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Assistencia Integral a Saude da Mulher

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Saúde da Mulher 2021.2 
 Marta R. Japiassú 5MA 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assistência Integral à Saúde da Mulher 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recife 
2021.2 
 Saúde da Mulher 2021.2 
 Marta R. Japiassú 5MA 
2 
 
Sumário 
Consulta Ginecológica.....................................................................................................3 
Infecções Genitais...........................................................................................................18 
Dor Pélvica......................................................................................................................33 
Dor Pélvica Crônica.........................................................................................................40 
Sangramento Uterino Anormal........................................................................................49 
Amenorreia......................................................................................................................61 
Infertilidade.....................................................................................................................75
 Saúde da Mulher 2021.2 
 Marta R. Japiassú 5MA 
3 
 
Consulta Ginecológica 
Visão Geral 
- A consulta é composta basicamente por anamnese e exame físico, que vão auxiliar na 
hipótese diagnóstica, que em alguns casos será confirmada por exames complementares; 
- É de grande importância a conduta terapêutica, para uma obtenção de dados adequada. 
 
Ética Médica 
- O médico deve sempre manter uma postura adequada, respeitando o pudor da paciente 
e deixando-a bem a vontade; 
- O sigilo médico é de extrema importância, pois o médico não pode revelar 
informações íntimas da paciente. 
 
Anamnese 
- Anamnese e o exame ginecológico não devem ser reduzido apenas à queixa 
ginecológica e ao exame dos órgãos genitais, pois muitas vezes o exame pélvico não é o 
mais importante para chegar a um diagnóstico; 
- Deve-se estabelecer uma boa relação médico-paciente, para que seja criado um 
vinculo e a paciente sinta-se confortável durante a consulta. 
 
Identificação 
- Dados pessoais da paciente; 
 Nome; 
 Idade, pois cada faixa etária tem suas doenças mais recorrentes, além de sinais 
que em certa idade podem não ser normais, o ginecologista atende a mulher nas 
três fases da vida: infância, menacme e menopausa; 
 Etnia\Cor, maior ocorrência de determinadas doenças, como por exemplo, 
mioma que é mais frequente em mulheres negra ou osteoporose que é mais 
frequente entre brancas; 
 Nacionalidade (País) e naturalidade (Onde nasceu?); 
 Residência (Onde mora?) e procedência (De onde está vindo?), devido as 
doenças regionais, como dengue ou zika; 
 Estado civil; 
 Profissão/ ocupação; 
 Local de trabalho; 
 Religião; 
 Escolaridade. 
 
Motivo da Consulta (Queixa Principal) 
- Queixas que a paciente apresenta, algum esclarecimento, uma consulta de rotina; 
- A queixa principal é uma afirmação breve e espontânea, escrita com as palavras da 
paciente, e são no máximo 3 sintomas destacados. 
 
 
 Saúde da Mulher 2021.2 
 Marta R. Japiassú 5MA 
4 
 
História da Doença Atual 
- A história da doença atual é uma construção cronológica dos sintomas, o motivo da 
consulta mais detalhado, deve ser escrito com as palavras do médico; 
- HDA precisa ter uma sequência temporal, descrição adequada dos sintomas, fatores 
que agravam ou atenuam, outros sintomas associados; 
- A queixa tem que ser amplamente discutida; 
- Serão investigadas em profundidade, procurando saber o início dos sintomas, a 
duração e as principais características que estão relacionadas; 
- O médico deve dar esclarecimento para as dúvidas da paciente, uma vez que estão 
muito mais informadas e antes de ir a consulta pesquisam muitas coisas na internet. 
 
Obs: A consulta de rotina é de extrema importância, pois permite identificar\rastrear 
doenças no início. 
 
Interrogatório Sintomatológico (IS) 
- Documenta a existência ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um 
dos principais sistemas corporais; 
- Tudo aquilo que o paciente esquece de falar no HDA (Perguntar de todos os sistemas); 
- Pode ser chamado de anamnese especial ou revisão dos sistemas; 
- Trata-se de uma avaliação detalhada dos sintomas de cada sistema, cardiovascular, 
respiratório,gastrointestinal, urinário, endócrino. 
 
Antecedentes Pessoais 
 
Fisiológico 
- Tudo da vida natural; 
- Condições de nascimento; 
- Crescimento e desenvolvimento (algum problema do parto, demorou a desenvolver) ; 
- Puberdade\ Menarca\ Climático; 
- Ciclos menstruais; 
- Gravidez\ Parto. 
Patológicos 
- Doenças da Infância (caxumba\sarampo\catapora); 
- Doenças remota, que teve e curou ( hepatite\malignidade); 
- Doenças Endêmicas ( esquistossomose\chagas\tuberculose\hanseníase); 
- Doenças Crônicas, já teve e continua com sequelas (HAS, DM,DRC,DAC,AVE); 
- Cirurgias e hospitalizações; 
-Medicamentos; 
- Alergias\ Imunizações; 
- Traumatismo; 
- Transfusões Sanguíneas; 
- Etilismo, tabagismo, drogas. 
 
 
 Saúde da Mulher 2021.2 
 Marta R. Japiassú 5MA 
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Antecedentes Menstruais 
 Desenvolvimento de características sexuais; 
 Idade da menarca, ou seja, primeira menstruação; 
 Ciclo menstrual : regularidade, volume de fluxo, intervalo; 
 Dismenorreia: primária (cólica normal) e secundária (cólica além do aceitável), 
escala visual analógica da dor para identificar; 
 Tensão pré-menstrual: pode interferir na qualidade de vida e bem-estar da 
paciente; 
 Data da última menstruação. 
 
 
Obs: Menopausa é a falência ovariana que acontece geralmente entre os 45-55 anos de 
idade, precedida de um período de irregularidade menstrual, acompanhada de ondas de 
calor, irritabilidade, angústia; 
Obs: A menstruação tem relação com o ovário e não com o útero; 
Obs: Em pacientes com útero normal, a menopausa é precedida por ausência de 
menstruação acima de 12 meses; 
Obs: Em paciente sem útero, mas com ovários, a menopausa não terá uma clinica 
óbvia, mas entrará em faixa etária semelhante; 
Obs: Em pacientes sem ovários, não haverá hormônios sexuais circulando e, por isso, 
entrará em menopausa cirúrgica antecipadamente. 
 
Antecedentes Sexuais 
 Início da vida sexual; 
 Número de parceiros; 
 Anticoncepção: prévia e atual; 
 DST’s ; 
 Libído; 
 Orgasmos. 
 
Antecedentes Ginecológicos 
 Doenças; 
 Corrimento; 
 Cirurgia; 
 Cauterização; 
 Procedimentos. 
 
Antecedentes Obstétricos 
 Gestações; 
 Paridade e tipo de parto; 
 Saúde da Mulher 2021.2 
 Marta R. Japiassú 5MA 
6 
 
 Idade do primeiro e último parto; 
 Parto vaginal ou cesária; 
 Abortos; 
 Curetagem; 
 Peso RN ( relação com distopia); 
 Amamentação, por ser fator protetor para câncer de mama; 
 Puerpério ( Teve depressão pós-parto? Infecção?). 
 
Obs: Gestação (Gest) \ Paridade (P)\ Abortos (A) > G5P2A3 ( 5 gestações, 2 partos e 3 
abortos). 
 
Antecedentes Familiares 
- Doenças que proporcionem um risco relativo, como câncer, diabetes. 
 
Exame Físico 
 Exame Físico Geral; 
 Exame Físico Ginecológico, composto pela avaliação das mamas, de órgãos 
genitaisexternos e internos- exame especular e toque genital, vaginal e retal. 
 
Exame Físico Geral 
- Desde o início, deve-se ter atenção ao estado geral da paciente, com seu aspecto físico, 
muscular e do tecido adiposo, e ao seu trofismo geral; 
- Observar a pressão arterial (PA), o peso, a estatura e a frequência e, se necessário, a 
temperatura corporal; além de calcular o IMC; 
- Na cabeça e no pescoço, avaliar as fácies, as mucosas oculares e da boca, a tireoide e a 
presença ou não de linfonodos cervicais; 
- Realizar a ausculta pulmonar e cardíaca de modo objetivo; 
- Fazer inspeção e palpação do abdome, observando as suas cicatrizes cirúrgicas, a sua 
distensão ou a presença de massas abdominais, avaliando suas dimensões, consistência, 
mobilidade, superfície e sensibilidade; Analisar também se há hepato ou 
esplenomegalia; 
- Realizar exame dos membros inferiores para detectar a presença de varizes ou edema; 
- É importante analisar a coluna, principalmente suas porções dorsolombares e pontos 
renoureterais. 
 
Exame Ginecológico 
Mamas 
Anatomia 
- As mamas situam-se na parede torácica anterior, têm formato cônico e podem ser 
assimétrica; 
- São anteriores aos músculos peitoral maior e serrátil anterior , se estendem da segunda 
costela até a sétima, desde a borda esternal até a linha axilar anterior; 
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- Sua topografia é dividida em quatro quadrantes e os achados clínicos podem ser 
localizados em “horas” de um mostrador de relógio, como por exemplo, lesão na mama 
às 3h. 
 
 
Obs: A axila é considerada um quinto quadrante, pois no exame da mama deve-se fazer 
a palpação da axila, devido aos linfonodos; 
Obs: A região da aréola também deve ser examinada. 
 
 
 
- O exame da mama é composto por 3 etapas básicas : 
 Inspeção; 
 Avaliação das axilas; 
 Palpação. 
 
Inspeção 
- A inspeção da mama deve ser realizada com a paciente sentada, com o avental 
abaixado até a cintura e com iluminação adequada, o examinador deverá estar à frente 
da paciente; 
- Primeiro é feito uma inspeção estática e em seguida uma dinâmica, em que técnicas de 
movimentação auxiliam a identificação de alterações; 
 
 
 
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Inspeção Estática 
- A paciente deve estar com os braços ao longo do corpo e com a coluna ereta; 
- O examinador inicia a avaliação diante da paciente e pode modificar a incidência de 
seu ângulo de visão na busca por lesões; 
- A mama é avaliada na sua forma, simetria, volume, contorno, malformação, edema; 
- No complexo areolopapilar, as características do mamilo como tamanho, formato, 
cisto para onde aponta, erupções, ulcerações e secreções são pesquisadas; 
- A pele pode mostrar eritema, fístulas, erupções. 
 
 
 
Inspeção Dinâmica 
- Promove movimentação das mamas. 
Manobra das Mamas Pendentes 
- Instruir a paciente que flexione o tronco, apoiando as mãos em um aparador na sua 
frente ou com auxílio do examinador; 
- As mamas são observadas frontal e lateralmente. 
 
Elevação dos Membros Superiores 
- Nesta manobra os ligamentos de Cooper, os que mantém a mama no local, são 
esticados, podendo revelar tecidos aderidos e retraídos. 
 
 
Contratura do Músculo Peitoral 
- Solicita a paciente que pressione os braços contra a cintura ou que dê as mãos e realize 
força para afastá-las; 
- A contração do músculo peitoral é obtida e novamente o contorno das mamas é 
verificado; 
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- Permite evidenciar áreas de abaulamentos ou retrações mamárias. 
 
 
Palpação 
- A paciente deve estar posicionada em decúbito dorsal com as mãos na nuca, alinhando 
a mama sobre a caixa torácica; 
- O examinador permanece do lado direito do paciente, mesmo para avaliar a mama 
esquerda; 
- Em mamas volumosas pode trocar de lado, se for necessário; 
- As mamas são palpadas com as polpas digitais ou em forma de 
massagem(movimentos circulares com os dedos), com ambas as mãos em leve flexão, 
em toda a região compreendida entre o bordo esternal, linha axilar posterior , eixo 
clavicular e rebordo costal; 
- Esse exame deve seguir um padrão de círculos, para que tenha simetria na pesquisa. 
 
Manobra da Descarga Papilar 
- Compressão do tecido mamário para vê se sai secreção; 
- É realizada quando a paciente relata saída de secreção do mamilo; 
- Se houver a presença de descarga papilar, torna-se imperativa a coleta desse material 
para análise laboratorial. 
 
Tipos de Palpação 
Palpação em faixas verticais: Palpa-se a mama de medial para lateral, vai de cima para 
baixo palpando as faixas verticais até chegar na axila; 
Palpação em círculos concêntricos : Palpa-se ao redor as aréolas, ao terminar faz um 
círculo mais externo, depois novamente até terminar a extensão da mama; 
Palpação Radial: A partir do mamilo palpa-se em raios até preencher os 360 graus. 
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 SINTOMAS DO CÂNCER DE MAMA 
1. Endurecimento; 
2. Sulco; 
3. Erosão da pele; 
4. Vermelhidão ou calor; 
5. Fluído desconhecido; 
6. Buracos; 
7. Protuberância; 
8. Veia crescente; 
9. Aprofundamento do mamilo; 
10. Assimetria; 
11. Pele de laranja; 
12. Nódulo interno. 
 
Exame Axilar 
- Nas axilas pode ser o primeiro local de metástase das doenças malignas da mama, o 
exame das cadeias linfáticas é realizado sistematicamente; 
- Quando se examina a axila, é importante que a paciente relaxe, para que os músculos 
peitorais fiquem relaxados e seja feito um exame completo da axila; 
- Músculos contraídos podem obscurecer discretamente linfonodos aumentados, para 
examinar os linfonodos axilares direitos; 
- Ainda com a paciente sentada,para examinar a axila direita, o examinador sustenta o 
antebraço direito da paciente com sua mão direita,fazendo uma “concha” com sua mão 
esquerda, penetrando o mais alto possível em direção ao ápice da axila, realizando dessa 
forma a manobra de forma invertida no lado contralateral, essa posição proporciona o 
relaxamento dos músculos peitorais; 
- Com a mão livre a axila é palpada, inicialmente nas porções mais inferiores, 
ascendendo posteriormente para dentro do oco axilar; 
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- As regiões subclaviculares e supraclaviculares também são examinadas, pela frente da 
paciente ou por uma abordagem posterior; 
- O examinador deve observar o número de linfonodos palpáveis, bem como seu 
tamanho, consistência e mobilidade 
 
 
Exame do Abdome 
- Deve ser realizado com a paciente em decúbito dorsal, com as pernas esticadas e a 
cabeça apoiada confortavelmente, para que não haja contração da musculatura 
abdominal; 
- O abdome deve estar completamente exposto, e o examinador deve se posicionar ao 
lado direito da paciente. 
 
Inspeção 
- Inicia-se o exame pela inspeção sobre a presença de anormalidades, como 
abaulamentos, distensões, retrações ou cicatrizes cirúrgicas. 
 
Ausculta 
- A ausculta dos ruídos abdominais deve se iniciar pelo mesogástrico e seguir pelos 
quadrantes, os ruídos normais geralmente se manifestam a cada 10 segundos, e sua 
ausência após 2 minutos de ausculta está associada a íleo paralítico ou irritação 
peritoneal difusa; 
- A hiperperistalseproduz borborigmos ruídos presentes na fase inicial da obstrução 
intestinal, o som do atrito peritoneal pode ser detectado nos quadrantes superiores 
esquerdo e direito, esse ruído está associado aos movimentos respiratórios e é indicativo 
de processo inflamatório esplênico ou hepático. 
 
 
 
 
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Percussão 
- A percussão tem a função de identificar distensão gasosa visceromegalia e massas 
sólidas ou líquido, todos os quadrantes devem ser verificados com hepatimetria e 
avaliação esplênica, inclusive pela percussão do espaço de Traube; 
- O som timpânico é o mais prevalente quando há gás nas alças intestinais e estômago; 
- O som maciço na região suprapúbica pode corresponder aumento do volume uterino 
ou bexiga distendida; 
- Pacientes com quadro doloroso significativo ou irritação petitoneal podem não tolerar 
a percussão; 
- Finalmente, a percussão avaliará os sinais de macicez ou de sonoridade quando na 
presença de massas sólidas, sólido-císticas ou císticas; 
- A ascite poderá ser comprovada pela macicez móvel e pelo sinal de piparote. 
 
 
Palpação 
- Na sequência do exame, a palpação poderá determinar a existência de anormalidades, 
percebendo-se, assim, a mobilidade ou não de massas abdominais ou pélvicas e sua 
consistência, se sólidas ou sólido-císticas, ou mesmo a presença de ascite; 
- Nessa ocasião, observa-se também a existência de sensibilidade álgica em diversos 
graus, e o simples ato de tocar na parede abdominal poderá desencadear dores intensas. 
 
Pelve e Genitália Feminina 
Anatomia 
 
 
Exame Físico 
1. Explicar para a paciente sucintamente no que consiste o exame ginecológico e 
retiras as dúvidas antes; 
2. Orientar a paciente a ir ao banheiro esvaziar a bexiga e seu intestino; 
3. Permitir tempo adequado para troca de roupa e colocação de avental; 
4. Se o examinador for homem, é conveniente a presença de uma auxiliar do sexo 
feminino; 
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5. Posicionar a paciente na mesa ginecológica na posição clássica de litotomia: 
decúbito dorsal, coxas em flexão, abdução e leve rotação externa com relação ao 
quadril, apoiados no estribo. Solicitá-la que posicione as nádegas na borda da 
mesa. 
6. É importante que a paciente esteja despida, mas o examinador deverá cobri-la 
lateralmente até um pouco abaixo do nível dos joelhos, possibilitando contato 
visual. 
7. Deixar o instrumental necessário separado e preparado. Posicionar os focos de 
luz. 
8. Calçar as luvas e dar início ao exame propriamente dito. 
 
Obs: Excepcionalmente poderá ser necessário realizar o exame em outra posição, como 
por exemplo, a prece maometana, posição lateral ou lateral-obliqua esquerda ou a 
posição de Sims, a qual permite a realização do toque em uma gestante em trabalho de 
parto. 
 
 
Genitália Externa 
- No exame externo analisa primeiramente a vulva com o objetivo de identificar 
eventuais úlceras, erosões, tumorações, edemas, máculas, lesões dermatológicas no 
geral. 
 
 Grandes e pequenos lábios; 
 Meato uretral – região da uretra; 
 Clitóris e prepúcio do clitóris; 
 Intróito Vaginal; 
 Períneo. 
 
 
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Inspeção e Palpação da Genitália Externa 
- Fornecem informações importantes quanto ao estado hormonal da paciente, sobre 
lesões dermatológicas e infecciosas, continência urinária e distopias genitais. 
 
Obs: No períneo, com a manobra de Valsalva a distopia vaginal pode ser identificada. 
 
Obs: A distopia genital é o deslocamento dos órgãos genitais da sua posição anatômica 
e ocorre devido ao enfraquecimento ou às lesões das estruturas de sustentação de órgãos 
pélvicos. 
 
 
Genitália Interna 
 
Inspeção 
Exame Especular \Papa Nicolau 
- O material deve ser preparado antes, o especulo mais utilizado é o de Collins, que é 
composto por duas valvas articulares em forma de borboleta e é disponível, geralmente, 
em 3 tamanhos. 
 
 
- O exame especular é acompanhado de coleta de material para estudo microscópio e do 
uso de corantes para avaliação do epitélio cervical; 
- Não se deve utilizar lubrificantes para a introdução escapular, pois interage com 
amostras, alterando os resultados; 
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- O objetivo do exame é inspecionar o colo do útero, a vagina e seu conteúdo e o 
colabamento das paredes durante a retirada do especulo. 
 
 Preparação do material e de todo o preparo para o exame; 
 Com a mão esquerda, gentilmente, o examinador deve afastar os lábios e exercer 
pressão leve no períneo posterior; 
 A mão direita leva o especulo ao introito vaginal, em ângulo de 45 graus com a 
vertical em sentido horário; 
 O especulo deve deslizar sobre os dedos da mão esquerda e ser inserido 
respeitando a anatomia vaginal, de forma lenta e gradual, pois a vagina não é um 
órgão retificado e nem tubular; 
 Com a introdução completa, o examinador deve girar mais 45 graus em sentido 
horário e colocar na posição horizontal, para visualização do colo do útero; 
 Avalia-se a presença de secreções, lesões, tumores, massas, malformações, 
erosões, eritema, hemorragia, cicatrizes e o formato do orifício externo. 
 
 
Exame Colpocitológico 
- A colposcopia pode ser definida como método complementar, com o qual é possível 
reconhecer, delimitar e diagnosticar os diferentes aspectos normais e anormais da 
ectocérvice e da vagina, com aumentos de 12 a 29 vezes, conforme o instrumento 
utilizado; 
- Usa-se como instrumentos a Espátula de Ayre ( tem uma ponta uniforme e outra 
irregular) e a Escova Endocervical; 
- Com a espátula se coleta as células da parte de fora do colo uterino, entra com a borda 
irregular e ancora a ponta no colo do útero, girando em 360 graus para raspá-lo; 
- Além disso, com a outra ponta da espátula, faz-se a coleta de células da vagina; 
- A escova é utilizada para a parte interna, colocada da mesma forma que a espátula. 
 
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Teste de Schiller (Iodo) 
- Utiliza-se para verificar se há câncer no colo do útero; 
- Embebe uma gaze na ponta da pinça no iodo e pinta toda a região do colo uterino; 
- O colo uterino vai perder a cor rosa e ficar marrom; 
- Se tiver uma região que não vai ficar marrom significa que a região está com 
inflamação ou câncer; 
- A diferenciação só se sabe com colposcopia. 
 
Palpação 
Toque Vaginal e Toque Retal 
- Objetivo de palpar a vagina, o útero e anexos; 
- O exame é bimanual e possui posicionamento característico; 
- O médico se posiciona entre as pernas da paciente, a mão direta deve ser colocada na 
entrada vaginal e apoiada sobre a coxa do examinador, evitando apoio excessivo no 
períneo, a mão esquerda fica no abdome; 
- Nessa etapa o uso de lubrificantes é permitido; 
- Toque bimanual para verificação de massas abdominais e to que retal para avaliação 
da parede vaginal anterior e paramétricos. 
 
 
 
Anexo: conjunto da trompa e do ovário. 
 
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Infecções Genitais 
Corrimento Vaginal: 
 Cardidíase; 
 Vaginose Bacteriana; 
 Tricomoníase; 
 Cercicite por Clamídia; 
 Cervicite por Gonococo; 
Úlcera: 
 Herpes; 
 Sífilis; 
 Gancróide; 
 Donovanose. 
 
Infecções com Corrimento Vaginal 
- Para que seja possível identificar uma secreção patológica, faz-se necessário saber 
como aquela secreção seria na sua forma normal, fisiológica. 
 
Secreção Vaginal Fisiológica 
- A vagina da mulher em idade fértil, possui uma umidade que a diferencia da vagina de 
criança e de uma paciente pós menopausada; 
- Essa umidade decorrente de uma associação de secreções e descamações; 
- A secreção vaginal fisiológica, em parte, é decorrente da presença de muco cervical, 
da descamação do epitélio (ação estrogênica envolvida), dos exsudatos da parede 
vaginal, da secreção das glândulas vestibulares ( de Bartholin e de Skene); 
- É aceitável um volume de até 5g\dia, com um pH ácido em torno de 3,8 a 4,5; 
- Além do pH ácido, ela é inodora e quando se faz o teste das aminas, esse teste na 
secreção fisiológica, é negativo; 
- Bacterioscopia : lactobacilos (B. Doderlein), células epiteliais descamadas e raros 
leucócitos( polimorfonucleares) e saprófitas; 
- Características do fluxo fisiológico: Com coloração branco leitoso ou transparente, e 
consistência homogênea ou pouco grumosa. 
 
 
 
 Obs: Os lactobacilos B. Doderlein, são importantes para conversão do glicogênio em 
ácido lático, dessa forma, sendo responsável por determinar o pH da vagina. 
 
 
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Vaginose Bacteriana 
- Infecção vaginal mais comum, sendo uma infecção polimicrobiana, com vários 
agentes possíveis; 
- Principal causa da alteração da secreção vaginal; 
- Não é uma doença sexualmente transmissível; 
- Causado pelo desequilíbrio no número de lactobacilos, que sofrem um decréscimo 
gerando uma alteração por tabela no pH da vagina; 
- Essa alteração do pH, permite que bactérias como Gardnerella vaginalis e outros 
microrganismos anaeróbicos ( Mobiluncus sp. \ Ureaplasma sp.\ Mycoplasma sp.), se 
proliferem; 
- Determina uma alteração na resposta imune local, tornando o meio vaginal 
imunossuprimido e susceptível a infecções por HPV, HIV e outros tipos de infecções 
que podem evoluir e causar até mesmo infertilidade; 
- Não determina infertilidade, mas está associada com infecções que possuem esse 
risco; 
- Quando a paciente vai realizar alguma cirurgia e o médico percebe vigência de uma 
vaginose bacteriana , a cirurgia deve ser suspensa, pois o risco de adquirir infecções pós 
operatórias é muito grande; 
 - Além disso, a vaginose bacteriana está associada a possibilidade de prematuridade, 
abortamento espontâneo e baixo peso ao nascer. 
 
Como se apresenta: 
-50-70% das pacientes com vaginose podem ser assintomáticas, mas quando os 
sintomas surgem geralmente elas reclamam de um corrimento fétido, decorrente da 
liberação de putricina pelas bactérias, que é mais acentuado quando há o aumento do 
pH; 
- O pH aumenta em casos de relação sexual sem uso de preservativo, na menstruação ou 
em situações de estresse, o que vai provocar aumento do odor desagradável na vaginose; 
- Na literatura classificam como um odor de peixe podre ou amoniacal; 
- O corrimento possui uma coloração branco acinzentado, com aspecto fluído ou 
grumoso, com algumas bolhas. 
 
 
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Candidíase ( Candica Albinas) 
- Em 85-95% dos casos está relacionado a candida albinas, mas não é o único subtipo, 
existem outras espécies de cândidas; 
- A cândida pode ser isolada no trato genial em 15-20% das mulheres assintomáticas e 
saudáveis, ou seja, a presença da cândida em um exame papa nicolau não fecha 
diagnóstico de uma candidíase; 
- Para afirmar que a paciente possui um infecção vaginal de vulva causada por esse 
fungo , faz-se necessário um aumento\desequilíbrio na população desse organismo; 
- A cândida faz parte da flora exógena e endógena de até 50% das mulheres 
assintomáticas; 
- A relação sexual não é uma forma comum de transmissão, então a princípio a 
candidíase não é tida como sexualmente transmissível; 
- Infecção oprotunista, que aproveita a baixa do sistema imunológico; 
- Porém, é vista mais em mulheres com vida sexual ativa, devido a presença de 
microrganismos colonizadores que penetram no epitélio. 
 
Sinais e Sintomas 
 Queixa de prurido (coceira) vaginal, sendo o principal sintoma mas com 
intensidade variável; 
 Corrimento branco e grumoso, com as aspecto de leite coalhado; 
 Desúria, sensação de ardência; 
 Elevação da temperatura; 
 Dispareunia, dor genital associada a relação sexual; 
 Hiperemia, aumento do fluxo de sangue; 
 Áreas mais esbranquiçadas; 
 Edema vulvar. 
- A candidíase é uma vaginite, cursa com uma inflamação por esse motivo são 
desenvolvidos esses sintomas citados. 
 
 
 
 
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Situações que cursam com o aumento de frequência da candidíase: 
- Por ser uma infecção oportunista, depende da resposta imunológica; 
- A cândida gosta de umidade, a vagina já é úmida e somada a fatores que ajudam a 
aumentar isso, aumenta o risco de proliferação; 
 Hábitos de higiene; 
 Vestuário, pacientes que usam roupas de tecidos grosso, como jenans, ou seja, 
roupas que “abafam”; 
 Relação com a imunidade: pacientes grávidas, por exemplo, que possuem uma 
baixa na imunidade estão mais susceptíveis; 
 Diabetes descompensada, devido a diminuição das defesas; 
 Obesidade; 
 Uso de DIU, anticoncepcional; 
 Uso de antibiótico, de imunosupressores, corticoides; 
 Quimiorradioterapias; 
 Relação sexual com parceiros sintomáticos, sendo minoria já que não é muito 
comum no sexo masculino. 
 
Obs: Quando a candidíase é de repetição o médico deve analisar se a paciente apresenta 
algum fator de risco, como a diabetes. 
 
Vaginose Citolítica 
- Simula uma candidíase, mas não é um processo infeccioso; 
- Acontece quando há uma proliferação excessiva dos lactobacilos responsáveis pela 
acidez vaginal, determinando uma citólise; 
- É um desequilíbrio da flora vaginal, quando a paciente “abafa”, por exemplo, mas não 
é oportunista de quando a imunidade está baixa; 
- Alteração na secreção vaginal, que como na candidíase, vai se apresentar 
esbranquiçada; 
- A paciente pode referir prurido, mas como não é uma vaginite, não tem sinais 
flogísticos, sinais de inflamação; 
- O pH vai está ainda mais ácido, devido a presença de mais lactobacilos; 
- Para diferenciar da candidíase coloca-se no microscópio, a imagem então vai 
apresentar muitos lactobacilos, fragmentos celulares, núcleos desnudos e não vai ser 
encontrada a cândida. 
 
 
 
 
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Tricomoníase 
- Causada pelo Trichomonas vaginalis, que é um protozoário flagelado com formato 
ovoide, tendo como reservatório o colo uterino, a vagina e a uretra; 
- Doença sexualmente transmissível; 
- Geralmente as queixas dos sintomas são mais frequentes após o período pós 
menstrual, sendo um corrimento abundante, amarelo ou esverdeado; 
- Presença de bolhas, uma quantidade maior que na vaginose; 
- Pode haver presença de prurido , irritação vulvar; 
- Ocasionalmente as pacientes referem dor pélvica; 
- Queixas urinárias, como disúria (dor\ ardência ao urinar)ou polaciúria (aumento do 
volume urinário e da frequência de micções); 
- Cursa com inflamação, sendo uma vaginite, assim como a candidíase, por esse motivo 
pode haver hiperemia ou colpite (inflamação) difusa ou focal, que possui aspecto de 
“morango” (vermelho e com pontinhos). 
 
 
 
Vaginite Inflamatória Descamativa\ Vaginite Anaeróbica 
- O aspecto do colo pode sugerir uma tricomoníase, mas pode não ser, então é 
importante que seja excluída ; 
- Não se sabe a causa certa da vaginite inflamatória descamativa,sendo uma situação 
pouco frequente, mas que é severa e que em alguns casos é possível identificar 
estreptococos do grupo B; 
- Existe a hipótese que fatores imunológicos possam ter sido estimulados por essas 
bactérias e também uma relação com deficiência de estrogênio; 
- A queixa dessa vaginite é de longa duração, seguida de um corrimento profuso ou 
moderado, além de ardor , dispareunia; 
- Quando é feito o exame da vagina e do colo do útero, é possível identificar hiperemia, 
petéquias, inflamação com eritema; 
- Quando é feito a microscopia nota-se um aumento nos polimorfonucleares e de células 
parabasais e ausência de lactobacilos Trichomonas, além de presença de outras 
bactérias; 
- pH alcalino; 
- Funciona como diagnóstico diferencial da tricomoníase. 
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Cervicite por Clamídia 
- Secreção proveniente do colo do útero; 
- Na grande maioria é assintomática e nos casos que há sintomas, são bem inespecíficos: 
corrimento, sangramento, dispaneuria; 
- Endocevicite, uma inflamação da mucosa glandular do colo; 
- Existem vários sorotipos de clamídea, mas os que determinam a cervicite são os 
sorotipos D e K; 
- A clamídia é um bacilo gram negativo intracelular obrigatório, por isso possui 
“atração” por células glandulares, sendo encontrado na endocérvice, mas também pode 
apresentar-se na conjuntiva, na uretra, nas trompas e no endométrio. 
- Salpingitis: quando acomete as trompas; 
- Endometritis: quando acomete o endométrio; 
- No caso da secreção é possível notar que ela vem de dentro, do colo do útero, 
acometendo o tecido glandular , sendo uma secreção com pus, turva; 
- Essa secreção promove a possibilidade de infecções do trato genital superior, a partir 
dessas cervicites em até 30% dos casos, pois a clamídia possui a capacidade de 
ascender, dessa forma podendo cursar com infertilidade; 
- A clamídia não é encontrada no exame de papa Nicolau, precisa ser pesquisada e 
rastreada em pacientes jovens com a vida sexual ativa, principalmente de rotina, mesmo 
que a paciente não tenha sintomas. 
 
 
Gonorréia 
- É uma cervicite causada pelo Neisseria gonorrhoeae, um gonococo; 
- O gonococo é um diplococo gram negativo, transmitido não só pela relação sexual, 
mas também no parto ou por fômites (qualquer objeto ou substância capaz de absorver, 
reter e transportar microrganismos contagiantes); 
- Na maioria dos casos a paciente é assintomática, cerca de 60% - 80%; 
- Em casos sintomáticos, os sintomas são inespecíficos como: friabilidade do colo, 
sangramento à manipulação, dispareunia, sangramento irregular, poliúria, polaciúria; 
-Possui uma secreção que vem do canal, sendo uma inflamação da mucosa 
colunar\transição, em seu aspecto parece muito a secreção da cervicite por clamídia; 
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- Pode cursar com uma infecção ascendente que vá atingir o endométrio e as trompas; 
- O gonococo também pode infectar a glândula de Bartholin. 
 
 
 
Obs: Pela dificuldade de diferenciar cervicite por clamídia e gonorreia, o médico fica 
respaldado para iniciar o tratamento para esses dois diagnósticos. 
 
Infecção com Úlceras 
 
Herpes 
- São dois tipos de vírus : tipo 1 e tipo 2, que pertencem a família do Herpes simplex 
virus; 
- Os dois tipos podem causam lesão em qualquer parte do corpo, mas é possível 
identificar um predomínio de lesões do tipo 2 na região genital e o tipo 1 nas lesões 
periorais; 
- Lesões podem ser na pele e na mucosa; 
- Doença sexualmente transmissível. 
- A infecção pela herpes pode ser dividida em primo-infecção herpética e surtos 
recidivantes; 
- Sabe-se que muitas pessoas que adquirem a infecção pelo vírus da herpes nunca 
desenvolveram manifestações, a proporção sintomática é cerca de 13-27%. 
 
Primo-Infecção Herpética 
- A primo-infecção herpética possui um período de incubação média de 6 dias e em 
geral tem uma manifestação mais severa, o paciente pode até ter uma queda do estado 
geral; 
- Caracteriza-se por lesões eritemas papulares de 1-3ml , são bem pequenas e 
naturalmente vão evoluir para vesículas agrupadas com uma base eritematosa; 
- As lesões herpéticas são muito dolorosas e podem ocupar vários sítios: vulva, colo, 
vagina, região perineal, grandes e pequenos lábios e região de glúteo; 
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- As microvesículas agrupadas tem um conteúdo citrino, raramente é turvo e elas se 
rompem; 
- Esse rompimento forma úlceras dolorosas, elas cicatrizam ( etapa chamada de 
resolução) e o tecido acometido volta ao seu aspecto normal; 
- A infecção pela herpes não tem cura, pois os vírus vão migrar para os gânglios 
sensitivos, onde ficarão em repouso durante um tempo até que haja um novo episódio; 
- A paciente pode apresentar febre, mal- estar, mialgia, disúria; 
- Muitas vezes pode até simular um quadro de infecção urinária; 
- Quando acomete o colo, o corrimento vaginal pode ficar mais abundante, mas não é 
comum; 
- A recorrência da herpes tende a acontecer na mesma localização da lesão inicial ou 
geralmente em zonas inervadas por nervos sensitivos. 
 
 
 
Obs: As recorrências geralmente possuem duração mais curta do que a primo-infeção e 
não veem com os quadros de mal estar, febre e mialgia. 
Obs: A tendência é que os surtos se tornem cada vez menos frequentes com o passar do 
tempo; 
Obs: Em pacientes imunossuprimidas é possível observar quadros mais importantes, 
inclusive infecções secundárias. 
 
Fatores que Determinam a Reativação da Herpes: 
 Trauma local; 
 Quadros infecciosos; 
 Exposição a radiação ultravioleta; 
 Situações que baixam a imunidade, como por exemplo, o período menstrual, 
sendo uma infecção oportunista; 
 Estresse físico ou emocional; 
 Uso de drogas que cursem com deficiência imunológica. 
 
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Obs: Estudos mostram que o uso tópico não é tão eficaz como o uso oral. 
 
Sífilis 
- Causada pelo Treponema pallidum, que possui um período de incubação de 10 até 90 
dias, sendo em média 3 semanas; 
- Doença sexualmente transmissível, ocorre após o contato sexual com um indivíduo 
infectado; 
- Classificada tanto de acordo com o tempo de infecção, quanto de acordo com as 
manifestações clínicas: 
 Recente: quando aconteceu a menos de 1 ano; 
 Tardia: quando aconteceu a mais de 1 ano; 
 Manifestações clínicas: estágio1,2 ou 3. 
 
Obs: A úlcera da sífilis é chamada de cranco duro ou proticifilona. 
 
Sífilis Primária (Estágio 1) 
- Cranco duro é a primeira manifestação, geralmente é única, circular, com 1-2cm de 
diâmetro e abre no local de entrada da bactéria; 
- Aparece em locais como a vulva,a vagina,o colo do útero, o ânus, a boca; 
- Essa lesão ulcerada possui o fundo limpo, é indolor, com a borda bem delimitada, 
regular, endurecida e com uma corvermelha forte, sendo um “ninho” de treponemas; 
- Esse estágio pode duras de 2-6 semanas e é altamente infectante; 
- Não é percebida em 15-30% dos pacientes, sendo um grande risco, pois a lesão some 
de forma espontânea. 
 
Obs: Fundo limpo é quando na úlcera não é possível ver material de necrose, fibrina, 
secreção escorrendo pela lesão. 
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Sífilis Secundária (Estágio 2) 
- Acontece em torno de 4-10 semanas após a primo-infecção; 
- Caracterizada por achados mais evidentes, podendo cursar com mialgia, artralgia; 
- Apresenta lesões polimorfas, erupções cutâneas, as roséolas, as pápulas, eritemas 
palmoplantares; 
- Nesse estágio a lesão na região genital é chamada de cranco plano, não sendo uma 
úlceras, mas sim uma pápula hipertrófica. 
 
 
Sífilis Terciária (Estágio 3) 
- 1\3 dos pacientes que não são tratados evoluem para esse estágio ; 
- Acontece de 3 a 15 anos após a infecção inicial; 
- Cursa com afecção de órgãos internos, como osso, sistema nervoso central, sistema 
cardiovascular; 
- Paciente pode ter goma em pele, sífilis cardiovascular com aneurisma aórtico, 
insuficiência aórtica, estenose coronária e ainda neurosífilis. 
 
Diagnóstico das Sífilis 
- É feita através da associação da anamnese, do exame físico com os testes treponêmico 
e não treponêmico. 
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Cancróide 
- Conhecida como crancio mole, venério ou de ducrey; 
- Úlcera causda pelo Haemophilus ducrey; 
- Doença sexualmente trasmissível; 
- Possui período de incubação de 3-5 dias, podendo se estender até duas semanas; 
- Apresenta lesões múltiplas devido a capacidade de autoinoculação (espelho), onde a 
mucosa toca contralateral elas podem infectar esse outro sítio; 
- Úlceras com odor fético e dolorosas, com bordas irregulares eritemato-edematosas; 
- O fundo é sujo com exsudato necrótico amarelado; 
- Com sangramento fácil à manipulação; 
- Bubão unilateral – orifício único, isso acontece quando o bacilo atinge o linfonodo, 
mais comum em sexo masculina pelas questões anatômicas; 
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- Na mulher essas lesões ulceradas acometem principalmente fúrcula, face interna e 
grandes lábios. 
 
 
Obs: Fundo sujo é quando na úlcera será possível identificar necrose, fibrina. 
 
Donovanose 
- Conhecida como granulona iguinal, venério ou infeccioso; 
- Causada pelo Calymmatobacteruim granulomatis; 
- Doença sexualmente transmissível, mas não é exclusiva sexual; 
- Pouco frequente, ocorrendo na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais; 
- Lesão ulcerosa com evolução crônica, começa como uma ulceração de base plana ou 
hipertrófica com fundo granuloso, aspecto vermelho vivo e sangramento fácil, vai 
evoluindo lentamente e progressivamente, podendo torna-se vegetantes; 
- Lesões múltiplas, indolores, em espelho (autoinoculação), com um vermelho vive e 
sangramento fácil; 
- Possui um fundo granuloso; 
- Observa-se mais frequentemente nas regiões de dobra e região perianal; 
- Pseudboubão unilateral- granulação SC; 
- É necessário que se faça diagnóstico diferencial com todas as outras úlceras, inclusive 
tuberculose cutânea e vários outros lesões ulcerosas relacionadas a neoplasias, devido 
ao fato de serem lesões crônicas. 
 
Infecção com Lesão Exofítica 
 
Condiloma 
- Infecção causada pelo HPV, sendo um DNA vírus que pode induzir uma grande 
quantidade de lesões proliferativas na região genital; 
- Atualmente existem mais de 200 HPVs descritos, sendo que aproximadamente 40 
tipos infectam o trato anogenital e 20 tipos relacionados com câncer de colo do útero; 
- Doença sexualmente transmissível, mas em casos raros pode ter transmissão por 
fômites; 
- Os tipos de HPVs que infectam o trato genital são divididos em dois grupos, de acordo 
com o risco oncogênico: 
 Baixo risco oncogênico: cursam com desenvolvimento do condiloma, subtipo 
6,11,40,42; 
 Alto risco oncogênico: relacionados com lesões de alto grau que possam evoluir 
para carcinomas, subtipo 16,18,31,33,35. 
 
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- O tempo entre a aquisição do vírus e a manifestação dos sintomas, período de 
incubação, pode variar bastante, pois o vírus pode permanecer por vários anos até 
desenvolver a doença. 
 
Características do Condiloma Acuminado 
- Lesão exofítica, superfície rugosa, são verrugas genitais que lembram crista de galo; 
- Tamanho e pigmentação variáveis; 
- Únicas ou múltiplas- placa de couve-flor; 
- Podem ser dolorosas, friáveis e pruriginosas; 
- Lesão bem desenvolvida que na manipulação pode referir algum incomodo; 
- Presença em períneo, vulva, vagina, região perianal, colo, mas raramente podem ser 
encontrados em regiões extragenitais, como conjuntiva, mucosa nasal\oral. 
 
 
 
Fluxograma 
 
 
 
 
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 Paciente chega com queixa de corrimento, a médica solicita que ela descreva 
todas as características: cor, espessura, odor; 
 Vai ser feito o exame físico, a primeira coisa a ser checada é se o corrimento é 
decorrente de uma cervicite, então é preciso analisar se tem mucopus, tocar no 
colo para identificar se vai ser friado ou se sangra facilmente; 
 Caso tenha uma cervicite, como vai demorar pra saber qual é , então trata-se 
gonorreia e a por clamídia; 
 Caso esteja com o colo limpo, mas com uma secreção, vai ser preciso utilizar o 
microscópio, então prepara uma lâmina, se encontrar esporose hifas é candidíase 
e se encontrar células escamosas granuladas é uma vaginose e se encontrar um 
flagelado se mexendo é um tricomonas vaginal. 
 Em casos que não tem o microscópio, pode utilizar o KOH para fazer o teste das 
aminas, que será positiva na vaginose e na tricomoníase; 
 Fluxograma de pH também será útil, pois de acordo com a doença o pH da 
vagina muda, normalmente é ácido; 
 Caso tenha um pH alcalino e um teste de amina positivo: pode ser vaginose ou 
tricomoníase, então o exame físico vai diferenciar, precisa ser feito de forma 
minunciosa; 
 Porém, existe um pequeno cuidado a mais, pois se for tricomoníase, por ser 
DST, o parceiro também vai precisar ser tratado e examinado. 
 
Fita de pH: 
 
 
Como preparar a lâmina para o microscópio? 
- São preparadas duas lâminas; 
- Uma lâmina com soro fisiológico, que vai ser boa para mostrar clue cells (células 
guias) e os tricomonas se mexendo; 
- Outra lâmina com KOH, fazendo o teste do odor, visualização de esporos e hifas. 
 
Obs: Existem também gram, as culturas específicas, as técnicas de biologia molecular 
(PCR). 
 
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 Paciente chegou com úlcera, não fazendo parte da fisilogia da mulher; 
 Identificar se a paciente possui um perfil de IST: relação sexual precope, 
desprotegida; 
 Buscar a disponibilidade de um laboratório rápido para identificar com mais 
precisão, pois não adianta pedir exames e a paciente voltar depois de meses; 
 Se não tiver laboratório, a anamnese e o exame físico precisam ser bem 
analisados; 
 Caso não tenha amenor chance de ser uma IST, é preciso pensar em rastreio de 
câncer, lesão traumática ou dermatológica. 
 
Em casos de IST: 
- Oferecer sorologias; 
- Enfatizar adesão ao tratamento; 
- Convocar parceiro; 
- Orientar uso de camisinha. 
 
 
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Dor Pélvica 
Definição de Dor 
- Experiência sensorial e emocional desagradável associada ao dano tecidual real ou 
potencia.(IASP) 
 Intensidade Variável: leve \ moderada\ grave , determinada pela escala visual 
analógica da dor; 
 Recorrente(com períodos de pausas) x Constante; 
 Com ou sem relação com coito; 
 Cíclica x Acíclica; 
 Aguda x Crônica. 
- Analisar se a dor tem relação com algum acontecimento, como no caso da cólica 
menstrual. 
 
 
- Também pode ser dividida em: visceral e parietal. 
 
 
Dor Visceral: 
- A dor visceral tem origem nas fibras aferentes do sistema nervoso autônomo, que 
transmitem informações das víceras e do peritôneo visceral; 
- O estímulo sensorial é difuso nessas fibras, causando uma dor mal localizada, meio 
que generalizada. 
 
Dor Parietal: 
- A dor parietal se origina de nervos eferentes do sistema nervoso somático, que inerva 
peritôneo parietal, pele, músculos , tecidos subcutâneos; 
- Nessa dor a paciente consegue apontar e definir a localização da dor precisamente. 
 
 
 
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Causas de Dores Pélvicas 
 Intestinais; 
 Urinárias; 
 Vasculares; 
 Neurológicas; 
 Musculares; 
 Esqueléticas; 
 Psicológicas. 
 
Definições 
Dismenorréia 
- Dor cíclica que ocorre durante a menstruação, mais conhecida como cólica menstrual; 
Primária: 
 Geralmente acontece em pacientes com ciclos ovulatórios, sem lesão de órgão 
ou alguma estrutura alterada que determine essa dor; 
 Dor decorrente das prostaglandinas na mucosa endometrial que promovem a 
contração uterina; 
 Cólica que depois de um analgésico fica bem, não atrapalha as atividades 
cotidianas. 
Secundária: 
 Decorre de causas orgânicas do sistema reprodutivo, a paciente possui alguma 
doença que potencializa essa dor, como por exemplo, endometriose; 
 Atrapalha as atividades cotidianas. 
Dispareunia 
- Dor genital associada à relação sexual. 
 Penetração: dor no início da vagina, incômodo no início do ato; 
 Profundidade: quando o pênis toca no fundo do saco vaginal, com contato mais 
próximo com os órgãos genitais internos. 
 
Dor Pélvica Aguda 
- Intensa, de início súbito e evolução curta; 
- Consequência de dano no tecidual recente, que desaparece com a cura do tecido 
afetado; 
- Pacientes com dores agudas podem referir outras queixas, como náuseas, vômitos, 
sinais de infecção. 
 
Situações que podem determinar dor pélvica aguda: 
Ginecológicas 
 DIPA (doença inflamatória pélvica aguda); 
 Gravidez ectópica, implantação de um óvulo fertilizado em um local anômalo; 
 Torção ovariana; 
 Ruptura de cisto ovariano. 
 
 
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Não Ginecológicas 
 Apendicite; 
 Obstrução Intestinal; 
 Diverticulite; 
 Gastroenterite; 
 Litíase Urinária; 
 Pielonefrite; 
 Hérnia; 
 Tromboflebite Pélvica; 
 Trombose Mesentérica; 
 Aneurisma. 
 
Doença Inflamatória Pélvica Aguda (DIPA) 
- Infecção ascendente polimicrobiana,que acomete o trato genital superior; 
- Compilado de situações, podendo ser apenas uma cervicite (agentes presentes no colo 
uterino); 
 Endometrite, quando os agentes atingem o endométrio; 
 Salpingite sem peritonite, acomete região de trompa; 
 Salpingite com peritonite, trompa e pertônio; 
 Pissalpinge\ Abscesso tubo-ovariano, quando os mecanismos de defesa agem 
formando pus na trompa; 
 Abscesso tubo-ovariano reto, pus na região próxima a trompa; 
 Hidrossalpinge\ Hidro Oforosalpinge. 
 
Agentes DIPA 
- As principais causas de DIPA são gonorreia e cervicite por clamídia; 
- Neisseira gonorreheae e a Camydia trachomatis , por Transmissão sexual. 
 Gonococo; 
 Clamídia.; 
 Bacilos gram-negativos; 
 Mycoplasma hominis; 
 Streptococcus agalactiae; 
 Gardnerella vaginalis; 
 Haemophilus influenzae; 
 Ureaplasma urealyticum; 
 Bacteroides spp; 
 Escherichia coll; 
 M. Tuberculosis (via hematogênica). 
Diagnóstico DIPA 
- É de extrema importância a associação dessas etapas: 
 Anmnese, quadro clínico ( número de parceiros, primeira vez precocemente); 
 Exame Físico; 
 Exames Laboratoriais: culturas, PCR; 
 Exames de Imagem, USG transvaginal. 
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Obs: A DIPA possui um quadro agudo e exames mais elaborados precisam de tempo, 
como é uma doença que tem a possibilidade de causar sequelas importantes precisa ser 
identificada e tratada o quanto antes. 
 
Critérios para o Diagnóstico Clínico da DIPA 
- 3 critérios maiores + 1 critério menor ou 1 critério elaborado; 
- Existem pacientes assintomáticos ou oligossintomáticos, sendo assim, observa-se os 
critérios elaborados. 
 
Tratamento 
- Iniciar o mais breve possível; 
- Tratamento ambulatorial ou hospitalar; 
- Tratamento ambulatorial é feito com antibiótico, sabe-se que é uma infecção 
polimicrobiana porque o gonococco, associado ou não com a clamídia, temos os 
aneoróbios também; 
- Sabendo dessa possibilidade de uma infecção polimicrobiana, é importante um 
antibiótico que seja eficaz para os demais agentes, os anaeróbios também. 
 
Esquema A: 
- Ceftriaxone (Gonococco) 250/500 mg por via intramuscular em dose única + 
Doxiciclina 100 mg por via oral, 2x/dia, durante 14 dias; 
- Até um tempo, usava-se o cipro, mas vem observando uma resistência para essa 
bactéria; 
- Azitromicina 1g VO DU + 500 mg/d por 7 dias ou 1g/sem por 2 semanas com ou sem 
associação Metronidazol 500 mg por VO, 2x/dia, durante 14 dias; 
- Esse tratamento é feito a nível ambulatorial; 
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- É importante tratar esse quadro o quanto antes porque podem surgir consequências 
sérias, como infertilidade futura; 
- Algumas situações obrigam o tratamento com antibioticoterapia a nível hospitalar. 
 
Esquema B 
- Clindamicida 900 mg por via IV a cada 8 horas + Gentamicina dose inicial IV ou IM 
de 2mg/kg, seguida por manutenção de 1,5 mg/kg, a cada 8h. 
 
Tratamento a Nível Hospitalar 
 Abscesso tubo-ovariano ou petitonite ou estado grave; 
 Gravidez, HIV+ , Imunissupimidas, Usuárias de DIU; 
 Ausência de resposta clínica após 72horas do início do tratamento com 
antibiótico; 
 Intolerância a antibióticos orais ou dificuldade para seguimento ambulatorial; 
 Estado geral grave, com náuseas, vômitos e febre; 
 Dificuldade em exclusão de emergência cirúrgica ( apendicite,gravidez 
ectópica). 
 
Tratamento Cirúrgico 
- Geralmente, é indicado quando se tem um abcesso tubo ovariano e, mesmo sob ação 
da antibioticoterapia venosa, não há melhora ou então há uma ruptura desse abcesso, 
sendo necessário uma laparotomia para exploração, para limpeza da região de cavidade; 
- Emergências cirúrgicas. 
 
Gravidez Ectópica 
- Gravidez fora do local de implantação, o embrião não se implantou no endométrio; 
- Pode ser mais comum na região tubária (96%), mas também se instala em outros 
lugares, como na região peritoneal ou intersticial,local de cicatriz cesariana, a nível de 
colo , o que causa uma dor mais precocemente, um sangramento, pode ser nos ovários; 
- Essa gravidez vai promover dor, pela dilatação na trompa, porém a trompa não foi 
feita para suportar uma distensão tão importante e pode ter um aparecimento de um 
hemoperitônio; 
- Além da dor, a paciente vai referir um atraso menstrual e pode haver um 
hemoperitôneo, que é um sangramento, que pode determinar uma irritação peritoneal; 
- No exame físico a paciente pode apresentar defesa abdominal, no toque vaginal é 
possível sentir uma tumoração se a gravidez for nessa região. 
 
Diagnóstico 
- Solicita dosagem de BHCG, que virá reagente; 
- USG também para saber onde se implantou. 
 
 
 
 
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Fatores de Risco 
 Tabagistas; 
 Pacientes submetidas a procedimentos tubários (recanilização tubária, 
fertilização in-vitro); 
 Pacientes com Diu; 
 Um único episódio de dipa, aumenta de 12 a 50% o risco de ter uma gravidez 
ectópica, a lesão pode modificar a região tubária e gerar a gravidez. 
 
Tratamento 
- Existe a possibilidade, em casos muito selecionados, em gravidezes muito iniciais, 
com BCF (batimentos cardíacos fetais) baixo, ou em um processo de involução, pode 
ocorrer de o próprio organismo absorver essa gestação, isso acontece em casos muito 
selecionados e é preciso acompanhar a paciente para que essa opção terapêutica seja 
oferecida a paciente; 
- Em outros casos pode ser oferecido o metrotexaco MTX, que é uma medicação que 
pode ser por via intramuscular, ou diretamente no saco gestacional e provocará o 
abortamento, pois essa gravidez é inviável. 
 
Tratamento Cirúrgico 
- É o mais comum; 
- Na grande maioria, as mulheres chegam com quadro de abdome agudo, será 
necessário um tratamento mais invasivo; 
- A técnica depende do desejo reprodutivo e das condições dessa gestação e, mais 
especificamente, da trompa; 
- Se observar a trompa e observar que não houve rotura, então, pode-se fazer uma 
incisão na borda ante-mesentérica e extrair o saco gestacional e deixar cicatrizar por 2ª 
intenção, não dá ponto, faz uma discreta hemostasia, não muito agressiva, porque a 
ideia é possibilitar a viabilidade dessa trompa para reprodução; 
- Em outros casos, em que a paciente não tem mais desejos reprodutivos, houve uma 
routura dessa trompa, faz-se uma salpingectomia. 
 
Torção Ovariana 
- Vair doer porque o ovário estará aumentado de tamanho, sendo um órgão quase que 
livre de aderências, móvel e recebe sua vascularização pelo infundíbulo pélvico; 
- Esse órgão pode torcer em seu próprio pedículo e haverá uma isquemia, o que causará 
muita dor; 
- A paciente vai apresentar uma dor aguda; 
- No exame físico, verifica a região anexial aumentada a partir do toque bimanual; 
- Solicita-se uma USG com doppler para observar a vascularização que pode estar 
serpenteada ou obstruída, fechando o diagnóstico. 
 
 
 
 
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Tratamento 
- Na grande maioria das vezes é cirúrgico. pode ser feita por VLPC ou laparotomia; 
- Se a paciente tiver desejo reprodutivo, pode tentar desfazer a torção e tentar preservar 
esse o órgão; 
- Se esse ovário já estiver infartado, bem isquêmico, é preciso fazer uma ovarioectomia. 
 
Ruptura de Cisto Ovariano\ Dor da Ovulação ou Dor do meio 
- O ovário é um órgão muito dinâmico, na menácme, que é o período entre a primeira 
menstruação e a menopausa, ele é um órgão que normalmente está produzindo seus 
cistos foliculares e funcionais que são uma preparação para ovulação; 
- Esses cistos vão romper, mas acontece que ás vezes, esse próprio processo da rotura 
pode desencadear um quadro doloroso, isso se explica pela liberação de 
prostaglandinas, que vai desencadear uma contratilidade uterina questionável; 
- Essa dor da ovulação, que aquelas pacientes que têm um ciclo de 28 dias, acontece no 
meio do ciclo menstrual, causando dor aguda ( como se fosse um murro); 
- Dor autolimitada, muitas vezes não é necessário ir para o hospital; 
- Algumas pacientes têm dificuldade de deambulação. 
 
Corpo Lúteo Hemorrágico - Hemoperitônio 
- O corpo lúteo é o produto pós ovulação, às vezes, tem um vaso que faz um corpo lúteo 
hemorrágico, que pode causar o hemoperitônio, causando dor. 
 
Endometrioma e Teratoma – Peritonite Química 
- Quando essas tumorações\lesões rompem determinam a peritonique química; 
- O diagnóstico vai ser fechado através do quadro clínico da paciente: 
 Dismenorréia; 
 Dor do meio, palpar região anexial que pode estar aumentada. 
- Solicitar USG. 
Tratamento 
- Conservador com AINEs: Cistos da ovulação; 
- Supressão da ovulação: Cisto funcional; 
- Cirúrgico, em caso mais aumentado, como triatomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Dor Pélvica Crônica 
 
- Dor que pode ser constante ou intermitente, com longe duração superior a 6 meses; 
- As causas podem ser ginecológicas ou não ginecológicas; 
 
Causas Ginecológicas: 
 Adenomiose; 
 Endometriose; 
 DIP crônica; 
 Aderências; 
 Varizes pélvicas; 
 Miomatose Uterina; 
 Cistos ovarianos; 
 Malformações Mullerianas; 
 Neoplasias; 
 Displasias. 
 
Causas Não Ginecológicas: 
 Urológicas; 
 Gastrointestinais; 
 Neurológicas; 
 Psicológicas; 
 Músculo-esqueléticas. 
 
Adenomiose 
- Corresponde a uma doença decorrente da implantação de células endometriais na 
intimidade da musculatura uterina; 
- Esse endométrio ectópico vai responder aos estímulos hormonais, assim como 
responderia se estivesse em sua localização correta,formando sangramento, esse 
sangramento ficará retido na grande maioria das vezes, o que pode causar dor, fibrose, 
alterar a contratilidade uterina, além de aumentar o fluxo menstrual; 
- A adenomiose dói porque há uma infiltração com inflamação e fibrose dessas regiões, 
é uma dor que está mais relacionada ao período menstrual; 
- Dor recorrente de característica cíclica; 
- A USG auxilia bastante nesse tipo de diagnóstico, atualmente já existem critérios para 
sugerir essa possibilidade nesse exame; 
- A RM também contribui muito, mostrando cistos, espessamento na zona de 
transformação; 
- A Histeroscopia (HSCP), nos casos de adenomiose superficial , pode mostrar por meio 
de transparência, os cistos subendometriais e alguns orifícios diverticulares; 
- Vale lembrar que a HSCP pode ajudar nos casos de Adenomiose superficial, aquela 
que está há poucos milímetros do endométrio, no caso de endometriose profunda não 
vai ser possível visualizar alterações; 
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- É possível identificar ilhas de sangue subendometrial, umas até com projeção, mas 
também podem se apresentar como pequenos orifícios. 
 
Tratamento Clínico 
- Entendendo que é uma doença relacionada com a menstruação, fica claro a 
necessidade de suspender a proliferação endometrial e a mesntruação; 
- AINEs, ACHO (anticoncepcional combinado), SIU-LNG (DIU); 
- O padrão ouro é o DIU de levonorgestrel, pois uma porcentagem de pacientes com 
esse DIU possuem uma diminuição no fluxo sanguíneo e até mesmo uma amenorréia. 
 
Tratamento Cirúrgico 
- HSCP para tratamento desses focos superficiais ou HTA, ablação endometrial para 
suspensão da menstruação; 
- Se a queixa da paciente é uma dor que está relacionada ao períodomenstrual, 
diminuindo ou suspendendo pode melhorar a dor. 
 
Obs: Essas formas de tratamento podem ser associadas, a ideia é proporcionar a 
paciente alívio da dor e que ela fique confortável. 
- Uso AINE com o ACHO\ Ablação endometrial com o DIU. 
 
Tratamento Conservador: 
- Tratamento definitivo; 
- VLPC, histerectomia total, utilizada em casos específicos; 
- Nesse caso é preciso colocar na balança o risco benefício, pois não é o tratamento de 
primeira linha de escolha. 
- Algumas pacientes com desejo reprodutivo, podem fazer um tratamento por via 
laparoscópica, em casos de adenomiose focal, que só será feito no setor. 
 
Endometriose 
- Dor de intensidade variável, inicialmente relacionada com o período menstrual, 
progressiva, que ao longo dos anos vai se intensificando e pode até vir a ser constante 
com períodos de agudos por ocasião da menstruação; 
- É a presença de células endometriais que migram para fora da cavidade, podendo 
acometer pelve, superfície uterina, ovários, órgão próximos e até outros órgãos mais 
distantes (peritonio inclusive); 
- É conhecida como a doença da mulher moderna, pois seu aparecimento parece ser 
influenciado pelo padrão de vida da mulher atual, ela tem menos filhos, engravida mais 
tarde, é submetida constantemente a níveis altos de estresse e todos esses fatores estão 
ligados aos níveis de estrógeno, que é responsável pelo estímulo do crescimento dessa 
doença; 
- Desde a primeira menstruação até a menopausa, a mulher pode ter endometriose; 
- Geralmente, observa-se por volta dos 25-35 anos, mas algumas pacientes apresentam a 
queixa desde o início da menácme; 
- Acredita-se que essa doença acomete de 5 a 10% da população feminina; 
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- A causa da doença ainda não é conhecida, mas a causa da dor sim, pois esse tecido 
endometrial ectópico vai responder aos estímulos hormonais e vai haver o sangramento, 
esse sangramento cursa como uma inflamação a cada mês mais intensa, gerando uma 
inflamação crônica, que pode gerar fibrose e aderência; 
- Lembrar da possibilidade de endometriose quando a paciente apresenta uma 
amenorreia importante, porque as vezes no exame físico e na USG não é possível 
identificar, mas se a paciente apresenta de fato uma queixa importante, a investigação 
deve prosseguir ( pedindo uma RM); 
- A média de tempo para se atingir um diagnóstico é de 6-8 anos; 
- A queixa da endometriose deve ser investigada o quanto antes, pois pode interferir na 
qualidade de vida da paciente, no relacionamento, na capacidade de fazer suas 
atividades diárias. 
 
Teorias de como a paciente pode ter desenvolvido a doença: 
Menstruação Retrógrada: 
- As trompas de uma paciente estando pérvias, por ocasião da menstruação, esse sangue 
vai fluir pelo colo do útero, mas ele também pode fluir pelas trompas e atingir a 
cavidade abdominal, isso pode acontecer em qualquer mulher; 
- Mas, nas pacientes com endometriose, essas células que chegaram na cavidade 
abdominal vão implantar e, geralmente, essa implantação é associada a uma disfunção 
do sistema imune; 
- O ideal seria que o sistema imune fizesse meio que uma “faxina” para não permitir 
que haja o desenvolvimento da endometriose; 
- Nas pacientes que apresentam essa doença, associando à menstruação retrógrada a 
uma disfunção do sistema imune, tem-se o desenvolvimento desses focos endometriais; 
- Possivelmente além da questão imunológica, também há um caráter genético de cada 
mulher, porque a literatura mostra uma relação de parentesco em que as famílias 
cursam com endometriose. 
 
- A endometriose não ocorre só no útero, pode ocorrer em locais bem longe, como no 
pulmão, no fígado, olho; 
- Até mesmo homens podem ter endometriose, mesmo que isso seja raro; 
- O fato de ocorrer a transformação celular pode explicar essa ocorrência, existem 
células totipotentes que podem ser estimuladas a evoluírem para tecido endometrial, 
podendo acontecer em vários órgãos; 
- Há também a teoria da disseminação linfática ou hematogênica, que essas células, 
através da linfa, podem chegar a esses outros compartimentos. 
 
- É uma doença que vários fatores contribuem; 
- Pode localizar-se em vários sítios, mas é observado um maior acometimento em 
ovários, fundo do saco posterior, ligamentos útero-sacro, folheto posterior do ligamento 
largo; 
- Acomete vários lugares da pelve, principalmente, próximo ao útero, podendo 
envolver intestino, nervos, bexiga, vias urinárias. 
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Queixas da Paciente: 
- Depende da localização do foco, mas muitas podem ser assintomáticas, já outras 
apresentam 6D’s: 
 Dismenorreia, cólica mais intensa e duradoura; 
 Dispareunia, dor por ocasião do ato sexual, geralmente, de profundidade; 
 Dor pélvica crônica, a dismenorreia vai evoluindo e a paciente pode apresentar 
uma dor acíclica e de agudização no período menstrual; 
 Disquezia, dor por ocasião da defecação,quando tem foco intestinal; 
 Disúria, quando há acometimento urinário; 
 Dificuldade de engravidar. 
 
Roteiro para Diagnóstico da Endometriose 
1.Anamnese: 
- Queixa da paciente: 6D’s; 
- Dismenorreia, dor acíclica, dispareunia de profundidade, alterações intestinais cíclicas, 
alterações urinárias cíclicas e infertilidade. 
2.Exame Físico 
- Nódulos em cicatrizes: umbilical, cirurgias abdominais e perineais; 
- Aumento de volume anexial, é sentido no toque; 
- Espessamento e/ou nódulo retrocervical, fundo de saco posterior e parede retal, 
observado através do toque também. 
3.Exames de Imagem 
- USG pélvico, transvaginal e de vias urinárias com preparo intestinal; 
- RM pélvica e de vias urinárias. 
 
Local da Doença Sintomas 
Órgãos Reprodutivos Femininos Dismenorreia 
Dor pélvica crônica 
Dispareunia 
Infertilidade 
Irregularidade menstrual 
Dor pélvica aguda – ruptura ou torção de 
endometrioma 
Lombalgia 
Trato Gastrointestinal Hematoquezia cíclica (sangramento) 
Disquezia cíclica (dor ao defecar) 
Tenesmo 
Suboclusão intestinal 
Oclusão intestinal 
Trato Urinário Hematúria cíclica 
Disiúria cíclica 
Insuficiência renal pós-renal(obstrutiva) 
Cicatriz Cirúrgica ou Umbilical Dor e\ou sangramento cíclico 
Pulmão Hemoptise catamenial 
 
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- A endometriose não possui uma relação com malignidade, mas age como um câncer, 
pois ela tem um foco e pode invadir outros setores. 
 
 A sensibilidade do toque vaginal é de 68%-72% ; 
 A UGGTV a sensibilidade é de 95-98%; 
 RNM a sensibilidade é de 76-83%. 
 
Diagnóstico 
 USG pélvico e transvaginal com preparo intestinal; 
 RNM com contraste ou sem, pode mostrar áreas de espessamento, desvios, 
nodulações; 
 VLPC + Biópsia, pode mostrar nódulos azulados, peritoneais ou em anexos, ou 
em fundo saco posterior, lesões café com leite. Porém, ela é separada para casos 
mais selecionados. 
 
Obs: Hoje, para fechar o diagnóstico da endometriose, não é preciso mais de uma 
cirurgia imediata, como videolaparoscopia. Pode ser reservada para o tratamento. 
 
Tratamento 
- Depende da idade do paciente, da dor , do tipo da endometriose(pronfunda\superficial) 
e se a paciente possui desejo de engravidar, se já fez alguma cirurgia. 
 Medicamentoso, em pacientes que não querem engravidar; 
 Técnicas de reprodução assistida, em pacientes que querem engravidar; 
 Cirúrgico, videolaparoscopia. 
 
- A endometriose atinge, pelo menos, 7 milhões de mulheres no Brasil e a maioria tem 
diagnósticotardio e risco de infertilidade, pois 33% das pacientes pode apresentar 
dificuldade para engravidar. 
 
Desafios: 
 Diagnóstico precoce; 
 Controle da dor; 
 Momento para operar; 
 Prevenção do avanço da doença, pois não tem cura durante a menácme; 
 Prevenção da infertilidade. 
 
Doença Inflamatória Pélvica Crônica 
- Ocorre em até um terço das pacientes com DIPA Pode ter um caráter agudo, mas 
aquelas pacientes oligossintomáticas ou assintomáticas, que não foram tratadas, podem 
evoluir para uma DIP crônica; 
- O exsudato inflamatório da pelve, gerado por esse processo inflamatório, pode 
escorrer pela goteira parieto cólica direita e atingir o fígado, determinando uma peri-
hepatite, que se caracteriza pela formação de aderências entre o fígado, a cápsula de 
Glisson e o diafragma; 
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- Essas aderências parecem cordas de violino; 
- Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis é clássica de uma DIP crônica, sendo uma sequela; 
- O diagnóstico é feito através de uma Videolaparoscopia, sendo muitas vezes um 
achado desse exame; 
- O tratamento é feito com Antivioticoterapia. 
 
Aderências Pélvicas 
-São conexões fibrosas entre superfícies opostas de órgãos ou entre órgão, ou órgão e 
uma parede abdominal; 
- Não há um esclarecimento sobre essas aderências e as causas da dor; 
- Em VLPC que são indicadas para entender a dor pélvica, em 25%, encontram-se essas 
aderências; 
- Esse procedimento só é indicado quando se exclui todas as causas possíveis, como 
genitourinárias, intestinais, neurológicas, psicológicas, musculares; 
- Essas aderências podem afetar a motilidade de alguns órgãos. 
 
Causas das Aderências: 
 Endometriose,pode causar aderências; 
 Cirurgias prévias , no processo de cicatrização pode formar aderências; 
 Infecções pélvicas, podem cursar com aderências. 
- Não é toda aderência que justifica o quadro de dor, algumas aderências são frouxas, 
então, não são elas que causam dores nas pacientes. 
 
Tratamento 
- Cirúrgico, com a lise das aderências. 
 
Situações que estão relacionadas com aderências: 
Síndrome do Ovário Residual Encarcerado 
- A paciente pode ter sido submetida a uma histerectomia, mas os anexos ficaram 
mantidos, devido á paciente ser muito nova, então, não há necessidade de tirar os 
ovários; 
- Nessa síndrome há a formação de aderências densas recobrindo o ovário residual que 
ficou, ele continua a ovular, mas está preso, bloqueado, causando dor; 
- Pode ser feita uma Supressão hormonal com ACHO contínuo, deixando o ovário em 
repouso, uma vez que o ovário não tendo estímulo para ovular proporcione um maior 
conforto a paciente; 
- A cirurgia também pode ser uma opção, será realizada lise e soltura do ovário. 
 
Síndrome do Ovário Remanescente 
- Acontece quando há a retirada do ovário, mas resta uma pequena quantidade de tecido 
ovariano, deixado inadvertidamente após uma ooferectomia, que poderá ser recoberto 
por aderências e causar dor; 
- O diagnóstico pode ser feito através de USG, para que talvez possa identificar esse 
tecido ovariano; 
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 - Dosagem de FSH, que está “normal”, como se tivesse ovário funcionante significa 
que há tecido ovariano; 
- Tratamento: Supressão hormonal ou Cirúrgico. 
 
Varizes Pélvicas 
- O vaso insuficiente cursa com refluxo e congestão, os vasos ficam mais dilatados; 
- Esse processo terá exacerbação no período menstrual, ou quando a paciente admite a 
posição ortostática prolongada, causando dor; 
- Relação com multiparidade; 
- Queixa de piora no período menstrual; 
- Dor lateralizada ou em região inguinal; 
- Varizes em coxa, nádegas, períneo, vagina, MMII; 
-Diagnóstico: USG/RNM + VLP 
- Tratamento: Supressão hormonal com contraceptivos orais combinados; 
- O vascular pode indicar uma embolização das varizes transcutâneas ou ilíacas; 
- Em alguns casos precisa ser mais agressivo e realizar: Histerectomia + Ooforectomia. 
 
Miomatose Uterina 
- Os miomas são os tumores pélvicos, sólidos mais comuns do trato genital; 
- Uma em cada 4 mulheres tem ou terá mioma, mas a grande maioria será assintomática; 
- Uma grande parcela dos miomas tem crescimento lento, porém na maioria dos casos, é 
pequeno e assintomático. 
Mecanismos: 
 Atividade muscular uterina; 
 Efeitos compressivos; 
 Torção; 
 Degeneração. 
 
- A dor causada pelo mioma decorre de um aumento da atividade muscular uterina, é 
uma dor tipo cólica, com irradiação para região lombo-sacra,MMII. 
- Dor secundária a uma compressão de estruturas, havendo um comprometimento de 
nervo ou uma compressão vascular, que vai determinar uma diminuição do aporte 
sanguíneo, gerando isquemia, que será uma dor mais aguda, intensa; 
- Podem comprimir órgãos vizinhos, desencadeando aumento de frequência urinária, 
pode comprimir o ureter , que leva a uma insuficiência renal obstrutiva; 
- Em miomas posteriores, pode acometer intestino ou reto, tendo queixas de 
constipação, fezes em fita; 
- A torção também pode causar isquemia e gerar dor; 
- Pode haver degeneração, que é quando a lesão cresce numa velocidade grande e o 
suporte de vascularização não é mais suficiente, então, essa tumoração pode entrar em 
degeneração, desencadeando dor; 
- Miomas que sofrem processos de parturição também podem causar dor, devido a uma 
dilatação progressiva do colo; 
- Cada mioma precisa ser visto individualmente. 
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Diagnóstico: 
- Quadro Clínico (Anamnese + exame físico); 
- O útero está aumentado de volume no exame físico; 
- Se a paciente for magrinha, é possível desenhar a superfície regular do útero 
miomatoso; 
- No toque é perceptivo uma nodulação mais baixa, compartimento posterior, lateral; 
- Nos miomas em parturição, que já se exteriorizaram, pode ser visto tumoração a nível 
de vagina; 
- Em alguns casos o exame físico pode ser prejudicado, devido a uma obesidade, pouco 
colaborativa ou alguma outra interferência. 
 
Tratamento: 
 Conduta Expectante: realizada em paciente assintomática ou 
oligoassintomática, que tenha um mioma que não causa dor, compressão ou 
sangramento pode aderir a essa conduta, observando o segmento evolutivo desse 
mioma. 
 Clínico:Medicamentoso, para o controle de dor e sangramento; 
 Cirúrgico: Miomectomia,caso tenha desejo reprodutivo\ Histerectomia, sem 
desejo reprodutivo\ Embolização. 
 
Obs: É raro ter mioma isolado, o mais comum é que se tenha vários. 
 
Cisto Ovariano 
- Quem não toma ACHO e tem um ciclo de ovulação, tem os cistos foliculares, de 
forma cíclica; 
- Porém pode ocorrer algumas alterações, de maneira que esses cistos crescem demais e 
formam cistos serosos, mucinosos ou até mesmo doenças como a endometriose podem 
evoluir para um cisto; 
- Existem cistos heterogêneos, teratomas, fibromas; 
- Quando o cisto é volumoso, gera uma queixa compressiva; 
- O diagnóstico é realizado através de exames de imagem , HC; 
- Tratamento pode ser cirúrgico: ooforectomia ou ooforoplastia. 
 
Mal Formações Mullerianas 
- Causam dor devido as obstruções canaliculares, obstrução da saída do sangue; 
- Hímen imperfurado, septo vaginal transverso; 
- A menstruação acontece, mas esse sangue vai ficar retido, havendo distensão e 
desconforto por hematocorpo , que é quando o sangue fica retido na cavidade vaginal e 
hematometra, que é o sangue na cavidade uterina; 
- Não são tão frequentes. 
Diagnóstico: 
- História clínica de uma paciente que já era para estar menstruando

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