento. Os carboidratos também são convertidos em ácidos graxos com muito mais facilidade que as proteínas, num processo conhecido como lipogênese. O excesso de proteína na dieta tem um custo energético maior para o organismo do que os carboidratos e lipídios. O corpo sintetiza e degrada proteínas o tempo todo (turnover de proteínas) e o balanço energético é determinante para decidir como o corpo irá usar as proteínas. 07. Compreender a importância dos aminoácidos na formação de compostos nitrogenados. Uma parte da amônia oriunda da desaminação dos aminoácidos é usada para a formação de compostos nitrogenados biologicamente úteis e o restante precisa ser convertido a uma forma menos tóxica para ser excretado. Em geral, a amônia é convertida em ureia ou ácido úrico no fígado e só uma pequena parte pode ser coletada pelos rins. Mas quando o organismo está em acidose metabólica, os rins aumentam a captação de glutamina que está transportando amônia dos tecidos para o fígado, nestes casos a amônia liberada ai pela ação da glutaminase e glutamato desidrogenase não é levada até o fígado ou convertido em ureia, e sim é diretamente excretada na urina. Todos os animais excretam uma pequena porção dos compostos nitrogenados na forma de amônia. No entanto, a excreção nesse caso se dá na forma de amônio (NH4 + ), ou seja, a molécula de amônia (NH3) precisa ganhar mais um hidrogênio e passar a amônio para poder ser 6 excretada. Esse mecanismo, se utilizado para excretar toda a amônia produzida pelo organismo, levaria a um processo de alcalose metabólica. O destino da amônia produzida pelas diferentes reações de desaminação varia com o tipo de animal e seu habitat. Como a amônia é altamente tóxica, os tecidos animais são equipados com diferentes mecanismos para converter amônia em substâncias atóxicas ou para posterior utilização no anabolismo pelo animal ou excreção. Os meios mais importantes para a excreção do excesso de nitrogênio são: formação e excreção de ureia em vertebrados terrestres (ureotélicos); síntese de ácido úrico em aves e répteis que vivem no solo (uricotélicos) e eliminação direta em animais aquáticos (amonotélicos). 08. Entender o metabolismo da bilirrubina e os diferentes tipos de icterícia. METABOLISMO DAS BILIRRUBINAS: A bilirrubina, principal componente dos pigmentos biliares, é o produto do catabolismo da hemoglobina e outras hemoproteínas, após a destruição normal ou patológica das hemáceas. Quando os eritrócitos chegam ao fim dos seus 120 dias e se tornam muito frágeis para permanecerem na circulação sanguínea, suas membranas se rompem e a hemoglobina liberada é fagocitada por macrófagos teciduais ou sistema reticulo endotelial (S.R.E.) em todo organismo. A hemoglobina é inicialmente desdobrada em globina e heme, e o anel heme é aberto, produzindo ferro livre, que é transportado pela transferrina e uma cadeia linear de quatro núcleos pirrólicos, que constitui o substrato a partir do qual será formada, a bilirrubina (heme). A primeira substância formada é a biliverdina, que é rapidamente reduzida a bilirrubina livre, que é liberada gradualmente no plasma pelos macrófagos. A bilirrubina livre combina-se imediatamente com a albumina plasmática e, nesta combinação, é transportada para o sangue e líquidos intersticiais. Mesmo quando ligado à proteína plasmática, esta bilirrubina é ainda denominada bilirrubina livre. Dentro de poucas horas, a bilirrubina livre é absorvida através da membrana celular hepática e ao passar para o interior das células hepáticas, é liberada da albumina plasmática e, pouco depois, cerca de 80%, são conjugados com ácido glicurônico para formar glicuronídeo de bilirrubina, enquanto cerca de 10% são conjugados com sulfato, formando sulfato de bilirrubina, e os 10% restantes, são conjugados com numerosas outras substâncias e desta forma são excretadas dos hepatócitos por um processo de transporte ativo nos canalículos, biliares e em seguida, no intestino. Se no intestino a bilirrubina voltar a ficar livre, sofre uma redução por enzimas da flora bacteriana, tornando-se estercobilinogênio. Este é oxidado pelo oxigênio atmosférico, convertendo-se a estercobilina, que da cor às fezes, por ser muito solúvel em água, uma parte do estercobilinogênio é reabsorvido e eliminado na urina. Van den Bergh, em 1916, empregou a reação descrita por Ehrlich (bilirrubina + diazo - reagente = cor púrpura) para determinar a bilirrubina plasmática, tendo observado dois tipos de diazorreação: reação direta, em solução aquosa, que corresponde à bilirrubina conjugada ao acido glicurônico; e a indireta, após acréscimo de álcool, corresponde à bilirrubina não conjugada, insolúvel em água. Malloy e Evelyn, em 1937, propuseram o uso de metanol a 50% para dosagem de bilirrubina com o calorímetro fotoelétrico. Atualmente a maioria dos laboratórios adota esse método. Somente a forma conjugada de bilirrubina, que é solúvel em água, é eliminada pelo fígado e rins. Como consequência tem varias ocorrências fisiopatológicas de considerável importância clínica: na insuficiência de glicuroniltransferase ocorre hiperbilirrubinemia porque a bilirrubina indireta não se transforma em direta; icterícia por hiper-hemólise não há eliminação urinária de bilirrubina (urina clara) porque nesses casos, o pigmento retido no sangue é de tipo indireto; nas icterícias causadas por lesão hepatocelular ou hepatocanalicular, bem como na obstrução biliar externa, está presente a eliminação urinária de bilirrubina (urina escura), já que o pigmento retido é do tipo direto. ICTERÍCIA A icterícia é uma patologia que causa a cor amarela da pele, dos tecidos e dos fluidos expelidos pelo organismo, destacando-se com mais frequência na pele ou nas partes brancas da vista. A cor amarela é causada pela acumulação de bilirrubina no sangue, isto é, um pigmento libertado no sangue quando os glóbulos vermelhos se degradam. ● Icterícia fisiológica: ocorre como uma resposta à capacidade limitada do bebê para eliminar a bilirrubina nos primeiros dias de vida. ● Icterícia do leite materno: ocorre em bebês amamentados, devido à baixa ingestão de calorias ou desidratação. ● Icterícia de hemólise: ocorre devido a doença hemolítica do recém-nascido, quando apresenta elevada contagem de células vermelhas no sangue ou sangramento. ● Icterícia relacionada com a função hepática inadequada: ocorre devido a infecção ou outros fatores. ● A icterícia hemolítica ou pré hepáticas ocorre por uma destruição excessiva de eritrócitos, resultando num aumento do complexo bilirrubina-albumina no sangue, excedendo a capacidadeexcretora do fígado. ● A icterícia tóxico-infecciosas ou hepato-celulares, é o tipo em que há lesão da célula hepática e também certo grau de obstrução dos canalículos biliares ● A icterícia obstrutiva ou pós-hepática caracteriza-se por uma obstrução pós hepática, impedindo o fluxo normal da bile. Retida em qualquer local nas vias biliares, grande parte dela é reabsorvida na corrente sanguínea. 09. Compreender como os esteroides, anabolizantes e suplementos utilizados para a mudança da imagem corporal pode trazer consequências para o organismo. Os esteróides anabolizantes são substâncias sintéticas, similares à testosterona, que podem ser utilizadas por administração oral ou injetável. Estas substâncias podem atuar diretamente em receptores específicos, sendo que, uma vez na circulação, elas são transportadas pela corrente sanguínea como mensageiros, na forma livre ou combinada às moléculas transportadoras, mas somente na sua forma livre difundem-se diretamente através da membrana plasmática de células-alvo ligando-se a receptores protéicos intracelulares. Este processo de entrada na célula, por si só, gera maior produção de AMPc (Adenosina monofosfato cíclico), aumentando o metabolismo celular. Dentro da célula (citoplasma), a molécula de esteróide ligada ao receptor androgênico específico migra para o núcleo celular, onde inicia o processo de transcrição gênica e, conseqüentemente, de transdução protéica, a qual modula as ações celulares dependentes de andrógeno. Os EAAs são substâncias sintéticas que promovem o crescimento do tecido muscular esquelético, fator esse chamado de efeito anabólico. Outro fator, chamado de efeito androgênico, é o responsável pelo desenvolvimento das características sexuais masculinas. Os EAAs convertem um balanço nitrogenado negativo para positivo, através de uma melhor utilização da proteína ingerida e do aumento da retenção de nitrogênio, além de induzir a síntese proteica nas células musculares. Efeitos desejáveis: Dentre os efeitos positivos podem ser citados o ganho de peso, promover o aumento de massa magra, força muscular e taxa de recuperação acelerada após treinamento extenuante testosterona e seus derivados podem causar uma série de efeitos colaterais nos sistemas cardiovascular, endócrino, reprodutivo, hepático e dermatológico, além de alterações no metabolismo. Os efeitos são extremamente preocupantes e se relacionam à diminuição nos níveis de colesterol HDL, falha hepática, infarto do miocárdio, arritmias, desenvolvimento de certos tipos de câncer e morte súbita também foram relatados, desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas e a maturação dos órgãos reprodutores masculinos (crescimento do pênis e do escroto; aparecimento de pêlos púbicos, axilares e de barba; crescimento da laringe e espessamento das cordas vocais, resultando numa voz de timbre baixo; maior ativação das glândulas sebáceas e espessamento da pele; alterações psicológicas e comportamentais) 10. Explicar balanço nitrogenado. Indivíduos adultos saudáveis estão em balanço de nitrogênio; em outras palavras, a quantidade de nitrogênio excretada a cada dia (principalmente na urina) é igual a quantidade consumida (principalmente como proteínas da dieta). O balanço nitrogenado negativo ocorre quando a quantidade de nitrogênio excretada é maior do que a quantidade consumida, e o balanço nitrogenado positivo ocorre quando a quanti- dade excretada é menor do que a consumida O balanço nitrogenado pode ser uma ferramenta útil para determinar a quantidade de proteína que um indivíduo deve consumir para manter o equilíbrio de nitrogênio neutro ou positivo, dependendo dos objetivos nutricionais. O balanço nitrogenado representa a diferença entre a quantidade de nitrogênio consumida por dia e a quantidade de nitrogênio excretada por dia. Se o balanço de nitrogênio é positivo, a proteína presente no corpo está em um estado anabólico. Isso poderia ser um indicativo de que o indivíduo possa estar produzindo mais massa muscular, embora não seja necessariamente obrigatório que isso aconteça. Já se o balanço é negativo, a pessoa está em um estado catabólico, o que pode sugerir que seu organismo esteja usando as próprias reservas de proteínas para sobreviver, uma situação que acontece decorrente de inanição (em pacientes hospitalizados, por exemplo) ou quando a ingestão de proteína está abaixo do necessário. Vale lembrar que o resultado negativo também pode significar um excesso de perda de proteínas.
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