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Inflamação Componentes do processo inflamatório Vasos sanguíneos/células endoteliais Proteínas plasmáticas: as que participam da imunidade inata e do processo de coagulação são considerados mediadores químicos que vão modular o processo inflamatório. Células sanguíneas: as células sanguíneas abandonam a circulação e migram através da parede dos vasos e vão interagir com antígenos no tecido conjuntivo. Tecido conjuntivo – matriz extracelular Inflamação: fase aguda e fase crônica Primeira fase: denominada aguda (6-24 horas após o estimulo lesivo) – predomínio de neutrófilos Segunda fase: denominada crônica – células mononucleares (macrófagos e linfócitos), proliferação de fibroblastos (processo de reparo) Inflamação É uma resposta protetora dos tecidos vascularizados que objetiva eliminar as consequências da lesão celular/tecidual causada por diferentes estímulos. A inflamação ocorre em tecidos vascularizados. Tecidos que não possuem vascularização demoram mais tempo para reparar. A função da inflamação é permitir o acesso de células e componentes do sangue ao interstício. Causas Agentes infecciosos/toxinas: bactérias, vírus, fungos e parasitas Mecânica: trauma, cirurgia Física: calor, frio, radiação, eletricidade, pressão Substancias químicas: acido/base, drogas Substâncias inertes: suturas, vidro, espinho Reações de hipersensibilidade Em todas essas causas podem resultar em necrose. Resposta tríplice de Lewis: ao produzir um estimulo (exemplo: arranhão de gato) Primeira fase: linha vermelha no lugar da arranhadura – pequena hemorragia Segunda fase: avermelhamento ao redor da lesão inicial Terceira fase: elevação do tecido Processo: 1. Inicialmente o estimulo, a pressão da unha do gato estimula a liberação de histamina pelos mastócitos e estimula as terminações nervosas que irão levar a uma vasoconstrição das arteríolas. 2. Liberação da histamina: promove a vasodilatação na microcirculação (região avermelhada na periferia da lesão) e promove alteração na permeabilidade dos vasos (sai liquido do vaso para o interstício formando edema). Efeitos deletérios do processo inflamatório Doenças onde o mecanismo de injuria é a inflamação: a causa da doença é a inflamação. ↪Gatos: estomatite eosinofilia, pênfigo, etc ↪Cães: MEG, pênfigo, lúpus, etc... ↪Comuns a varias espécies: anafilaxia, asma, glomerulonefrite, lesão de reperfusão, etc... Doenças infecciosas exacerbadas pela inflamação: ↪Cães: gastrite por Heliobacter ↪Bovinos: mastite (sepse), tuberculose ↪Comuns a varias espécies: endocardite vegetativa pulmonar Fase aguda da inflamação Alterações vasculares da inflamação: ↪Histologia: • Artéria: ➢ Endotélio: túnica intima ➢ Túnica media: camada muscular ➢ Túnica adventícia: tecido conjuntivo – vasa vasorum (vasos que nutrem a artéria) • Capilar continuo: capilares observados na maioria dos tecidos, os quais tem uma célula endotelial continua e uma lâmina basal continua, ou seja, as células são grudadas umas nas outras. • Capilar fenestrado: célula endotelial descontinua e lâmina basal continua. Facilita o processo de filtração. • Capilar descontinuo: célula endotelial descontinua e lâmina basal descontinua. Ficam em órgãos com funções específicas. ↪Eventos vasculares da inflamação: • Fisiologicamente: • Inflamação: há um aumento no fluxo sanguíneo devido a vasodilatação, logo, tem aumento da pressão hidrostática nas arteríolas e terá saída de liquido do meio intravascular para o extravascular devido ao aumento da pressão hidrostática. Além disso, tem o aumento da permeabilidade em capilares e vênulas, o qual irá determinar uma saída de liquido maior. Esses dois fatores da inflamação resultam em edema inflamatório. ➢ Tem-se calor e rubor devido a vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo, e o tumor devido a formação de edema. ➢ Exsudato inflamatório: vasodilatação e aumento da permeabilidade como resultado da contração das células endoteliais (abrem as junções) tendo um maior extravasamento de liquido e proteínas plasmáticas, o que constitui o exsudato. ↪Como que ocorre o extravasamento de componentes (liquido e proteínas) do sangue? Etiopatogenia do extravasamento vascular: • Abertura dos complexos juncionais entre as células endoteliais: ocorre em etiologia menos agressiva ao tecido tendo exclusivamente a ação de mediadores inflamatórios, como a histamina (vasodilatação e contração da célula endotelial, permitindo o extravasamento do líquido). Os mediadores inflamatórios também são rapidamente neutralizados quando são liberados. ➢ Resposta rápida e de curta duração: é um processo que dura pouco em que a resposta é imediata e dura entre 15-30min. • Lesão direta da célula endotelial: etiologia mais agressiva a qual pode ter uma intensidade mais fraca ou intensa. A célula endotelial morre o que aumenta a permeabilidade do vaso e a maior é a chance de formação de edema. ➢ Exemplos: toxinas, queimaduras – ocorre lesão no endotélio das vênulas, capilares e arteríolas ➢ Lesão intensa: lesão direta ao endotélio tem rápida e longa duração, resposta imediata prolongada (queimadura fogo – queima os vasos diretamente). ➢ Lesão fraca: resposta tardia prolongada (queimadura de sol) • Lesão endotelial dependente de leucócitos: é uma lesão secundária a liberação de mediadores químicos (quimiotáticos) que irão atrair células inflamatórias. Resposta tardia com duração prolongada, uma vez que enquanto o endotélio vascular não se regenerar vai continuar tendo a maior permeabilidade. • Neovasos (vasos permeáveis): formados na fase de reparo dos tecidos, eles não têm as junções ainda pois ainda estão em formação. • Aumento da transcitose endotelial: o trânsito de vesículas pelo citoplasma da célula endotelial, geralmente ocorre na fase de reparos do tecidos. As vesículas são tantas que acabam se fundindo e formando canais/perfurações no citoplasma da célula que permite o extravasamento de liquido e proteínas para o meio extravascular. ↪Características de diferentes tipos de efusões: efusões são líquidos cavitários, podendo ser transudato ou exsudato. ↪Características macroscópicas e microscópicas do processo inflamatório Aumento do fluxo sanguíneo: áreas avermelhadas na macroscopia e congestão na microscopia. Tumor (edema): extravasamento de liquido. Aspecto gelatinoso, brilhante na macroscopia. Pneumonia supurativa: congestão, supuração (pus – neutrófilos) Fase celular da resposta inflamatória aguda Função: enviar leucócitos ao exsudato no sítio de lesão, de modo que essas células possam internalizar agentes ou substâncias através da fagocitose e, se necessário, matá-los e/ou degradá-los. Cascata de adesão leucocitária: a movimentação de leucócitos do lúmen dos capilares e das vênulas pós-capilares ao tecido conjuntivo intersticial ocorre através de um processo denominado cascata de adesão leucocitária. Quimiocinas, citocinas e outros mediadores inflamatórios influenciam esse processo, modulando a expressão e/ou a avidez de moléculas de adesão de superfície nas células endoteliais e nos leucócitos. A sequência de eventos dessa cascata é bem caracterizada, incluindo marginalização, rolamento, ativação e adesão estável e transmigração dos leucócitos em direção a um estímulo quimiotático. ↪Processo de migração celular: são os processos que a célula realiza para sair do vaso e se dirigir para a região inflamada. 1. Marginalização: com a vasodilatação e a redução da pressão hidrostática e da velocidade do fluxo sanguíneo, os leucócitos saem da região central do lúmen vascular e se movem até a periferia, nas proximidades da superfícieda célula endotelial. 2. Rolamento: durante o rolamento leucócitos se ligam, temporariamente, ao endotélio e, então, são liberados, o que os aproxima da superfície da célula endotelial e reduz sua velocidade de trânsito. Esse processo é mediado por selectinas, incluindo a L-selectina expressa por neutrófilos e a Pselectina, um carboidrato armazenado nos corpos Weibel-Palade das células endoteliais e os grânulos α das plaquetas, assim como a E-selectina expressa por células endoteliais. As moléculas de P-selectina expressas nas superfícies das células endoteliais se ligam à glicoproteína ligante de P-selectina 1 presente em neutrófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos. A E-selectina também medeia a adesão entre leucócitos e células endoteliais e é expressa nas superfícies destas últimas, e se liga a receptores de glicoproteína presentes nos leucócitos. As adesões mediadas por selectina são formadas na borda principal do leucócito em rolamento e se desfazem na porção oposta. Até mesmo distúrbios discretos, como a manipulação cirúrgica, o calor, a isquemia temporária e os produtos de mastócitos, induzem o rolamento de neutrófilos pela superfície das células endoteliais. Ao reduzir o tempo de trânsito dos leucócitos pelos capilares e vênulas pós-capilares, juntamente com a contínua proximidade dessas células ao endotélio e à constante liberação de quimiocinas e citocinas próinflamatórias, forma-se um microambiente adequado à progressão ao estágio de “adesão estável” 3. Adesão estável: para que a adesão seja estável, os neutrófilos e as células endoteliais devem ser ativados por diversas citocinas, fatores do sistema complemento (C5a), PAF, fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), quimiocinas e outros mediadores inflamatórios. Após a ativação dos neutrófilos, as moléculas de L-selectina são proteolicamente clivadas da superfície celular por ADAM17, e um novo conjunto de proteínas de membrana (integrinas) passa a ser expresso, depois da rápida exocitose das vesículas citoplasmáticas. A firme adesão entre neutrófilos e células endoteliais é mediada pela ligação de moléculas de β2-integrinas, que são expressas em neutrófilos estimulados em conformação ativa, à molécula de adesão intercelular 1 (ICAM-1) e outras ICAM encontradas em células endoteliais. A interação entre P e E-selectina também participa desse processo de firme adesão. Após a obtenção da adesão estável, os neutrófilos passam entre as junções da célula endotelial, por meio da migração transcelular. 4. Migração transcelular: os leucócitos firmemente aderidos migram (transmigram) através da camada endotelial, passando entre as células. Diversas moléculas de adesão leucocitárias participam desse processo. A atividade e a expressão das moléculas de adesão são ligeiramente diferentes em tecidos e tipos celulares distintos. Os neutrófilos e outros leucócitos transmigram entre as células endoteliais nas junções intercelulares. A molécula de adesão plaqueta-célula endotelial 1 (PECAM-1), presente nas membranas das células endoteliais, e as moléculas de adesão juncionais (JAM) A, B e C medeiam as atividades e o processo de adesão. A β2-integrina ligante de ICAM-1 e o ligante de E-selectina também participam desse processo. Os pseudópodes de neutrófilos e outros leucócitos se estendem entre as células endoteliais até atingirem e se ligarem à membrana basal (composta por laminina e colágenos) e às proteínas da matriz extracelular (ECM) subjacente (proteoglicanas, fibronectina e vitronectina). Essa interação é mediada, pelo menos em parte, pelas β1- integrinas. Os neutrófilos que atravessam a parede vascular se acumulam no tecido conjuntivo perivascular, no exsudato inflamatório. Uma vez no estroma perivascular, os neutrófilos migram pela via estabelecida pelo gradiente quimiotático e pelos mediadores inflamatórios. Fagocitose: faz parte da imunidade inata (primeira linha de defesa contra patógenos e substancias estranhas). ↪Divisão em 3 etapas inter-relacionadas: 1. Reconhecimento e adesão: • Depende de receptores de reconhecimento de padrões. Ex: receptor de manose liga-se a carboidratos bacterianos; lectinas que se ligam a glicanas fúngicas. • Opsoninas: atuam facilitando a fagocitose. As opsoninas são proteínas do hospedeiro que revestem os micróbios e os tornam alvos para a fagocitose. Principais opsoninas: C3b (que é gerado por ativação do complemento) e Ig-G (subtipos 1 e 2). 2. Ingestão: as partículas opsonizadas se ligam aos receptores correspondentes na superfície do fagocito, ocorrendo o processo de englobamento por extensões do citoplasma (pseudópodes) formando o fagossomo. 3. Destruição e degradação do material ingerido: através da produção de substancias microbicidas dentro dos lisossomas e a fusão dos lisossomas com os fagossomas, ocorre reações que levam a morte ou a destruição de partículas. ↪Mecanismos microbicidas: liberados pelo fagocito para eliminar o agente. ↳Mecanismos independentes de oxigênio: enzimas lisossômicas, como as hidrolases acidas encontradas nos grânulos azurófilos degradam a bactéria dentro do fagolisossomo. ↳Mecanismos dependentes de oxigênio (com e sem mieloperoxidase): espécies reativas do oxigênio (ERRO) e as espécies reativas do nitrogênio, particularmente o oxido nítrico (sintetizado a partir da L- arginina, do oxigênio molecular, da NADPH, pela enzima oxido nítrico sintetase). ➢ Quando o leucócito é ativado leva a um surto oxidativo → consumo de oxigênio e oxidação de glicose da produção de ERO → conversão do oxigênio em ions peroxido → convertido em peroxido de hidrogênio → na presença de metais como o Fe2+ → convertido em radical hidroxila altamente reativo (lesão de membranas e DNA) ↪Sistema independente de Mieloperoxidase: os radicais livres são produzidos sem a mieloperoxidade. Radicais livres formados durante o metabolismo oxidativo. São altamente reativos. Ex: superóxido, oxigênio molecular, radical hidroxila. ↪Sistema dependente de mieloperoxidase: peroxido de hidrogênio (insuficiente para destruir a maioria das bactérias). .
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