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Clínica Médica de Pequenos Mamíferos 17/08/2020 Doença valvar crônica É a doença cardíaca mais comum da clínica de pequenos animais. Recebe vários nomes diferentes: • Doença valvar crônica • Doença degenerativa crônica • Endocardiose • Degeneração mixomatosa valvar • Doença valvar degenerativa Na clínica não conseguimos avaliar pois é um diagnóstico microscópico. Mais comum em cães, principalmente em pequeno porte. As raças mais acometidas são Cavalier King Charles Spaniel, Poodle, Shih tzu, Dachshund, Cocker Spaniel. No Brasil temos inúmeros casos de SRD por causa da mistura de raças. Cães de grande porte são bem menos acometidos, tendo Labradores e Pastores alemães como as mais acometidas desse grupo. Geralmente são mais brandas que em animais de pequeno porte. Alguns pitbulls também podem ser acometidos. É uma doença genética. Em gatos é muito raro. Quando há alteração valvar, se for degeneração, é caso de publicação. Acomete principalmente a valva mitral, mas pode acometer outras; 2ª mais comum é a tricúspide. Em alguns casos pode acometer as duas juntas. A degeneração da mitral é pior. É uma questão genética que justifica o porquê uma delas é mais acometida que a outra. Fisiopatologia O sangue chega ao coração pelas veias pulmonares no átrio esquerdo e passa para o ventrículo esquerdo. Do VE deveria ir para o corpo, mas se a válvula não fecha direito, parte do sangue volta para o AE, mesmo que não devesse. É menos sangue indo para o corpo. O que o organismo faz para consertar esse erro? Ativa o sistema renina-angiotensina- aldosterona. Como tem menos sangue indo para o corpo o rim tem um grupo de células chamado aparato justagromerular que percebe a pouca quantidade de oxigênio chegando, então ele precisa se “defender”. O rim libera a renina que converte o angiotensinogênio do fígado em angiotensina I, que será transformada em angiotensina II pela enzina conversora de angiotensina (produzida nos pulmões). A angiotensina II aumenta a atividade simpática (FC). Se o coração bate mais rápido, ele bombeia mais sangue. É feito para chegar mais sangue ao rim. Também aumenta reabsorção de água, sódio, cloro a excreção de potássio. Estimula a adrenal a produzir aldosterona, que tem o mesmo papel. Diminui o calibre dos vasos (vasoconstrição) para aumentar a pressão, fazendo com que o sangue circule mais rápido e chegue mais longe. Estimula a ptuitara a produzir o ADH, que retém mais água, o que aumenta o volume circulante. Com mais água dentro do vaso você aumenta o volume de sangue total, o que faz com que a circulação aumente temporariamente. Se isso acontecer demais, pode diluir o sangue. É um sistema temporário para que o coração se corrija. A ativação desse sistema leva a retenção de água e sal, aumenta o volume circulante e a perfusão do aparato justagromerular. A degeneração da válvula não tem cura, então o paciente fica fazendo isso sempre e acaba evoluindo para um edema pulmonar (em um estágio mais avançado). O sangue que chega no átrio esquerdo e está voltando do ventrículo, começa a se acumular no átrio. Esse sangue acumulado faz o átrio crescer e, consequentemente, o sangue que chega pelas veias pulmonares vai causar uma congestão. A parede atrial é fina, então ele começa a dilatar até não dar mais. Isso começa a congestionar as veias pulmonares, que também aumentam de tamanho. A pressão hidrostática vai começar a se tornar muito grande e, para não romper, o endotélio vascular começa a se esgarçar, permitindo o extravasamento de água para o meio extravascular. Esse líquido extravasa para o pulmão, causando edema pulmonar. O pulmão cheio de líquido, principalmente no alvéolo, não consegue fazer hematose. Conforme a doença vai progredindo também pode acontecer a dilatação do ventrículo esquerdo porque esse sangue vai se acumulando, e ele vai perdendo força para contração. Se ele não tem forca o animal tem fraqueza, desmaios, edema pulmonar. Esses mecanismos são alvo do tratamento para o paciente. E o lado direito? O sangue chega pelas veias cavas cranial e caudal no átrio direito e depois no ventrículo direito. Há regurgitação do ventrículo para o átrio, que é mais fino ainda que o esquerdo, se dilata com mais facilidade, congestão da veia cava e gera ascite (acúmulo de líquido rico em pts no interior do abdômen) e/ou edema de membros. Antes da ascite, os vasos hepáticos estarão aumentados porque a veia cava caudal antes de permitir o extravasamento de líquido, vai receber os vasos hepáticos, então é comum receber um USG com “congestão dos vasos hepáticos. Relacionado à cardiopatia???” O VD perde força e tem dificuldade de bombear sangue para os pulmões. Inicialmente não ativa o sistema RAA, mas quando o ventrículo perde força e tem dificuldade de bombear sangue para o pulmão, o sangue começa a se acumular (no pulmão) e aumenta a pressão intrapulmonar (hipertensão pulmonar). Esse sangue tem dificuldade de ser oxigenado, então a medula óssea tenta produzir mais células de sangue diante da hipóxia, mas isso não vai funcionar por muito tempo. Diante do sangue pobre em O2, há ativação do sistema RAA, mas num estágio mais tardio do que o do lado esquerdo. Na maioria das vezes eu tenho os dois lados acometidos juntos, então isso acaba se misturando. Não é regra. Manifestação clínica • Fase assintomática Sem sintoma nenhum. Por isso é importante fazer um bom exame físico. Com ausculta é possível perceber um sopro. • Tosse É o sintoma mais comum. Todo animal que tosse devemos parar e auscultar o coração. o Compressão do brônquio principal Causado pelo aumento do tamanho do coração. o Edema pulmonar • Cansaço Por causa do baixo bombeamento sanguíneo. • Dispneia Dificuldade de respirar por causa do pulmão cheio de líquido e sem fazer heamatose. • Cianose Sangue pobre em oxigênio. • Síncope Desmaios. • Distensão abdominal (hepatomegalia e ascite) Exame físico • Ausculta cardíaca Principal alteração é o sopro. • Ausculta pulmonar Pode estar normal; só vai estar alterada, com sons crepitantes, em casos mais avançados, quando já há edema. • Cianose • Pulso femoral Pode estar aumentado, normal ou diminuído. Sempre vale a pena ver. Se o pulso femoral está aumentado, o organismo está compensando. Se está normal, depende se já há um ECG ou não, se possuir e ele constatar que há alteração e o pulso estiver normal, significa que o coração já está perdendo força. No estágio mais avançado, o pulso vai estar diminuído. • Pulso jugular Acontece principalmente na cardiopatia do lado direito. Jugular é veia, então não pulsa. Se estiver pulsando, é sinal de cardiopatia grave do lado direito. • PA sistêmica Vai diminuindo conforme o coração vai ficando fraco. Diagnóstico • Histórico e anamnese Fundamentais. Quais sintomas? Quando começaram? Já fez algum exame? Qual foi o resultado? Qual a idade? • Exame físico Não examinar só o coração e pulmão, mas ele todo. Nesse caso dar uma atenção especial para o exame físico específico para isso. • Radiografia torácica Ajuda a determinar a gravidade. Pedir em 3 posições. • Eltrocardiograma Ajuda a determinar a gravidade. Geralmente vai estar normal, mas em estágios avançados podemos encontrar arritmias. Arritmia sinusal: taquicardia sinusal. Ritmo regularmente regular; faz uma pausa constante. É comum no cão, mas no gato não. Está relacionado com o SNP do cão ser muitas vezes mais prevalente do que o simpático. Um dos efeitos da angiotensina II é ativar o SNS. Se sempre ausculta e vê que o ritmo dele é regularmente regular e você vê naquela ausculta que ele está regular, quer dizer que alguma coisa está ativando o SNS. Precisamos investigar esse paciente para cardiopatias. • Ecodopplercardiograma Diagnóstico definitivo de alteraçãovalvar. Pode variar de 180-300 reais, dependendo do local. Avaliar a morfologia e função cardíaca, complicações e comorbidades (dirofilariose, tumor de base cardíaca). Classificação de estágios • Estágio A Grupo de risco de desenvolver a doença. • Estágio B o B1 Animal que foi um achado. Não tem sintomas, mas você auscultou um sopro. Coração não está aumentado. o B2 Tem alteração da válvula, pode ter ou não sintomas, mas obrigatoriamente tem remodelamento cardíaco (dilatação). • Estágio C Congestão. O animal já tem edema ou ascite. Consigo identificar na ausculta e raio X. • Estágio D Terminal. Já tratou todos os outros estágios e não melhora. Os medicamentos não funcionam, então tenho que usar coisas mais agressivas. Tratamento DDCVM (doença degenerativa crônica de valva mitral): reduzir a pré-carga. Pré-carga é o volume de sangue que chega no coração. Quando o sistema RAA absorve água e sódio, aumenta a pré-carga, gerando a congestão. Disfunção sistólica (dificuldade na contração): aumentar inotropismo. Usar um fármaco inotrópico positivo. Arritmia: Antiarrítmicos (cuidado!). Melhor pedir ajuda ao anestesista ou cardiologista, que sabem melhor sobre isso. Crônico x agudo crônico Paciente que atendeu que foi tomar uma vacina e durante a ausculta ouviu um sopro, pediu um ECO e viu que tinha endocardiose de mitral. O tratamento é divido de acordo com o estágio da doença. Estágio B1 geralmente não é tratado, apenas acompanhado. O estágio B2 começa a tratar. Se já há remodelamento cardíaco, é sinal que o sistema RAA já está causando uma sobrecarga nesse coração. • IECAS (Benazepril, Enalapril, Prils, ...) • Diuréticos (furosemida, espironolactona, torasemida) • Inotrópicos (Digoxina, pimobendan) • Antiarrítmicos • Antioxidantes (ômega 3) • Dieta hipossódica Quando o paciente já tem remodelamento (B2), utilizamos fármacos inibidores da ECA. Alguns médicos já falam para fazer a utilização de inotrópicos (pimobendan; a digoxina perdeu mercado por causa de seus efeitos colaterais). Pacientes C já usamos IECAS, inotrópicos e diuréticos (mais usado é furosemida). Quando a furosemida sozinha não estiver mais fazendo efeito, podemos utilizar em conjunto com a espironolactona. A torasemida substitui o uso de dois fármacos, mas está sendo lançado em forma comercial só no final de 2020. Já é utilizado de forma manipulada. Qualquer paciente pode receber os antioxidantes. Ajudam a deixar o coração saudável e evita arritmias. A dieta hipossódica (ração sênior) é indicada para pacientes B2. A ração cardíaca é indicada para pacientes C. Estágio D: uso de alternativas para tentar estabilizar esse paciente. É tudo ou nada! Não há regra. 24/08/2020 Agudo • Mucosa pálida • Ausculta crepitante Líquido nos alvéolos – edema pulmonar. A primeira coisa a ser feita é a tranquilização do animal. • Butorfanol 0,2 - 2,5 mg/kg IV ou IM (o melhor para cardiopatas) • Acepromazina 0,01 – 0,03 mg/kg IM ou IV • Morfina 0,1 mg/kg IM Podemos associar a acepromazina com a morfina, mas com aplicação sempre IM. Se for um animal muito debilitado ou pequeno, é feita metade dessa dose de morfina. Suplementação de oxigênio • Aumentar a saturação de hemoglobina • Máscara, sonda nasal, gaiola (muito cara), tubo orotraqueal, colar (fecha com plástico filme e faz furos). Furosemida – diurético IV – 15 minutos já está atuando. Pode fazer IM, se o animal estiver muito agitado. Pode ser feita em bolus ou infusão contínua. Em bolus tem efeito mais rápido e o cálculo é mais simples, diminuindo a quantidade de erros. A dose depende do tratamento que o paciente vem fazendo. O edema vai desfazendo e o animal melhorando o quadro respiratório. Se em 15 minutos ele não urinar, você aplica uma nova dose. Esses animais tendem a desidratar, então depois de estabilizado, tem que ver se ele não está desidratado. Se a PA estiver abaixo de 90mmHg, não fará efeito. PA baixa, não chega sangue no rim, então a furosemida não vai chegar nas alças. Nesses casos, fazer com um fármaco inotrópico (pimobendan -0,25 – 0,3 mg/kg VO- ou dobutamina -5 – 10 microg/kg/min-). Depois disso? • Acompanhamento cardiológico • Avaliação renal • Manejo terapêutico Adaptação e ajuste de drogas. As vezes o animal engorda ou emagrece. • Manejo clínico Pode ser que ele se torne diabético, então teria que mudar o uso do diurético. Hipertensão pulmonar A principal causa em cães é a DVDCM (43 – 85% dos casos). O sangue chega pelo AE, vai para o VE, a valva não está funcionando bem, o sangue volta. Ativação do SRAA. O pulmão começa a fazer uma congestão. O pulmão congestionado cria uma resistência para o VD bombear sangue para ele, então a artéria pulmonar dilata e a pressão dentro aumenta. O VD vai ter dificuldade em mandar sangue para o pulmão e começa a dilatar e o AD não bombeia sangue para o VD e se dilata, aumentando de tamanho. Também pode acontecer se só tiver degeneração na valva tricúspide. Sangue no AD > VD > A aumenta > V aumenta, etc. É mais raro, porém existe. Sinais clínicos • Tosse • Cianose • Síncope • Não tem necessariamente edema na ausculta • Sopro alto Diagnóstico ECG: não é muito preciso, porém é o mais preciso na veterinária. Tratamento • Citrato de sildenafil – 1mg/kg BID (viagra) Se ele já receber tratamento para doença cardíaca. Primeiro tratamento da DVC, depois o respiratório. Vasodilatador da artéria pulmonar. Não causa ereção em cães. • Tratamento de doença respiratória concomitante Cardiomiopatias Desordem miocárdica na qual o músculo cardíaco esta estruturalmente e funcionalmente anormal na ausência de outras doenças cardíacas capazes de afetar a função miocárdica. Só podemos diagnosticar com RM e ECG. RM é muito cara (R$2K). Só vamos investir nela quando o ECG deixar dúvida ou para ter certeza em estágio inicial e o proprietário puder pagar. Cães: Dilatada Gatos: Hipertrófica Um pode ter a outra, mas é muito raro ocorrer. Cardiomiopatia dilatada Doença miocárdica caracterizada pela redução da contração ventricular e leva à dilatação ventricular, envolvendo o VE ou ambos os ventrículos. Mais comum em racas de grande porte (dogue alemão, doberman e boxer). Pode acometer médio porte (cocker spaniel) e pequeno porte (west highland White terrier), mas é raro. Segunda causa de morte por causa cardíaca em cães (a primeira é a endocardiose). Principais causas: • Genética diferentes mutações • Nutricionais Aas essenciais: Taurina (gatos) e L-carnitina (cães) • Viral Rara, geralmente animais jovens com o vírus da parvo. Geralmente não dá tempo de fazer o diagnóstico, o animal morre antes. • Erliquiose • Doença de Chagas • Leishmaniose • Doxorrubicina • Taquicardias Fisiopatogenia O coração vai diminuir sua força de contração (disfunção sistólica) e aí vou ter dilatação das câmaras cardíacas. O coração fraco e dilatado: os folhetos das valvas mitral e a tricúspide se afastam um do outro, ou seja, permite refluxo de sangue, ai podemos escutar um sopro. Acontece igual e endocardiose. Menos sangue chegando no rim, ativação neuroendócrina compensatória (sistema RAA) e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Com a ativação do SRAA posso ter arritmias, efusão pleural, baixa de débito cardíaco e choque cardiogênico. Manifestações clínicas Fase oculta: às vezes no ECG está normal. Se tenho a suspeita, outros exames no limite, genética, etc, preciso pedir uma RM ou ir acompanhando. • Arritmias • Síncope • Cansaço fácil • Dispneia • Tosse • Ascite • Efusão pleural Esses sinais costumam aparecer antes mesmo de ascite ou do edema. Dividida em fase oculta e sintomática. Exame físico • Sopro de baixa intensidade grau I a III • Edema pulmonar • Ritmo regularou irregular • Pulso femoral hipocinético • Hepatomegalia • Mucosas pálidas a cianóticas Diagnóstico • Radiografia Importante pedir em mais de 1 projeção. • Ecodopplercardiograma Principal! • Eletrocardiograma X Holter 24h Tratamento • IECA • Inotrópicos (sempre vai ser o pimobendan) Digoxina se o tratamento ficar muito caro. Ela está difícil de achar e o dono precisar seguir sua prescrição à risca, porque se ele errar a dose, pode intoxicar o animal. Se fizer vômito e diarreia, deve ser suspenso. • Diuréticos Só se tiver edema. • Ômega 3 • Antiarrítmicos Cardiomiopatia hipertrófica Doença cardíaca mais comum de gatos. Prevalência maior em machos, porém pode ocorrer em qualquer etapa da vida. Alguns felinos não manifestam sintomas pois sabem esconder muito bem sintomas, então existem raças, que são predispostas, e devemos estar sempre (1x ao ano, por exemplo) fazendo exames para ter certeza de que o animal não está com nenhum problema. Ocorre hipertrofia concêntrica (perde a luz, com o músculo ficando grosso) do ventrículo esquerdo. Algumas doenças podem mimetizar a CH, como hipertensão, neoplasias infiltrativas, hipertrofia transitória (ainda não é muito estudado), acromegalia e hipertireoidismo. Na maioria das vezes não conseguimos distinguir se a causa é genética ou não. Pedem para falar que o paciente tem um fenótipo de CH, falar apenas se é CH se houver o diagnostico. No dia a dia da clínica não é prático, só é bom para criadores. Raças pré dispostas: Ragdoll, Mayne Coon, Persa, Sphynx, American Short Hair e British Short Hair. O persa é o “poodle” dos gatos. É pré-disposto a tudo. O Mayne Coon é conhecido no mundo todo por ter cardiomiopatia hipertrófica. Está cada vez mais popular no Brasil. Antes de qualquer cirurgia é importante fazer exames de CH nela. 31/08/2020 Fisiopatogenia No gato o problema vai ser disfunção diastólica. O musculo do VE hipertrofia, ficando bem espesso. O buraco para o sangue passar, fica menor. Se antes cabia, por exemplo, 10ml de sangue, agora vai caber 3ml. Os outros 7ml se acumulam no átrio, que começa a crescer, as veias pulmonares também, há aumento da pressão hidrostática e ocorre extravasamento de líquido. Alguns gatos fazem edema e outros efusão pleural. Acredita-se que esses gatos tenham uma vascularização da pleura diferente, o que favorece o aparecimento a efusão antes do edema. Alguns gatos têm apenas edema, outros apenas efusão e outro apresentam os dois. Se o ventrículo está mais espesso, ele relaxa menos, entrando menos sangue e bombeia menos sangue. Isso gera redução do débito cárdico, o que ativa o sistema RAA, vai ter estímulo de todo aquele mecanismo que aumenta a pré-carga, agravando a situação. Quanto mais hipertrofiado o ventrículo, mais grave a doença. Alguns animais não são tratados, apenas acompanhados, porque a hipertrofia é muito discreta. Acomete o lado esquerdo. Posso ter no máximo uma hipertrofia do septo interventricular e pode afetar o lado direito, mas não é comum. Essa formação de tecido fibroso dificulta o impulso cardíaco. Isso gera uma arritmia. Também é comum o aumento da FC por conta da ativação do SRAA, mas é difícil de identificar porque gatos se estressam facilmente. Pode acontecer de diferentes formas: todo o ventrículo, só do septo IV, parede do ventrículo, parte da parede e parte do septo, parede de um lado e do lado direito também, só do meio da parede. Manifestações clínicas • Assintomático Morte súbita pois o animal não apresenta sintomas. • Manifestações inespecíficas Gato mais quieto, vômito, fica mais cansado. • Taquipneia • Dispneia • Edema pulmonar • Efusão pleural • Tromboembolismo Pode causa claudicação • Morte súbita Exame físico • Sopro em bordo esternal (foco aórtico) • Sopro em foco mitral 50% dos gatos que têm sopro não têm problema nenhum no coração e 50% dos gatos que têm problema de coração não têm sopro. Diagnóstico • Radiografia Complementar • ECG o Principal. É o mais acessível ($$) o Identifica hipertrofia da parede do VE e/ou septo interventricular (acima de 5 é atrofiado, menos Mayne Coon e Ragdoll). o Hipertrofia dos músculos papilares o Aumento atrial esquerdo (sinal de smoke – o sangue passa mais devagar dentro dele o Cavidade ventricular reduzida o Obstrução da vida de saída do VE • Eletrocargiograma Complementar. Mostra arritmias Hipertrofia concêntrica o raio X não vê. Só vai conseguir ver quando o átrio estiver aumentado. Tratamento Muito polêmico. Tratar ou não tratar? Tratar gatos assintomáticos não aumenta a expectativa de vida, mas será que não aumenta o bem-estar? • Aumento de AE – trato • Grau da hipertrofia – acima de 6, trato • Presença de obstrução dinâmica – trato • Assintomático – a maioria não se trata, mas se o proprietário observar diferenças, pode tratar Muita gente opta por não tratar porque o gato é difícil de medicar, e é um medicamento para a vida toda. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) Em hipótese nenhuma brigamos, apenas sedamos direto. Oxigênio terapia Toracocentese (silêncio – efusão) x diuréticos (crepitando - edema) Sedação: evitar acepran. Butorfanol e metadona. Medicamentos • Diltiazen (7,5 mg TID) Bloqueador de canal de cálcio; utilizar quando ele não tiver obstrução dinâmica (preciso de um ECG); permite que o miocárdio relaxe com mais facilidade; diminui a FC e a força de contração; tem efeito antiarrítmico. • Beta bloqueadores Diminuem obstrução dinâmica; diminui FC e força de contração; efeito antiarrítmico; Atenolol (6,55 – 12,5 mg BID) – seletivo, agindo somente no coração; Propanolo (0,5 – 2,0 mg BID) – não seletivo, agindo no coração e pulmão. • Inibidores da ECA CUIDADO! Fazem vasodilatação, então são contraindicados se tenho obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo (CMO); Benazepril (0,5 mg/kg SID) • Pimobendan • Antiagregadores plaquetários Átrio esquerdo muito grande com sinal de smoke; Clopidogrel (12,75 mg/dia) Afecções de vias aéreas superiores Rinites e sinusites Iniciando pelo nariz e seios nasais. Causa inflamatória primária ou secundária Primária: autoimune. Não é comum. Não descobrimos a causa, então fazemos biópsia e vem a causa no laudo. Secundária: A maioria. Causa alérgica. Produtos de limpeza, fumaça, cigarro, mudança de temperatura. Posso ter corpo estranho, cachorro fareja, então podem entrar sujidades na narina. Infecciosa bacteriana ou fungica, viral não é tão comum. Secundárias a doenças periodontais. Sintomas: • Letargia • Perda de apetite • Perda de peso • Secreção nasal (mais comum) • Epistaxe (sangramento nasal) Todo veterinário lembra logo de babésia e erlíquia • Dispneia • Tosse • Halitose Relacionado a doença periodontal, que causa a rinite ou sinusite • Deformação facial Esporo pode causa rinite fungica. • Lesões em plano nasal • Espirros (mais comum) Diagnóstico: • Anamnese e histórico • Radiografia • Tomografia • Rinoscopia • Microbiolócio • Histopatologia Tratamento: • Antibiótico Não deve ser empírico, mas às vezes não tem jeito. Então os melhores para essa situação são amoxicilina com clavulanato, clindamicina e enrofloxacina (apenas animais adultos pois pode atrapalhar crescimento de dentes e ossos) • Corticoterapia Prednisiona para cães e prednisolona para gatos. • Antifúngicos Itraconazol e cetoconazol • Quimioterapia ou radioterapia • Cirurgias • Limpeza de tártaro Para doenças periodontais. Rinotraqueíte Ou complexo respiratório viral felino. Tanto faz o nome, porém pode aparecer em concursos e artigos. Herpesvirus felino tipo I (causador) – pode ficar latente e começa a se replicar quando há imunodepressão Calicivirus (causador) Micoplasma (oportunista – causa alteração ocular) Clamídophila(oportunista – causa alteração ocular) O animal pode ter perda de apetite pois dói quando o alimento passa pela orofaringe. Sinais clínicos: • Espirros • Secreção nasal • Secreção ocular • Faringite • Perda de apetite • Dispneia (dificuldade de puxar o ar pois está com o nariz entupido) • Complicações pulmonares • Gengivite (principalmente por calicivirus e vírus da FIV) Tratamento: • Antibioticoterapia sistêmica: doxiciclina (animais adultos) – pode causar esofagite; enrofloxacina ou pradofloxacino (animais adultos); amoxicilina com clavulanato ou azitromicina. • Antibioticoterapia tópica oftálmica: terramicina (pomada), tobramicina (colírio). • Mucolíticos: acetilcisteína, nebulização. • Imunoestimulantes: Interferon tópico • Terapia adjuvante: L-lisina 14/09/2020 Complexo respiratório superior canino Conhecido também como: • Tosse dos canis • Traqueobronquite infecciosa canina • Doença respiratória infecciosa canina Não utilizar gripe dos canis pois é causada por outro vírus, por mais que possamos ter participação do Influenza vírus. Essa doença é multifatorial e muita vezes relacionada a uma infecção por bactéria, principalmente Bordetella bronchiseptica. Pode estar associada a muitos outros agentes etiológicos que irão piorar a situação. Os casos mais complicados são com Mycoplasma sp. Pode estar associada com adenovírus canino tipo-2, vírus da influenza, da parainfluenza, coronavírus canino, reovírus, herpesvírus canino e paramixovírus. Histórico e sinais clínicos • Tosse alta e sonora (seca ou produtiva) e contínua de início súbito. • Cansaço • Contactantes com mesmo sintomas • Histórico de viagem, hotéis, pet shop, aglomerados de animais Geralmente é auto limitante, só quando o animal tem alguma causa secundária pode evoluir para pneumonia. É comum fazer o reflexo de tosse e o animal tosse e não para, sendo muito alto também. Não fazemos nada pois a doença se cura sozinha, apenas entramos com antibióticos se o animal não apresentar melhora. Tratamento É feito somente para o proprietário não achar que não estamos fazendo nada. • Autolimitante • Antibióticoterapia quando necessário (dioxiciclina, amoxicilina com clavulanato, enrofloxacino; • Nebulização com corticoide (beclometasona) • Xarope mucolítico • Corticoterapia sistêmica (prednisona) Os nebulizadores ultrassonicos não podem ser utilizados quando há corticoides porque altera o tamanho da partícula e diminui a eficácia. Nesse caso deve ser usado o pneumático (ou ar comprimido). A vacina só é recomendada para animais de grupo de risco, aqueles que saem de casa e tem contato com outros animais. Paralisia de laringe Afecção muitas vezes idiopática (que não identificamos a causa) ou por alteração na inervação do nervo laríngeo. Pode ser causada por traumas, inflamação, fibrose, turmores, hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo, causas tóxicas ou congênitas. Muit comuns em bull terrie, husky e bouvier de flanders. Causa dispneia inspiratória e alteração na fonação (pode até ficar mudo). O animal não come pois tem falta de ar. Fisiopatogenia O esforço gera um edema de mucosa laringiana (laringite). A laringe fica vermelha e com muco acumulado, o que dificulta a passagem de ar. Pode acometer apenas uma cartilagem ou as duas (mais comum). Diagnóstico • Ultrassonografia cervical Não é algo que qualquer ultrassonografista faz. • Laringoscopia – padrão ouro Sedar o animal, não de forma profunda pous não pode haver inibição de reflexos. Tratamento O tratamento é cirúrgico, a não ser que você consiga tratar a causa. A cirurgia tem alto índice de complicação. Geralmente é para melhorar a qualidade de vida, não para tratar. Se for leve, não é indicado cirurgia. Tratamento clínico: • Corticoterapia (oral x injetável) • Antibioticoterapia em casos específicos (amoxicilina com clavulanato, enrofloxacino, pradofloxacino) • Nebulização com corticoterapia Colapso de traqueia Processo degenerativo crônico dos músculos e dos ligamentos traqueais. Quando eles ficam flácidos, há enfraquecimento dos anéis, o que reduz a luz traqueal. Acham que existe um fator genético que gera redução dos constituintes da matriz cartilaginosa. Fisiopatologia Traqueia colapsada > tosse > irritação crônica do epitélio > inflamação > descamação/hiperplasia > diminui a depuração mucociliar > aumento de muco mais espesso > diminui a função ciliar normal > tosse Sintomatologia • Tosse crônica e não produtiva (grasnar de ganso) • Dispneia • Cianose • Síncope • Cansaço Diagnóstico • Radiografia • Endoscopia traqueal – padrão ouro Tratamento Colocação de prótese. Pode ser colocada por fora da traqueia ou por dentro. A por fora só é indicada se houver alteração apenas no pescoço. Tratamento clínico: • Corticoterapia (oral -prednisona ou prednisolona- ou injetável -dexametasona ou hidrocortisona) • Antibioticoterapia (amoxicilina com clavulanato, doxiciclina ou enrofloxacino) • Mucolíticos (acetilcisteína) • Antitussígenos (butorfanol, codeína) • Ansiolíticos (fluoxetina, amtriptilina) Síndrome do cão braquicefálico É a doença do momento pois são cães em moda hoje em dia. Alterações anatômicas congênitas, obstrutivas, que resultam em dificuldade respiratória e podem levar a alterações anatômicas secundarias que agravam a síndrome. Alterações anatômicas • Conformação craniana e de ossos da face • Estenose de narina • Palato mole alongado • Hipoplasia de traqueia • Eversão dos sacos laríngeos Isso gera alterações funcionais e anatômicas secundárias, como: • Termorregulação • Estruturas de vias aéreas Sinais clínicos • Respiração ruidosa • Estridores • Ptialismo • Tosse • Alteração vocal • Tentativa de vomito • Engasgos • Flatulência • Espirros reversos (qualquer inflamação ou irritação no palato mole) • Espirros • Intolerância ao exercício • Apneia • Dispneia obstrutiva inspiratória • Mucosas pálidas ou cianóticas • Sincope • Hipertermia • Óbito Diagnstico • Exame clínico • Laringoscopia • Radiografia • Endoscopia • Tomografia computadorizada Tratamento • Corticoide • Mucolíticos • Antibioticoterapia Para resolver é feita cirurgia, a principal é rinoplastia. Na rotina pediátrica, assim que terminar protocolo vacinal e castrou, pode ser feito logo após. Em machos até dá para fazer junto à cirurgia da castração, em fêmeas não (por haver abertura de cavidade) Cirurgia de palato mole também para remover o excesso de tecido para o ar poder passar. Enfermidades de vias respiratórias inferiores • Doenças de traqueia (pode ser superior e inferior) • Bronquite canina • Doença brônquica felina • Pneumonia Bronquite canina Inflamação dos brônquios e bronquíolos que gera doença pulmonar inflamatória crônica com presença de tosse, podendo resultar em intolerância ao exercício e dificuldade respiratória. Pode ser crônica (nascença) ou aguda (cheiros fortes, pólen, etc.). A maioria dos cães apresentam bronquite aguda com cigarro. Infecciosa É raro, mas pode haver por causa de • Vírus (Parainfluenza sp., Adenovirus sp.) • Bactéria (Bordetella sp., S. zooepidemicus) • Fúngica (Criptoccocus sp., Aspergillus sp.) • Parasitária (Capillaria sp., Dirofilaria sp.) • Protozoária (Toxoplasma sp., Pneumocystis sp.) Podem causar inflamação dos brônquios. A filária afeta de forma muito particular (palestra) Fisiopatogenia Lesão do epitélio ciliar > Transformação do epitélio ciliar (mateplasia ou calcificação) > Aumento de células caliciformes e de glândulas brônquicas > Aumento da produção de muco > Processo obstrutivo Sinais • Tosse sonora, podendo ser produtiva ou seca • Ruído respiratório aumentado • Dispneia obstrutiva expiratória • Taquipneia • Presençade sopro Diagnóstico • Radiografia de tórax – 3 projeções • Broncoscopia (complementar) • Lavado broncoalveolar (complementar) Tratamento • Broncodilatadores metilxantínicos (aminofilina, teofilina) • Beta agonistas (salbutamol, salmeterol via aerossol) • Mucolíticos (Acetilciteína BID 10mg/kg 21 dias; ambroxol) • Antibiótico (amoxicilina com clavulanato, dixiciclina BID) • Corticoterapia (prednisona, beclometasona -inalada-) • Antitussígenos (butorfanol, hidrocodona, codeína) não é muito bom pois o animal precisa colocar para fora a secreção. Usado apenas para animais que estão tossindo muito. Doença brônquica felina Não é tão diferente da canina. A faixa etária susceptível e de 4-5 anos (cães de qualquer idade), siamês é predisposto, parasitos em gatos filhotes (aelurostrongilose e toxocaríase). Causas são as mesmas do cão. Fisiopatogenia é a mesma coisa. Asma felina = DBF aguda. Diagnóstico • Achados clínicos • Raio X Não permite diagnostico da causa específica. É muito difícil descobrir. A maioria é genética. Sinais • Não específicos, como perda de fome • Alteração na ausculta • Tosse • Sibilo • Cianose • Dispneia • Posição ortopédica • Boca aberta Tratamento Não usamos tanto broncodilatares, os principais são corticoides (prednisolona, acetato de metilprednisolona, fluticasona). 21/09/2020 Pneumonias Resposta inflamatória, na qual há exsudação de células e líquido nas vias aéres e nos espaços alveolares. Pneumonia x bronquite = presença de líquido e acometimento do alvéolo. Toda bronquite infecciosa pode evoluir para uma pneumonia. A função do alvéolo é realizar hematose, se ele está acometido, essa função fica com deficiência. Causas • Infecções bacterianas • Infecções fúngicas • Infecções virais • Infecções parasitárias • Doenças autoimunes Bem raras. Fatores predisponentes • Distúrbios clínicos Gástricos, neurológicos, endócrinos, morfológicos, DRC (doença renal crônica) • Tratamento com imunossupressores • Desnutrição • Ambientais Sinais Clínicos • Fraqueza • Depressão • Anorexia • Perda de peso • Tosse produtiva • Febre • Taquipneia • Dispneia • Depressão respiratória • Cianose Exame físico • Crepitação x silêncio auscultatório • Percussão mate • Cianose • Secreção Diagnóstico • Exame físico • Histórico • Análise sanguínea • Radiografia • Aspiração traqueal • Broncoscopia e lavado broncoalveolar Tratamento • Nebulização • Tapotagem • Broncodilatadores • Mucoliticos • Antibióticos x antiparasitários x antifúngicos Amoxicilina com clavulanato , enrofloxacino, pradofloxacina, sulfas e, em caso de sepse, meropenen. • Inibidores de tosse • Corticóides (prednisona ou prednisolona 0,2 – 0,5 ml/kg VO; desametasona 0,1 mg/kg SID IV) Vômitos x regurgitação Regurgitação: pH elevado, pedaços de alimentos, aspectos cilíndricos. Só o SD está envolvido. Antiperistaltismo do esófago e relaxamento da cárdia. Vômito: baixo, disforme, sofre ação de suco gástrico, é um refluxo. Ambos podem ocorrer a qualquer momento após a alimentação e podem apresentar qualquer volume. Diagnóstico • Vômitos • Histórico e anamnese Animal não quer comer por causa de dor • Exame físico Palpação de esôfago (não é para sentir) e palpação abdominal. • Exames laboratoriais Ureia e creatinina, hemograma, fosfatasealcalina, ALT, GGT e bilirrubinas (se ficar pesada, tirar ela e pedir depois). Com o resultado desses, posso pedir mais depois. • Exames de imagem USG e Raio X. Principais afecções esofágicas Hipomotilidade esofágica (megaesôfago) Definição: redução no tônus ou no peristaltismo esofageano (segmentar ou difusa) Pode ser: • Congênito Aparece logo após o desmame, principalmente em Fox terrier, Schnauzer, Yorkshire, Pastor, Labrador, Sharpei, Setter, Pinscher e Siameses. • Adquirido (idiopático ou secundário -doença neurológica-) Adquirido idiopático geralmente aparece em cães de grande porte entre 5-15 anos. Os adquiridos secundários podem ser causados por neuropatias, miopatias, intoxicações, hipoadreno, hipotireoidismo, mediastinite, fístula broncoesofágica, caquexia, estenose pilórica, dilatação gástrica, nanismo, Trypanossoma cruzi (comum no Nordeste, centro-oeste e algumas regiões de Minas e SP), timona. Sintomas: • Regurgitação (o dono chega falando que é vômito) • Má condição corpórea • Perda de peso • Halitose • Dispneia (pneumonias por aspiração) Diagnóstico: • Avaliação radiográfica simples • Radiografia contrastada (esofagograma – LL/VD) • Endoscopia Tratamento (congênito): • Prócinéticos 30-15 minutos antes da alimentação JAMAIS devem ser usados se houver suspeita de obstruções ou perfurações. o Cisaprida (can e fel: 0,5 mg/kg BID ou TID) o Metoclopramida (can e fel: 0,2-0,5 mg/kg BID) Pode gerar efeitos colaterais deixando os animais MUITO agitados. Passa em algumas horas. o Bromoprida (can: 0,2-0,3 mg/kg TID) o Domperidona (0,1 mg/kg TID) • Manejo alimentar o Vasilhas em plataformas elevadas o Pequenas refeições várias vezes ao dia (4-5 vezes; nesse caso é preciso monitorar o fígado por causa da ação dos procinéticos) o Alimentos sólidos x pastosos x líquidos Tratamento (secundário): O tratamento é feito igual, porém, com adição do tratamento da causa. • Neuropatias: centrais ou periféricas, cinomose, neoplasias, etc. • Miastenia grave, botulismo, paralisia por carrapato • Miopatias: poliomiosite, dematomiosite canina familiar • Hipotireoidismo • Hipoadreno • Intoxicação por metais pesados (chumbo) • Esofagite Esofagite Inflamação do esôfago. Pode ser secundária e geralmente é secundária a refluxos gastroesofágicos, vômitos persistentes, corpos estranhos esofágicos, agentes cáusticos, tetraciclina, incluindo doxiciclina (gatos). Sempre que prescrever doxiciclina pra um gato, é preciso dar água depois (30mL), ou besuntar com algo cremoso, como um requeijão light. A esofagite no gato pode ser mais complicada que no cão pois pode causar lipidose e estenose de esôfago. Sinais clínicos: • Regurgitação • Hipersalivação e anorexia (deglutição dolorosa) • Hiperemia e ulcerações Diagnóstico: • Histórico: vômitos frequentes e regurgitação • Rx simples / contrastado Esôfago um pouco aumentado e depósitos discretos de contraste sem ficar acumulado • Esofagoscopia Tratamento: • Redução da acidez gástrica Antagonistas de receptores de H2. Ex.: Ranitidina (can/fel: 1-2 mg/kg BID SC ou VO) Inibidores de bomba de prótons – apenas se o animal tiver alterações gástricas junto Ex.: Omeprazol (can/fel: 1-1,5 mg/lg SID ou BID VO ou IV) • Prevenção do refluxo gastroesofágico Procinéticos Ex.: Metoclopramida • Proteção da mucosa esofágica exposta Sucralfato (can/fel até 10kg: 250-500mg BID ou QID VO; acima de 10k: 1g • Antibióticos contra anaeróbios, se houver infecção oportunista Amoxicilina (can/fel: 10-20 mg/kg BID ou TID VO) Clindamicina (can/fel: 5-11 mg/kg SID ou BID VO) Metronidazol (can/fel: 7,5 -50 mg/kg BID VO ou IV) • Corticosteroides Prednisona 1 mg/kg SID VO Sem infecção, diminuo a dose para a mesma de pneumonia • Cirurgia Se a causa for hérnia de hiato Prognóstico: • Depende da severidade • Terapias precoces Principais manifestações clínicas das alterações gástricas em cães • Vômito (êmese) É uma manifestação inespecífica, podendo aparecer também em doenças renais, pancreatites, etc. • Anorexia Comer dói • Náusea Salivam, não cheiram alimento, não tem interesse pelo alimento • Perda de peso crônica Perdem inicialmente gordura, mas em casos crônicos chegam a perder massa muscular • Desidratação Perde líquido ao vomitar e também não bebe água Causas de vômit: gastrite aguda, gastrite crônica e cinetose. Estimulam os receptoresde vômito (zona quimio-receptora de disparo) – relaciona ao sistema vestibular. A cinetose é o enjoo por movimento (em carros, navios, etc.). Nem todos os indivíduos apresentam cinetose. Também é quadro de quem tem labirintite. Em cães é chamada de síndrome vestibular, que é similar a labirintite. Gastrite aguda Fisiopatologia: • Ingestão de alimentos contaminados • Corpos estranhos • Plantas tóxicas, substâncias químicas e/ou drogas irritantes Sinais clínicos: • Vômito agudo (1-3 dias) • Anorexia • Letargia • Diarreia • Vômito bilioso • Apatia • Choque hipovolêmico • Desidratação Para saber se há sangue no sangue ou diarreia, é só jogar água oxigenada, se houver borbulhamento, há sangue. O vomito bilioso na verdade não possui bile, apenas a aparência que é parecida. Para vomitar bile deve haver refluxo gastroduodenal. Síndrome do vômito bilioso: animais que passam muito tempo em jejum e vomitam com aspecto bilioso. Ulceração gástrica Fisiopatologia: • Lesão direta na mucosa • Aumento de secreção ácida • Retardo na renovação do epitélio • Diminuição do fluxo sanguíneo na mucosa Morte celular A área de úlcera não é o buraco e sim a ferida logo acima. Essa úlcera pode romper e haver extravasamento. Principais causas gástricas • Administraçnao de AINE o Inibicao da síntese de prostalglandinas fisiológicas o Idade, dose, sensibilidade individual, utilização junto com glicocorticoides (evitar utilizar) • Glicocorticóides o Diminuem crescimento das células da mucosa o Diminui a produção de muco o Aumentam a produção de suco gástrico – inibem prostalglandinas fisiológicas Principais causas sistêmicas (metabólicas) • Insuficiência hepática o Diminui a produção de muco, a vascularização o Aumenta a concentração de ácido biliares o Náusea • Doença renal o Toxinas urêmicas o Diminuição do metabolismo renal de gastrina o Aumentam a produção de suco gástrico Aumento da concentração de gastrina leva a um estímulo de secreção de HCl e liberação de histamina dos mastócitos da mucosa. O aumento do HCl irrita a mucosa e pode gerar hemorragia gastrointestinal. A liberação de histamina estimula as células parietais a secretar H+. podendo causar ulceração de mucos (aumento de permeabilidade) e necrose isquêmica (trombose vascular). Preciso inibir os efeitos da gastrina. Diagnóstico: • Histórico e anamnese o Ingestao de corpo estranho o Tratamento de corticosteroides/ AINE o Idade? Fatores predisponentes? • Exame físico o Dor a palpação abdominal • Exames complementares o Radiografia simples (CE) ou contrastada (úlceras profundas) o Endoscopia (com biópsia) – melhor exame! o USG Tratamento: • Dieta Baixo teor de gordura, carboidrato e ptns de fácil digestão • Jejum 6-8h Para esvaziar estômago e controlar vômitos • Buscar a causa da base (metabólica) • Evitar medicação oral (no caso de vômitos frequentes) • Fluidoterapia (hidratação e perfusão gástrica) • Transfusão (perda de sangue significativa) • Cirurgia (sangramentos não controláveis) • 2-3 semanas de tratamento Tratamento medicamentoso: • Inibidores de secreção gástrica Ranitidina (antagonista H2 e prócinético) - C e G: 1-4 mg/kg BID ou TID, PO, SC ou IV Famotidina (caro. Antagonista H2) - C: 0,5 – 1 mg/kg SID PO ou IV Cimetidina (antagonista H2) - C e G: 5 mg/kg TID QID PO, SC ou IV • Inibidores de bomba de prótons Inibe a formação do ácido gástrico – bloqueio sódio-potássio adenosina trifosfatase Efeito após 3-4 dias (associar a inibir de H2) Omeprazol C e G: 0,5 – 1 mg/kg BID PO Evitar o uso em sepse por causa do risco estudado em humanos. • Protetores de mucosa gástrica Adesão as lesões Sucralfato – C: 0,5 – 1g/animal; G: 250 – 500mg/animal • Antieméticos e pró-cinéticos Melhoram o esvaziamento gástrico e diminui o refluxo enterogástrico Metoclopramida. C e G 0,2 – 0,5 mg/kg TID ou 0,01 a 0,02 mg/kg/h infusão contínua IV Ondansetrona. 0,1 – 1mg/kg BID ou TID VO ou SC • Antagonista dos receptores de neurocinina (NK1) – ação central Maropitant – 1mg/kg SC SID 5 dias Gastrite cronica Fisiopatologia: • Alergias alimentares • Corpos estranhos • Terapia crônica com AINE • Infecções bacterianas, parasitárias e fúngicas Manifestações clínicas : • Episódios intermitentes de vômitos • Anorexia • Perda de peso • Dor abdominal Diagnóstico : • RX – presença de corpo estranho • Ultrassonografia – presença de espessamento da parede • Endoscopia digestiva alta Visualização da mucosa (erosões, úlceras, corpos estranhos, pólipos, parasitos). Biópsia e estudo histopatológico. Gastrite crônica idiopatica Fisiopatologia: Presença de infiltrado celular não inflamatorios (linfócitos, plasmócitos, neutrófilos e/ou eosinófilos) em tecido gástrico sem outra causa determinada. • Linfocítico-plasmocitária: reação imune e/ou inflamatória a diferentes antígenos. • Eosinofílica: hipersensibilidade alimentar Manifestações clínicas: • Podem ocorrer vômitos (sangue nos casos graves) • Anorexia, perda de peso Diagnóstico: • Edema e hiperemia na endoscopia • Biópsia por endoscopia digestiva alta ou laparotomia • Estudo histopatológico – diagnóstico definitivo • Cuidado infiltrados linfocíticos graves x linfomas Principalmente em gatos pode haver linfoma de baixo grau, então pode parecer um infiltrado e na verdade é um lifoma. Quando essa suspeita existe, vem no laudo informando a recomendação para análise imunohistoquímica. • US (espessamento de parede só em casos graves) Tratamento: • proteínas de escolha (soja, coelho, cordeiro, peixe, queijo cottage) • 3 meses no mínimo comendo APENAS isso • Terapia inicial com corticoides C: prednisona 1 mg/kg BID 10 dias, após SID após 48h G: prednisolona 2-4 mg/kg BID. 10 dias, redução gradativa • Azatioprina Alternativa a doses altas de corticoides (animais diabéticos, por ex.) C: 1 mg/kg SID já reduzindo o corticoide pela metade G: contraindicado Hemograma a cada 7 semanas (neutropenia e trombocitopenia) Azatioprina + corticoide em dias alternados Prognóstico: Bom, mas pode haver recidivas. Corpos estranhos gástricos Fisiopatologia: • Lesão direta ou inflamação secundária com possível perfuração Manifestações clínicas: • Dependerá do tamanho, tipo e local • Vômitos agudos (mais comum em filhotes) • Podem permanecer por meses com vômitos intermitentes • Corpos estranhos lineares – cães e GATOS Não pode puxar se estiver vendo a linha. A retirada deve ser cirúrgica para não lesionar as mucosas. Diagnóstico: • Observação pelo tutor • Palpação • Exame radiográfico (radiopacos) • US: hiperecogenicidade ou sombra acústica • Endoscopia gástrica (diagnóstico e terapêutica) Tratamento: Corpo estranho perfurante Deve ser retirado na hora! 19/10/2020 Diarreia x Constipação Diarreia Diarreia é o principal motivo que levam um dono a levar o animal ao consultório. Diarreia: aumento da fluidez das fezes, que pode ou não estar acompanhada do aumento do volume e frequência das evacuações. Fezes pastosas podem ser consideradas diarreia, não precisa estar líquido. Os processos podem ser classificados quanto ao mecanismo, ao tempo e a etiologia. • Mecanismo Podem ser classificadas como osmótica, secretória, exsudativa (alteração da permeabilidade) ou alteração da motilidade. Osmótica: frequente, principalmente em filhotes. Causada pelo acúmulo de substâncias osmoticamente ativas (CHO, fosfatos, ácidos graxos). Se eu tenho substâncias dentro do intestino, eles atraem água do interstício para a luz intestinal, e essa água deixa as fezes mais líquidas. Ocorre devido a uma falha na digestão e as substâncias chegam mais longe que deveriam. Geralmente acabam com jejum. Uma causa muito comum é a mudança ou excesso de alimentação. Osfilhotes não têm o centro da saciedade completamente formado, então você vai colocando comida até a barriga ficar gigante e ele não aguentar mais, além da mudança de alimentação direto, sem haver a fase para acostumar o organismo. Secretória: Maior secreção de água e eletrólitos, interferindo na absorção das células da vilosidade. Não cessa com jejum. São fezes, geralmente, claras e aquosas, que podem levar a desidratação e acidose metabólica. Geralmente a causa é toxina bacteriana, estimulação parassimpática (aumento da motilidade intestinal), mediadores de inflamação e hormônios gastrointestinais e, principalmente, tireoidianos (hipertireoidismo é causa comum de diarreia em gatos). Exsudativa: Extravasamento de macromoléculas (açucares, proteínas, eritrócitos) pelos poros das junções celulares. Gera uma diarreia mais sanguinolenta, com aspecto mais feio. Acontece pela alteração da permeabilidade. Alguns autores falam que a forma exsudativa pode ser um agravamento da secretória. Principais causas: verminoses, tumores de intestinos, enterites, alergias alimentares e infecções bacterianas mais graves. Alteração da motilidade: Presente em todas as diarreias, porém pode ocorrer por causa neurogênica, como maior força de contração, que aumenta a motilidade intestinal, diminui o movimento segmentar (a peristalse ocorre graças ao movimento segmentar) e maior acúmulo de água no duodeno. “Diarreia de nervosismo”. • Tempo Agudo: 3-4 semanas. Crônica: Mais de 4 semanas. • Origem Intestino delgado Intestino grosso Hematoquesia: presença de sangue vivo Melena: fezes enegrecidas, como borra de café; sangue digerido Esteatorreia: fezes brancas, gordurosas • Etiologia Infecciosa e parasitária: Parvovírus, Coronavírus entérico, Rotavírus; Ancylostoma sp., Toxocara sp., Toxascaris sp., Thichuris sp.; Giardia sp., Isospora sp., Toxoplasma sp.; bactérias e fungos. Tratamento víral: suporte Tratamento parasitário: antiparasitário que funcione nas espécies + suporte Tratamento bacteriano: antibiótico + suporte Tratamento fúngico: antifúngico + suporte Todo paciente com diarreia precisa fazer exame de fezes, as vezes mais de um. Inflamatória (ID ou IG): Doença inflamatória intestinal (comum em gato), enterites idiopáticas (comum em cão) e insuficiência pancreática. As duas primeiras doenças estão cada vez mais frequente na rotina clínica e a de gato é mais achado. Gato emagrecendo, com diarreia de instestino delgado, vomitando, exames de sangue e fezes normais, no laudo da ultra vem “espessamento da camada mucosa e submucosa compatível com doença inflamatória intestinal felina”, o tratamento é com corticoesteroides. Já a enterite idiopática é mais achada em braqueicefálicos. Cães com sensibilidade alimentar e com o manejo há sucesso no controle dos sintomas, mas em alguns casos precisa do uso de corticoesteróides. Dietética: sobrecarga, mudança da dieta. Drogas e toxinas: matam as bactérias boas do intestino. Metabólica: uremia. Psicogênica Mecânica: Corpo estranho e intussuscepção. O diagnóstico é feito através da anamnese, exame físico, testes laboratoriais de rotina, exame de fezes, testes da função digestiva e absortiva, radiografia e ultrassonografia, colonoscopia e biópsia intestinal. Outra causa comum é um linfoma intestinal, muito comum em gatos. O tratamento deve ser feito ao considerar a intensidade, a frequência, as características fecais, o estado geral do paciente e a etiologia. Se for por parasitoses, trata-se a parasitose com vermífugo (metronidazol) somado à terapia de suporte. Tratamento de suporte: Fluidoterapia, restrição alimentar, repouso, equilíbrio hidro- eletrolítico e ácido-base. Tratamento sintomático: Drogas com ação local (motilidade e secreção), prevenção de complicações secundárias (antibióticos) e repositores de flora. Vermifugação em mães só deve ser feita no terço final da gestação; filhotes de cães e gatos na 2ª ou 3ª semana de vida, repetindo 15 dias depois e depois a cada 4 ou 6 meses (dependendo do estilo de vida). Os animais que vivem em casa não precisam ser vermifugados constantemente se não houver um exame de fezes positivo. Giardíase: Febendazol (50mg/kg SID por 3 dias); Metronidazol (25mg/kg BID por 5 dias); Praziquante + Febantel + Pirantel (3 dias). Podem ser utilizados fármacos antidiarreicos que inibem a motilidade intestinal, mas tem um grande risco de fazer um supercrescimento bacteriano, por isso são contraindicados em casos de processos infecciosos. Em cavalos nunca deve ser feito!!!!!! Difenoxilato (0,05-0,2 mg/kg VO BID) ou Loperamida (0,08-0,16 mg/kg VO BID). Podem acbaar fazendo uma paralisia total do intestino, gerando outros problemas. O melhor e que tem menos efeito colateral é o Subsalicilato de Bismuto (6,5 mg/kd/dia dividido de 4 a 6 vezes), mas pode provocar vômitos. Diarreia no IG pode ser usado antinflamatórios com ação antimicrobiana, como mesalazina (10-20 mg/kg de 8-8h para cães) ou sulfasalazuna (500mg). Os pró-bióticos (ou repositores de flora) são ótimos. Biocanis e floratil. Os antibióticos são metronidazol (15-25 mg/kg BID por 7 dias) ou amoxicilina (22 mg/kg BID por 10-15 dias). Quando for doença inflamatória intestinal, é necessário usar corticoide. Prednisolona (2,2 mg/kg VO SID) porque tem efeito rápido por 7 dias e muda a alimentação. Budesonida (1 mg/gato VO SID ou BID; cães pequenos 1mg VO SID; cães grandes 2 mg VO SID) tem menos efeitos colaterais que a prednisolona. Azatioprina (50 mg SID ou dias alternados) deve ser a última escolha porque pode causar mielotoxicidade, causando imunossupressão. Constipação Defecação infrequente ou ausente. Fezes excessivamente endurecidas. Obstipação: constipação intratável (cirúrgico) Disqeuzia: dificuldade de defecar Tenesmo: espasmo doloroso do esfíncter anal e vontade de defecar. Megacólon: dilatação total do cólon. O diagnóstico é feito pelo exame clínico, com histórico, anamnese e exame físico. O melhor exame complementar em primeiro momento é a radiografia. As causas são dietéticas (ossos, pelos), ambientais (sedentarismo), fatores dolorosos (doenças anorretais, CE, traumatismos, afecção locomotoras) e obstrução mecânica (extralumial ou intralumial). Algumas doenças neurológicas (paraplegia, megacólon felino idiopático), metabólicas e endócrinas (hipocalemia, hipotireoidismo, alteração muscular do cólon) ou induzida por drogas (anticolinérgicos, anti-histamínicos, opiáceos e sulfato de bário). Uma coisa comum em gatos é o tricobenzoar. O animal se lambe muito, acumulando pelos no intestino, que se misturam nas fezes e dificultam sua eliminação. Muitas vezes pode ser necessário cirurgia. O gato que vomita bola de pelos, ele tem susceptibilidade a isso. O tratamento é feito através da remoção ou melhora da causa primária, hidratar (em caso de desidratação) e repor potássio (em caso de hipocalemia). E tratamento químico através de enemas (lavagem), dietas, laxantes e agente pró cinéticos. Para fazer um enema nós sedamos o animal e adm um analgésico. Pegar um cumbuca com lactulose e água morna na proporção de 1:1 (a água pode ser substituída por uma solução salina – NaCl 0,9%). Com uma sonda lubrificada e uma seringa você vai jogando isso dentro do ânus do animal. Depois de jogar, deve-se palpar o abdômen para que as fezes, agora úmidas, vão se quebrando para que saia tudo. A sonda deve ser bem calibrosa. Existem algumas soluções de enema já prontos (fleet enema) que é utilizado em ser humanos, mas não podem ser usados em cães e gatos porque podem causa hiperfosfatemia, hipocalcemia, hipocalemia e anemia graves, podendo levar ao óbito. Em dieta podemos aumentar o teor de fibra (Psylium 1 a 5 colheres de chá por dias ou fibra de trigo 1 colher de sopa por dia), ou em rações comerciais (Hill’s w/d; r/d, PurinaOM; DM, Royal Canin). Uso de laxantes ajudam a aliviar. Osmóticos: Lactulose (1 ml/4,5 kg VO TID), mas não pode ser usado por mais de 7 dias; Mg (OH)2 (15-50 ml/cão); Muvinlax (1 sachê BID). Lubrificantes: Malt paste (gato 1-2 cm/dia PO). Estimulantes: Bisacodil (5mg/dia) é pouco usado porque geralmente não precisamos de efeitos tão rápidos. Cuidado com agentes pró cinéticos porque pode ser usado, mas se tiver sinal de obstrução intestinal, pode agravar o quadro porque pode levar a ruptura intestinal. O megacólon felino é comum em gatos que foram atropelados e tiveram má cicatrização do osso coxal, em cães e gatos com neoplasias, animais que não foram castrados com hiperplasia prostática ou animal que passou por cirurgia e causou algum dano. O tratamento é cirúrgico (laparotomia). 26/10/2020 Afecções hepatobiliares em cães e gatos Funções do fígado • Metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas (albumina – única fonte de produção), vitaminas, hormônios endócrinos • Imunológicas Células de Kupffer • Armazenamento Cobre, ferro, zinco, vitaminas lipossolúveis • Hematológicas Hematopoiese, bilirrubina, cascata de coagulação • Digestiva Ácidos biliares • Detoxificação e excreção Amônia, barbitúricos, etc. Manifestações clínicas • Aumento de volume abdominal por hepatomegalia • Ascite (aumento da pressão hidrostática, diminuição da pressão oncótica intravascular ou permeabilidade vascular alterada). • Icterícia, bilirrubnúria, coloração das fezes pelo aumento na produção do pigmento biliar e dificuldade em excretar a bile. Esse pigmento é impregna nos tecidos (alaranjada) e pode ser eliminado pela urina (alaranjada) e fezes (amarelo-alaranjado) em excesso porque não foi metabolizado. • Encefalopatia hepática. O figado não consegue converter a amônia em uréia, que se acumula no sangue. A amônia é toxica para o sistema nervoso em altas quantidades. Sinais clínicos agudos: sinais neurológicos como tremores, ataxia, agressividade, movimentos em círculos, cegueira, convulsões, coma e morte. Sinais clínicos crônicos: depressão, perda de peso, letargia, náusea, hipersalivação, vômitos e diarreia. • Coagulopatias. O fígado é responsável pelo FvW e fato VIII e fazer síntese de vitamina K. • Poliúria/polidipsia por causa da deficiência na excreção de aldosterona. Ela vai levar a uma maior reabsorção de água nos túbulos contorcidos distais do néfron, o que leva a uma poliúria. Isso gera um estímulo a sede, gerando polidipsia. Testes diagnósticos • Exames laboratoriais Hemograma completo, normalmente sem alterações. Se houver leucocitose é porque há abscessos no fígado. Enzimas ALT (TGP) (Alenina aminostransferase) – hepatócito, caninos AST (TGO) (Asparto aminotrasnferase) – mitocôndria do hepatócito, distribuição tecidual dessa enzina, felinos. Usamos pouco em carnívoros, é mais importante em herbívoros FA (fosfatase alcalina) e GGT (Gama glutamil transferase) – associadas à lesão da membrana celular Concentracao sérica de albumina. Hipoalbuminemia porque o animal não está comendo ou o fígado não produz. Uréia baixa por causa da não conversão de amônia. Bilirrubina dão a noção se estão se acumulando ou não Amônia – quase não é feita Urinálise para ver se há cristais de bilirrubina ou biurato de amônia Avaliação fecal para pesqusie de ovos de Platynosomum sp. Testes de coagulação • Exames complementares para tentar entender a causa Raio x de abdômen US Biópsia de fígado – é pouco realizada por ser um exame invasivo que impõe um risco ao paciente (hemorragia) Doenças hepáticas do cão 1. Hepatite tóxica aguda Pode acontecer pela intoxicação por um medicamento. Existem várias causas e dificilmente, sem histórico e anamnese detalhados, saberemos o que aconteceu. Geralmente são sinais de aparecimento rápido. O tratamento é identificar e retirar os agentes tóxicos para depois tratamento de suporte. Se ele está desidratado, hidratar, etc. Utilizar fármacos para sofrer o estresse tóxico no lugar do fígado, como: S-adenosil-1-metionina (cão 10mg.kg SID ou BID VO; gato: 90mg SID) Silimarina (25-50 mg/kg VO BID) Acetilcisteína (10 mg/kg BID VO) – utilizado em momentos de emergência porque age rápido Ômega 3 (500mg/gato; cão 200mg/kg VO SID) é mais um coadjuvante Ácido ursodesoxicólico (10-15 mg/kg VO SID) é importante quando o animal apresentar sinal de colestase por alteração na membrana das vias biliares 2. Hepatopatias crônicas Podem ser primárias, como doenças de acúmulo, ou secundária. Doenças autoimunes, como lúpus. Doenças bacterianas. Doenças virais. Hormonal (diabetes melitus e hiperadrenocorticismo). Uso crônico de alguns fármacos. Quando a hepatopatia é crônica, o fígado começa a formar tecido cicatricial (fibrose), podendo evoluir para uma cirrose hepática. O sangue começa a ter dificuldade de circular pelo figado, aumentando a pressão dentro da veia porta, conhecido como hipertensão portal. A fibrose pode causar HP independente de ter evoluído pra cirrose ainda. Vai depender de qual região do fígado esta mais fibrosado, se é mais difusa (HP sem ter cirrose). A cirrose é quando o fígado já diminui de tamanho e suas funções hepáticas começam a parar. Quando a pressão aumenta, o paciente tem estímulo para formar novos vasos, para diminuir a pressão na veia porta, que são os desvios sistêmicos adquiridos (Shunts). 3. Distúrbios vasculares hepáticos Shunt portosistêmico congênito ou adquirido. São canais vasculares anômalos que impedem que o fígado realize sua função de detox. No adquirido o figado continua exercendo. Pode acontecer dentro do fígado como fora. É comum em maltês, pug e York. Normalmente os sinais ocorrem nos primeiros anos de vida, geralmente neurológicos (andar compulsivo, head-pressing, letargia, ataxia e coma em 95% dos casos). Além disso pode apresentar vomito, diarreia, polidipssia e hematúria. Um animal que nasce com desvio: o sangue que vem dos tecidos que caem na veia porta cheia de amônia e restos tóxicos para serem metabolizados, desviam e caem em outro vaso, sendo distribuídos para outros tecidos, incluindo cérebro, cheio de lixo metabólico, cheio de amônia. O aporte de sangue no figado é diminuído. Se é um animal que não nasce com ele: o figado continua recebendo o mínimo que ele consegue para detox sem causar grandes problemas. Um shunt num animal idoso com problema hepático crônico ajuda, mas num jovem atrapalha. Diagnóstico é feito pela bioquímica: dosagem sérica de ácido biliares (pré e pós-prandial), ALT e FA geralmente normais porque o problema não está no hepatócito, hipoglicemia, diminuição da albumina e ureia; urinálise: cristais de biurato de amônia; ultrassonografia com doppler expectral para ver presença do vaso anômalo e aumento de pressão; tomografia é o melhor pela sensibilidade de imagem, mas não avalia de forma tão dinâmica quanto a US as consequências vasculares. O tratamento (paliativo) de shunt congênito é necessário diminuir os níveis de amônia. É feita uma cirurgia para ligar o vaso anômalo e o fluxo seja redirecionado para o fígado. É colocado um anel aneroide. Se o paciente não puder operar deve-se tratar a hiperamonemia, com uma dieta com baixo teor de proteína. Rações renais e hepáticas. A ração hepatic não é para qualquer doença hepática, apenas para os pacientes que tem hiperamonemia. Dieta temporária. Pode ser feito o uso da lactulose (oral ou enema), causando uma diarreia, que tem uma microbiota que converte a proteína em amônia, então eliminamos as bactérias que fazem isso, favorecendo a diminuição da produção. Deve ser usado temporariamente (máximo 15 dias) porque diminui absorção de algumas vitaminas. Antibioticoterapia (neomicina, ampicilina e metronidazol) com o mesmo intuito de eliminar as bactérias. Tratamento da doença hepática. 4. Distúrbiosdo trato biliar Menos frequente em cães que em gatos. Geralmente é um tumor ou doença endócrina que formou uma mucocele biliar, ou formação de cálculo. Os sinais clínicos são icterícia, perda de peso e dor abdominal. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais (hiperbilirrubinúria) e US. O tratamento é suporte e laparotomia exploratória (biópsia). Doenças hepáticas do gato 1. Lipidose hepática Acúmulo maciço de triglicerídeos nos hepatócitos, gerando alterações na arquitetura e função hepática. Principalmente em gatos obesos que param de comer ou tem perda abrupta de peso. Jejum prolongado, ingestão proteica inadequada e deficiência de aas essenciais. O animal começa a guardar gordura no fígado para servir de reserva energética. Chega uma hora que essa gordura começa a atrapalhar o funcionamento do fígado. Na maioria das vezes o gato faz lipidose secundária a uma doença que o faça ficar sem comer. OS sinais clínicos são icterícia, vômitos, sialorreia e desidratação. O diagnóstico laboratorial a urina vai estar cojm excesso de bilirrubina, no hemograma há poiquilocitose, na bioquímica tem altíssima fosfatase alcalina, ALT e AST altos, GGT normal e bilirrubina altíssimas, os eletrólitos mostram potássio e fósforo baixos. As imagens feitas na US mostram aumento de ecogenicidade por conta da infiltração de gordura, então o fígado vai estar branco. O perfeito é fazer uma biópsia aspirativa para fazer exame citológico para vermos infiltração de tecido de gordura. Menos frequência por ser invasivo. O tratamento é tratar a causa base e tratamento de suporte. NÃO colocar glicose!!!!!!! Diretamente na corrente sanguínea vai ser transformada em reserva, virando mais gordura ainda no fígado. Precisa de vitamina K e B12, aminoácidos. O mais importante ee estimular apetite (ciproeptadina -4 mg ¼ a ½ comprimido/gato BID VO- ou mirtazapina -15mg ¼ comprimido 48H VO-). Associar os antioxidantes (N-aceltisisteína – 10mg/kg IV BID -, S- adenosilmetionina – 90mg/gato VO SID – ou Silimaria – 25-50 mg/kg SID VO). Se estiver vomitando cerenia (1 mg/kg SID SC 5 dias), ondansetrona (0,1-0,3 mg/kg BID IV) ou ranitidina (0,5 mg/kg BID SC). Esse animal precisa comer. Para saber o quanto precisa comer, precisamo saber a necessidade energética basal (NEM = 1,4 (30 [peso corpóreo em kg] + 70). Primeiro dia: 1/3 – TID ou QID Segundo dia: 2/3 – TID ou QID Terceiro dia: necessidade total - TID ou QID Pode ser feita por sonda nesogástrica ou esofágica; dieta a/d hill’s, recovery royal canin. Síndrome de realimentação: conjunto de distúrbios metabólicos e fisiológicos associados com a reposição calórica do paciente que passou por jejum prolongado. 2. Doenças hepatobiliares Colangites neutrofilica, linfocitica e parasitária. A manifestação clínica é a mesma para os três. Neutrofílica: relacionado a infecção, geralmente bacteriano. No exame de sangue há leucocitose neutrofílica com desvio a esquerda (DNNE), aumento de ALT, AST, GGT e FA. USA também ajuda bastante por causa do acometimento do pâncreas e duodeno simultaneamente, sendo conhecida como tríade felina. O fígado está normal, mas as vias biliares, duodeno e pâncreas estão alterados. Existe no gato uma característica aonde o ducto biliar e o hepático desembocam no mesmo lugar no duodeno, então uma infecção do intestino, se migrar para o hóstio elas chegam ao pâncreas, vesícula biliar, etc. O melhor é a citologia hepática (enfiar uma agulha), vemos inflamação supurativa séptica e enviamos esse material para cultura. Não conseguimos fazer com frequência pois os tutores acham arriscado. Os MO envolvidos, geralmente são E. coli, Streptococcus sp., Actinomices sp., Enterobacter sp., Enterecoccus sp.. O tratamento é feito com suporte nutricional, identificando doenças concomitantes e tratando e com antibióticoterapia com ampicilina (22 mg.kg PO SC ou IV TID), cefalexina (15 mg/kg BID), amoxicilina (10- 20 mg/kg BID), enrofloxacina (2,5 mg/kg BID) e metronidazol (7,5 mg/kg BID – dose ajustada para hepatopatas). Tratamento de suporte usando antioxidantes como SAMe (90 mg/gato SID 60-90 dias) e ácido ursodeoxicólico (10-15 mg/kg SID 30-90 dias). Linfocítica: doença crônica, mais relacionada a uma alteração autoimune. Os sintomas são inespecíficos como vômitos esporaticos, diarreia, raramente anorexia e fezes acólicas. Pode ter hepatomegalia e icterícia frequentes. Os achados laboratoriais são anemia não regenerativa, ALT, AST, FA e GGT altos e hiperproteinemia. Na US não achamos alterações hepáticas, alteração na bile e posso ter lipidose, apesar de ser raro. Na citologia não consigo diferencias as duas, porém consigo em histopatologia. O tratamento é manter a dieta e usar cortocóide, mesmo o paciente sendo hepático, como prednisolona (2-4 mg/kg SID VO – dose em 25% a cada 10 dias; manter regime dias alternados). Pode associar metronidazol (7,5 mg/kg VO BID – usar apenas depois de o corticoide não funcionar). Uso também de antioxidantes como ácido ursodeoxicólico e SAMe. Parasitária: causada pelo Platynosomum spp., causando a platinosomose. Evolucao crônica, sem grandes alterações, animal pode ficar ictérico, pode ter anemia. US inconclusiva. Histórico e anamnese são importantes. Se tem lagartixa é grupo de risco. Diagnóstico é feito através do exame de fezes com técnica de formalina éter. Tratamento é com praziquantel (20 mg/kg 3 dias consecutivos, repetir após 15 dias). Se está com muito verme e já há obstrução de ducto biliar, fazer uma calocistoduonenostomia. 09/11/2020 Injuria renal aguda Definição Síndrome resultante da diminuição abrupta da função renal a ponto de resulta em azotemia (aumento da concentração de ureia e creatinina) e inabilidade regular o balanço hidroeletrolico e acido base. Acomete principalmente animais idosos. Funções do rim • Excreção • Filtração • Endócrina (eritropoietina) • Balanço hidro-eletrolitico e acido base Etiologia • Acidose metabólica • Desequilibro eletrolítico • Desidratação • Diabetes mellitus • Hiperadrenocorticismo • Insuficiência cardíaca congestiva • Hipotensão • Hipovolemia • Drogas nefrotóxicas (gentamicina e AINEs) • Doenças infecciosas (erliquiose, leptospirose, leishmaniose, etc.) • Doença renal crônica pré-existente Fatores: isquêmico, tóxico ou infeccioso. EUA: etilenomicol; Plantas: lírio, comigo-ninguém-pode. Fisiopatologia A doença é caracterizada em 4 estágios: 1. Indução Injuria renal 2. Extensão Propagação da lesão 3. Manutenção Caracterizada pela lesão dos túbulos contorcidos distais e proximais; o rim começa a ter dificuldade em exercer suas funções; lesão estabelecida; geralmente diagnosticada aqui; maioria dos óbitos 4. Recuperação Néfrons lesionados conseguem se reparar e os néfrons não lesionados melhoram a função renal (trabalham dobrado) e geram hipertrofia gromerular. Possibilidades: Estadiamento da IRA Fase I: não azotêmica. Exs.: Animal com lepto, cálculo no ureter, insuficiência cardíaca. Exame SDMA (S-dimetil arginina) para detectar ($$$$$). Fase II: Tem azotemia estável, progressiva, porém relacionada a um fato isquêmico, tóxico ou infeccioso. 75% de néfrons afuncionais. Fase III: Azotemia moderada. Sinais clínicos moderados e piorando gradativamente. Fase IV: Azotemia severa Fase V: Geralmente irreversível. Rim parou completamente. Se o gato acabou de comer algo tóxico, estimular o vômito. Se tem 1h+, estimular vômito + carvão ativado. Sinais clínicos Relacionados à causa primária. Ex.: Lepto: icterícia Ao atender um paciente ictérico, devemos estar de luva até ter certeza de que não é lepto. Síndrome urêmica: os rins perdem a capacidade de excreção e acumulam toxinas urêmicas (uréria, fósforo, etc.). Sistema digestivo: anorexia, úlceras na cavidadeoral, língua, esôfago e estômago, náusea, vômito (aumento da gastrina), diarreia (melena x hematoquezia), inapetência e perda de peso. Sistema respiratório: Não são frequentes. Pneumonite (pneumopatia ou pneumonia) urêmica. Quadros gravíssimos manifestam esses quadros. Sistema nervoso: Alterações no comportamento, do estado mental, crises convulsivas, alteração visual sem anormalidades oftálmicas, diminuição contralateral da sensibilidade facial e hemiparesia branda com déficits posturais. Sistema cardiovascular: Síndrome reno-cardíaca. Endocardite urêmica, hipertrofias (casos de doença renal crônica + hipertensão) e distúrbios do ritmo cardíaco (hipercalemia – K+). Diagnostico Histórico, anamnese, exame físico e exames laboratoriais. Hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio e gasometria. EAS. Outros exames em pacientes crônicos. Exames de acordo com a doença base. Tratamento Remover a causa base também. DU = débito urinário Furosemida IV – no máximo 2 doses. O K+ pode cair, se cair muito, precisa repor. Glicose hipertônica: não usar em diabéticos; se o paciente não urinar após meia dose, suspender. Dependendo do estado, isso não é feito, vai direto para a hemodiálise. Glicose lenta no soro e depois aplica a insulina R (regular). Insulina R é de ação rápida, jogando a glicose adm pra dentro da célula. A insulina carrega junto o potássio, diminuindo o K+ circulante. Monitorar a glicose. Bicarbonato de sódio o ideal é ter gasometria. Gluconato de cálcio quando o paciente estiver com arritmia muito grave associado a algum dos outros dois protocolos. Se houver um desses sinais, ir para a diálise!!! Alterações do TGI: 16/11/2020 Doença renal crônica Definição Lesão renal existente por pelo menos três meses com ou sem diminuição da taxa de filtração gromerular (TFG). É comum em cães e gatos (mais em gatos) e acomete mais frequentemente animais idosos. Etiologia Causa primária geralmente não é identificada. Resultante de uma perda gradativa e irreversível de néfrons, que culmina no comprometimento das suas funções, principalmente metabólica, endócrinas e excretoras dos rins. Pode ser congênita ou adquirida, porém é difícil diferenciar na maioria das vezes. Persa (doença do rim policístico - PKD) e Lhasa apso (displasia renal) são predispostos. Tumores, hidronefrose, qualquer causa de IRA que tenha sido contornada e que progrida para crônicos. Fisiopatologia Alteração nas funções básicas dos rins. • Excretora: retenção de solutos. • Reguladora: modificações adaptativas características, principalmente hídrico- eletrolítico e ácido-base • Endócrina: redução da produção de eritropoietina (EPO); redução da hidroxilação da vitamina D. Destruição de néfrons, leva a adaptação dos néfrons restantes (inicialmente compensatórias); com tempo pode progredir para esclerose. Um dos principais mecanismos de perpetuação da progressão da lesão renal é o distúrbio mineral-óssea (ou hiperparatireoidismo renal secundário). O rim perde a capacidade de excreção e começa a acumular fósforo. Com esse acúmulo, tenho um estímulo pro aumento do PTH, tendo uma baixa de cálcio. O PTH estimula a remoção de cálcio dos ossos pra aumentar a concentração de cálcio sanguíneo, e como a função endócrina da hidroxilação da vitamina D também vai estar comprometida (uma das funções da vitamina D é aumenta a absorção de cálcio no intestino), esse cálcio baixo vai ser um estimulo para deslocar cálcio dos ossos para a circulação. Isso pode gerar uma fraqueza óssea, principalmente dos ossos chatos, conhecidos como mandíbula de borracha. O animal não quer comer, tem a mandíbula mole. Outro mecanismo é a hipertensão arterial sistêmica. É de origem multifatorial e complexa. Existe uma participação da diminuição da capacidade do rim em excretar sódio e água, fazendo uma expansão do volume e uma ativação exacerbada em excesso no SRAA, potencializando o acúmulo de sódio e água, culminando em hipertensão. É muito comum; tem envolvimento do SRAA; acarreta na progressão da DRC. Sintomatologia clínica PU = poliúria PD = polidipsia Nos primeiros estágios da doença, o paciente tem mecanismo compensatório que vai fazer o rim trabalhar mais, tendo aumento da produção de urina e, consequentemente, maior estímulo para beber água. Num estágio mais terminal irá ter falência renal, com o rim parando de funcionar, tendo menor produção de urina. Pelos opacos e sem vida por causa da menor absorção de nutrientes. Mucosas hipocoradas por causa de anemia. Emagrecimento progressivo mesmo sem perda de apetite. A DRC leva a um estado catabólico proteico. Um mecanismo inflamatório causando degradação e impedir formação de massa muscular magra. Cegueira por descolamento da retina causado pela alta PA. Dor lombar porque é onde se localizam os rins. Diagnostico e estadiamento Hemograma que possa estar normal ou com uma anemia (por baixo estímulo da eritropoietina). Pode haver deficiência de ferro por estar comendo menos (anemia ferropriva). Ureia e creatinina aumentados. Cálcio diminuído. Fósforo aumentado. Sódio e potássio dependem da fase da doença. No estágio inicial, o potássio tende a ficar baixo e o sódio inalterado. No estágio terminal, o potássio tende a se acumular por causa da falta de urina. Acidose metabólica na gasometria. O rim diminui a formação de bicarbonato e diminiu sua ação de tampão. SDMA (marcados mais precoce de função renal) enquanto tudo estiver normal, vai estar alterado. ($$$$$) EAS (exame de urina) é um dos mais importantes. Mostra a densidade urinária, dizendo a capacidade do rim de concentrar urina. Se o animal está com a densidade baixa, quer dizer que esse rim não consegue mais concentrar urina. Se o animal for usuário de diuréricos ou corticoide, for diabético ou tiver adrenocoticismo, a densidade vai estar baixa, mas não significa que ele tem doença renal, então precisa ser associado com outros exames. SDMA e EAS marcam a função renal. USG não avalia função renal, apenas morfologia. A tomo é igual a ultra, mas é muito mais cara e para detectar alterações que a US não detecte, como tumores muito pequenos. Raio x consegue achar complicações, como a mandíbula de borracha. Podemos ver que a parte de dentro do osso está enegrecida, mostrando que está com menos cálcio que deveria. Azotemia: aumento da creatinina acima desses primeiros valores. Estágio III pode estar compensado ou descompensado. Estágio IV o paciente já está com falência renal. É difícil conseguir resolver. Se fosse um ser humano, seria elegível para transplante renal. No BR ainda não é feito, mas nos EUA já fazem em gatos. Subestadiamento: O animal não pode estar com infecção urinária porque ela pode fazer os níveis de proteína na urina aumentarem, dando um falso positivo. Com exame de urina é possível ver isso. Todo paciente renal crônico quando coletar a urina, pedir junto a cultura para saber se não há infecção urinária concomitante. Utilizar um antibiótico que seja menos nefrotóxico. Tratamento A finalidade não é a cura. É estabelecer a doença, frear a progressão, controlar sinais clínicos e estabelecer qualidade de vida. Cada caso é um caso. O manejo é conservador. Em pacientes compensados não consigo controlar PU e PD; os sinais gastrointestinais brandos consigo controlar com antiemético, protetor de mucosa gástrico; se forem hipertensos, é possível controlar a PA. Em pacientes descompensados podem precisar de hemodiálise. A fluidoterapia é fundamental! Muitas vezes é intensiva. Pode ser feita subcutânea, ensinando o tutor a fazer em casa. Utilizar preferencialmente o ringer lactato, evitando usar o NaCl 0,9%. Os pacientes geralmente têm pH mais acido sanguíneo, e
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