Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PEDAGOGIA METODOLOGIA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTTAL Maria da Conceição Múcio Magali Aparecida Galdino Ré http://unar.info/ead METODOLOGIA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Maria da Conceição Múcio Magali Aparecida Galdino Ré Apresentação Prezados alunos O assunto desta disciplina é a Metodologia do Ensino nos anos iniciais do Ensino Fundamental. São muitas as terminologias de que se lança mão no campo da educação, mas o objetivo é sempre a busca de uma educação de qualidade para nossos jovens e crianças. No decorrer das Unidades, encontraremos os termos, estratégias, métodos, técnicas, prática de ensino, etc., sempre como recursos, para tornar o ensino menos empírico e mais fundamentado em teorias que procuram explicar os processos de construção dos conhecimentos. Este será o nosso rumo: visitaremos as ideias de alguns educadores, de alguns teóricos da aprendizagem, em busca de sugestões de procedimentos que nos ajudem a desempenhar melhor a função de ensinar. Falei alguns porque são tantos, que não se pode pretender uma abordagem completa nessa disciplina de 60 horas. Além do mais, em educação não existe receita pronta para nenhuma situação específica de ensino e a formação do profissional de educação exige aprofundamento e atualização constante. Desse modo, peço a vocês que encarem essa disciplina como um início, uma pequena indagação que instigue a vossa curiosidade para aprofundarem-se nessa aventura de aprender para ensinar. Abraços. Maria da Conceição Múcio Magali Aparecida Galdino Ré PROGRAMA DA DISCIPLINA METODOLOGIA DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Ementa: Estrutura curricular e as metodologias de ensino e aprendizagens dos anos iniciais. A prática educativa das escolas públicas de ensino fundamental, procurando analisá-las no conjunto das determinações mais amplas a que estão submetidas. Numa perspectiva integrada, propor planejamentos didáticos, estudos da legislação, discussões e reflexões da prática docente na formação integral da criança: social, afetivo e o cognitivo. Objetivos • Propiciar conhecimentos sobre metodologias de ensino. • Dotar os alunos de competências e habilidades para seleção e metodologias adequadas ao ensino a ser praticado. • Dotar os alunos de competências e habilidades para um ensino eficaz. Programa da Disciplina Unidade 1- Metodologia de Ensino: Alguns conceitos Unidade 2- A Busca da Autonomia do Aluno Unidade 3- O Plano Dalton Unidade 4- Sistema Winnetka Unidade 5- As Unidades Didáticas de Morrison Unidade 6- Parte I: Os Centros de Interesse – Ovide Decroly Unidade 7- Parte II: Os Centros de Interesse – Ovide Decroly Unidade 8- Método Montessori Unidade 9- Célestin Freinet (1896–1966) Unidade 10- Parte I: Empreendedorismo na Escola Unidade 11- Parte II: Empreendedorismo na Escola Unidade 12- Empreendedorismo: Métodos e Técnicas de Ensino Unidade 13- Parte I: O Pensamento de Vygotsky Unidade 14- Parte II: O Pensamento de Vygotsky Unidade 15- Parte I: Ensino e o Aprendizado Escolar – Piaget Unidade 16- Parte II: Ensino e o Aprendizado Escolar – Piaget Unidade 17 – Parte I: Pensamento e Ação no Magistério Unidade 18 – Parte II: Pensamento e Ação no Magistério Unidade 19 – Um pouco mais sobre Pensamento e Ação no Magistério Unidade 20 - Formar Professores: Prática Reflexiva e Participação Crítica METODOLOGIA Dado o fato de a disciplina ser oferecida na modalidade a distância (EAD), por meio de embasamentos teóricos, procuramos explicitar pressupostos teóricos que embasem a prática docente. AVALIAÇÃO No sistema EAD, a legislação determina que haja avaliação presencial, sem, entretanto, se caracterizar como a única forma possível e recomendada. Na avaliação presencial, todos os alunos estão na mesma condição, em horário e espaço pré-determinados, diferentemente, a avaliação a distância permite que o aluno realize as atividades avaliativas no seu tempo, respeitando-se, obviamente, a necessidade de estabelecimento de prazos. A avaliação terá caráter processual e, portanto, contínuo, sendo os seguintes instrumentos utilizados para a verificação da aprendizagem: 1) Trabalhos individuais ou a partir da interatividade com seus pares; 2) Provas bimestrais realizadas presencialmente; 3) Trabalhos de pesquisa bibliográfica. As estratégias de recuperação incluirão: Retomada eventual dos conteúdos abordados nos módulos, quando não satisfatoriamente dominados pelo aluno. Bibliografia Básica ALVES, N. (org.). Formação de professores: pensar e fazer. São Paulo: Cortez, 1996 BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96. ______. Ministério da Educação/Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais para a formação de professores. Brasília: A Secretaria, 1999. ______. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. DEMO, P. Política social, educação e cidadania. Campinas: Papirus, 2001. OLIVEIRA, A de. Estrutura da educação escolar. São Paulo: Unibra, 1998. Bibliografica Complementar BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 806/90. São Paulo: CBIA-SP, 1991. CASTORINA, J. A. et AL. Piaget-Wygotsky: novas contribuições para o debate. São Paulo: Ática, 2008. ELIAS, M. D. C.. Pensamentos e Ação no Magistério. São Paulo: Scipione, 2000; GARCIA, W. Administração educacional em crise. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001. LEGRAND, L. – “Célestin Freinet” – Ed. Massangana, Brasília: Coletânea Educadores – MEC, 2010. MARQUES, M. O. A formação do profissional da educação. Ijuí: INIJUÍ, 1992. NÉRICI, G. I. Metodologia do Ensino. São Paulo: Atlas, 1992. NÓVOA, A. Os professores e sua formação. Lisboa: Nova Enciclopédia, 1995. PERRENOUD, P. A profissionalização dos formadores de professores. Porto Alegre: Artmed Editora, 2003 SÁ, A. L. Ética profissional. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2000. SAVIANI, D. Educação Brasileira: estrutura e sistema. 8. ed. Campinas: Autores Associados, 2000. http://www.unige.ch/fapse/SSE/groups/life/livres/alpha/A/Altet+alii_2003_A.html UNIDADE 1 - METODOLOGIA DE ENSINO: ALGUNS CONCEITOS CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivos: Explicitar os conceitos de metodologia de Ensino Propiciar conhecimentos sobre métodos e técnicas de ensino Através das normas de ação e da metodologia do ensino é que se perseguirão os objetivos da educação. A palavra método vem do latim methodus, que por sua vez, tem origem nas palavras gregas meta (meta) e hodos (caminho). Logo, método quer dizer caminho para se chegar a determinado lugar. Didaticamente, método quer dizer caminho para se alcançar os objetivos estipulados em um planejamento de ensino. A palavra técnica é a substantivação do adjetivo técnico, cuja origem, por intermédio do grego, está na palavra technicu, e, por via do latim, na palavra technicus, que quer dizer relativo à arte ou conjunto de processos de uma arte ou de uma fabricação. Simplificando, técnica quer dizer: como fazer algo. BUSCANDO CONHECIMENTO Método indica o caminho e técnica mostra como percorrê-lo. Método e técnica representam a maneira de conduzir o pensamento e as ações para se atingir meta pré-estabelecida. Representam a disciplina do pensamento e das ações, para se obter maior eficiência no que se deseja realizar, pois pensar ou agir sem determinada ordem, quase sempre resulta em perda de tempo, de esforço, quando não, também de material. O processo educativo, para chegar a bom termo quanto aos seus objetivos, tem de desenvolver-se metodologicamente. Metodologia do ensino, pois, nada mais é do que o conjunto de procedimentos didáticos, expressos pelos métodos e técnicas de ensino, que visam levar a bom termo a ação didática, que é alcançar os objetivos de ensino e, consequentemente, os da educação, com o mínimo de esforço eo máximo de rendimento. A metodologia do ensino deve conduzir o educando a autoeducação, à autonomia, à emancipação intelectual. A metodologia didática tem por objetivo dirigir a aprendizagem do educando, para que este incorpore em seu comportamento normas, atitudes e valores que o tornem um autêntico cidadão participante e voltado para o crescente respeito ao próprio Homem. O educando, apesar de toda a liberdade que deve gozar para sua plena realização, terá de ser orientado para metas consideradas válidas para ele e para a sociedade. BUSCANDO CONHECIMENTO Métodos e Técnicas de Ensino A metodologia didática procura apresentar estruturações de passos de atividades didáticas que orientem adequadamente a aprendizagem, segundo as circunstâncias e o nível de maturidade do educando. Não se fará diferenciação substancial entre método e técnica didática, porque ambos se encontram muito próximos, sendo seu objetivo comum levar o educando a seguir um esquema para maior eficiência de aprendizagem. A única diferenciação entre método e técnica que pode ser utilizada pela metodologia didática é: método é um procedimento geral, baseado em princípios lógicos, que pode ser comum a varias ciências; técnica é um meio especifico usado em determinada ciência ou em um aspecto particular desta. Exemplo: o método dedutivo é usado tanto na Lógica como na Matemática ou na Física Teórica, ao passo que as técnicas de observação, usadas na Psicologia Social, são mais específicas desta ciência. O método se caracteriza por um conjunto de passos, que vai da apresentação da matéria à verificação da aprendizagem. Considera-se a técnica como procedimento didático destinado a ajudar a realizar uma parte da aprendizagem a qual se propõe o método. Assim, um método de ensino pode fazer uso, no conjunto de suas ações, de uma série de técnicas. Tentando uma diferenciação mais precisa, pode-se dizer o seguinte, a respeito do método didático e da técnica didática: a) Método didático: é o conjunto de procedimentos escolares, lógica e psicologicamente estruturados, de que se vale o professor para orientar a aprendizagem do educando, a fim de que este elabore conhecimentos, adquira técnicas ou assuma atitudes e ideias. b) Técnicas didáticas: procedimento escolar lógica e psicologicamente estruturado, destinado a dirigir a aprendizagem do educando em um setor limitado da fase de estudo de um conteúdo, como na apresentação, elaboração, síntese ou crítica. Em outras palavras, técnica didática é o recurso particular de que se vale o professor para a efetivação dos propósitos do método. O método se efetiva por meio das técnicas. É preciso esclarecer, no entanto, que quase todos os métodos de ensino podem assumir o papel de técnica, quase todas as técnicas de ensino podem assumir o papel de método, dependendo da amplitude que assumem no processo de aprendizagem. Por exemplo, se a exposição é usada para o estudo de um tema ou unidade, pode-se dizer que foi empregado o método expositivo; mas se ela é empregada em dado momento de uma discussão ou demonstração, pode-se dizer que foi utilizada a técnica expositiva. Todo método ou técnica de ensino, fundamentalmente, deve efetivar-se por meio da atividade do educando, fazendo com que este seja agente da sua própria aprendizagem e não um simples receptor de dados e de normas elaborados por outrem. Assim, métodos e técnicas de ensino devem conduzir o educando a observar, criticar, pesquisar, julgar, concluir, correlacionar, diferenciar, sintetizar, conceituar, refletir. UNIDADE 2 - A BUSCA DA AUTONOMIA DO ALUNO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Explicitar o esquema do ciclo docente. BUSCANDO CONHECIMENTO Todo método de ensino tem de acompanhar o esquema de desenvolvimento de um ciclo docente que se compõe de: Planejamento: seleção do conteúdo a ser estudado, que pode ser feita somente pelo professor, ou discutida e selecionada por professor-aluno. Execução: compreende a motivação, a apresentação do conteúdo, o estudo propriamente dito. Consiste na elaboração de trabalhos, discussões, exercícios para fixação e aplicação do conteúdo estudado. Avaliação: uso de provas ou quaisquer outros recursos, que permitam ao professor providenciar reajustes, no conteúdo ou no método, para retificação da aprendizagem e recuperação imediata dos alunos. Todo e qualquer método ou técnica de ensino deve visar à autonomia do aluno em relação ao professor, de maneira que possa orientar-se por si mesmo em futuros estudos e participação na sociedade. Podem ser sugeridos três tipos de métodos que auxiliam o aluno no seu processo de independência intelectual: estudo dirigido, estudo supervisionado e estudo livre. Estudo Dirigido: o professor fornece ao aluno os métodos e técnicas para que ele desenvolva sua aprendizagem. Estudo Supervisionado: pressupõe uma mínima interferência do professor, ou seja, apenas quando é solicitado. Estudo Livre: o aluno tem a liberdade de escolher estudos e tarefas (dentro do conteúdo curricular) segundo sua própria motivação. BUSCANDO CONHECIMENTO Recomendações Metodológicas Os métodos de ensino têm como objetivo: 1- Fazer com que o educando participe ativamente nos trabalhos escolares; 2- Orientar os estudos, de maneira que o educando pesquise e elabore conhecimentos; 3- Dar um sentido de motivação à apresentação da matéria; 4- Realizar trabalho para assimilação do conteúdo, pois muitos conteúdos escolares se perdem porque terminam com a apresentação feita pelo professor que passa a outro tema ou unidade, sem que a anterior tenha sido assimilada por todos os alunos; 5- Levar o educando a refletir em todas as fases da aprendizagem; 6- Sempre que possível, orientar o educando para a observação, a coleta de dados e a pesquisa; 7- Propiciar, sempre que possível, trabalhos em grupo, uma vez que esta atividade é excelente para o processo de interação entre os alunos. 8- Realizar, no final do estudo de um conteúdo ou de uma unidade, verificação de aprendizagem, mas é bom lembrar que deveria ser uma atitude constante do professor preocupar-se com a verificação da aprendizagem. O professor deve desenvolver uma ação didática obediente ao seguinte trinômio: ensinar, verificar e retificar; 9- Respeitar as características do pensamento: a) síncrese (apresentação); b) análise ( elaboração); c) síntese (integração); d) crítica (apreciação); 10- Acionar as estruturas cognitivas do educando mediante uma situação problemática, para que observe, tente, experimente, compare, discrimine, caracterize, identifique, selecione e conclua. A realidade do educando e o método de ensino Os métodos de ensino assumem três direções, dando origem a três grupos bem diferenciados em suas intenções e no atendimento às diferenças individuais do educando. Estes grupos são: os métodos de ensino coletivo, de estudo em grupo e ensino individualizado. Vejamos, agora, quais são os principais métodos de ensino coletivo: expositivo, de arguições, de leitura, de aulas, de problemas, de estudo dirigido em sua versão individual. O segundo grupo, os métodos de ensino ou estudo em grupo, fundamentado nos estudos de Kurt Lewin sobre dinâmica de grupo, enfatizam a sociabilização do educando e as atitudes de cooperação. Tem a vantagem de desenvolver, dentro de pequenos grupos, estímulo para que os menos dotados se esforcem para acompanhar o ritmo dos colegas, favorecendo, assim, o seu processo de aprendizagem. Os principais métodos de ensino ou de estudo em grupo são: discussão, debate, painel, simpósio, comissões, entrevista, seminário, mesa redonda, estudo dirigido em sua forma grupal. O terceiro grupo, os métodos de ensino individualizado, enfatizam as características e possibilidades individuais do educando, respeitando-seo ritmo e permitindo a variabilidade de tempo para a execução dos trabalhos propostos. São aspectos a serem considerados nos métodos individualizados: a) Atenção ao ritmo de aprendizagem de cada educando; b) Pesquisa quanto às reais possibilidades do educando para executar a tarefa proposta; c) Oferta de alternativas de conteúdo; d) Opções quanto ao local de estudo; e) Metodologia variada, adaptável a cada educando; f) Avaliação individualizada, a fim de poder comparar o educando consigo mesmo. Os principais métodos de ensino individualizado são: tarefas dirigidas, trabalhos individualizados, fichas de estudo, ensino por módulos instrucionais, instrução programada, instrução personalizada, livre escolha, estudo livre. UNIDADE 3 – O PLANO DALTON CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre o Plano Dalton. ESTUDANDO E REFLETINDO Os métodos e técnicas de ensino que serão apresentados são sugestões que podem e devem ser modificadas, com base na experiência e reflexão de cada professor. O que caracteriza a estruturação dos métodos e técnicas que seguem é a intenção de atividades e construção dos conhecimentos por parte do educando. Plano Dalton Este método deve-se a Helen Parkhurst, que o aplicou na cidade de Dalton, Massachusets. Foi elaborado, inicialmente, para o ensino fundamental, tendo sido adaptado, mais tarde, para o ensino médio e, mais recentemente, para o ensino superior. O plano baseia-se na atividade, individualidade e liberdade, sendo que seu objetivo principal é desenvolver a intelectualidade. Cultiva também a iniciativa, uma vez que deixa ao educando a oportunidade de escolher os trabalhos e os momentos de realizá-los. Para o Plano Dalton, o importante é o plano de trabalho constituído pelas “assinaturas”. O professor prepara cuidadosamente as “assinaturas” e as distribui por dez contratos correspondentes a dez meses de atividades, que compreendem todas as disciplinas do currículo. Cada contrato mensal encontra-se subdividido, por sua vez, em semanas. Os temas de estudo são preparados em três níveis de dificuldades (máximo, médio e mínimo), sendo que o educando escolhe o nível que mais lhe convier. Assim, por exemplo, ele poderá escolher o nível máximo em História, o médio em Matemática e o mínimo em Ciências. O tempo de estudo para cada tarefa é determinado em função da dificuldade da mesma. É um método ativo de ensino, que dá ênfase ao trabalho individual do estudante e permite a um só professor atender a um grande numero de estudantes. BUSCANDO CONHECIMENTO No Plano Dalton, as salas de aula são substituídas por laboratórios (local onde os estudantes vão trabalhar e elaborar o seu próprio conhecimento) e as aulas, por folhas de estudo, contendo todas as indicações para executar uma tarefa no laboratório. É preciso esclarecer que cada laboratório (um por disciplina) deve estar equipado com todo o material didático necessário para a execução das folhas de estudo. As folhas de estudo assemelham-se às tarefas dirigidas. O estudante, dentro de cada disciplina, escolhe a tarefa que quer executar e, para isso, recebe a folha de estudo correspondente, não podendo passar para outra tarefa sem que antes tenha vencido a anteriormente escolhida. Caso não consiga vencê-la, então, o professor orienta a escolha do estudante para outra mais adequada ao seu nível de preparo. Assim, as folhas de estudo cobrem todas as unidades dos programas das disciplinas que constituem o currículo, com indicações para que o próprio estudante as execute, sem auxilio do professor. As folhas contem todas as indicações, como referências bibliográficas, de laboratórios, de centros de prática educacional ou de pesquisa que possam fornecer subsídios para a tarefa a executar, bem como de onde possa realizar práticas e fazer observações e experiências. O professor funciona como “chefe de laboratório”, estando sempre à disposição dos estudantes para esclarecimentos, acerto de novas tarefas, comentários sobre tarefas executadas ou fracassadas, etc. Ele dirá também, se os estudantes podem ou não ir adiante, em face dos resultados alcançados nas tarefas executadas. Outra função do professor, neste método, é redigir as folhas de estudo que cubram todo o seu programa, e melhorá-las segundo os resultados obtidos. Outras particularidades do plano são: 1- Conferência: uma pela manhã, que o professor mantém com os alunos para organizar os trabalhos do dia, e outras, se fizerem necessárias, para grupos de alunos que estão estudando o mesmo assunto ou sentindo as mesmas dificuldades. 2- Boletim mural: para o professor passar outras instruções, além das tratadas na conferência matinal. 3- Folha-tarefa: é o documento essencial do plano, contendo explicações sobre unidades-trabalho a realizar, exercícios e indicações de fontes de consulta. UNIDADE 4 - SISTEMA WINNETKA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre o Sistema Winnetka. ESTUDANDO E REFLETINDO O sistema Winnetka substitui os livros-texto por livros de tarefas ou de trabalho, lembrando muito o ensino programado. Os livros formados por folhas de trabalho e com todas as indicações de estudo, contém elementos que permitem uma autocorreção, a fim de que o próprio estudante vá controlando os resultados de seus esforços. Assim, o estudante recebe material para uma autoinstrução e autocorreção. (NÉRICI, 1992, P. 52) O professor pode atender a muitos alunos, e suas funções compreendem: 1. Escrever os livros de trabalho; 2. Supervisionar os estudos de seus alunos; 3. Recolher dados para melhorar a programação e livros de trabalho. No final do estudo de cada unidade, o estudante é submetido a testes de controle da aprendizagem, para o professor saber se ele deve prosseguir, repetir ou retroceder nos temas de seus estudos, ou, ainda, se precisam fazer outros estudos para superar deficiências constatadas. O programa de atividades da técnica Winnetka está dividido em duas partes que compreendem: noções comuns e essenciais, como história, geografia, matemática, língua pátria, etc.; atividades coletivas e criadoras, como desenho, música, oportunidades de discussões, debates, etc. As noções comuns e essenciais são assim desenvolvidas: 1) divisão do programa das disciplinas em pequenas unidades de trabalho que devem ser efetuadas individualmente; 2) testes de diagnóstico: tem a função de saber quais são os conhecimentos do aluno sobre o que vai ser estudado; 3) verificação da aprendizagem, para acompanhar o progresso do aluno; 4) material de autoinstrução e autocorreção que permite ao educando trabalhar sozinho e ir verificando o rendimento de seu trabalho. BUSCANDO CONHECIMENTO Nas atividades coletivas e criadoras, os alunos são agrupados de acordo com a fase de aprendizagem em que se encontram e, embora formem classes, cada aluno conserva sua liberdade quanto ao nível de estudos. Assim, um educando pode ser promovido em uma disciplina e não em outra, continuando, no entanto, na mesma classe, somente que efetuando exercícios de níveis diferentes. Nas séries, há níveis de adiantamento e a promoção de um nível para outro pode efetuar-se em qualquer fase do ano letivo, desde que para isso o educando esteja capacitado. A prática escolar propriamente dita se desenvolve da seguinte forma: a) Cada disciplina está dividida em unidades que deverão ser estudadas individualmente. Estes estudos, no entanto, vão-se processando, conforme o ritmo de cada educando; b) As atividades escolares desenvolvem-se em dois períodos: o da manhã e o da tarde. O período da manhã destina-se ao estudo individual, com base em material de autoinstrução e de autocorreção. O períododa tarde destina-se a atividade em grupo, com discussões, atividades musicais, http://www.google.com.br/url?url=http://educardomquixote.blogspot.com/p/e-bom-saber.html&rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ei=KOsEVM_XOM2gyATEy4D4BA&ved=0CDoQ9QEwEjgo&usg=AFQjCNFRvwXOa49rQGuyiOnIH2-1as1sEw plásticas e literárias, trabalhos manuais, representações teatrais, jogos e participação na direção da escola. Visa-se, com esta dupla forma de atividades escolares, a desenvolver a personalidade do educando em dois sentidos: o de incentivo à iniciativa pessoal e o de cooperação com seus semelhantes. UNIDADE 5 - AS UNIDADES DIDÁTICAS DE MORRISON CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Explicitar os pressupostos de Morrison. ESTUDANDO E REFLETINDO Os alunos recebem uma visão de conjunto da unidade, passando, depois, a estudá-la em suas partes lógicas, denominadas subunidades, após o que se realiza uma prova de verificação da aprendizagem, seguida de retificações, quando se fizerem necessárias. As unidades podem ser fundamentalmente, unidades de matérias e unidades de experiência, conforme se explicita abaixo. Unidade de matéria é o estudo de uma parte de matéria, no sentido conceituado por Morrison. Unidade de experiência é o estudo de uma situação ou de uma experiência do educando, em que participa mais de uma disciplina. Presta-se para um trabalho de fusão das disciplinas ou de integração das mesmas. O estudo com base em unidades baseia-se no gestaltismo, experimentalismo e funcionalismo. No gestaltismo, porque o tema é estudado no seu todo, mesmo quando é focalizado por uma ou mais disciplinas; no experimentalismo, porque o educando é elevado a “aprender fazendo”, a ter a sua experiência a respeito do tema estudado e, no funcionalismo, porque a intenção maior do estudo de cada unidade é levar o educando a melhor adaptar-se ao seu meio. BUSCANDO CONHECIMENTO O método das Unidades Didáticas se desenvolve em cinco fases: exploração, apresentação, assimilação, organização e recitação. 1- Fase da Exploração: O professor faz uma sondagem sobre os conhecimentos dos alunos a respeito do assunto a estudar. Para isso pode usar interrogatórios ou testes de sondagem. Nesta sondagem, é que o professor organiza os trabalhos de estudos dos alunos; 2- Fase de Apresentação: De posse dos dados colhidos na sondagem, o professor faz uma exposição do assunto. Diz Morrisson: “Este passo é a oportunidade do professor para o ensino direto e efetivo”. “Quando se completar a apresentação, deve ter-se estabelecido a motivação da nova unidade; usando uma linguagem de comércio, deve ter sido ‘vendida à classe’ e esta deve guardar uma atitude inteligente para com a nova unidade, que servirá como ponto de partida para atividades de estudo.” 3- Fase de Assimilação: O aluno vai ampliar o que o professor apresentou, através de estudo dirigido, de pesquisa, de experiência, segundo a natureza da disciplina em estudo. Morrisson diz, com relação ao professor, nesta fase: “O professor deve ser um persistente e hábil providenciador de novos e melhores materiais de pesquisa, inspetor e diretor de estudos e permanente estudante das dificuldades dos alunos para corrigi-los”. No final desta fase, é feita uma prova de verificação da aprendizagem, para o professor avaliar se os elementos fundamentais da unidade foram assimilados. Esta é a mais longa das fases, devendo ocupar 60 a 80% do tempo destinado a toda unidade. Finalmente, será realizada uma prova de avaliação com atribuição de notas. Caso os resultados não sejam satisfatórios será providenciada outra fase de assimilação, seguida de outra avaliação; isto até os resultados serem considerados satisfatórios. 4- Fase de Organização: Esta fase destina-se a um trabalho de integração e fixação da aprendizagem e de distinção entre o essencial e o acessório. Os alunos providenciam resumos, esquemas, quadros sinóticos e sínteses, da unidade estudada. Morrisson recomenda que esta síntese ou organização se faça sem auxilio de anotações ou de livros e que o resumo deve ser claro e compreensível. Esta fase deve ter início quando o professor se convencer de que houve satisfatória assimilação do estudo da unidade. Diz Morrisson a respeito: “A organização não é prova de verificação da aprendizagem, senão indiretamente em sentido subsidiário. É sem duvida, uma das principais oportunidades de exercitar o aluno na coerência intelectual.” 5- Fase da Recitação: Destina-se a exercitar a expressão oral e escrita dos alunos. Alguns alunos farão apresentação oral da unidade, por rodízio, e os que não o fizerem oralmente, fá-lo-ão por escrito. Após a exposição, o aluno deverá responder a interpelações dos colegas a respeito do assunto. Este trabalho não deve ser um simples repetir ou recitar, como poderia sugerir o título desta fase, mas os expositores devem manifestar suas críticas e pontos de vista pessoais a respeito do tema em foco. Aqui também não há notas a dar, mas tão somente apreciação dos trabalhos apresentados. A Profª. Irene Estevão de Oliveira, da Fundação Getúlio Vargas, realizou um trabalho de adaptação do método das unidades didáticas às peculiaridades da escola e dos alunos brasileiros, conservando, no entanto, todo o espírito do criador do método. UNIDADE 6 – PARTE I: OS CENTROS DE INTERESSE - OVIDE DECROLY CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre os pressupostos desenvolvidos por Ovide Decroly ESTUDANDO E REFLETINDO Em 1907, fundou a École de l’Ermitage, em Bruxelas, para crianças consideradas "normais". A escola, que se tornou célebre em toda a Europa, serviu de espaço de experimentação para o próprio Decroly. A partir de então, viajou pela Europa e pela América, fazendo contatos com diversos educadores, entre eles o norte-americano John Dewey (1859-1952). Decroly escreveu mais de 400 livros, mas nunca sistematizou seu método por escrito, por julgá-lo em construção permanente. Morreu em 1932, em Uccle, na região de Bruxelas. Entre os pensadores da educação que, na virada do século XIX para o XX contestaram o modelo de escola que existia até então e propôs uma nova concepção de ensino, o belga Ovide Decroly foi provavelmente o mais combativo. Por ter sido, na infância, um estudante indisciplinado, que não se adaptava ao autoritarismo da sala de aula nem do próprio pai, Decroly dedicou-se apaixonadamente a experimentar uma escola centrada no aluno e não no professor e que preparasse as crianças para viver em sociedade, em vez de simplesmente fornecer a elas conhecimentos destinados à sua formação profissional. Decroly foi um dos precursores dos métodos ativos, fundamentados na possibilidade de o aluno conduzir o próprio aprendizado e, assim, aprender a aprender. Alguns de seus pensamentos estão bem vivos nas salas de aula e coincidem com propostas pedagógicas difundidas atualmente. É o caso da ideia de globalização de conhecimentos – que inclui o chamado método global de alfabetização – e dos centros de interesse. O princípio de globalização de Decroly se baseia na ideia de que as crianças apreendem o mundo com base em uma visão do todo, que, posteriormente, pode se organizar em partes, ou seja, que vai do caos à ordem. O modo mais adequado de aprender a ler, portanto, teria seu início nas atividades de associação de significados, de discursos completos e não do conhecimento isolado de sílabas e letras. “Decroly lança a ideia do caráter global da vida intelectual, o princípio de que um conhecimento evoca outro e assim sucessivamente”, diz Marisa Del Cioppo Elias, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Os centros de interesse são grupos de aprendizado organizados segundo faixas de idade dos estudantes. Eles também foram concebidoscom base nas etapas da evolução neurológica infantil e na convicção de que as crianças entram nas escolas dotadas de condições biológicas suficientes para procurar e desenvolver os conhecimentos de seu interesse. “A criança tem espírito de observação; basta não matá-lo”, escreveu Decroly. BUSCANDO CONHECIMENTO Necessidade e Interesse O conceito de interesse é fundamental no pensamento de Decroly. Segundo ele, a necessidade gera o interesse e só este leva ao conhecimento. Fortemente influenciado pelas ideias sobre a natureza intrínseca do ser humano, preconizadas por Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), Decroly atribuía às necessidades básicas a determinação da vida intelectual. Para ele, as quatro necessidades humanas principais são: comer, abrigar-se, defender- se e produzir. A trajetória intelectual e profissional de Decroly se assemelha à da contemporânea Maria Montessori (1870-1952). Como a italiana, o educador belga se formou em medicina. Encaminhando- se para a neurologia, também como ela trabalhou com deficientes mentais, criou métodos baseados na observação e aplicou-os à educação de crianças consideradas “normais”. Ambos acreditavam que o ensino deveria se aproveitar das aptidões naturais de cada faixa etária. Mas, ao contrário de Montessori, cujo método previa o atendimento individual na sala de aula, Decroly preferia o trabalho em grupos, uma vez que a escola, para ele, deveria preparar para o convívio em sociedade. Outra diferença é que a escola montessoriana recebe as crianças em ambientes preparados para tornar produtivos os impulsos naturais dos alunos, enquanto a escola-oficina de Decroly trabalha com elementos reais, saídos do dia a dia. Os métodos e as atividades propostos pelo educador têm por objetivo, fundamentalmente, desenvolver três atributos: a observação, a associação e a expressão. A observação é compreendida como uma atitude constante no processo educativo. A associação permite que o conhecimento adquirido pela observação seja entendido em termos de tempo e de espaço. E a expressão faz com que a criança externe e compartilhe o que aprendeu. UNIDADE 7 - PARTE II: OS CENTROS DE INTERESSE-OVIDE DECROLY CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre os pressupostos desenvolvidos por Ovide Decroly. ESTUDANDO E REFLETINDO Linguagens Múltiplas No campo da expressão, Decroly dedicou cuidadosa atenção à questão da linguagem. Para ele, não só a palavra é meio de expressão, mas também, entre outros, o corpo, o desenho, a construção e a arte. Com a ampliação do conceito de linguagem, que a linguística viria a corroborar, Decroly pretendia dissociar a ideia de inteligência da capacidade de dominar a linguagem convencional, valorizando expressões “concretas” como os trabalhos manuais, os esportes e os desenhos. Escolas que são oficinas A marca principal da escola decroliana são os centros de interesse, nos quais os alunos escolhem o que querem aprender. São eles também que constroem o próprio currículo, segundo sua curiosidade e sem a separação tradicional entre as disciplinas. “Hoje se fala tanto em interdisciplinaridade e projetos didáticos. Isso nada mais é do que os centros de interesse”, diz a professora Marisa del Cioppo Elias. Os planos de estudo dos centros de interesse podem surgir, entre as crianças menores, das questões mais corriqueiras. Para pensar Decroly ficou chocado com a realidade que conheceu ao trabalhar com deficientes – a maioria recém-saída de uma experiência de marginalização e fracasso nas escolas públicas. O médico equiparava parte dos institutos de educação dos bairros pobres a hospícios e casas de correção para delinquentes. Decroly concebia as relações dentro da escola como uma sociedade em miniatura. Elas teriam função preventiva, de garantir formação intelectual, física e moral sólida para construir uma vida de cidadão. Essa formação deveria ser conduzida pelas próprias crianças desde os primeiros anos de escola. E você, o que acha? A melhor forma de a escola se organizar é mesmo por meio dos interesses dos alunos? BUSCANDO CONHECIMENTO Ovide Decroly Segundo Ovide Decroly, convém que o trabalho das crianças não seja uma simples cópia; é necessário que seja realmente a expressão de seu pensamento. Decroly não escreveu uma obra fundamental que mostrasse suas ideias educacionais, pois não considerava concluída a sua concepção educacional, no entanto o Método Decroly foi um dos mais revolucionários da história pedagógica. Na sua obra Olive Decroly deixa clara sua ideia de iniciativa e responsabilidade pessoal e social, o respeito à singularidade e o respeito às diferenças. Das suas obras encontram-se: - La fonction de globalisation et l´enseignement , Lamertin, Bruxelles, 1925. http://www.google.com.br/url?url=http://turmadaivonne.blogspot.com/2010/01/henri-wallon-militante-apaixonado-o.html&rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ei=UvIIVI21OsTlsAT8rgE&ved=0CBYQ9QEwAA&usg=AFQjCNEuicwkcnoML1k_tE7ciqDRtnvtsg - Études de psychogenèse, Lamartin, bruxaelles,1932. Entre outros,Decroly escreveu mais de 400 livros. Morreu em 1932, em Uccle, na região de Bruxelas. UNIDADE 8 - MÉTODO MONTESSORI CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre o Método Montessori. ESTUDANDO E REFLETINDO O método Montessori foi concebido pela educadora italiana, Maria Montessori, nascida em 1870, em Chiaravalle, no norte da Itália, filha de um casal de classe média. Desde pequena, interessou-se pelas ciências e decidiu enfrentar a resistência do pai e de todos à sua volta para estudar medicina na Universidade de Roma. Direcionou a carreira para psiquiatria e, logo, interessou-se por crianças com retardo mental, o que mudaria sua vida e a história da educação. Ela percebeu que aqueles meninos e meninas proscritos da sociedade, por serem considerados ineducáveis, respondiam com rapidez e entusiasmo aos estímulos para realizar trabalhos domésticos, exercitando as habilidades motoras e experimentando autonomia. Em pouco tempo, a atividade combinada de observação, prática e pesquisa acadêmica levou-a a experiências com as crianças ditas normais. Montessori graduou-se em pedagogia, antropologia e psicologia e pôs suas ideias em prática na primeira Casa dei Bambini (Casa das crianças), aberta numa região pobre no centro de Roma. A esta escola se seguiram outras, em diversos lugares da Itália, e posteriormente, seu trabalho e seu método difundiram-se por vários países. O método Montessori representa o postulado puericêntrico de modo completamente original. Com efeito, na base da pedagogia montessoriana está o que foi chamado “messianismo da criança”, princípio fundamental e inspirador deste método de renovação didática. A criança é qualitativamente distinta do adulto, dotada de energias latentes e sentimentos de amor pelo adulto. A descoberta da criança dotada da capacidade de autodesenvolvimento, desde que lhe seja propiciado ambiente adequado e sem pressões do adulto, constitui o cerne da nova pedagogia, posta em prática pelas escolas montessorianas em quase todos os países. (NÉRICI, 1992, p. 78) Os princípios em que se baseia esta pedagogia são: • Liberdade; • Atividade; • Vitalidade; • Individualidade. BUSCANDO CONHECIMENTO A primeira condição para o seu método está na formação de um ambiente apropriado, onde a criança possa movimentar-se livremente e encontrar os brinquedos e materiais didáticos adaptados a sua inata necessidade de atuar e se exercitar. É desse exercício livre que resulta a formação da individualidade da criança. O movimento, a atividade física, é o veículo pelo qual a inteligência age sobre os objetos do mundo exterior e se desenvolve. Psicologicamente, o métodobaseia-se no associacionismo. O ponto inicial é a educação dos sentidos, por meio de material especializado, como cubos, prismas, ajustamento de sólidos, bastidores para enlaçar, cartões, etc. Além do material didático, o método recomenda exercícios físicos e rítmicos, para a criança aumentar o domínio sobre si mesma. Para aumentar sua capacidade de atenção e percepção auditiva, Montessori criou a aula do silêncio, na qual todos se esforçam para suprimir ruídos ou movimentos inúteis, a fim de atenderem somente à voz do professor que deve se manifestar baixinho. Para a educação do movimento, há o exercício da linha. Consiste em uma elíptica desenhada no solo, sobre a qual as crianças caminharão ao som de um piano. Os exercícios de vida prática constituem o centro da educação motriz e se referem aos cuidados da pessoa consigo e com o ambiente. Assim, as crianças aprendem a vestir-se, tirar a roupa, lavar-se, tirar manchas, limpar objetos, recolher objetos caídos, preparar e tirar a mesa, etc. Praticam, também, jardinagem, trabalho de campo, cuidados com animais, etc. Ao lado dessas atividades livres, as crianças realizam exercícios sistemáticos, com base no material de desenvolvimento, que atendem à educação dos sentidos e da inteligência, preparando-as para o aprendizado da leitura, escrita e cálculo. Esses materiais são: a) Sólidos de encaixe: exercitam a observação e comparação de coisas; b) Material para exercitação do tato e do sentido de pressão: pranchas rugosas e lisas, papeis lisos e rugosos, tecidos e tabletes do mesmo tamanho, porem de pesos diferentes; c) Exercícios para o sentido cromático: feitos por meio de quadros recobertos com fios de seda de cores diferentes; d) Planos encaixáveis: para diferenciação de figuras geométricas planas; e) Sólidos geométricos: para o desenvolvimento do sentido esterognóstico (forma, consistência e temperatura); f) Caixas para reconhecimentos de diferenças entre ruídos e uma série de campainhas com tons e semitons. O material é usado de acordo com o processo de três tempos, que se desenvolve da seguinte maneira: 1º tempo: associação do nome com a percepção sensorial: “isto é um cubo azul”; 2º tempo: reconhecimento do nome com a percepção sensorial: “o cubo é azul”; 3º tempo: lembrança do nome correspondente a um objeto: “o que é isto?” (um cubo azul). No método Montessori, os trabalhos dos educandos sempre recebem uma mensagem, como “muito bem”, “parabéns”, “venha procurar-me”, etc., de maneira a haver sempre contato afetivo entre professor e educando, para que haja confiança entre ambos. Com isso, o educando se sente mais seguro, e o “errar” não assume as características de pecado, mas caminho para o acerto. UNIDADE 9 - CÉLESTIN FREINET (1988-1966) CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre os pressupostos teóricos desenvolvidos por Freinet. Célestin Freinet nasceu em 15 de outubro de 1896, em Gars (França). Sua infância e adolescência foram à mesma dos camponeses da época, numa região pobre. Pastorear ovelhas era uma atividade que para ele não tinha segredos. Sua esposa, Élise, escreveu: “a experiência pastoril será, para Freinet, um tema constante em sua experiência educadora”. Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, Freinet alistou-se no Exército, e em 1917, foi gravemente ferido. Com o pulmão direito prejudicado, respirava com dificuldade e esse fato ele próprio interpretava como causa parcial do caráter inovador de suas ideias pedagógicas, em que a atividade dos alunos substitui em boa medida, a técnica “giz e cuspe” do professor. ESTUDANDO E REFLETINDO Em 1920, foi nomeado professor numa pequena escola de duas classes em Bar-sur-Loup, lugarejo de 1000 habitantes nos Alpes, região rústica e pitoresca repleta de vales, montanhas sem vegetação, desfiladeiros e algumas plantações de oliveiras. Essa região foi o contexto inicial do trabalho pedagógico de Freinet, dando início a um movimento nacional com artigos seus publicados em vários jornais do país. Participou de congressos internacionais da “Educação Nova”, leu os clássicos da pedagogia contemporânea, preparando-se para um concurso de supervisão primária, no qual foi reprovado. Decidiu, então, afastar-se, definitivamente, não só da pedagogia tradicional, mas também da nova pedagogia (escola nova). Em 1928, Freinet e sua esposa Élise, foram transferidos de Bar-sur-Loup para Saint Paul-de Vence. Entre 1929 e 1933, o casal Freinet aprofundou e desenvolveu o movimento a que deram início, mas Saint-Paul-de-Vence não era Bar-sur-Loup. Vence era um centro turístico florescente e a presença de dois professores comunistas era cada vez menos tolerada. Além disso, o que realmente incomodava eram os textos que os seus alunos escreviam com espontaneidade, criticando, abertamente, as figuras ilustres da cidade. O casal Freinet foi mandado, novamente para Bar-sur-Loup. Não aceitou a transferência. Pediram demissão e, a partir daquele momento, foi-se consagrar integralmente à Cooperativa de Ensino Laico, que se tornou uma verdadeira empresa de produção de material didático e de publicações de documentos sobre educação. Nasceu assim a ideia de uma escola livre e experimental. Em 1934 e 1935, Freinet obteve de amigos políticos e da imprensa de esquerda as condições para construir sua própria escola, em Vence. Anos de 1939-1940. A Segunda Guerra Mundial eclodiu. Freinet, conhecido comunista, foi considerado perigoso, preso e levado para um campo de concentração e depois libertado. Em 1950, Freinet foi expulso do Partido Comunista por não concordar mais com suas políticas. Sua juventude, transcorrida entre os camponeses da Alta Provença, influenciou fortemente sua maneira intuitiva e concreta de pensar a educação. As inovações pedagógicas que introduziu foram pensadas como uma atividade concreta, vivenciada como “técnicas de vida” a serviço da libertação dos homens. BUSCANDO CONHECIMENTO A originalidade das “Técnicas de Freinet” A necessidade imperiosa, experimentada física e psicologicamente, de sair da sala de aula em busca da vida existente no entorno mais próximo, o campo, e em contato com a natureza e a prática artesanal, origina a aula-passeio, com finalidade de observar o ambiente natural e humano. De volta à sala de aula, recolhem-se dessa observação os reflexos orais, tendo em vista a criação de textos, que serão corrigidos, enriquecidos e constituirão a base para a aprendizagem das habilidades básicas tradicionais, necessárias ao aperfeiçoamento da comunicação. Até aqui não há nada de novo com relação ao estudo do entorno preconizado por Decroly. Mas Freinet recusa-se a seguir Decroly até o fim. As orientações teóricas de Decroly das etapas psicológicas vinculadas às grandes funções vitais que norteiam a organização sistemática do estudo do meio: alimentação, proteção contra intempéries, defesa contra os perigos, solidariedade humana, parecem, para Freinet, impedir que venham à tona os verdadeiros interesses da criança. Pensava ele que o estudo do entorno só faz sentido realmente quando há também um esforço para agir sobre ele e transformá-lo (VUILLET, 1962). Freinet ampliou e enriqueceu esse estudo, acrescentando duas dimensões: por um lado, deu atenção aos testemunhos individuais dos alunos desejosos de compartilhar com seus colegas acontecimentos importantes, e dai surgiu o texto livre; por outro, surgiu o jornal escolar, a ser distribuído entre as famílias e, sobretudo, a correspondência interescolar, pela qual uma escola comunica às outras o essencial destes testemunhos individuais, escolhidos de forma democrática em sala, e editados coletivamente para sua comunicação. A comunicação, que equivale à socialização, torna-se instrumento por excelência do acesso à escrita. Odesejo de comunicar transformará o estudo do entorno em observação meticulosa, com a finalidade de transmitir algo às pessoas estranhas àquele entorno. Cria-se, então, o meio técnico capaz de viabilizar essa comunicação: a imprensa escolar e a linogravura. Estudo do entorno, imprensa, jornal e correspondência escolares tornar-se-ão instrumentos primordiais de uma revolução pedagógica. As fitas magnéticas, o gravador de rolo, o filme, etc. (recursos da época), e hoje em dia a câmera de vídeo, complementarão, mais tarde, o arsenal técnico dessa comunicação que se torna o objetivo concreto da aprendizagem da escrita e da criação e edição de textos. O aprendizado da matemática sofrerá a mesma transformação radical. Para Freinet, o cálculo deve ser um instrumento de ação sobre as coisas. A aritmética se justifica, não pelo acesso desencarnado aos números e às operações, mas na medida em que serve para medir os campos, pesar os produtos, calcular os preços, os juros devidos ou a se cobrar. Trata-se, portanto, de mergulhar o cálculo escolar na vida do entorno, convertendo-o num cálculo vivo. UNIDADE 10 – PARTE I: EMPREENDORISMO NA ESCOLA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Explicitar a importância do empreendedorismo na escola e sua importância na aprendizagem. ESTUDANDO E REFLETINDO Cabe ao professor desenvolver nos alunos um conjunto de competências que os tornem capazes de tomar decisões, traçar planos e organizar os recursos necessários para chegar ao sucesso. Hoje, muitas escolas estão dando a essa prática um novo sentido, mais voltado ao competitivo mundo do trabalho. A iniciativa tem tudo para dar certo. Muitas das habilidades que os estudantes desenvolvem ao longo da escolaridade são exigidas de um empreendedor ou de um profissional competente. Eles precisam saber superar obstáculos, ter iniciativa, assumir desafios, exigir qualidade, planejar e estabelecer metas. Alunos que tem noções de empreendedorismo aprendem conceitos e conhecimentos que fazem parte do currículo e que mais tarde vai ajudá-los a entrar no mercado de trabalho sem depender das vagas de emprego, cada vez mais escassas. “Bons profissionais e líderes empresariais ou comunitários devem saber calcular riscos e enfrentar frustrações, além de ter autonomia para traçar metas”, afirma Augusto de Franco, coordenador-geral da Agência de Educação para o Desenvolvimento (AED), programa público desenvolvido em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (SEBRAE) e entidades internacionais. Fernando Dolabela, autor de livros sobre empreendedorismo, vê no tema a oportunidade para jovens começarem a perceber a responsabilidade que têm na construção do próprio destino. Para ele, empreender significa acreditar que pessoas e comunidade são capazes de se desenvolver pela cooperação. Empreendedorismo e Educação As relações de trabalho já não são como antigamente, pois aumentaram as exigências quanto ao novo profissional. O mercado altamente competitivo exige cada vez mais profissionais empreendedores e as grandes e rápidas mudanças tecnológicas criam uma defasagem para os novos profissionais, que necessitam de um treinamento constante para atenderem as exigências impostas por este mercado de trabalho. Neste contexto atividades que incitem o empreendedorismo nas escolas, são importantes, destacando-se os métodos e técnicas de ensino e o papel do professor (facilitador). (UDEMO, 2011, p. 4) O modelo de ensino tradicional, voltado para a memorização e a conquista de empregos, esgotou-se, já cumpriu a sua missão. As grandes alterações nas relações de trabalho exigem novas metodologias de ensino, nova atitude do corpo docente e uma interação participativa com o corpo discente. Como o ensino de Empreendedorismo passa necessariamente por todas as pessoas envolvidas no processo ensino-aprendizagem da organização, é necessário que professores e técnicos administrativos se reciclem permanentemente em busca de uma atualização de conceitos, técnicas e metodologias inovadoras. (DAVID, 2000, p. 55) A lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no seu artigo 1º, parágrafo 2º diz: “A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e a prática social”. Educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações – transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional – do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos. (MORAN, 1999, p. 25) A educação é uma forma de intervenção no mundo, mundo este onde o homem vive, age e convive em sociedade, não é um ser isolado, participa de um processo onde influencia e é influenciado pelo grupo, pela sociedade, pela cultura. (FREIRE, 1998, p. 24) A educação é um dos fatores que formam as bases pela qual se constrói um país desenvolvido, oferecendo formação acadêmica abrangente, multidisciplinar e generalista. “O empreendedorismo é o principal fator de desenvolvimento econômico de um país”. Este é o resultado de uma pesquisa efetuada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que reuniu especialistas da Fundação Kauffman, do Babson College de Boston e da London Business Schooll (1999). Essas instituições, nos últimos anos, investigaram as complexas relações entre empreendedorismo e crescimento econômico em 10 países, incluindo o grupo dos sete mais ricos do mundo. Segundo o professor Paul Reynolds (1999), esta pesquisa: “fornece evidências conclusivas de que a principal ação de qualquer governo para promover o crescimento econômico consiste em estimular e apoiar o empreendedorismo, que deve estar no topo das prioridades das políticas públicas”. BUSCANDO CONHECIMENTO Empreendedorismo e Aprendizagem David McClelland, psicólogo da Universidade de Harvard, identificou nos empreendedores de sucesso um elemento psicótico crítico, denominado por ele de “motivação da realização” ou “impulso para melhorar”. Ele coloca que habilidades específicas tais como as técnicas de marketing e finanças são fundamentais, mas as características comportamentais fazem a diferença e, o mais importante, elas podem ser aprendidas e desenvolvidas. Estas características são: busca de oportunidade e iniciativa, persistência, correr riscos calculados, exigências de qualidade e eficiência, comprometimento, busca de informação, estabelecimento de metas, planejamento e monitoramento sistemáticos, persuasão e redes de contato, independência e autoconfiança. Podemos encontrar na literatura, vastíssima gama de autores e teorias sobre aprendizagem como Gagné, Vygotsky, Freire, Piaget e teorias de Gestalt, de Campo, Humanista, Cognitiva, do Condicionamento, entre tantas outras. Destacaremos as etapas de um processo de aprendizagem segundo Mouly e os tipos de aprendizagem definidos por Gagné, por serem conceitos fundamentais na seleção dos métodos e técnicas de ensino para uma abordagem do empreendedorismo. Etapas de aprendizagem: de acordo com Mouly (1973) o processo de aprendizagem compreende sete etapas: 1. Motivação; 2. Objetivos: comportamento orientado para a satisfação de alguma necessidade do indivíduo; 3. Preparação ou prontidão: compreende três fatores principais: a) Fatores fisiológicos: maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema nervoso central, etc.; b) Fatores psicológicos: confiança em sua capacidade de aprender, ausência de conflitos emocionais perturbadores, etc.; c) Experiências anteriores: informações, habilidades e conceitos aprendidos anteriormente; 4. Obstáculos: impulsionam a aprendizagem, poiso indivíduo não consegue responder à situação usando apenas os comportamentos anteriormente aprendidos; 5. Respostas: interpretação da situação, procurando a melhor maneira de vencer o obstáculo; 6. Reforço: quando o indivíduo supera o obstáculo, a resposta que leva à satisfação da necessidade é reforçada e tende a ser repetida; 7. Generalização: consiste em integrar a resposta correta ao repertório de conhecimentos, e vai ser utilizada sempre que for necessária em novas situações. UNIDADE 11 – PARTE II: EMPREENDEDORISMO NA ESCOLA CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Explicitar a importância do empreendedorismo na escola e sua importância na aprendizagem de um tema, tão relacionado ao campo da administração, o qual está cada vez mais presente na escola. ESTUDANDO E REFLETINDO Tipos de aprendizagens Segundo Gagné (1974), “a aprendizagem é uma modificação na disposição ou na capacidade do homem, modificação essa que pode ser anulada e que não pode ser simplesmente atribuída ao processo de crescimento”. Gagné (1974) analisa oito tipos de aprendizagem: 1- Aprendizagem de sinais (associação de estímulos): ter simpatia e antipatias, preferências, medo da água ou das alturas; chorar com facilidade, ruborizar-se e outros comportamentos involuntários pode ser resultado de aprendizagem por sinais, se produzidas por condicionamento respondente. Condicionamento respondente refere-se à aprendizagem de comportamentos que se tornam involuntários, a pessoa responde automaticamente diante de estímulos externos e específicos; 2- Estímulo- resposta (cadeia estímulo-resposta-reforço): a aprendizagem consiste em associar uma resposta a um determinado estímulo; a associação é estabelecida mais facilmente quando a resposta é reforçada, recompensada. Também é chamada de condicionamento operante ou instrumental. 3- Cadeias motoras (várias cadeias motoras estímulo-resposta-reforço seguidas, numa determinada ordem). Nenhum comportamento existe isoladamente. Cada comportamento compõe-se de uma sucessão de comportamentos mais simples: forma-se uma cadeia contínua de estímulos e respostas que para serem aprendidas, devem ser repetidas muitas vezes. 4- Cadeias verbais (associação de palavras, frases, sinônimos, etc.). A memorização torna-se mais eficiente quando associamos as palavras, formando cadeias. Uma palavra funciona como estímulo para a lembrança de outra e, assim, sucessivamente; 5- Aprendizagem de discriminação: consiste em dar respostas diferentes a estímulos semelhantes. Para que isto ocorra é necessário associar cada estímulo a uma resposta especifica e fixar essas associações, por meio de repetições, verificando as semelhanças e as diferenças entre os estímulos. Quanto mais o indivíduo se aperfeiçoa numa área de estudo, tanto mais aprende a discriminar o que estuda; 6- Aprendizagem de conceitos: na aprendizagem de conceitos, acontece o contrário do que ocorre na aprendizagem de discriminação: o individuo aprende a dar uma resposta específica a estímulos diferentes em vários aspectos. O conceito é uma representação mental de uma classe de estímulos pertencentes ao conceito e exclui uma série de estímulos com características não pertencentes ao conceito. A formação de conceitos ocorre em quatro níveis sucessivos: • Nível concreto: reconhece um objeto já visto numa situação anterior; • Nível de identidade: reconhece um objeto ao vê-lo de uma perspectiva diferente ou percebê-lo num aspecto sensorial diferente; • Nível classificatório: inclui inúmeros exemplos na classe do conceito e exclui outros; • Nível formal: a pessoa sabe definir um conceito, fazer uma lista das características dos elementos incluídos no conceito e distingui-lo de outros conceitos. 7- Aprendizagem de princípios: princípio é uma cadeia de dois ou mais conceitos. Para aprender um princípio é necessário ter aprendido previamente os conceitos que o formam; 8- Soluções de problemas: é a forma superior de aprendizagem, pois permite à pessoa enfrentar suas dificuldades mediante a aplicação de princípios conhecidos e aplicáveis à solução do problema que enfrenta. BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos fixar o texto anterior sobre os tipos de aprendizagens de Gagné, e as quais elas se referem. - O condicionamento operante se processa quando a resposta é recompensada. - estímulo-resposta. - A memorização, quando necessária, é facilitada pela associação de palavras. - cadeias verbais - As respostas a diferentes estímulos com características semelhantes acabam por desenvolver uma representação mental destes estímulos, pela inclusão dos estímulos apresentados - aprendizagem de conceitos. - As situações novas que os indivíduos enfrentam, podem ser solucionadas pela aplicação de princípios aprendidos anteriormente - solução de problemas. Para saber mais sobre empreendedorismo, acesse: https://juventude.gov.pt/Emprego/InovaJovensCriativos/Documents/Guiao_Promo cao_Empreendedorismo_escola_DGE.pdf UNIDADE 12 – EMPREENDEDORISMO: MÉTODOS E TÉCNICAS DE ENSINO CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Explicitar os principais métodos e técnicas aplicadas ao empreendedorismo. ESTUDANDO E REFLETINDO Os principais métodos e técnicas de ensino a serem empregados em uma atividade para a aprendizagem do empreendedorismo são: I- Método de Aprender pela Experiência: desenvolve-se através de atividades organizadas por um agente responsável (facilitador), que estabelece e ordena as fases do trabalho, visando facilitar a assimilação pelo aprendiz. Requer repetição dos exercícios e respeita as individualidades. A principal vantagem deste método é a obtenção de resultados rápidos, e a desvantagem é a limitação da criatividade. Pode lançar mão das técnicas de: • Entrevistas: aquisição de informações através de conversas com profissionais mais experientes. • Estágios: trabalhos desenvolvidos para aprender através da prática. II- O Método Conceitual: privilegia a exposição oral, aprofundando os conceitos, fixando o que foi aprendido, além de diminuir a distância entre o comunicador e o participante. Seu sucesso depende da capacidade do comunicador (facilitador) em enriquecer sua apresentação através de recursos disponíveis. Algumas das técnicas do método conceitual são: • Debates: contestação, discussão de um assunto proposto, incentivando a participação; • Aula expositiva do instrutor: transmissão de conhecimento por parte do facilitador (professor), que poderá se valer de vários recursos didáticos para enriquecer a apresentação do conteúdo, tais como: transparências, filmes, impressos, quadro de giz, computadores, slides, etc. • Apresentação em geral: explanação de um conteúdo por um convidado, ou por alunos. III- O Método Simulado: toma por base a criação de situações muito próximas da realidade. A principal vantagem do método é a aproximação entre a situação de aprendizagem e o mundo real. Demanda uma mudança de atitudes, na medida em que desenvolve habilidades manuais, verbais e a comunicação interpessoal. Algumas das técnicas do método simulado são: • Jogos: exercício com regras pré-estabelecidas, que tem por objetivo vivenciar os conceitos e teorias aprendidas. Gramigna (1993) afirma que o “jogo” é um instrumento importante porque por meio dele, as pessoas exercitam autodisciplina, sociabilidade, afetividade, valores morais, espírito de equipe e bom senso. • Dramatização: são simulações da realidade que possibilitam a avaliação de comportamentos e atitudes. • Estudo de casos: estudo de situações reais ou fictícias que exercitam a análise crítica. IV- Método de Aprendizagem Comportamental: baseia-se em técnicas de trabalho em grupo e visa mudança de atitudes. Tem como vantagens: oaumento da sensibilidade através da autopercepção; e o incentivo à criatividade. As técnicas mais usuais deste método são: • Dinâmicas de Grupo: trabalha aspectos comportamentais. Segundo Gonçalves e Perpétuo (1998), “ao confrontar comportamentos, hábitos, valores e conhecimentos, espera-se que os participantes sejam levados a uma avaliação e re-elaboração individual evolutiva, podendo assim potencializar o grupo no aprimoramento da subjetividade e no próprio processo de educação e construção do conhecimento e da prática social”. • Técnicas de vivencia em grupo: utilizadas para impulsionar a ação em determinada direção, dinamizar uma discussão, desenvolver a participação, transmitir informações, clarificar situações, facilitar a mudança de comportamentos e ativar a motivação. As dinâmicas não devem ser aplicadas apenas para criar um modelo novo ou diferente de aprendizagem. Devem ser aplicadas sempre que se percebe nos educandos uma predisposição para aceitar a inovação como resposta à necessidade e ao desejo de se conhecer melhor e de criar o novo. E uma estratégia pedagógica válida, na medida em que se insere num processo, com objetivos claramente delineados. BUSCANDO CONHECIMENTO O Facilitador O facilitador é um condutor de pessoas que, por meio de um conjunto de métodos e técnicas, viabiliza o aprendizado. Ele deve conhecer as peculiaridades da clientela, relacionar-se bem com ela, conhecer os objetivos do curso, o conteúdo e sua progressão, escolher e aplicar os métodos e recursos necessários para a construção do conhecimento e avaliar o processo. Segundo Gramigna (1993) “o facilitador da metodologia participativa, antes de treinar, selecionar e identificar talentos tem por missão proporcionar ao grupo a chance de passar por um processo de aprendizagem e crescimento pessoal. Ele atua como um educador”. Para que isso aconteça, precisa ele próprio ser: criativo; ter ideias novas, viáveis e produtivas; maturidade para negociar conflitos e interesses; possuir espírito de equipe e liderança; ter percepção da relação custo/benefício e foco em resultados; iniciativa; vontade de assumir riscos; agilidade na adaptação a novas situações; disponibilidade e energia para trabalhos árduos. Gramigna (1993) resume o papel do facilitador em cinco itens: a) Atuar como educador; b) Identificar e atuar dentro das necessidades do grupo; c) Reconhecer e proporcionar atividades segundo as fases do grupo; d) Encorajar à ação; e) Reforçar o processo, segundo os passos do Ciclo de Aprendizagem Vivencial. Os alunos devem passar por cinco fases para fechar o Ciclo de Aprendizagem Vivencial. São elas: • Vivência: “fazer, realizar, construir”. • Relato: após a vivência, o facilitador oferece espaço ao grupo para compartilhar sentimentos, reações e emoções. • Processamento: refere-se à oportunidade que tem o grupo de analisar sua atuação e avaliar o resultado obtido. São discutidos os padrões de desempenho e o nível de interação entre os elementos do grupo. • Generalização: após o processamento, o grupo já tem condições de fazer comparações e analogias da situação vivenciada, com uma situação real. • Aplicação: para fechar o ciclo da Aprendizagem Vivencial, é necessário preparar atividades que deem margem à aplicação do que foi vivenciado e discutido. Após identificar falhas, acertos, facilidades e dificuldades, o grupo planeja novas atividades que incluam o uso do que foi aprendido. UNIDADE 13 – PARTE I: O PENSAMENTO DE VYGOTSKY CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre Vygotsky ESTUDANDO E REFLETINDO Para a discussão do pensamento de Vygotsky, enquanto referencial teórico que pode fundamentar uma determinada concepção sobre a prática pedagógica e sobre a atuação docente, duas questões tornam-se necessárias: 1) que a ideia da “aplicação” de teorias é uma ideia que tende a ser vista de forma diversa pelos construtores de teorias e pelos seus usuários; 2) o desejo dos educadores de extrair das teorias um “como fazer” eficiente, parece inadequado ao pesquisador, que busca a consistência interna de suas formulações, investindo em seu poder explicativo e não em seu potencial de geração de propostas de ação. Mesmo assim, a compreensão da obra de Vygotsky é importante para o dimensionamento de sua contribuição e para buscar nesse autor elementos que forneçam subsídios para a reflexão na área da educação. Desenvolvimento e Aprendizagem A relação entre os processos de desenvolvimento e da aprendizagem é central no pensamento de Vygotsky. Sua posição é essencialmente genética: procura compreender a gênese, a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos. Sua abordagem genética desdobra-se nos níveis filogenético (desenvolvimento da espécie humana), sociogenético (história dos grupos sociais), ontogenético (desenvolvimento do indivíduo) e microgenético (desenvolvimento de aspectos específicos do repertório psicológico dos sujeitos), os quais interagem na construção dos processos psicológicos. Dada à importância que Vygotsky atribui à dimensão sócio-histórica do funcionamento psicológico e à interação social na construção do ser humano, o processo de aprendizagem é igualmente central em sua concepção sobre o homem. Ao lado da postura genética que fundamenta seu interesse pelo desenvolvimento, ele leva em conta a inserção do homem em um ambiente histórico e cultural o que denota a ênfase que dá à aprendizagem dentro de sua teoria. Para Vygotsky, a aprendizagem está relacionada ao desenvolvimento, desde o início da vida humana, sendo “um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas” (VYGOTSKY, 1984). O desenvolvimento do ser humano é, em parte, definido pelos processos de maturação do organismo individual, pertencente à espécie humana, mas é a aprendizagem que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento que, se não fosse o contato do indivíduo com um determinado ambiente cultural, não ocorreriam. As funções psicológicas superiores que envolvem consciência, intenção, planejamento, ações voluntárias e deliberadas, tipicamente humanas, dependem de processos de aprendizagem. Diretamente relacionada à dimensão sócio histórica do funcionamento psicológico humano está sua concepção da aprendizagem como um processo que sempre inclui relações entre indivíduos. A relação que se dá na aprendizagem é essencial para a própria definição desse processo, que nunca ocorre no indivíduo isolado. O termo que Vygotsky utiliza na língua russa, para se referir a esse processo é obuchenie, que significa algo como “processo de ensino aprendizagem” e inclui sempre aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre essas pessoas. É um processo global de relação interpessoal que envolve, ao mesmo tempo, alguém que aprende, alguém que ensina e a própria relação ensino-aprendizagem. Na concepção de ensino-aprendizagem de Vygotsky, a ideia de um processo que envolve ao mesmo tempo, quem ensina e quem aprende não se refere necessariamente a situações em que haja um educador fisicamente presente. A presença do outro social pode se manifestar por meio dos objetos, da organização do ambiente, dos significados que impregnam os elementos do mundo cultural que rodeia o indivíduo e principalmente da linguagem, elemento fundamental neste processo. Para uma criança aprender o que é uma cadeira, por exemplo, sabemos que não é preciso que ela tenha “aulas” sobre cadeiras. Pelo fato de estar imersa em um ambiente cultural, onde existem cadeiras, que são utilizadas para certos fins, em situações determinadas e que são incorporadas ao discurso verbal das pessoas em certos contextos, a criança internaliza o significado de cadeira semnecessitar, para isso, de um processo explícito de instrução ou de um instrutor dedicado deliberadamente a essa tarefa. No entanto, quando a aprendizagem é um resultado desejável de um processo deliberado, explícito, intencional, a intervenção pedagógica é necessária e a escola é o lugar onde o processo intencional de ensino-aprendizagem ocorre: ela é a instituição criada pela sociedade letrada para transmitir conhecimentos e formas de ação no mundo. BUSCANDO CONHECIMENTO Nesta unidade, efetuamos um breve estudo sobre Vygotsky, pautando-nos, basicamente, nos pressupostos desenvolvidos por Marta Kohl de Oliveira. Para saber mais acesse: http://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-vygotsky/ UNIDADE 14 – PARTE II: O PENSAMENTO DE VYGOTSKY CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre Vygotsky. ESTUDANDO E REFLETINDO Implicações para o ensino escolar A partir de suas concepções sobre desenvolvimento e aprendizagem, podemos apontar três ideias básicas de Vygotsky que tem particular relevância para a questão do ensino escolar. Em primeiro lugar, sua postulação de que o desenvolvimento psicológico deve ser olhado de maneira prospectiva, isto é, para além do momento atual, com referência ao que está por acontecer na trajetória do indivíduo. É nesse sentido que o olhar prospectivo de Vygotsky é relevante para a educação: a ideia de transformação, tão essencial ao próprio conceito de educação, ganha destaque em uma concepção que enfatiza o interesse em compreender, no curso do desenvolvimento, a emergência daquilo que é novo na trajetória do indivíduo, os “brotos” ou “flores” do desenvolvimento, ao invés de seus frutos (VYGOTSKY, 1984). O conceito de “zona de desenvolvimento proximal” de Vygotsky está estreitamente ligado à postulação de que o desenvolvimento deve ser olhado prospectivamente: marca como mais importante, no percurso de desenvolvimento, exatamente aqueles processos que já estão embrionariamente presentes no indivíduo, mas ainda não se consolidaram. A zona de desenvolvimento proximal é, por excelência, o domínio psicológico da constante transformação. Em termos de atuação pedagógica, essa postulação traz consigo a ideia de que o papel explícito do professor de provocar nos alunos avanços que não ocorreriam espontaneamente, consiste exatamente em uma interferência na zona de desenvolvimento proximal dos alunos. O único bem ensino, afirma Vygotsky, é aquele que se adianta ao desenvolvimento. Em segundo lugar, é fundamental para a educação a postulação de Vygotsky de que os processos de aprendizado movimentam os processos de desenvolvimento. A relação entre os processos de desenvolvimento e de aprendizado é central no pensamento de Vygotsky: a trajetória do desenvolvimento humano se dá de “fora para dentro”, por meio da internalização de processos interpsicológicos. Um ser humano que passe toda a sua vida no interior de um grupo cultural ágrafo (sem escrita), por exemplo, jamais será alfabetizado. Mesmo possuindo todo aparato físico da espécie que possibilita a seus membros o aprendizado da leitura e da escrita, esse indivíduo nunca aprenderá a ler e a escrever se não participar de situações e práticas sociais que propiciem esse aprendizado. Emerge, aqui, claramente, a implicação dessa postulação de Vygotsky para o ensino escolar: se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, a escola, agência social explicitamente encarregada de transmitir sistemas organizados de conhecimento e modos de funcionamento intelectual às crianças e aos jovens, tem um papel essencial na promoção do desenvolvimento psicológico dos indivíduos que vivem nas sociedades letradas. O papel central do aprendizado para o desenvolvimento está estreitamente relacionado à terceira ideia de Vygotsky que tem relevância para a reflexão na área da educação: a importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo e na promoção dos processos inter-psicológicos que serão posteriormente internalizados. O indivíduo não tem instrumentos endógenos para percorrer, sozinho, o caminho do pleno desenvolvimento. O mero contato com objetos de conhecimentos não garante a aprendizagem, assim como a simples imersão em ambientes informadores não promove, necessariamente, o desenvolvimento balizado por metas culturalmente definidas. A intervenção deliberada dos membros mais maduros da cultura no aprendizado das crianças é essencial ao seu processo de desenvolvimento. BUSCANDO CONHECIMENTO Vamos relembrar a unidade anterior sobre a abordagem genética: Vygotsky assume uma posição genética ao analisar a relação entre processos de desenvolvimento e de aprendizagem. Os quatros aspectos genéticos abordados por ele são: Ontogenético: O desenvolvimento individual. Microgenético: Os repertórios de respostas próprias do desenvolvimento psicológico de cada sujeito. Filogenético: As características biológicas e psicológicas da espécie humana. Sociogenético: As características históricas próprias de cada grupo social. Para saber mais acesse: http://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-vygotsky/ UNIDADE 15 – PARTE I: ENSINO E O APRENDIZADO ESCOLAR – PIAGET CONHECENDO A PROPOSTA DA UNIDADE Objetivo: Propiciar conhecimentos sobre Piaget. ESTUDANDO E REFLETINDO Vale dizer, que, no plano didático (métodos e técnicas de ensino) é possível ser “piagetiano” e ao mesmo tempo, tomar como eixo a comunicação de saberes culturais, colocar em primeiro plano a construção social do conhecimento e atribuir um papel fundamental à intervenção do professor nessa construção. O Professor, o Ensino e o Aprendizado. Qual é o lugar reservado ao professor em um modelo didático que concebe o aluno como produtor do conhecimento e não como mero consumidor de saberes pré-elaborados? Deve evitar toda intervenção? Tem de assumir um papel passivo para dar lugar à atividade intelectual do aluno? Deve “esperar” que o sujeito construa por si mesmo o conhecimento? Deve renunciar a ensinar tudo àquilo que o aluno ainda não estiver em condições de compreender perfeitamente? Piaget afirmava que uma cooperação autêntica só é possível entre pares, (professor-aluno; alunos-alunos), porque o poder do adulto exerce coerção sobre o pensamento infantil. Essa afirmação descreve a relação intelectual entre crianças e adultos, sobretudo na escola, onde a palavra do professor representa o saber social e está investida de uma autoridade institucional. Esta constatação transforma-se em um problema: como fazer para que a autoridade do professor seja utilizada, não para impor suas ideias, mas para propor situações problemáticas que tornem necessária a elaboração de novos conhecimentos pelas crianças; para conduzir o processo de aprendizagem à reconstrução do conhecimento válido; para legitimar o direito dos alunos de reelaborar o conhecimento pondo em ação suas próprias conceitualizações, confrontando-as com a dos seus colegas, para promover um intercâmbio efetivo de informação e para que o mesmo funcione como fonte de informações que resultem significativas, porque constituem respostas a interrogações surgidas no processo de elaboração, para estender pontes entre os conhecimentos produzidos pelas crianças e o saber social? Sobre esse aspecto, Brousseau (1994) afirma: [...], portanto, o trabalho do professor consiste em propor ao aluno uma situação de aprendizado para que produza seus conhecimentos como reposta pessoal a uma pergunta, fazendo-os funcionar ou modificando-os como resposta às exigências do meio e não a um desejo do professor [...] Para uma criança ler uma situação como uma necessidade independente da vontade do professor, faz falta uma construção
Compartilhar