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ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA A V A L I A Ç Ã O P R É - A N E S T É S I C A - A U L A 2 - 1 6 / 1 1 EDUARDA CAROLINE GOSTINSKI Espécie; Raça; Sexo; Idade; Peso. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA O protocolo anestésico deve ser adaptado a cada paciente, assim a avaliação pré- anestésica é super importante. RESENHA Deve conter: PARTICULARIDADES QUANTO À RAÇA Dobberman: possui deficiência no fator 8 de coagulação, e com isso pode ter um sangramento exacerbado. Equino: antes da anestesia é necessária ser feita a lavagem da boca. Bovino: recebem doses 10x menores de agonistas alfa-2 pois tem mais reeptores alfa-2 no SNC. Galgo: não possui muita gordura corporal, que iria capturar certa quantidade de fármaco, e assim os fármacos podem ter um efeito exacerbado, sendo necessário para essa raça a redução da dose do fármaco. Hipotermia. Hematócrito elevado. Menor concentração de albumina sérica. Anormalidades cardíacas: dilatação cardíaca. Metabolismo lento dos fármacos por fatores genéticos, assim tiobarbitúricos e propofol são metabolizados mais morfina, são analgésicos por proporcionarem lentamente devida a atividade reduzida das enzimas hepáticas. Collie, Border Collie e Australian Shepherd: tem deficiência do gene ABCB1 (MDR1) na barreira hematoencefálica que leva a acúmulo de fármacos. Com isso deve-se reduzir a dose de todos os fármacos para a anestesia, pois ultrapassam com facilidade a barreira hematoencefálica. Boxer: são cães braquiocefálicos, causam dispnéia e particularmente são passíveia à acepromazina pois ocorre depressão respiratória excessiva. Shitzu: possuem o palato mole alongado o que promove o fechamento da epiglote, , sáculos laríngeos invertidos, estreitamento dificultando a passagem de ar. Schnauzers: tem muitas arritmias. Animais braquicefálicos que possuem dificuldade respiratória: necessitam de pré e pós-oxigenação e traqueotubo próximo. Síndrome respiratória de cães braquicefálicos: os animais possuem narinas estenosadas, palato mole alongado da glote, traqueia hipoplásica (Bulldogue), colapso de laringe e/ou traqueia. Fatores predisponentes: raça, obesidade, climas quentes e úmidos, estado de excitação, sedação, sono, reações alérgicas, penumopatias, endocrinopatia aumentam a proporção de fármaco livre potencializando a ação do fármaco e aumentando a depressão de parâmetros, sendo assim, para estes animais, deve-se reduzir a dose. Escore alto e Obesidade: deve-se diminuir a dose dos fármacos. PARTICULARIDADES QUANTO À ANAMNESE É importante verificar os sinais clínicos nos últimos dias, quais as patologias anteriores, quais as anestesias anteriores e se há alergias à medicamentos. Respiratório: Dispnéia, tosse, secreção nasal. Neurológico: Desmaios e convulsões. Digestório: Vômito e diarréia, com esses sinais clínicos o animal tem início de desidratação impactando na anestesia. Hematológico: Anemias, histórico de transfusões recentes. PARTICULARIDADES QUANTO AO EXAME FÍSICO Deve-se levar em consideração a condição geral do paciente. Temperamento: necessário para saber se precisa de sedação ou tranquilização. Sistema Cardiovascular: pulso, (aumento do ganho de peso/piora da respiração. Sinais clínicos: dispnéia severa, tosse, náuseas, disfagia, histórico (estresse térmico, intolerância ao exercício, sufocamento durante o sono). Persa: são gatos braquicefálicos, é necessário avaliar a função pré-renal desse animais pela prédisposição a cistos renais e em grande quantidade podem ter insuficiência renal. Bengal: é uma raça mais agressiva. PARTICULARIDADES QUANTO AO SEXO Fêmeas não são indicadas para cirurgias se estiverem no cio, pois pode haver sangramento exacerbado pelo aporte sanguíneo modificado. Se estiverem gestantes não se deve anestesiar, pois os fármacos chegam aos fetos em uma sobredose. Machos normalmente são mais agressivos por isso usam-se doses mais altas. PARTICULARIDADES QUANTO À IDADE Quando se trata e neonatos e idosos devem-se utilizar doses reduzidas. Neonatos não possuem sistema hepatorenal bem desenvolvido, deve-se preferir fármacos com metabolização plasmática. Animais geriátricos tem o sistema hepatorenal desgastado pela idade. PARTICULARIDADES QUANTO AO PESO O escore corporal vai influenciar na definição dos fármacos e das doses, pode estar alinhado ou não com o peso do animal. Escore baixo: pode indicar anemia (menor oxigenação), as proteínas plasmáticas podem estar diminuídas, desidratação O que um paciente com hipoproteinemia impacta no protocolo anestésico? Propofol quando entra na corrente sanguínea se liga às proteínas plasmáticas, uma outra fração se deposita no corpo como reserva, a outra fração fica na forma livre circulando que exerce o efeito terapêutico. Se temos um paciente com menor concentração de proteína plasmática a medicação acaba ficando na forma livre, exercendo maior efeito terapêutico e podendo levar a uma maior depressão do SNC. Paciente com hipoproteinemia deve- se diminuir a dose do fármaco, já que ele fica mais quantidade livre. AVALIAÇÃO DO GRAU DE DESIDRATAÇÃO → Para avaliar a elasticidade da pele, traciona-se a pele da região cervical (região da cernelha) e verifica-se quanto tempo ela demora para retornar ao normal. Quanto maior a o tempo de retorno, maior a desidratação. → Para avaliação do TPC, pressiona-se a mucosa oral ou peniana/vaginal e avalia o tempo de prenchimento capilar. Normal é 1 segundo, maior que isso já é alteração. → O bulbo ocular fica profundo devido ao aumento da desidratação. → É deletério para o paciente a frequência cardíaca alta com pulso não palpável. frequência cardíaca, hipo/hipertensão, arritmias e sopros. Sistema Respiratório: tipo de respiração, presença de secreções e frequência respiratória. Sistema Hepático: icterícia, coagulopatias, hipoproteinemia. Sistema Renal: disúria, oligúria, anúria. Sistema Digestório, tegumentar (animal com ectoparasitas pode ter anemia e doenças hematológicas e assim aumenta o risco anestésico), endócrino e nervoso. Deve-se observar se o estômago está repleto, se o animal apresenta anemia, petéquias, edema, desidratação, e avaliar as glândulas do animal. PARTICULARIDADE QUANTO À EXAMES COMPLEMENTARES Hematológico: hemoglobina e proteínas plasmáticas (quando elas estão baixas, a concentração de fármaco livre aumenta), hematócrito, leucócitos (infecções bacterianas ou virais), plaquetas e tempo de coagulação. Bioquímico: hepático (ALT), renal (uréia e creatinina), glicose (aves tem o metabolismo mais rápido) e eletrólitos. Hemogasometria arterial. Eletrocardiografia e ecodoppler. Imagem: raio-x e ultrassonografia. → Hematológico, Hepático, Renal e Eletrocardiografia são obrigatórios antes da anestesia. leite), filhotes e espécies de metabolismo elevado e não toleram muito tempo de jejum. → Em jejum de pequenos animais, na alimentação com ração comercial 8h de jejum é suficiente, alimentação caseira de 10h a 12h de jejum. → Em caso de paciente sem jejum, se faz intubação traqueal rapidamente. Outra opção é a indução ao vômito (não é indicado!!), pelo esvaziamento gástrico. Esses medicamentos não são adequados, porque não se tem certeza se houve mesmo o esvaziamento gástrico total. CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO ASA 1 - paciente saudável sem alterações, submetidos a procedimentos eletivos. ASA 2 - paciente leve, fratura sem sangramento e contaminação. ASA 5 - paciente que já não tem muita chance, casos que se faz cirurgia como última tentativa. ASA E - é aquele que precisa de cirurgia com emergência. Aquele que não dá tempo de fazer a anamnese e classificação. Quanto maior o ASA, maior o risco anestésico do paciente devido ao aumento de alterações. PREPARAÇÃO DO PACIENTE JEJUM O jejum antes da anestesia é importante para evitar aspiração de conteúdo regurgitado, que pode levar a uma pneumonia aspirativa ou de falsa via. Sem jejum há o dever de cancelar a cirurgia. Deve-se evitar o jejum em lactantes (perdem muita água e energia através do PRÉ-OXIGENAÇÃO Em pacientes que estão em hipo oxigenação, é necessário utilizar O2prévio PREPARAÇÃO DO PACIENTE É específica para cada paciente, com a avaliação pré-anestésica, jejum, estabilização fisiológicas, seleção dos fármacos, o posicionamento do animal, monitoração (os parâmetros são anotados a cada 5min, mas a monitoração é constante) e custo. EQUINOS Banho, escovação dos pêlos, remoção das ferraduras (para evitar lesões na recuperação) e lavagem da cavidade oral. CORREÇÃO FISIOLÓGICA Deve-se corrigir as dificuldades antes da anestesia para melhorar a condição do paciente. → Desidratação; → Hipotensão; → Hemorragia; → Anemia; → Dispneia; → Hiper/Hipotermia; → Sepse. FLUIDOTERAPIA Utilizada para correção da desidratação aparente. É importante para manter o paciente normovolêmico, com pressão boa e boa perfusão dos órgãos. Para o cálculo se utiliza: Necessidade diária + a porcentagem de desidratação + perdas gastrointestinais. → Necessidades diárias: Cães - 40mL/kg/dia; Gatos: 60mL/kg/dia; Grandes animais - 50-100mL/kg/dia. → Perdas já ocorridas: % de desidratação. → Perdas gastrointestinais: Vômito: 40mL/kg/dia; Diarréia: 50mL/kg/dia; Ambos: 60mL/kg/dia.
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