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GABRIELLA PACHECO – MED102 DERMATOLOGIA P2 MICOSES PROFUNDAS Esporotricose 1) Forma cutâneo-linfático: Pode começar como uma pápula que vai sofrer uma ulceração e vai fistulizar para a pele aumentando seu tamanho. Além disso, vão surgindo nódulos linfáticos no trajeto linfático que vão sofrer o mesmo processo. Presença do cordão linfático ( linfangite ascendente no membro). 2) Forma mucosa: Pode formar nódulos, vegetações ou úlceras em qualquer mucosa. 3) Forma cutaneo-localizada: Lesão papulosa, papulo-tuberosa ou ulceração com lesões satélites mínimas periféricas (não tem cordão linfático). 4) Forma cutânea disseminada: disseminação linfohematogenica (pacientes imunodeprimidos). 5) Forma extra-cutanea: não tem nenhuma manifestação clínica cutânea. Diagnóstico: Ideal: Cortes histológicos da pele (biópsia incisional – retirada de material e cultura do fragmento) Método preferencial: Cultura (conidios dispostas em forma de margarida). Testes sorológicos: Depois de 3-4 semanas de evolução (esporitricose extra cutânea) Tratamento: Crianças: Iodeto de potássio: início com 5 gotas 3 vezes ao dia e aumentar até 30-40 gotas 3 vezes ao dia com suco ou leite Itraconazol: 100-200mg ao dia até o fechamento das lesões Anfotericina B: 1-50 mg/kg/dia nos casos de esporitrocose extra- cutanea ou disseminada Termoterapia: em todos os casos de quadro cutâneo com compressas de 45 graus por 20 minutos e 3 vezes ao dia Segunda opção: Terbinafrina 250mg/dia Paracoccidioidomicose 1) Lesões mucosa oral: Estomatite de Aguiar Pupo = lesões/placas eritemato exulceradas ou ulcerada com pontilhados hemorrágicos de permeio (aspecto de amora) 2) Lesões pulmonares: Padrão nodular/micronodular em asa de borboleta no terço médio/inferior dos pulmões. 3) Lesões cutaneas: presença de pápulas, papulo-pustulas, lesões tuberosas, vegetantes e ulceradas. 4) Adenopatias regionais ou generalizadas e geralmente com amolecimento e fistulização. Diagnóstico: Epidemiológico: Carater laborativo ou contato com o solo Clínica: comprometimento mucoso, linfonodal, de pele e pulmonar RX: infiltrado micronodular, padrão em asa de borboleta Sorologia: Exame micológico: células arredondadas com membrana celular de duplo contorno, gemulação única ou múltipla Exame histopatológico: dupla membrana birrefringente com esporulação múltipla (roda de leme). Tratamento: Sulafametaxazol + Trimetropim: ataque (2.400mg+ 480mg/dia por 2 meses) e manutenção (100-200mg/dia por 22 meses) Itraconazol: ataque (200-400mg/dia) e manutenção (100-200mg/dia por 1-2 anos) Anfotericina B: 0,5-1mg/kg/dia (máximo de 50mg/dia) até dose total de 1-3g Cromomicose Agentes etiológicos: 1. Fonsecaea pedrosoi: mais comum (Brasil–90%); 2. Fonsecaea compacta: raro; 3. Cladosporium carrioni: maior poder invasivo; 4. Phlalophora verrucosa; 5. Rinocladiella aquaspersa. Epidemiologia: Mais comum em homens de 20 a 50 anos, moradores de áreas rurais, mais comum no sudeste e Amazônia. Lesões tegumentares: Inicialmente são pápulas ou nódulos que confluem em placas verrucosas ou vegetantes; progressão periférica com parte central cicatricial e podem ulcerar; São lesões unilaterais de evolução crônica; Localização: membros inferiores (principalmente pés), superiores (principalmente mãos) e região torácica superior. Complicações: infecção secundária, linfedema, elefantíase e carcinoma espinocelular. Diagnóstico: Clínico + Laboratorial Clínico: lesão unilateral em MMII com pápulas eritematosas, lesões úlcero- vegetantes, superfície verrucosa com centro cicatricial e pontos enegrecidos. Micológico direto: corpos fumagóides (moedas de cobre); Cultura (meio de Sabouraud): colônias escuras; Histopatologia: infiltrado granulomatoso e microabscessos com células acobreadas. Tratamento: Nenhum de eficácia absoluta. • Formas localizadas: Tratamento eletivo: Criocirurgia com Nitrogênio líquido – melhor opção; Tratamento eventual: Exérese cirúrgica com margens; Termoterapia; Eletrocirurgia ou Laser de CO2 com margens. • Quadros extensos: Itraconazol 100-400mg/dia 12-24 meses Anfotericina B 1mg/kg/dia 3x semana associado a Flucitosina 100-200 mg/kg/dia; Tiabendazol 3g/dia - 10 semanas + 2g/dia - até 8 meses. Cirurgia. Profilaxia: usar calçados e ter os EPIs necessários para o trabalho. Doença de Jorge Lobo Epidemiologia: Mais comum em homens (10:1) de 20 a 40 anos; Predomínio em trabalhadores rurais e extrativistas - seringueiros, garimpeiros, mateiros, indígenas; Doença exclusiva da América Latina; A maior parte dos casos no Brasil (bacia amazônica). Clínica: Pápula superficial ou profunda – placa papulosa e nódulos. Formas clínicas: infiltrativa, queloideana, gomosa, ulcerosa, verruciforme. Lesões mais características: queloideanas, sólidas, tamanhos variáveis, lisas, róseo- marrom, brilhantes, com escamas, crostas ou telangectasias. Localizações: MMII, pavilhão auricular, MMSS. Mucosas raramente atingidas; Sintomas: prurido, ardor, hipoestesia / anestesia; Complicações: infecção secundária, Carcinoma espinocelular. Diagnóstico: Clínico + Laboratorial Micológico direto: secreção – células leveduriformes de 6-12Mc, dupla membrana, isoladas ou em cadeias. Histopatologia: infiltrado granulomatoso com células tipo Langhans com numerosos parasitas. Tratamento: Lesões isoladas: Exérese cirúrgica, Eletrocoagulação, Criocirurgia Lesões extensas: Clofazimina: 300mg/dia - 1 mês + 200mg/dia – 1 mês + 100mg/dia - 1 a 2 anos. PIODERMITES Impetigos 1) Impetigo crostoso (estrepto): Mácula eritematosa onde aparecem vesículas efêmeras que logo se rompem e levam a um aspecto crostoso melincérico com cor de mel. Cresce centrifugamente. 2) Impetigo bolhoso (estafilo): Vesículas ou bolhas flácidas de até 2cm de diametro, com conteúdo claro que pode passar para turvo. O teto da bolha rompe-se, revelando base eritematosa, brilhante e úmida. O remanescente do teto da bolha pode ser visto na periferia como um colarete e a confluência de lesões leva ao aparecimento de figuras policíclicas. Tratamento: Cuidados gerais: lavar com água e um sabão antiséptico, remover crostas e secreções (compressas de água morna). Tópico: Mupirocina 2% creme ou ácido fusídico em creme a 2% por 5-14 dias 2-3x/dia. GABRIELLA PACHECO – MED102 DERMATOLOGIA P2 Antibiótico oral: cefalexina ou eritromicina (lesões perioculares e/ou em grande número). Antibiótico parenteral: Penicilina benzatina IM ou Cefalotina IV (profilaxia para glomerulonefrite aguda), ou oxacilina IV (impetigo bolhoso) Ectima Mácula eritematosa, vesículas que evoluem para ulceração (arredondada com bordas precisas) e coberta por crosta aderente e circundada por halo eritematoso. Tratamento: Mesmo dos impetigos Foliculite Pústula sobre uma área eritematosa Tratamento: Soluções a base de ácido slicílico e resorcina Antibióticos tópicos: Eritromicina 2% ou Clindamicina 2% solução, gel ou creme ou mupirocina Repetição: Cefalexina VO Furúnculo Lesão eritemato-inflamatória centrada por pele que evolui com necrose central Tratamento: Calor local e úmido Antibiótico tópico Antibiótico sistêmico: cefalexina ou oxacilina (presença de celulite perilesional, febre ou lesões múltiplas) Drenagem cirúrgica: lesões extensas, flutuantes ou com grandes áreas de necrose Erisipela Placa eritematosa, de bordas bem definidas, edematosa, aspecto em casca de laranja que pode evoluir para vesículas/bolhas de conteúdo seroso ou hemorrágico nos casos mais graves (diferencia bem a pele saudável da pele acometida). Tratamento: Casos menos graves: Cefalexina ou Penicilina G Benzatina. Casos mais graves: Ceftriaxona. Repetição: Penicilina G benzatina a cada 21 dias até completar 1 ano Suspeita de infecção por estafilo – presença de bolhas: Oxacilina HANSENÍASE H. Indeterminada:Hipocromica ou eritemato-hipocromica com hipoestesia térmica e dolorosa. H. Tuberculóide: Placa com bordo composto por pequenino tubérculos, bem definida, anestésica. Alopécicas e anidróticas. Sinal da raquete (espessamento do filete nervoso próximo a lesão. Paucibacilar (até 5 lesões de pele e/ou apenas 1 tronco nervoso acometido). Resposta TH1. Teste de Mitsuda positivo e BAAR negativo. H. Virchowiana: Máculas ou placas eritematosas ou acobreadas de limites mal definidos, om infiltração difusa, tubérculos e nódulos. Anestesia em bota/luva, ausência de sudorese e de pelos, paralisia e atrofia muscular. Multibacilar (mais de 5 lesões de pele e/ou mais de 1 tronco nervoso acometido). Resposta TH2. Teste de Mitsuda negativo e BAAR positivo. H. Boderline: Máculas ou placas infiltradas, eritematosas ou acobredas, com área de pele aparentemente sã no interior (lesões foveolares ou com aspecto de “queijo suiço”). Limites internos nítidos (aspecto tuberculóide) e externos imprecisos (aspecto virchowiano). Característica assimétrica. Reação do tipo 1 ou reação reversa: Hiperssensibilidade tardia que ocorre nos pacientes Boderline. Inflamação restrita a lesões de nervo e cutâneas (eritematosas, edematosas, brilhantes, quentes). Reação do tipo 2 ou eritema nodoso hansenico: Síndrome de imunocomplexos que ocorre mais no Virchowiano. Nódulos eritematosos ou placas infiltradas, dolorosos, quentes e disseminados. Tratamento: Paucibacilar: Dose mensal supervisionada (RIFAMPICINA 600mg) + dose diária auto-administrada (DAPSONA 100mg). Multibacilar: dose mensal supervisionada (RIFAMPICINA 600mg + CLOFAZIMINA 300mg + DAPSONA 100mg) + dose diária auto-administrada (DAPSONA 100mg + CLOFAZIMINA 50mg). Tratamento das reações: Reação do tipo 1: Prednisona 1-2mg/kg/dia Reação do tipo 2: Talidomida 100-400mg/dia e nas reações mais intensas associar com prednisona 1- 2mg/kg/dia LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA Úlcera leishmaniótica: Se inicia com uma pápula e evolui para úlcera com bordos elevados, infiltrados (em moldura) e fundo com granulação grosseira. Cicatriz atrófica e apergaminhada (roda de bicicleta) Lesões mucosas: fascies buldoguiforme e nariz em tapir. Tratamento: Antimoniato de meglumina 10-20mg/kg/dia IM ou EV por 20 dias para lesões cutaneas por 30 dias para lesões de mucosa (mês tem 30 dias) SÍFILIS Doença infecciosa, pandêmica, bacteriana, de transmissão quase sempre sexual (95%), evolução crônica e sistêmica, causada pelo Treponema pallidum spp. pallidum. Estágios: Sífilis recente < 1 ano de evolução: Primária Secundária Latente precoce – não tem sinais e nem sintomas. Sífilis tardia > 1 ano de evolução: Latente tardia Terciária Se não consegue precisar o tempo de evolução ou o paciente não sabe, é preferível considerar como sífilis tardia. Sífilis primária: Clínica: • Cancro duro no local da inoculação; • Início como pápula única indolor; • Erosão e enduração – fica dura; • Linfadenopatia regional indolor. Lesão: Lesão ulcerada ou exulcerada, fundo limpo, bordas bem delimitadas, base endurecida e presença de adenopatia regional indolor. Sífilis secundária: Clínica: • Lesões cutâneas em 80% dos casos: sifílides; • Distribuição simétrica, generalizada; • Inicialmente superficial: máculas; • Tardiamente: pápulas e pústulas; • Lesões podem ser contagiantes, principalmente, mucosas; • Pode afetar face, tronco, palmas, plantas, genitália e ânus; • Acompanhadas de febre, adinamia, astenia. Aspectos dermatológicos da sífilis secundária: Roséola sifilítica, sifílides palmo-plantares, sifílides máculo- papulosas, sifílides anulares (elegantes), sifílides foliculares papulosas, condiloma plano, lesões orais (placas mucosas, ulceras em rastro de lesma, sinal de cornill). Sífilis latente: Clínica: Período em que não há sintomas clínicos da sífilis e o exame LCR está normal. É composta de duas fases: • Sífilis Latente Recente: Fase entre a sífilis 1a e 2a; Após o término da 2a até um ano após o surgimento do cancro duro. • Sífilis Latente Tardia: Após 1 ano do aparecimento do cancro duro. Na fase de latência o diagnóstico somente pode ser feito através de testes sorológicos para sífilis; • As recidivas do quadro secundário podem ocorrer até quatro anos após o contato e pode- se divididir em: Latente recente: recidivas possíveis; Latente tardia: recidivas muito improváveis. GABRIELLA PACHECO – MED102 DERMATOLOGIA P2 Sífilis terciária Clínica: Sinais clínicos surgem após 1 ano de infecção (em geral em 10 a 15 anos), em até 1/3 dos não tratados. • Período destrutivo e não infectante da sífilis; • As complicações do terciarismo aparecem isoladas ou associadas, sendo reunidas em três grandes grupos: Sífilis Tardia Benigna; Sífilis Nervosa: lesões no cérebro, meninges ou medula; Sífilis Cardiovascular: lesões no coração e aorta: aortite sifilítica. Tratamento Sífilis: • Sífilis recente: 1ª - Penicilina Benzatina, 2,4 milhões de UI, IM, dose única (1 amp. de 1,2 milhões UI em cada glúteo); • Sífilis 2ª ou latente com menos de 1 ano de evolução: Penicilina Benzatina, 2,4 milhões de UI, IM, 2 doses semanais de 2,4 milhões UI- total de 4,8 milhões de UI; • Sífilis tardia: 3ª, Latente tardia (mais de 1 ano) e latente de duração ignorada: Penicilina Benzatina, 7,2 milhões de UI, IM, em 3 doses semanais de 2,4 milhões UI. • Se não sabe se é recente ou tardia, trate como tardia. Alergia a penicilina: Sífilis recente (1ª, 2ª e latente recente): • Doxiciclina - 100mg - 12/12 h - VO - 14 dias; • Tetraciclina - 500mg - 6/6 h - VO - 14 dias; • Eritromicina - 500mg - 6/6 h - VO - 14 dias; • Azitromicina - 500 mg/dia - VO - 10 dias. Sífilis tardia (3ª e latente tardia): • Exame de LCR; • Doxiciclina - 100mg, VO, 12/12 h, 28 dias; • Tetraciclina - 500mg, VO, 6/6 h, 28 dias. • Cloranfenicol - 2 g EV ou 500mg VO 6/6h – 30 dias; Acompanhamento sorológico: • Teste sorológico – VDRL: Primária, secundária e latente recente: 1, 3, 6, 12 e 24 meses após o tratamento; Latente tardia e terciária: 12 e 24 meses após o tratamento; Neurossífilis: 6, 12 e 24 meses após o tratamento; HIV+: 1, 3, 6, 12 e 24 após tratamento e depois anualmente. Se o paciente HIV+ tiver sífilis, ele pode ter um quadro chamado sífilis maligna precoce – fulminante e que pode matar. Estigmas da Sífilis congênita: Tríade de Hutchinson (dentes de Hutchinson, queratite e surdez). Molar moriforme, nódulos de Parrot no crânio, nariz em sela, fronte olímpica, fundo de olho sal e pimenta. Sinal de Higoumenakis (alargamento irregular da articulação esternoclavicular e é decorrente da periostite prévia). INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS Cancróide Doença ulcerativa aguda, usualmente genital, causada pelo Haemophilus ducrey (bacilo gram negativo). Clínica: Surge como pápula eritematosa e evolui para pústula em 24 a 48 horas, então surge uma lesão única ou múltipla, dolorosa; Úlceras apresentam halo eritematoso, bordas solapadas, base mole, fundo necrótico, friável (mole), de fácil sangramento – aspecto sujo. Podem confluir em grandes úlceras serpiginosas. Pode haver edema genital e uretrite purulenta associada. Cancro misto de Rollet: Inicia-se com uma característica de cancro mole e, posteriormente, adquire característica de cancro duro, pois o período de incubação do cancro mole é de no máximo 5 dias e do cancro duro é de 21 dias; Associação de cancro mole e o cancro duro da sífilis; Ocorre em 12 a 15% das lesões típicas de cancroide. Diagnóstico: • Aspecto clínico da úlcera genital; • Bacilos Gram negativos dispostos em colunas ou fila indiana na secreção obtida das ulceras; Cultura: meios Nairobi, Johannesburg e agar- chocolate enriquecido em vancomicina (difícil cultivo). Critérios CDC-EUA: • Uma ou mais úlceras genitais dolorosas; • Aspecto clínico da úlcera genital; • Linfadenopatia regional,se presente, característica – bubão grande e inflamatório; • Ausência de T. pallidum – campo escuro / sorologia: solicitar campo escuro e FTA-ABS; • Ausência de HSV – citologia de Tzanck. Tratamento: • Azitromicina 1 g, VO, DU; • Ceftriaxona 250 mg, IM, DU; • Ciprofloxacina 500 mg, VO, 2 x dia, 3 dias; • Eritromicina 500 mg, VO, 3 x d, 7 dias; • Tianfenicol 2,5 g, VO, DU; • Doxiciclina 100 mg, VO, 2 x d, 10 dias; • Tetraciclina 500 mg, VO, 4 x d, 15 dias; • Sulfametoxazol + Trimetropim 800 mg VO 2x d, 10 dias. Linfogranuloma venéreo Infecção sexualmente transmissível, causada pela Chlamydia trachomatis – LGV (sorotipos L1, L2, L3). Clínica: 1º Estágio: Surge como pápula indolor que pode ulcerar – cancro; Lesão autolimitada que pode ser despercebida; Quando erosão ou úlcera intrauretral leva a uma uretrite inespecífica. É uma lesão sutil que lembra cancro duro e é pequena – microcancro linfogranulomatoso. 2º Estágio: Ocorre 2 a 6 semanas após a lesão 1a; Linfadenopatia firme e dolorosa (bubão), unilateral; Forma inguinal / femural é + frequente em homens; Só 1/3 das mulheres com sinais e sintomas por conta das diferenças anatômicas que promovem dificuldade de visualização; Necrose tecidual: abscessos que coalescem e rompem. Sinal da ombreira: Em 20% dos casos há comprometimento simultâneo dos linfonodos inguinais e femurais; Pelo ligamento de Poupart observa-se ranhura central entre as 2 massas. 3º Estágio: Síndrome genitoanoretal – destrutivo. Mais comum em homens e mulheres com prática anal receptiva; Reação inflamatória crônica: proctocolite, abscessos, fístulas anais e retovaginais e estenose retal; Hiperplasia e edema linfático crônico que leva a fibrose e elefantíase da genitália externa e linforróidas. Sinal do bico de regador: O bubão se fistuliza por vários orifícios. Diagnóstico: Diagnostico laboratorial: pela sorologia ou identificação da C. trachomatis em amostras clinicas apropriadas. Teste de Frei: Hipersensibilidade tardia a Ags da Clamídia; Desuso, pela baixa sensibilidade GABRIELLA PACHECO – MED102 DERMATOLOGIA P2 Fixação de complemento: Gênero especifico (não distingue entre as espécies); Associar à clínica – títulos > 1:64. Microimunofluorescência: Sensível e especifica; Apenas em laboratório especializados. Tratamento: • Tetraciclina, 500 mg, VO, 4 x d, 21 dias • Doxiciclina 100 mg, VO, 2 x d, 21 dias • Eritromicina 500 mg, VO, 4 x d, 21 dias • Azitromicina 1 g, VO, 1 x sem, 3 semanas • Sulfametoxazol-timetoprim 800 mg, VO, 2 x d, 14 dias • Tianfenicol 500 mg, VO, 3 x d, 14 dias Grávidas e nutrizes: Estearato de eritromicina. Deve ser acompanhado de higiene rigorosa local, bubões podem ser aspirados (nunca drenados); As complicações tardias podem requerer cirurgia reparadora; Donovanose Doença crônica, progressiva e indolente, de baixa contagiosidade, que compromete usualmente a área genital, causada pela Klebsiella granulomatis; Formas clínicas: • Úlcero-vegetante: úlceras grandes, indolores e sangrantes, aspecto de “carne-viva” – mais comum no Brasil; • Hipertrófica / verrucosa: grandes massas; mimetizam condiloma acuminado; superfície seca; • Necrótica: úlceras destrutivas, dolorosas, mau odor; • Esclerosante / cicatricial: tecido fibroso cicatricial. Diagnóstico: • Identificação dos corpúsculos de Donovan (corpos de inclusão em células mononucleares – dentro do macrófago) na histologia ou esfregaço (Giemsa ou Wright); • O isolamento de C granulomatis através da cultura é extremamente difícil; • Técnicas de PCR e sorologia estão em desenvolvimento. Resumindo: o melhor é fazer uma biópsia com histopatologia para diagnóstico e prognóstico. Tratamento: Azitromicina 500 mg, 1x d; Doxiciclina 100 mg, VO, 2x d; Sulfametoxazol + Trimetopim 800 mg, VO, 2x d; Tetraciclina 500 mg, VO, 4x d; Eritromicina 500 mg, VO, 4xd. ATÉ A CURA CLÍNICA! Critério de cura: cicatrização da lesão; Sequelas: destruição tecidual / linfática – cirurgia; FARMACODERMIAS Exantema agudo Eritema difuso da pele com áreas de pele sã entremeadas. Podem também possuir outras causas que não farmacodermias, como quadros virais (sarampo e rubéola). Ocorrem 1-2 semanas após o uso do medicamento, e é a reação mais comum. Pode ocorrer isoladamente ou preceder/acompanhar casos mais graves como NET e DRESS. São máculas e pápulas eritematosas, eventualmente urticadas, simétricas, disseminadas e pruriginosas que poupam mucosas. Tratamento: exclusão da droga, uso de anti-histamínicos e/ou corticoides. Não costuma requerer internação. Urticária Dividida em aguda (até 2 semanas) e crônica (mais de 2 semanas). Na maior parte dos casos, não se descobre a causa. É uma reação de hipersensibilidade tipos I e II de Gell Coombs. Quando generalizadas, surgem em 15 minutos, 24 horas após a ingestão do medicamento, e 60% delas cursam com angioedema ou edema de glote em 72 horas. A involução se dá em 2-24 horas, e deve-se estar atento a sinais de gravidade como “língua pesada” e sintomas gastrointestinais. A clínica envolve lesões eritemato-edematosas, circunscritas e efêmeras, altamente pruriginosas. Tratamento: anti-histamínicos por, no mínimo, 2 semanas. Em caso de angioedema, internação e corticoides sistêmicos. Eritema pigmentar fixo Lesão eritemato-edematosa hipercrômica de origem melânica que reascende no mesmo local após toda reexposição à droga, podendo formar bolhas. A lesão é arredondada, e podem surgir novas lesões conforme exposições. Ao ser suspenso o medicamento, a pigmentação reduz, mas não desaparece. Pode também apresentar-se em forma de lesão eritemato-vesiculosa ou bolhosa, menos comum. Não requer tratamento. Eritema nodoso Paniculite (inflamação do tecido celular subcutâneo na hipoderme) septal sem vasculite por imunocomplexos. Mais comum em mulheres, e cujas causas incluem infecções, medicamentos, gestação, malignidades e doenças inflamatórias (Sacordoide, linfomas, doenças de Behçet, Crohn e pioderma gangrenoso). Apresenta-se sob nódulos eritematosos dolorosos em MMII, acompanhados de artralgia. Pode estar acompanhando infecções como faringites e amigdalites, além de febre, cefaleia, mal-estar, náuseas, vômitos e diarreias. DRESS Síndrome de hipersensibilidade a fármacos, de difícil diagnóstico devido ao vasto quadro clínico que pode ser incompleto. Clinicamente, é uma erupção cutânea com pápulas, nódulos, infiltração, bolhas sem necrose, púrpura e eritrodermia. Cursa com acometimento hepático e artralgias com elevação de enzimas hepáticas e discreta icterícia. Também causa eosinofilia em sangue periféricos e pulmões, com leucocitose severa. AGEP Eritema generalizado com pústulas estéreis sobre ele, em arranjo arciforme, formando lagos de pus. Inicia- se pelas dobras, e está associado a febre de até 38°C, leucocitose e eosinofilia. DxDf: psoríase pustulosa diferenciada. TTO: corticoides sistêmicos. ECZEMAS Dermatite de contato alérgica Reação de hipersensibilidade retardada mediada por células após sensibilização epicutânea, manifestando-se por reação cutânea inflamatória. Ocorre pelo contato de substâncias após sensibilização prévia pelo menos 5 dias antes, com surgimento das lesões em 24-72h após novas exposições. A confirmação é feita por meio do teste de contato. Sua fisiopatologia é dividida em fase de indução/imunização/apresentação (sensibilização), fase de elicitação/exposição (nova exposição) e fase de cura. A localização dá pistas para o agente, que pode ser cosméticos, medicamentos, antissépticos, níquel, borracha, produtos industriais, etc. Dx: clínico + teste de contato. TTO: retirada do contato com a causa. Em lesões agudas, compressas úmidas, corticoides tópicos em creme e anti-histamínicos ou corticoides orais em casos extensos. Dermatite seborreica Também conhecida como caspa, é uma dermatose inflamatória crônica que acometeáreas seborreicas como couro cabeludo, face, orelhas, região central do tórax e áreas intertriginosas – áreas com maior n° de glândulas sebáceas. Mais comum em homens, inicia na puberdade e possui pico de incidência aos 40 anos. Outra forma é a dermatite seborreica infantil auto-limitada, confinada aos 3 meses. Possui relação com a colonização pela Malassezia furfur, e em casos intensos e resistentes, com o HIV. Sofre piora com estresse emocional e possui variação sazonal, além de apresentar interferência por fatores como doença de Parkinson, epilepsia, injúria espinhal, DM, alcoolismo, pancreatite e AIDS. Na infância, caracterizada por crostas lácteas (escamas gordurosas, amareladas ou marrons, aderentes ao couro cabeludo, melhor delimitadas em axilas e virilha), apresentando eritema nítido na presença de infecção e prurido moderado. Em adultos, possui diversos aspectos com gravidade variável e tendência à simetria, podendo haver infecção secundária. No couro cabeludo, é uma descamação seca ou oleosa com eritema, raramente com exsudação e crostas. Acomete mais comumente sulco nasogeniano, glabela, retroauricular e conduto auditivo externo. Pode causar queda capilar. Dx: clínico + histopatologia da lesão cutânea e/ou exame direto e cultura para fungos. DxDf: psoríase, tinea capitis, LES, pênfigo foliáceo, histiocitose e dermatite atópica. TTO: evitar exposição a fatores que possam piorar o quadro e uso de Cetoconazol xampu 2-3 vezes/semana, associado a doluções de corticoides caso haja muita inflamação (Hidrocortisona ou Dexametasona). Tratamento sistêmico em casos generalizados e resposta lenta com GABRIELLA PACHECO – MED102 DERMATOLOGIA P2 antifúngicos e corticoides sistêmicos em baixa dose. ATB de infecção secundária. Dermatite atópica Dermatose inflamatória crônica que ocorre principalmente em crianças em áreas com muita poeira. Caracterizada por prurido, e associação a outras doenças atópicas como asma ou rinite alérgica. Fatores desencadeantes incluem exposição a irritantes e a alérgenos, estresse emocional e alterações hormonais, associados a alterações da barreira cutânea (redução de lipídeos na pele, aumento de permeabilidade na camada córnea e perda de água – facilitam a penetração de alérgenos na pele). Manifestações clínicas: xerodermia, prurido e eczema. A distribuição varia de acordo com faixa etária: Lactentes: bochechas, pregas retro e infra-auriculares, couro cabeludo, superfícies extensoras, dorso das mãos e dos pés e tronco. Pode estar associado a irritabilidade, insônia e exulceração por coçadura. Crianças: liquenificação em pregar de cotovelos e joelhos. Lesões isoladas, numulares e associadas a escoriações. Adultos: liquenificação em pregas de flexão de extremidades, rosto, pálpebras, região perioral, couro cabeludo, pescoço e unhas. Dx: clínico, por meio de critérios maiores e menores: Maiores: prurido, envolvimento de face e regiões extensoras em lactentes e crianças e liquenificação de flexuras em adultos, dermatite crônica e recidivante e história pessoal ou familiar de atopia. Menores (≥3): xerose, infecção cutânea, dermatite palmoplantar, teste cutâneo positivo, pregas de Dannie-Morgan, intolerância aos alimentos, ictiose de MMII, ceratose pilar, ptiríase alba, eczema numular, catarata, ceratocone e queilite. TTO: evitar coçadura e fatores agravantes, como irritantes (sabões, roupas sintéticas, temperaturas extremas, banhos excessivos, exercícios e piscinas), infecções e alérgenos. Uso de hidratantes suaves sem ureia, emolientes com ceramida, corticoides tópicos dependendo do local acometido, anti-histamínicos e corticoides orais. Falta: NEOPLASIAS CUTANEAS
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