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Indicadores gerenciais de faturamento APRESENTAÇÃO É comum as pessoas realizarem exames de sangue periódicos a fim de avaliar a sua saúde e, com base nos resultados dos exames e nos valores de referência adotados por cada laboratório, um profissional capacitado na área da saúde poderá avaliar se você precisa melhorar algum hábito de vida, tomar alguma medicação, etc. No contexto empresarial não é muito diferente. É necessário dispor de mecanismos que permitam avaliar o desempenho do negócio, a sua saúde econômica e financeira, dados sobre o seu faturamento, entre outros aspectos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os principais indicadores gerenciais de faturamento no contexto hospitalar, sua fórmula de cálculo e interpretação, e compreenderá a importância dos indicadores gerenciais de faturamento como subsídio para tomada de decisão dos gestores de empresas prestadoras de serviços na área da saúde. Por fim, terá acesso às estratégias que podem ser adotadas a partir dos resultados obtidos nos indicadores. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir os principais indicadores gerenciais de faturamento, destacando a sua fórmula de cálculo. • Identificar a importância dos indicadores de faturamento para a tomada de decisões da gestão. • Analisar possíveis ações a partir dos indicadores gerenciais de faturamento.• INFOGRÁFICO Os indicadores gerenciais de faturamento que irão compor o painel de controle da gestão das empresas prestadoras de serviços de saúde devem ser escolhidos mediante avaliação das características dos indicadores disponíveis e dos fatores críticos de sucesso de cada empresa. Neste Infográfico, saiba mais sobre como avaliar as características dos indicadores gerenciais de faturamento e os fatores críticos de sucesso de cada empresa. CONTEÚDO DO LIVRO A área da saúde enfrenta inúmeros desafios como consequência do contexto de mercado, que envolve as demandas por inovação tecnológica, os custos elevados, o aumento da concorrência, a demanda crescente dos consumidores por qualidade e o papel das operadoras de planos de saúde como elemento chave na geração de receita. No capítulo Indicadores gerenciais de faturamento, da obra Faturamento e auditoria em saúde, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai ter acesso aos principais indicadores gerenciais de faturamento. Compreenda que os resultados dos indicadores gerenciais de faturamento podem ser uma ótima fonte de informação para a gestão das empresas que atuam na área de saúde, além de permitir a adoção de estratégias com foco em produtividade, eficiência e melhores resultados financeiros. Boa leitura. FATURAMENTO E AUDITORIA EM SAÚDE Vanessa Martins Pires Indicadores gerenciais de faturamento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir os principais indicadores gerenciais de faturamento, desta- cando a sua forma de cálculo. Identificar a importância dos indicadores de faturamento para a to- mada de decisões da gestão. Analisar possíveis ações a partir dos indicadores gerenciais de faturamento. Introdução Neste capítulo, você vai conhecer os principais indicadores gerenciais de faturamento utilizados por empresas que prestam serviços na área da saúde, bem como as fórmulas empregadas no cálculo desses índices. Você também vai verificar a importância da utilização de indicadores gerenciais de faturamento como subsídio para a tomada de decisões dos gestores. Afinal, o resultado dos indicadores auxilia no entendimento do desempenho obtido e de eventuais desvios em relação ao planejado. Por fim, você vai conhecer algumas ações que os gestores podem implementar a partir da análise dos resultados dos indicadores gerenciais de faturamento, a fim de atender aos objetivos estratégicos propostos. 1 Principais indicadores gerenciais de faturamento A gestão de um serviço de saúde deve contemplar o uso efetivo dos dados qualitativos e quantitativos disponíveis, como aqueles referentes ao desempenho dos processos, à satisfação de clientes e à aplicação de recursos (BURMESTER, 2013). Um indicador pode ser defi nido como a “[...] representação quantifi cada da qualidade de um produto ou serviço” (BURMESTER, 2013, p. 255). Ele pode englobar informações quantitativas ou qualitativas. Em geral, a literatura contempla indicadores quantitativos, contudo a obtenção de determinada cer- tifi cação, por exemplo, pode ser defi nida como um indicador de desempenho, o qual pode ou não ser atingido. Os indicadores devem ser adotados conforme a necessidade de cada empresa e de cada segmento, sendo adaptados à realidade organizacional, se necessário. Burmester (2013) descreve as qualidades inerentes aos bons indicadores, como você pode ver a seguir. Simplicidade: quanto mais simples e claro for o cálculo do indicador, menos distorções ele apresentará . Inteligibilidade: o indicador deve ser facilmente compreendido pelos usuários e gestores. Objetividade: o indicador não deve depender da interpretação dos seus usuários, ou seja, deve considerar critérios objetivos. Estabilidade: os elementos do indicador (numerador e denominador, por exemplo) devem ser constantes ao longo do tempo. Especificidade: o indicador deve captar eventos bem definidos. Sensibilidade: o indicador deve ser capaz de contemplar pequenas flutuações ou variações ao longo do tempo. Rastreabilidade: o indicador deve permitir o conhecimento e o controle das variáveis envolvidas no cálculo. Baixo custo de obtenção: o indicador deve utilizar dados que são facilmente obtidos em cada instituição, a fim de evitar a criação de novos instrumentos de coleta de dados paralelos aos existentes. A escolha dos indicadores a serem adotados por cada instituição no seu painel de controle deve contemplar os fatores críticos de sucesso da organização. Isso envolve sua forma de operação (produção e recursos utilizados), sua estratégia competitiva (mercado e concorrentes) e fatores vinculados ao meio ambiente (economia e demografia). A Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, por exemplo, utiliza 84 indicadores no seu painel de controle, enquanto a mineradora Belgo, de Juiz de Fora, conta com 57 indicadores no seu painel de controle e 98 indicadores setoriais (BURMESTER, 2013). Malagón-Londoño, Laverde e Londoño (2019) descrevem os indicadores clássicos relativos à utilização de recursos hospitalares. Veja a seguir. Indicadores gerenciais de faturamento2 Média de Permanência (MP): total de dias de permanência no período dividido pelo total de admissões no período. Média de permanência pré-operatória: somatório dos dias de per- manência pré-operatória dividido pelo número de pacientes submetidos a cirurgia eletiva com internação. Permanência mediana (P mediana): valor dos dias correspondente a 50% de todos os dias dos pacientes. Taxa de Ocupação Hospitalar (TOH): [total de dias de permanência ÷ (número de leitos × dias do período considerado)] × 100. Índice de Rotatividade de paciente/leito (IR): número de internações dividido pelo número de leitos. Intervalo de Substituição (IS): [tempo médio de permanência × (1 – taxa de ocupação hospitalar) ÷ taxa de ocupação hospitalar]. Ciclo Médio Hospitalar (CMH): média de permanência somada ao intervalo de substituição. Taxa de reinternação: número de internações pela mesma causa após uma internação anterior. No caso da MP, o preconizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é a somatória de pacientes/dia no hospital em determinado período dividida pela somatória de saídas (altas + óbitos) ocorridas no hospital no mesmo período. No caso da P mediana, calcula-se ordenando os dias de permanência de todos os pacientes e localizando o ponto central. É comum, no Brasil, adotar a expressão “total depacientes/dia” em vez de “total de dias de permanência”. Além disso, no Brasil, considera-se que há reinternação se o paciente retorna ao hospital em até 30 dias da data da alta hospitalar, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (2020). No que se refere aos indicadores voltados à área financeira das empresas que prestam serviços hospitalares, Burmester (2013) menciona que as organi- zações privadas usualmente adotam indicadores que permitem acompanhar o desempenho obtido em termos de lucratividade. Entre os indicadores utilizados, você pode considerar: 3Indicadores gerenciais de faturamento retorno do investimento; crescimento das receitas operacionais e totais por período; percentual de clientes do Sistema Único de Saúde (SUS), dos planos de saúde e particulares; índices de glosas por fonte pagadora; custo médio de internação por especialidade. No que se refere especificamente aos indicadores gerenciais de fatura- mento voltados às empresas de saúde, os indicadores elencados a seguir são comumente utilizados em instituições hospitalares. Quantidade de contas de internação emitidas (mensal): total de contas geradas para atendimento de internação durante o mês. Valor médio da conta de internação (mensal): total do faturamento de internação dividido pelo total de contas de internação do mês. Faturamento por internação (mensal): valor total do faturamento de contas de internação no mês. Altas (mensal): número total de altas de pacientes ocorridas no mês. Contas pendentes de faturamento: quantidade de contas de pacientes que receberam alta, mas que ainda não foram concluídas e que estão pendentes de faturamento. Contas ambulatoriais (mensal): quantidade de contas ambulatoriais geradas no mês. Valor diário de internação: valor total das contas de internação divi- dido pelo número total de diárias de internação de pacientes no mês. Índice de glosas (mensal): percentual de glosas de convênios com Operadoras de Planos de Saúde (OPS) sobre o faturamento mensal. Faturamento por especialidade: faturamento gerado por cada espe- cialidade dividido pelo faturamento total e multiplicado por 100. Faturamento por convênio: faturamento gerado por cada tipo de convênio dividido pelo faturamento total multiplicado por 100. No que se refere à adoção de indicadores gerenciais de faturamento, a ANS, agência reguladora do mercado de saúde suplementar, realizou uma pesquisa com os representantes das OPS e com os prestadores de serviços de saúde. Por meio dessa pesquisa, a ANS construiu um painel de indicadores que envolvem aspectos relacionados à autorização, ao faturamento e à glosa dos procedimentos (ANS, 2020). Nessa pesquisa, constam os cinco indicadores descritos a seguir. Indicadores gerenciais de faturamento4 Tempo médio de pagamento: tempo médio, em dias, decorrido entre a apresentação da cobrança pelo prestador e o pagamento final da guia pela operadora. Percentual de glosa inicial: apuração do percentual do valor inicial glosado pelas operadoras em relação ao valor total dos serviços assis- tenciais cobrados pelos prestadores. Cálculo: soma dos valores iniciais glosados nas guias fechadas dividida pela soma do valor total informado nas guias fechadas, em determinado período. Percentual de glosa final: apuração do percentual do valor final glosado pelas operadoras em relação ao valor total dos serviços assistenciais cobrados pelos prestadores. Cálculo: soma dos valores finais de glosa nas guias fechadas dividida pela soma do valor total informado nas guias fechadas e multiplicada por 100. Percentual do número de guias sem retorno após 30 dias da co- brança: para o cálculo, divide-se o total de guias sem retorno da ope- radora após 30 dias da data do protocolo da cobrança pelo total de guias enviadas e multiplica-se por 100. Percentual do valor de guias sem retorno após 30 dias da cobrança: para o cálculo, a soma do valor informado nas guias sem retorno da operadora após 30 dias da data do protocolo de cobrança é dividida pela soma do valor total informado nas guias enviadas e multiplicada por 100. 2 Indicadores gerenciais de faturamento e tomada de decisão Um indicador traduz o modo como um critério é medido e avaliado. Ele ge- ralmente é apresentado no formato numérico e utilizado como subsídio pelos gestores e diretores das empresas para as decisões de curto, médio e longo prazo (MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE; LONDOÑO, 2019). Alguns indicadores podem ser utilizados como subsídio para a avaliação da eficiência operacional da empresa. Esse é o caso do indicador tempo médio de pagamento, discutido na seção anterior. Pode-se dizer que, quanto mais rápido for o tempo médio entre a apresentação da cobrança pelo prestador de serviços e o pagamento final da guia pela operadora, mais eficiente a empresa será na geração de recursos que representam disponibilidades imediatas para pagar obrigações e realizar investimentos. Um indicador que também contribui para a avaliação da eficiência ope- racional na conversão de receita (faturamento) em recursos financeiros é o 5Indicadores gerenciais de faturamento indicador rotação de contas a receber, que evidencia a efetividade com a qual a instituição hospitalar gerencia os recursos investidos em cada atividade (MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE, LONDOÑO, 2019). Veja: É necessário conhecer o valor ou o percentual de serviços prestados cujo pagamento será realizado no futuro. Ou seja, é preciso distinguir os pagamentos realizados à vista daqueles realizados a prazo, mediante a utilização de recursos de crédito. Como exemplo, considere que determinada instituição hospitalar possui R$ 826 mil em contas a receber, registrados no balanço patrimonial do ano passado, e que movimentou R$ 8.300 milhões em receitas totais no ano, sendo que 30% das receitas foram ou serão pagas mediante recursos de crédito (MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE; LONDOÑO, 2019). Veja: Um resultado de 125 dias para o índice de rotação de contas a receber pode ser considerado desfavorável, pois indica que a rotação das contas a receber é lenta, isto é, o giro das contas a receber é baixo. Caso a velocidade de rotação das contas a receber não aumente, a empresa pode necessitar de recursos financeiros de terceiros para capital de giro, ou ainda pode se ver obrigada a solicitar o alargamento dos prazos de pagamento aos fornecedores — caso o volume de recursos financeiros proveniente das prestações de serviços pagas à vista não seja suficiente para manter as atividades operacionais (MALAGÓN- -LONDOÑO; LAVERDE, LONDOÑO, 2019). Entre os indicadores gerenciais utilizados como subsídio para a tomada de decisão, está o Valor Médio da Conta (VMC). Esse indicador pode ser subdividido em VMC do SUS, de cada convênio (OPS) e de particulares. Sua aplicação prática pode auxiliar, por exemplo, na identificação de necessidades de melhorias nos processos e na construção de comparativos com o desempenho obtido em outros períodos. Algumas empresas prestadoras de serviços de saúde medem e controlam o Tempo Médio de Recebimento (TMR). Esse indicador mede, em dias, o tempo entre o encerramento da conta (e o respectivo envio da cobrança à fonte pagadora) e o efetivo recebimento dos valores faturados. Um TMR baixo é o que se almeja e pode indicar que a fonte pagadora cumpre os prazos acordados Indicadores gerenciais de faturamento6 e é uma boa parceira para a empresa. Esse indicador é semelhante ao que a ANS denomina “tempo médio de pagamento”, discutido na seção anterior. O Tempo Médio de Faturamento (TMF) mede, em dias, o tempo trans- corrido entre a alta do paciente e o fechamento da conta. Um TMF elevado indica que as contas estão paradas em algum ponto da instituição hospitalar (na unidade de internação, no faturamento ou na auditoria, por exemplo). Isso pode acontecer por problemas de registro, por falta de documentos ou ainda por falta de assinaturas. O TMF é umindicador que pode apontar gargalos nos processos e, portanto, auxiliar os gestores na construção de melhorias. O percentual de glosas de cada operadora de plano de saúde sobre o fatu- ramento mensal de serviços prestados a beneficiários de convênios também é um indicador importante, pois permite identificar algumas falhas operacionais que devem ser corrigidas. Caso o percentual de glosas aumente ao longo do tempo, a empresa prestadora de serviços médicos e/ou de serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento poderá enfrentar redução das disponibilidades e do lucro, como consequência da não geração de receita. Entre as situações que podem gerar o não pagamento por parte das OPS e, portanto, o fenômeno denominado “glosa”, você pode considerar: falta de assinatura do beneficiário na guia física, procedimento não autorizado corretamente, código do proce- dimento incorreto, guia preenchida incorretamente e indicação incorreta de categoria. 3 Plano de ação Na área da saúde, especialmente em clínicas e hospitais, as demandas tec- nológicas, o aumento da participação dos consumidores durante a prestação dos serviços, o papel determinante das OPS na geração de receita, os custos elevados e o aumento da concorrência impõem inúmeros desafi os. Entre esses desafi os, destacam-se: a redução de custos, a ampliação do escopo de atuação e a busca por mercados específi cos (ANDRË, 2014). Nesse contexto desafiador, e considerando os indicadores gerenciais de faturamento como objeto de análise, a adoção de estratégias com o objetivo de aprimorar o desempenho das empresas prestadoras de serviços em saúde deve envolver os diversos níveis organizacionais e as OPS. Isso deve ocorrer por meio de um processo contínuo de comunicação interna e externa. A formulação de um plano de ação deve contemplar as ações necessárias para se atingir determinados objetivos. Nesse processo, também é preciso definir os indivíduos responsáveis por cada atividade, bem como os recursos 7Indicadores gerenciais de faturamento necessários. Além disso, os objetivos definidos devem estar atrelados à es- tratégia adotada pela empresa, a qual deve conter, entre outras, as seguintes características: considerar os resultados provenientes da análise do mercado e da empresa; criar vantagem competitiva; ser viável e compatível com os recursos de que a empresa dispõe; promover o envolvimento e o comprometimento das pessoas; ter os princípios e os valores da empresa como norteadores; ser criativa e inovadora (ANDRÉ, 2014). Considerando as características dos indicadores gerenciais de faturamento, caso se identifique que os resultados obtidos estão aquém do esperado, pode ser necessário envolver os colaboradores e os atores externos à organização, a fim de atender aos objetivos estratégicos. Por exemplo, caso o tempo médio de pagamento das OPS tenha aumentado, por mais que o gerente financeiro se esforce para que os colaboradores responsáveis pelo faturamento (os faturistas) sejam eficientes no envio das cobranças, existe um ator externo (as OPS) que deve ser envolvido no processo contínuo de melhoria. Por outro lado, se o percentual de glosas vem aumentando mês após mês, além de compreender eventuais mudanças nos critérios das OPS, torna-se necessário aprimorar a comunicação interna, o aprendizado e o envolvi- mento dos colaboradores responsáveis pelo faturamento. A ideia é que eles compreendam que pequenas inconsistências e equívocos têm impacto direto na geração de receita e no resultado da organização. Empiricamente, sabe-se que a aplicação do conceito da qualidade total na gestão do faturamento de instituições hospitalares contribui positivamente para a redução das glosas (COBAITO, 2016). O envolvimento dos profissionais que atuam no atendimento direto aos pacientes também é importante para a consecução dos objetivos corporativos e o aprimoramento dos resultados. Entendendo a importância do faturamento para a sustentabilidade das instituições hospitalares, Silva et al. (2013) realizaram um estudo com profissionais da saúde que atuam no cuidado aos pacientes em um hospital. Eles concluíram que esses profissionais não conhecem o processo de faturamento das contas dos pacientes. Os autores apuraram ainda que 91% dos profissionais participantes da pesquisa não tiveram nenhuma orientação sobre faturamento durante a sua formação; Indicadores gerenciais de faturamento8 89% gostariam de ter acesso aos valores faturados; e 92% entendem que conhecer os valores faturados contribuiria para a adoção de estratégias de redução de custos. Os resultados obtidos na pesquisa de Silva et al. (2013) corroboram o pressuposto teórico de que o engajamento e a comunicação fluida nas organizações contribuem positivamente para o alcance dos ob- jetivos estratégicos. Por fim, sabe-se que aquilo que não é medido, que não é mensurado, não pode ser controlado. Isso reforça a importância de conhecer os principais indicadores gerenciais de faturamento utilizados pelas empresas da área da saúde. Contudo, apenas medir e controlar os resultados dos indicadores gerenciais de faturamento não é suficiente. É essencial que os gestores utilizem as informações obtidas por meio dos indicadores como fonte de informação para a tomada de decisões diárias, o que envolve a melhoria contínua dos processos, a necessidade de aprendizado e desenvolvimento dos colaboradores, a demanda por geração de receita e de caixa, a redução do volume de glosas, etc. Por meio da interpretação dos resultados dos indicadores e com base na realidade de cada empresa, é possível implemen- tar planos de ação que mantenham a organização no rumo dos objetivos estratégicos almejados. ANDRË, A. M. Gestão estratégica de clínicas e hospitais. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. ANS. ANS reúne contribuições para compor painel de indicadores sobre faturamento e glosa de procedimentos. Brasília: ANS, 2020. Disponível em: http://www.ans.gov.br/aans/ noticias-ans/sobre-a-ans/5524-ans-reunira-contribuicoes-para-compor-painel-de- -indicadores-sobre-faturamento-e-glosa-de-procedimentos. Acesso em: 17 ago. 2020. BURMESTER, H. Gestão da qualidade hospitalar. São Paulo: Saraiva, 2013. COBAITO, F. C. Faturamento hospitalar sob a lente da qualidade total. Gestão em Sistemas de Saúde, v. 5, n. 1, 2016. Disponível em: http://www.revistargss.org.br/ojs/index.php/ rgss/article/view/167. Acesso em: 17 ago. 2020. MALAGÓN-LONDOÑO, G.; LAVERDE, G. P.; LONDOÑO, J. R. Gestão hospitalar para uma administração eficaz. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. SILVA, L. C. de P. et al. O faturamento hospitalar: Quem cuida conhece? Revista de Ad- ministração em Saúde, v. 15, n. 60, 2013. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/ handle/11449/141429. Acesso em: 17 ago. 2020. 9Indicadores gerenciais de faturamento Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Indicadores gerenciais de faturamento10 DICA DO PROFESSOR No contexto desafiador em que as empresas da área da saúde se encontram em relação ao mercado, a utilização dos indicadores gerenciais de faturamento e a adoção de estratégias com o objetivo de aprimorar o desempenho obtido como consequência devem envolver os diversos níveis organizacionais e as operadoras de planos de saúde por meio de um processo contínuo de comunicação interna e externa. Nesta Dica do Professor, conheça possíveis planos de ação que podem ser implementados pelos gestores das empresas prestadoras de serviços de saúde a partir dos resultados dos indicadores gerenciais de faturamento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!NA PRÁTICA Os indicadores gerenciais de faturamento devem ser utilizados como subsídios pelos gestores das empresas prestadoras de serviços de saúde na tomada de decisões de curto, médio e longo prazo. Confira, Na Prática, a relação entre a utilização de indicadores gerenciais de faturamento e o desempenho econômico-financeiro das empresas prestadoras de serviços de saúde. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Utilização de indicadores de desempenho hospitalar como instrumento gerencial Amplie os seus conhecimentos sobre o uso de indicadores de desempenho como fonte de informação para a gestão de empresas que prestam serviços hospitalares, consultando a pesquisa presente no link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Faturamento de contas: estudo de caso no Centro de Oncologia e Infusão da Unimed Porto Alegre No link a seguir, tenha acesso a uma pesquisa sobre faturamento de contas em uma das principais operadoras de planos de saúde no Brasil. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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