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Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 1 de 8 Impacto da dor • A dor é um sintoma que serve de exemplo para podermos avaliar os demais, pois nem todos os sintomas tem característica. • É a manifestação clínica mais frequente e acompanha várias doenças das mais diversas especialidades médicas. • A dor crônica prejudica a funcionalidade e pode levar à depressão e ao suicídio. • Sinal = é aquilo que o médico consegue observar. • Sintoma = é aquilo que o paciente sente. Definições: • A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tal dano. Parestesia: Uma sensação anormal, seja espontânea ou evocada. Refere-se a sensações anormais em geral e pode incluir disestesia. (formigamento/ardência). Disestesia: sensação anormal desagradável, seja espontânea ou evocada. e não inclui todas as sensações anormais. Alodínia: dor decorrente de um estimulo que normalmente não provoca dor. É importante reconhecer que a Alodínia envolve uma mudança na qualidade de sensação seja tátil, térmica ou de qualquer outro tipo. A modalidade original é não dolorosa, mas a resposta é dolorosa. Hiperalgesia: dor aumentada a partir de um estímulo que normalmente provoca dor. É uma síndrome dolorosa caracterizada por uma reação anormal a estímulos dolorosos, repetitivos, bem como um aumento do limiar. Hiperpatia: pode ocorrer alodínia, hiperestesia, hiperalgesia ou disestesia. Identificação e localização do estímulo prejudicadas, atraso, irradiação e aftersensation podem estar presentes e a dor é muitas vezes explosiva. Hiperestesia: aumento a sensibilidade a estímulos, excluindo os sentidos especiais. Pode referir se a vários modos de sensibilidade cutânea, incluindo toque e sensação térmica sem dor. O termo é usado para indicar tanto limiar diminuído para qualquer estímulo e um aumento de resposta a estímulos específicos. Hipoestesia: diminuição da sensibilidade à estimulação, excluindo os sentidos especiais. Analgesia: ausência de dor a um estímulo que normalmente seria doloroso. Analgesia dolorosa: dor em uma área ou região que é anestesiada. Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 2 de 8 Limiar de dor: a intensidade mínima de um estímulo que percebido como doloroso. Nível de tolerância a dor: A intensidade máxima de um estímulo doloroso que um indivíduo está disposto a aceitar em dada situação. Dor neuropática: a dor causada por uma lesão ou doença do sistema nervoso somatossensorial. A dor neuropática é uma descrição clínica e não um diagnóstico, que exige uma lesão ou uma doença demonstrável que satisfaça critérios diagnósticos neurológicos estabelecidos. Dor central: dor iniciada ou causada por uma lesão primária ou disfunção do sistema nervoso central. Neuralgia: dor na distribuição de um nervo ou nervos. Dor nociceptiva: dor que surge a partir de um dano real ou potencial de tecido não neural e é devido à ativação de nociceptores. É usado para descrever a dor que ocorre com um sistema nervoso somatossensorial normal, para contrastar com o funcionamento anormal visto na dor neuropática. Dor mista: nociceptiva + neuropática Sensibilização: o aumento da capacidade de resposta dos neurônios nociceptivos a estímulos normais, e/ou resposta aumentada a estímulos subliminares. Sensibilização periférica: o aumento da capacidade de resposta e diminuição do limiar de neurônios nociceptivos da periferia para os estímulos dolorosos. Sensibilização geral: aumento da capacidade de reposta dos neurônios nociceptivos no sistema nervoso central para estímulos aferentes normais ou limítrofes. Dor aguda: dor provocada por lesão dos tecidos e ativação dos transdutores nociceptivos, dura por um tempo relativo limitado e remite quando a patologia se resolve. Dor crônica: dor que persiste ou recorre por mais de 3 meses. Provocada por lesão ou doença, mas é provável que seja perpetuada por fatores que são patogénica e fisicamente diferentes de causa. estende- se por um longo período de tempo e apresenta baixos níveis de patologia subjacente, a qual não explica a presença e extensão da dor. Há também indícios de que fatores genéticos e experiências de vida anteriores podem predispor algumas pessoas a desenvolver problemas de dor crônica após insulto. Dor psicogênica: toda dor tem componente emocional. Na dor psicogênica, não há substrato orgânico. Ela é gerada por mecanismos psíquicos. Tende a ser difusa, imprecisa e variável. Dor visceral: decorrente a estímulos a nociceptores viscerais, é profunda, mal localizada e difusa. Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 3 de 8 Dor referida: superficial cuja a origem é somática profunda ou visceral. Causas: • As vias viscerais podem ser bilaterais • Um mesmo nervo inerva várias vísceras • Chegada de aferentes de uma víscera em vários segmentos • Maior representação cortical da superfície. Dor irradiada: sentida a distancia e ocorre em estruturas inervadas pela mesma raiz nervosa. Abordagem da pessoa com dor: Dor é o quinto sinal vital Dor: avaliação • É imprescindível que se faça avaliação adequada para que o tratamento seja efetivo. • É um processo global, multifatorial e complexo. O que avaliar? ✓ Características individuais: ✓ Idade ✓ Sexo ✓ Ocupação ✓ Situação socioeconômica ✓ Aspecto emocional: ✓ Ansiedade ✓ Depressão ✓ Catastrofização ✓ Impacto ✓ Parte semiológica da dor: Regra mnemônica: P: PROVOCATIVO P: PALIATIVO Q: QUALIDADE R: IRRADIAÇÃO S: SEVERIDADE S: SINTOMAS ASSOCIADOS T: TEMPO ✓ Provocativo: ✓ O que desencadeia a dor? ✓ O que agrava a dor? ✓ Paliativo: ✓ O que alivia ou passa a dor? ✓ Qualidade: ✓ Pontada ✓ Aperto, peso, pressão ✓ Choque ✓ Queimação ✓ Pulsátil ✓ Cólica Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 4 de 8 ✓ Escala de LANSS Ao finalizar soma tudo e se a escala for: - Menor que 7: nociceptiva - Entre 8 e 16: mista - Maior que 16: neuropática ✓ DN4: Dor neuropática 4 Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 5 de 8 ✓ Irradiação: ✓ Localização ✓ Irradiação: dor irradiada ou dor referida ✓ Severidade: ✓ Mensuração ✓ Observação comportamental: ✓ Usada na impossibilidade de autorrelato. ✓ No caso de crianças, neonatos, adultos ou idosos com déficit cognitivo ou rebaixamento no nível de consciência. ✓ FLACC (crianças) ✓ Behavioral Pain Scale (UTI) ✓ Pain Assessment in Advancet Dementia (PAINAD) ✓ Escala de Faces • Severidade: Escala de Stewart (observacional) 1. Dor leve: calmo, queixa-se apenas quando interrogado. 2. Dor moderada: queixa-se espontaneamente. 3. Dor forte: gemente, queixa-se muito, pode apresentar náuseas, vômitos, palidez. 4. Dor muito forte: gemente, agitado, choro, gritos, vômitos, palidez e sudorese. Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 6 de 8 • Mensuração: ✓ Parâmetros fisiológicos: o Frequência cardíaca o Frequência respiratória o Pressão artéria o Sudorese o Não possui sensibilidade e especificidade, podendo ser usado apenas como informação complementar ✓ Autorrelato: medidas unidimensionais ou multidimensionais. ✓ Unidimensionais: escala numérica verbal ou escala numérica visual ✓ Limitação das atividades: ✓ sem limitações: 0 a 3 ✓ limitação moderada: 4 a 6 ✓ limitação significativa: 7 ou mais ✓ Autorrelato: medidas multidimensionais ✓ McGill: o Autoadministrado ou entrevista o Quatro seções: diagrama da dor, descritores, evolução e intensidade Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoacom dor Página 7 de 8 • Sintomas associados: ✓ relativos à intensidade da dor. o Náuseas, vômitos, palidez, sudorese, insônia, palpitação, medo, tristeza e ansiedade. ✓ relativos à causa da dor: a depender do sistema envolvido e é necessário interrogatório por órgãos e aparelhos. • Tempo: ✓ Início do quadro: horas, dias, meses, anos. ✓ Abrupto, progressivo Beatriz Prado - Semiologia abordagem da pessoa com dor Página 8 de 8 ✓ Evolução: ✓ Piora progressiva ✓ Estável ✓ Melhora progressiva ✓ Tempo: ✓ Continua ou intermitente ✓ Duração da crise ✓ Frequência ✓ Horas do dia ✓ Acorda a noite? Geral: • Somatoscopia • Expressão facial • Posição • Estado geral Na região dolorida: • Inspeção • Palpação • Começar por área não dolorida • Atenção a expressão de dor do paciente. • Ter cautela
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