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TCC 2

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LEANDRO AVILA FACHIN FILHO
A CONDUTA DOS GUARDADORES DE VEÍCULOS E SEUS POSSÍVEIS 
ENQUADRAMENTOS FRENTE À LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA
CANOAS
2021
LEANDRO AVILA FACHIN FILHO
A CONDUTA DOS GUARDADORES DE VEÍCULOS E SEUS POSSÍVEIS 
ENQUADRAMENTOS FRENTE À LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Centro Universitário Ritter 
dos Reis como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em Direito. 
Orientadora: Prof. Me. Sandra Regina 
Martini.
CANOAS
 2021
LEANDRO AVILA FACHIN FILHO
A CONDUTA DOS GUARDADORES DE VEÍCULOS E SEUS POSSÍVEIS 
ENQUADRAMENTOS FRENTE À LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Centro Universitário Ritter 
dos Reis como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em Direito.
Canoas, ____ de junho de _____.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. (Nome do orientador)
________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
________________________________________
Prof. (Nome do professor avaliador)
Dedico este trabalho aos meus pais, por nunca 
terem medido esforços para me proporcionar um 
ensino de qualidade durante todo o meu período 
escolar.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, qυе fez com que meus objetivos 
fossem alcançados, durante todos os meus anos de estudos. 
Aos meus pais Leandro Avila Fachin e Laci Cleonice Avila da Silva, que 
sempre estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória, 
bem como por todo o esforço investido na minha educação. 
Ao meu querido irmão Zandor Leandro Avila da Silva Fachin, pela 
compreensão e ajuda durante estes anos. 
Por último, mas não menos importante, a minha noiva Fabiana Bof Bassan, a 
qual sempre esteve ao meu lado durante o meu percurso acadêmico.
RESUMO
A presente monografia tem como tema a conduta dos guardadores de veículos e 
seus possíveis enquadramentos frente à legislação penal brasileira. Propõe-se a 
analisar o contexto socioeconômico em que os guardadores de veículos estão 
inseridos, passando pela sua regulamentação através da Lei Federal nº 6.242/75, 
para, então, elucidar as possíveis implicações jurídico-penais que esta atividade 
assume no momento de sua abordagem para com os condutores de veículos. 
Contudo, embora os flanelinhas tenham sua atividade regulamentada, os mesmos 
não podem exigir valores pecuniários dos motoristas, fato esse que leva ao 
enquadramento de crimes previstos no ordenamento penal brasileiro, tais como: 
extorsão, estelionato, constrangimento ilegal e usurpação de função pública. Para 
tanto se usou a pesquisa bibliográfica onde, com ela, foi possível reunir dados e 
informações afim de se aprofundar sobre o tema. Desse modo é possível 
compreender que mesmo se proibindo esta atividade sempre vai existir em nossas 
vidas, o que permite concluir que cabe a nós o dever de informar as autoridades 
competentes sobre o mau atendimento desta categoria de trabalhadores.
Palavras-chave: Conduta. Guardador de veículos. Contexto. Crimes. 
Trabalhadores.
ABSTRACT
This monograph has as its theme the conduct of vehicle guards and their possible 
frameworks in relation to Brazilian criminal law. It proposes to analyze the socio-
economic context in which vehicle guards are inserted, passing through its regulation 
through Federal Law nº 6242/75, to then elucidate the possible legal-criminal 
implications that this activity assumes at the time of its approach to vehicle drivers. 
However, although flannels have their activity regulated, they cannot demand 
pecuniary amounts from drivers, a fact that leads to the classification of crimes 
provided for in the Brazilian criminal law, such as: extortion, embezzlement, illegal 
embarrassment and usurpation of public service. For this purpose, bibliographical 
research was used, where, with it, it was possible to gather data and information in 
order to go deeper into the subject. In this way, it is possible to understand that even 
if this activity is prohibited, it will always exist in our lives, which allows us to conclude 
that it is our duty to inform the competent authorities about the poor service provided 
to this category of workers.
Keywords: Conduct. Vehicle Keeper. Context. Crimes. Workers.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
N°: Número 
ART: Artigo 
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
DIEESE: Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômicos 
SEADE: Sistema Estadual de Analise de Dados 
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
STJ: Superior Tribunal de Justiça 
CF: Constituição Federal 
CTB: Código de Trânsito Brasileiro 
CP: Código Penal 
CLT: Consolidação das Leis do Trabalho 
PLCE: Projeto de Lei Complementar do Executivo
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................10 
2. DO CONTEXTO SOCIOECONÔMICO E POLÍTICO DA ATIVIDADE DOS 
GUARDADORES DE VEÍCULOS..............................................................................12
2.1 APONTAMENTOS HISTÓRICOS DA ATIVIDADE NO BRASIL..........................12
2.2 DA REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DOS GUARDADORES DE 
VEÍCULOS.................................................................................................................15
3. A CONDUTA DOS GUARDADORES DE VEÍCULOS E O CÓDIGO 
PENAL.......................................................................................................................19
3.1 DO CRIME DE EXTORSÃO.................................................................................19
3.2 DO CRIME DE ESTELIONATO...........................................................................22
3.3 DO CRIME DE CONSTRAGIMENTO ILEGAL.....................................................25
3.4 DO CRIME DE USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA.......................................27
4. DA PROIBIÇÃO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES NA 
CIDADE DE PORTO ALEGRE..................................................................................30
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................34
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................36
10
1. INTRODUÇÃO 
A presente monografia intitulada, a conduta dos guardadores de veículos e 
seus possíveis enquadramentos frente à legislação penal brasileira, traz, dentro 
dessa perspectiva a análise do contexto socioeconômico em que estes 
trabalhadores estão inseridos, se propondo, a definir a forma e o conteúdo dessa 
profissão, para, assim, então, investigar as particularidades que esta atividade 
assume no momento de sua abordagem para com os condutores de veículos, uma 
vez que a mera ação destes trabalhadores, porsi só, não configure crime algum, 
busca-se desvendar as possíveis implicações jurídico-penais decorrentes dessa 
abordagem, dentre as hipóteses contidas na legislação penal brasileira vigente. 
Nesse sentido, justifica-se o trabalho devido ao pouco estudo sobre o tema, 
uma vez que o mesmo não é muito abordado na área do direito penal, bem como 
para conscientizar os condutores de veículos sobre os seus direitos e como buscá-
los, tendo como objetivo, primeiramente, informar os cidadãos de que o pagamento 
monetário para os guardadores de veículos, popularmente conhecidos como 
flanelinhas, é de caráter opcional, pois não pode uma pessoa exigir de outra, 
qualquer valor pela garantia de que seu veículo não será furtado ou danificado em 
via pública. 
Para tanto, a monografia se baseia na maneira como o guardador de veículo 
efetua a abordagem para com o motorista, abordagem esta que pode ser 
enquadrada em diversos crimes, os quais se dão pela falta de uma tipificação penal 
especifica para com a categoria, bem como, também, pela falta de controle por parte 
do poder público. 
Para o desenvolvimento desta monografia usou-se o método bibliográfico, 
com o objetivo de reunir informações e dados a fim de se aprofundar no assunto, 
traçando um panorama histórico ate se chegar ao objetivo principal do trabalho, 
utilizando-se de livros, periódicos (jornais, revistas etc.), artigos, documentos 
monográficos, sites confiáveis, entre outros. Optou-se pela pesquisa exploratória, 
uma vez que se busca explorar de forma ampla e objetiva o problema, de modo a 
fornecer informações e elaborar uma investigação mais precisa através de 
pesquisas bibliográficas e estudos de casos através de jurisprudências e de uma 
análise qualitativa, a qual prisma pela qualidade dos dados coletados.
11
Para atingir o objetivo a que se propõe a monografia, o trabalho foi 
estruturado em três capítulos, no primeiro capitulo analisaremos a tentativa de 
regulamentação da atividade dos flanelinhas pelo Poder Público através da Lei 
Federal n° 6.242, de 23 de setembro de 1975, a qual definiu a atividade dos 
guardadores de veículos como um trabalho autônomo a depender do registro na 
Delegacia Regional do Trabalho competente e do preenchimento de uma série de 
requisitos exigidos na lei, os quais serão esmiuçados no decorrer da monografia, 
resgatando o contexto socioeconômico da atividade dos mesmos. 
No segundo capítulo busca-se especificar os crimes que podem ser 
praticados pela classe trabalhadora, bem como, enquadrá-los nos mesmos, para, 
assim, facilitar a compreensão do momento em que estes delitos ocorrem, tais 
como, extorsão ao ameaçar o motorista no momento de pedir dinheiro; 
constrangimento ilegal ao ameaçar o motorista para que este pare o carro de 
determinada forma; estelionato ao enganar o motorista, fazendo com que este pare 
em local proibido, por acreditar nas informações erradas propositalmente passadas 
pelo flanelinha e usurpação de função pública, uma vez que é de competência do 
Poder Público cobrar pelo estacionamento em locais públicos. 
Por fim, no terceiro capitulo trarei as alternativas dadas pelo governo do 
Estado do Rio Grande do Sul, para com estes trabalhadores, uma vez que a Lei 
complementar nº 874, de 15 de janeiro de 2020, proibiu o exercício da profissão em 
Porto Alegre. Bem como, também como esta o funcionamento da mesma durante 
esse período de tempo.
12
2. DO CONTEXTO SOCIOECONÔMICO E POLÍTICO DA ATIVIDADE DOS 
GUARDADORES DE VEÍCULOS 
Neste capítulo será apresentado o panorama socioeconômico do 
desenvolvimento da atividade de guardador de veículos no Brasil, passando pelos 
processos de industrialização, migração, urbanização e desemprego, para assim, 
chegarmos até a sua regulamentação como atividade no ano de 1975.
2.1 APONTAMENTOS HISTÓRICOS DA ATIVIDADE NO BRASIL
A primeira vez em que se falou no termo guardador de veículos foi, segundo o 
jornal o globo (2009), em 1945, no governo do, na época, presidente Getulio Vargas, 
como uma forma de empregar os combatentes, vulgo “pracinhas”, os quais 
retornaram ao país sem qualquer ocupação, objetivando assim, um meio de 
sustento para os mesmos. 
Contudo, foi nas décadas de 1960 e 1970 que a profissão começou a se 
expandir pelo território brasileiro, uma vez que a mecanização rural fez com que 
aumentasse, consideravelmente, o número de trabalhadores migrantes para as 
áreas urbanas, levando a um grande aumento da população urbana (LOPES, 1978). 
Situação essa que possibilitou a procura pelo emprego informal, fazendo com que 
ocorresse o aumento do número de guardadores de veículos nos centros urbanos. 
Sustentando essa perspectiva temos Eduardo G. Noronha, o qual diz que:
Nos anos de 1960 e 1970, o mercado de trabalho no Brasil já se 
mostrava dentro de uma perspectiva dual, característico de países 
subdesenvolvidos, vinculado ao crescimento da urbanização e da 
industrialização, com uma categoria de trabalhadores subempregados 
e mal incorporados a este mercado – Há, portanto, uma ruptura nos 
processos de formalização do trabalho e, consequentemente, emerge 
o processo de ”informalidade” (NORONHA, p. 113, 2003).
Porém, até o final da década de 1980, a maioria dos especialistas acreditava 
que a informalidade era um problema endêmico. Prevalecendo a idéia de que essa 
informalidade seria o legado da economia semi-industrial, portanto, seu fim seria 
13
uma questão de tempo e de desenvolvimento (NORONHA, 2003). No entanto, o 
autor pressupõe que, em termos de mercado de trabalho, o início dos anos 1990 
representou uma quebra crescente do movimento de formalização do trabalho, o 
que se confirmou nas décadas anteriores. 
Para tanto, na década de 1990, a combinação de baixo crescimento 
econômico e racionalização, modernização da produção e liberalização comercial-
financeira teve um impacto maior sobre os níveis de emprego. Ou seja, durante esse 
período, o número de novas criações de empregos diminuiu, consequentemente 
houve o aumento do desemprego e de outras formas de trabalho, ligada à economia 
informal e ao setor de serviços (SANTOS, 2008). 
Diante dessas mudanças estruturais na econômica brasileira, Idalino (2012), 
destacou que a ocorrência de aumentos estruturais do desemprego é um efeito 
adverso para os trabalhadores. Ou seja, este tipo de desemprego não é o resultado 
de uma recessão ou depressão transitória, mas sim o resultado de uma estrutura 
socioeconômica criada e mantida pelo sistema de produção capitalista globalizado. 
Portanto, o desemprego estrutural tende há durar muito tempo. 
Corroborando com essa idéia temos Mattoso (1999), o qual destacou que o 
Brasil nunca experimentou uma alta taxa de desemprego como na década de 1990, 
e que as condições instáveis e o aumento das relações de trabalho reduziram muito 
a taxa de desemprego no Brasil, o que acabou levando a um aumento significativo 
de empregos temporários, precários por tempo determinado, terceirizado, sem renda 
fixa, enfim, um grande aumento de bicos espalhados pelo país. 
O que acabou tornando a cidade produtora e mantenedora da pobreza com 
seu modelo econômico e estrutura natural, mostrando suas inerentes diferenças 
econômicas e sociais, assim como os problemas efetivos na prática dos 
guardadores de veículos. Mattoso (1999) também apontou que, segundo dados do 
IBGE e do DepartamentoIntersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos 
(DIEESE) - Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), no final da década de 
1990, mais de 50% das pessoas ocupadas nas grandes cidades brasileiras se 
encontravam na informalidade, a maioria sem registro e sem garantia mínima, tais 
como: aposentadoria, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), seguro-
desemprego, entre outros. 
Devido a essa série de mudanças no ambiente de trabalho, a informalidade 
se intensificou e cada vez mais trabalhadores formais começaram a se transformar 
14
em trabalhadores informais, ou seja, “executores engajados em atividades 
funcionalmente instáveis e precárias, o que os precarizam na condição de força 
produtiva de trabalho” (IDALINO, p.17, 2012). 
Contudo esse não é um mau de décadas passadas, mas sim, um mau que 
persiste até os dias atuais, uma vez que, o caos e a prolongada recessão da 
economia brasileira, aliados à pandemia provocada pela COVID 19, estão 
aprofundando o fenômeno do trabalho informal no Brasil. Segundo dados do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de desempregados no Brasil:
O trimestre volta a repetir a preponderância do trabalho informal, 
reforçando movimentos que já vimos em outras divulgações - a 
importância do trabalhador por conta própria para a manutenção da 
ocupação. De acordo com o IBGE, a estabilidade do contingente de 
pessoas ocupadas - aproximadamente 85,9 milhões no trimestre 
encerrado em fevereiro de 2021 – é decorrente da informalidade, com 
o aumento dos trabalhadores por conta própria. Em relação ao 
mesmo trimestre do ano anterior, o contingente de pessoas ocupadas 
apresentou queda de 8,3%, representando uma redução de 7,8 
milhões de empregados. Apenas a categoria de trabalhadores por 
conta própria, que totaliza 23,7 milhões de pessoas, apresentou 
crescimento (3,1%) na comparação com o trimestre anterior 
(setembro a novembro de 2020), significando a adição de 716 mil 
pessoas neste contingente. Em relação ao mesmo período do ano 
anterior, o indicador apresentou uma redução de 824 mil postos 
(AGÊNCIA BRASIL, 2021).
Diante dessa conjuntura negativa, as perspectivas de curto prazo não devem 
ser otimistas. Pois, além de manter a instabilidade no país, esses dados comprovam 
que cada vez mais pessoas estão partindo para a informalidade, seja por falta de 
emprego formal ou pelo simples, motivo de complementar sua renda. 
Diante disso, se torna indiscutível o fato de que as atividades desenvolvidas 
pelos guardadores de veículos fazem parte desse amplo arcabouço social, 
econômico, político e cultural, que envolve diversas transformações ocorridas ao 
longo do tempo. 
Por fim, apesar do crescente número de guardadores de veículos/flanelinhas 
nos centros das cidades brasileiras, a grande maioria da população, ainda, 
desconhece que essa atividade foi regulamentada como profissão desde a década 
de 1970.
15
2.2 DA REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DOS GUARDADORES DE 
VEÍCULOS
A profissão de guardador e lavador autônomo de veículos automotores foi 
criada pela Lei Federal nº. 6.242, de 23 de setembro de 1975, e regulamentada pelo 
Decreto nº. 79.797, de 08 de junho de 1977, firmados pelo, na época, presidente 
Ernesto Beckmann Geisel. 
Tendo como motivo da regulamentação da atividade, conforme vimos 
anteriormente, a situação socioeconômica brasileira da década de 1960 e início da 
década de 1970, período em que havia um grande número de desempregados nas 
grandes cidades, os quais buscavam alguma forma de ganhar dinheiro e, assim, 
sustentar suas famílias. 
É importante salientar que a Lei nº 6.242/75 em sem art. 1º, dispõe que: “O 
exercício da profissão de guardador e lavador autônomo de veículos automotores, 
em todo o território nacional, depende de registro na Delegacia Regional do 
Trabalho Competente” (BRASIL, 1975). 
Portanto, como a maioria dos guardadores de veículos exerce a atividade de 
modo informal e sem o devido registro, muitos desses trabalhadores são 
processados criminalmente pela prática prevista no art. 47 do Decreto - lei nº 3.688 
de 03 de outubro de 1941, vulgo Lei das Contravenções Penais, “in verbis”: “Art. 47. 
Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher 
as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena – prisão simples, 
de quinze dias a três meses, ou multa” (BRASIL, 1941). 
Nesse sentido, recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), 
dispõe:
CONSTITUCIONAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO 
DE RECURSO. EXERCÍCIO IRREGULAR DA PROFISSÃO 
(DECRETO-LEI 3.688/41, ART. 47). LAVADOR/GUARDADOR DE 
CARRO. INEXIGIBILIDADE DE CONHECIMENTOS TÉCNICOS 
PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. ATIPICIDADE DA CONDUTA 
EVIDENCIADA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
PRECEDENTES DO STJ E DO STF. WRIT NÃO CONHECIDO. 
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 3. A contravenção de exercício 
irregular de profissão penaliza aquele que desempenha 
habitualmente profissão ou atividade econômica sem preencher as 
condições legais. O objetivo da infração penal é coibir a simulação 
16
de atividade laboral especializada, hipótese em que se presume a 
habilitação do profissional. 4. Inviável concluir que o guardador ou 
lavador de carros exerça profissão ou atividade econômica 
especializada, apta a caracterizar a contravenção penal prevista no 
artigo 47 do Decreto - lei 3.688/1941. Isso porque lavar ou guardar 
automóveis são atividades que não exigem quaisquer conhecimentos 
técnicos ou habilidades específicas as quais, caso não preenchidas 
ou não observadas, possam ofender a proteção à organização do 
trabalho pelo Estado. Ademais, não geram perante a sociedade a 
presunção da habilitação do profissional. 5. A mera exigência 
registro dos guardadores ou lavadores de veículos em Delegacias 
Regionais do Trabalho pela Lei 6.242/1975 não satisfaz a elementar 
do tipo, referente à necessidade da existência de condições que 
subordinam o exercício da profissão. 6. Habeas corpus não 
conhecido. Ordem concedida de ofício para, nos termos do 
artigo 654, § 2º, do Código de Processo Penal, determinar o 
trancamento do processo penal de autos nº. 13.006.269-8. (HC 
309.958/MG, Rel. Ministro Ribeiro Dantas, Quinta Turma, julgado em 
22/09/2016, DJe 28/05/2021) (EVINIS, 2017).
O julgado acima esclarece que a profissão de guardador de veículos não 
pode ser imputada ao crime de exercício ilegal da profissão. Pois a Lei que regula a 
profissão não prevê nenhuma condição específica, nem mesmo, são exigidos 
requisitos técnicos, ao contrário de outras profissões. Bem como não há atividade 
econômica, uma vez que os serviços não são necessariamente remunerados. 
Ainda se referindo a Lei 6.242 de 1975, que em seu art. 3º, incisos I, II, III, IV 
e V, impõe como condição da concessão do registro profissional perante a 
Delegacia Regional do Trabalho a prova de identidade, atestado de bons 
antecedentes, certidão negativa dos cartórios criminais, prova de quitação eleitoral e 
do serviço militar (BRASIL, 1975). 
Explicando o motivo da exigência dessa documentação temos Sílvia Moreira 
Horta, a qual explana que:
A exigência dessa documentação pela Lei nº 6.242/75 visa a “afastar 
do exercício da atividade os indivíduos que portem antecedentes 
comprometedores, deixandoo campo aberto àqueles que, dela 
realmente necessitados, preencham condições mínimas”, nos termos 
da justificativa do Projeto de Lei nº. 88/73, anteriormente mencionado. 
Evidencia-se, nesse ponto, a prevalecente intenção do legislador em 
distinguir, dentre os guardadores e lavadores de veículos, aqueles 
que exercem a atividade de forma responsável, daqueles que 
recorrem a ela sob a forma da criminalidade (HORTA, p. 34, 2010).
17
Entretanto a obtenção desse registro e o reconhecimento de sua atividade, 
por si só, não garante remuneração ao flanelinha. O qual depende da generosidade 
do cidadão, uma vez que, segundo o art. 99, I da Lei nº 10.406/02, trata-se de 
exercício regular de direito do cidadão a fruição de bem de uso comum do povo 
(BRASIL, 2002). 
Contudo o que ocorre na pratica é bem diferente, pois conforme o 
demonstrado pelo G1 Santa Catarina (2014), a Prefeitura de Florianópolis relata que o 
valor arrecadado por cada flanelinha pode chegar a R$ 1.500,00 (mil e quinhentos 
reais) por noite durante grandes eventos. Para tanto, o valor cobrado chega a R$ 20,00 
(vinte reais), por carro estacionado. 
Passemos agora a contemplar os principais aspectos do Decreto nº 79.797, 
de 08 de junho de 1977, (BRASIL, 1977) o qual estabelece em seu art. 5º, alíneas a, 
b, c, que a atividade dos guardadores, quando autorizada pela Delegacia Regional 
do Trabalho e exercida em logradouros públicos explorados pelo poder público, terá 
assegurado um percentual sobre o valor total cobrado dos usuários e que será 
destinado: 
a) a pagamento dos serviços prestados pelos guardadores e 
lavadores autônomos de veículos automotores; b) à remuneração dos 
serviços administrativos do sindicato, cooperativa, ou associação, 
onde houver relativos à seleção dos profissionais, organização de 
turnos e escalas de rodízio, fiscalização, folhas de pagamento e outro 
necessários às obrigações decorrentes da autorização, não 
excedente de 10% (dez por cento) do valor total cobrado dos 
usuários; c) à remuneração do órgão público, municipalidade ou 
empresa estatal, pela manutenção, sinalização e marcação das áreas 
de estacionamento e não excedente de 20% (vinte por cento) do valor 
total cobrado do usuário (BRASIL, 1977).
Em outras palavras, o decreto define um percentual que serve para calcular o 
valor total das taxas de estacionamento cobradas dos usuários em locais públicos, 
que é explorado pelo governo. Ainda nos termos do decreto, o art. 6º exige que os 
guardadores de veículos usem cartão de identificação, fornecido pelo sindicato, 
cooperativa ou associação, onde houver para servir de exibição aos usuários e aos 
órgãos públicos e sindicatos no momento da fiscalização. 
Por fim em seu art. 7º o Decreto nº 79797/77 estabelece que:
18
Art. 7º Os sindicatos de guardadores autônomos de veículos 
automotores e de lavadores autônomos de veículos automotores, 
poderão arrendar áreas e terrenos particulares, para explorar, sem 
caráter lucrativo, estacionamento de veículos, desde que respeitados 
os requisitos de segurança definidos pelos órgãos competentes 
(BRASIL, 1977). 
Ou seja, tendo como intuito a segurança de seus cooperados, os quais 
estarão protegidos, uma vez que se encontrarão longe dos perigos das ruas. 
Salienta-se que, desde a criação da Lei nº. 6.242, de 23 de setembro de 
1975, cabe ao Município o direito ou não de proibir ou criminalizar a atividade. 
Corroborando com esse argumento temos segundo reportagem do jornal 
Folha de São Paulo (2009), o Município de Porto Alegre, o qual regularizou a 
profissão de guardador e lavador de veículos 30 de junho de 2009, mediante os 
seguintes requisitos:
Os profissionais devem ter mais de 18 anos, atuem em eventos 
esportivos e culturais de Porto Alegre com carteirinha e uniforme azul 
e amarelo, camisa branca e gravata preta, para com isso, se 
diferenciar dos guardadores ilegais. Os guardadores, ainda, devem 
atuar a cerca de um quilômetro dos estádios e não podem estipular 
preços para os clientes. Para trabalhar, devem ter também "ficha 
limpa" na polícia. O motorista paga ao guardador somente se quiser. 
E, por fim, para se tornar um cooperado, o guardador deve pagar uma 
taxa de adesão de R$ 100 e uma mensalidade de R$ 30 (FOLHA DE 
SÃO PAULO, 2009). 
Regularização essa que perdurou ate o dia 15 de janeiro de 2020, data que 
entrou em vigor a Lei Complementar nº 874. 
Lei essa que, conforme proposta do Prefeito de Porto Alegre, Nelson 
Marchezan Júnior, proíbe a atividade de guardador autônomo de veículos 
automotores/flanelinhas em vias e logradouros públicos do Município de Porto 
Alegre.
19
3. A CONDUTA DOS GUARDADORES DE VEÍCULOS E O CÓDIGO PENAL
Neste capítulo serão apresentados os crimes que podem ser cometidos pelos 
guardadores de veículos, tais como: o crime de extorsão, de estelionato, de 
constrangimento ilegal e de usurpação de função pública. Lembrando que esses 
crimes são cometidos conforme a abordagem para com o motorista, uma vez que a 
mera ação dos flanelinhas não configura crime algum.
3.1 DO CRIME DE EXTORSÃO
A definição legal do crime de extorsão esta prevista no Art. 158 do Código 
Penal brasileiro (Decreto Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940), “in verbis”:
“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o 
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, 
a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Pena: 
reclusão, de quatro a dez anos, e multa” (BRASIL, 1940).
Conforme demonstrado, pode-se concluir que as condutas dos guardadores 
de veículos podem ser classificadas como extorsão. Para tanto isso dependerá da 
análise especifica de cada caso. 
Ainda sobre o enquadramento da conduta como crime, há divergências até 
mesmo entre os órgãos policias, conforme noticiado pelo jornal o Globo:
Os comandos das polícias Civil e Militar discordam sobre a possível 
conduta criminosa na abordagem dos flanelinhas. Para a Polícia 
Militar, no simples fato de pedir dinheiro para guardar os carros, os 
flanelinhas já ameaçam os motoristas, pois está subentendido que, se 
a pessoa não pagar, algo pode acontecer com o veículo. Isso 
caracteriza extorsão, segundo a PM. Já a Polícia Civil afirma que, 
para se caracterizar a extorsão, o flanelinha teria que ameaçar o 
motorista ao pedir o dinheiro (O GLOBO, 2007).
20
Já para Luiz Regis Prado para que se tenha o crime de extorsão e 
necessário os seguintes requisitos:
a) constrangimento do sujeito passivo, mediante emprego de 
violência ou grave ameaça, para que faça, deixe de fazer, ou tolere 
que se faça alguma coisa; b) finalidade de obter (para si ou para 
outrem) indevida vantagem econômica (PRADO, p. 434, 2006).
 
Portanto, conforme as particularidades do caso específico, desde que estejam 
presentes os requisitos mencionados pelo autor, o guardador de veículos poderá ser 
enquadrado no crime de extorsão. 
No tocante a primeira condição, para que o flanelinha responda pelo crime de 
extorsão, o constrangimento do motorista deve ser comprovado, isto é, por meio de 
violência ou grave ameaça. Corrobora para enfatizar esse fato a reportagem do G1 
Santa Catarina (2013), a qual relata que:
Um flanelinha foi preso em flagrante na tarde desta quarta-feira 
(20/03/2013), após tentar extorquir e ter agredido um casal que estava 
parado no semáforo no bairro Agronômica, em Florianópolis. De acordo 
com o delegado Alexandre de Carvalho, da Polícia Civil, durante a briga, 
o flanelinha atingiuo homem com um rodo na cabeça. Por causa do 
corte, o homem foi encaminhado ao hospital.
Em depoimento, a mulher explicou que o flanelinha se ofereceu para 
limpar os vidros do veículo e após receber uma negativa partiu para 
agressão verbal e posteriormente física. "São comuns os casos de 
tentativa de extorsão praticados por flanelinhas. Neste caso, a nossa 
equipe chegou no momento da agressão e conseguiu prendê-lo em 
flagrante", explica o delegado (G1, 2013).
Comprova-se isto, também, no julgado do Tribunal de Justiça do Estado do 
Rio de Janeiro, “in verbis”:
EMENTA. Apelação Criminal. – RÉU CONDENADO POR 
EXTORSÃO – CRIME COMETIDO POR FLANELINHA – DEFESA 
REQUER A ABSOLVIÇÃO POR ATIPICIDADE DA CONDUTA OU A 
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE EXERCÍCIO 
ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES- REQUISITOS PARA O 
CRIME DE EXTORSÃO. a) constrangimento do sujeito passivo, 
mediante emprego de violência ou grave ameaça, para que faça, 
deixe de fazer, ou tolere que se faça alguma coisa; b) finalidade de 
21
obter (para si ou para outrem) indevida vantagem econômica. 
SITUAÇÃO QUE SE ENQUADRA AO PRESENTE CASO – 
IMPOSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO- DESCABIDA A 
DESCLASSIFICAÇÃO - Quanto a consumação, a Súmula 96 do 
Superior Tribunal de Justiça dispõe que "o crime de extorsão 
consuma-se independentemente da vantagem indevida". Isto significa 
que, não obstante a superada controvérsia doutrinária a respeito, o 
crime de extorsão é de natureza formal de mera conduta, não 
exigindo o resultado para sua consumação. Consoante o iminente 
jurista Guilherme de Souza Nucci, "ocorrendo a indevida obtenção de 
vantagem econômica, ter-seá apenas o exaurimento da extorsão, a 
qual já se encontrava consumada. RECURSO AO QUAL SE NEGA 
PROVIMENTO (BRASIL, p.226, 2012).
Após análise do julgado constata-se que a consumação do crime de extorsão, 
independe do fato do guardador de veículos obter ou não valor pecuniário. 
A segunda condição necessária para caracterização da extorsão é a 
finalidade de obter, para si ou para outrem, indevida vantagem econômica. 
Evidencia-se essa condição na reportagem do jornal o Tempo (2015):
Na rua Gonçalves Dias, entre as avenidas do Contorno e Getúlio 
Vargas, no Funcionários, a movimentação de veículos é intensa 
quase o dia todo. Enquanto alguns motoristas dão voltas pelo 
quarteirão à procura de uma vaga, outros param em fila dupla 
esperando sua vez. Pelo menos sete flanelinhas e lavadores de 
carros ficam na rua. Questionado sobre a possibilidade de ter uma 
vaga no sistema de mensalista, um deles orienta a procurar um 
homem chamado Nilson, que seria o chefe do ponto. Após estacionar 
o carro de um cliente, Nilson aparece e confirma ter vaga para 
mensalistas. “Aqui você paga R$ 100 por mês e tem vaga garantida. 
O rotativo é por sua conta, e o pagamento é adiantado”, afirmou. Ele 
continua explicando como garante as vagas. “Não precisa deixar a 
chave com a gente. Você chegando, a gente tira o carro que nós 
usamos para guardar as vagas, você estaciona e pronto. Tenho 
muitos clientes e não tenho problema com nenhum”, concluiu (O 
TEMPO, 2015).
Diante do caso, notasse que a vantagem buscada pelos guardadores de 
veículos é econômica e indevida ao mesmo tempo, pois alem de cobrar pelo serviço 
de vigilância prestado, o faz em via pública. Utilizando-se assim, de um bem público, 
como se fosse privado.
22
3.2 DO CRIME DE ESTELIONATO
A definição legal do crime de estelionato esta prevista no Art. 171 do Código 
Penal brasileiro (Decreto Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940), “in verbis”: 
“Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou 
mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio 
fraudulento: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa”. 
Sobre esse ponto de vista, o ilustríssimo jurista Rogério Greco (2009), 
explana que:
Desde que surgiram as relações sociais, o homem se vale da fraude 
para dissimular seus verdadeiros sentimentos e intenções para, de 
alguma forma, ocultar ou falsear a verdade, a fim de obter vantagens 
que, em tese, lhe seriam indevidas. (GRECO, p. 228, 2009)
Nessa mesma perspectiva temos o autor Júlio Fábbrini Mirabete (2008), o qual 
elucida:
Existe o crime, portanto, quando o agente emprega qualquer meio 
fraudulento, induzindo alguém em erro ou mantendo-o nessa 
situação e conseguindo, assim, uma vantagem indevida para si ou 
para outrem, com lesão patrimonial alheia (MIRABETE, p. 287, 
2008).
Comprovasse o elucidado pelo autor através da reportagem do site Cidade 
Verde (2019):
Investigação da polícia constatou que eles atuam de três formas: uma 
delas é ludibriando o motorista assim que sai do carro, ele aborda o 
condutor, conversando e outro comparsa consegue deixar a porta do 
passageiro aberta; a outra é usando o controle de portão para cortar 
corrente e o terceiro é usando a chave ninja. “Os falsos flanelinhas 
atuam no Centro. É uma pratica comum, mas vamos combater com 
atuação diária”, afirmou o delegado (CIDADE VERDE, 2019).
23
No caso do guardador de veículos, deve ser analisada a maneira utilizada por 
esse para obter a vantagem patrimonial para com o motorista. Nota-se isso no 
momento em que o flanelinha utiliza de artifício para fazer o motorista pagar 
espontaneamente determinado valor, ato este que constituirá crime de estelionato. 
Comprovasse o aludido em reportagem da Gaúcha ZH (2018), a qual relata: 
Passear nas proximidades da Usina do Gasômetro e assistir ao 
famoso pôr-do-sol do Guaíba, em Porto Alegre, pode custar caro. 
Guardadores de carros cobram até R$ 20 para prestar seu serviço, 
com permissão do motorista ou mesmo contra a vontade dele. Na 
maioria dos casos, não é dada opção. Acontece que no local onde 
eles estipularam o preço é proibido estacionar. Eles encaminham os 
carros para o meio-fio da própria Avenida João Goulart, no lado do 
Gasômetro, onde não há previsão para que veículos possam sequer 
parar (muito menos estacionar). No fim de semana vigora uma 
espécie de tolerância, já que logo após esse ponto a via é 
interrompida por cavaletes e transformada num passeio à beira do 
Guaíba (GAÚCHA ZH, 2018). 
Pode-se citar, também, como exemplo de comportamento fraudulento, o 
flanelinha que utiliza colete ou crachá para fingir que sua situação foi padronizada 
pela autoridade competente. Conforme traz reportagem do jornal Ilha Notícias 
(2021): 
Há anos a Ilha do Governador convive com um problema crônico de 
falta de vagas para o estacionamento de veículos. Com poucas 
garagens e o crescimento da quantidade de carros nas ruas, esse é o 
cenário para os flanelinhas ilegais explorarem espaços nas ruas e 
calçadas para conseguir renda. Contudo, a atuação de alguns deles 
tem gerado transtorno aos motoristas da região. O procedimento é 
simples. O motorista deixa o veículo estacionado, enquanto o 
flanelinha “dá uma olhadinha” até o proprietário voltar e pagar pelo 
serviço. No entanto, ao estacionar os motoristas ficam confusos, pois 
não sabem se estão sendo abordados por guardadores regularizados 
ou ilegais, já que muitos utilizam coletes de diferentes cores 
supostamente oficiais. Por vezes sequer entregam o ticket de 
estacionamento e cobram preços acima do permitido (ILHA 
NOTÍCIAS, 2021).
Igualmente complicado é o comportamento do guardador de veículos, que 
embora não tenha vínculo empregatício com empresa vizinha, age diante do 
https://gauchazh.clicrbs.com.br/porto-alegre/ultimas-noticias/
24
motorista como se fosse empregado da mesma empresa. Corroborando com o 
assunto temos a lição do ilustríssimo autor Júlio Fábbrini Mirabete (2008), o qual 
esclarece que:
O crime de estelionato existe quando o agente emprega qualquer 
meio fraudulento, induzindo alguém em erro ou mantendo-o nessa 
situação e conseguindo, assim, uma vantagem indevida para si ou 
para outrem, com lesão patrimonial alheia (MIRABETE, p. 271, 2008).
Meio esse quefica exemplificado nas cidades onde o sistema de bilhetes de 
estacionamento, conhecido como zona azul é adotado, o guardador de veículos 
comete o crime de estelionato ao vender bilhetes falsos para os motoristas. Crime 
esse que foi elucidado pela reportagem presente no site POLICIA CIVIL RJ.NET.BR 
(2017): 
Policiais da 12ª DP (Copacabana) desencadearam, nesta quinta-feira 
(19/10), a operação Vaga Certa, que revelou um esquema criminoso 
implantado na Zona Sul da cidade que envolve a adulteração, dolosa, 
de placas de estacionamento de veículos em logradouros públicos e 
ainda a falsificação de bilhetes de estacionamento comercializados 
junto à população, tudo com o objetivo de aumentar a receita 
relacionada à venda de tíquetes de estacionamento comercializados 
por guardadores de veículos. Atuando como uma espécie de milícia, 
os responsáveis pelo Sindicato dos Operadores de Tráfico e 
Guardadores de Veículos do Brasil (Sindotguave) atuavam 
coordenando e ditando as regras relacionadas à atividade de 
guardadores de automóveis em bairros da cidade do Rio de Janeiro 
(POLICIA CIVIL RJ, 2017).
Outro fator que configura crime por parte dos flanelinhas, é o fato de os 
mesmos indicarem locais proibidos de se estacionar ludibriando, assim, os 
motoristas, fato evidenciado na reportagem do G1 São Paulo/SP (2009), a qual 
elucida:
Com uma câmera escondida, a reportagem do SPTV flagrou o jeito 
com que muitos deles cuidam dos carros: param em lugar proibido e 
veem o motorista ser multado. Depois, retiram a multa do parabrisa e 
a pessoa só vai saber que tem a dívida quando a cobrança chegar 
(G1, 2009).
25
Por fim, mas não menos importante, fica a noção de que o guardador de 
veículos não poderá de maneira nenhuma impor algo que você, pessoa física, não 
queira ou não esteja de acordo.
3.3 DO CRIME DE CONSTRAGIMENTO ILEGAL
A definição legal do crime de constrangimento ilegal esta previsto no Art. 146 
do Código Penal brasileiro (Decreto Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940), “in 
verbis”: 
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou 
depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a 
capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou 
a fazer o que ela não manda: pena - detenção, de três meses 
a um ano, ou multa (BRASIL, 1940).
Nesse crime, o bem jurídico protegido é a liberdade pessoal, ou seja, a 
liberdade de autodeterminação da ação e da vontade. Evidenciando isso temos o 
art. 5º, CF/88: "Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei" (BRASIL, 1988). 
O ilustríssimo jurista Fernando Capez (2019), aduz sobre esse ponto o que 
segue:
Obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer algo que por lei não está 
obrigado. Primeiramente há a ação de constranger realizada pelo 
coator, a qual é seguida pela realização ou abstenção de um ato por 
parte do coagido. Esta ação deve ser ilegítima, ou seja, o coator não 
deve ter o direito de exigir da vítima à realização ou abstenção de 
determinado comportamento (CAPEZ, 2019).
26
Observa-se o elucidado na reportagem do G1 Presidente Prudente (2014):
Um homem de 29 anos foi preso por coação na Avenida Manoel Goulart, 
em Presidente Prudente, neste domingo (15), por volta das 21h15. De 
acordo com o registro policial, o indiciado ameaçou e ofendeu os clientes 
de uma sorveteria que estacionavam os veículos próximos ao local por 
cobrar para “olhar” os automóveis. Conforme o boletim de ocorrência, a 
polícia foi acionada porque o indiciado perturbou os clientes do 
estabelecimento, e ao ser solicitado por funcionários para que ele se 
retirasse do local, o homem passou a xingá-los. Com o uso de força, ele 
foi encaminhado à delegacia, onde foi registrado a ocorrência e em 
seguida ele foi liberado, de acordo com as informações policiais. Após 
sair da unidade, o indivíduo retornou à sorveteria e passou a ameaçar e 
coagir os frequentadores, pois ele “visava garantir sua área de via pública 
para cobrar por estacionamento de veículos”, segundo a polícia (G1, 
2014).
Partindo da premissa de que caso o comportamento do guardador de veículos 
não tenha por objetivo a obtenção de benefícios pecuniários do motorista insultado, 
pode constituir crime de constrangimento ilegal. Fato evidenciado em reportagem do 
Blog V & C GARANHUNS (2017), o qual explana que: 
Um flanelinha foi detido na tarde deste sábado, 29/07, após xingar e 
ameaçar um motorista que estacionou o carro em via pública próximo 
ao Mosteiro de São Bento, em Garanhuns. A vítima, um instrutor de 
38 anos residente na Boa Vista, disse que estacionou seu carro no 
referido local e foi ao mercado. Ao retornar foi abordado por um 
flanelinha de 27 anos residente no Aluísio Pinto que lhe pediu um real 
pelo estacionamento. O motorista disse então que não tinha o valor 
solicitado. Nesse momento, o flanelinha passou a xingar a vítima de 
todo tipo de palavrão e ainda a ameaçou dizendo que o motorista 
nunca mais estacionasse ali (V & C GARANHUNS, 2017).
Sobre este crime, também, temos a seguinte hipótese: supomos que um 
flanelinha impeça o motorista de estacionar em determinada vaga porque sabe que 
o mesmo não vai pagar, ou porque a vaga está reservada para um de seus clientes. 
O guardador de veículos irá restringir os motoristas de não fazer o que é permitido 
por lei, ou seja, usufruir do espaço público. Evidenciamos isso na reportagem do 
jornal O Tempo de Belo Horizonte (2019): 
27
Motoristas que precisam estacionar seus carros diariamente na região 
central de Belo Horizonte precisam desembolsar entre R$ 50 e R$ 
100 para ter a vaga assegurada por uma semana. O valor depende 
mesmo é da negociação entre “cliente” e guardador. Alguns 
flanelinhas são “donos dos pontos” e trabalham há décadas no 
mesmo local (O tempo, 2019).
Ainda, sobre o tema de constrangimento ilegal, o jurista Rogério Greco em 
sua obra intitulada, Direito Penal Estruturado, elucida que “a violência empreendida 
contra o próprio corpo da vítima difere da grave ameaça, pois, a mesma exerce 
influência precipuamente sobre o espírito da vítima, impedindo-a de atuar segundo a 
sua vontade”. 
O autor refere nessa passagem ao fato de a violência psicológica sofrida pelo 
motorista o alcança tão profundamente, a ponto de o mesmo não consiga expressar 
sua vontade, ficando, assim, a mercê do guardador de veículos.
3.4 DO CRIME DE USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA
A definição legal do crime de usurpação de função pública esta previsto no 
Art. 328 do Código Penal brasileiro (Decreto Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 
1940), “in verbis”: “Usurpar o exercício de função pública: Pena - detenção, de três 
meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa”. 
Usurpação significa apropriar-se do exercício por meios fraudulentos, pelo 
que, para os efeitos deste artigo, deve ser considerada a conduta de quem exerce 
funções públicas sem a devida legitimidade. 
Exemplificando esse fato temos a reportagem do jornal G1 Paraíba (2012), o 
qual relata:
Um guardador de carros que trabalhava há mais de 12 anos no pátio do 
Detran foi preso por suspeita de cooptar usuários. “O flanelinha abordava 
o pessoal fora do Detran, dizendo que conseguia fazer a vistoria”, 
explicou o corregedor, que adiantou que ele mesmo ia ao local onde 
estava o carro, junto com um outro homem em uma moto. Este segundo 
homem ainda não foi identificado. Um usuário do esquema também foi 
28
preso e os dois estão detidos na 9ª Delegacia Distrital, em Mangabeira. 
Os suspeitos foram autuados pelo crime de usurpação de função 
pública. O corregedordo Detran investiga agora o envolvimento de 
funcionários do Setor de Vistoria do Detran que podem ter envolvimento 
no esquema criminoso. Segundo Virgolino, eram eles que legalizavam a 
vistoria no sistema oficial do órgão (G1, 2012).
Este crime tem como objeto da tutela penal a integridade da administração 
pública no desenvolvimento normal de suas atividades, não devendo ser interferida 
por estranhos e desempenhada pelos mesmos, pois estas funções que não lhe 
pertencem. 
Nesse mesmo termo, temos as operações de estacionamento nas vias 
públicas que são da responsabilidade dos Municípios, conforme termos do art. 24, X, 
CTB. Nessas chamadas zonas azuis, o custo de utilização do espaço é cobrado por 
agentes municipais ou funcionários da empresa terceirizada vencedora da licitação.
Corroborando com o assunto temos a reportagem do jornal G1 São Paulo/SP 
(2016), que explana:
Na região da Santa Ifigênia, no Centro da Capital, por exemplo, é 
possível encontrar guardadores de vaga usando coletes verde limão e 
com uma maquininha, semelhante às de cartão de crédito, para 
vender Zona Azul. E o preço dos flanelinhas é tabelado: todos estão 
vendendo por R$ 6 a hora do Zona Azul Digital, enquanto o preço 
oficial é R$ 5. Os flanelinhas explicam que é mais caro porque 
precisam pagar a manutenção da máquina. "Então, a gente paga, eu 
pago cinco então porque eu pago a manutenção da maquininha e 
preciso ganhar o meu também, né?", disse uma flanelinha. "Se eu 
vender a cinco eu não vou ganhar nada, vou pagar a manutenção da 
máquina do meu bolso", acrescentou ela. Os flanelinhas digitais 
dizem que não são credenciados pela CET, mas garantem que o 
crédito que você comprou mais caro vai para o sistema e que nenhum 
motorista é multado (G1, 2016). 
Quando o guardador de veículos se fizer passar por um desses agentes, por 
meios ardilosos, o mesmo responderá pelo crime de usurpação de função pública. 
Conforme demonstrado em reportagem do jornal G1 Pernambuco (2013), o 
qual explica: 
Algumas ruas da cidade são sinalizadas pela Prefeitura como 'Zona 
Azul'. Nestes locais, o motorista paga R$ 1 por folha do talão de 
cobrança e tem direito a até duas horas de permanência entre as 8h e as 
18h dos dias úteis. De acordo com a Companhia de Trânsito e 
29
Transporte Urbano (CTTU), são cerca de 2.800 vagas distribuídas pelos 
bairros de São José, Santo Antônio, Boa Vista e Recife Antigo. Depois 
das 18h, no entanto, não é obrigatório o uso do cartão e a ação dos 
flanelinhas fica mais intensa, com cobrança ilegal de taxa de 
estacionamento (G1, 2013).
Uma vez feita à cobrança, ele será responsável pela usurpação. Vale 
destacar que caso o motorista pague a taxa cobrada, o guardador de veículos ficará 
sujeito às penalidades mais severas previstas no parágrafo único do art. 328 da CP, 
pois a obtenção de falsos benefícios acarretará em uma maior reprovação da 
conduta.
Ajudando a entender o aludido temos a reportagem do jornal G1 São 
Paulo/SP (2013), o qual exemplifica que:
O cartão de Zona Sul, que custa R$ 3 por hora nos comércios 
credenciados e nos postos da CET, sai por outro valor na mão dos 
flanelinhas. Um motorista ouvido pela reportagem afirma que pagou R$ 
12 por duas horas de Zona Azul comprada com guardadores. A venda de 
bilhetes de Zona Azul por flanelinhas é proibida, mas eles agem 
livremente, sem se preocupar com a presença de policiais militares. Até 
mesmo dentro do bolsão de estacionamento da Praça São Vito, 
implantado pela Prefeitura de São Paulo em setembro de 2012. Mesmo 
com um posto de venda de cartões da CET, muito motorista acaba 
comprando o bilhete das mãos dos flanelinhas (G1, 2013).
No entanto, o simples fato de o guardador de veículos se apresentar como se 
fosse legalizado junto a prefeitura já seja o suficiente para ser qualificado como 
violação nos termos do art. 45 do Decreto Lei nº 3.688/41, ou seja, simular a 
qualidade do funcionário público. 
Por fim, devesse levar em consideração o fato de o guardador de veículos 
não possuir, conforme o art. 3º da CLT, vínculo empregatício com nenhum 
estabelecimento comercial, uma vez que o mesmo não possui subordinação e tão 
pouco salário fixo. 
Dessa forma, não se deve comprar nenhum tipo de bilhete das mãos dos 
flanelinhas, pois se o fizer,o motorista estará correndo o risco do mesmo ser falso e 
com isso ficará sujeito a multas.
30
4. DA PROIBIÇÃO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES NA 
CIDADE DE PORTO ALEGRE
A atividade de guardador autônomo de veículos automotores foi proibida na 
Cidade de Porto Alegre com a aprovação da Lei Complementar nº 874 de 15 de 
janeiro de 2020, a qual traz em seu art. 1º, a seguinte informação: “fica proibida a 
atividade de guardador autônomo de veículos automotores - flanelinhas - ou 
assemelhados nas vias e nos logradouros públicos do Município de Porto Alegre”. 
(PORTO ALEGRE, 2020). 
Tendo como justificativa da proibição, dessa atividade, o elucidado presente 
nos termos do PLCE 012/19 a seguir:
O presente se faz necessário face às reiteradas manifestações de 
cidadãos do Município que relatam constrangimentos, coação e 
ameaças praticadas por indivíduos que exercem tal atividade ao 
arrepio da Lei. Tais manifestações também encontram eco na 
imprensa local. No âmbito da Câmara Municipal, este assunto 
também tem sido analisado por força de um projeto apresentado pelo 
Vereador Professor Wambert Di Lorenzo, que versa sobre a proibição 
da atividade de guardador autônomo de veículos, ainda no ano de 
2017. O Município no exercício de sua competência de deliberar 
conforme o interesse local tem a competência de permitir ou não o 
estacionamento de veículos em seus logradouros públicos, bem como 
instituir o sistema de estacionamento rotativo pago, nos termos do art. 
24, inc. X, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de 
Trânsito Brasileiro), com o qual a atividade de guardador de veículos 
é incompatível. Assim, a instituição de legislação clara, tomando 
pública a ilegalidade da prática e orientando de forma permanente a 
atuação da Guarda Municipal e dos demais órgãos responsáveis pela 
Segurança Pública, serve também de instrumento de conscientização 
da comunidade para a necessidade de ajudar na erradicação de tal 
atividade com a denúncia imediata às autoridades, através do 
telefone 156 da Guarda Municipal. São essas, Senhores Vereadores, 
as razões que nos levam a submeter o presente Projeto de Lei à 
apreciação desta nobre Casa Legislativa, rogando a apreciação e 
aprovação do mesmo, valendo-nos do ensejo para externar nossos 
protestos de consideração e respeito (CAMARA POA, 2019).
Motivos esses que se fundamentam em reportagens e noticias de nossa 
cidade, como por exemplo reportagem do G1 Rio Grande do Sul (2019), a qual 
explana: 
31
Nos fins de semana, estacionar próximo de pontos turísticos de Porto 
Alegre pode custar caro. Uma equipe do programa Bom Dia Rio 
Grande, da RBS TV, flagrou cenas de flanelinhas cobrando entre R$ 
5 e R$ 20 por uma vaga de quem tentava deixar o carro perto da Orla 
do Guaíba. Mulheres ouvidas pela reportagem pagaram os valores 
mais altos e disseram se sentir coagidas pela cobrança.
Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), 
estipular um preço fixo é ilegal. O flanelinha não pode determinar o 
valor, e o motorista paga somente se quiser e o quanto quiser.
A Prefeitura de Porto Alegre informou que a lei municipal que orienta 
a atividade não foi regulamentada. Por isso, só age em casos de 
extorsão ou que prejudique o trânsito. A prefeitura comunicou que 
estuda a possibilidade de rever a legislação que trata desse tema,já 
que está defasada (G1, 2019).
Embora se tenha proibido a atividade de flanelinha, a prefeitura não deixará 
esta população à mercê, uma vez que no parágrafo único, do art. 1º, da referida Lei 
relata que: “O Executivo Municipal elaborará plano de ação para realizar a inserção 
social dos guardadores autônomos de veículos que estiverem devidamente 
registrados no órgão federal competente”. (PORTO ALEGRE, 2020). 
Corroborando com isso temos o site da Prefeitura de Porto Alegre (2020), o 
qual traz a notícia de que:
Em novembro de 2019, a prefeitura iniciou o cadastramento dos 
flanelinhas. O secretário municipal adjunto de Desenvolvimento 
Econômico, Moisés Fraga Gonçalves, afirma que a ação busca 
identificar formas de ajudar os guardadores a encontrarem novas 
opções profissionais e encaminhá-los para a rede de assistência 
social do Município. Segundo o presidente em exercício da Fundação 
de Assistência Social e Cidadania (Fasc), Joel Lovatto, até agora 
foram feitos 200 cadastros, principalmente nas regiões do Parque 
Marinha do Brasil, Parque Farroupilha (Redenção), Hospital Mãe de 
Deus e Orla do Guaíba. Entre os dados levantados, estão que a 
maioria dos guardadores são homens (88,7%), 49% estudaram até o 
5º ano do Ensino Fundamental, 74,5% têm antecedentes criminais, 
88% já tiveram alguma experiência formal de trabalho e 82% afirmam 
ter interesse em retornar ao mercado de trabalho. Oportunidades -
 Para atender aqueles que querem voltar a ter uma atividade 
legalizada, a prefeitura buscou ajuda de entidades, instituições e 
empresas. Os parceiros irão oferecer cursos profissionalizantes e 
oportunidades de trabalho. Até agora, confirmaram apoio o Sindicato 
de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e 
Região (Sindha), Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto 
Alegre (Sindilojas), Sindicato dos Engenheiros (Senge), Melnick, 
PUCRS, Serviço Nacional do Comércio (Senac), Associação dos 
Comerciantes de Materiais de Construção e Pintura, Associação de 
Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), Centro de Integração 
Empresa-Escola (Ciee) e Sistema S. A presidente da Câmara 
Municipal em exercício, vereadora Lourdes Sprenger, elogiou o plano 
criado pelo Município (PREFEITURA DE PORTO ALEGRE, 2020).
32
Seguindo esta mesma linha temos o site do SENGERS (2020), o qual 
comprova o fato elucidado acima, vejamos:
O SENGE realizou nessa semana mais uma iniciativa social 
envolvendo a área de Qualificação. Por meio de uma parceria com a 
Prefeitura de Porto Alegre, o Sindicato ministrou curso destinado a 
capacitação profissional de ex-guardadores de carros, também 
conhecidos como flanelinhas. Na turma, ex-guardadores de veículos 
e pessoas em situação de vulnerabilidade participaram do curso 
Prevenção de Acidentes, ministrado pelo instrutor Luiz Fernando 
Bodanese, com duração de 4h. O curso foi realizado no dia 09 de 
março, na sede do SINE - Centro Histórico, Porto Alegre. A atividade 
foi acompanhada pela diretora de Qualificação do SENGE, Nanci 
Begnini Giugno, pela gerente de Qualificação do SINE, Georgia 
Volkmer (SENGERS, 2020). 
Por fim, em seus artigos 3º, 4°, 5º e 6º, todos da Lei Municipal de nº 874/20, 
nos é trazido a quem compete à exploração de estacionamentos pagos, bem como 
sua fiscalização, ou seja, o executivo municipal, também é informado valor de multa 
e a quem essas serão destinadas. 
Comprovasse isso em reportagem do jornal Diário Gaúcho (2020), a qual 
elucida:
A multa inicial para quem for flagrado descumprindo a lei é de R$ 
300, mas, se houver reincidência, o valor dobra, passando para R$ 
600. Segundo a Guarda Municipal, todas as autuações estão no 
prazo de recurso ainda, por isso que até o momento não houve 
pagamentos. Os valores a serem arrecadados serão destinados ao 
Fundo Municipal de Segurança Pública (Fumseg). Quem não pagar 
— após o fim do período de recursos — terá o nome inscrito na divida 
ativa do município. Desde o dia 16 de janeiro, um dia depois de 
o prefeito Nelson Marchezan ter sancionado lei que proíbe a ação de 
flanelinhas na Capital, a Guarda Municipal já autuou 293 guardadores 
de veículos na cidade. Deste total, 27% são reincidentes, sendo que 
um deles foi multado cinco vezes. A ação de fiscalização cabe à 
Guarda Municipal. Segundo o órgão, os dados foram contabilizados 
entre 16 de janeiro e 31 de julho. Dos 293 autuados, 81 foram 
multados mais de uma vez. O caso que mais chamou a atenção é o 
de um guardador de carro, que não teve o nome divulgado, que foi 
autuado uma vez a cada 36 dias desde a sanção da lei. Porto Alegre 
tem entre mil e 1,2 mil guardadores de carro, de acordo com a 
Secretaria Municipal de Segurança Pública (DIÁRIO GAÚCHO, 
2020).
Por fim, vale salientar que, embora a Prefeitura de Porto Alegre tenha feito o 
https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/ultimas-noticias/
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possível para limpar a cidade dos flanelinhas, que como vimos, cometem diversos 
crimes, suas sanções, praticamente, não surtiram efeito. Haja vista que ate o 
presente momento os encontramos pelas ruas da cidade. Portanto cabe a nós, o ato 
de denunciar para, assim, se fazer cumprir a lei.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo da monografia, pretendeu-se realizar um estudo abrangente sobre a 
conduta dos guardadores de veículos, bem como seus possíveis enquadramentos 
perante a legislação penal brasileira. Para chegar a esse objetivo, o primeiro passo 
do trabalho foi identificar o contexto socioeconômico em que estes trabalhadores 
estão inseridos. 
Com base nos dados coletados na presente pesquisa, é possível apontar 
algumas considerações. Inicialmente, observam-se as razões estruturais que 
corroboraram para o surgimento da atividade de guardador de veículos no Brasil, 
entendendo assim, como essa profissão se adaptou ao contexto socioeconômico e 
político vivido na época. Contexto, esse que envolve o mercado de trabalho, com o 
aumento do desemprego e a subutilização da mão de obra. 
Posteriormente, com a promulgação da Lei Federal nº 6.242/75, a qual 
estipulou que as atividades de guardador de veículos deveriam ser registradas na 
delegacia regional do trabalho competente. Lei essa que veio na tentativa de 
institucionalizar o trabalho informal, uma vez que se tinha uma crescente massa 
trabalhadora, as quais as indústrias não davam conta de absorver. 
Passado o contexto histórico da atividade de guardador de veículos, passou-
se para a investigação das particularidades assumidas por estes trabalhadores no 
momento em que abordam os condutores de veículos. Vale ressaltar que a mera 
ação dos flanelinhas não se configura em crime. 
Portanto, para atingir o propósito deste trabalho, baseou-se na maneira como 
são efetuadas as abordagens dos guardadores de veículos para com os motoristas. 
Abordagens essas, que como já vimos, podem acarretar em diversos crimes 
contidos no código penal brasileiro, quais sejam: extorsão, estelionato, 
constrangimento ilegal e usurpação de função pública. 
Os dados apresentados foram frutos de um processo de leitura e pesquisa 
sobre os guardadores de veículos. Este trabalho, portanto, abre uma proposta de 
conhecimento para fazer com que a população entenda que, embora esta seja uma 
profissão regulamentada em diversos municípios brasileiros, não pode o flanelinha, 
no momento da abordagem, ou mesmo na saída do veículo, ameaçar, achacar, 
constranger, violentar, induzir alguém a erro mediante qualquer artifício, bem como 
35
exigir qualquer valor pecuniário pelo serviço prestado, se o fizer estará cometendo 
algum dos ilícitos penais apresentados.Neste processo de realização da monografia foram encontrados alguns 
obstáculos. Entre eles, a falta de bibliografias na área jurídica, uma vez que este 
assunto é pouco abordado no ramo do direito, utilizando-se, assim, de sites e 
reportagens para a complementação e elaboração do trabalho. 
Dessa forma, mesmo com esse obstáculo, conseguimos ter um grande ganho 
de aprendizagem nessa área, tanto teórico, quanto prático. Também tivemos a 
oportunidade de contribuir para a abertura da discussão e/ou desenvolvimento 
científico de um tema ainda pouco explorado no Brasil, porém experimentado por 
toda a sociedade brasileira. Ademais, contribui como caminho para possíveis 
abordagens dessa problemática, sob as mais diversas esferas.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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