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O Professor Concurseiro tem como grande objetivo oferecer um conteúdo de qualidade àqueles que estão inscritos no nosso curso preparatório para concurso público e, assim, contribuir para que consigam alcançar a tão sonhada nomeação e, consequentemente, uma condição de vida melhor. Vocês são protagonistas da caminhada de vocês. Nunca desistam! - Raynan Trentim. SUMÁRIO Ortografia e Classes Gramaticais ------------------------------------------------------- Interpretação de textos ------------------------------------------------------------------- Acentuação gráfica ------------------------------------------------------------------------- Crase-------------------------------------------------------------------------------------------- Termos da oração --------------------------------------------------------------------------- Período composto por coordenação e subordinação ----------------------------- Concordância Verbal e Nominal -------------------------------------------------------- Regência Verbal ----------------------------------------------------------------------------- Colocação de Pronomes ------------------------------------------------------------------- Pontuação ------------------------------------------------------------------------------------- Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos ---------------------------------- Conotação e Denotação ------------------------------------------------------------------- Coesão e coerência ------------------------------------------------------------------------- Estrutura e formação de palavras ------------------------------------------------------- Variedades Linguísticas -------------------------------------------------------------------- Norma culta, popular e literária --------------------------------------------------------- Ortografia e Classes Gramaticais Bom, a língua portuguesa é um rico objeto de estudo – você certamente já percebeu isso. Por apresentar tantas especificidades, é natural que ela fosse dividida em diferentes áreas, o que facilita sua análise. Entre essas áreas, está a Morfologia, que é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. Na Morfologia, as palavras são estudadas isoladamente, desconsiderando-se a função que exercem dentro da frase ou do período, estudo realizado pela Sintaxe. Nos estudos morfológicos, as palavras estão agrupadas em dez classes, que podem ser chamadas de classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Classes de Palavras Substantivo: palavra que dá nome aos seres em geral, podendo nomear também ações, conceitos físicos, afetivos e socioculturais, entre outros que não podem ser considerados “seres” no sentido literal da palavra; Artigo: palavra que se coloca antes do substantivo para determiná-lo de modo particular (definido) ou geral (indefinido); Adjetivo: palavra que tem por função expressar características, qualidades ou estados dos seres; Numeral: palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas etc.), ou a posição que um ser ocupa em determinada sequência; Pronome: palavra que substitui ou acompanha um substantivo (nome), definindo-lhe os limites de significação; Verbo: palavra que, por si só, exprime um fato (em geral, ação, estado ou fenômeno) e localiza-o no tempo; Advérbio: palavra invariável que se relaciona com o verbo para indicar as circunstâncias (de tempo, de lugar, de modo etc.) em que ocorre o fato verbal; Preposição: palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas relações de sentido e dependência; Conjunção: palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em uma oração; Interjeição: palavra (ou conjunto de palavras) que, de forma intensa e instantânea, exprime sentimentos, emoções e reações psicológicas. A classificação das palavras sofreu alterações ao longo do tempo, o que é normal, haja vista que a língua é mutável, isto é, sofre alterações e adaptações de acordo com as necessidades dos falantes. Classificar uma palavra não é tarefa fácil, porém, possível, prova disso é que na língua portuguesa todos os vocábulos estão incluídos dentro de uma das dez classes de palavras. Conhecer a gramática que rege nosso idioma é fundamental para aprimorarmos a comunicação. Foi por essa razão que o Brasil Escola preparou uma seção voltada ao estudo das classes gramaticais. Nela você encontrará diversos artigos que explicarão a morfologia da língua de maneira simples e direta por meio de textos e variados exemplos. DICA! Para treinar melhor esse assunto, escreva frases e depois, organize as palavras com suas respectivas definições morfológicas. Interpretação de texto Não se engane pensando que interpretação só é necessária para a prova de Língua Portuguesa. Até mesmo disciplinas como Matemática ou Física, que não costumam ter um texto base como fonte para as perguntas, precisam de interpretação de texto. Isso porque o próprio enunciado da questão requer atenção ao que é pedido. Não adianta saber a fórmula se não souber por qual motivo você irá empregá-la. Por outro lado, matérias como a já citada Língua Portuguesa e outras disciplinas como Atualidades, Geografia, História e Legislação recorrem bastante a diversos tipos de textos nos quais os candidatos devem entender o conteúdo básico, suas nuances e como aquilo reflete na questão. E é aí que saber como interpretar de forma correta faz a diferença, principalmente em grandes concursos. Por isso, confira as dicas de interpretação de texto do seu PROFESSOR CONCURSEIRO: A compreensão textual definitivamente não é simples. Afinal, é necessário desprender toda uma ideia anterior de sinônimo com relação à Interpretação de Texto. Após exposta as notórias diferenças, dicas para a compreensão se tornam mais fáceis de elucidar: Fazer uma primeira leitura calma e pausada do texto, geralmente com o dedo como guia da leitura (guiar a leitura é aperfeiçoamento, não retrocesso); Fazer uma segunda leitura apontando a palavra-chave de cada período; Elaborar um pequeno fluxograma dinâmico para entender as informações existentes no texto; Analisar os enunciados das questões anteriormente à leitura com intuito de verificar as expressões; De forma básica, a compreensão textual compreende os mesmos passos da interpretação textual. Contudo, o momento de diferenciação se dá na proposição da questão. Enquanto a compreensão fará referência ao que está no texto, a interpretação fará referência à informação coletada a partir da leitura do texto. Colocando em ação! Leia! A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizantede outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra? CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado). Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que: a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. A resposta está no final desta página. Alternativa correta: e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística. Na opinião da autora, o purismo da língua traz consequências que dificultam a compreensão linguística e, por isso, são prejudiciais. Esse purismo está relacionado com a hierarquização dos usos da língua que gera preconceito linguístico entre os falantes. Acentuação Gráfica Basicamente, a acentuação está relacionada com a ortografia e com a prosódia. E para que o indivíduo pronuncie corretamente as palavras é necessário que tenhamos noção dos seus sons, fazendo uso de maior ou menor intensidade conforme a sílaba tônica. As regras de acentuação disciplinam o uso adequado dos sinais indicando a posição da sílaba tônica, como o timbre e a nasalização das vogais. Após a instalação das Novas Regras Ortográficas de Língua Portuguesa, vigente desde janeiro de 2009 nos países que possuem o português como idioma oficial, as regras de acentuação sofreram alguma mudanças. Regras das Palavras Oxítonas, Paroxítonas e Proparoxítonas Geralmente, acentuam-se as palavras oxítonas cuja última sílaba é tônica, ou seja, com entonação mais forte: Exemplos: Paraná, Melhor, Parabéns, Você. Também se deve acentuar ditongos abertos no plural. Um Ditongo Aberto ocorre quando há união entre uma vogal de som aberto com uma semivogal: Exemplos: Chapéu, Troféu, Papéis. No caso das palavras paroxítonas, coloca-se o acento em palavras em que a penúltima sílaba é tônica e terminarem da seguinte forma: L – Amável; N – Pólen; R- Repórter; X – Xérox; I – Júri; I (S) – Lápis; U (S) – Bônus; PS – Tríceps; ÃO – Sótão; Um – Álbum; Palavras paroxítonas terminadas em ditongos orais (sílaba mais fechada) seguidas ou não pela letra S também são acentuadas. Exemplos: Vácuo, Insônia e Subúrbio. Já as palavras proparoxítonas apresentam a antepenúltima sílaba como tônica. Como todas as proparoxítonas são acentuadas, a regra é bem mais fácil de ser entendida e nem vale muito a pena perder tempo para estudar. Regras de Acentuação em Monossílabos A ortografia prevê a acentuação de monossílabos tônicos, mas nem sempre para todos, apenas as palavras terminadas nas vogais A, E ou O: Exemplos: Cá, Fé, Dó; Essa regra também abrange os ditongos monossilábicos abertos, como as palavras Céu e Sóis. Regras de Acentuação em Ditongos Abertos Com a mudança da ortografia da Língua Portuguesa, os ditongos abertos, (“éi” e “ói”) perderam o acento quando estão em uma palavra paroxítona: Platéia – Plateia; Bóia – Boia; Idéia - Ideia; Porém, outras palavras se mantiveram com o acento: Anéis, Troféu, Herói; Regras de Acentuação em Hiatos Nesse caso, acentua-se as vogais “i” e “u” tônicas, quando formam um hiato com outra vogal anterior. Na separação de sílabas, essas vogais serão acentuadas quando estiverem sozinhas ou no caso de estarem com o consoante S: Sa-í-da; Fa-ís-ca; Sa-ú-de. Crase O que é a crase? A crase é a união do artigo feminino a com a preposição a e com certos pronomes cuja letra inicial também é o a. Essa união é indicada ortograficamente através do uso do acento grave (à), também designado de acento indicador de crase. Exemplos: Gosto de comida à mineira. Fomos àquela cidade mês passado. O primeiro passo para saber quando usar a crase é identificar se houve a fusão do artigo a com a preposição a. Veja algumas regras e dicas para saber mais sobre o uso da crase. Uso obrigatório da crase Quando o verbo exigir preposição a e a seguir houver um artigo a e um substantivo feminino Exemplos: Cecília levou o filho à festa DICA DO PROFESSOR CONCURSEIRO: para se certificar de que a crase deve ser aplicada, basta substituir o substantivo feminino por um masculino. Se for necessário substituir o a pelo ao, o acento grave deve ser usado. Uso facultativo da crase Antes de um pronome possessivo Antes dos pronomes meu, minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, dele, dela, deles, delas, nosso, nossa, nossos, nossas, pode-se optar ou não pelo uso da crase. Termos da Oração Os termos da oração são aquelas palavras que têm uma função sintática bem definida. Eles podem ser divididos em três grupos de acordo com a sua relevância: termos essenciais (sujeitos e predicados), termos integrantes (complementos nominais, verbais e agente da passiva) e termos acessórios (adjuntos adnominais e adverbiais, aposto e vocativo). Você verá todos eles em suas aulas! Veja alguns abaixo! Sujeito Ele é quem faz a ação, o protagonista, é sobre quem se declara algo. O verbo e os adjetivos se flexionam de acordo com ele. Exemplo: “Os cozinheiros atrasaram o jantar.” Os sujeitos podem ser compostos, simples, ocultos e indeterminados. Ainda podemos dividi-los em partes como o núcleo e artigos. O núcleo do sujeito pode ser um substantivo (cozinheiros), pronome (eles), numeral ou qualquer palavra substantivada. Saiba mais sobre os sujeitos! Predicado O predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito. Quando identificamos o sujeito da oração e tiramos ele, tudo o que sobra é o predicado. Exemplo: “As alunas chegaram atrasadas por causa da chuva.” Os predicados podem ser verbais ou nominais, mas você pode saber mais sobre isso no nosso artigo de predicados. Período composto por coordenação e subordinação Em síntese, um período composto por coordenação é formado por orações coordenadas; um período composto por subordinação é formado por uma oração principal e outra(s) subordinada(s); e um período composto por coordenação e subordinação possui os dois tipos de relações. O professor concurseiro te explica melhor! Período Composto por Subordinação Ao contrário do período composto por coordenação, no período composto por subordinação, as orações dependem sintaticamente uma das outras. Exemplos: Tudo o que queria/ era a verdade. Não sei/ o que fazer. Ignoro/ por que você agiu assim. Período Composto por Coordenação e Subordinação Há períodos que são formados por orações coordenadas e por orações subordinadas. Assim, esse período apresenta oração independente ao mesmo tempo que apresenta oração dependente em termos sintáticos. Exemplo: Comecei a ler/ e terminei o livro/ que tinha ganhado naquele dia. 1. Comecei a ler é uma oração coordenada. 2. e terminei o livro é também uma oração coordenada. 3. que tinha ganhado naquele dia é oração subordinada. 4. Logo, estamos diante de um período composto por coordenação e subordinação. Concordância Verbal e Nominal Concordância verbal e nominal estuda a compatibilidade existente entre cada elemento de uma oração; Concordância verbal refere-se ao verbo em relação ao sujeito, já a concordância nominal refere-se às classes de palavras:substantivo, adjetivo, numeral, pronome, artigo. O professor concurseiro te explica mais! Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sempre no plural. Exemplo: Maria e José conversaram até de madrugada. Aqui temos um exemplo de concordância verbal. Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos devem concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Adorava comida salgada e gordurosa. Aqui temos um exemplo de concordância nominal. Regência Verbal O estudo sobre regência verbal está diretamente relacionado à noção de transitividade verbal, pois é ela quem determina o tipo de vínculo estabelecido entre o verbo e seu complemento. Quando a transitividade é direta, o objeto direto é ligado ao verbo sem o auxílio de preposição. Quando a transitividade é indireta, o objeto indireto é ligado ao verbo com o auxílio de preposição. Observe os exemplos: Esqueci da reunião de hoje. Assisti ao filme “Instinto Selvagem”. O médico assistiu o paciente de maneira rápida. Na Língua Portuguesa, muitos verbos admitem mais de uma regência e, assim, mudam- se também seus significados. Veja este exemplo: Ele aspira todo ar poluído desse ambiente. (Sentido de respirar) Rodrigo aspira ao cargo de superintendente. (Sentido de desejar, pretender) Colocação de Pronomes Colocação pronominal é a parte da gramática que cuida do emprego correto dos pronomes oblíquos átonos nas frases. Normalmente a colocação pronominal não é empegada de forma correta na linguagem verbal, mas algumas normas devem ser obedecidas, principalmente, na linguagem escrita. Na colocação pronominal os pronomes oblíquos átonos podem ocupar três posições: antes do verbo, no meio do verbo e depois do verbo. Próclise – Na colocação pronominal Próclise o pronome aparece antes do verbo. Mesóclise - Na colocação pronominal Mesóclise o pronome aparece no meio do verbo. Ênclise - Na colocação pronominal Ênclise o pronome aparece depois do verbo. Observe a poesia, “Pronominais”, escrito por Oswald de Andrade. Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro. Na utilização prática da língua portuguesa, o uso dos pronomes oblíquos é determinado pela boa sonoridade da frase. Você, dificilmente, ouvirá alguém dizer “Dê-me um cigarro”, pois, automaticamente, as pessoas dizem “Me dê a um cigarro”. Isso ocorre porque o segundo exemplo soa melhor aos ouvidos de quem fala e de quem ouve. Uso da Próclise A colocação pronominal Próclise é empregada quando tiver palavras ou expressões negativas, conjunções subordinativas, advérbio, pronomes relativos, demonstrativos ou indefinidos, frases interrogativas, exclamativas ou optativas, verbo no gerúndio antecedido da preposição "em" ou formas verbais proparoxítonas. Palavras ou expressões negativas Não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem ou de modo algum... Exemplos: • Nada me perturba. • Não o quero aqui. • Nunca o vi assim. Quando empregada corretamente à colocação pronominal ajuda a harmonizar o texto, evitando ambiguidades • Eu não vi ela hoje. No uso informal da língua portuguesa, a ambiguidade é vista com frequência. Contudo, assim como qualquer vício de linguagem, deve ser evitada em momentos formais, sobretudo pelo som desagradável que pode ser reproduzido - cacofonia. A palavra “ela”, no exemplo acima, exerce a função de complemento. Dessa forma, a frase correta é: "Eu não a vi hoje”. Orações com conjunções subordinativas Quando, se, porque, qual, conforme, embora ou logo que... Exemplos • Quando se trata de falar em inglês ele é um expert. • Embora se sentisse melhor, saiu. • Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo. Advérbios Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais Sempre, mais, menos, já... Exemplos: • Aqui se tem. • Ontem me disseram que havia greve hoje. • Agora, descansa-se. • Talvez a jovem se decida ainda hoje. Atenção! Caso exista verbo após advérbio, ele deixa de atrair o pronome. Pronomes Relativos, Demonstrativos e Indefinidos Cujo, o qual, que, onde... Exemplos: • A pessoa que me ligou era minha colega. (relativo) • Isso me traz alegria. (demonstrativo) • Alguém me ligou? (indefinido) Em frases interrogativas Quanto, qual, como, quando... Exemplos: • Quanto cobrará pelo jantar? • Quem nos explicará as regras? • Quando te deram a notícia? • Quem te presenteou? Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo) Exemplos: • Deus nos dê forças. • Oxalá me dês a boa notícia. • Deus o proteja sempre! • Macacos me mordam! Verbo no gerúndio antecedido da preposição Exemplos: • Em se plantando tudo dá. • Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. • Em se tratando de confusão, ele está presente. • Em se decidindo pelo churrasco, eu trato da carne. Uso da Mesóclise A colocação pronominal Mesóclise acontece quando o verbo está sendo flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito, mas sem palavra atrativa. Futuro do presente Assim que oportuno, contar-lhe-ei detalhes da cerimônia. Futuro do pretérito A inovação do setor ajudar-nos-ia significativamente. Os pronomes pessoais oblíquos átonos podem ser empregados antes, depois e no meio do verbo. (Foto: Pixabay) Uso da Ênclise Na Ênclise a colocação pronominal é usada após verbo quando atraída pelas seguintes situações: Quando o verbo começa uma oração Exemplos: • Diga-me o que pensas sobre o resultado. • Vou-me embora agora mesmo. • Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. • Acordei e surpreendi-me com o café da manhã. Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal Exemplos: • Quero convidar-te para o meu aniversário. • Não era minha intenção machucar-te. • Gostaria de pentear-te a minha maneira. • O seu maior sonho é casar-se. Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo Exemplos: • Sigam-me, por favor. • Quando eu avisar, silenciem-se todos. • Depois de terminar, chamem-nos. • Para começar, joguem-lhes a bola! Quando o verbo estiver no gerúndio Exemplos: • A menina desatenta argumentou fazendo-se de boba. • Vive a vida encantando-me com as suas surpresas. • Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos. • Recusou a proposta fazendo-se de desentendida. Colocação pronominal nas locuções verbais A colocação pronominal em locuções verbais pode ser diferente se o verbo principal estiver no particípio ou no gerúndio e infinitivo. Verbo principal no gerúndio ou no infinitivo Se não existir palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo pode ser empregado depois do verbo principal ou após o verbo auxiliar. • Quero ver-te hoje. • Quero-te ver hoje. Se não tiver palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo pode ser empregado antes da locução verbal ou depois da locução verbal. • Não te quero ver hoje. • Não quero ver-te hoje. Verbo principal no particípio Se não tiver palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deverá usado depois do verbo auxiliar, nunca após o verbo principal no particípio. • Tinham-me dito que você não era de confiança. • Eu tinha-lhe falado sobre esse assunto. Se não tiver palavra atrativa que exija a próclise, o pronome oblíquo deve ser empregado antes da locução verbal. • Já me tinham dito que você não era de confiança. • Eu não lhe tinha falado sobre esse assunto. Pronomes oblíquos átonos Os pronomes oblíquos átonos são aquelesque não são precedidos de preposição. Eles têm a acentuação tônica fraca. Exemplo: • Ele me deu um à chave do carro. Veja a seguir quais são os pronomes oblíquos átonos: 1ª pessoa do singular (eu): me 2ª pessoa do singular (tu): te 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, o, a, lhe 1ª pessoa do plural (nós): nos 2ª pessoa do plural (vós): vos 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, os, as, lhes Atenção! O pronome oblíquo átono "lhe" não tem a forma contraída. Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome oblíquo átono "lhe" sempre se apresenta na função de objeto indireto da oração. Os pronomes me, te, se, nos e vos podem ser objetos diretos ou objetos indiretos. Os pronomes o, a, os e as exercem exclusivamente a função de objetos diretos. Pontuação Sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida. Confira abaixo os sinais de pontuação utilizados na nossa língua, assim como as situações em que devem ser empregados, seguidas de exemplos. Parônimos e homônimos são palavras que possuem semelhanças no som e na grafia, porém se constituem de significados diferentes. E por falar em significado, cabe-nos ressaltar que esse é um fator preponderante na construção de nossos discursos – na oralidade e, principalmente, na escrita. Sinônimo é uma palavra que possui o significado semelhante a outra e antônimo é uma palavra que tem significado contrário a outra. A diferença entre sinônimos e antônimos é o significado das palavras ao serem comparadas: nos sinônimos eles são aproximados e nos antônimos são opostos. O professor concurseiro te mostra um exemplo. Ela chegou à escola com muita disposição para estudar. Ela chegou à escola com pouca disposição para estudar. Conotativo e Denotativo O sentido conotativo é aquele em que a palavra encontra significado a partir do contexto em que é empregada, é o sentido figurado. Enquanto que o sentido denotativo é o mesmo que encontramos no dicionário, o emprego original e literal da palavra. Portanto, a linguagem denotativa é mais objetiva, direto ao sentido estreito do vocábulo ou expressão. Já na linguagem conotativa há mais espaço para interpretações ou associações. O professor concurseiro te mostra exemplos! Exemplos do sentido conotativo Ela caiu de amores pelo cachorro de rua e trouxe-o para casa. (Ela gostou muito do cachorro). O investimento de Marcos foi mal sucedido e ele quebrou a cara. (Ele obteve um resultado negativo, muito abaixo do esperado). A Joana sempre arrasa na pista de dança. (Ela dança muito bem, se destaca). Veja mais esse! Quando uma mensagem em um sentido formal, ou seja, de acordo com o significado do dicionário da língua portuguesa, ela é chamada de denotativa. Entretanto, se uma mensagem possui um sentido mais subjetivo e criativo, mais livre para várias interpretações, ela é conotativa. Coesão e coerência A coesão é o mecanismo relacionado com elementos que asseguram a ligação entre palavras e frases, de modo a interligar as diferentes partes de um texto. A coerência, por sua vez, é responsável por estabelecer a ligação lógica entre ideias, para que, juntas, elas garantam que o texto tenha sentido. Elementos de coesão textual e frases de exemplo Veja abaixo os principais elementos de coesão textual e como eles são aplicados nas frases. Substituições Garantem a coesão lexical. Ocorrem quando um termo é substituído por outro termo ou por uma locução como forma de evitar repetições. Coesão correta: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas também. Erro de coesão: Os legumes são importantes para manter uma alimentação saudável. As frutas também são importantes para manter uma alimentação saudável. Explicação: "também" substitui "são importantes para manter uma alimentação saudável". Conectores Esses elementos são responsáveis pela coesão interfrásica do texto. Criam relações de dependência entre os termos e geralmente são representados por preposições, conjunções, advérbios, etc. Coesão correta: Elas gostam de jogar bola e de dançar. Erro de coesão: Elas gostam de jogar bola. Elas gostam de dançar. Explicação: sem o conectivo "e", teríamos uma sequência repetitiva. Referências e reiterações Nesse tipo de coesão, um termo é usado para se referir a outro, para reiterar algo dito anteriormente ou quando uma palavra é substituída por outra com ligação de significados. A coerência textual está diretamente relacionada com a significância e com a interpretabilidade de um texto. A mensagem de um texto é coerente quando ela faz sentido e é comunicada de forma harmoniosa, de forma que haja uma relação lógica entre as ideias apresentadas, onde umas complementem as outras. Para garantir a coerência de um texto, é preciso ter em conta alguns conceitos básicos. Conceitos da coerência textual e frases de exemplo Veja abaixo os principais conceitos da coerência textual e como eles são aplicados nas frases. Princípio da não contradição Não pode haver contradições de ideias entre diferentes partes do texto. Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose. Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose. Explicação: quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca. Por esse motivo, o segundo exemplo constitui um erro de coerência; não faz sentido. Estrutura e formação de palavras Observe as seguintes palavras: escol-a escol-ar escol-arização escol-arizar sub-escol-arização Observando-as, percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsáveis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do elemento destacável -ar. Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas palavras que seu professor concurseiro selecionou, podemos depreender a existência de diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos formadores é uma unidade mínima de significação, um elemento significativo indecomponível, a que damos o nome de morfema. Variedades Linguísticas Ai, como eu amo tirinhas! O professor concurseiro se diverte! Você notou as variedades linguísticas na tirinha acima? As variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram criadas pelos homens e são reinventadas a cada dia. Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros. No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, na linguagem regional. É perceptível que a língua não é utilizada da mesma forma pelos falantes. Alguns fatores podem influenciar o emprego da língua, como a região geográfica, as identidades sociais, as situações sociais, os jargões profissionais, etc. Cada um deles gerará uma variação linguística diferente do idioma: A língua varia no tempo e essa variação passa a ser notada ao comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual, ou seja, não acontece de repente. Norma culta, popular e literária O que se denomina norma-padrão não é uma variedade da língua, ou seja, não representa um uso efetivo da língua por falantes. Trata-se de “modelo” de língua,considerado o “correto”, o “bom uso”. Esse modelo de língua ideal está apoiado na tradição e considera a língua como algo uniforme que não apresenta nenhum tipo de variação, portanto a norma-padrão vê a língua como algo homogêneo e estável. Esse modelo de língua é veiculado sobretudo, mas não exclusivamente, pela gramática normativa. Chamo a atenção para o fato de que o discurso que difunde uma concepção de língua “correta”, de obediência cega à norma-padrão, com a consequente condenação da variedade popular do português brasileiro, está presente com muita força nas redes sociais, em publicações que ridicularizam de maneira preconceituosa falantes do português brasileiro que desconhecem a norma-padrão. Entendeu? O professor concurseiro te explica! NORMA CULTA Muitos autores usam a expressão norma culta para designar uma variedade do português, aquela representativa das pessoas dotadas de escolarização formal, com acesso à cultura letrada. Por ser uma variedade linguística, a norma culta tem existência empírica, isto é, manifesta-se concretamente em textos falados e escritos. Norma culta e variedade culta designam o mesmo fenômeno, um uso efetivo da língua. Embora a expressão norma culta seja largamente usada e tenha grande tradição nos estudos linguísticos, há quem prefira a expressão variedade culta, porque o termo norma carrega em si uma conotação de fixidez, ao passo que o termo variedade reflete com mais propriedade o aspecto heterogêneo da língua. Como salientei, essa nomenclatura varia conforme o autor, sendo que alguns preferem ainda a expressão norma urbana de prestígio, evitando dessa forma o uso do adjetivo culta e reforçando que essa variedade linguística é essencialmente urbana e é aquela que detém prestígio social. Em síntese: Norma-padrão: modelo de língua considerado ideal, por representar o bom uso da língua. Não se trata de variedade linguística, ninguém fala a norma-padrão. É veiculada sobretudo pelas gramáticas normativas. Norma culta: o mesmo que norma urbana de prestígio ou variedade culta. Trata-se de uma variedade do português, ou seja, tem existência concreta e manifesta-se em textos concretos. Representa o uso característico das pessoas “cultas”, isto é, daquelas com acesso à cultura letrada. É essencialmente urbana. Existem estudos linguísticos que descrevem essa variedade linguística tanto falada quanto escrita. Norma culta ou variedade culta se opõe a norma popular ou variedade popular. Se a variedade culta é a dos falantes que têm acesso à cultura letrada, a segunda é a variedade daqueles que não tiveram acesso à escolarização formal. Quero deixar bem claro que uma variedade não é melhor nem mais bonita que outra. Chamo a atenção ainda para o fato de que aquilo a que chamam norma culta refere-se a uma variedade do português brasileiro, ou seja, como o português europeu é diferente do português brasileiro, a norma culta lusitana não coincide com a norma culta do português brasileiro. Veja esse exemplo que o professor concurseiro traz para você! Quando utilizamos a linguagem coloquial, decerto que não estamos preocupados com as normas gramaticais. Por isso, falamos de maneira rápida, espontânea, descontraída, popular e regional com o intuito de interagir com as pessoas. Dessa forma, é comum usar gírias, estrangeirismos, abreviar e criar palavras, cometer erros de concordância, os quais não estão de acordo com a norma culta. Para tanto, quando escrevemos um texto, é muito importante que utilizemos a linguagem formal (culta), ou seja, gramaticalmente correta.