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1 Vanessa Telles- Internato em Clínica Médica Sífilis cutânea, escabiose e larva migrans 1) Sífilis- aspectos dermatológicos: A sífilis é doença crônica sistêmica de progressão intermitente, pois é marcada por períodos de atividade (fases clínicas primária, secundária e terciária) e latência (recente se infecção há <2 anos e tardia se > 2 anos). Marcada por lesões cutâneas, mucosas, cardiovasculares e nervosas. Etiologia: Treponema pallidum • SÍFILIS PRIMÁRIA: ▪ Lesões ovaladas/ arredondada, de bordas endurecidas e irregulares, de fundo limpo e indolor. Surgem na região de inoculação do agente etiológico e pode involuir espontaneamente. • SÍFILIS SECUNDÁRIA: ▪ Pode ter manifestação inicial na forma de roséola sifilítica (exantema com máculas disseminadas em tórax, abdome ou dorso) ou um exantema papuloescamoso acastanhado. ▪ Possível febre baixa, mal estar, cefaleia, perda de peso. ▪ Outras manifestações variadas: colarete de Biett (máculas com descamação periférica em palmas ou plantas), lesões papuloescamosas em mãos, úlceras superficiais, placas mucosas, condiloma plano anal e vulvar, placas anulares com hiperpigmentação central, lesões necróticas. 2 Vanessa Telles- Internato em Clínica Médica • SÍFILIS TERCIÁRIA: ▪ Gomas em placas nodulares ou papuloescamosas que podem ulcerar, indoloros. Diagnóstico da sífilis: clínica + microscopia de campo escuro em raspado de lesão + testes não treponêmicos (VDRL, RPR) e treponêmicos (FTA-ABS, teste rápido, ELISA). ATENÇÃO! O primeiro a positivar é o FTA-ABS, que fica positivo para o resto da vida, não sendo bom para controle de cura. O VDRL positiva depois, mas tem tendencia a diminuição dos títulos. ATENÇÃO! O VDRL é o que mais pode gerar falsos-positivos, o que ocorre por gestação, doenças autoimunes, vacinas, drogas. O FTA-ABS pode gerar falsos- positivos por doenças autoimunes, doença de Lyme, mas em menor proporção. Tratamento: ▪ Sífilis primária ou secundária ou latente precoce: Penicilina Benzatina 2,4 milhões em dose única OU Penicilina Procaína 1,2 milhão. ▪ Sífilis tardia: Penicilina Benzatina 2,4 milhões UI/semana por 3 semanas. Se o paciente não souber o período de contração da doença, tratar como tardia. ▪ Opções para alérgicos à penicilina: Doxaciclina 200mg/d por 14-28d. ▪ Critérios de retratamento: aumento da titulação em 2 diluições ou persistência dos sinais/sintomas ou ausência de redução da titulação em 2 diluições no intervalo de 6- 1 ano. 2) Escabiose: Doença infectocontagiosa causada pela fêmea fecundada do ácaro Sarcoptes scabiei. Transmissão: contato interpessoal ou fômites. Populações expostas são moradores de rua, moradores do locais com aglomeração. Apresentação: prurido intenso que piora a noite e após banho + pápulas eritematosas + escoriações. Em adultos, afeta áreas quentes e úmidas como dobras e, em RNs, afeta couro cabeludo, face e palmas ou plantas. Sinal patognomônico: túnel criado pela fêmea do ácaro. Formas clínicas: clássica ou escabiose crostosa. Diagnóstico: clínica + biópsia Tratamento: permetrina 5% tópica nos dias 1 e 8 + Ivermectina 200-400mcg/kg nos dias 1, 8 e 14. Para gestantes e crianças, enxofre 5-10% por 3 dias consecutivos. 3) Larva Migrans: Alteração da pele causa pelo nematódeo Ancylostoma braziliense, proveniente de larvas no solo provenientes principalmente de gatos e cachorros. Apresentação: prurido intenso + lesões lineares serpiginosas com vesículas pelo trajeto + eosinofilia moderada + possível infecção bacteriana sobreposta. Afeta principalmente extremidades (que tem mais contato com o solo) e, em crianças, os glúteos. Diagnóstico clínico. Diagnósticos diferenciais são escabiosa, dermatite de contato, impetigo, tínea inflamatória. 3 Vanessa Telles- Internato em Clínica Médica Tratamento: se pouco acometimento, Tiobentazol 10-15% tópico aplicado 3xd por 15 dias OU, se maior acometimento, Ivermectina 12mg VO dose única (não pode ser usado se crianças menores ou gestantes) OU Albendazol 400-800mg/d por 3d.
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