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História - Teórico_VOLUME2


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1
Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em pe-
ríodo integral, com aulas e Estudo Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos 
de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto 
contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos alunos, dispensando qualquer tipo de 
material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. A 
seguir, apresentamos cada seção:
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cuidadosa 
seleção de conteúdos multimídia para complementar o repertório 
do aluno, apresentada em boxes para facilitar a compreensão, com 
indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, livros, etc. Tudo isso é en-
contrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos 
temas estudados – há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, com conteúdos 
essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, 
em uma seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais 
o conhecimento do nosso aluno.
multimídia
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu 
distanciamento da realidade cotidiana, o que dificulta a compreensão 
de determinados conceitos e impede o aprofundamento nos temas 
para além da superficial memorização de fórmulas ou regras. Para 
evitar bloqueios na aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida 
a seção “Vivenciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma 
preocupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações entre 
aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm contato em 
seu dia a dia.
vivenciando
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desempenho ao 
fim da escolaridade básica, organizamos essa seção para que o 
aluno conheça as diversas habilidades e competências abordadas 
na prova. Os livros da “Coleção Vestibulares de Medicina” contêm, 
a cada aula, algumas dessas habilidades. No compilado “Áreas de 
Conhecimento do Enem” há modelos de exercícios que não são 
apenas resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva 
e descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no dia. 
Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurar as questões na prática, a identificá-las na prova e a resolvê-
-las com tranquilidade.
áreas de conhecimento do Enem
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, cria-
mos para os nossos alunos o máximo de recursos para orientá-los 
em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de Ideias”, para aque-
les que aprendem visualmente os conteúdos e processos por meio 
de esquemas cognitivos, mapas mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a organiza-
ção dos estudos e até a resolução dos exercícios.
diagrama de ideias
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é ela-
borada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que trata 
de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares atuais não 
exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos 
conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem 
conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como Bio-
logia e Química, História e Geografia, Biologia e Matemática, entre 
outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato com essa realidade 
por meio de explicações que relacionam a aula do dia com aulas 
de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizan-
do temas da atualidade. Assim, o aluno consegue entender que 
cada disciplina não existe de forma isolada, mas faz parte de uma 
grande engrenagem no mundo em que ele vive.
conexão entre disciplinas
Herlan Fellini
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desenvol-
vida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e nos 
principais vestibulares voltados para o curso de Medicina em todo 
o território nacional.
incidência do tema nas principais provas
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada coleção 
tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolução das ques-
tões propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, com-
pletos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas 
que complementam as explicações dadas em sala de aula. Qua-
dros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados 
e compõem um conjunto abrangente de informações para o aluno 
que vai se dedicar à rotina intensa de estudos.
teoria
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fazem 
parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos compilados, 
deparamos-nos com modelos de exercícios resolvidos e comenta-
dos, fazendo com que aquilo que pareça abstrato e de difícil com-
preensão torne-se mais acessível e de bom entendimento aos olhos 
do aluno. Por meio dessas resoluções, é possível rever, a qualquer 
momento, as explicações dadas em sala de aula.
aplicação do conteúdo
2
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2020
Todos os direitos reservados.
Autores
Eduardo Antôno Dimas
Tiago Rozante
Diretor-geral
Herlan Fellini
Diretor editorial
Pedro Tadeu Vader Batista 
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica 
Hexag Sistema de Ensino
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Imagens
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
ISBN: 978-65-88825-09-9
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo 
o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2020
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
3
SUMÁRIO
HISTÓRIA
HISTÓRIA GERAL
HISTÓRIA DO BRASIL
Aulas 9 e 10: Império Bizantino e civilização muçulmana 6
Aulas 11 e 12: Reino Franco e a Igreja católica 15
Aulas 13 e 14: Sistema feudal 24
Aulas 15 e 16: Baixa Idade Média 34
Aulas 9 e 10: Bandeirismo, mineração e tratados de limites 50
Aulas 11 e 12: Crise do sistema colonial, revoltas nativistas e movimentos emancipacionistas 67
Aulas 13 e 14: Períodos Pombalino e Joanino 78
Aulas 15 e 16: Processos de independência do Brasil e da América espanhola 89
4
Competência 1 – Compreender os elementos culturais que constituem as identidades.
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.
H5 Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
Competência 2 – Compreender as transformaçõesdos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de 
poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
Competência 3 – Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes 
grupos, conflitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca 
das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
Competência 4 – Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do 
conhecimento e na vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
Competência 5 – Utilizar os conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, fa-
vorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade.
H21 Identificar o papel dos meios de comunicação na construção da vida social.
H22 Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere às mudanças nas legislações ou nas políticas públicas.
H23 Analisar a importância dos valores éticos na estruturação política das sociedades. 
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
Competência 6 – Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e 
geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e (ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
5
HISTÓRIA GERAL: 
Incidência do tema nas principais provas
UFMG
As temáticas elencadas são desenvolvidas por meio de asso-
ciações entre os aspectos religiosos, econômicos, políticos e 
sociais. O candidato deve ser hábil ao interpretar o material 
dado na questão, além de dominar os temas estudados.
No vestibular da instituição não são abordadas diretamente 
questões de História, mas há um grau de interdisciplinari-
dade que permite o uso dos conhecimentos históricos para 
auxílio da resolução dos exercícios e escrita da redação. 
As temáticas são recorrentes e abordadas por 
meio da relação das realidades sociais, econô-
micas e religiosas. O caráter das questões é de 
âmbito reflexivo, trazendo temas históricos para 
o debate de temas contemporâneos.
As temáticas são abordadas por meio das 
correlações entre as realidades sociais, econômicas 
e religiosas. Utiliza textos introdutórios e fontes 
documentais para elaborar suas questões.
Nesse vestibular, percebe-se uma tendência 
em abranger temas relacionados à História do 
Brasil. Mas, nos últimos anos, observa-se uma 
abordagem sobre as temáticas que consideram 
os aspectos sociais, econômicos, políticos e 
religiosos, assim como as suas corre-
lações durante o período 
estudado.
As temáticas do vestibular PUC de Campinas são 
abordadas por meio da relação entre os aspectos 
sociais, econômicos, políticos e religiosos. São uti-
lizados textos introdutórios para elaborar questões 
que cobram do candidato conhecimentos 
detalhados sobre os conteúdos. 
Aborda aspectos sociais, econômicos, religiosos e 
culturais da Baixa Idade Média. Sendo essa uma 
temática recorrente nos últimos três anos. Utiliza 
breves textos introdutórios e imagens para elaborar 
suas questões.
A proposta do Enem é interpretativa. Na 
maioria das questões, o candidato deve ler os 
textos propostos atentamente, pois as solu-
ções quase sempre estarão contidas neles.
Aborda aspectos sociais, econômicos, religiosos e culturais 
da Baixa Idade Média. Sendo essa uma temática recorrente, 
torna-se necessário atribuir correlações entre os elementos 
apontados acima. Utiliza inúmeras fontes para elaborar suas 
questões, entre as quais textos introdutórios, mapas, charges 
e pinturas.
O vestibular não contempla com frequência as 
temáticas. No entanto, pelo caráter da prova, 
cabe ao candidato preparar-se para questões 
que envolvam o conhecimento das condições 
políticas, sociais, religiosas e econômicas dos 
períodos analisados. 
No vestibular da Universidade do Grande Rio 
(UNIGRANRIO) percebe-se uma tendência em 
abranger temas relacionados à História do 
Brasil, mas há um grau de interdisciplinaridade 
que permite o uso dos conhecimentos históri-
cos para auxílio da resolução dos 
exercícios e escrita da 
redação.
O vestibular da Fundação Técnico-Educacional 
Souza Marques elabora questões de múltipla 
escolha direcionadas aos candidatos que pre-
tendem uma vaga nos cursos de Enfermagem, 
Biomedicina e Medicina. Há uma tendência 
em abordar temas contemporâ-
neos. 
O vestibular da Faculdade de Ciências Médicas 
de Minas Gerais (CM MG) não contemplada 
diretamente temas de História, mas há um grau 
de interdisciplinaridade que permite que os 
conhecimentos históricos sejam abordados em 
outras disciplinas. 
O candidato deve realizar análises sobre 
diferentes processos históricos. Utiliza textos, 
registros documentais e imagens para elaborar 
suas questões. As temáticas são abordadas por 
meio da correlação entre as realidades sociais, 
econômicas e religiosas.
O vestibular da UEL aborda as temáticas por meio 
das correlações entre os aspectos sociais, políticos, 
econômicos e religiosos. Utiliza textos introdutórios, 
charges e imagens para elaborar suas questões. 
Além disso, há um tema que percorre toda a prova. 
No último ano, por exemplo, o tema foi 
“museus”. 
6
A morte do imperador Teodósio, em 395 d.C. determinou 
o fim da unidade do Império Romano que foi dividido en-
tre os seus filhos em duas partes: o Império Romano do 
Ocidente, com a primeira capital em Milão e depois em 
Ravena, e o Império Romano do Oriente, com sede em 
Constantinopla, antiga Bizâncio, uma colônia grega que 
de grande desenvolvimento econômico e comercial em vir-
tude de sua privilegiada e estratégica localização entre os 
mares Egeue Negro.
Após a separação do Império Romano, os orientais conti-
nuaram chamando a cidade de Bizâncio – o antigo nome 
grego –, dessa forma, o Império Romano do Oriente se 
consolidou como Império Bizantino.
1.2. Economia e sociedade
A crise que abalou o Império Romano a partir do século III atin-
giu o Ocidente e o Oriente. de maneiras distintas.A queda da 
produção agrícola, o declínio do comércio e a intensa pressão 
inflacionária foram características da economia proveniente 
da parte ocidental do império. O poder imperial, enfraquecido 
pela sistemática intervenção do exército, tendeu à fragmen-
tação e à descentralização. Por outro lado, a região oriental, 
dotada de estruturas econômica, política e administrativas 
mais sólidas, teve mais capacidade de absorver a crise. Sua 
agricultura sofreu um pequeno declínio, mas a manufatura e 
o comércio mantiveram-se articulados. A parte oriental passou 
pelo processo do êxodo urbano, portanto não sofreu ruraliza-
ção que marcou o Ocidente. As levas bárbaras do Oriente, es-
pecialmente os hunos e eslavos, chegaram a ocupar algumas 
províncias do Império Bizantino, apesar disso, Constantinopla 
conseguiu manter sua autoridade sobre um conjunto unifica-
do de territórios e povos capazes de sustentar sua riqueza.
O imperialismo e sua localização privilegiada como ponto de 
cruzamento entre dois continentes possibilitaram à Constantino-
pla usufruir das vantagens da sua posição de vital importância 
 ImpérIo BIzantIno e 
cIvIlIzação muçulmana
AULAS 
9 e 10
CompetênCias: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Habilidades:
1, 4, 5, 7, 8, 9, 14, 16, 
18, 22, 23, 24 e 27
1. ImpérIo BIzantIno
1.1. Origens
O Império Romano no ano 395 d.C.
Fonte: DUBY, Georges. Atlas historique. Paris:
 Larousse, 1987. p. 34.
Fonte: DUBY, GeorGes. AtlAs historiqUe. PAris: lAroUsse, 1987, P. 34.
7
comercial, cultural e diplomática, permitindo-lhe o controle das 
rotas que ligavam a Ásia à Europa assim como a passagem do 
mar Mediterrâneo para o mar Negro.
O comércio proporcionou tanto o crescimento como o en-
riquecimento de Bizâncio, que se tornou a maior metrópole 
do Oriente. Centro de importantes rotas comerciais, a ci-
dade passou a controlar o intercâmbio de produtos entre o 
mar Mediterrâneo e o mar Negro, além da rota entre o mar 
Negro e o estreito de Bósforo.
No setor agrícola, predominavam os latifúndios, raros eram 
os pequenos lavradores independentes, rendeiros e servos 
formavam o grosso da população agrícola. A Igreja con-
centrava em suas mãos uma ampla porcentagem da rique-
za agrária, tornando os mosteiros as entidades mais ricas 
no império.
A sociedade era urbanizada. Constantinopla, por exem-
plo, abrigava um milhão de habitantes. Banqueiros, mer-
cadores, manufatureiros e grandes proprietários de terras 
constituíam uma elite extremamente enriquecida. Vesti-
mentas de lã e seda, entrelaçadas com fios de ouro e 
prata, dão a medida do grau de ostentação exibido pela 
opulenta elite bizantina. Nas camadas intermediárias es-
tavam os trabalhadores urbanos do comércio e das ma-
nufaturas. No campo, predominavam os servos, proibidos 
de saírem das terras onde nasceram. Os escravos realiza-
vam trabalhos domésticos. 
A sociedade bizantina preservou parte das instituições oci-
dentais, como o uso eventual do latim, estruturas adminis-
trativas e alguns costumes sociais. Todavia, houve ali pre-
dominância de aspectos culturais gregos e orientais, como 
a oficialização da língua grega no século VII. 
1.3. Política
O Estado beneficiou-se do enriquecimento proporcionado 
pelo comércio, possibilitando seu fortalecimento como uma 
monarquia centralizada, despótica, teocrática e hereditária. 
O imperador tinha grandes poderes políticos, além de ser 
o chefe do Exército e da Igreja, com direito de intervir nos 
assuntos eclesiásticos (cesaropapismo).
A organização estatal era burocrática, os imperadores bi-
zantinos contavam com um grande número de ministros, 
funcionários e auxiliares. 
1.4. O auge do império: Justiniano (527-565 d.C.)
Império Bizantino, em 565 d.C.
Fonte: <httPs://Pt.wikiPeDiA.orG/wiki/imPério_BizAntino#/meDiA/File:the_BYzAntine_stAte_UnDer_JUstiniAn_l-Pt.svG>.
O principal imperador bizantino foi Justiniano (527-565). 
Durante seu governo, o poder imperial atingiu seu auge, 
sendo conferidos poderes ilimitados ao imperador, que, por 
sua vez, ampliou os privilégios do clero e da nobreza e am-
pliou as conquistas territoriais, estendendo as fronteiras às 
penínsulas Itálica e Ibérica, além da conquista e dominação 
de territórios no norte da África.
Os gastos militares forçaram a elevação dos impostos a 
níveis insuportáveis. A cobrança dos impostos dependia 
da eficiência dos funcionários, odiados pela população de 
Constantinopla. As pressões da arrecadação desencadear-
am, em 532, um violento levante conhecido por Revolta 
de Nika. Os membros dos dois principais partidos políticos, 
o Verde e o Azul, costumavam frequentar o hipódromo da 
cidade. Aristocratas legitimistas, que negavam o direito de 
Justiniano ao trono, instigaram os partidos à rebelião fa-
zendo numerosas exigências. A princípio, o imperador os 
atendeu. Mas, esgotados os meios pacíficos para o aten-
dimento das partes, o conflito se tornou violento. Orien-
tado por sua esposa Teodora e respaldado pelos exércitos 
comandados pelo general Belisário, Justiniano cercou o 
hipódromo, centro de reunião dos rebelados, massacrando 
30 mil pessoas e pondo fim ao movimento contestador.
No governo de Justiniano foi construída a Igreja de Santa 
Sofia, considerada a mais importante obra da arquitetura 
bizantina, cuja suntuosidade exprimia a força do poder do 
8
Estado personificado pelo imperador. Com o objetivo de ex-
pressar as tendências introspectivas e espirituais da religião 
cristã e o poder de Deus como iluminador das almas e dos 
espíritos, seus arquitetos projetaram um aspecto sóbrio na 
face externa e, de forma contrastante, decoraram o interi-
or com mosaicos ricamente coloridos, detalhes folheados a 
ouro, colunas de mármore de cores variadas e pedaços de 
vidro colorido que refletiam os raios solares cintilando como 
pedras preciosas. A igreja passou a ser o palco da maioria 
das cerimônias de coroação dos imperadores bizantinos.
A publicação do Corpus Juris Civilis ou Código de 
Justiniano, que serviu de referência para códigos civis de 
diversas nações, foi a grande realização de Justiniano no 
campo jurídico. O código resultou de uma compilação do 
Direito Romano e tinha a seguinte subdivisão: 
 § Código – conjunto de leis romanas (síntese de quase 
dois mil anos de jurisprudência romana); 
 § Digesto – comentários dos grandes juristas sobre essas leis; 
 § Institutas – princípios fundamentais do Direito Romano 
(manual para uso dos estudantes); 
 § Novelas – novas leis do período de Justiniano. 
vistA PArciAl Do interior DA BAsílicA De sAntA soFiA
mosAico com imAGem De JUstiniAno, nA 
BAsílicA De são vitAl, em rAvenA
BAsílicA De sAntA soFiA, em istAmBUl
1.5. A Igreja bizantina
Em 380 d.C., antes mesmo da divisão do Império em Oci-
dente e Oriente, o imperador Teodósio havia decretado o 
Edito de Tessalônica, que estabelecia a oficialização do 
cristianismo como religião de Estado do Império Romano.
No Oriente, o cristianismo foi integrado à cultura local, in-
corporando aspectos da realidade bizantina, inteiramente di-
versos da realidade ocidental. Assim, o cristianismo oriental 
passou a ter características próprias, diferenciando-se cada 
vez mais do ocidental, com grande ênfase na valorização da 
espiritualidade. O efeito dessas diferenças foi o surgimen-
to, no Oriente, das divergências doutrinárias: as heresias, o 
monofisismo e a iconoclastia. Os monofisistas defendiam a 
natureza unicamente divina de Cristo, negando sua natureza 
humana, enquanto os iconoclastas pregavam a destruição 
das imagens e a proibição do seu uso nos templos.
Os cristãos orientais denominavam de ícones quaisquer im-
agens tridimensionaisde Cristo ou santos incorporadas às 
cerimônias religiosas. Dentre os principais produtores de 
ícones encontravam-se os monges, que auferiam grandes lu-
cros nesse ramo comercial. Isentos de tributação, proprietári-
os de grandes propriedades, exercendo grande influência na 
sociedade, representavam uma ameaça ao poder central.
A corriqueira utilização de ícones nos templos e mesmo nas 
casas era vista por muitos como uma prática idólatra, ou 
seja, de adoração de ídolos.
Visando enfraquecer o poder dos monges, o imperador 
Leão III, em 725, proibiu o uso de imagens tridimensionais 
nos templos, determinando sua destruição ou iconoclas-
tia. O papa manifestou-se declarando herética a proibição 
de imagens, aprofundando os desentendimentos com o 
imperador e igreja bizantinos.
1.6. O Cisma do Oriente (1054)
A entrADA De mAomé ii em constAntinoPlA, 
De JeAn-JosePh-BenJAmin constAnt
9
O patriarca de Constantinopla era a figura eclesiástica de 
maior poder no Oriente. Com a conversão dos eslavos 
ao cristianismo e a prosperidade do império, fortalecia-se 
sua autoridade. Ele recusava a supremacia do papa sobre 
sua Igreja, considerando-se o supremo mandatário do 
povo cristão.
Foram várias as características diferenciadoras desenvolvidas 
pelo patriarca no Oriente. O ritual era celebrado em grego, e 
não em latim. O Estado bizantino controlava a Igreja (cesa-
ropapismo) e algumas crenças e costumes eram rejeitados 
pela Igreja oriental, como, por exemplo, a existência do pur-
gatório ou a decoração dos templos com imagens tridimen-
sionais de Cristo e de santos. 
As inúmeras divergências levaram à separação entre as 
igrejas orientais e ocidentais, em 1054. O chamado Cis-
ma do Oriente levou à formação de duas igrejas distintas: 
a Igreja Católica Apostólica Romana, dirigida pelo 
Papa, e a Igreja Cristã Ortodoxa, liderada pelo Patriar-
ca de Constantinopla.
1.7. Decadência do Império Bizantino
Além do fortalecimento do poder dos grandes proprietários 
rurais, do enfraquecimento do poder do imperador e das 
disputas religiosas, contribuíram para o declínio do Império 
Bizantino os constantes ataques que Bizâncio passou a 
sofrer, especialmente das cidades italianas, a partir do sé-
culo XIII, e das investidas de bárbaros e árabes. Sua posição 
e riqueza despertavam a cobiça de impérios que surgiram 
e se fortaleciam.
Pouco depois da morte de Justiniano (565), os lombar-
dos, povo germânico que até então havia sido mantido 
no solo onde hoje é a Hungria, tomaram dos bizantinos o 
ducado de Ravena e marcharam sobre Roma. 
Ainda nos séculos VII e VIII, os árabes muçulmanos tomaram 
do Império Bizantino as regiões do norte da África e sul da 
península Ibérica. Anexaram, também, o Egito, a Palestina, 
a Síria e a Mesopotâmia, reduzindo a civilização bizantina 
a um território sensivelmente menor ao período anterior 
a Justiniano. 
Depois de um longo cerco, em 1453, os turcos otomanos, 
comandados pelo sultão Maomé II, conquistaram a cidade 
de Constantinopla, ou Bizâncio, destruindo o Império Bi-
zantino. Constantinopla tornou-se a capital de outro Esta-
do poderoso, o Império Otomano, passando a se chamar 
Istambul e permanecendo, até os dias atuais, como a maior 
e mais importante cidade da República da Turquia.
A tomada de Constantinopla marcou a transição 
da Idade Média para a Idade Moderna.
2. CIvIlIzação muçulmana
2.1. Arábia pré-islâmica
Bagdá
Pérsia
Egito
PENÍNSULA
ARÁBICA
Meca
Medina
Gaza
Alexandria
Antióquia
Mar Mediterrâneo
Oceâno Índico
M
ar Verm
elho
Golfo Pérsico
Fustal
(Cairo)
Jerusalém
Damasco
Basra
www.img.mat.br/homepage/joao_afonso/J.A/Aula18.htmlFonte: <www.imG.mAt.Br/homePAGe/JoAo_AFonso/J.A/AUlA18.html>.
A Arábia é uma península árida localizada no Oriente Mé-
dio. Ao sul, é banhada pelo oceano Índico, a oeste, pelo 
mar Vermelho e a leste, pelas águas do golfo Pérsico. Ao 
norte, a Arábia pré-islâmica limitava-se com a Palestina.
Até o século VII, os árabes estavam divididos: de um lado, 
as tribos beduínas, habitando a “Arábia Desértica”, nô-
mades que se dedicavam ao pastoreio e frequentavam os 
oásis – poços de água em meio aos desertos; de outro, os 
habitantes da “Arábia Feliz”, ou Hedjaz, – faixa costeira e 
fértil ao longo do mar Vermelho. Viviam da agricultura e do 
comércio. Existia ali uma localidade importante, Áden, que 
funcionava como entreposto de produtos orientais: espe-
ciarias, sedas e joias. 
Os diversos povos da Arábia estavam divididos em várias 
tribos; portanto, não formavam um Estado com unidade 
política. Mas tinham elementos culturais comuns, como o 
idioma árabe e certas crenças religiosas. 
A principal cidade árabe era Meca, onde havia um san-
tuário religioso, Caaba (casa de Deus), que reunia as 
principais divindades de toda a Arábia (mais de 300 ído-
los pertencentes às tribos do deserto). Ali estava a Pedra 
Negra, provavelmente um pedaço de meteorito protegido 
por uma tenda de seda preta, na forma de um cubo, que 
era bastante venerada, pois se acreditava ter sido trazida 
do céu pelo anjo Gabriel.
O santuário ajudou a transformar Meca no centro re-
ligioso e comercial dos árabes, já que a cidade era o 
ponto de encontro de pessoas e de mercadorias de di-
versas regiões. 
10
Alá. Assim, os beduínos começaram a seguir Maomé, en-
quanto os coraixitas o proibiram de pregar a fé em Alá e o 
monoteísmo na cidade de Meca. 
No ano de 622, Maomé teria realizado um milagre para pro-
var que era profeta de Alá: “quebrou” a Lua. Provavelmente 
tratava-se de um eclipse e talvez Maomé tivesse informações 
sobre o acontecimento, porque tinha muito contato com o 
Oriente, onde a astronomia era altamente desenvolvida. 
Perseguido pelos coraixitas, que mandaram assassiná-lo, 
Maomé fugiu para Iatreb (Yathrib), cidade rival de Meca, 
onde já possuía seguidores. Esse evento ficou conhecido 
como Hégira, e é utilizado como marco inicial do calendário 
muçulmano. Em latreb, Maomé conquistou rapidamente 
prestígio e poder, controlando a cidade que passou a ser 
chamada de Medina al Nabi – a Cidade do Profeta.
A jihad ocupa um lugar importante no islamismo, ela era 
pregada por Maomé como o “esforço” ou a “luta” que 
cada pessoa tem de empreender internamente na busca 
da fé perfeita. O Ocidente traduziu erradamente a palavra 
jihad como “guerra santa”, ou seja, como caminho para 
a conversão, estabelecendo que o paraíso seria o prêmio 
para aqueles que morressem em nome de Alá, enquanto 
os sobreviventes poderiam se deleitar das riquezas mate-
riais obtidas através dos saques e pilhagens; no entanto, 
tal interpretação não está no Alcorão.
Após a conquista de Iatreb, o alvo principal passou a ser a 
cidade de Meca. O crescente número de seguidores pos-
sibilitou a formação de um exército numeroso, que cer-
cou a cidade, preservando apenas a Caaba. Em seguida, 
Maomé fez um acordo com os coraixitas, estabelecendo a 
peregrinação a Meca como uma das obrigações da religião 
muçulmana. A dominação de Meca representou a implan-
tação da unidade política e religiosa da região sustentada 
pelo islamismo. Meca transformou-se no centro religioso 
da crença monoteísta islâmica.
Em 632, Maomé morreu, deixando difundida sua doutrina 
religiosa. Ao mesmo tempo, a península Arábica, que era 
um aglomerado de tribos e clãs dispersos, teve sua unifi-
cação política realizada através da unificação religiosa.
2.3. Expansão islâmica
REINO DOS FRANCOS
ITÁLIA
Politiers
Roma
IMPÉRIO BIZANTINO
Mar Negro
ARMÊNIA
Mar Cáspio
SÍRIA
PALESTINA
PÉRCIA
ÍNDIA
Golfo Pérsico
ARÁBIA
Medina
Meca
M
ar Verm
elho
EGITO
LÍBIATRIPOLITÂNIAMAGREB
ESPANHA
Mar Mediterrâneo
Oceano Índico
 Oceano
Atlântico
Expansão até à morte de Maomé, 622-632
Expansão durante o Califado Rashidun, 632-661
Expansão durante o Califado Omíada, 661-750
Limite máximo de penetração árabe na França, 732
Expansão até à morte de Maomé, 622-632
Fonte: <httPs://AlmAnAqUe.ABril.com.Br/mAPAs/históriA%20GerAl>.
2.2. Origens do islamismo
O responsável pela unidadepolítica e religiosa da penín-
sula Arábica foi Maomé, criador e divulgador da re-
ligião muçulmana.
Maomé (Muhammad) nasceu em 570, na cidade de Meca. 
Seus pais pertenciam a um dos mais pobres clãs da tribo 
dos coraixitas, os haxemitas. O pai morreu cedo e o menino 
ficou aos cuidados do avô, que o levou para viver no meio 
de uma tribo no deserto. Lá, Maomé assimilou as necessi-
dades materiais e espirituais da população do deserto. Re-
gressou a Meca aos 15 anos de idade e logo entrou para 
o comércio de caravanas, orientado pelo tio Abu Taleb. As 
expedições com caravanas eram muito perigosas, pois po-
diam ser atacadas a qualquer momento. Por isso, exigiam 
de seus condutores habilidade militar. Maomé destacou-se 
como grande caravaneiro. Aos 20 anos empregou-se como 
caravaneiro de Khadidja, rica viúva, pelo menos 10 anos 
mais velha que ele e com quem se casou. 
Nas suas viagens, Maomé entrou em contato com povos 
e religiões diferentes. Esteve várias vezes no Egito, Pales-
tina, Pérsia, regiões onde fervilhava o espírito religioso. 
Conheceu principalmente o cristianismo e o judaísmo, 
sofrendo profunda influência dessas crenças religiosas.
cAABA, GrAnDe mesqUistA em mecA
Por volta de 610, já com quase 40 anos, Maomé teve sua 
primeira visão do anjo Gabriel, que lhe teria ordenado “reci-
tar o nome do Senhor” e que “havia um só deus, Alá, e um 
só profeta, Maomé”. Transformado por essa visão, Maomé 
convenceu-se de que fora escolhido para servir como pro-
feta. Depois de converter os parentes, Maomé começou a 
falar aos coraixitas. No início, todos ficaram impressionados 
com sua pregação. Mas depois passaram a desprezá-lo e, 
finalmente, a perseguir Maomé e seus seguidores. 
No entanto, as pregações de Maomé foram bem recebidas 
pelos beduínos, pois prometia-lhes o paraíso com muita 
água, alimentos em abundância, mulheres e a presença de 
11
A partir do século VII, em virtude da religião muçulmana 
e da jihad, enquanto busca da difusão da fé islâmica, os 
árabes muçulmanos expandiram-se, dominando vasta ex-
tensão territorial que se estendia da Ásia à Europa, pas-
sando pelo Norte da África. Essa expansão teve origem 
na unidade política e religiosa implantada por Maomé, no 
início do século VII, quando foi criado um estado teocrático 
islâmico. Os fatores que explicam a expansão islâmica são:
 § o crescimento demográfico, graças à poligamia, e a es-
cassez de terras férteis na Arábia;
 § a atração que os saques e pilhagens exerciam sobre 
os árabes;
 § a decadência dos Impérios Bizantino e Império Persa; 
 § o fracionamento da Europa em Reinos Bárbaros frágeis 
que sucederam o Império Romano.
2.3.1. Fases da expansão
A morte de Maomé deixou um grande vazio de liderança 
que, por um curto período, chegou a ameaçar a sobre-
vivência do Islão.
Para fazer frente a essa situação, os membros mais influ-
entes dos conselhos municipais das cidades de Meca e 
Medina decidiram apontar um califa, isto é, um sucessor 
de Maomé, que deveria concentrar em suas mãos o poder 
político, militar e religioso. O primeiro califa foi Abu Bekr, 
sogro de Maomé, e os outros três que o sucederam foram 
também apontados entre seus familiares. 
As conquistas tiveram início com esses califas de Meca. 
Sucessivamente, a partir de 634, a Síria, a Palestina, a Ásia 
Menor, a Mesopotâmia, a Pérsia, o Egito e a Tunísia caíram 
sob o domínio muçulmano.
Alguns anos após estas conquistas, o novo império foi aba-
lado por lutas internas, e o controle do califado passou para 
as mãos de outra família, os Omíadas, que transferiram a 
capital para Damasco, na Síria. Sob a liderança dos Omíadas 
(660-750), os árabes retomaram o processo de expansão 
conquistando territórios na Ásia central (Índia), Norte da Áfri-
ca e península Ibérica. Os muçulmanos só foram contidos 
na Europa pelos francos, liderados por Carlos Martel, da di-
nastia carolíngia, em 732, na Batalha de Poitiers. O domínio 
árabe sobre a costa do Mediterrâneo contribuiu para a crise 
do comércio e a feudalização europeia. 
Em 750, a dinastia Omíada chegou ao fim, sendo derrota-
da por uma conspiração interna que inaugurou a dinastia 
Abássida (750-1258). A capital passou de Damasco para 
Bagdá, mudança essa que provocou a primeira divisão do 
mundo islâmico. Abder Rhaman, pertencente à dinastia 
Omíada, refugiou-se na Espanha, onde fundou o Emirado 
de Córdova, no ano 756. Surgia, assim, o primeiro Estado 
independente dentro do Império Muçulmano.
No Marrocos, os idríssidas tomaram o poder e separaram-se 
do Islã, em 788. Os fatímidas1 fizeram o mesmo no Egito, em 
909. Em 1055, Togul Beg, chefe dos turcos seldjúcidas, foi 
coroado califa em Bagdá. Finalmente, em 1258, os mon-
góis, vindos de regiões distantes da Ásia, destruíram a 
cidade de Bagdá.
A divisão do Império Islâmico foi uma consequência de sua 
enorme expansão, obtida em um período muito curto de 
tempo. As seitas religiosas sunita e xiita contribuíram para 
esse fenômeno. 
2.4. A religião muçulmana
A doutrina islâmica, muçulmana ou maometana é mar-
cada pelo sincretismo religioso. Possui elementos do 
cristianismo e do judaísmo, de onde provêm suas bases 
fundamentais. O principal fundamento da religião é o 
monoteísmo, a crença no Deus único Alá e em seu pro-
feta Maomé.
Os fundamentos da religião estão no livro sagrado – Al-
corão ou Corão –, que determina a total submissão 
do homem à vontade de Alá (Islão) e estabelece cinco 
obrigações para os fiéis:
 § crer em Alá, único Deus, e no profeta Maomé;
 § ajudar os pobres e necessitados (zakat);
 § praticar o jejum durante o Ramadã;
 § realizar cinco orações por dia, com a face voltada para 
Meca (salat); 
 § peregrinar a Meca no mínimo uma vez na vida – dis-
pensados os pobres, doentes e viúvas.
Um aspecto importante da religião islâmica são as inter-
pretações e os significados que foram sendo agregados à 
jihad, que passou cada vez mais a ser interpretada como 
Guerra Santa e vinculada ao expansionismo. Foi graças à 
concepção do jihadismo como “esforço” de difusão da fé 
no islamismo que a expansão territorial foi estimulada e as 
conquistas de vários territórios pelos árabes muçulmanos 
foram consumadas.
Outra característica importante do islamismo é o sec-
tarismo, com a formação de seitas rivais desde a morte 
de Maomé, quando ocorreram sérias divergências em 
relação à liderança religiosa e política dos muçulmanos. 
As principais seitas são xiitas e sunitas. Os primeiros 
aceitam somente o Corão como fonte de verdade, bem 
1. Fatímidas ou Fatimitas são uma das designações dadas aos xiitas ismaelitas. 
esse nome advém do Fato de atribuírem a sucessão legítima de maomé a ali, 
primo de maomé, casado com Fátima, sua Filha; portanto, genro dele também.
12
como um chefe político religioso descendente de Maomé. 
Os sunitas admitem, além do Alcorão, os ensinamentos 
contidos no Suna, livro de relatos de seguidores próxi-
mos de Maomé, bem como admitem que o chefe possa 
ser escolhido entre os fiéis que reúnam as virtudes neces-
sárias, segundo a antiga tradição beduína de escolha dos 
chefes tribais.
Os povos que aceitavam a dominação dos muçulmanos 
e realizavam comércio com eles poderiam preservar suas 
crenças religiosas e culturais desde que pagassem impos-
tos, menores, aliás, do que os cobrados por outros povos, 
como os persas.
A mesqUitA Dos omíADAs, mesqUitA De UmAYYADoU, GrAnDe mesqUitA De 
DAmAsco, cAPitAl DA síriA, 
é consiDerADA o qUArto lUGAr mAis sAGrADo PArA os 
mUçUlmAnos, FAz PArte Do PAtrimônio mUnDiAl DA Unesco.
2.5. A cultura árabe
Os árabes foram os responsáveis pela difusão, no Ocidente, 
dos conhecimentos adquiridos pelos impérios bizantino e 
persa, pelo grande florescimento intelectual e artístico e 
pelo contato com os chineses, que facilitaram a difusão 
cultural ensinando técnicas da utilização do papel.
Na Astronomia, os muçulmanos traduziram a obra de Ptol-
omeu, que passou a ser conhecida pelo nome de Almages-
to. Na Matemática, desenvolveram a álgebra e a trigono-
metria,além dos conhecimentos deixados pelos gregos. 
Propagaram o sistema numérico arábico, cuja invenção 
provém dos hindus. Na Química, descobriram substâncias 
como o álcool, o ácido sulfúrico e o salitre. Foram os pri-
meiros a descrever os processos químicos de destilação, 
filtração e sublimação.
Na Medicina, fizeram importantes descobertas, como o con-
tágio proveniente da água e do solo e o diagnóstico de 
doenças como a varíola e o sarampo. O mais famoso médi-
co muçulmano foi Avicena, cuja obra Canon foi o manual 
médico na Europa até o século XVII. Na Literatura, desta-
cam-se os poemas épicos e de amor e contos de aventura, 
tais como a coletânea As mil e uma noites e Rubaiat, 
de Omar Khayan. Nome célebre é o de Averróis, filósofo 
de Córdova, que traduziu as obras de Aristóteles para a lín-
gua árabe e introduziu-as no Ocidente.
A arte muçulmana não tinha muita originalidade. Merece 
destaque, entretanto, a arquitetura de palácios e mesquitas. 
Graças à dominação da península Ibérica, o árabe influen-
ciou a formação da língua portuguesa: armazém, sorvete, 
alcaçuz, azeite etc.
13
Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
1
Habilidades
A produção de fontes documentais – documentos escritos, calendários, obras de arte, arquitetura, etc. – é o pa-
pel de quem se debruça sobre as ciências humanas. No caso da História, as fontes documentais nos apresentam 
as linhas gerais da cultura de uma população, sejam elas de âmbito político, social ou econômico. A habilidade 
1 requer a capacidade do estudante de interpretar essas fontes documentais sob a luz das práticas culturais de 
determinado povo ou grupo. Ela exige a conexão lógica e conceitual entre documentos e imagens apresentadas e 
os seus respectivos significados culturais. Muitas dessas questões podem apresentar caráter interdisciplinar entre 
História, Geografia, Sociologia e Filosofia. 
Modelo
(EnEm) O anO muçulmanO é cOmpOstO dE 12 mEsEs, dEntrE ElEs O ramadã, mês sagradO para Os muçulmanOs quE, Em 2001, tEvE iníciO 
nO mês dE nOvEmbrO dO calEndáriO cristãO, cOnfOrmE a figura quE sEguE.
cOnsidErandO as caractErísticas dO calEndáriO muçulmanO, é pOssívEl afirmar quE, Em 2001, O mês ramadã tEvE iníciO, para O 
OcidEntE, Em 
a) 01 de novembro. 
b) 08 de novembro. 
c) 16 de novembro. 
d) 20 de novembro. 
e) 28 de novembro.
Análise expositiva - Habilidade 1: O calendário muçulmano tem seu início no primeiro dia após a lua 
crescente. Das datas indicadas a única que coincide com esse início é o dia 16 de Novembro. O enunciado não 
apresenta informações que permitam tirar alguma conclusão a respeito. Os valores fornecidos no enunciado 
não permitem calcular tal data. Para a resposta é necessário o conhecimento da informação sobre o primeiro 
dia do mês Ramadã ou então a respeito de informações que foram fornecidas por rádio, TV e jornal. Alunos 
ligados ao povo muçulmano levam vantagem sobre os demais. 
Alternativa C
C
14
 DIAGRAMA DE IDEIAS
ORIGENS
ORIGENS
ALÁ
POLÍTICA
DECADÊNCIA SOCIEDADE
RELIGIÃO
PROPRIEDADE DE 
LATIFÚNDIO
GEOGRAFIA ECONOMIA
IMPÉRIO ROMANO 
DO ORIENTE
ATAQUES 
• CIDADES ITALIANAS
• BÁRBAROS
• ÁRABES
• TURCOS
• TOMADA DE CONSTANTINOPLA
• REINO IMPÉRIO TURCO-OTOMANO
• DESTRUIÇÃO DO IMPÉRIO BIZANTINO (1453)
URBANIZAÇÃO
CRISTIANISMO ORIENTAL
CISMA DO ORIENTE (1054)
IGREJA CRISTÃ ORTODOXA
BANQUEIROS, MERCADORES 
TRABALHADORES URBA-
NOS, SERVOS E ESCRAVOS
PONTO DE CRUZAMENTO E LI-
GAÇÃO DA ÁSIA PARA EUROPA
• AGRICULTURA
• MANUFATURA
• COMÉRCIO
MONARQUIA CENTRALIZADA
• IMPERADOR
• EXÉRCITO
• ESTADO
• IGREJA
IMPERADOR MAIS NOTÁVEL:
JUSTINIANO (527 - 562)
IMPÉRIO BIZANTINO
CIVILIZAÇÃO MUÇULMANA
JIHAD
SUNITAS XIITAS
FRAGMENTAÇÃO 
DIVIDE A RÁPIDA 
EXPANSÃO E SEITAS
EXPANSÃO 
ISLÂMICA
CRIAÇÃO DE ESTA-
DO TEOCRÁTICO
PENÍNSULA
ARÁBICA
MAOMÉ
(570 D.C.)
SINCRETISMO
CRISTIANISMOMONOTEÍSMOCORÃO
ISLAMISMO
JUDAÍSMO
15
 Reino FRanco e a igReja católicaAULAS 
11 e 12
1. Reino FRanco
1.1. Povos bárbaros
No século I da Era Cristã, os bárbaros ultrapassaram os 
limites de Roma, as primeiras invasões se deram por meio 
de migrações pacíficas dos povos germânicos. A partir do 
século IV, o conflito com o Oriente foi intensificado e teve 
início o período das invasões militares. A unidade política 
do Império Romano do Ocidente estava em ruínas, portan-
to, as ocupações bárbaras colaboraram significativamente 
para a sua desintegração.
Rômulo Augusto, o último imperador romano, foi deposto, 
em 476, por Odoacro, líder hérulo que decretou o fim do 
Império Romano do Ocidente, marco utilizado pelos histo-
riadores para determinar o fim da Idade Antiga e o início 
da Idade Média.
Invasões bárbaras no século V
Gogos
Ostrogodos
Constantinopla
MACEDÔNIA
378
451
GÁLIA
Roma
Cartago
HISPÂNIA
BRITÂNIA
Vândalos
Visigodos
Jun
tos
Ang
los
Sax
ões
Fra
nco
s
Vândalos
Hun
os
Os
tro
go
do
s
Córsega
Sardenha
Sicília
Anglos, Saxões
Francos
Godos
Visigodos
Ostrogodos
Hunos
Vândalos
Fonte: https://wikipedia.org/wiki/Invasões_bárbaras_da_península_IbéricaFonte: <https://wikipedia.org/wiki/invasões_
bárbaras_da_península_ibérica>.
Os reinos bárbaros
28navegadores.blogspot.com.br/2013_04_01_archive.htmlFonte: <28navegadores.blogspot.com.
br/2013_04_01_archive.html>.
O encontro entre romanos e bárbaros reuniu característi-
cas culturais de ambos os povos,e deu início à estrutura do 
sistema feudal.
À medida que os bárbaros entravam no Império Romano 
do Ocidente, formavam reinos que, de maneira geral, não 
tinham longa duração. Por esse motivo, o conjunto de povos 
germânicos, constituído por saxões, visigodos, ostrogodos, 
alamanos, burgúndios, entre outros, não resistiram às pres-
sões externas e foram dominados ou destruídos. Entretanto, 
os francos conseguiram organizar uma estrutura política na 
Gália, a centralização do poder foi fundamental para man-
ter a conquista do território, atulmente, a França. A formação 
deste reino teve início no período da Alta Idade Média euro-
peia, a expansão territorial ocorreu entre as dinastias Mero-
víngia, (século V a VIII), e Carolíngia, (século VIII a X).
1.2. Dinastia Merovíngia (481-751)
Originárias do vale do rio Reno, as tribos francas se 
estabeleceram na Gália. Ao longo dos séculos IV e V 
eles ocuparam o Império Romano do Ocidente. 
carlos Martel na batalha de poitiers. charles steubeM (1788-1856)
Chefiados por Meroveu, venceram os hunos no final do sé-
culo V, na Batalha dos Campos Catalúnicos. Mas a dinastia 
Merovíngia foi consolidada, efetivamente, por seu neto, Cló-
vis, partir da unificação das tribos francas. Clovis reinou du-
rante os anos de 482 a 511. Nesse período, aliou-se à Igreja 
Católica, oferecendo-lhe proteção militar; em troca, obteve o 
apoio do papado, o que contribuiu para o fortalecimento da 
sua autoridade real, tornando efetiva a unificação da Gália 
e a expansão territorial do reino. Com a morte de Clóvis, em 
511, o Reino Franco foi dividido em quatro partes, entre seus 
CompetênCias: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Habilidades:
1, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 14, 
15, 16, 17, 18, 22 e 29
16
filhos, de acordo com o costume germânico de divisão do 
poder. Mais tarde, uma nova divisão ocorreu entre os netos 
de Clóvis.
Nesse período, um novo sistema econômico se estru-
turou – o feudalismo –, com a ruralização da econo-
mia e o fortalecimento das relações pessoais entre o 
rei a seus vassalos. A fidelidade ao rei, suserano de 
um feudo, era estabelecida mediante o juramento da 
vassalagem,composta pelos senhores feudais e pelos 
cavaleiros, que assumiam o compromisso de servir ao 
soberano, fornecendo apoio militar e econômico. Em 
troca, o rei oferecia proteção, terras e outros bens, 
mantendo o sistema de servidão e enfraquecendo o 
poder dos monarcas merovíngios.
O poder nobiliárquico também se baseava no contato 
direto dos majordomus (mordomos ou prefeitos do 
palácio) com os reis. Oriundos de famílias nobres,os 
majordomus passaram a exercer o poder no reino, a 
partir do comando do exército, da administração e di-
visão das terras e, por fim, da coleta de impostos. Aos 
reis eram atribuídas funções cerimoniais.
Pepino de Heristal, majordomus do Reino da Austrásia, 
conseguiu submeter os outros majordomus, promovendo 
a centralização do Reino Franco. Mas foi somente com seu 
sucessor, Carlos Martel, que os majordomus passaram a ser 
considerados reis.
Carlos Martel conquistou prestígio e poder ao liderar os 
francos na vitória contra os muçulmanos na Batalha de 
Poitiers, na França, no ano de 732, contendo o avanço 
islâmico sobre a Europa ocidental. 
Ao ser considerado pela Santa Sé como o “salvador do cris-
tianismo ocidental”, Carlos Martel fortaleceu sua autoridade 
pessoal, fato aproveitado por seu filho Pepino, o Breve, que, 
com o apoio do papa Zacarias, destronou o último rei merovín-
gio Childerico III, no ano de 751, e proclamou-se rei dos fran-
cos, iniciando a Dinastia Carolíngia, que perdurou até 987.
1.3. Dinastia Carolíngia (751-987) 
Pepino, o Breve, destronou o rei merovíngio, sendo 
reconhecido como o novo rei dos Francos e sagrado pelo 
papa Estevão II, em 754. O reconhecimento e a aprovação 
da Igreja possibilitaram a Pepino inaugurar uma nova di-
nastia, conhecida como Dinastia Carolíngia ( 751 a 768).
Pepino iniciou a administração de seu reinado lutando con-
tra os lombardos na Itália. Os territórios conquistados, no 
centro da península Itálica, foram cedidos à Igreja, que pela 
primeira foi dona de suas terras, concedendo maior poder 
ao Papa e fortalecendo ainda mais a aliança entre a Igreja 
e o reino fanco. Os territórios da Igreja ficaram conhecidos 
como Patrimônio de São Pedro.
1.3.1. O reinado de Carlos Magno e 
o Império Carolíngio (768-814)
Pepino foi sucedido por seu filho Carlos Magno, em 768, 
que governou até 814, tornando-se o mais importante rei 
franco, concedendo seu nome à dinastia Carolíngia. Carlos 
Magno ampliou as fronteiras do reino franco, anexando a 
Itália lombarda, a Saxônia, a Frísia e a Catalunha, tornan-
do-se o único rei da Europa cristã.
carlos Magno
A expansão foi favorecida pelo apoio da Igreja e da no-
breza guerreira, que ganhava terras como prêmio por sua 
participação nas guerras de conquista. O reino de Carlos 
Magno tornou-se o maior Império Ocidental, durante o 
período medieval, com a conquista de antigos domínios 
romanos. No Natal do ano 800, Carlos Magno foi coroado 
pelo Papa Leão III, imperador romano do Ocidente.
O cavaleiro inexistente – Italo Calvino (1959) 
Paródia dos romances de cavalaria entre os 
séculos VIII e IX, conta, a partir do olhar de 
uma freira, a história de Bertrandino, um cava-
leiro da corte de Carlos Magno. Cercado por 
um exército quixotesco, ele luta pela causa da 
cristandade, defende avidamente sua reputa-
ção e faz questão de manter a armadura sem-
pre limpa. Mesmo sabendo que dentro dela 
não há ninguém.
multimídia: livros
17
Ascensão do Império Franco
Povos tributários à Carlos Magno
Fronteiras do império em 814
Território franco em 481
Conquistas de Clóvis (481-511)
Conquistas entre 531-614
Consquistas entre 714-768
Conquistas de Carlos Magno (768-814)
Territórios dependentes
Reino de Siágrio em 486 
Reino Visigodo de Tolosa em 507
Croatas
DanúbioLíger
Sena
Ródano
Pó
Inn
Dan
úbi
o
Garona
Ebro
Reno
Elba
Oder
Vístula
Abroditas
Veletos
Sorábios
Tchecos
Morávios
Ávaros
Croatas
Sérvios
Bretões
Nantes Tours
Poitiers
Bórdeus
Toulouse
Barcelona
Lyon
Genebra
Pavia
Milão
Veneza
Ravena
Spoleto
Roma
Salzburgo
Ratisbona
Estrasburgo
Metz
ReimsParis
Córsegos
NÊUSTRIA
AQUITÂNIA
GASCONHA
MARCA ESPANHOLA
SE
PT
IM
AN
IA
PROVENÇA
BORGONHA
SUÁBIA
T U R Í N G I A
BAVÁRIA
CARÍNTIA
REINO
LOMBARDO
805
796
774
502
788
788
774536
533
536Autun
532
Soisson
486
Vouillé
507
Roncesvales
778
486
507
531
759
778
812
531
810
734
FRÍSIA SAXÔNIA
777-797
Süntel
782
W
es
er
Reno
531
Colônia
Fulda
Tournai
Mos
a
Tertry
Aquisgrano
AUSTRÁSIA
Fonte: https://wikipedia.org/wiki/FrancosFonte: <htpps://wikipedia.org/wiki/Francos>.
Carlos Magno não instituiu uma capital fixa para o império, 
as decisões eram tomadas onde os membros da corte estives-
sem o imperador. Com o intuito de estabelecer normas que 
promovessem a homogeneidade político-administrativa e, ao 
mesmo tempo, fossem cumpridas por todos os habitantes dos 
seus domínios, Carlos Magno emitiu uma série de decretos, 
que, posteriormente, foram reunidos nas leis capitulares.
Em virtude da extensão de seus domínios, Carlos Magno 
os dividiu em áreas administrativas chamadas condados 
e marcas. As primeiras correspondiam aos territórios do 
interior sob comando de condes, cujas funções primordiais 
eram produtivas. Os territórios de fronteira eram chamados 
de marcas e ficavam a cargo dos marqueses, cuja função 
primordial era a defesa do império. Em ambas as áreas, os 
administradores eram responsáveis pela aplicação das leis 
capitulares e pela arrecadação de impostos.
Tanto os condados como as marcas eram fiscalizados pelos 
missi dominici (mensageiros reais), nobres da confiança do 
imperador que zelavam pela aplicação das decisões emana-
das do poder real, conforme estabelecidas nas leis capitulares.
Divisão do Império Carolíngio pelo Tratado de 
Verdum (843)
Hamburgo
FRANÇA
ORIENTAL
BRITÂNIA
HIBÉRNIA
ESPANHA
ESTADOS
DA IGREJA
Verdun
Estrasburgo
Lyon
Milão
Barcelona
Toulouse
Bordéus
Paris
Aix-la-Chapelle
MAR
DO NORTE
OCEÂNO
ATLÂNTICO
MAR
MEDITERRÂNEO
Ratisbona
Fulda
Salzburgo
Spoleto
Roma
Sícilia
Córsega
Sardenha
Parte de Carlos, o Calvo
Parte de Lotário
Parte de Lúis, o Germânico
Fonte: prof-tathy.blogspot.com.br/2009/10/os-francos.html
 FRANÇA
OCIDENTAL
Fonte: <proF-tathy.blogspot.com.
br/2009/10/os-Francos.html>.
O imperio de Carlos Magno também foi marcado pelo estímu-
lo imperial ao desenvolvimento cultural. Ocorreu um grande 
incentivo à cultura e às artes, quando houve um florescimento 
cultural e intelectual, o Renascimento Carolíngio.
Em 806, Carlos Magno fez seu testamento dividindo o 
império entre seus filhos, conforme o costume sucessório 
germânico, mas acabou sendo sucedido por seu filho mais 
novo, Luís I, o Piedoso, que governou de 814 a 841, 
mantendo o império e a estrutura político-administrativa 
herdados de seu pai.
A decadência do Império Carolíngio teve início após a mor-
te de Luís I, em 841, quando se iniciou um conflito entre 
seus filhos pelo trono. Lotário, Carlos e Luís travaram várias 
batalhas, arruinando as finanças e enfraquecendo militar-
mente o império.
Em 843, a disputa foi solucionada com a assinatura do Tra-
tado de Verdun, que estabeleceu a divisão do império en-
tre os netos de Carlos Magno: Lotário recebeu a Lotaríngia, 
que correspondia aos Países Baixos, Suíça e Norte da Itália; 
a Luis, o Germânico, coube a parte oriental do Império (Ger-
mânia); e a Carlos, O Calvo, coube o território da França. O 
Tratado de Verdun marcou, segundo as divisões dos 
períodos da História, o final da Alta Idade Média.
A quebra da unidade política e o enfraquecimento militar 
favoreceram as invasões externas – magiares, árabes e 
vikings –, levando o império franco ao declínio. 
Fonte: Youtube
multimídia: vídeo
O Nome da Rosa (1986)
O Nome da Rosa é um filme de 1986 dirigido 
por Jean-Jacques Annaud, baseado no romance 
homônimo do crítico literário italiano Umberto 
Eco. O frade franciscano Guilherme de Baskerville 
(Sean Conery) e seu aprendiz Adson von Melk 
(Christian Slater) são chamados para resolver um 
mistério mortal em uma abadia medieval.
18
2. igReja católica medieval
2.1. O poder da Igreja
A Igreja católica foi a grande catalisadora dos aconteci-
mentos e da vida medieval; nesse período, sua trajetória foi 
marcada pelo crescimento e desenvolvimento em virtude 
do grande poder conquistado. No medievo,a Igreja passou 
a exercer papéis importantes em diversos setores da vida 
cotidiana, servindocomo instrumento de unidade frente às 
invasões germânicas e à destruição do Império Romano, 
também foi fundamental no processo de fragmentação 
político-administrativa da sociedade feudal.
O crescente poder da Igreja católica na Europa ocidental 
durante a Idade Média pode ser explicado pelo acúmulo 
dos poderes espiritual e temporal.O poder espiritual cor-
responde ao controle sobre a religião e o monopólio da 
interpretação das Escrituras Sagradas, permitindo o con-
trole ideológico e a interpretação da realidade vigente. O 
poder temporal era exercido politicamente como resulta-
do do controle da Igreja sobre um número crescente de 
populações que a alimentavam mediante pagamento dos 
dízimos, doações, além de outras ações realizadas por fiéis 
crentes da salvação em troca de seus recursos materiais. 
teMplários condenados à Fogueira pela santa inquisição
A Igreja concentrava uma grande quantidade de terras em 
suas mãos, resultado da acumulação de um montante sig-
nificativo de riquezas materiais. Detinha, também, o con-
trole da vida dos homens, regulando casamentos, norma-
tizando as obrigações matrimoniais; os divórcios, os casos 
de bigamia, adultério, incesto, entre outros; arbitrava os 
casos de divisão de heranças; monopolizava os registros 
paroquiais de batismo, casamentos, falecimentos, enfim, a 
vida social era normatizada e regrada pela Igreja.
Sua atuação dava-se, também, mediante uma série de 
ações filantrópicas, como a construção e a manutenção de 
asilos, hospitais, orfanatos e leprosários.
A Igreja era responsável pela educação, mantendo uma 
série de escolas nos mosteiros, conventos e, mais tarde, 
nas paróquias. No século XIII, começou a organizar as 
universidades. Com isso, o poder da Igreja sobre os fiéis 
era incontestável. Os pecadores deviam cumprir penitên-
cias, que variavam de orações e jejuns a peregrinações e 
participação nas Cruzadas. A excomunhão – expulsão da 
comunidade cristã – era a pena mais temida. Aplicava-se 
o interdito – proibição de se realizarem serviços religiosos 
– aos domínios dos governantes que estivessem em litígio 
com a Igreja.
Um importante instrumento de manutenção do domínio 
da Igreja Católica Medieval foi a criação do Tribunal da 
Santa Inquisição, em 1231, pelo papa Gregório IX. A 
principal função do Tribunal era julgar e punir as heresias 
– contestações aos dogmas católicos. As penas variavam 
de simples penitências ao confisco de bens, além da ex-
comunhão, torturas e morte na fogueira.
A dor e o sofrimento eram apontados como formas de 
aproximação com o sacrifício de Jesus, bem como o estímulo 
ao arrependimento e ao clamor pela misericórdia divina.
É importante lembrar de que a Inquisição continuou viva 
na Idade Moderna como um importante instrumento de 
dominação política e manutenção do poder instituído.
2.2. Organização do clero
A Igreja contava com uma rígida organização hierárquica. 
Havia o alto clero e o baixo clero; este era composto de 
elementos vindos das camadas mais pobres da sociedade; 
aquele, ligado à aristocracia, detinha os cargos de direção, 
dele faziam parte o Papa, os bispos, os abades etc. 
Clero regular
da direita para a esquerda: 
Monge cisterciense, Franciscano, cartuxo e doMinicano
Fonte: <www.resuMosetrabalhos.coM.br/o-noMe-da-
rosa-uMberto-eco_12.htMl>. (adaptado).
19
Com a invasão dos bárbaros, a Igreja tinha por incumbên-
cia converter esse novo contingente à religião cristã. Para 
o ministério da conversão, eram designados elementos do 
clero secular (do latim saeculum, mundo), nome dado 
ao clero que estava em constante contato com as coisas 
do mundo e viviam fora dos mosteiros. Havia também ele-
mentos do clero regular (do latim regula, regra), isto é, 
submetidos a regras, ficavam nos mosteiros sem contato 
com o que acontecia fora de seus muros. Esses mosteiros 
eram os responsáveis pela preservação da cultura, além de 
serem importantes centros econômicos. O clero regular era 
constituído por todos os clérigos consagrados da Igreja ca-
tólica, que seguiam as regras de uma determinada ordem 
religiosa, dona de sua própria hierarquia e de títulos es-
pecíficos. As principais ordens religiosas foram beneditinos, 
franciscanos, cartuxos, cluniacenses e dominicanos. Essas práticas provocavam incômodo nos meios 
eclesiásticos, principalmente, porque tiravam das 
mãos da Igreja um importante instrumento de bar-
ganha política, ao mesmo tempo em que enfraqueci-
am seu poder, uma vez que este era submetido a uma 
interferência externa na nomeação dos seus membros. 
Havia alguns membros da Igreja mais comprometidos 
com as práticas religiosas evangelizadoras que es-
tavam insatisfeitos com essa situação. Discussões in-
ternas a respeito das práticas de corrupção e comércio 
de cargos, a simonia, especialmente no Sacro Império 
Romano Germânico não faltavam. Gente que não 
tinha o menor compromisso com a religião ocupava 
importantes cargos eclesiásticos.
Procurando atender aos anseios daqueles que estavam 
insatisfeitos com essa situação, bem como ganhar 
um poder capaz de determinar a nomeação interna 
dos seus representantes para os cargos eclesiásti-
cos, o papa Nicolau II criou, em 1058, o Colégio dos 
Cardeais. Os clérigos foram investidos do direito de 
escolher seus líderes religiosos. Em 1073, Gregório VII, 
da abadia de Cluny, foi eleito pelos seus pares como 
papa. Sua primeira atitude foi reafirmar o voto de cas-
tidade e determinar a total independência da Igreja 
em relação ao poder político secular, condenar a no-
meação de bispos por reis ou imperadores, bem como 
destituir todos os clérigos que assumissem cargos no-
meados por poderes seculares.
A atitude do Papa desagradou o imperador do Sacro 
Império Romano Germânico, Henrique IV, que se recusou 
a cumprir as determinações papais e tentou destituí-lo. O 
Papa excomungou o imperador, dando origem à Questão 
ou Querela das Investiduras. 
Pressionado pelos nobres alemães, interessados na 
redução do poder do imperador, Henrique IV reviu 
sua estratégia e saiu em peregrinação a Canossa, 
na Itália, em 1077, em busca de reconciliação com 
Fonte: Youtube
multimídia: música
- Nossa Senhora - Roberto Carlos
A canção de Rolando – Anônimo (séc. XI)
A Canção de Rolando (em língua francesa, La 
chanson de Roland) é um poema épico com-
posto no século XI em francês antigo, sendo 
a mais antiga das canções de gesta escritas 
em uma língua românica. 
multimídia: livros
2.2.1. Querela das Investiduras (1073-1122)
O poder econômico, político e religioso da Igreja desper-
tava não só a cobiça de setores da nobreza da sociedade 
sobre os seus bens como o desejo daqueles que viam na 
Igreja um modo de obter alguma ascensão social. Se, de 
um lado, estabelecia-se uma ferrenha luta política, de ou-
tro, os interesses econômicos possibilitavam a corrupção. 
Além disso, os cargos eclesiásticos eram cobiçados por seu 
poder e prestígio, tornando-se alvos de intensas disputas 
entre clérigos, nobres e soberanos.
A prática de nomeação de bispos segundo interesses políti-
cos era muito comum no Sacro Império Romano Germâni-
co, graças à forte submissão dos clérigos aos interesses do 
Estado, justamente pelo enraizamento da corrupção e dos 
interesses políticos e econômicos em jogo, quando da no-
meação ou investidura de clérigos e bispos, por meio da 
simonia, que era a compra de cargos religiosos.
20
o papa Gregório VII. Essa aproximação não resultou 
na solução do conflito, que só veio a acontecer em 
1122, com a assinatura da Concordata de Worms, já 
no reinado de Henrique V. Pela Concordata, a investi-
dura espiritual caberia ao Papa; ao imperador, caberia 
a investidura temporal. No entanto, a Concordata de 
Worms, de fato uma solução paliativa, não foi capaz 
de solucionar definitivamente a questão. Os atritos 
acerca da nomeação de bispos no Sacro Império e em 
outras regiões da Europa continuaram.
O recuo do imperador, no entanto, marcou o início da su-
premacia papal sobre o poder temporal – supremacia que 
semanteve por quase dois séculos. As Cruzadas, cuja or-
ganização começou nesse período, dariam à autoridade do 
Papa o poder temporal que a Igreja ambicionava.
Fonte: Youtube
multimídia: música
- Oração de São Francisco - Maria Bethânia
Arquitetura gótica (História da Arte e Arquitetura)
A supremacia da Igreja católica era representada pelo estilo gótico na arte e na arquitetura, reflexo do pensamento 
francês predominante a partir do século XII, apoiava-se nos princípios de um forte simbolismo teológico, fruto da 
filosofia escolástica: as paredes eram a base espiritual da Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos indi-
cavam o caminho para Deus. Além disso, os vitrais, por meio da geometria desenhada pela luminosidade e definida 
pelas cores, contavam as histórias e os relatos das Sagradas Escrituras.
Duas características marcantes são as torres com formato agulhado em direção ao céu e a presença de uma rosácea 
na entrada das igrejas. Alguns historiadores afirmam que a dimensão exagerada das catedrais era intencional, pois 
tinha como objetivo representar a grandiosidade de Deus e da Igreja sobre os fiéis.
A primeira catedral gótica foi Saint Denis, embora a mais famosa , pela importância que ganhou na literatura, seja a 
catedral de Notre Dame, em Paris. 
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
21
Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
11
Habilidade
A habilidade 11 é muito cobrada nas provas de História do Enem, uma vez que é bastante abrangente. O vestibular 
recorre a textos e imagens de gêneros variados – poesias, artigos científicos, obras de arte e relatos jornalísticos – para 
fundamentar suas questões. O aluno deve ater-se principalmente ao enunciado, aguçando suas capacidades de leitura, 
observação e interpretação.
Os registros de práticas sociais são fontes de estudo para os historiadores. A prova requer, portanto, mais do que a 
simples capacidade de decorar eventos históricos; ela exige uma interpretação cuidadosa do enunciado.
Modelo
(EnEm) Sou uma pobrE E vElha mulhEr,
muito ignorantE, quE nEm SabE lEr.
moStraram-mE na igrEja da minha tErra
um paraíSo com harpaS pintado
E o infErno ondE fErvEm almaS danadaS,
um EnchE-mE dE júbilo, o outro mE atErra.
villon, F. in: goMbrich, e. história da arte. lisboa: ltc, 1999.
oS vErSoS do poEta francêS françoiS villon fazEm rEfErência àS imagEnS prESEntES noS tEmploS católicoS mEdiEvaiS. nESSE contExto, aS 
imagEnS Eram uSadaS com o objEtivo dE: 
a) refinar o gosto dos cristãos;
b) incorporar ideais heréticos;
c) educar os fiéis através do olhar;
d) divulgar a genialidade dos artistas católicos;
e) valorizar esteticamente os templos religiosos.
Análise expositiva - Habilidade 11: As imagens da Igreja católica medieval serviam para ensinar os fiéis 
os perigos advindos da prática imperfeita da religião e os benefícios adquiridos a partir da boa prática. O 
trecho “Um Paraíso com harpas pintado,/ E o Inferno onde fervem almas danadas,/ Um enche-me de júbilo, o 
outro me aterra” é demonstrativo disso. Cabe ressaltar que apenas uma minoria da população medieval era 
alfabetizada, o que reforçava a necessidade do uso de imagens nas missas. 
Alternativa C
C
22
 DIAGRAMA DE IDEIAS
O REINO DOS FRANCOS
ADMINISTRAÇÃO
DINASTIA MEROVÍNGIA
 (481-751)
CLÓVIS (482-511)
DIVISÃO DAS TERRAS 
ENTRE SEUS FILHOS
COMITATUS
(DIVISÃO DE TERRAS 
ENTRE OS VASSALOS)
QUEDA DO IMPÉRIO 
ROMANO DO OCIDENTE 
(INÍCIO DA IDADE MÉDIA)
PEPINO, O BREVE
DESTRONA REI MEROVÍNGIO 
EM ALIANÇA COM O PAPA
PEPINO DE HERISTAL
SUBMETE OUTROS 
MAJORDOMOS
PEPINO DE HERISTAL
SUBMETE OUTROS 
MAJORDOMOS
ALIANÇA DO 
FRANCO CLÓVIS COM 
A IGREJA CATÓLICA
POVOS BÁRBAROS 
LUTAM POR 
TERRITÓRIOS
MAJORDOMUS
(FUNCIONÁRIOS REAIS)
• COMANDAM 
O EXÉRCITO
• COBRAM IMPOSTOS
• ADMINISTRAM 
TERRAS
NOVAS DIVISÕES
476 A.C.
DINASTIA CARO-
LÍNGIA (751-987)
PEPINO, O BREVE 
(751-768)
CARLOS MAGNO 
(768-814)
CARLOS, O CALVO
LUÍS, O GERMÂNICO
LOTÁRIO I
LUÍS I, O PIEDOSO
DOA TERRAS AO PAPA 
(PATRIMÔNIO DE SÃO PEDRO)
“RENASCIMENTO CAROLÍNGIO”
ADMINISTRAÇÃO
TERRITÓRIO
• CONDADO
(FUNÇÃO PRODUTIVA)
• MARCA
(FUNÇÃO MILITAR 
NA FRONTEIRA)
LEIS CAPITULARES
TRATADO DE VERDUM (843)
DIVISÃO DO TERRITÓRIO
23
 
IGREJA CATÓLICA MEDIEVAL
GUERRA DAS INVESTIDURAS
(1073-1122)
PODER TEMPORAL
• INFLUÊNCIA NA POLÍTICA
• LEGITIMA PODER REAL
• ESCOLHA DE CARGOS ECLESIÁSTICOS
TENSÃO
HIERARQUIA
• ALTO CLERO: NOBREZA
• BAIXO CLERO: CAMADAS POPULARES
PODER ESPIRITUAL
FUNÇÕES
• MORAL CRISTÃ
• CONTROLE CULTURAL
• EDUCAÇÃO (CRIAÇÃO DAS UNIVERSIDADES)
• TRIBUNAL DA SANTA INQUISIÇÃO
• CLERO REGULAR:
ORDENS RELIGIOSAS
VIDA ISOLADA NOS MOSTEIROS
PRESERVAÇÃO DA CULTURA
• CLERO SECULAR:
BATIZADO DE PAGÃOS
24
O feudalismo foi um sistema econômico, político e social 
que se desenvolveu na Europa durante a Idade Média. 
Esse sistema começou a se estruturar no final do Império 
Romano do Ocidente, no século V, e atingiu o seu apogeu 
no século X, desaparecendo quase completamente no final 
do século XV.
1. Origens dO feudalismO
O Império Romano já demonstrava sinais de decadência 
e desagregação desde o final do século IV. As invasões e 
os seguidos ataques dos povos germânicos, a partir do 
século V, desorganizaram a vida do Império, acelerando 
a crise econômica.
Costuma-se considerar o ano de 476, data em que os héru-
los invadiram Roma, como o fim do Império Romano do Oci-
dente e o início da chamada Idade Média. Da mesma ma-
neira, o ano de 1453, quando os turcos otomanos 
conquistaram Constantinopla, pondo fim ao Impé-
rio Bizantino, marca o término da Idade Média. Essas 
datas funcionam para uma periodização didática da História.
Na Europa, a Idade Média caracterizou-se pelo surgimento 
de um sistema econômico, político e social denominado 
feudalismo. Esse sistema foi fruto de uma lenta integração 
entre algumas características de duas estruturas sociais: a 
romana e a germânica. Esse processo de integração, que 
resultou na formação do feudalismo, ocorreu no período 
histórico compreendido entre os séculos V e IX.
Próximo ao fim do Império Romano do Ocidente, os gran-
des senhores romanos começaram a abandonar as cida-
des, fugindo da crise econômica e das invasões germâni-
cas. Os senhores rumaram para latifúndios no campo, onde 
passaram a desenvolver uma economia agrária voltada 
para a subsistência.
 SiStema feudalAULAS 
13 e 14
CompetênCias: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Habilidades:
1, 4, 5, 7, 8, 9, 11, 14, 
15, 16, 17, 18, 22 e 29
A nova onda de invasões dos séculos VIII ao X
Fonte: 28navegadores.blogspot.com.br/2013_04_01_achive.htmlFonte: <28navegadores.blogspot.com.br/2013_04_01_achive.html>.
25
Um grande contingente de romanos de menos posses pas-
sou a buscar proteção e trabalho nas terras desses grandes 
senhores. Para utilizar as terras, eram obrigados a ceder 
ao proprietário parte do que produziam. Essa relação entre 
o senhor das terras e os que produziam ficou conhecida 
como colonato. O grande número de escravos da épo-
ca também foi utilizado nas vilas romanas. Com o tempo, 
tornou-se mais rentável libertar os escravos e aproveitá-los 
sob regime de colonato. Dessa forma, nesses centros rurais 
conhecidos por vilas romanas, começavam a ser criados 
os feudos medievais. Com algumas alterações futuras, esse 
sistema de trabalho resultou nas relações servis de pro-
dução, um dos traços fundamentais do feudalismo.
Com a contínua ruralização do Império Romano, o poder 
central foi perdendo controle sobre os grandes senhores 
agrários.Gradativamente, as vilas romanas tornaram-se 
cada vez mais autônomas, à medida que o poder político 
descentralizava-se, permitindo ao proprietário de terras ad-
ministrar de forma independente sua vila.
Outra contribuição fundamental da civilização romana para 
a formação do feudalismo foi o cristianismo. Originário do 
Oriente, o cristianismo enraizou-se na cultura romana, pas-
sando a ser, no século IV, a religiãooficial do império. No iní-
cio da Idade Média, a religião cristã já havia triunfado sobre 
todas as seitas rivais na Europa. Em pouco tempo, a Igreja 
tornou-se a instituição mais poderosa do continente euro-
peu, determinando a cultura do período medieval.
O contato dos romanos com os povos de origem germâni-
ca promoveu a troca de hábitos e costumes entre eles, prin-
cipalmente num momento de ruralização e de organização 
de uma economia baseada nas atividades agropastoris.
As várias tribos germânicas viviam de maneira autônoma, 
estabelecendo relações apenas quando se defrontavam 
com um inimigo comum, unindo-se, nessas ocasiões, sob 
o comando de um só chefe.
As relações entre o suserano e o vassalo, fundamentadas 
na honra, lealdade e liberdade, tiveram suas origens no 
comitatus germânico. O comitato era um grupo forma-
do pelos guerreiros e seu chefe com obrigações mútuas 
de serviço e lealdade. Os guerreiros juravam defender seu 
chefe, que se comprometia a equipá-los com cavalos e 
armas. Mais tarde, essas relações de honra e lealdade 
deram origem às relações de suserania e vassala-
gem. A cerimônia na qual os vassalos juravam fidelidade 
ao suserano derivou da prática da homenagem típica no 
Império Carolíngio, que, possivelmente, teve sua origem 
também no comitato germânico.
A formação do Direito no feudalismo também teve influên-
cia germânica. Baseando-se nos costumes orais, e não nas 
leis escritas, o direito era considerado uma propriedade do 
indivíduo, um direito inerente a ele em qualquer local em 
que estivesse. Essa forma do Direito, produto dos costumes 
e da sua prática reiterada e constante e não da autoridade, 
sem ser resultado de um processo formal de criação das 
leis escritas, é denominada direito consuetudinário.
Seguindo o processo de declínio do comércio, ruralização 
da sociedade, agrarização da economia e descentrali-
zação do poder político no final do Império Romano do 
Ocidente, as invasões dos séculos VIII e IX aceleraram a 
lenta integração entre aspectos da sociedade romana e 
da sociedade germânica.
Em 711, os muçulmanos, vindos do Norte da África, con-
quistaram a península Ibérica, a Sicília, a Córsega e a Sar-
denha, fechando o mar Mediterrâneo à navegação e ao 
comércio dos europeus. Ao norte, no século IX, os norman-
dos também se lançaram à conquista da Europa. Conquis-
taram a Bretanha e o noroeste da França. Penetraram no 
continente europeu pelos rios, saqueando suas cidades. A 
leste, os magiares (húngaros), cavaleiros nômades originá-
rios das estepes euroasiáticas, invadiram a Europa oriental.
Isolada dos outros continentes, com as vias de comuni-
cação bloqueadas e cercada no seu próprio território, a 
Europa se fragmentou. Os constantes ataques e saques 
criaram uma insegurança geral. As últimas invasões ama-
dureceram as condições para o pleno estabelecimento do 
sistema feudal. 
O comércio, com o desaparecimento quase total da moe-
da, regrediu ao patamar da troca direta. Com a agrarização 
da economia, as cidades foram despovoadas, completando 
Amadis de Gaula – Anônimo (1508)
A obra Amadis de Gaula, através de 
uma introdução em que se afirma que 
foi encontrada num baú enterrado do 
“manuscrito encontrado”, inicia-se com 
o relato dos amores furtivos entre o rei 
D. Perion de Gaula (Gales) e a infanta D. 
Elisena da Bretanha, que deram lugar a 
uma criança abandonada numa barca.
multimídia: livros
26
o processo de ruralização da sociedade. O poder político 
descentralizou-se em uma multiplicidade de poderes loca-
lizados e particularistas. O feudalismo se estabeleceu em 
sua plenitude.
2. CaraCterístiCas gerais
2.1. Sociedade feudal
A sociedade feudal era estamental, ou seja, os indivídu-
os nasciam num determinado estamento (grupo social) e 
dificilmente poderiam ascender a outro; tendiam a perma-
necer sob a própria condição de nascimento, pois a mobi-
lidade social vertical era quase impossível; mais fácil seria 
a mobilidade no interior do próprio grupo social. Segundo 
a divisão clássica, a sociedade medieval era formada pelos 
seguintes estamentos: clero, nobreza e servos. Entre-
tanto, cada uma dessas categorias comportava uma série 
de diferenciações e gradações. De modo geral, o acesso ou 
não à propriedade ou posse da terra dividia a sociedade 
feudal em dois estamentos: os senhores e os dependentes.
Os senhores feudais eram os proprietários ou os pos-
suidores do feudo. Originários da nobreza e do clero, for-
mavam uma aristocracia dominante. A nobreza se subdivi-
dia em duques, condes, barões e marqueses.
O poder dos nobres vinha do fato de serem proprietários 
ou posseiros da terra e da condição de terem um exérci-
to. As camadas mais altas da nobreza guerreira descen-
diam das antigas famílias germânicas e carolíngias. Havia 
uma segunda camada mais pobre da qual faziam parte 
os cavaleiros; com o passar do tempo, as duas camadas 
fundiram-se por meio de casamentos. Os nobres orgulha-
vam-se da vida que levavam, dedicada às batalhas, aos 
torneios e às caçadas.
Os senhores feudais eclesiásticos, vinculados à Igreja 
Romana, também pertenciam à alta hierarquia do clero. 
Em geral, eram bispos, arcebispos e abades. Com efeito, 
o clero constituía a elite intelectual da classe senhorial, 
responsável pela guarda da cultura romana, construtora 
e difusora da cultura e elaboradora de todo o arcabouço 
teórico que justificava a sociedade feudal e a identificava 
com a ordem universal, de origem divina.
O estamento dos dependentes, que compreendia a maioria 
da população medieval, compunha-se de servos e vilões. 
Os servos não tinham a propriedade da terra, embora, 
na maioria dos casos, tivessem posse parcial dela, o que 
justificava o fato de estarem adstritos a ela. É importante 
observar que, embora fossem trabalhadores semilivres – 
donos de seus instrumentos de trabalhos, sementes, etc. –, 
apenas uma pequena parcela do que produziam era desti-
nada ao próprio sustento.
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representação de um clérigo, de um cavaleiro e 
de um servo da idade média
Os servos não podiam ser vendidos fora de suas terras, 
como ocorria com os escravos, mas não tinham liberdade 
para abandonar as terras onde nasceram, exceto com a 
autorização do seu senhor.
Em número reduzido, havia outro tipo de trabalhador me-
dieval: o vilão. Os vilões não estavam presos à terra e des-
cendiam de antigos pequenos proprietários romanos. Não 
podendo defender suas propriedades, entregavam suas 
terras em troca de proteção de um grande senhor feudal. 
Suas formas de prestação de serviço e de pagamentos ao 
senhor eram muito peculiares, pois desfrutavam de privi-
légios pessoais e econômicos. Recebiam tratamento mais 
brando que os servos e assumiam deveres bastante bem 
definidos com os senhores, de tal maneira que sabiam exa-
tamente o que fazer ou não.
Fonte: Youtube
multimídia: música
Cantiga de Amigo
Elomar
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2.2. Economia feudal
De alguma maneira, as sociedades organizam sua produção de 
bens mateiras, a partir daquilo que é chamado de relações de 
produção. A produção da vida social, política e cultural, são de-
terminadas pelo modo de produção. Assim como, independen-
temente de sua localização geográfica ou do período de sua 
existência, toda sociedade organiza e é organizada em torno 
do modo de produção daquela época. Deste modo, no feuda-
lismo, as relações de produção foram determinadas pela servi-
dão feudal que acabara por determinar o modo de produção.
As terras eram divididas em domínio senhorial, cuja pro-
dução destinava-se ao senhor feudal, manso servil, cujo 
produto do trabalho pertencia aos servos, e terras comu-
nais, isto e, pastos e florestas utilizadas tanto pelos senhores 
como pelos camponeses. Das terras comunais eram retiradas 
madeiras e frutas. Ao senhor era reservado o direito exclusivo 
da caça. O feudo, cujas terras eram descontínuas, consti-
tuía-se como a unidade geral de produção.
A terra arável era dividida em três partes: o terreno de 
plantio da primavera,

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