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Glosas e contestação APRESENTAÇÃO É crescente a preocupação das operadoras de planos de saúde e dos prestadores de serviço em relação à gestão financeira dos seus negócios. A saúde, por vezes vista apenas no âmbito de assistência ao paciente, precisa ser contemplada sob o viés financeiro para garantir a sustentabilidade e a manutenção dos serviços prestados. Nesse sentido, as glosas atuam como um mecanismo de gestão na interação entre a fonte pegadora e o prestador de serviço. Nesta Unidade de Aprendizagem, você entenderá o que são as glosas, como elas se aplicam na relação entre as operadoras de plano de saúde e os prestadores, bem como particularidades de suas ocorrências no SUS (Sistema Único de Saúde). Compreenderá também como é possível utilizar as informações geradas no apontamento das glosas para aprimorar os processos administrativos e relacionados à assistência ao paciente. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar glosas no contexto do faturamento em saúde, destacando seu impacto financeiro nas instituições prestadoras e financiadoras. • Identificar os principais motivos das glosas e o aprendizado delas decorrente.• Explicar o processo de contestação de glosas.• INFOGRÁFICO A contestação das glosas funciona da seguinte maneira: as operadoras recebem as contas hospitalares referentes aos serviços prestados e as analisa; logo em seguida, informa as glosas por meio do demonstrativo de análise da conta médica e não efetua o pagamento referente aos itens que geraram dúvidas. A equipe do recurso de glosas analisa esses demonstrativos a fim de identificar se a glosa foi procedente ou não. Mediante essa análise, ela elabora respostas aos motivos de glosa apontados pela operadora, oferecendo evidências de que os valores das contas hospitalares estão corretos. No Infográfico a seguir, você irá conhecer as etapas do processo de contestação das glosas e visualizar os motivos possíveis para ela, considerando a classificação em glosa técnica e administrativa. CONTEÚDO DO LIVRO O sistema de saúde busca cada vez mais mecanismos de controle, visando à sustentabilidade financeira dos agentes envolvidos. Dessa forma, o fluxo entre o faturamento e o recebimento nos prestadores de saúde é permeado por regras definidas em contratos, prazos, orientações e protocolos. Quando a fonte pagadora por esses serviços tem dúvidas sobre os itens ou valores apresentados, ela simplesmente não paga por eles e efetua a glosa com um ou mais motivos. Neste capítulo Glosas e contestação, da obra Faturamento e auditoria em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você irá aprender como as glosas são classificadas, os principais motivos para sua ocorrência e como elas impactam financeiramente os agentes envolvidos. Você também irá compreender a glosa como uma fonte de informações importante para a adequação de atividades administrativas e assistenciais. Outro ponto importante apresentado são os processos de recurso de glosas e você compreenderá que é possível receber pelos valores glosados, por meio de contestações. Boa leitura. FATURAMENTO E AUDITORIA EM SAÚDE Wanderly do Carmo Silva Glosas e contestação Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar glosas no contexto do faturamento em saúde, destacando seu impacto financeiro nas instituições prestadoras e financiadoras. Identificar os principais motivos das glosas e o aprendizado delas decorrente. Explicar o processo de contestação de glosas. Introdução Após o seu faturamento, a conta hospitalar é enviada à fonte pagadora para análise e, a depender do contexto, será paga integralmente ou glosada. Nessa conjuntura, o recurso de glosa representa a recusa total ou parcial do pagamento por causa de um ou vários motivos. Por si só, a recusa de um pagamento é uma medida conflituosa, mas esse conflito torna-se ainda mais acentuado quando se trata do não pagamento por um serviço de saúde, o qual sempre se configura por altos custos ope- racionais decorrentes da assistência médica prestada ao paciente. Assim sendo, é fundamental que os profissionais responsáveis pelo faturamento e pela auditoria em saúde tenham conhecimentos específicos sobre as glosas, as razões que levam à sua contestação e as ações que podem ser executadas com vistas a evitá-las. Neste capítulo, você conhecerá as glosas no âmbito do faturamento e da auditoria em saúde, destacando o seu impacto financeiro nas ins- tituições prestadoras e financiadoras. Além disso, você identificará os principais motivos de glosa e a sua contestação com o objetivo de atingir a receita prevista. Por fim, você verificará cada uma das etapas do processo de solicitação do recurso de glosa, compreendendo a sua influência na qualidade da assistência prestada ao paciente e na saúde financeira da instituição. 1 O impacto das glosas no ciclo da receita financeira Ao abordarmos as glosas na esfera da gestão hospitalar, é comum pensarmos nos confl itos existentes entre as fontes pagadora e prestadora dos serviços de saúde, tendo em vista que a glosa origina-se quando a operadora de plano de saúde recusa-se a pagar, parcial ou totalmente, uma ou mais faturas ao hospital no qual o paciente recebeu atendimentos médico e de enfermagem. Diante desse cenário, podemos perguntar-nos se o não pagamento das faturas é permitido por lei e porque a operadora de plano de saúde se negaria a pagar pelos serviços de atendimento prestados ao paciente. A resposta requer uma breve contextualização da área de saúde nos últimos tempos no Brasil. Nos termos da Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990 (BRASIL, 1990), o Serviço Único de Saúde (SUS) deve assegurar o acesso universal, igualitário e gratuito às ações e aos serviços públicos de saúde com vistas à promoção, à proteção e à recuperação da população brasileira por meio dos serviços prestados nas esferas federais, estaduais e municipais. Em concordância com essa garantia fundamental determinada pela Constituição Federal de 1988, cabe considerarmos a atuação do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), o qual está vinculado à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP). O Denasus é responsável pela auditoria, pela verificação e pela avaliação no âmbito do Sistema Nacional de Auditoria (SNA) de possíveis irregularidades no SUS. Esse departamento conceitua a glosa como a rejeição de recursos financeiros utilizados de forma irregular ou a cobrança indevida pelos municípios, pelos estados ou pelo Distrito Federal. Dessa maneira, o SUS usa o recurso de glosa como mecanismo para evitar danos e desperdícios dos recursos financeiros públicos. Somados aos serviços de saúde públicos prestados pelo SUS, os cidadãos também podem recorrer à contratação de serviços de saúde por intermédio dos sistemas de saúde complementar ou suplementar ao SUS. No caso do sistema de saúde suplementar, encontramos conveniados, planos e seguros privados de assistência médica, hospitais, clínicas, centros de referências, etc., verificando a presença de clientes que pagam um valor fixo à sua operadora de plano de saúde e que, no entanto, podem necessitar de internações por longos períodos, bem como exames e medicamentos de altos custos durante o seu período de adesão, acarretando a cobrança de taxas, a depender do contrato firmado entre ambos. Glosas e contestação2 Ao analisar o mercado de saúde em geral, podemos constatar que o Brasil possui um dos maiores percentuais de inflação médica, afirmação corroborada pela empresa de consultoria internacional Aon, a qual apurou que esse índice chegou a 17% em 2019 (INFLAÇÃO..., 2019). Além do alto custo resultante da incorporação de novas tecnologias ao setor de saúde, podemos notar uma mudança significativa na pirâmide etária do nosso país, a qual apresenta um número cada vezmaior de idosos, sendo que essa população usa os serviços de saúde com mais frequência devido a doenças crônicas causadas pelo avanço da idade. Outro fator importante reside nas dificuldades das mais diversas ordens enfrentadas pelo Governo para melhorar os fatores determinantes e condicionantes da saúde, tais como saneamento básico e condições dignas de moradia, uma vez que esses aspectos impactam, diretamente, a saúde da população. Em uma conjuntura de inflação médica elevada e aumento da frequência de uso dos serviços de saúde, a falta de controle operacional pode ocasionar sérios danos financeiros às instituições prestadoras, contratantes e à popula- ção como um todo. Imaginemos, por exemplo, o prejuízo causado às fontes pagadoras caso um hospital autorize um paciente que tem condições de dar continuidade aos seus cuidados médicos em casa a ficar internado por um período de tempo maior do que o necessário com o objetivo único de aumentar o seu faturamento mensal por intermédio de uma estratégia antiética. Da mesma maneira, podemos considerar a hipótese de um hospital que receita um medicamento de altíssimo custo quando há um equivalente de valor reduzido que poderia ter sido administrado ao paciente sem gerar danos ou qualquer tipo de problema ao seu tratamento. Para evitar essas situações e regular a atuação dos prestadores de serviços de saúde, podemos contar com as glosas, as quais funcionam como um recurso de gestão hospitalar voltado a avaliar a conformidade para com o cumprimento de contratos, prazos, protocolos de cuidados ao paciente, valores de produtos, honorários, exames, entre outros. A glosa é entendida como uma ferramenta de gestão em função de a sua ocorrência estar atrelada a um motivo que costuma provocar melhorias na instituição hospitalar e nos cuidados de assistência médica e de enfermagem ao paciente. Ademais, a glosa também promove a eficiência no fluxo operacional do setor administrativo e ajustes comerciais que sejam necessários. Por meio das glosas, o prestador de serviços pode mensurar a qualidade assistencial oferecida aos pacientes, avaliando a eficácia dos protocolos clínicos, os riscos de infecção hospitalar, o índice de reinternação, as complicações decorrentes de procedimentos cirúrgicos, entre outros fatores. 3Glosas e contestação Não podemos confundir o recurso de glosa com a inadimplência. Afinal, a glosa é um parecer negativo sobre o pagamento de uma fatura em função de uma crítica baseada em um único motivo ou um conjunto de argumentos descritos no demonstrativo da conta médica, ao passo que a inadimplência é o pagamento não realizado ou não identificado no demonstrativo da conta bancária, configurando o descumprimento de uma obrigação financeira. Compreendidos o conceito de glosa e a sua aplicação prática como meca- nismo de controle e gestão hospitalar, podemos questionar-nos sobre como esse recurso afeta o trabalho dos prestadores de serviço de saúde. Nesse sentido, podemos analisar os impactos financeiros das glosas sob dois vieses: o não recebimento do valor ou o recebimento tardio do valor correspondente aos serviços prestados. Além disso, devemos ter em mente que as glosas são passíveis de recurso, ou seja, elas também podem ser contestadas. Contudo, a contestação de uma glosa não significa, obrigatoriamente, que a operadora de plano de saúde mudará o seu posicionamento inicial e concederá o pagamento ou pagará, integralmente, o valor contestado. Há glosas que podem não ser pagas pelas operadoras até mesmo quando já passaram por recurso, por exem- plo. A operadora também pode aceitar o recurso, mas demorar um período de tempo considerável até realizar o pagamento, dado o processo de análise pelo auditor interno do hospital, envio do recurso, reanálise pelo auditor da operadora de plano de saúde e pagamento do valor em conta. Conforme o art. 199 da Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), a iniciativa privada está autorizada a prestar assistência à saúde, incluindo-se a saúde suplementar nesse contexto. As instituições privadas também podem participar do SUS mediante contrato quando a oferta disponível na rede pública não for suficiente, o que caracteriza a saúde complementar. Glosas e contestação4 Se a receita esperada não se realiza, o hospital deve dispor de vias para garantir que haja dinheiro em caixa para o devido pagamento das despesas operacionais. Caso não haja controle dos impactos das glosas, o hospital pode ter de solicitar aprovação de crédito em instituições bancárias, decisão que encarece a sua operação por causa dos juros cobrados pelos bancos. Outro aspecto importante no âmbito financeiro do faturamento e da auditoria na gestão hospitalar é o pagamento de impostos. Ao enviar um lote de faturas à operadora de plano de saúde, o prestador de serviços de saúde deve emitir a nota fiscal relativa aos serviços prestados e pagar todos os impostos devidos sobre esse valor. Se a operadora nega o pagamento total das faturas, quer dizer que o prestador de serviços pagou os impostos, porém não recebeu o valor integral apresentado. Todavia, é praticamente impossível atuar na prestação de serviços de saúde e ter glosa zero, já que há múltiplos contratos, profissionais e particularidades envolvidos, de modo que se torna necessário articular processos e sistemas de informações coesos que evitem glosas, posto que elas produzem um efeito negativo quando não são gerenciadas de modo correto. As glosas não gerenciadas geram uma sobrecarga na equipe administrativa de faturamento e auditoria interna, pois elas devem ser analisadas e o recurso deve ser realizado. Como se trata de uma fonte de receita, faz-se indispensável criar estruturas internas e contratar profissionais que analisem os demonstra- tivos de pagamento e contestem as glosas. Nesse cenário, compete ao gestor hospitalar elaborar contratos detalhados — nos quais não deve haver qualquer tipo de ambiguidade —, prezar pela qualidade dos insumos e dos equipamen- tos, constituir uma equipe assistencial e administrativa com conhecimentos, habilidades e atitudes voltados à melhoria contínua dos processos. Quando a operadora de planos de saúde aplica glosas sem critérios, não fundamenta as suas razões com argumentos válidos, vale-se de respostas padrões ou dúbias para tratar dos recursos ou demora para efetuar o pagamento dos mesmos e, em paralelo a essas tantas faltas, os prestadores de serviços de saúde executam falhas administrativas ou técnicas com recorrência, é provável que esses agentes convertam-se em adversários mútuos. Ademais, essa série de faltas e falhas é prejudicial a todos os envolvidos e ao sistema de saúde de modo geral. Dessa maneira, os prestadores de serviços de saúde e as operadoras de planos de saúde devem buscar meios para estabelecer uma relação de parceria entre si, de modo que as operadoras sempre tenham o cuidado de fundamentar as glosas com justificativas plausíveis, prezando pelas regras contratuais estabelecidas previamente. Por sua vez, os prestadores devem responder às glosas mediante recursos desenvolvidos de forma coesa e coerente, agindo com proatividade, justamente, para evitar a sua ocorrência. 5Glosas e contestação 2 Motivos de glosa e contramedidas De acordo com Pellegrini (1998), via de regra, as glosas ocorrem por desco- nhecimento das operadoras de planos de saúde e dos profi ssionais envolvidos na atividade de faturamento acerca das bases contratuais negociadas, de modo a gerar cobranças indevidas e glosas sem fundamento. A Lei nº. 13.003, de 24 de junho de 2014 (BRASIL, 2014), tornou obrigatória a existência de contratos escritos com vistas a formalizar e equilibrar a relação entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviço da área. Considerando o contexto do pagamento dos serviços, o contrato deve prever os casos de glosa, os prazos para o prestador contestar a glosa e o tempo de resposta das operadoras. É por intermédio do contratofi rmado por escrito que contratantes e contratados de qualquer negócio ou área defi nem quais são os seus direitos e os seus deveres, o que também se aplica aos processos burocráticos e assistenciais. Nessa conjuntura, a glosa — a qual se configura como a rejeição total ou parcial de uma conta, conforme estudamos na seção anterior deste capítulo — pode ser classificada em administrativa ou técnica. A glosa administrativa decorre de falhas operacionais na cobrança, tais como ausência de interação entre prestador de serviços de saúde e operadora de planos de saúde, infor- mações inconsistentes na conta hospitalar, erro no preenchimento da guia ou valores diferentes dos acordados em contrato. Como se tratam de divergências baseadas em questões burocráticas, o gestor hospitalar consegue identificar as causas, tratá-las e, assim, evitar que o problema repita-se de modo mais fácil. Já a glosa técnica em geral é mais complexa e difícil de ser evitadas, pois compreende fatores qualitativos e quantitativos relacionados ao atendimento ao paciente. A título de exemplificação, podemos considerar a realização de procedimentos novos ou bastante específicos, a utilização de medicamentos que não foram homologados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o tempo de internação superior ao padrão. Para padronizar a troca de informações entre operadoras de planos de saúde e pres- tadores de serviços de saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) listou as possíveis justificativas de glosa no “Manual de conteúdo e estrutura: instruções para preenchimento das guias em papel”, sendo que esse documento também dá outras disposições e está disponível para acesso on-line no site oficial da ANS. Glosas e contestação6 O código e o motivo da glosa devem estar descritos no demonstrativo de análise da conta médica, cujo modelo está representado pela Figura 1 a seguir. Todas as contas devem ser detalhadas por meio desse documento, de modo que o responsável por esse detalhamento deve explicar as razões das glosas para que essas justificativas possam ser analisadas e recursadas. Figura 1. Demonstrativo de análise de conta médica. Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar (2016, documento on-line). Glosas administrativas A glosa administrativa sucede da falta de comunicação entre prestadores de serviços de saúde e operadoras de planos de saúde. Para evitar esse tipo de glosa, medidas instrucionais e de auditoria interna devem ser tomadas. Logo, os colaboradores responsáveis pela atividade de faturamento e as demais áreas que realizam atividades burocráticas devem seguir à risca as condições nego- ciadas com as operadoras de planos de saúde, pois os erros podem ocasionar o não recebimento do valor correspondente aos serviços prestados. A equipe envolvida nas atividades administrativas da gestão hospitalar precisa passar por treinamento diário para capacitar-se e cometer o mínimo de equívocos possível nas suas atividades, sendo que essa fase educativa deve 7Glosas e contestação ser constante na rotina dos prestadores de serviços de saúde, visando mitigar falhas operacionais. Somado a isso, os colaboradores devem fazer conferências para garantir que não há erros ou ausência de dados antes de enviar a fatura hospitalar à operadora de planos de saúde. Além disso, é importante que mudanças ou atualizações de contratos sejam comunicadas em tempo hábil para que toda a equipe esteja ciente das alterações. A padronização também é primordial para a redução de falhas, de modo que compete ao gestor hospitalar elaborar procedimentos operacionais padrões com um passo a passo das atividades desempenhadas em cada um dos setores da instituição. Por fim, todos essa espécie de manual deve ser acessível aos colaboradores para auxiliá-los na realização de procedimentos e demais atividades importantes. Glosas técnicas A glosa técnica decorre de processos realizados na assistência ao paciente por parte da equipe multidisciplinar do hospital, a qual é composta por mé- dicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, entre outros profi ssionais. Geralmente, esse tipo de glosa técnica é causado por de diárias de internação excedentes, permanência do paciente em unidade de terapia intensiva (UTI) sem justifi cativa clínica, divergência entre o atendimento autorizado e o atendimento realizado, divergência no diagnóstico e utilização de materiais descartáveis em substituição a materiais reprocessáveis. Dadas as suas caraterísticas, as glosas técnicas exigem mais esforços para serem analisadas, recursadas e evitadas. Ademais, a glosa técnica está relacionada de modo direto ao tratamento do paciente, pois refere-se à avaliação da conformidade desse atendimento com relação ao previsto no protocolo clínico. Logo, a equipe assistencial deve conhecer as regras das operadoras de planos de saúde para evitar que a conduta adotada seja divergente do que está acordado em contrato. O bom relacionamento entre a equipe assistencial e os médicos e enfermeiros auditores, sejam eles internos e externos, é essencial para que haja o alinhamento de informações, o conhecimento sobre as regras da instituição e o acompanha- mento da situação clínica dos pacientes. Glosas e contestação8 As glosas recorrentes, também chamadas de glosas lineares, acontecem quando o prestador de serviços de saúde cumpre com todas as orientações assistenciais e administrativas descritas no contrato, mas, ainda assim, a operadora de planos de saúde glosa o pagamento. Ao realizar esse tipo de glosa, a operadora busca gerar caixa, pois deixa de pagar o valor relativo aos serviços desempenhados pelo prestador, o que caracteriza uma prática irregular e sem respaldo contratual. Assim sendo, a operadora pode sofrer medidas regulatórias por parte da ANS. Além de administrativas ou técnicas, as glosas também podem ser classifi- cadas em totais ou parciais. A glosa total caracteriza-se pelo não pagamento do valor integral de uma fatura hospitalar enviada à operadora de planos de saúde. Na maior parte dos casos, esse tipo de glosa resulta de problemas relativos ao vínculo do paciente com a operadora de planos de saúde, os quais podem ser evitados com a autorização prévia e a consulta à elegibilidade do paciente ao seu plano de saúde antes da realização do atendimento. Já a glosa parcial ocorre quando um percentual inferior a 100% do valor de uma fatura hospitalar enviada à operadora é glosado. É importante que a glosa seja analisada não apenas no âmbito de cada conta individual, mas também de forma global. Logo, compete ao prestador de serviços de saúde identificar o que cada operadora está glosando — tais como materiais, medicamentos, descartáveis, etc. —, os motivos mais recorrentes e os setores com maior representatividade nas glosas — os quais podem ser clínicas, centro cirúrgico ou UTIs. No SUS, a aplicação das glosas requer evidências da não conformidade por meio de documentos, com cópias autenticadas do prontuário médico e dos registros do auditor. As glosas devem ser apontadas em planilhas com as justificativas da sua não conformidade e a identificação dos profissionais responsáveis por elas. Por sua vez, as planilhas com as glosas devem conter os seguintes elementos: Cada um dos itens que gerou a glosa; A identificação da glosa com o apontamento objetivo dos recursos que geraram divergências; Os motivos da glosa e os seus fundamentos legais; O valor original da glosa; O dia, o mês e a ano em que o processo gerador da glosa aconteceu; Os nomes dos documentos que evidenciam a sua não conformidade. 9Glosas e contestação A glosa também é um fator presente no âmbito da prestação dos serviços de saúde pública. Por essa razão, em 2005, o Ministério da Saúde lançou um caderno intitulado “Orientações técnicas sobre aplicação de glosas em auditoria no SUS”, o qual está disponível para acesso on-line no site oficial do Ministério da Saúde. Conformeo Denasus, a aplicação das glosas requer a atuação do gestor hos- pitalar responsável pela sua não conformidade, pois ele deve corrigi-las e evitar a sua recorrência, observando dois pontos nesse processo. O primeiro ponto diz respeito ao fato de que os valores correspondentes às glosas devem ser devolvi- dos aos cofres públicos caso práticas ilegais ou ilegítimas sejam evidenciadas, de modo que os profissionais responsáveis devem ser responsabilizados pelos seus atos mediante notificação ao Ministério Público. O segundo ponto é que a glosa é vista como um ressarcimento pelos atos antieconômicos, dispensada a necessidade de intervenção do Ministério Público, se a má fé na prestação dos serviços de saúde não for evidenciada. Frente a isso, é recomendado que o gestor hospitalar corrija o processo que gerou a não conformidade e realize a devolução dos valores gastos de modo indevido aos cofres públicos. A auditoria que visa identificar as não conformidades que geram glosas no SUS é realizada por meio da análise dos auditores multidisciplinares so- bre as faturas e os prontuários médicos, além de contar com visitas desses profissionais quando for possível. Ademais, devido ao impacto das glosas no ciclo financeiro dos prestadores de serviços de saúde e a possibilidade de recuperação dos valores, é importante que os processos de recurso de glosa sejam efetuados de maneira eficiente. 3 O processo de contestação das glosas As operadoras de planos de saúde aplicam as glosas quando possuem dúvidas com relação às condutas administrativas ou técnicas dos prestadores de ser- viços de saúde. Nesse cenário, o colaborador responsável pelos recursos de glosa deve sanar tais dúvidas por meio da argumentação técnica respaldada por documentos comprobatórios. De acordo com o que estudamos ao longo deste capítulo, podemos afirmar que o recurso de glosa corresponde ao processo no qual um profissional ca- Glosas e contestação10 pacitado analisa e avalia a possibilidade de elaborar argumentações técnicas e administrativas para anular a glosa recebida. Quando o argumento é aceito pela operadora de planos de saúde, a glosa é desconsiderada e o pagamento do valor contestado é efetuado. Em caso contrário, quando o argumento não é aceito pela operadora, a glosa é mantida. Além disso, a rotina de trabalho com recursos de glosa requer organização e controle. Por isso, compreenderemos algumas atividades essenciais ao êxito na recuperação das glosas via recurso ao longo das próximas páginas. Identificar a glosa Na etapa de identifi cação das glosas, é possível ter conhecimento sobre os motivos que as geraram. Nesse sentido, relatórios registrados no sistema hospi- talar facilitam a atividade de recurso de glosas, pois permitem o agrupamento das glosas conforme operadora de plano de saúde, motivo, valor, paciente, competência de pagamento, entre outras categorias que o gestor hospitalar julgar necessárias. Para identificar as glosas, é necessário que o departamento financeiro, representado pela tesouraria ou pelo contas a receber, realize a conciliação bancária com certa periodicidade, de modo que os valores depositados nas contas dos prestadores de serviços de saúde por parte das operadoras de pla- nos de saúde sejam compatíveis com os demonstrativos das contas médicas apresentados. Assim sendo, os pagamentos das faturas hospitalares e as glosas devem ser apontados no sistema de informação hospitalar. Os colaboradores responsáveis pelos recursos de glosa devem consultar os relatórios de glosas de cada operadora de plano de saúde em sincronia com as quitações realizadas pelo setor de contas a receber. Dessa maneira, é possível garantir que as glosas estão sendo analisadas na competência correta. Suponhamos que o pagamento de R$100.000,00 está previsto por uma operadora de planos de saúde a um prestador de serviços da área no mês de janeiro. Desse montante, cuja data de vencimento está prevista para janeiro, foram pagos R$80.000,00, sendo que os R$20.000,00 restantes foram glosados. Assim, a glosa deve ser analisada o mais breve possível, tendo em vista que a operadora já finalizou o pagamento da competência de janeiro. 11Glosas e contestação Analisar a glosa A análise das glosas traduz-se pela consulta aos demonstrativos das contas médicas com o objetivo de verifi car a viabilidade de sucesso nos recursos de glosa e requer conhecimento técnico, de modo que a equipe dos recursos de glosa deve ser multidisciplinar, sendo composta por médicos e enfermeiros auditores internos que possuam domínio técnico das atividades na área de saúde. Além disso, faz-se necessária a atuação de colaboradores administrativos que auxiliem na organização de protocolos, trâmites de documentos físicos e demais atividades burocráticas relacionadas ao setor. É nesse momento que o profissional responsável verifica se as glosas são devidas ou não. Nessa etapa, é fundamental que as glosas sejam analisadas sob os vieses administrativo e técnico, sendo que uma única fatura hospitalar pode conter glosas administrativas e glosas técnicas. Em ambos os casos, é preciso consultar os registros internos para identificar se as glosas são procedentes. Além disso, deve haver uma boa interação entre o profissional responsável pelos recursos de glosa e os profissionais assistenciais — isto é, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros membros da equipe multidisciplinar — na obtenção de informações. As glosas devidas, ou procedentes, não são passíveis de recurso e ocorrem quando os prestadores de serviços de saúde reconhecem as falhas administra- tivas ou técnicas. Já as glosas improcedentes sucedem quando os prestadores possuem todas as provas de realização do atendimento médico ou de enfer- magem conforme versam as regras contratuais e apresentam documentos que comprovam a assertividade do valor faturado, de modo que a operadora de planos de saúde torna-se responsável por pagar o valor correspondente ao atendimento realizado. A glosa procedente, ou devida, sucede, por exemplo, quando um prestador de serviços de saúde envia a fatura hospitalar relativa a um atendimento sem a validação da autorização prévia prevista como obrigatória no contrato firmado com a operadora dos planos de saúde. Já a glosa improcedente acontece, a título de ilustração, quando a operadora paga a um valor inferior ao que foi acordado em contrato sobre um medicamento, de modo que o valor que não foi pago é passível de recurso. Glosas e contestação12 Após serem analisadas, as glosas devidas devem ser acatadas e as glosas indevidas devem ser recursadas. Durante a sua análise, o profissional respon- sável deve elaborar relatórios com os principais motivos e as ações a serem tomadas para que as glosas não se repitam em casos com novos pacientes. Esses documentos são de caráter interno, devendo ser reportados aos responsáveis pelos setores administrativo e assistencial. É por meio dos apontamentos presentes nos relatórios dos recursos de glosa que se torna possível corrigir falhas e evitar a perda ou a demora no recebimento das quantias relativas aos serviços médicos e de enfermagem prestados. Enviar o recurso de glosa A forma de envio dos recursos de glosa e os prazos para a sua análise e o devido pagamento por parte da operadora de planos de saúde devem ser defi nidos em contrato escrito. No que tange à forma de recebimento dos recursos de glosa, cada operadora adota o método que lhe convém, podendo ocorrer por meio de digitação em um site específi co, envio de planilhas por e-mail, envio de documentos físicos, envio de arquivos em formato XML, entre outras possibilidades. Independentemente do método utilizado para comunicar a contestação, é importante que o recurso seja realizado com organização, respaldo técnico e em conformidade com as regras contratuais acordadas com a operadora em momento anterior. Os prestadores de serviços de saúde devem exercer um controle rígidodas informações relacionadas aos recursos de glosa, ao que vale destacarmos a relevância de que esses profissionais anotem o número do protocolo de envio quando esse processo for realizado por meio eletrônico, pois é esse número de protocolo que permite o monitoramento dos recursos de glosa. Quando o envio dos recursos for realizado por intermédio de documentos físicos, o profissional responsável deve instituir estratégias que garantam o recebimento dos recursos, como a entrega com aviso de recebimento, por exemplo. Monitorar a eficácia do recurso de glosa O monitoramento periódico dos recursos de glosa permite que o prestador de serviços de saúde verifi que se os recursos enviados atingiram o objetivo fi nal ou não. Compete a esse profi ssional anotar os números de todos os pro- tocolos e demais documentos que comprovem que o recurso foi enviado no prazo defi nido em contrato. Além disso, é importante que os pagamentos dos recursos sejam comparados aos valores solicitados, pois, caso haja uma nova 13Glosas e contestação glosa no valor informado no recurso e alguma cláusula contratual valide tal ação, o prestador pode fazer uma réplica — ou seja, um segundo recurso de glosa — para reaver o valor devido. Assim, a glosa anterior ao recurso deve ser comparada à glosa posterior ao recurso para que seja possível avaliar o seu percentual de recuperação. Consideremos que no pagamento da competência de janeiro houve R$20.000,00 em glosas, sendo que todo esse montante foi analisado e recursado. Ao receber o recurso, a operadora de planos de saúde concordou em efetuar o pagamento no valor de R$ 10.000,00, de modo que o índice de recuperação da glosa foi de 50%. O prestador de serviços de saúde destina valores significativos para alocar recursos humanos e estruturais com vistas ao funcionamento do fluxo de contestação das glosas, sendo que essa estrutura não gera produção (atendi- mento ao paciente); pelo contrário, ela busca obter o recebimento da produção ainda que de modo tardio ou parcial. Tal conjuntura aponta a necessidade de que as informações geradas nos processos de recursos de glosa funcionem como uma espécie de gatilho para a melhoria contínua da organização, sendo essencial o monitoramento periódico da recuperação das glosas por meio do recurso — quanto maior, melhor — e da glosa inicial — quando menor, melhor. Outro aspecto importante é a atuação da área comercial no que se refere à descrição das cláusulas contratuais e à intervenção em casos nos quais os recursos devidos não são acatados pelas operadoras de planos de saúde, gerando prejuízo financeiro aos prestadores. No caso do SUS, toda glosa deve estar acompanhada por documentos que comprovem a sua ocorrência, já que a glosa procedente gera a necessidade de devolução dos valores gastos em função de má fé ou ineficiência aos cofres públicos. Dessa maneira, o auditado — seja ele um hospital, uma clínica, uma unidade básica de saúde ou outro — tem o direito de defesa. Assim sendo, caso o recurso não seja aceito por não ser suficiente para comprovar a conformidade no processo de atendimento ao paciente, faz-se necessário que o auditado realize o ressarcimento dos valores aos cofres públicos, conforme as normas definidas pelo Denasus. Glosas e contestação14 Fundamentados no que estudamos ao longo deste capítulo, podemos resumir que as glosas funcionam como um mecanismo de gestão da saúde privada e da saúde pública com o objetivo de garantir a conformidade no atendimento ao paciente, o cumprimento das regras contratuais firmadas previamente e a boa gestão dos valores destinados à prestação dos serviços de saúde. Devido ao seu impacto financeiro e por tratar-se de um processo bilateral, as glosas podem ser contestadas, o que não assegura o recebimento do valor previsto ou, nos casos dos serviços prestados pelo SUS, que não será necessária a devolução de valores correspondentes às glosas. Assim sendo, compete aos gestores dos serviços de saúde atuar com vistas à melhoria contínua dos processos e à observância de práticas de gestão que prezem pela eficiência operacional. Ciente de que o cenário com glosas iguais a zero é praticamente impossível de ser obtido, o gestor hospitalar deve assegurar a contratação e a manutenção de uma equipe multidisciplinar para lidar com os recursos de glosas, de modo que esse coletivo de profissionais com as mais variadas formações na área de saúde empenhe-se em reverter as glosas e atuar na indicação de oportunidades de melhoria nos processos internos dos serviços de saúde. AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Anexo I: estrutura física dos campos das guias e dos demonstrativos. 2016. Disponível em: http://www.ans.gov.br/images/ stories/Legislacao/in/anexo_in22_dides.pdf> Acesso em: 29 jul. 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 5 out. 1988 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm. Acesso em: 29 jul. 2020. BRASIL. Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da Saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 20 set. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 29 jul. 2020. BRASIL. Lei nº. 13.003, de 24 de junho de 2014. Altera a Lei nº. 9.656, de 3 de junho de 1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, com a redação dada pela Medida Provisória nº. 2.177-44, de 24 de agosto de 2001, para tornar obrigatória a existência de contratos escritos entre as operadoras e seus prestadores de serviços. Diário Oficial da União, Brasília, 25 jun. 2014. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13003.htm. Acesso em: 29 jul. 2020. 15Glosas e contestação Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. INFLAÇÃO médica no Brasil só perde para Costa do Marfim, Uganda e Malásia. Exame, 2019. Disponível em: https://exame.com/economia/inflacao-medica-no-brasil-so- -perde-para-costa-do-marfim-uganda-e-malasia/. Acesso em: 29 jul. 2020. PELLEGRINI, G. Glosas: convênio x prestador. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE SERVIÇOS DE SAÚDE, 15., 2004, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: FENAESS, 1998. Leituras recomendadas AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR. Manual de conteúdo e estrutura: instru- ções para preenchimento das guias em papel. 2016. Disponível em: http://www.ans. gov.br/images/stories/Plano_de_saude_e_Operadoras/tiss/Padrao_tiss/manual_de_ conteudo_e_estrutura_v2110.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Orientações técnicas sobre aplicação de glosas em auditoria no SUS. 2005. Disponível em: http://bvsms. saude.gov.br/bvs/publicacoes/aplicacao_glosas_auditoria.pdf. Acesso em: 29 jul. 2020. GONÇALVES, E. L. (org.). Gestão hospitalar: administrando o hospital moderno. São Paulo: Saraiva, 2006. Glosas e contestação16 DICA DO PROFESSOR O profissional que realiza a análise e o recurso das glosas tem o desafio de interpretar o demonstrativo de análise da conta médica relacionando-o com o histórico do paciente ao longo do seu atendimento. O processo de análise de glosas gera duas saídas muito importantes. Uma delas é o recurso de glosa enviado sob forma de contestação à fonte pagadora e a outra são os relatórios internos que auxiliam os gestores na melhoria de processos. Na Dica do Professor, você verá que é possível aplicar “5 porquês” para identificar a causa-raizdas glosas devidas e atuar para que o problema não se repita. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! NA PRÁTICA A contestação da glosa técnica requer, além da habitual atenção às regras contratuais, o entendimento dos itens que foram utilizados no paciente e os fatores que levaram os profissionais assistenciais a tomarem decisões em relação aos cuidados. Dada a complexidade da análise, é fundamental que o profissional que realiza o recurso das glosas interaja com a equipe da assistência para conhecer melhor os protocolos clínicos e mais detalhes que possam fundamentar as contestações. Na Prática, você irá conhecer de perto o processo de análise da glosa técnica e o levantamento de informações para a elaboração do recurso de glosa. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Glosa médica é impasse recorrente em 90% das relações entre planos de saúde e hospitais As glosas apresentam conflitos na interação entre as operadoras de planos de saúde e hospitais. Veja a seguir como os prestadores de serviço estão utilizado softwares ao seu favor no processo de análise e recurso das glosas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Glosas em contas hospitalares: um desafio à gestão As glosas podem indicar que processos administrativos e técnicos podem ser mais eficientes. Logo, compete ao gestor hospitalar identificar as suas causas e elaborar planos de ação de contramedida. No artigo a seguir, você irá conhecer o estudo realizado em um hospital para identificar as glosas, classificando-as em técnicas e administrativas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Gestão econômico-financeira A gestão administrativa e financeira de um serviço de saúde requer o monitoramento periódico de indicadores que apontem a eficiência e a eficácia dos processos. Leia o artigo da página 142 a seguir e compreenda como os indicadores de glosa e tempo médio de recebimento dos recursos impactam na tomada de decisão dos gestores hospitalares. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Fundamentos de administração financeira, 9ª edição Que tal aprender mais um pouco sobre gestão financeira? A Biblioteca A tem várias opções para você aprofundar seus conhecimentos nessa área tão importante. Fica como sugestão a leitura do livro dos autores Ross e Stephen.
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