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CIRURGIA PEDIÁTRICA - 32 Anomalia Anorretal

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CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 
 6º Semestre – 2021.2 
1 
 
 
Patologias em Cirurgia 
Pediátrica 
Disciplina de Cirurgia Pediátrica 
FASM 
MAYARA SUZANO DOS SANTOS 
TURMA XIV A 
6º Semestre – 2021.1 
CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 
 6º Semestre – 2021.2 
2 
 
ANOMALIA ANORRETAL 
EPIDEMIOLOGIA ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA 
1:4.000 nascidos vivos 
20-50% malformaçõe associadas 
 
Anomalias com fístula são + 
frequentes (70-80%) do que as 
sem fístula (20%) 
 
Meninos: fístula retouretral é + 
comum, seguido da fístula perineal. 
Apenas 10% são defeitos altos 
 
Meninas: fístula retovestibular é + 
comum, seguido da fístula perineal e 
persistência da cloaca 
Idiopático Anomalia da divisão da cloaca primitiva em que não ocorre a formação adequada do septo urogenital para formação do reto 
e uretra/ vagina. 
 
Tipos1: 
▪ Fístula retouretral → comunicação do reto com a face posterior da uretra prostática ou bulbar, compartilham uma parede 
na região superior à fístula, mecanismo esfincteriano representado pelo “complexo muscular” (atua como elevador do 
anus) 
▪ Fístula perineal → a porção mais inferior do reto se comunica com o períneo na presença de complexo esfícteriano, 
porém aquele não está inserido na região anal, está mais anterior e apresenta estenose; nas meninas, não há parede 
comum entre reto e vagina 
▪ Fístula cutânea → subtipo da fístula retoperineal em que a abertura externa da fístula é circundada por pele 
▪ Fístula retovaginal → o reto se comunica com o canal vaginal 
▪ Fístula vestibular → o reto se comunica com o vestíbulo da vagina compartilhando extensa parede comum 
▪ Fístula retovesical → comunicação perpendicular entre reto e colo da bexiga → o reto se abre no trato urinário acima do 
esfíncter que está hipotrófico 
▪ Estenose retal → comunicação parcial do reto com o canal anal 
▪ Agenesia sem fístula (ânus imperfurado) → reto termina em fundo cego, ausência de ânus, esfíncter incompleto 
▪ Cloaca → ausência total da divisão pelo septo (persistência da cloaca) → canal comum para reto, uretra e vagina → grande 
variedade anatômica e diferentes prognósticos 
 
 
CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 
 6º Semestre – 2021.2 
3 
 
ANOMALIA ANORRETAL 
QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO3,4 
Fístula uretral/trato 
urinário: 
▪ Sd de mecônio pela 
urina 
▪ ITU 
▪ Infecção renal 
▪ Distensão abdominal 
após 24h de vida 
 
Malformações associadas: 
▪ Cardíacas (30%) → PCA, 
defeitos septais, T4F 
▪ Genitourinárias (50%) 
→ agenesia e displasia 
renal, hidronefrose, 
hipospádia, RVU, rim 
em ferradura 
▪ TGI → AE, atresia 
duodenal 
▪ Vertebrais (6-27%) → 
especialmente sacral 
(pior prognóstico para 
incontinência fecal), 
hemivertebras e 
escoliose secundária 
▪ Sd de Down e de 
VACTERL 
 
Complicações PO tardias: 
▪ Constipação 
▪ Incontinência fecal e/ou 
urinária 
▪ Bexiga neurogênica 
(grave) 
▪ Lesão nervosa 
▪ Distúrbios sexuais 
Anomalias anorretais são um amplo espectro de malformações caracterizadas por defeitos 
congênitos do anus, reto e trato urogenital. Em 90% dos casos, a simples inspeção perineal é 
suficiente para decisão de se realizar a colostomia descompressiva. 
Tipos1: 
▪ Fístula retouretral → na fístula retobulbar as crianças apresentam bom mecanismo 
esfincteriano, sacro bem formado, glúteos e sulco interglúteo evidentes e impressão anal bem 
definida; já na retobulbar, apresentam mecanismo esfincteriano pobre e alterações sacrais, 
períneo achatado, escroto bífido e/ou esfíncter externo muito próximo da bolsa escrotal 
▪ Fístula retoperineal (+ benigna) → orifício externo anteriorizado, mecanismo esfincteriano 
próximo ao normal, sulco interglúteo bem marcado e impressão anal bem delineada; 
apresentam uma ponte de pele na rafe mediana (“alça de balde”); quando circundada por pele 
é camada de fístula cutânea 
▪ Fístula retovesical (raro) → sacro geralmente hipoplásico ou ausente, períneo achatado, quase 
sem sulco interglúteo 
▪ Fístula reto-vestibular → orifício no vestíbulo da vagina anteriormente ao intróito vaginal, 
sacro e mecanismo esfincteriano normais, sulco interglúteo bem delineado e impressão anal 
bem marcada; muitas vezes erroneamente diagnosticada como fístula retovaginal 
▪ Fístula retovaginal (raro) → orifício dentro do canal vaginal, é necessário a saída de mecônio 
por dentro da vagina através do hímen para confirmação diagnóstica 
▪ Estenose e atresia anal (<1%) → aparência externa normal, mas o canal anal apresenta 1-2 cm 
▪ Agenesia sem fístula (5%) → reto em fundo cego 1-2 cm acima do períneo, ausência de ânus, ↑ 
incidência em crianças com Sd Down 
▪ Persistência de cloaca → parede comum longa (1-10 cm) para reto, vagina e trato urinário, 
comumente apresentam hidrocolpos (vagina distendida, ↑ secreção formando massa cística 
palpável em hipogástro) e malformações uterinas, pode ocorrer bloqueio da drenagem vesical 
pela massa 
 
Exames complementares: investigação de malformações associadas nas primeiras 24h de vida 
▪ Invertograma Wangesteen-Rice2 → investigação da distância entre o fundo cedo retal e a pele 
▪ Colostograma (RX contrastado)2 → investivação do comprimento do colo distal 
▪ Urina I → investigação de ITU 
▪ RX simples de coluna e sacro2 → outras malformações 
▪ USG abdome e pelve → malformação renal e hidrocolpos (dilatação vaginal; 50% nas cloacas) 
▪ Ecocardiografia 
Avaliação pós operatória: realizada por meio do seguimento do pct (continência, evacuação) e da 
manometria anorretal 
Deve-se decidir nas primeiras 48h entre a 
realização de colostomia descompressiva para 
adiar a cirurgia definitiva ou realizar a cirurgia 
sem colostomia prévia. 
 
Primeiras 24h: jejum + hidratação + ATB 
 
Colostomia: geralmente, em duas bocas 
▪ Indicação1 → agenesia sem fístula > 2 cm, 
fístula de trato urinário, cloaca, anomalia 
alta 
▪ Requer 3 cirurgias → colostomia, correção 
principal e fechamento da colostomia 
 
Cirurgia definitiva: anorretoplastia sagital 
posterior (Cirurgia de Peña) 
▪ Posiçao → DV 
▪ Incisão sagital posterior ampla para 
abertura do m esfincteriano na região 
mediana e exploração detalhada 
▪ Eletroestimulação para localizar o centro 
do complexo esfíncteriano 
▪ Isolar fístulas, se houver, mobilizar o reto e 
posicioná-lo nos limites do esfíncter 
▪ Confecção do neoânus através do esfíncter 
→ estimular novamente 
 
Cloaca: emergência urológica, pois 90% está 
associada a anomalia genitourinária grave 
▪ Colostomia prévia; meninas podem 
precisar de vaginostomia e/ou 
vesicostomia 
▪ Separar o trato genital da uretra e do colo 
pela via sagital posterior 
(anorretovaginouretroplastia) 
CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 
 6º Semestre – 2021.2 
4 
 
ANOMALIA ANORRETAL 
DETALHES IMPORTANTES: 
 
QUADRO 1. Classificação das anomalias anorretais 
Classificação Murahovischi (2003): de acordo com a posição do fundo de saco retal em 
relação ao m elevador do ânus 
▪ Anomalia alta (45%, > meninos) → fundo cego acima do m elevador do ânus (> 2cm), 
▪ complexo esfincteriano pouco desenvolvido, períneo achatado sem sulco interglúteo, 
ausência de impressão anal 
▪ Anomalia baixa (55%, > meninas) → abaixo do m elevador do ânus (1-2 cm), geralmen- 
te mecanismo esfincteriano está preservado e o aspecto externo é próximo do normal 
Classificação de Peña (1995): é a mais utilizada 
▪ Agenesia sem fístula 
▪ Agenesia com fístula → fístula retouretral (+ frequente nos meninos) e retovestibular 
(+ frenquente nas meninas) 
▪ Estenose anal 
▪ Membrana anal 
▪ Atresia anal 
▪ Cloaca 
Classificação Conduta 
Fístula perineal Correção principal sem colostomia prévia 
Fístula uretral 
Colostomia 
Fístula retovesical 
Agenesia sem fístula 
Atresia retal 
Fístula vestibular 
Persistência de cloaca 
Defeitos complexos 
 
 
 
 
CIRURGIA PEDIÁTRICAMayara Suzano dos Santos – T XIV A 
 6º Semestre – 2021.2 
5 
 
FIGURA 3. Algoritmo para diagnóstico e 
tratamento das anomalias anorretais em 
meninas 
FIGURA 4. Algoritmo para diagnóstico e 
tratamento das anomalias anorretais em meninos 
ANOMALIA ANORRETAL 
DETALHES IMPORTANTES: 
QUADRO 2. Investigação da distância entre o fundo retal e a pele anal 
Invertograma: espaço hipertransparente entre impressão anal e o colo 
▪ Anomalia baixa < 2 cm → correção principal sem colostomia 
▪ Anomalia alta > 2 cm → indicação de colostomia prévia 
 
 
Índice sacral: RX de sacro em perfil que permite avaliação da 
correlação entre a extensão de defeito sacral e prognóstico funcional 
nestas anomalias. De modo geral, quanto mais alta a fístula maior a 
anomalia sacral. 
▪ Normal/Anomalia baixa → BC/AB 0,7-0,8 
▪ Anomalia alta → BC/AB próximo a 0 (quanto menor, pior o 
prognóstico) 
 
Colostograma: injeção de contraste através da boca distal da 
colostomia para avaliação radiográfica dos detalhes anatômicos de 
cada tipo de anomalia → a principal informação que se obtém é o 
comprimento do colo distal desde a colostomia até o fundo cego retal. 
CIRURGIA PEDIÁTRICA Mayara Suzano dos Santos – T XIV A 
 6º Semestre – 2021.2 
6 
 
REFERÊNCIAS: 
MAKSOUD, João Gilberto. Cirurgia pediátrica/ vol II. [S.l: s.n.], 2003.

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