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1 CLÍNICA CIRÚRGICA – ACESSOS VENOSOS | Anna Clara Faria Duarte UTILIZAÇÃO Utilizados para permitir ao médico uma via de acesso ao sistema circulatório Principais indicações: 1. Monitorização hemodinâmica invasiva (pressão venosa central, pressão de artéria pulmonar, débito cardíaco) 2. Acesso vascular para infusão de soluções e coleta de exames laboratoriais Procedimento: introdução de uma agulha ou de um cateter na luz de uma veia (superficial ou profunda, periférica ou central). DISPOSITIVOS 1. Plástico sobre a agulha: cateter veste uma agulha de menor calibre e mais longa. 2. Plástico por dentro da agulha: vaso puncionado com uma agulha longa, por dentro de qual o cateter é avançado até a posição desejada. Os riscos de complicação são elevados, além de que o orifício feito na parede vascular é maior do que o calibre do cateter, facilitando vazamentos 3. Inserção sobre o fio-guia: custo elevado. Permitem a inserção de cateteres de grosso calibre e/ou de múltiplos lumens. Posicionamento pela técnica de Seldinger. LOCAIS DE INSERÇÃO Escolha da técnica e do vaso a ser puncionado e canulado baseiam-se na condição clínica do paciente, na experiência do executor e na indicação para inserção. ACESSO CENTRAL • Veia jugular interna (VJI) • Veia subclávia (VSC) • Veia femoral (VF) ACESSO PERIFÉRICO • Veia jugular externa (VJE) • Veias antecubitais ACESSO VENOSO CENTRAL Posicionamento de um dispositivo apropriado de acesso vascular cuja extremidade atinja a veia cava superior ou inferior, independente do local da inserção periférica. INDICAÇÕES • Cirurgias com previsões de grandes perdas sanguíneas • Via de aspiração de êmbolo gasoso • Monitorização hemodinâmica invasiva (pressão venosa central, pressão de artéria pulmonar, débito cardíaco por termo-diluição) • Acesso vascular para infusão de soluções cáusticas, irritantes ou hiperosmóticas • Terapêutica substitutiva renal de urgência (hemodiálise) • Acesso vascular de longo prazo para nutrição parenteral prolongada ou quimioterapia • Estimulação cardíaca artificial temporária • Acesso venoso em pacientes com veias periféricas ruins ESCOLHA DA TÉCNICA 2 CLÍNICA CIRÚRGICA – ACESSOS VENOSOS | Anna Clara Faria Duarte Preferência ao lado direito pois a cúpula pleural é mais baixa, o trajeto até o átrio direito é mais retilíneo e o ducto torácico desemboca na VCS à esquerda (quilotórax). VEIA JUGULAR INTERNA CONTRAINDICAÇÕES • Discrasias sangüíneas graves, anticoagulação terapêutica • Endarterectomia de carótida ipsilateral • Tumores cervicais VANTAGENS 1. Menor risco de complicações graves em relação à VSC. 2. A VJI é relativamente superficial, o local é compressível manualmente e o acesso ao vaso e estruturas subjacentes é fácil se houver necessidade de controle cirúrgico de complicações. 3. Em discrasias sangüíneas de moderada gravidade, sua punção é possível, utilizando-se cuidadosamente a técnica de Seldinger. 4. Durante a ressuscitação cardiorrespiratória, a VJI pode ser canulada por pessoa treinada. DESVANTAGENS 1. Punção difícil em pessoas com pescoço curto e em obesos 2. A anatomia da VJI é variável 3. Na hipovolemia a VJI tende a colabar, tornando difícil a sua localização com a agulha de punção 4. O local é muito móvel, dificultando a manutenção de um curativo seco e estéril, bem como facilitando a perda do cateter por tração acidental COMPLICAÇÕES COMUNS 1. Punção acidental de carótida, formação de hematomas. 2. Punção acidental de traquéia, lesão de nervo recorrente laríngeo. 3. Embolia aérea, pneumotórax. 4. Trombose, flebite, sepse. 5. Má-posição, perda e embolia do cateter. 6. Lesão cardíaca pelo cateter. VEIA SUBCLÁVIA Procedimento confiável, extremamente útil e relativamente seguro em mãos experientes. CONTRAINDICAÇÕES • Discrasias sanguíneas de qualquer grau de gravidade, uso de anticoagulantes. • Pacientes com DPOC e/ou enfisema • Trauma de clavícula, cirurgias prévias no local ou deformidades torácicas acentuadas • Durante a realização de manobras de ressuscitação cardiorrespiratória VANTAGENS 1. Anatomia relativamente fixa. 2. No estado de choque hipovolêmico: não colaba! 3. O local é relativamente imóvel, permitindo a 3 CLÍNICA CIRÚRGICA – ACESSOS VENOSOS | Anna Clara Faria Duarte manutenção de um curativo fixo e estéril, com menor perda acidental de cateteres. DESVANTAGENS 1. Apresenta alto risco de complicações graves e mesmo fatais. 2. O local não é compressível manualmente, e o acesso ao vaso e estruturas subjacentes, no caso de complicações que necessitem de intervenções cirúrgicas, é altamente complexo, acarretando altos índices de morbi-mortalidade. 3. Um alto grau de experiência em punções venosas centrais é necessário para minimizar as complicações. COMPLICAÇÕES COMUNS 1. Punção acidental de artéria subclávia, hematomas, sangramentos 2. Pneumotórax/hemotórax 3. Quilotórax 4. Embolia aérea 5. Trombose, flebite, sepse 6. Má posição do cateter 7. Lesão cardíaca pelo cateter VEIA FEMORAL Pouco utilizada na cateterização venosa central prolongada por apresentar alto índice de complicações. VANTAGENS 1. Relativamente superficial e de fácil acesso 2. Baixo risco imediato 3. Acesso muito útil em ressuscitação de paciente. DESVANTAGENS 1. Local móvel e muito úmido 2. Potencialmente contaminado 3. Dificulta a colocação e manutenção de um curativo fixo e estéril 4. Apresenta maior risco de infecção e trombose 5. Necessidade de uso de cateteres mais longos. CONTRAINDICAÇÕES • Discrasias sanguíneas graves • Uso de anticoagulantes • Infecções locais COMPLICAÇÕES COMUNS 1. Punção inadvertida da artéria femoral 2. Presença de sangramentos e hematomas 3. Trombose 4. Flebite 5. Sepse
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