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Cirurgias Avançadas em Implantodontia – Reconstruções ósseas em Implantodontia: Um panorama sobre os princípios gerais Laura da Cunha Casimiro – Odontologia FORP-USP Revisão · Para a correção de extensas reabsorções e/ou perdas ósseas, com a finalidade de reabilitação com implantes osseointegráveis, pode ser necessária a utilização de técnicas cirúrgicas avançadas para aumentar o volume óssea, que permite a correta instação do implante: · Altura (aumento vertical) · Espessura (aumento lateral vestíbulo-lingual ou vestíbulo-palatal) · Reconstruções combinadas (vértico-laterais) · Enxerto: parte de tecido com vitalidade transferido de um local do doador para um leito receptor no mesmo tempo cirúrgico para o mesmo indivíduo. Ex: autógeno (partículas ou blocos), enxerto gengival livre, enxerto de tecido conjuntivo · Enxerto autógeno: padrão-ouro, promovem incorporação tecidual através de osteogênese, osteocondução (arcabouço, infiltração de vascularização) e osteoindução no sítio receptor · Remodelação óssea: contínua. Processo dinâmico na incorporação de manutença do enxerto · Aposição e reabsorção Propriedades dos Enxertos Ósseos Osso medular (esponjoso) · Revascularização mais rápida · Incorporação: substituição óssea por arrastamento pelos osteoblastos · Em casos de união em fraturas · Permite uma remodelagem mais fácil, esculpe melhor sobre o leito receptor · Osteogênese excelente, porque contém células · Osteoindução excelente · Osteocondução excelente Cortical · Resvacularização lenta, porque não possui espaços trabeculares · Incorporação: substituição óssea por arrastamento reverso por osteoclastos, lenta · Calvária · Força mecânica é maior em comparação ao esponjoso · Osteogênese pobre · Osteoindução pobre · Osteocondução pobre Vascularizado · Resvacularização rápida · Osteogêneses moderada · Osteoindução moderada · Osteocondução moderada Análise dos enxertos: esponjoso x cortical · Enxerto autógeno esponjoso é revascularizado mais rapidamente que os corticais · Enxerto autógeno esponjoso (medular) incorpora através de creeping substitution enquanto o enxerto cortical via reverse creeping substitution · Enxertos esponjosos tendem a reparo e incorporação completa com o decorrer do tempo, enquanto o enxerto cortical permanece como um conjunto contendo osso mineral acelular (necrótico) + osso viável (celular e vascular) Enxerto autógeno onlay – Crista Ilíaca · Reconstruções alveolares maiores · Temos que buscar o enxerto de acordo com a necessidade do caso · A espessura dos blocos tem que ser maior que o diâmetro do implante · Uma parte do enxerto vai ser reabsorvido naturalmente durante o processo de incorporação · 30% de reabsorção em 6 meses de incorporação · Blocos sobre o rebordo residual, perfeitamente adaptados, fixados com até 2 parafusos de titânio para manter a estabilidade · No momento da abertura para instalação dos implantes, os parafusos antes colocados são removidos e os implantes são inseridos conforme planejados Caso com atrofia severa dos rebordos residuais · Precisa de grande quantidade de osso · Grande bloco onlay sobre o rebordo residual anterior · Para ganhar altura e espessura · Se o enxerto está sangrante, ocorreu bem a vascularização Enxerto autógeno de Calvária · Respeitar a altura mínima de 10 mm · A cortical interna fica no paciente como proteção · Mais difícil de ser esculpido, mas oferece bons resultados Considerações: Enxerto Ósseo Autógeno Desvantagens da coleta de enxertos autógenos · Desconforto pós-cirúrgico (morbidade em área doadora) · Duas áreas cirúrgicas (leitos doador e receptor) – no mesmo tempo cirúrgico · Riscos de parestesia/anestesia · Maior tempo transoperatório · Anestesia geral e hospitalização em casos de reconstruções maiores · Custos ao paciente Quais as alternativas viáveis ao enxerto autógeno para diminuir tais morbidades/desvantagens · Existem diversos tipos de biomateriais que obtêm sucesso em sua aplicabilidade Bancos de Tecidos – osso alógeno Cenário no Brasil – somente osso fresco congelado e tratado · Desde 2005 – legislação para uso tecido ósseo provenientes de doadores · Tecido ósseo fresco congelado (fresh frozen bone allograft – FFBA) em Odontologia · Hospitais e “bancos de ossos” selecionam o paciente (morte cerebral) e que será o doador de múltiplos órgãos · Testes sanguíneos para doenças infectocontagiosas · Tratamento do tecido ósseo com solventes, antibióticos, antifúngicos do osso doado – limpeza · Congelamento a -80⁰C pelo período de quarentena (6 meses) – acompanhar os receptores para sua segurança. Esse congelamento inativa restos proteicos que poderiam causar alguma reação imune · Liberação e rastreabilidade do enxerto doado e do paciente receptor · O tecido disponibilizado pelo Banco de Ossos não é comercializado · Disponível para implantodontistas, periodontistas e cirurgiões BMF – tem que ter uma carta do paciente, assinatura e identificação do CD, qual tipo e a quantidade; armazenar em freezer limpo por até 3 semanas Osso Alógeno (Homógeno) · Tipos · fresh frozen bone allograft – FFBA (único disponível no Brasil) – doador · freeze-dried bone allograft (FDBA) · demineralized freeze-dried bone allograft (DFDBA) · Arquiteturas disponíveis: cortical, medular (esponjoso), córtico-medulares · Formas: blocos e particulados (granulados) Considerações · Vantagens · Conveniência para o cirurgião · Diminui morbidade operatória · Extensa quantidade de material disponível · Menor tempo cirúrgico (apenas 1 sítio) · Desvantagens e riscos · Riscos mínimos de reações de antigenicidade e transmissão de doenças · Rigoroso processo de tratamento ósseo e congelamento a -80⁰C eliminam células e risco de reações imunológicas · Quarentena de 6 meses (avaliação dos receptores de outros órgãos do mesmo doador) · Metodologia de escaneamento do doador e receptor
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