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MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Menarca: o termo menarca significa a primeira menstruação e traduz um importante evento no amadurecimento do eixo hipotálamo-hipófise- ovário. Acontece em média entre o 11 e 14 anos, mas sua ocorrência é aceitável dos 9 aos 16 anos. Menstruação: é um sangramento genital de origem intrauterina, periódico e temporário na mulher, que se manifesta aproximadamente a cada mês, que se inicia com a menarca e termina com a menopausa. Menacme: período reprodutivo da mulher. Inicia- se com o amadurecimento do eixo hipotálamo- hipófise-ovário. Climatério: tem início com o declínio progressivo da atividade gonadal da mulher. Este período de sua vida é o de transição entre o ciclo reprodutivo (menacme) e o não reprodutivo (senilidade ou senectude). Síndrome climatérica: é conjunto de sintomas que são atribuíveis à insuficiência ovariana progressiva. É importante salientar que nem sempre o climatério é sintomático. DĞŶŽƉĂƵƐĂ͗� ƐŝŐŶŝĨŝĐĂ� ͞ƵůƚŝŵĂ� ŵĞŶƐƚƌƵĂĕĆŽ͘͟� �� Ž� evento que marca o climatério. Constitui o único ponto de referência durante o climatério que pode ser determinado com exatidão. Ocorre, em geral, entre os 45 e 55 anos de idade e só pode ser diagnosticada após 12 meses consecutivos de amenorreia (ausência de menstruação). Período perimenopausa: período que se inicia antes da menopausa com ciclos menstruais irregulares, acompanhados ou não de manifestações vasomotoras, e termina 12 meses após a menopausa. Período pós-menopausa: período que se inicia após um ano (12 meses) da ultima menstruação e vai até os 65 anos de idade. Senectude ou senilidade: período da vida que se segue ao climatério e tem início aos 65 anos. Basicamente, o sistema hormonal feminino trabalha baseado nos seguintes hormônios: Hormônio Liberador de Gonadotrofina (GnRH), liberado pelo hipotálamo; FSH e LH, liberados pela hipófise anterior; Estrogênio e Progesterona, liberados pelos ovários. GnRh: é um hormônio produzido de forma pulsátil em neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo. É responsável por estimular a adeno-hipófise a secretar gonadotrofinas, que são o FSH e o LH. FSH e LH: são hormônios produzidos pela adeno- hipófise (sob estímulo hipotalâmico), e são conhecidos por gonadotrofinas por atuar nas gônadas femininas (ovários). São responsáveis por estimular a função do ovário, que corresponde à ovulação. Hormônio folículo-estimulante (FSH): é responsável por estimular e recrutar folículos ovarianos dentre os quais, haverá a formação de um ovócito II. O FSH, atuando no ovário, estimula o crescimento de vários folículos (de 10 a 15 deles), mas apenas um se destaca, rompe-se e libera o ovócito II. Sabendo disso, podemos tirar a seguinte conclusão: o FSH deve estar alto no início do ciclo menstrual, de modo que, quando a mulher menstrua, o FSH atinge níveis elevados no intuito de recrutar novos folículos para que um deles permita a ovulação no novo ciclo que se inicia. O FSH é, portanto, um hormônio que começa com altos níveis no início do ciclo. Hormônio luteinizante (LH): tem uma importância maior no momento da ovulação e na 2a fase do ciclo menstrual (após a ovulação). Estrógeno: é considerado o hormônio mais importante para a mulher e o principal produto ovariano, sendo produzido desde a primeira menstruação até a menopausa, tendo ainda uma discreta produção hormonal através de conversão periférica (por tecido adiposo). É, justamente, o hormônio que da os caracteres sexuais femininos que a diferencia do homem. O estrogênio é produzido durante todo o ciclo menstrual. Progesterona: a partir do própƌŝŽ� ƚĞƌŵŽ� ;͞Ɖƌſ- ŐĞƐƚĂ͟Ϳ sabemos que progesterona é fundamental para a manutenção da gravidez (tanto é que a mulher que não produz progesterona sofre abortamentos). Por essa razão, a progesterona é produzida a partir do momento da ovulação e, portanto, apresenta níveis elevados apenas na 2a fase do ciclo menstrual, sendo produzida pelo corpo lúteo, uma ͞ĐĂƐƋƵŝŶŚĂ͟�ĂŵĂƌĞůĂ�ƋƵĞ�ƐŽďƌĂ� do folículo após a ovulação. Para que a ovulação ocorra, o LH deve chegar ao pico, e o estrogênio e a progesterona em baixa quantidade. Os anticoncepcionais hormonais combinados possuem estrógeno e progesterona sintéticos, que, quando em concentrações altas e constantes, inibem a ação direta do LH (responsável pela ovulação). MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa O ciclo menstrual resulta da interação entre três importantes componentes do sistema endócrino: hipotálamo-hipófise-ovário. Hipotálamo Responsável por liberar o GnRH, que é secretado de forma pulsátil para a produção do FSH e do LH por parte da hipófise. Esses pulsos de secreção variam em frequência e amplitude em todo o ciclo menstrual. Fase folicular (antes da ovulação): јfrequência e љamplitude. Fase lútea (após a ovulação): љfrequência e јamplitude. A variação na frequência do pulso de GnRH permite a variação do FSH e do LH durante todo o ciclo menstrual. Adeno-hipófise GnRH age sobre células da hipófise anterior, estimulando-as a produzir FSH e LH na circulação. Neste compartimento, ocorre também a produção de outros hormônios (TSH, GH, ACTH e prolactina) que não participam diretamente do ciclo menstrual. A secreção de prolactina, hormônio primariamente relacionado à lactação, é regulada pelo controle inibitório da dopamina secretada no hipotálamo. Portanto, tumores que acometam e obstruam a circulação porto-hipofisária prejudicam a liberação dos fatores hipotalâmicos até a hipófise, causando um quadro de hipopituitarismo + hiperprolactinemia (clinicamente: anovulação, amenorreia e galactorreia). Ovário Representam as gônadas femininas e são responsáveis pela produção de esteroides sexuais e pelo desenvolvimento dos folículos imaturos até sua fase final de amadurecimento. Em outras palavras, os ovários possuem um duplo papel: produção de gametas e síntese de hormônios. Funcionalmente, os ovários podem ser divididos em dois compartimentos: o Teca ou estroma: camada mais externa relacionada com a produção dos androgênios. Sofre ação do LH. o Granulosa: camada mais interna, que sofre ação do FSH, e que, a depender da fase do ciclo ovariano na qual se encontra, pode produzir produtos diferentes: Fase Folicular Produção de estrogênio (estradiol) e inibina B (B ĚĞ�͞ďĞĨŽƌĞ͕͟ pois é liberado antes da ovulação). o Estradiol: é conhecido por sua ação no desenvolvimento folicular e endometrial, além da produção de LH no meio do ciclo. o Inibina B: secretada pelas células da granulosa mediante o estímulo do FSH ainda na fase folicular, e tem por função inibir a síntese do próprio FSH. Fase Lútea PƌŽĚƵĕĆŽ�ĚĞ�ƉƌŽŐĞƐƚĞƌŽŶĂ�Ğ�ŝŶŝďĂ���;��ĚĞ�͞ĂĨƚĞƌ͕͟� pois é liberado após a ovulação). o Progesterona: é conhecida por sua ação na manutenção do arcabouço endometrial e pela retroação negativa sobre a secreção hormonal hipotalâmico. o Inibina A: secretada pelo corpo lúteo (células granulosas luteinizadas) sob controle do LH. Juntamente com o estradiol, controla a secreção do FSH na transição lúteofolicular. Útero-vagina Sofre inteira influência dos hormônios distintamente secretados nas fases do ciclo, de tal forma que, analogicamente ao ciclo ovariano, podemos dividir o ciclo uterino em três fases: proliferativa, menstrual e secretora. Teoria 2 células 2 gonadotrofinas e ovulação Em nível hipotalâmico, o GnRh é produzido e passa a estimular a adeno-hipófise a liberar as duas gonadotrofinas: FSH e LH. Esses hormônios, em nível ovariano, vão atuar em camadas diferentes do folículo: o FSH atua na camada mais internado folículo, que é a granulosa; enquanto que o LH atua na camada mais externa, que é a teca. Daí tem início a produção de hormônios foliculares: na granulosa ocorre a formação de estrogênio e na teca, a produção de androgênios. Nos folículos pré-antrais e antrais, os receptores de FSH estão disponíveis apenas nas células da MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa granulosa, enquanto que os receptores para LH estão presentes apenas nas células da teca. E como vimos, enquanto que a granulosa produz estrogênio (de fundamental importância para o início do ciclo menstrual), a teca produz androgênios, que não tem nenhuma importância direta para a ovulação. Porém, ocorre que os androgênios produzidos nas células da teca são transportados para as células da granulosa, onde sofrem ação da enzima aromatase e converte os androgênios em estrogênio (estrona e estradiol). A ação da aromatase depende, entretanto, a ação do FSH nas células da granulosa ʹ portanto, diz-se que o FSH é fundamental para a conversão de androgênios em estrogênios. Todo esse processo ocorre ainda na primeira fase do ciclo menstrual, com o intuito de produzir testosterona para recuperar a camada endometrial uterina que receberá um eventual ovo fecundado. A partir de um determinado nível, esse estrogênio produzido passa a realizar um feedback positivo, de modo que a elevação dos seus níveis promove, de forma direta, o aumento do LH. Daí gera-se um ciclo, de modo que o LH passa a atuar mais nas células da teca, produzindo mais androgênios, que são deslocados para as células da granulosa para sofrer aromatização, produzir estrogênio e estimular ainda mais a síntese de LH, reiniciando o ciclo. O aumento concomitante de estrogênio estimula o pico de LH, e este, a ovulação. A ovulação ocorre como resultado da ação simultânea de diversos mecanismos que ocorrem no folículo dominante, que estimulam a sua maturação e induzem a rotura folicular. Somente o folículo que atinge seu estágio final de maturação é capaz de se romper. Após o processo de ovulação, o resquício do folículo forma uma estrutura celular amarelada conhecida como corpo lúteo, que sob ação do hormônio luteinizante (o LH), passará a produzir a progesterona. Sem ovulação não há produção de progesterona. São 3 fases: folicular, ovulatório e lútea. A fase folicular se estende do primeiro dia da menstruação até o dia do pico de LH, no meio do ciclo. A fase ovulatório inclui 3 fenômenos principais, a saber: recomeço da meiose, pequeno aumento na produção de progesterona (12 a 24h antes da ovulação) e rotura folicular. Já a fase lútea compreende o período da ovulação até o aparecimento da menstruação, e tem duração fixa: 14 dias. Fase menstrual (dia 1 o 5): caracterizada pela descamação da camada funcional do endométrio (menstruação), é o inicio do ciclo. Esta fase ocorre devido à regressão do corpo lúteo que cessa a secreção de progesterona e estrogênio. Com isso, o endométrio deixa de ser estimulado a permanecer, causando a interrupção de oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada funcional. Na menstruação, é liberado cerca de 35mL de sangue Folicular (dia 1 até a ovulação) Este processo demora cerca de 10 a 14 dias. Recrutamento folicular à ovulação a partir do aumento do FSH: o recrutamento se inicia no final da fase lútea do ciclo anterior, a partir da regressão do corpo lúteo e do aumento do FSH. O FSH aumenta a produção estrogênica, promove o crescimento da granulosa e estimula a atividade da aromatase. As células da teca produzem androstenediona e testosterona sob efeito do LH. As células da granulosa produzem estradiol a partir dos androgênios, sob estímulo da aromatase (dependente do FSH). Seleção do folículo dominante, caracterizado pela maior presença de receptores de FSH e, por isso, maior ação da aromatase e produz mais estrogênio. O desenvolvimento folicular é contínuo, acontecendo até e mulheres que não estão ovulando. Ovulatória O pico de estradiol (produzido pela ação da aromatase) estimula o pico do LH e, consequentemente, a ovulação. A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o início da elevação dos níveis de LH e cerca de 10 a 12 horas após seu pico máximo. Fase lútea (duração de 14 dias) MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa O aumento dos níveis de progesterona de forma aguda caracteriza esta fase. Folículo roto -> formação do corpo lúteo. Ocorre o a luteinização, que corresponde ao processo em que as células da granulosa passam a produzir progesterona. Com a regressão do corpo lúteo, que ocorre ao final da fase lútea, ocorre queda dos níveis circulantes de estradiol, progesterona e inibina A. O decréscimo da inibina A remove a influência supressora sobre a secreção de FSH pela hipófise, e este volta a se elevar antes da menstruação (sinal para iniciar um novo recrutamento folicular). MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa É um sinal que se manifesta pela ausência de menstruação em uma época da vida em que deveria ocorrer (menacme), pode ser classificada como fisiológica, primária ou secundária. Ocorre durante a gravidez e lactação. A causa + comum de amenorreia em mulheres em idade reprodutiva é a gravidez. Isso ocorre porque durante a lactação, as altas concentrações de prolactina (pulsos) se associa com a diminuição da pulsatilidade do GnRH, consequente diminuição das gonadotrofinas, anovulação e amenorreia. Após a menopausa, a amenorreia se torna definitiva, refletindo a depleção da reserva folicular ovariano e o fim do período fértil das mulheres. Acontece quando a mulher não apresentar sangramento uterino espontâneo até os 14 anos de idade, em ausência de desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários ou se nenhuma menstruação ocorrer até os 16 anos. A ausência dos carácteres sexuais indica que a mulher nunca foi exposta ao estímulo estrogênico. Geralmente é resultado de alguma anormalidade genética ou anatômica. Principais causas As causas mais comuns de amenorreia primaria são: disgenesia gonadal, hipogonadismo de causa hipotalâmica, ausência de útero, cérvice ou vagina, septo vaginal ou hímen imperfurado e doença hipofisária. Os aspectos mais importantes a serem avaliados nas amenorreias primárias são a presença ou ausência de caracteres sexuais secundários, de útero e os níveis de FSH. Se não há desenvolvimento mamário as etiologias mais prováveis são atraso funcional do desenvolvimento puberal (FSH baixo ou normal) e disgenesia gonadal (FSH elevado). Se há desenvolvimento mamário, há sinal de ação estrogênica e de funcionamento ovariano. Nesses casos, quando o útero é ausente, os diagnósticos mais prováveis são agenesia mulleriana e insensibilidade androgênica. Se há desenvolvimento mamário e o útero é presente, as etiologias devem ser as mesmas das amenorreias secundarias, apenas ocorrendo antes que a adolescente tenha sua primeira menstruação. Ao avaliar a paciente com amenorreia primaria e telarca (desenvolvimento de mamas) presente, deve-se antes de tudo descartar gestação, a seguir, afastar a criptomenorreia (ausência de fluxo menstrual devido ao bloqueio da saída por hímen imperfurado ou septo vaginal). É frequente a dor pélvica cíclica, podendoocorrer hematocolpo (retenção de sangue na vagina), hematometra (retenção de sangue no útero) e até derrame intraperitoneal, tratamento é cirúrgico. O segundo passo é verificar a normalidade do restante da anatomia, para isso usa-se o exame físico, USG ou RNM. Uma prova de progesterona pode ser usada nesse momento caso não tenha outros meios diagnósticos: quando estabelece a anovulação (ausência de ovulação) como etiologia, pois indica uma anatomia íntegra e responsiva a estimulação hormonal além de um ovário produtor de estrogênio. Os casos com anatomia normal representam uma disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal e o restante da avaliação segue o mesmo protocolo para amenorreias secundarias. É definida pela ausência de sangramento menstrual por seis meses em uma mulher de ciclos anteriores regulares, ou pela falha menstrual de três ciclos consecutivos. O sintoma de amenorreia pode estar associado com infertilidade, osteopenia, podendo ser a manifestação de um distúrbio metabólico, endócrino, congênito, tumoral ou de outra doença grave. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Primeiro tempo É essencial descartar gravidez em primeiro lugar: solicitar beta-hCG. Nesse primeiro tempo, a história e o exame físico vão orientar os possíveis diagnósticos etiológicos a serem confirmados: 1. Síndrome de Asherman (sinéquias uterinas) é a única causa uterina de amenorreia secundaria e deve ser excluída e buscada na história clínica. A paciente deve ser questionada quanto a ocorrência previa de hemorragia pós-parto, infecção endometrial, manipulação uterina como curetagem histeroscopia cirúrgica, dilatação etc. 2. O peso e altura da paciente devem ser obtidos para estimativa do IMC. A) IMC>30kg/m2 é observado em metade das pacientes com SOP. B) Mulheres com IMC<18,5kg/m2 tem com frequência amenorreia funcional hipotalâmica associada a distúrbios dietéticos ou exercícios extenuantes. 3. Ocorrência de alguns sintomas de deficiência estrogênica que podem estar associados a estágios iniciais de falência ovariana. 4. O uso de medicamentos que podem se associar a amenorreia devem ser investigados: recente iniciação ou descontinuação de ACO, uso prolongado de contraceptivos de baixa dosagem, drogas androgênicas como danazol e progestágenos em alta dose, drogas que podem cursar com aumento da prolactina sérica. 5. Sintomas de hiperandrogeniscmo como acne e hirsutismo (crescimento de pelos com padrão masculino), também podem sugerir o diagnóstico de SOP. Segundo tempo Além do beta-HCG, deve-se pedir prolactina para excluir hiperprolactinemia, FSH para excluir falência ovariana e TSH. Se houver sinais de hiperandrogenismo, sulfato de dehidroepiandrosterona (S-DHEA) e testosterona também devem ser pedidos. Concomitantemente podemos realizar o teste da progesterona que verifica a presença de estrogênio suficiência circulante. Terceiro tempo Prolactina elevada: repetir o exame e após a confirmação seguir abordagem para hiperprolactinemia; pode estar aumentado transitoriamente por estresse ou alimentação. TSH diminuído/aumentado: seguir investigação para doenças da tireoide. FSH aumentado: indica hipogonadismo hipergonadotrófico, indica falência ovariana precoce e deve-se procurar causas autoimunes. FSH diminuído ou normal: pode ser indicativo de hipogonadismo hipodonadrotrófico. Teste da progesterona + : SOP, interferência de medicações, perda de peso, estresse, exercícios físicos intensos ou disfunção hipotálamo- hipofisária autolimitada sem causa especifica. Teste da progesterona - : quando não ocorre sangramento de privação é importante revisar a anamnese em busca de história de infecção ou manipulação uterina. Caso não haja essa possibilidade passa-se diretamente ao quinto tempo da investigação, caso tenha suspeita pode passar ao quarto tempo. Quarto tempo Realizar o teste de estrogênio + progestageno que servirá para determinar se o fluxo é ausente por inoperância dos órgãos alvo ou por ausência de proliferação endometrial induzida pelo estrogênio. o Administra-se um estrogênio para induzir proliferação, seguido de um progestágeno para decidualização. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa o exame - : define a amenorreia como de causa uterina. o exame + : pressupõe cavidade endometrial normal e segue a investigação Quinto tempo A obtenção de exames de neuroimagem nesse tempo é indicada porque várias lesões orgânicas no crânio podem causar disfunção no hipotálamo ou hipófise. Principais causas Anovulação: A ovulação normal depende da coordenação de várias ações, alterações nesse mecanismo podem causar anovulia, neste caso, não há a formação do corpo lúteo, nem produção de progesterona, não acontece transformação secretora do endométrio, portanto não acontece a descamação nem menstruação. Acontece naturalmente nos primeiros anos de maturação do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, em mulheres com alterações em outros hormônios correlacionados (ex. hipotireoisdismo), em climatéricas, esporadicamente em mulheres na menacme. Na maioria dos casos tem como mecanismo central alguma disfunção hipotalâmica, as vezes transitória, mas alterações ovarianas e hipofisárias também são comuns. A maior parte das mulheres com anovulação crônica se enquadra na SOP. Em geral, os níveis de LH estão aumentados, assim como os androgênios, a maioria das pacientes apresenta sinais de hiperandrogenismo (hirsutismo, obesidade, acne), além da amenorreia, muitas têm subfertilidade. Uma paciente amenorreica com normoestrinismo que apresenta a USG múltiplos pequenos folículos em cada ovário e volumetrias ovariano aumentado provavelmente apresentam SOP. Sugere-se avaliar o nível sérico de testosterona e de S-DHEA para melhor caracterizar o quadro clinico. Hipotalâmicas As mesmas lesões anatômicas no tronco cerebral e no hipotálamo que produzem amenorreia primária por interferirem na secreção de GnRH podem causar amenorreia secundaria, como craniofaringiomas, doença granulomatosa e sequela de encefalite. Da mesma forma, altos níveis de prolactina podem causar amenorreia primaria ou secundaria, por uma ação direta no hipotálamo reduzindo a liberação de GnRH. Várias medicações podem agir no hipotálamo diminuindo a circulação da dopamina ou ocupando seus receptores: fenotiazinas, antidepressivos tricíclicos, opióides, benzodiazepínicos, haloperidol, metildopa, verapamil, cimetidina etc. Quando o eixo hipotálamo-hipófise permanece bloqueado por muito tempo, pode não haver o retorno imediato da sua função quando é cessado o bloqueio. Pode acontecer amenorreia prolongada após o parto mesmo sem lactação, após interrupção do uso de ACO. A atividade física intensa e constante pode provocar oligomenorreia ou amenorreia secundaria, o estresse aumenta os níveis sistêmicos de betaendorfinas e de catecolestrogênio, que interferem em substancias inibidoras do hipotálamo. Mulheres com perda de peso ou restrição dietéticas importantes, como as que tem desnutrição ou anorexia nervosa também podem ficar amenorreicas, em indivíduos com redução importante da gordura corporal, há diminuição na frequência dos pulsos de LH, reflexo da diminuição ou ausência de secreção de GnRH. Em casos mais graves (bloqueio prolongado da liberação do hormônio hipotalâmico) pode acontecer disfunção hipofisária concomitante. Pacientes com amenorreia secundaria sem causa aparente são designadas como portadoras de amenorreia hipotalâmicafuncional, ou disfunção hipotálamo-hipofisária de etiologia incerta, um distúrbio caracterizado pela perda das variações cíclicas que ocorrem normalmente nos pulsos de MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa GnRH, talvez como consequência da produção inadequada de neurotransmissores do SNS, geralmente é autolimitada. Hipofisárias Apesar da maioria dos tumores hipofisarios secretarem prolactina, como os micro e macroprolactinomas alguns podem causar amenorreia sem causar hiperprolactinemia. As células hipofisárias podem ser lesionadas ou necrosadas em virtude anoxia, trombose, doença autoimune ou hemorragia. Ovarianas Os ovários podem deixar de produzir estrogênio suficiente para o crescimento endometrial como resultado de irradiação gonadal, quimioterapia sistêmica, infecção, alterações no seu suprimento sanguíneo ou depleção de folículos. Quando os ovários deixam de produzir estrogênio antes dos 40 anos de idade, acontece uma falência ovariana prematura. Com frequência, a FOP é transitória ou passa por um período de transição antes do ovário entrar em falência permanente e levar a menopausa. Anatômicas uterinas As alterações uterinas são as únicas causas de amenorreia com função endocrinológica normal. Aderências intrauterinas ou sinéquias podem surgir após curetagem, infecção pélvica, histeroscopia ou outras formas de manipulação uterina. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A infertilidade ou subfertilidade é definida como incapacidade de conseguir uma gravidez bem- sucedida após 12 meses ou mais de adequada exposição ao coito, em um casal sexualmente ativo e sem uso de contraceptivos. Pode-se dividir as causas em 3 grandes grupos Inicialmente, a história e o exame físico devem ser detalhados e são fundamentais para estabelecer hipótese diagnóstica. Hormonal - ciclos ovulatórios: As causas mais comuns de disfunções ovulatórios incluem a SOP ou ovários androgênicos, obesidade, ganho ou perda de peso excessivo, exercícios extenuantes, hiperprolactinemia e disfunções da tireoide. A história menstrual pode ser suficiente para caracterizar os ciclos e diagnosticar alguma disfunção endócrina. Caso a história não seja suficiente, podem ser utilizados outros métodos que confirmem a ovulação, como dosagem de progesterona sérica e a ultrassonografia seriada. A progesterona sérica deve ser coletada 1 semana antes da data provável da próxima menstruação, e valores acima de 3 ng/mL indicam que provavelmente houve ovulação naquele mês. Só há progesterona se houver menstruação, pois é o corpo lúteo que a produz. A US seriada consegue determinar o tamanho e o número de folículos que estão se desenvolvendo e identifica o folículo dominante. Caso, durante a anamnese, for diagnosticado quadro de oligovulaçao ou anovulação, outras avaliações podem ser indicadas. Tireotrofina (TSH) e tireoxina (T4) livre para avaliar a função tireoidea. Prolactina (PRL) para afastar casos de hiperprolactinemia. Hormônio folículo estimulante (FSH) e estradiol para ajudar a esclarecer casos de falência ovariana ou amenorreia hipotalâmica. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa 17-hidroxiprogesterona para afastar quadros de hiperplasia suprarrenal congênita de aparecimento tardio. Avaliação de reserva ovariana Reversa ovariana descreve o potencial reprodutivo em função do número e da qualidade oocitária. Deve ser especialmente considerada em mulheres: com mais de 35 anos, com história familiar de menopausa precoce, com apenas 1 ovário ou com história de cirurgia ovariana, quimioterapia ou radioterapia pélvica, com infertilidade sem causa aparente, com pobre resposta a estímulo ovariano prévio, que planejam tratamento com reprodução assistida, nas pacientes doadoras. Os métodos com maior reprodutibilidade na prática médica são a dosagem do hormônio antimülleriano e a contagem de folículos antrais por US transvaginal. O hormônio antimülleriano é produzido pelas células da granulosa dos folículos pré-antrais, e o seu valor reflete diretamente a quantidade de folículos existentes nos ovários. Sua dosagem pode ser obtida por meio de análise do soro sanguíneo em qualquer fase do ciclo menstrual, já que seus valores não sofrem influência dos hormônios do ciclo menstrual. Entretanto, podem estar alterados nas mulheres que usam hormônio exógeno (p. ex., pílulas anticoncepcionais), nos casos de obesidade e em mulheres com hipogonadismo hipogonadotrófico. A contagem de folículos antrais, realizada com US transvaginal, é a soma do número de folículos entre 2 e 10 mm de diâmetro médio de ambos os ovários na fase folicular inicial do ciclo menstrual (até o quinto dia do ciclo). Fator anatômico - Cervicais Simples analise, por meio do exame especular, do colo uterino e do muco cervical pode evidenciar a presença de cervicite, que deve ser tratada. Anormalidades uterinas A US transigindo deve ser o exame inicial de investigação de anormalidades uterinas. Pode identificar a presença de miomas, sugerir malformações müllerianas, patologias ovarianas e endometriais, como os pólipos. Caso não seja identificada com precisão alguma anormalidade, pôde-se fazer histerossonografia, a US transvaginal em 3D, a ressonância magnética (RM), a histerossalpingografia (HSG) e a histeroscopia (HSC). Esta última é considerada padrão-ouro para diagnóstico e tratamento das patologias intrauterinas. Permeabilidade tubária O diagnóstico e o tratamento efetivo para obstrução tubária pode requerer um ou mais de um dos exames a seguir: o Imunofluorescência para clamídia: a detecção de anticorpos para clamídia está associada com a presença de patologia tubária e sua positividade indica que deve ser feito a videolaparoscopia para avaliação tubária, como método diagnóstico subsequente. o Hiterossalpingografia: método tradicional de avaliação de permeabilidade tubária, pois consegue avaliar a arquitetura tubária com detalhes. Pode diagnosticar a obstrução proximal ou distal, a salpingite ístmica nodosa; e pode sugerir a presença de fimose fimbrial, quando há retardo na passagem do contraste, ou de aderências peritubárias, quando o contraste fica retesado próximo ao óstio peritoneal da tuba. o Histerossonografia: consegue observar a formação de depósito de líquido no fundo de saco posterior. Entretanto, não consegue diferenciar se a permeabilidade tubária é unilateral ou bilateral o Videolaparoscopia: É considerado o padrão- ouro para avaliação tubária, entretanto, requer internação e anestesia geral para a sua realização, sendo, portanto, considerado um exame invasivo. Fatores peritoneais Como endometriose e aderências pélvicas ou anexiais, podem ser a causa ou contribuir para o diagnóstico de infertilidade. História e exame físico podem ajudar no diagnóstico. A US transvaginal pode ajudar a identificar endometriomas. A videolaparoscopia, com visualização direta da pelve, é o único método disponível para o diagnóstico específico de fatores peritoneais. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha CostaO impacto da endometriose mínima e leve na fertilidade parece ser relativamente pequeno, então, esse exame estaria indicado nos casos em que a história clínica apresenta fatores de risco como dor pélvica cíclica ou não, suspeita de endometriose moderada ou grave, história de infecção ou de cirurgia pélvica ou US/HSG anormal. A infertilidade de origem masculina está presente em até 40% dos casais com dificuldades para engravidar. É definida com anormalidade nos parâmetros seminais, mas também pode estar presente em alguns casos em que o espermograma é normal. A identificação e a correção dos problemas que levam à diminuição dos parâmetros seminais podem melhorar a fertilidade relacionada aos fatores masculinos e aumentar a chance de concepção do casal. Espermograma O espermograma fornece os parâmetros seminais importantes durante a avaliação masculina de infertilidade, como volume seminal, concentração espermática, motilidade e morfologia dos espermatozoides. Para a coleta do exame, é necessário abstinência sexual entre 2 e 7 dias, e a coleta deve ser feita no laboratório onde se processará a análise. O resultado de espermograma anormal indica a realização de avaliação masculina mais detalhada. Exame físico O exame físico dos órgãos genitais masculinos ajuda a identificar alterações, como mudanças nas características sexuais secundárias, diminuição do volume testicular, presença de varicocele e alterações da anatomia dos órgãos genitais masculinos. Avaliação endocrinológica Está indicada em casos em que a avaliação seminal se encontra alterada, especialmente quando a concentração espermática está abaixo de 10 milhões de SPZ por ml, quando existe alteração da função sexual masculina, ou quando há suspeita clínica de endocrinopatia. Deve dosar TSH, FSH e testosterona total. Caso a testosterona esteja com níveis abaixo de 300ng/mL, adiciona-se a dosagem de testosterona live, LH,PRL e uma nova dosagem de TT. Investigação de SPZ na urina A ausência ou baixo volume seminal (<1 mL) pode sugerir ejaculação retrógrada, o que requer investigação de SPZ na urina após masturbação ou ejaculação. Para esse teste, é realizada uma avaliação microscópica à procura de espermatozoides, após a centrifugação da urina. A presença de espermatozoides sugere o diagnóstico de ejaculação retrógrada Ultrassonografia de bolsa escrotal Consegue detectar anormalidades do trato genital masculino que podem alterar a fertilidade. Só indicado na minoria dos casos, já que o exame físico detalhado consegue identificar a maioria das patologias da bolsa escrotal, incluindo varicocele, espermatocele, agenesia de ducto deferente, massas e tumores testiculares. A US fica reservada para casos de varicocele oculta não palpável. Exames seminais e espermáticos Quantificação de leucócitos no semen: Número aumentado de leucócitos no sêmen está relacionado à diminuição da mobilidade e da função espermática. Teste de viabilidade espermática: Utilizado para determinar, entre os espermatozoides sem mobilidade, aqueles com membrana celular intacta, portanto, com maior potencial de fertilização. Fibrose cística A maioria dos homens com fibrose cística apresenta agenesia de epidídimos. A prevalência de fibrose cística também é maior entre os homens com azoospermia relacionada à MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa obstrução bilateral congênita dos epidídimos e aqueles com agenesia de ducto deferente unilateral. Indução da ovulação com namoro programado Indicado para mulheres com distúrbios de ovulação. Trata-se da utilização de hormônios para estimular o ovário a produzir um óvulo na época fértil, que deve coincidir com o namoro programado nesse período. Os fármacos mais frequentemente utilizados são o citrato de clomifeno, o letrozol e as gonadotrofinas. Fertilização in vitro clássica ou convencional inicia-se com a estimulação ovariana para que a mulher amadureça mais folículos e sejam coletados o máximo de óvulos maduros. Coleta-se pela aspiração folicular, US transvaginal sob sedação e dura de 10 a 15 min. Após isso, é feito o tratamento seminal em laboratório, onde serão separados os espermatozoides mais saudáveis para fertilizar os óvulos aspirados. A seguir, cada óvulo é colocado em uma cultura que contém em torno de 40 mil espermatozoides capacitados para que ocorra a fecundação espontânea. Depois dessas etapas, acompanha-se o desenvolvimento celular dos óvulos fecundados. Os melhores embriões são transferidos para o útero da paciente, com a expectativa de iniciar a gestação, ou então podem ser congelados. É um método que obtém até 60% de gravidez, em cada transferência embrionária. Indicações: obstrução tubária, lesão tubária irreparável, endometriose, alterações seminais, infertilidade sem causa, anovulação, baixa reserva ovariana, falha das técnicas de baixa complexidade, falência ovariana precoce, anormalidades uterinas͙ O resultado também é dependente da idade da mulher e indicado para casais que já tentaram outras alternativas ou que são impossibilitados de obter uma gravidez naturalmente ou por meio de outras técnicas. Mini fertilização in vitro: É uma técnica de FIV na qual na 1a etapa do tratamento (estimulação ovariana) doses mais baixas de hormônios são utilizadas e obtém-se uma quantidade menor de óvulos ao final do processo. Devido ao menor gasto com hormônios, essa técnica é mais barata que a clássica, embora limite de embriões seja menor. Doação de óvulo Quando a mulher não produz mais óvulos, seja pela menopausa ou pela destruição do tecido ovariano em tratamentos médicos (quimioterapia ou cirurgias ovarianas complexas), quando já se submeteu a diversos tratamentos com os próprios óvulos e não teve sucesso, ou quando se trata de um casal homoafetivo masculino, é necessário o uso de óvulos doados. Todo o processo é feito de forma anônima por meio da clínica de reprodução que busca uma doadora que preencha os requisitos legais e seja compatível com o fenótipo (aparência física) desejado pelo casal. Uma vez que os óvulos são obtidos, segue-se o procedimento padrão da fertilização in vitro com utilização do sêmen do parceiro ou de um banco de sêmen para a fecundação e transferência dos embriões para o útero da mulher que vai gerar a criança. A transferência dos embriões para o útero materno é realizada após alguns dias de preparo do endométrio da mãe, que normalmente é realizado através de hormônios por via oral, transdérmico e vaginal. A chance de sucesso é estimada em até 60% por transferência embrionária. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa A dor pélvica é um desconforto no dorso inferior. É uma queixa comum entre as mulheres. Algumas doenças ginecológicas causam dor cíclica (dor recorrente durante a mesma fase do ciclo menstrual). Em outros distúrbios, a dor é um evento discreto sem relação com ciclo. Avaliar se o surgimento da dor é agudo ou insidioso ajuda a diferenciar entre os dois. As causas ginecológicas mais comuns de dor pélvica são: dismenorreia, ovulação e endometriose. É um distúrbio crônico que ocorre na fase lútea do ciclo menstrual e desaparece logo após o inicio da menstruação. Caracteriza-se por uma combinação de sintomas físicos, psicológicos e comportamentais. Entre 3 e 8% das mulheres tem sintomas muito intensos, interferindo nas suas atividades diárias e comprometendo a produtividade e qualidade de vida. Quadro clínico:O sintoma psicológico mais frequente é a labializações de humor, ocorrendo em até 80% das pacientes. Outros sintomas são ansiedade, irritabilidade, depressão, sentimento de desvalia, insônia ou aumento da sonolência, enxaqueca, mastalgia, dores generalizadas, aumento do peso, tonturas, náuseas e palpitações. Mudanças nos hábitos alimentares, aumento de apetite, avidez por alimentos específicos (particularmente doces ou comidas salgadas), não participação em atividades sociais ou profissionais, maior permanência em casa, aumento de consumo de álcool e aumento ou diminuição da libido Etiologia É desconhecida, mas sabe-se que é secundária à atividade cíclica ovariana. A menstruação em si não é essencial, visto que os sintomas se mantem após a histerectomia. Fatores inflamatórios podem estar relacionados à etiologia. A fase lútea está relacionada com o aumento de produção de fatores pró- inflamatórios, como IL-6 e TNF-alfa. Diagnóstico: A SPM e o TDPM sempre devem ser diferenciados de outros sintomas psiquiátricos que, eventualmente, apenas se exacerbam no período pré-menstrual, e de algumas condições médicas como hipotireoidismo ou hipertireoidismo. Exames laboratoriais poderão ser realizados, quando for necessário afastar outras patologias O Registro diário da intensidade dos problemas é considerado, por muitos profissionais, a melhor ferramenta para diagnóstico de SPM. Critérios: Presença de 1 ou mais sintomas afetivos (depressão, raiva, irritabilidade, ansiedade,confusão ou introversão) ou somáticos (mastalgia, distensão abdominal, cefaleia, edema das extremidades) durante os 5 dias antes da menstruação em cada 1 de 3 ciclos menstruais prévios Sintomas aliviados pelo início da menstruação. Sintomas presentes na ausência de qualquer terapia farmacológica, consumo de hormônios ou abuso de drogas ou álcool. Sintomas ocorrem reprodutivamente durante 2 ciclos de registros prospectivos. Paciente apresenta disfunção identificável do desempenho social ou econômico. Tratamento: Intervenções no estilo de vida, modificações dietéticas. Alimentação equilibrada: proteínas, fibras e carboidratos adequados e baixa ingestão de gorduras saturadas; alimentos muito salgados ou MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa muito doces devem ser evitados, pois podem produzir retenção hídrica Bebidas como café, chá e à base de cola devem ser evitadas, pois são estimulantes, podendo agravar a irritabilidade, a tensão e a insônia. Álcool e outras drogas podem piorar os sintomas psicológicos Exercício aeróbio pode elevar os níveis de endorfinas e, com isso, melhorar o humor. Terapia cognitivo-comportamental auxilia a modificar a irritabilidade e a forma de lidar com os momentos de estresse. Acupuntura é um potente tratamento não farmacológico. Podem ser utilizados medicamentos também. Aqueles que influenciam o SNC (moduladores do neurotransmissor serotonina) ou aqueles que suprime a ovulação (ACO) Presença de glândulas endometriais e estroma fora da cavidade uterina em um meio caracterizado por dependência estrogênica e inflamação. Atinge aproximadamente 10% das mulheres em idade reprodutiva, causando infertilidade e dor pélvica crônica. Fatores de risco Menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, infertilidade, quantidade de fluxos menstruais, uso de anticoncepcional para tratamento de dismenorreia. Patogênese Atualmente, a teoria mais aceita é a teoria da menstruação retrógrada, que propõe que o tecido endometrial viável seja disseminado na cavidade peritoneal pelas tubas uterinas durante a menstruação e, implantado no peritônio ou nos órgãos pélvicos. Outros autores descrevem a teoria da metaplasia celômica, que pressupõe que a endometriose seja originada da metaplasia de células do peritônio parietal e visceral devido a estímulos hormonais, ambientais ou infecciosos. Como o peritônio e o endométrio possuem a mesma origem embrionária ʹ o epitélio celômico ʹ, é possível que esses estímulos provoquem a transformação do peritônio em tipos celulares endoteliais. Ligação com a infertilidade: Estágios mais avançados de endometriose podem estar associados à infertilidade pela presença de aderências pélvicas e distorção na anatomia pélvica, ocorrendo impedimento da liberação oocitária pelo ovário ou captação desse oócito pela tuba uterina. No entanto, pacientes sem alterações maiores da anatomia pélvica também possuem diminuição do desenvolvimento oocitário, da embriogênese e da implantação embrionária. diminuição da função espermática, diminuição da reserva ovariana, redução da recuperação oocitária, menor quantidade de oócitos recuperados, diminuição da qualidade embrionária e diminuição da implantação embrionária com diminuição da receptividade embrionária. Mediadores imunológicos como aumento de autoanticorpos endometriais em pacientes com endometriose, podem alterar a receptividade endometrial Classificação: A classificação baseia-se na profundidade da invasão, na bilateralidade e no envolvimento ovariano, assim como na presença de aderências e no comprometimento do fundo de saco de Douglas. Escores entre 1 e 15 são compatíveis com endometriose mínima ou leve; escores entre 16 e 40, com endometriose moderada; e escores acima de 40, com endometriose grave. Dessa forma, as pacientes são classificadas em: endometriose superficial (peritoneal), endometrioma (cisto de endometriose no ovário) e endometriose profunda (foco de endometriose com invasão tecidual maior que 5 mm ou que atinge a camada muscular do tecido afetado) Sintomatologia infertilidade, dor pélvica e massa pélvica. A dor pélvica pode apresentar-se como dismenorreia, dispareunia e DPC acíclica Disúria e/ou disquezia estão mais associadas em pacientes com apresentação de endometriose profunda MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa No entanto, podem acontecer também em pacientes com endometriose superficial devido à irritação cíclica do trato digestivo e não somente pela presença do comprometimento intestinal Diagnóstico: anamnese detalhada focada nas características da dor pélvica pode levantar suspeita. exame detalhado da vagina pode demonstrar a presença de lesões vaginais, sugestivas de acometimento de septo retovaginal. Além disso, um útero retroverso fletido pode sugerir comprometimento pélvico posterior com comprometimento uterossacral ou de fundo de saco de Douglas Os exames acessórios podem ser auxiliares em casos de endometrioma ou endometriose profunda O diagnóstico definitivo de endometriose é realizado por meio de visualização/biópsia da lesão endometriótica A US pode auxiliar na avaliação de endometrioma ovariano e, mais recentemente, de endometriose profunda, tendo pouco auxílio em endometriose mínima ou leve, casos nos quais o diagnóstico será confirmado somente com a laparoscopia. A ressonância magnética (RM) de pelve também é um bom exame para diagnóstico de lesões de endometriose profunda e endometrioma, conseguindo realizar bom mapeamento pré- cirúrgico Tratamento: visa à redução dos sintomas e/ou ao tratamento da infertilidade e, em determinados casos, à retirada de lesões de endometriose que possam estar afetando as funções de outros órgãos. Em casos assintomáticos, nenhum tratamento é necessário. O princípio geral do tratamento da dor é produzir redução da ação estrogênica endógena e/ou produzir diferenciação/ bloqueio dos focos de endométrio. Queixa ginecológica comum em adolescentes.A dismenorreia primária é caracterizada como dor em cólica localizada no abdome inferior que ocorre um pouco antes ou durante o período menstrual, na ausência de doenças que a justifiquem. Os fatores de risco associados à maior intensidade da dismenorreia são idade precoce de menarca, períodos menstruais longos, fluxo menstrual intenso, tabagismo e história familiar positiva. A prevalência da dismenorreia em adolescentes oscila entre 60 e 70%, com apenas 10% delas apresentando alguma anormalidade que justifique a presença do sintoma (dismenorreia secundária). A endometriose é a causa mais comum de dismenorreia secundária em adolescentes ou mulheres adultas. Fisiopatologia: A fisiopatologia da dismenorreia primária envolve a produção exagerada de prostaglandinas (PGF2 alfa e PGE2) pelo endométrio. Fosfolipídeos presentes nas membranas celulares são convertidos em ácido araquidônico que, por sua vez, sofre a ação das enzimas lipoxigenase e cicloxigenase, dando início a uma cascata de reações que culminam com a produção de prostaglandinas e leucotrienos no útero. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Essas substâncias causam contrações miometriais e vasoconstrição, respectivamente, com resultante isquemia local manifestada pela dor em cólica, característica da dismenorreia. Manifestações clínicas e diagnóstico: A dismenorreia primária não costuma ocorrer antes do estabelecimento de ciclos ovulatórios, por isso, é mais frequentemente observada 1 a 3 anos após a menarca. A dor é de intensidade variável, em cólica, e localizada nos quadrantes inferiores do abdome. A gravidade da dismenorreia pode ser categorizada utilizando um escore de gravidade que considera a intensidade da cólica menstrual, a presença de sintomas sistêmicos e o impacto nas atividades diárias. Sintomas como vertigem, náuseas, diarreia, cefaleia, sudorese são os mais referidos em associação. O exame físico é normal. O diagnóstico é clínico, mas considera a exclusão de causas orgânicas. A dismenorreia secundária ocorre, com maior frequência, na quarta e na quinta décadas de vida. A dor pode iniciar com a menarca ou anos após e pode ter início súbito. Sintomas são variáveis e incluem febre, dor abdominal, corrimento vaginal, infertilidade, dispareunia e sangramento menstrual excessivo. Durante o exame físico, podem ser observados achados compatíveis com a causa da dismenorreia, como massa anexial, endocervicite, endometrite ou aumento uterino. Tratamento: O tratamento de primeira linha para dismenorreia é o AINE. Que deverá ser iniciado 1 a 2 dias antes do inicio do fluxo menstrual e mantido por 2 a 3 dias ou até o término do fluxo O ácido mefenâmico pode ser utilizado em casos de falha aos agentes propiônicos, pois, além de inibir a síntese de prostaglandinas, apresenta a particularidade de bloquear a ação das prostaglandinas já liberadas. As maiores contraindicações dos AINEs são a presença de úlcera gastrintestinal e hipersensibilidade à substância. O útero é praticamente insensível ao ácido acetilsalicílico, por isso, essa medicação é pouco utilizada na dismenorreia, além de poder aumentar o sangramento uterino. Pacientes sem melhora com o uso de AINE devem receber tratamento de segunda linha, com ACO, que ao inibirem a ovulação, também inibem indiretamente a síntese de prostaglandinas. Além de limitar o crescimento endometrial por meio de sua ação progestogênica, com consequente redução na produção de prostaglandinas. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa O climatério tem início com o declínio progressivo da atividade gonadal da mulher. Este período de sua vida é o de transição entre o ciclo reprodutivo (menacme) e o não reprodutivo (senilidade ou senectude). Ocorre entre 45 e 59 anos de idade. O atendimento à mulher climatérica deve ser voltado para melhoria da qualidade de vida, identificando e corrigindo as alterações endócrinas e metabólicas comuns à essa nova fase, provendo a prevenção de doenças cardiovasculares, ósseas e neoplásicas. Durante esse período, muitas mulheres ovulam irregularmente, devido ao declínio do nível de estrogênio com consequente corpo lúteo insuficiente e déficit de progesterona ou resistência folicular ao estímulo ovulatório. Climatério é um período. Menopausa é uma data. Dentro desse período ocorreu menopausa, que é um marco, corresponde ao último ciclo menstrual espontâneo da mulher, reconhecida após 12 meses consecutivos de amenorreia. Alterações do eixo hipotálamo-hipófise-ovários: Durante a vida reprodutiva da mulher, o GnRH é liberado de forma pulsátil e se liga aos seus receptores na hipófise para estimular a liberação cíclica de LH e FSH. Essas gonadotrofinas estimulam a produção de estrogênio e progesterona e também do peptídeo hormonal inibina. Durante o ciclo reprodutivo, o estrogênio e progesterona exercem Feedback positivo e negativa sobre a produção das gonadotrofinas e sobre a amplitude e frequência da liberação de GnRH. Durante a vida reprodutiva da mulher, o eixo hipotálamo-hipófise sofre alterações no metabolismo dopaminérgico e diminuição dos receptores estrogênicos. No final da transição, a mulher passa a apresentar redução da foliculogênese e maior incidência de ciclos anovulatórios. Além disso, os folículos ovarianos sofrem uma taxa acelerada de perda ate que ocorre um esgotamento no suprimento de folículos, reduzindo ainda mais a secreção de inibina. Com a insuficiência ovariana na menopausa, a liberação de estrogênio cessa, ativando o Feedback negativo. Como consequência, o GnRH é liberado com frequência e amplitude máximas, os níveis circulantes de FSH e LH aumentam e se tornam 4x maiores que no ciclo reprodutivo. Alterações ovarianas: A senescência ovariana é um processo que se inicia na vida intrauterina, m razão da artesianismos de ovócito programada. A partir do nascimento, os folículos primordiais são ativados, amadurecem parcialmente e sem seguida, regridem. Essa ativação folicular prossegue independente de estimulação hipofisária. Uma depleção mais rápida dos folículos ovariano se iniciando ao final da quarta e inicio da quinta décadas de vida e se mantém até o momento em que o ovário é praticamente destituído de folículos. Uma mulher tem aproximadamente 400 eventos ovulatórios durante sua vida reprodutiva. O processo de atresia dos folículos não dominantes é o principal evento que leva à perda da atividade ovariana e à menopausa. É no climatério que se observa uma redução progressiva das dimensões dos ovários, podendo estar relacionado com a redução da capacidade funcional. Alterações nos esteroides suprarrenais: O sulfato de desidroepiandrosterona (SDHEA) é produzido quase exclusivamente pela suprarrenal. Com o avanço da idade, observa-se declínio na produção suprarrenal de SDHEA. Além de redução na produção de outros hormônios. Alterações no nível de globulina de ligação ao hormônio sexual: Os principais esteroides sexuais, estradiol e testosterona, circulam no sangue ligados a um transportador de glicoproteína produzido no Climatério MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa fígado, conhecido como globulina de ligação ao hormônio sexual. A produção de SHBG declina após a menopausa, o que pode aumentar os níveis de estrogênio e testosterona livresou não ligados. Alterações endometriais: As alterações microscópicas que ocorre no endométrio refletem diretamente o nível sistêmico de estrogênio e de progesterona. Durante a fase inicial da transição menopáusica, o endométrio reflete ciclos ovulatórios que pervencem nesse período. Durante o estágio final da transição menopáusica, a anovulação é muito comum, e o endométrio refletirá o efeito do estrogênio atuando sem oposição à progesterona, com alterações proliferativas desordenadas. Com a menopausa, o endométrio se torna atrófico em razão da ausência de estimulação estrogênica. A idade da ocorrência da menopausa parece ser geneticamente programada para cada mulher, através do número de folículos ovariano, mas inúmeras condições podem influenciar no envelhecimento ovariano. Mulheres que tem longas jornadas de trabalhos e exercem atividades estressantes tem mais chances de entrar na menopausa mais cedo. Mulheres nulíparas tem menopausa mais precocemente, enquanto o aumento da paridade correlaciona-se à menopausa mais tardia, devido a diminuição do número de ciclos menstruais ovulatórios. Tabagismo antecipa a idade de instalação da menopausa de 12 a 18 meses. Isso porque o tabaco provoca deficiência estrogênica, podendo também antecipar as doenças estrógeno- relacionadas (osteoporose e doenças cardiovasculares). Mulheres que vivem em países de altitudes maiores podem apresentam a menopausa em idade mais precoce. A deficiência nutricional e baixo peso levam à ocorrência precoce de menopausa. Quimioterapia, radioterapia pélvica, cirurgias ovarianas e histerectomia também podem resultar em antecipação da menopausa. O aparecimento ou não de sintomas dependerá não somente de variações hormonais próprias desse período, mas também de fatores socioeconômicos. As mudanças do período do climatério podem repercutir na saúde geral da mulher, podendo alterar sua autoestima e qualidade de vida, e também na longevidade. Manifestações menstruais: No período da perimenopausa o intervalo entre as menstruações pode diminuir devido ao rápido amadurecimento dos folículos, o que ocorre pelos elevados níveis de gonadotrofinas. Ou os intervalos podem estar aumentados pela persistência dos níveis de estrógeno e ausência de progesterona. Quando ocorre a menstruação, como o endométrio está hiperplasiado por essas alterações hormonais, o sangramento pode ser abundante e com maior duração. Manifestações neurogênicas/vasomotoras: As manifestações neurogênicas são as mais comuns: ondas de calor (fogachos), sudorese, calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas, parestesia, insônia, perda da memória e fadiga. O fogacho é o segundo sintoma mais frequente, endométrio experimentado por 80% das mulheres. Pode ser diário, semanal ou mensal. Cessa, na maioria da vezes, sem nenhum tratamento. Os fogachos se caracterizam por aumento da PA sistólica tanto na vigília quando durante o sono. Além disso, a FC aumenta entre 7 e 17 batimentos por minuto, aproximadamente no mesmo período que ocorrem vasodilatação periférica e sudorese. A duração é variável e ocorre principalmente à noite, atrapalhando o sono e apresentando efeito sobre o humor, podendo surgir irritação, insônia e depressão. Manifestações psicogênicas: Diminuição da autoestima, irritabilidade, labilidade afetiva, sintomas depressivos, dificuldade de concentração ememória, dificuldades sexuais e insônia. Manifestações no metabolismo ósseo: A idade está associada com progressiva rarefação do esqueleto. Por isso, a perda óssea e fraturas osteoporóticas são comuns em mulheres na menopausa. Essas situações acontecem devido à queda de estrogênio que inibe a atividade dos osteoblatos e aumenta a atividade do osteoclasto. MCA: Nascimento, crescimento e saúde da mulher TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Manifestações no metabolismo lipídico: Os esteroides sexuais podem influenciar o metabolismo lipídico e induzir alterações nas apolipoproteínas. Antes da menopausa, os níveis de LDL sao menores e os de HDL sao maiores nas mulheres se comparadas ao homem. Após a menopausa, os níveis de LDL aumentam, com tendência para partículas menores, mais densas e potencialmente mais aterogênicas. A deficiência estrogênica da menopausa é considerada como fator relevante na etiopatogenia da doença cardiovascular e das doenças cerebrovasculares isquêmicas. Manifestações urogenitais: Devido à origem embriológico comum, tanto a bexiga, órgãos genitais e uretra tem respostas semelhantes às mudanças hormonais, especialmente ao estrógeno. Sendo assim, a deficiência de estrogênio ocasiona atrofia epitelial de tais órgãos e dos tecidos de sustentação, manifestando-se com prolapsos genitais, sintomas vaginais como ressecamento, sangramento e dispareunia e sintomas uretras como disúria, frequência e urgência miccional. Manifestações tegumentares: No climatério ocorrem alterações em todas as camadas da pele. O hipoestrogenismo atua diminuindo a produção de colágeno pela alteração da polimeração dos mucopolissacarídeos. Consequentemente a derme diminui a síntese de ácido hialurônico resultando na diminuição do conteúdo de água. Além disso, com o avançar da idade, a pele perde a elasticidade, os músculos enfraquecem e ficam frouxos, permitindo o aparecimento de rugas. Outras alterações: A histologia das mamas após a menopausa é de progressiva involução de todos os tecidos componentes da glândula, exceto o adiposo, ficando mais pesadas, flácidas e pêndulas. O diagnóstico de transição menopáusica é essencialmente clínico. Além disso, deve-se fazer o rastreamento e a identificação das doenças crônicas, em especial as de mais interesse para esse período da vida. É focado no alívio de sintomas climatéricos A terapia de reposição hormonal continua sendo uma possibilidade terapêutica importante para mulheres no climatério, devendo-se sempre lembrar que quando bem indicada, ela deve fazer parte de uma estratégia global que inclua recomendações a atividade física, alimentação saudável, combate ao tabagismo e ao excesso de peso. O principal hormônio utilizado na terapêutica é o estrogênio, que é o melhor para minimizar os fogachos. A reposição hormonal pode ser por esquema puro estrogênio (mulheres histerectomizadas) ou combinado a progesterona (mulheres com útero). Ao se indicar e escolher a forma apropriada de reposição hormonal a cada caso deve-se levar em conta os seguintes parâmetros: o Janela de oportunidade: indica que há um momento propício para o inicio da terapia de reposição hormonal após a menopausa. Deve-se ser iniciada nos primeiros meses ou anos após a menopausa. o Vias de administração: Podem ser administrados via oral ou parenteral. A via oral é mais difundida pela facilidade de administração e a via parenteral é representada pela via transdérmica, via percutânea, implante subdérmico, via vaginal e via intramuscular. Na via oral, ele é absorvido no tubo digestivo, atinge o sistema porta chegando ao fígado, e só depois chegam a circulação sistêmica. Com isso, o metabolismo de primeira passagem aumenta o risco de doença tromboembólica venosa por impactar na cascata de coagulação. Além disso, o elevado nível de estrogênio no fígado interfere no metabolismo de lipídios e lipoproteínas, elevando os níveis séricos de HDL e diminuindo os de LDL. Todavia faz os níveis de triglicerídeos aumentar. Com administração parenteral, o estradiol atinge a circulação sistêmica e só depois chega ao fígado. Ou seja, a dose administrada pode segmento, adquirindo o mesmo efeito. Ou seja, para mulheres com risco de doença tromboembólica venosa, deve-se evitar a via oral, escolhendo a via transdérmica. Com relação ao perfil lipídico,por via oral é mais eficaz. Referências: - Rotinas em ginecologia - Freitas 7ed - Site da sociedade brasileira de reprodução assistida. - Manual MSD - Manual de orientação em climatério - FEBRASGO 2010 - Consenso brasileiro de terapêutica hormonal da menopausa - Associação brasileira de climatério 2014.
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