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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBAGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO JOANA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da Cédula de Identidade..., CPF, endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua..., número..., 09 Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., por intermédio de seu procurador constituído (procuração em anexo) OAB..., endereço eletrônico..., com escritório profissional na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no artigo 966, Il do Código de Processo Civil ajuizar a presente AÇÃO RESCISÓRIA, em face de CARROS S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica..., endereço eletrônico..., com sede na Rua..., número..., Bairro..., Cidade..., Estado..., CEP..., pelas razões a seguir expostas: I-DA TEMPESTIVIDADE: A presente ação rescisória é tempestiva, eis que ajuizada dentro do prazo de 02 anos do trânsito em julgado da sentença de primeiro grau, o qual ocorreu em 19/02/2019, podendo então ter sido ajuizada até 19/02/2021. Isso conforme previsão do artigo 975 do Código de Processo Civil, que estabelece que a 30 rescisória deve ser proposta dentro de 02 anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. I-DOS FATOS: A Autora adquiriu, na condição de destinatária final, um o automóvel em uma das concessionárias da sociedade Ré, 06 mediante pagamento parcelado. Porém, a sociedade empresária Ré passou a debitar, mês a mês, o triplo do valor o pactuado para cada parcela, o que ficou comprovado pela 09 simples análise dos contratos e dos seus extratos bancários, com o débito dos valores em triplo. A Autora tentou resolver a questão diretamente com a sociedade Ré, mas o funcionário da concessionária apenas afirmou que poderia ter ocorrido um erro no sistema, sem dar qualquer justificativa razoável, e afirmou que não havia o que fazer para corrigir a cobrança. Em razão disso, a Autora ajuizou ação judicial em face da Ré com pedidos de obrigação de fazer, com o fim de que a Empresa Ré parasse de realizar as cobranças em excesso, e condenatório, para devolução em dobro dos valores cobrados em excesso, com atualização monetárias e juros legais, e para indenização por danos morais pelos transtornos causados à Autora. Em contestação, a Empresa Ré apenas informou que havia agido corretamente, sendo o pedido julgado improcedente. Não foi interposto recurso, sendo que a sentença transitou em julgado no dia 19/02/2019. Ocorre, que, semanas após o trânsito em julgado foi tomado conhecimento de que o juiz que proferiu a sentença era casado com a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela Empresa Ré, no referido processo. Diante disso, não resta outra alternativa à Autora senão buscar a rescisão da referida sentença transitada em julgado. III-DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS: A) Do cabimento da ação rescisória: Verifica-se que no caso, a ação Rescisória encontra fundamento legal no artigo 966, II do Código de Processo Civil, uma vez que o Autor busca rescindir sentença transitada em julgada proferida por juiz impedido, pois ocorreu hipótese prevista no artigo 144, inciso III do Código de Processo Civil, já que no processo a advogada que assinou a contestação e única advogada constituída pela Empresa Ré Carros S.A., é casada com o magistrado que proferiu a sentença. Nesse sentido, o artigo 144, inciso III do Código de Processo Civil estabelece que o juiz estará impedido de atuar no processo, quando nele estiver postulando como advogado seu cônjuge, sendo que isso foi o que ocorreu no caso do processo envolvendo a Autora e a Empresa Ré. B) Da relação de Consumo: À presente ação deve ser aplicado o Código de Proteção e Defesa do Consumidor, uma vez estabelecida a relação de consumo, pois a autora, ao adquirir o veículo como destinatária final, se enquadra no conceito do artigo 2º; e a ré, ao desenvolver atividade na condição de concessionária de veículos, se enquadra no conceito de fornecedora, na condição de comerciante, conforme art. 3º. C) Da devolução em dobro dos valores: Conforme exposto, a Ré passou a debitar mês a mês o triplo do valor pactuado para cada parcela, o que configura cobrança indevida. Conforme determina o art. 42, parágrafo único, da Lei 8.078/1990, o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito a restituição igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais. Ao tentar resolver a questão diretamente com a sociedade empresária, o funcionário da ré não forneceu qualquer justificativa razoável, capaz de justificar o engano e afastar o dever de repetição do indébito em dobro. D) Da indenização por dano moral: A cobrança indevida em valor igual ao triplo do que foi contrato causou diversos transtornos à autora, razão pela qual faz jus à indenização por dano moral, direito básico do consumidor, conforme previsão do artigo 6º, inciso VI do Código de Defesa do Consumidor. Considerando o disposto no artigo 7º do CDC, a aplicação da lei específica não afasta a possibilidade de aplicação de outras normas, desde que não conflitantes com o diploma consumerista. Dessa forma, o artigo 927 do Código Civil também assegura o direito à reparação dos danos causados por ato ilícito. Considerando, portanto, que a Sociedade Ré cobrou de forma indevida e excessiva a Autora, o que lhe causou danos morais, deve aquela ser condenada ao dever de reparar. IV-DOS PEDIDOS:... Diante do exposto, requer a Autora: a) O recebimento da presente ação rescisória por este Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, pois preenchidos os requisitos legais e é apresentada tempestivamente; b) A citação da Sociedade Ré, nos termos do artigo 970 do Código de Processo Civil, para, querendo, no prazo de 15 a 30 dias, conforme designado pelo relator, apresentar contestação; c) Requer a total procedência da ação rescisória, com o fim de rescindir a sentença transitada em julgado, uma vez que o juiz que proferiu a decisão estava impedido de atuar no processo, conforme previsão dos artigos 966, II e artigo 144, III, ambos do Código de Processo Civil; d) Com a rescisão, requer que seja proferido novo julgamento julgando procedente todos os pedidos anteriormente formulados pela Autora, no sentido de a Sociedade Ré cessar a cobrança excessiva e condenar a Ré na devolução em dobro dos valores cobrados em excesso e em indenização por dano moral; e) A juntada da guia de recolhimento do depósito no equivalente a 5% do valor da causa, conforme determina o artigo 968, Il do Código de Processo Civil; f) A condenação da Ré sucumbenciais; ao pagamento dos ônus g) Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos. Valor da causa: Dá-se à causa o valor de ... Termos em que, Pede deferimento. Local..., data... Advogado...
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