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Auxílio-reclusão Semelhante à pensão por morte, o beneficio de auxílio-reclusão é devido aos dependentes do segurado de baixa renda recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço (beneficio já extinto). Lembrando que a partir de 03/01/2016, com a entrada em vigor da lei 13.146/2015, os dependentes ficaram assim determinados: a) Primeira classe: o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou invalido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; b) Segunda classe: os pais; c) Terceira classe: o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou invalido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave. Baixa renda 2019: o valor é de R$1.292,43 (consultada no site em 19/07/2019); Baixa renda 2018: o valor é de R$1.319,18 (Portaria MF 15, de 16/01/2018); A renda a ser considerada para a concessão do beneficio do auxílio-reclusão, de acordo com o Art. 201, IV, da CRFB/1988, é relativa à remuneração do segurado, como já pacificou o STF com a apreciação dos Recursos Extraordinários 486.413 e 587.365, reconhecendo repercussão geral. OBS.: O STJ flexibilizou limite constitucional de baixa renda no julgamento do Recurso Especial 1.112.557, em 26/11/2014, para uma segurada reclusa que tinha renda um pouco superior à definida na legislação previdenciária. Argumentou o STJ que este caso é semelhante ao da jurisprudência firmada em relação ao beneficio de prestação continuada, que permite ao julgador flexibilizar o critério econômico para concessão do beneficio. A data do início do beneficio será fixada na data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido até 90 dias depois desta, ou na data do requerimento, se protocolado em data posterior. Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo pago será, automaticamente, convertido em pensão por morte. Note que, neste caso, a Previdência Social já tera conhecimento de quem são os dependentes habilitados do segurado, sendo, por isso, possível a conversão automática. O beneficio de auxílio-reclusão independe de carência. A necessidade do cumprimento de carência para o beneficio de auxílio-reclusão foi inserida pela MP664, de 30/12/2014, prevendo um prazo de 24 meses. Ocorre que, no processo de conversão da Lei 13.135/2015, foi excluída a necessidade de cumprimento de carência para o beneficio de auxílio-reclusão. O legislador, todavia, estabeleceu período de duração da pensão por morte, reflexamente, do auxílio-reclusão devido aos cônjuges ou companheiros (as), escalonado em função de suas idades, desde que o segurado tenha recolhido, ao menos, 18 contribuições mensais. Garantiu, também, para os cônjuges ou companheiros de segurados que não efetuaram as 18 contribuições mensais, um beneficio por apenas 4 meses. Já para os demais dependentes (filhos ou equiparados, pais e irmãos), o número de contribuições vertidas pelo segurado não influencia o prazo de duração do auxílio-reclusão. Assim, caso um filho de um ano de idade tenha seu pai preso, mesmo que contribuía há apenas 6 meses para o INSS terá direito ao auxílio-reclusão até completar 21 anos de idade ou, obviamente, até a soltura. atualmente, então, é preciso que o segurado tenha cumprido 18 contribuições mensais e dois anos de união estável para garantir o direito do seu cônjuge ou companheiro de gozarem do auxílio-reclusão por prazo superior a 4 meses. Portanto, se o segurado for preso sem ter cumprido as 18 contribuições mensais ou os dois anos de união estável, gerara o beneficio de auxílio-reclusão para o conjugue ou companheiro pelo período de 4 meses. Porem, se já possuir as 18 contribuições e os dois anos de união, o beneficio será escalonado, de acordo com a seguinte tabela: IDADE DO COMPANHEIRO OU COMPANHEIRA DURAÇÃO DO BENEFICIO Menores de 21 anos 3 anos A partir de 21 anos até 26 anos 6 anos A partir de 27 anos até 29 anos 10 anos A partir de 30 anos até 40 anos 15 anos A partir de 41 anos até 43 anos 20 anos A partir de 44 anos Vitalícia Analisando a tabela, percebe-se que ela correlaciona entre a idade do dependente no momento do recolhimento à prisão, independentemente de quando o auxílio-reclusão foi requerido, definindo prazo de duração do beneficio. Deve-se atentar que se, no momento da prisão, o dependente tiver 43 anos e 11 meses, gozará do auxílio-reclusão com prazo limitado a 20 anos, mesmo que o requerimento do beneficio tenha ocorrido após completar 44 anos. O valor mensal do auxílio-reclusão será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez, na data de seu recolhimento à prisão. Não havendo concessão de auxílio-reclusão, em razão de salário de contribuição superior a R$ 1.319,18, será devida pensão por morte aos dependentes, se o óbito do segurado tiver ocorrido até doze meses após o livramento. ► Os pagamentos de auxílio-reclusão serão suspensos: a) no caso de fuga; b) se o segurado, ainda que privado de liberdade, passar a receber auxílio-doença; c) se o dependente deixar de apresentar atestado trimestral, firmado pela autoridade competente, para a prova de que o segurado permanece recolhido à prisão; d) quando o segurado deixar a prisão por livramento condicional, por cumprimento de pena em regime aberto ou por prisão albergue. ► O auxílio-reclusão cessa: a) pela perda da qualidade de dependente, com a extinção da última cota individual; b) se o segurado, ainda que privado de sua liberdade ou recluso, passar a receber aposentadoria; c) pelo óbito do segurado; d) na data da soltura; e) pelo decurso do prazo de recebimento do beneficio pelo cônjuge, companheiro ou companheira. OBS.: Todas as informações contidas nesse texto podem ser encontradas no livro curso prático de direito previdenciário, de Ivan Kertzman, 16ª edição.
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