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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE
THIAGO AUGUSTO XAVIER CAMPOS
SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO NO RIO GRANDE DO NORTE
Natal-RN
2021
THIAGO AUGUSTO XAVIER CAMPOS
SITUAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO NO RIO GRANDE DO NORTE
                                                          
  Pesquisa bibliográfica apresentada ao curso de Tecnologia em Gestão Ambiental, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Do Norte, para a obtenção da nota da disciplina Projeto Integrador 2.
NATAL-RN
2021
SUMÁRIO
Sumário
1 Introdução	4
1.1 Saneamento Básico	4
1.2 Abordagem Histórica	4
1.3 Saneamento e Legislação	5
1.4 Saneamento e Saúde	5
1.5 Saneamento e Meio Ambiente	6
2 Saneamento Básico no Brasil	6
2.1 Índices de Cobertura no Brasil	7
2.2 Dados de Esgotamento Sanitário no Brasil	8
3 Saneamento Básico na Região Nordeste (Esgotamento)	9
3.1 Panorama Geral do Saneamento no Nordeste	10
4 Saneamento Básico no Rio Grande do Norte (Esgotamento)	10
4.1 Dados Relativos ao Esgotamento Sanitário do Rio Grande do Norte (com	10
4.2 Tratamento de Esgoto	11
4.3 Fases do tratamento	11
4.4 Tipo de Tratamento Mais Utilizado no Rio Grande do Norte	12
4.4.1 Tipos de Lagoa de Estabilização	12
4.4.2 Principais ETES Operadas Pela CAERN	13
5 Metodologia	13
6 Conclusão	13
REFERÊNCIAS	14
1 Introdução
	O presente relatório busca trazer informações sobre os índices de cobertura pelos serviços de saneamento básico no estado do Rio Grande do Norte, com enfoque na coleta e tratamento de esgoto, fazendo um comparativo com os demais estados da região Nordeste e também com o restante do Brasil. 
1.1 Saneamento Básico
	O desenvolvimento do saneamento básico no decorrer da história da humanidade se deu de maneira lenta e gradual, e ainda hoje muitas pessoas limitam o conceito de saneamento em água e esgoto, o que não está totalmente errado, mas sabe-se que vai além disso (DÍAZ e NUNES, 2020). 
Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica. O saneamento é um direito assegurado pela lei n°11.445/2007 da constituição e é definido como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais (TRATA BRASIL, 2021). 
	Embora tenha havido um progresso substancial no aumento do acesso à água potável e saneamento, bilhões de pessoas principalmente nas áreas rurais ainda carecem desses serviços básicos. Em todo o mundo, uma em cada três pessoas não tem acesso a água potável, duas em cada cinco pessoas não têm um lavatório básico com água e sabão e mais de 673 milhões de pessoas ainda praticam a defecação a céu aberto. (ONU, 2021).
Nos dias atuais, a pandemia COVID-19 demonstrou a importância crítica do saneamento, higiene e acesso adequado a água potável para prevenir e conter doenças. A higiene das mãos salva vidas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, lavar as mãos é uma das ações mais eficazes que você pode tomar para reduzir a disseminação de patógenos e prevenir infecções, incluindo o vírus COVID-19. No entanto, bilhões de pessoas ainda carecem de saneamento de água potável e o financiamento é inadequado. (ONU, 2021).
1.2 Abordagem Histórica
A Humanidade serviu-se de sistemas estáticos de coleta de dejetos durante muitos séculos desde a percepção dessa necessidade. Os sistemas dinâmicos puderam surgir a partir da notável invenção da bacia sanitária do Inglês Joseph Bramah (AZEVEDO NETTO, 1959).
O cuidado com a saúde não é algo contemporâneo aos nossos dias, a humanidade em sua luta pela sobrevivência se deparou com muitas questões a serem resolvidas e uma das principais era a de sanear suas necessidades básicas, e já no ano 3750 a.c. babilônicos da cidade de Nipur utilizavam coletores de esgoto. No ano 2750 a.c., egípcios possuíam tubulação de cobre no palácio do faraó Chéops e por volta do ano 2000 a.c., para clarear a água, adotaram o uso de sulfato de alumínio (REZENDE e HELLER, 2002, apud DÍAZ e NUNES, 2020).
Os romanos merecem destaque na história do saneamento pela preocupação com a higiene e a grande capacidade de construção que revolucionou a engenharia do seu tempo. Aquedutos extensos com vários quilômetros e banheiros comunitários são algumas das obras datadas de 400 a.c. Essas obras de saneamento revelam a preocupação do Estado romano com as demandas do povo (DÍAZ e NUNES, 2020).
Azevedo Netto (1959), mostra cronologicamente já no século XIX e XX, alguns acontecimentos marcantes para a história do saneamento:
1809 – Adoção de fossas fixas estanques na França.
1848 – Construção da rede de esgotos de Londres.
1855 – Elaboração do projeto do sistema de esgotos de Chicago.
1857 – Execução da rede de esgotos do Rio de Janeiro.
1891 – Invenção dos tanques sépticos de compartimentos superpostos.
1923 – Realização do I Congresso Brasileiro de Higiene.
1.3 Saneamento e Legislação
	A temática do saneamento básico neste relatório será encarada com base no direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei n° 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de águas, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. A Lei do Saneamento foi recentemente atualizada pela Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020 (SNIS, 2021).
1.4 Saneamento e Saúde
	Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento básico é “o controle de todos os fatores do meio físico de homem que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem-estar físico, mental ou social”.
Siqueira et al (2017) afirmam que a falta de saneamento básico além de afetar a saúde individual, acarreta diversos impactos negativos sobre a saúde da população, elevando os gastos públicos e privados com o tratamento de doenças como: diarreias, leptospirose, doença de Chagas, teníase e hepatite A, entre outras. Existem várias formas de transmissão dessas doenças, tais como, transmissão feco-oral, transmissão por inseto ou vetor, pelo contato com a água, relacionadas a higiene, entre outras. A organização mundial da saúde (OMS) menciona o saneamento básico precário como uma grave ameaça à saúde humana.	
	Água potável segura, saneamento e higiene são cruciais para a saúde e o bem-estar humanos. Saneamento não é apenas um pré-requisito para a saúde, mas contribui para a subsistência, frequência escolar e dignidade além de ajuda a criar comunidades resilientes que vivem em ambientes saudáveis. Beber água imprópria prejudica a saúde por meio de doenças como diarreia, e as fezes não tratadas contaminam as águas subterrâneas e superficiais usadas para consumo, irrigação, banho e uso doméstico. A contaminação química da água continua a representar um fardo para a saúde, seja de origem natural, como arsênio e flúor, ou antropogênica, como nitrato. O saneamento básico desempenha um papel fundamental na prevenção de numerosas Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs), como tracoma, helmintos transmitidos pelo solo e esquistossomose. As mortes por diarreia como resultado de saneamento inadequado foram reduzidas pela metade durante o período dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) (1990–2015), com o progresso significativo no fornecimento de água e saneamento a desempenhar um papel fundamental. As evidências sugerem que a melhoria dos níveis de serviço para água potável gerenciada com segurança ou saneamento, como água encanada regulamentada ou conexões para esgotos com tratamento de águas residuais, pode melhorar drasticamente a saúde, reduzindo as mortes por doenças diarreicas (OMS, 2021).
1.5 Saneamento e Meio Ambiente
Segundo Bovolato (2015), as ações de saneamento devem ter também o objetivo de assegurar um meioambiente favorável à vida humana e demais seres vivos, uma vez que o homem e suas atividades causam prejuízos de diferentes formas, utilizando a água como meio de transporte de dejetos e rejeitos, contaminando o solo com a deposição de resíduos sólidos a céu aberto e alterando a qualidade do ar com emissões de gases nocivos pelas indústrias e veículos automotivos. 
Garcia e Ferreira (2017), afirmam que a falta de saneamento é a principal causa de degradação das bacias hidrográficas brasileiras, especialmente aquelas onde grandes metrópoles estão situadas. Cenário de grande impacto negativo na vida das pessoas devido a disseminação de doenças em campos como educação, trabalho, economia, biodiversidade, disponibilidade hídrica entre outros.
2 Saneamento Básico no Brasil
	O Brasil conta hoje com um robusto sistema de conhecimento dos serviços de saneamento básico, um instrumento consolidado e sem similar denominado de Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o sistema permite avaliar a evolução dos serviços de abastecimento de água	e esgotamento sanitário (desde 1995), manejo de resíduos sólidos urbanos (desde 2002) e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas (desde 2015), com acesso público e gratuito a essas informações. Ao longo dos anos o conhecimento estruturado pelo SNIS tornou-se elemento que norteia atividade de planejamento e gestão, a formulação de políticas públicas, definição e monitoramento de metas e atividades de regulação e fiscalização dos serviços (SNIS, 2021).
	As informações constantes do SNIS são fornecidas pelos prestadores dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, compostos por companhias estaduais, empresas e autarquias municipais, empresas privadas e, em muitos casos, pelas próprias prefeituras, por meio de suas secretarias ou departamentos. Todos são denominados, no SNIS, como prestadores de serviços. Em muitos municípios existe mais de um prestador de serviços, seja para o mesmo tipo de serviço, seja para um tipo diferente. A situação mais recorrente, neste caso, corresponde a uma companhia estadual prestando o serviço de água e a prefeitura prestando o de esgotos. Mas há, também, situações em que duas companhias estaduais atendem a um mesmo município e, até mesmo, casos em que o mesmo município é atendido por dois prestadores de abrangência local (SNIS, 2021).
2.1 Índices de Cobertura no Brasil
	Segundo dados de 2019 do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento, a população do Brasil era estimada em 210,1 milhões de habitantes onde 178 milhões destes vivendo em área urbana, 5.570 municípios e 10.229 prestadores de serviço.
	Amostras SNIS
	
	Água
	Esgoto
	Resíduos Sólidos
	Águas Pluviais
	População total*
	204,2
	188,8
	173,8
	166,8
	População urbana*
	174,8
	165,4
	154,2
	147,7
	Municípios
	5.191
	4.226
	3.712
	3.653
 Fonte: SNIS 2019
 *Milhões de habitantes
	
	Atendimento / Cobertura em 2019
	
	Água*
	Esgoto*
	Coleta Domiciliar Resíduos Sólidos*
	Sistema de Drenagem Urbana*
	População total
	170,8
83,7%
	110,3
54,1%
	192,1
92,1%
	54,3% dos municípios possuem sistema exclusivo para drenagem, 22,5% possuem sistema unitário e 15,1% não possuem sistema de drenagem
	População Urbana
	162,2
92,9%
	108,1
61,9%
	175,7
98,8%
	
*Milhões de habitantes
· Hidrometração – Ligações ativas de água com hidrômetro 92,2% (2019).
· Água potável disponibilizada não contabilizada ou perdida na distribuição 39.2%.
· 49,1% do esgoto gerado, foi tratado em 2019.
Gestão de risco
· 30,3% dos municípios fazem monitoramento de dados hidrológicos.
· 66,1% dos municípios não possuem mapeamento de áreas de risco.
· 16,0% dos municípios possuem sistema de alertas de risco hidrológico.
· 3,5% de domicílios em risco de inundação. 18 municípios apresentam mais de 50% dos domicílios em risco de inundação.
· Municípios com coleta seletiva, 1.438 – 38,7% 
 
Medidas compensatórias
	Medidas que reduzem a quantidade de água da chuva que escoa, por meio de armazenamento e infiltração no solo.
· 4,8% dos municípios possuem reservatório.
· 7,6% dos municípios possuem parques lineares.
· 15,5% dos municípios possuem faixas ou valas de infiltração.
Figura 1 - Fonte SNIS. *RDO – Resíduos Sólidos Domiciliares, **RPU – Resíduos Sólidos Públicos.
2.2 Dados de Esgotamento Sanitário no Brasil
	O Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento coletou em 2019 amostras em 4.226 municípios dos 5.570 existentes, contabilizando 75,9% da totalidade de municípios e 89,9% da população total. 
De todo esgoto gerado no Brasil 49,1% é tratado. A rede de esgoto tem extensão de 354,3 mil quilômetros e 34,6 milhões de ligação de esgoto. Os investimentos em sistemas de esgoto foram da ordem de R$ 5,33 bilhões.
 Figura 2. Fonte SNIS. Índice de atendimento total de esgoto.
3 Saneamento Básico na Região Nordeste (Esgotamento)
	A região Nordeste assim como outras no Brasil, não oferta os serviços de saneamento e seus benefícios para toda a sua população, o acesso à rede de água chega a 72,0%. Bem diferente é a situação dos serviços de esgoto onde cerca de 28,0% da população tem o esgoto coletado e o volume de esgoto tratado se aproxima de 36,2%. As perdas das águas chegam a 46,0% devido aos furtos, vazamentos, erros de leitura de hidrômetros, entre outros (TRATA BRASIL, 2021).
	Dos diversos setores que o saneamento afeta, o mais prejudicado é o setor da saúde, onde as doenças de veiculação hídrica atingem direta e indiretamente a população. Em 2018 cerca de R$40 milhões foram empregados nos tratamentos das doenças de veiculação hídrica. Os investimentos em saneamento nos últimos anos tiveram impactos positivos, geração de empregos nas obras e operações de água e esgoto, e os casos de internação por doenças de veiculação hídrica vem diminuindo na região Nordeste (TRATA BRASIL, 2021). 
3.1 Panorama Geral do Saneamento no Nordeste
	População
	 
	Acesso a água
	Acesso a coleta de esgoto
	Esgoto tratado sobre água consumida
	Perdas na distribuição
	Internações por doenças associadas a falta de saneamento
	Alagoas
	74,60%
	21,40%
	16,20%
	33,90%
	3.271
	Bahia
	81,60%
	39,50%
	52,40%
	37,50%
	19.856
	Ceará
	59,00%
	25,50%
	38,80%
	44,00%
	13.829
	Maranhão 
	56,40%
	13,80%
	13,50%
	61,00%
	42.188
	Paraíba
	74,30%
	36,10%
	47,20%
	37,70%
	7.080
	Pernambuco
	80,50%
	27,50%
	31,50%
	50,70%
	7.653
	Piauí
	75,90%
	14,40%
	13,80%
	51,20%
	9.801
	Rio Grande do Norte
	87,10%
	23,90%
	32,20%
	49,50%
	4.172
	Sergipe
	86,90%
	25,50%
	32,00%
	48,70%
	1.222
4 Saneamento Básico no Rio Grande do Norte (Esgotamento)
	Situado na região Nordeste, o Estado do Rio Grande do Norte tem como limites o oceano Atlântico a norte e a leste, o Estado da Paraíba ao sul e o Estado do Ceará a oeste. Tem área de 52.809,601 km² que equivale a 3,42% do Nordeste e 0,62% do território brasileiro. O Estado é dividido em 167 municípios e sua população é de cerca de 3.560.903 de pessoas (IBGE, 2021).
	A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte – CAERN sediada em Natal, é uma sociedade de economia mista criada na forma da Lei n° 3.742/69, tem como finalidade a prestação de serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário. A companhia é responsável pelo abastecimento de 152 municípios, dos 167 que compõem Rio Grande do Norte, atendendo também 42 com esgotamento sanitário. O Governo do Estado é o acionista majoritário com 95% das ações (CAERN 2020).
4.1 Dados Relativos ao Esgotamento Sanitário do Rio Grande do Norte (com base no ano de 2017)
Número de economias esgotadas – 266.185 unidades.
· Número de economias ativas esgotadas residenciais – 235.392 unidades.
Características do esgotamento sanitário no RN
· Com rede de esgotamento sanitário - 77 unidades.
· Em funcionamento – 76 unidades.
· Rede coletora unitária ou combinada – 3
· Rede coletora separadora absoluta – 74
· Com estação de tratamento de esgoto (ETE) em operação – 61
· Com disposição final do efluente tratado ou esgoto sem tratamento
· Efluente tratado – 59
· Esgoto sem tratamento – 17 
·Com cobrança ou contribuição pelo serviço de esgotamento sanitário – 47
· Em implantação – 1
· Sem rede de esgotamento sanitário – 90 unidades
· Extensão total da rede coletora de esgoto – 2.274 km
· Volume de esgoto tratado por dia – 85.351 m³
· Tipo de tratamento do esgoto
· Preliminar – 1.757 m³
· Primário – 2.000 m³
· Secundário – 36.083 m³
· Terciário – 45.512 m³
4.2 Tratamento de Esgoto
	Esgoto ou efluente é o produto da água após ser utilizada a que se destina, no banho, lavagem de mãos, de roupas, louça e de carros, uso sanitário, produção industrial, entre outros. O esgoto é composto por 99,9% de água e 0,1% de sólidos e inúmeros organismos vivos, tais como bactérias, vírus, vermes e protozoários, os quais são liberados juntos com os dejetos humanos. A resolução CONAMA n° 357/2005 (alterada pela resolução CONAMA n° 430/2011), define os padrões de qualidade ambiental a que os efluentes devem ser submetidos (CAERN 2014).
4.3 Fases do tratamento
Tratamento Preliminar
	Destinado a remoção de sólidos grosseiros e areia. O esgoto é submetido a separação, gradeamento composto por grades grossas, finas e/ou peneiras rotativas ou trituradores; desarenamento nas caixas de areia; e desengorduramento nas caixas de gordura ou pré-decantadores. Inclue-se também uma unidade de medida de vazão, geralmente uma calha parshall onde o valor medido do nível do líquido pode ser correlacionado com a vazão.
	Tratamento Primário
	Após o tratamento preliminar, as características poluidoras do efluente estão praticamente inalteradas. Inicia-se o tratamento propriamente dito com a sedimentação onde a matéria poluente é separada da água, após essa etapa a matéria poluente que permanece é de pequena dimensão, normalmente constituída por colóides, não sendo passível de ser removida por processos exclusivamente físico-químicos, sendo necessário a introdução de uma etapa biológica. A eficiência do tratamento primário pode chegar a 60% e os tipos de unidades de tratamento mais comuns são: decantador primário, tanque imhoff ou fossa séptica.
	Tratamento Secundário
Neste tipo de tratamento as reações bioquímicas realizadas por microrganismos são responsáveis pela remoção da matéria orgânica caracterizando a predominância biológica da etapa. A eficiência do tratamento secundário pode chegar a 95% ou mais. Geralmente consistem de reatores do tipo lagoa de estabilização, lodo ativado, filtro biológico ou variantes.
Tratamento Terciário
Normalmente se faz necessário a remoção dos microrganismos remanescentes do tratamento secundário, ou em casos especiais, à remoção de determinados nutrientes tais como nitrogênio e fósforo, que podem potencializar a degradação dos corpos d’água.
Tratamento dos Sub-produtos
Os subprodutos sólidos gerados nas diversas unidades do tratamento, tais como: material gradeado, areia, escuma e lodo, devem ter tratamento apropriado, adensamento, estabilização, condicionamento, desidratação e/ou disposição final.
4.4 Tipo de Tratamento Mais Utilizado no Rio Grande do Norte 
	O sistema predominante de tratamento utilizado pela CAERN é com lagoas de estabilização que realizam o tratamento a nível secundário, são consideradas as formas mais simples para o tratamento dos esgotos, podendo ser construídas isoladas ou em série (CAERN 2014). 
	Principais vantagens
· Elevada eficiência para reduzir matéria orgânica (70 a 80%) e patogênica (>90%).
· Não requer mão-de-obra especializada para operação.
· Baixo custo operacional.
4.4.1 Tipos de Lagoa de Estabilização 
 	Lagoas Anaeróbias – Forma alternativa do tratamento secundário que exige condições estritamente anaeróbias, tendo de 3,0 a 5,0m de profundidade. Empregadas na estabilização de altas cargas orgânicas, atuam como unidade primária num sistema de lagoas em série. Remove até 60% da matéria orgânica dependendo da temperatura.
	Lagoas Facultativas – tem profundidade de 1,5 a 2,0m. São mais comuns e operam com cargas orgânicas menores que as utilizadas nas lagoas anaeróbias permitindo o desenvolvimento de algas na superfície mais iluminada, oxigenando a massa d’água através de atividade fotossintética, modificam o pH e consomem nutrientes orgânicos. 
	Lagoas de Maturação – Caracterizam-se pela pequena profundidade 0,8 a 2,0m, possibilitam a complementação de qualquer outro sistema de tratamento de esgotos, geralmente são instaladas após a lagoa facultativa. Faz a remoção de bactérias e vírus de forma mais eficiente devido à incidência da luz solar, utilizando a luz ultravioleta no processo de desinfecção. Podem atingir um valor alto de eficiência (99,9%) onde o efluente pode ser utilizado para irrigação.
	Lagoas Aeradas Facultativas – Semelhantes a lagoa facultativa convencional, porém dotadas de aeradores mecânicos de superfície, flutuantes ou instalados em colunas de concreto para o suprimento de oxigênio.
4.4.2 Principais ETES Operadas Pela CAERN
· ETE Ponta Negra – Natal-RN
· ETE do Baldo – Natal-RN
· ETE DIN – Extremoz/RN
· ETE Pendências – Pendências-RN
5 Metodologia
	A presente pesquisa é de natureza demonstrativa, uma vez que reúne dados secundários coletados e que permitem traçar um comparativo entre eles, expondo a situação do saneamento no estado do Rio Grande do Norte perante a região Nordeste e em relação ao Brasil.
6 Conclusão
	O desenvolvimento da presente pesquisa, permitiu uma análise sintetizada do conceito de saneamento básico com ênfase no esgotamento sanitário, seus modelos e sistemas e os problemas de saúde que a falta de saneamento provoca nas populações. A pesquisa possibilitou também, traçar um comparativo através de dados estatísticos sobre a situação do Estado do Rio Grande do Norte com relação a região Nordeste, e destes com o restante do Brasil. Os resultados avaliados estão longe de serem os ideais, mas mostram que quanto mais as operações de saneamento vão avançando, melhores são os impactos positivos em especial na área da saúde, uma vez que os casos de doenças de veiculação hídrica diminuem drasticamente. O Rio Grande do Norte apresenta um atraso no tratamento de esgoto relativo ao Brasil, ficando na 18ª posição com apenas 23,9% de acesso a tratamento de esgoto.
 
REFERÊNCIAS
AZEVEDO NETTO, J. M. Cronologia dos serviços de esgotos, com especial menção ao Brasil. Edição: 33. São Paulo: SABESP, 1959.
BOVOLATO, Luís Eduardo. Saneamento Básico e Saúde. Araguaína: Revista do Curso de História de Araguaína, 2010.
CAERN, A Companhia. <http://portal.caern.com.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=496&ACT=&PAGE=0&PARM=&LBL=A+Caern> acesso em 11 de Set, 2021.
CAERN, Tratamento de Esgoto. <http://portal.caern.com.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=12037&ACT=&PAGE=0&PARM=&LBL=> acesso em 11 de Set, 2021.
DÍAZ, R. R. L.; NUNES, L. R. A evolução do saneamento básico na história e o debate de sua privatização no Brasil. Guanambi: Revista de Direito da Faculdade Guanambi, 2020.
FERREIRA, Mateus de Paula; GARCIA, Mariana Silva Duarte. Saneamento básico: meio ambiente e dignidade humana. Dignidade Re-Vista, [S.l.], v. 2, n. 3, p. 12, july 2017. ISSN 2525-698X. Disponível em: <http://periodicos.puc-rio.br/index.php/dignidaderevista/article/view/393>. Acesso em: 05 de Set, 2021.
FIGUEIREDO, Fabio Fonseca; FERREIRA, Jose Gomes. O saneamento básico no Nordeste e no Rio Grande no Norte: avanços e constrangimentos. <https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/23431> Acesso em: 03 DE Set, 2021.
IBGE, Cidades. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rn/pesquisa/30/0 Acesso em: 05 de Set, 2021.
OMS, Water, Sanitation and Hygiene. https://www.who.int/health-topics/water-sanitation-and-hygiene-wash - Acesso em 02 de Set, 2021.
SIQUEIRA, M. S.; ROSA, R. S.; BORDIN, R.; NUGEM, R. C. Internações por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado na rede pública de saúde da Região metropolitana de Porto Alegre. Rio Grande do Sul, 2010-2014. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 2017.
TRATA BRASIL, O que é saneamento? <https://www.tratabrasil.org.br/saneamento/o-que-e-saneamento> - Acesso em 22 de Ago, 2021.
TRATA BRASIL, Saneamento e Saúde na Região Nordeste.http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-e-saude-na-regiao-nordeste Acesso em 13 de Set, 2021. 
Estimativa da disposição final de RDO* + RPU** no solo - 65,07 milhões de toneladas
Aterro Sanitário	Aterro Controlado	Lixão	0.751	0.12	0.129	
Índice de atendimento total de esgoto
População total atendida 110,3 milhões 
(Média do Brasil 54,1%)
Norte	Nordeste	Centro-Oeste	Sudeste 	Sul	0.123	0.28299999999999997	0.57699999999999996	0.	7950000	0000000004	0.46300000000000002

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