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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICs NO AMBIENTE EDUCACIONAL ........ 4 2.1 O uso das TIC na educação – pontos positivos e negativos ................ 9 3 TICs NO ENSINO SUPERIOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD..... 11 3.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas na EAD e ensino presencial das IES ................................................................................................. 12 3.2 QR Codes como ferramenta interativa e facilitadora do processo de ensino e aprendizagem.......................................................................................... 16 3.3 Uso do smartphone como ferramenta pedagógica ............................. 18 4. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC) .................................................................................................................... 23 4.1 História e conceitos ............................................................................ 23 4 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA ......................................... 26 5 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS29 5.1 Tecnologia, sociedade e educação .................................................... 29 6 METODOLOGIA DE ENSINO COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NO BRASIL ............................................................................................................... 33 7 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO .................................................................. 35 7.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino Superior com TIC. .................................................................................................. 38 8 DOCENTE UNIVERSITÁRIO .................................................................... 40 9 METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR ................................................................................................................ 43 9.1 Análise das estratégias de ensino na disciplina metodologia do ensino superior com TIC ................................................................................................... 44 10 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE .. 46 2 10.1 Perspectivas Futuras: ferramentas cognitivas e pensamento computacional integrados ao processo de ensino e aprendizagem ...................... 49 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 52 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICS NO AMBIENTE EDUCACIONAL A evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) transformou substancialmente as relações sociais. Estamos cada vez mais usando dispositivos eletrônicos na interação e comunicação com outras pessoas e o mundo. O uso das tecnologias em diferentes espaços do cotidiano, vem sendo cada vez mais expandido, abrangendo todos os segmentos da sociedade, sendo trivial no processo de democratização ao acesso de informação. (PASSERO; ENGSTER; DAZZI, 2016). E, adequar-se às mudanças impostas pela tecnologia, é essencial a todos os cidadãos que dela participam. Nesse contexto, um componente importante e de forte respaldo para a prática do EAD no Ensino Superior foi a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, em seu art. 80 ¨ O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada¨. Esta fornece mecanismos de criação e incentivo para o ensino EAD em todos os níveis da educação brasileira (SILVA, 2014). Desde a década de 70 as potencialidades educacionais do computador vêm sendo estudadas e a discussão continua na atualidade através do contínuo desenvolvimento das tecnologias (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012). O uso do computador nas salas de aula do ensino fundamental, por exemplo, é defendido no artigo 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o qual preconiza a necessidade da compreensão da tecnologia como formação básica do cidadão (BRASIL, 2005). Quando os primeiros computadores começaram a ser instalados nas escolas de vários países, na década de 1970, começou-se a fazer referência a eles e a seus usos como computadores na educação. Acompanhando os computadores, chegaram às escolas os periféricos, ou seja, as impressoras, drivers externos, scanners e as primeiras câmeras fotográficas digitais. O conjunto composto por todos esses equipamentos passou a ser identifica do como tecnologia de informação, ou TI. Quando a Internet chegou às escolas, junto com computadores em rede, a World Wide Web, o e-mail e as ferramentas de busca, uma nova expressão foi cunhada: TICs, as iniciais de tecnologias de informação e comunicação, referente à pluralidade de tecnologias (equipamentos e funções) que permitem criar, capturar, interpretar, armazenar, receber e transmitir informações (Anderson, 2010). 5 Sendo o computador, como um exemplo de tecnologia da informação, tão presente na vida das pessoas, é imprescindível que as instituições educacionais se adaptem ao seu uso de maneira a incluí-lo como uma ferramenta de ensino. Assim, as Instituições de Ensino (IE), no meio dessa explosão tecnológica se veem “obrigadas” a utilizar as TICs para estreitar as relações físicas e virtuais entre os educadores e educandos, pois estes (em sua grande maioria) fazem parte de duas gerações marcadas pelo avanço tecnológico que surgiram a partir da década de 90 e são denominadas gerações y e z (CARDIM, 2009). No dizer de Soares (2016), cada vez mais as tecnologias digitais (TDs) tornam- se parte do cotidiano escolar. O uso dessas tecnologias tem promovido significativas mudanças no ambiente educacional, além da construção do conhecimento devido à facilidade de acesso às informações disponibilizadas no ciberespaço. As criações coletivas em rede e a disponibilização desses saberes podem ser consideradas como uma revolução nos processos de aprendizagem. As TICs estão revolucionando o mundo, e uma importante característica desse processo de convergência digital é a amplitude e o avanço sem precedentes que revoluciona cada vez mais a sociedade, em todos os setores (SANTOS, 2015, Apud COSTA, 2019). Dessa forma, a era da informação trouxe novas perspectivas, desafios e possibilidades para a educação, sendo necessário repensar e refletir atentamente sobre o conceito de tecnologia para promover mudanças significativas na dinâmica do contexto educacional, frente a essa nova tendência, pois, como afirma Demo (2011, p. 10), “a alfabetização não acontece mais apenas na escola ou em ambientes restritos”. Corroborando, Busnello (2014, p. 21), reafirma que: A informação encontra-se na ponta dos dedos.Com isso, a tecnologia potencializa e transforma a aprendizagem, os processos formativos dizem que o professor deve saber utilizá-la para desenvolver atividades em que as tecnologias auxiliem na realização de tarefas. Tais tecnologias influenciam e modificam os processos escolares e de Gestão Educacional. Diante do exposto, enfatiza-se que as TICs surgem com o propósito de romper o isolamento tradicional das salas de aula. Para Meirinhos (2015, p. 3 apud Passero; Engster; Dazzi, 2016), as redes de aprendizagem digital permitem expandir a aprendizagem escolar muito para além dos seus muros. A interação e colaboração a 6 distância é hoje uma realidade e são necessárias novas abordagens pedagógicas para poder tirar proveito educativo da comunicação e acesso à informação virtualizada. Do ponto de vista de Oliveira (2015), as vantagens de se utilizar as tecnologias como ferramenta pedagógica é estimular os alunos, dinamizar o conteúdo, e fomenta a autonomia e a criatividade. É valido ressaltar que, a função do professor é sem dúvidas, ainda, de grande importância na mediação da construção do conhecimento, é ele o agente responsável pela formação de cidadãos com participação direta no contexto social. Porém, com o avanço tecnológico, faz-se necessário, que o docente se adapte ao novo paradigma da educação: a era digital, que seja capaz de integrar tecnologia às experiências de aprendizagem dos alunos em suas estratégias de ensino, reconhecendo que as TICs potencializam o processo de ensino- aprendizagem, promovem a cidadania digital e estabelecem um elo entre o aprendiz e os novos modelos de recursos de aprendizagem. Para Garcia et al. (2011, p. 80): […] superar o paradigma tradicional ainda hegemônico implica, entretanto, (re) pensar o papel e as competências docentes para lidar com as necessidades atuais de formação bem como a organização da sala de aula, já que sua configuração não é mais a mesma de anos atrás. Todavia, reconhece-se que a formação adquirida pelo docente ao logo da trajetória da educação, não o leva a lidar com toda essa expansão tecnológica, e diante desse cenário de mudanças. Observa-se ainda que os docentes estejam incluídos digitalmente, o uso pedagógico dessas ferramentas exige um conhecimento específico. Pondera-se, que não basta incorporar as TICs no contexto escolar, faz-se necessário planejar e organizar ações para domínio e utilização dessa ferramenta inovadora como agende facilitador e estimulador da aprendizagem. Frente do exposto, Rojo (2013) afirma que um ensino eficiente precisa propor a função de fornecer competências e conhecimentos os quais os discentes carecem para atuarem na nova sociedade que sob o aspecto digital vivencia uma cultura inovadora e exige do profissional habilidades. Do ponto de vista de Góis et al. (2018), com as TICs inseridas cada vez mais na educação, estudar os benefícios do seu uso é uma maneira de obter subsídios para a criação de cursos preparatórios para professores e consequente melhoria do 7 processo de ensino e aprendizagem. É preciso destacar que as tecnologias e as metodologias incorporadas ao saber docente, modificam o papel tradicional do professor, tornando-o um facilitador da construção do conhecimento pelo aluno e não mais um mero transmissor de informações. Behrens esclarece que: Num mundo globalizado, que derruba barreiras de tempo e espaço, o acesso à tecnologia exige atitude crítica e inovadora, possibilitando o relacionamento com a sociedade como um todo. O desafio passa por criar e permitir uma nova ação docente na qual professor e alunos participam de um processo conjunto para aprender de forma criativa, dinâmica, encorajadora e que tenha como essência o diálogo e a descoberta. (BEHRENS, 2000, p. 77) Nesta perspectiva, não se pode ser indiferente ao fato de que essas ferramentas e o aumento exponencial da informação exigem uma nova organização do trabalho pedagógico e, para isso é preciso que os professores conquistem uma formação em que se faz necessária a especialização dos saberes. Quando se fala da formação docente e a preparação para a utilização das tecnologias em sala de aula, os estudos que tratam da formação docente, inicial e continuada, mostram que as instituições que se dedicam a esse tipo de formação estão transformando-se e incorporando cada vez mais em seus ambientes físicos e nas suas práticas pedagógicas os recursos tecnológicos e/ou ferramentas das TICs, tendo em vista que os professores deverão estar preparados para utilizar delas em sua práxis. (BEIRA; NAKAMOTO, 2016) Sabe-se que adquirir as competências digitais necessárias e apropriação das tecnologias no contexto escolar, torna-se um desafio a ser superado pelos educadores, pois demanda conhecimento, qualificação e formação pra que esses profissionais possam trabalhar com tecnologias digitais a serviço da aprendizagem dos alunos, com qualidade. Veloso (2011) discute que para trabalhar com as TICs é necessário se apropriar de seus recursos, no entanto enfatiza que a apropriação deva ser de maneira crítica e não somente tecnológica, para evitar assim que seu uso não seja somente instrumental e acabe tornando-se uma prática tecnicista e que a incorporação de tecnologias não significa sua efetiva apropriação, pois a incorporação ainda pode ser meramente instrumental. 8 educacional.cpb.com.br Nesse contexto, é perceptível os impactos positivos das TICs dentro dos ambientes educacionais e que a tecnologia, tornou-se uma grande aliada dos professores e estudantes. Ela pode ser aplicada como uma ferramenta de auxílio e estímulo de aprendizagem por professores, além disso, colabora também como uma ferramenta administrativa para que educadores possam organizar seus trabalhos e preparar aulas. Por outro lado, observa-se que muitos docentes tem enfrentado a dificuldade de mediar os estudantes na arte de “aprender a aprender”, "aprender a conhecer" e de "aprender a pensar" através do uso das TICs (UNESCO, DELORS, 2009). Assim sendo, os professores precisam desenvolver metodologias alternativas para auxiliar o processo de ensino e aprendizagem, onde ele sairá do papel de transmissor do conhecimento para o de facilitador da construção do mesmo (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012 apud GÓIS, 2018). Constata-se que a democratização da informação, aliada a inclusão digital, pode se tornar um marco dessa civilização. Assim, por não ser um processo linear, analisar e compreender o uso e a integração das TICs no ensino significa explorar situações de mudança e inovação (Espindola, Struchiner & Giannella, 2010 apud Caliari et al., 2017). Esse processo de inovação, sobretudo tecnológica, envolve mudanças sociais, institucionais e https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1809227617301169#bib0020 9 individuais e impõe uma nova atitude dos agentes envolvidos: instituições de ensino, professores e alunos. 2.1 O uso das TIC na educação – pontos positivos e negativos A inserção das TICs na educação pode ser uma importante ferramenta para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Essas tecnologias podem gerar resultados positivos ou negativos, dependendo de como elas sejam utilizadas. Entretanto, toda a técnica nova só é utilizada com desenvoltura e naturalidade no fim de um longo processo de apropriação. No caso das TICs, esse processo envolve claramente duas facetas que seria um erro confundir: a tecnológica e a pedagógica (PONTE, 2000 apud LEITE; RIBEIRO, 2012, p. 1). Para a inclusão dessas tecnologias na educação, de forma positiva, os autores supracitados acima afirma ser necessária a união de multifatores, dentre os quais, pode-se destacar como mais importantes: o domínio do professor sobre as tecnologias existentes e sua utilização na prática, e isso passa, necessariamente, por uma boaformação acadêmica; que a escola seja dotada de uma boa estrutura física e material, que possibilite a utilização dessas tecnologias durante as aulas; que os governos invistam em capacitação, para que o professor possa atualizar-se frente às mudanças e aos avanços tecnológicos; que o professor se mantenha motivado para aprender e inovar em sua prática pedagógica; que os currículos escolares possam integrar a utilização das novas tecnologias aos blocos de conteúdo das diversas disciplinas; dentre outros (LEITE; RIBEIRO, 2012). Conforme abordado, descantam-se alguns dos pontos considerados positivos e negativos da inserção das TICs na educação. Pontos positivos As TICs no processo educacional podem enriquecer as aulas, diversificando as metodologias de ensino e aprendizagem onde os professores deixam de ser mestres e passam a ser facilitadores deste processo, proporcionam agilidade e eficiência tanto para os professores quanto para os alunos (RIBAS, 2008, SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud GÓIS, 2018). 10 A introdução das TICs nas salas de aula auxilia no processo de ensino e aprendizagem, proporcionando o aluno todo tempo a construir conhecimento, uma vez que facilitam o acesso a informações (RIBAS, 2008 apud GÓIS, 2018) A flexibilidade da internet valoriza a importância do auto estudo e aprendizagem dirigida, destacando a atuação do professor que na maior parte do tempo acompanha, gerencia, supervisiona, avalia o aluno (MORAN, 2009 apud GÓIS, 2018). O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os alunos e professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, comunicação e velocidade (REIS, SANTOS, TAVARES, 2012 apud GÓIS, 2018). As TICs permitem estreitar as relações entre alunos e professores através da utilização de programas que permitem a comunicação a distância como e-mails e chats, expandindo o processo de ensino para além da sala de aula servindo como meio de troca de materiais, desenvolvimento de trabalhos em conjuntos, novos conhecimentos compartilhados, etc. (CARDIM, 2009) (RIBAS, 2008 apud GÓIS, 2018). Pontos negativos As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo de utilizá- las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas, dificuldade de investimento financeiro, limitação de banda em algumas regiões do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012 apud GÓIS, 2018). Facilidade de divulgação de informações, que muitas vezes são equivocadas ou até mesmo erradas, além disso, os alunos podem ser prejudicados por materiais retirados de fontes nada confiáveis, duvidosas ou sem nenhuma fundamentação teórica. (SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud GÓIS, 2018). As cópias ou plágios dos conteúdos disponibilizados na internet em trabalhos escolares. Nesse ponto de vista, a internet acaba facilitando a vida do aluno, 11 prejudicando o seu desenvolvimento intelectual (CRUZ, 2010 apud GÓIS, 2018). Falta de preparo dos usuários para a utilização das TIC associada à precariedade de estrutura para a utilização de tais recursos acaba tornando os equipamentos mal utilizados ou até inúteis (SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud GÓIS, 2018). Este novo homem precisa ser capaz de resolver problemas, precisa dominar as novas TIC e estar em constante busca pelo conhecimento para não ser deixado para trás (BUENO, VARELLA, 2010 apud GÓIS, 2018). Educar nessa nova sociedade, além de treinar as pessoas para o uso das novas TICs, significa investir na criação de cidadãos capazes de tomar decisões fundamentais, operar com fluência os meios e ferramentas em seu trabalho e ensinar os indivíduos para ‘aprender a aprender', de modo que estes não sejam “atropelados” pela contínua e acelerada transformação da tecnologia (TAKAHASHI, 2000 apud GÓIS, 2018). 3 TICs NO ENSINO SUPERIOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD Há anos a educação a distância vem desempenhando um importante papel na sociedade. A participação das tecnologias na educação vem permitindo o rompimento de barreiras geográficas e sociais, aproximando a coletividade em prol de um mesmo objetivo comum: o desenvolvimento de pessoas (JÚNIOR et al., 2020). Nesse contexto pedagógico, o processo de ensino-aprendizagem nasce de uma necessidade extrema de eliminar a distância e encurtar o tempo, proporcionando aos envolvidos, erga omnes, a utilização de uma ferramenta capaz de diminuir as enormes discrepâncias sociais e grandes desigualdades educacionais, ainda, existentes em nosso meio (HACK, 2011). É sabido que o uso da tecnologia na educação, dinamizou e melhorou consideravelmente o ensino-aprendizagem, levando-o a nível mais elevado, fazendo com que alunos e professores desempenhem suas atividades com prazer ao tempo que possibilita a inserção dos indivíduos ao mundo globalizado. Porém, na atualidade o docente tem enfrentado novos desafios no processo de ensino-aprendizagem com 12 o avanço da tecnologia frente as práticas educacionais. Dentro desse debate, o autor salienta que “o aluno contemporâneo é um dos aspectos que exige do professor novas competências que precisam ser contempladas em seu processo de formação inicial e continuada”. Tendo em vista, o contexto ao qual o aluno está inserido, diante de informações complexas, que exige assim, uma responsabilidade maior de um profissional que contribui de forma significativa para a construção do conhecimento intelectual (Teles et al. 2018 apud SANTOS, 2020). Aceitando essa premissa, afirma-se que o professor nesse cenário de mudanças, como agente ativo no processo de ensino-aprendizagem deve estar em constante busca das capacidades que a tecnologia dispõe para bem orientar os educandos de forma que corresponda aos seus anseios, visto que a expansão tecnológica tem levado aos centros de ensino uma nova forma de pensar o ensino e aprendizagem (SANTOS (2021). Sendo assim, a que se refere a esses aspectos de formação do professor universitário, esta não ocorre apenas em cursos preparatórios, mas também no exercício profissional durante sua formação contínua, pois, o uso das TIC nas IES tem suma importância no que diz respeito à formação de um cidadão preparado para enfrentar a nova sociedade da informação e comunicação que exige um profissional competente, antenado com o mundo à sua volta e comprometido com o advento das novas tecnologias (ALVES, 2012). 3.1 Recursos e Ferramentas interativas utilizadas na EAD e ensino presencial das IES A EAD, por ser uma modalidade de ensino relativamente nova, requer recursos tecnológicos que sejam adequados para um processo de ensino e aprendizagem de qualidade. As ferramentas interativas surgem para facilitar o processo de ensino- aprendizagem e estimular a colaboração e interação entre os participantes de um curso baseado na web e se fazem necessárias na Educação a Distância, em virtude da mesma ser uma modalidade que possibilita a comunicação e abordagens educacionais, baseando-se tanto na noção de distância física entre o aluno e o professor como na flexibilidade do tempo e na localização do aluno em qualquer espaço (ALMEIDA, 2003). 13 Para Moreira (2020), essa modalidade de ensino objetiva levar uma educação para todos de modo a oportunizar, inclusive, a realização de atividades práticas por meio de dispositivos tecnológicos. Os investimentos em sistemas e tecnologias de informação e comunicação pelas instituições de ensino superior buscam melhorar o desempenho dos alunos e professores e o entendimento sobre a adoção de ferramentas de apoio, proporcionados pelas tecnologias, faz-se necessário ao desenvolvimento contínuo do processo inovador no ensino superior, tanto na modalidade a distância quanto presencial (CALIARI et. al 2017). Nesse contexto, destaca-se o uso do“moodle” – Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica orientada a objetos) – que é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada em software livre (ARAGÃO, 2004) (SANTOS, 2009). Tais sistemas de educação via Internet podem ser chamados também de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem (SGA) ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) (FILHO, 2004). Para Seixas et al. (2012), a principal função do AVA é a de servir de repositório de conteúdos e meio de interação/comunicação entre os atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Estes ambientes possuem diferentes formas de apresentação de suas ferramentas, com funções específicas e maneiras de distintas de interação com os usuários. Este conjunto de ferramentas pode ser subdividido em ferramentas síncronas e assíncronas. As ferramentas assíncronas permitem acesso sem que haja necessidade de que todos os sujeitos estejam conectados simultaneamente (Seixas et al. 2012). Exemplifica-se: E-mail, considerada uma ferramenta importante da Internet e que permite a troca de mensagens e compartilhamento de informações; podendo ser acessado através de computadores, notebooks, tablets e smartphones. Fórum ou Lista de discussão através de site que reúne recursos que permite interação entre usuários, por meio de debates ou simples perguntas e respostas entre os participantes, em torno de temas específicos. Webblogs ou Blogs que é um veículo de publicação digital de postagens em ordem cronológica como um diário virtual. 14 Aplicativos de mensagens: Whatsapp, skype, que permite a interação entre grupos de pessoas instantaneamente, onde é possível disponibilizar materiais e conteúdo dos mais variados formatos digitais, promover discussões, aprofundar assuntos dados em aula, além de estimular a autoria dos alunos. As ferramentas síncronas necessitam de conexão simultânea de todos os envolvidos na execução das atividades. Ocorrem em tempo real (online) (Seixas et al. 2012). Exemplifica-se: Chat (Sala de bate-papo) permite a comunicação síncrona, entre distintas pessoas conectadas em determinado momento; Webconferências, comunicação, de duas ou mais pessoas, através de envio e áudio e vídeo em tempo real; Audioconferências, sistema de transmissão de áudio, recebido simultaneamente por um ou mais usuários. Tanto as webconferências e audioconferências acontece através das plataformas digitais, como Google Meet e Zoom; Teleconferência, todo tipo de conferência a distância, envolvendo transmissão e recepção de tipos de mídia, com sons e imagens, em tempo real. No atual cenário da educação, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), destacam-se como uma importante ferramenta alternativa na articulação do processo de ensino e aprendizagem. A sala de aula virtual (ou classroom) tornou-se alternativa segura para a continuidade das atividades educacionais. Nesse ambiente virtual de aprendizagem (AVA), as tele aulas vêm sendo utilizadas talvez “assertivamente”, como um importante meio pedagógico para impedir que as atividades educacionais parem totalmente (LIMA, 2020). Para Paula (2009, p. 15): Os AVAs podem ser investigados de acordo com a profundidade e a qualidade das informações disponibilizadas. Eles são elaborados para atender aos interesses informacionais comuns dos usuários no âmbito do processo de ensino-aprendizagem. Esses usuários elaboram informações que são componentes essenciais e indissociáveis da aprendizagem: o fazer (atividade), a situação (contexto) e a própria cultura dos atores em interação com os conteúdos sugeridos. 15 Nessa dinâmica intersubjetiva, necessidades e desafios vêm sendo postos à prova com todas as atividades inseridas em meios virtuais através do uso das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) no contexto educacional. Para Moreira (2019), novas práticas e concepções surgiram e tudo se transformou em um curto espaço de tempo. Esse novo modo de ver o mundo pode ser denominado como era da informação digital ou era da comunicação virtual. Sabe- se que o uso da tecnologia na atualidade é de grande valia na educação, pois essa otimiza o processo de ensino-aprendizagem. Com a implantação da tecnologia no ambiente escolar, atualmente surgiu outra modalidade de aprendizado e acesso a conteúdos, chamado “mobile learning”, uma otimização do e-learning, a diferença é que ocorre por meio do uso de aparelhos móveis (como celulares (smartphones), tablets e notebooks). Ou seja, esta forma inovadora de aprender, consiste em utilizar estes recursos como um novo ambiente de troca de conhecimentos, fácil, rápido e acessível. Pode-se usar o “mobile learning” em qualquer hora e lugar, acessar programas educacionais, assistir vídeos educacionais e etc. (STYLIANOUDAKIS; BÔAVENTURA, 2017, p. 3). Em consonância com os autores, ressalta-se que o uso de smartphones, especialmente, pode auxiliar o aluno na organização da sua vida acadêmica, bem como no momento das pesquisas, para desenvolver trabalhos, visto que esse é uma ferramenta rápida e completa de comunicação, repasse de informações instantaneamente, através de aplicativos (STYLIANOUDAKIS; BÔAVENTURA, 2017). Assim, diante dessa cosmovisão transformadora que estamos vivenciando, hoje temos acesso à informação vinda de todos os lugares, é imprescindível o uso desta no contexto educacional. Dessa forma, no atual cenário educacional de aulas remotas, destaca-se o uso de aplicativos, como por exemplo, os grupos de WhatsApp, que possibilitam o repasse de informações em tempo real a inúmeras pessoas ou compartilhar através das redes sociais informações que alcançam milhares de usuários em poucas horas. 16 3.2 QR Codes como ferramenta interativa e facilitadora do processo de ensino e aprendizagem Atualmente vivemos em uma era digital, na qual, a particularidade mais notória é que quase tudo se relaciona aos avanços tecnológicos, sendo assim, torna-se cada vez mais inevitável ignorar o uso de tecnologias no cotidiano. Santomé (2013) ao contextualizar as tecnologias na sociedade destaca: O mundo dos aparelhos e recursos que esta revolução torna possível, na medida em que seu manejo se torna, a cada dia mais simples, e seu custo mais acessível, penetra com enorme rapidez em todas as esferas da vida das pessoas. À medida que vão aparecendo no mercado novas máquinas, dispositivos e programas e com a difusão de seu uso, a maneira de viver seus usuários sofre grandes transformações de maneira continuada. Originam-se novas formas de acesso à informação, de se relacionar, ver, se comportar, aprender, trabalhar, se divertir, pensar e ser. (SANTOMÉ, 2013, p. 16 apud Ribas et al. 2017 p. 01). A nova estrutura educacional permite a integração entre os diversos atores do processo de aprendizagem, contribuindo para a criação e desenvolvimento de novos ambientes educacionais que integrem novos espaços do saber. A nova forma de educar visa à integralização, em busca de um pensamento complexo, estabelecendo conexões entre as diversas áreas do conhecimento por meio de um pensamento multidimensional, que provoque a produção individual e coletiva dos alunos e com enfoque crítico, reflexivo e transformador (SANTOS, 2016). Assim, Ribas et al. (2017), destaca que no universo tecnológico existem diversas ferramentas que podem ser exploradas com o intuito de ensinar, como as ferramentas do Google, as demais redes sociais, aplicativos, e em um contexto mais amplo e contemporâneo, surge-se o uso do QR Codes, como transmissor de informações de maneira mais rápida e como recurso pedagógico no processo de ensino e aprendizagem. O autor explicitado, nos esclarece que o QR Codes (QUICK RESPONSE CODE) foi criado em 1994, no Japão, pela Denso Wave, uma empresa japonesa fabricante mundial de equipamentos automotivos.O objetivo principal era de se criar um código, em que fosse rapidamente interpretado por um equipamento de leitura, para que assim pudesse catalogar os componentes automotivos produzidos por ela. O nome QR (Quick Response) traduzido para o português significa “resposta rápida”, 17 expressa o conceito de desenvolvimento para o código, cujo foco foi colocado na leitura de alta velocidade (Ribas et al. 2017). No dizer de Boaventura (2017), por permitir armazenar uma informação de modo a torná-la pública, o docente através da inserção do QR code em prática diária, tem a possibilidade atualizar-se, promovendo ao aluno um ensino mais dinâmico e interativo. Na atualidade, existem programas para decodificar um código QR code para a grande maioria dos celulares com câmeras. Nestes aparelhos basta abrir o programa e apontar a câmera para o código que será decodificado imediatamente. O uso de códigos QR, baseado no conceito do Mobile Learning, poderão dar um novo enfoque aos processos de ensino e aprendizagem, introduzindo uma nova dinâmica que trará motivação para os alunos estudarem. Além disso, o seu uso poderá quebrar as barreiras físicas associadas à escola e extrapolar a aquisição de conhecimentos para ambientes não formais. Nesse contexto, afirma-se que a inserção de dispositivos móveis na prática docente em instituições de ensino fará com que o aluno compreenda que o celular pode vir a ser mais que um telefone móvel, e que pode ser usado para adquirir e distribuir conhecimento (PEREIRA et al., 2012). Ressalta-se que há diversas possibilidades de aliar a tecnologia à educação, mas é necessário que o professor possua o conhecimento e o domínio do meio utilizado, além de criatividade para desenvolver atividades e entretenimentos para os alunos. Incorporar as tecnologias móveis no plano de aula pode estimular o interesse no conteúdo abordado, fazendo com que o processo de ensino-aprendizagem seja algo agradável para o aluno, bem como para o educador. Compreende-se que os recursos tecnológicos quando inseridos na prática de ensino despertam o interesse e proporcionam o conhecimento (PEREIRA et al., 2012). Dessa forma, a possibilidade que o educando possui de estar integrado a internet torna-o um ser promíscuo, que segundo Pivato e Oliveira (2014), o docente tem o dever de orientá-lo, para que no seu dia a dia o estudante tenha a oportunidade de desenvolver capacidades pertinentes ao entendimento social, mediante a comunidade digital, fazendo uso dos recursos tecnológicos no campo educacional de forma consciente e responsável. 18 Porém, sabe-se que a aceitação digital ainda não é vista com bons olhos pelos próprios profissionais da educação, sobre esse assunto afirmam Pivato e Oliveira (2014, p. 326-327): Atualmente, encontramos nas escolas certa resistência por parte de orientadores, diretores, e até de outros professores quanto ao uso do uso de tecnologias móveis, como celulares e tablets, a serviço da educação nas salas de aula. Diante deste desafio, a comunidade internacional interessou- se pelo assunto, de modo que a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura – UNESCO, publicou um guia contendo significativas recomendações políticas que visam auxiliar os governos na efetivação desses recursos nas salas de aula, enumerando motivos que demonstram vantagens de tal uso para a educação. Diante do exposto, é perceptível que a aversão ao uso da tecnologia como recurso didático, é mais um desafio a ser superado. 3.3 Uso do smartphone como ferramenta pedagógica Do giz ao celular conectado à internet. Desde seu surgimento, em 1973, o celular vem se modernizando e atraindo cada vez mais usuários. Essa atração é decorrente das inúmeras funcionalidades que podem auxiliar no desenvolvimento de atividades cotidianas de lazer, trabalho e estudo. (Soares, 2016) A evolução tecnológica do celular tem o seu auge com a chegada dos modelos smartphones “telefones inteligentes”. Os smartphones trazem o conceito de “celulares inteligentes”. A proposta de tornar o celular um equipamento multifuncional vem desde os anos 1980, quando, ainda, era utilizado apenas para efetuar chamadas e enviar mensagens. A partir dos anos 1990, os aparelhos ganharam novos formatos, designers e, mais do que isso, uma nova interface e aplicativos diversos para permitir a interatividade entre as pessoas e o equipamento. Hoje, o smartphone é mais que um acessório; somaram-se às chamadas e mensagens instantâneas as possibilidades de acessar à internet, assistir vídeos, ouvir músicas, organizar as tarefas do dia a dia, dentre tantas outras atividades (POSSA et al, 2015, p. 13). O uso dos smartphones e da tecnologia como ferramentas educacionais está previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNs), normas essas que são obrigatórias para a educação básica no Brasil, conforme trechos recortados abaixo: 19 [...] Art. 28 A utilização qualificada das tecnologias e conteúdos das mídias como recurso aliado ao desenvolvimento do currículo contribui para o importante papel que tem a escola como ambiente de inclusão digital e de utilização crítica das tecnologias da informação e comunicação, requerendo o aporte dos sistemas de ensino no que se refere à: I – provisão de recursos midiáticos atualizados e em número suficiente para o atendimento aos alunos; II – adequada formação do professor e demais profissionais da escola. (BRASIL, 2013, p.136) Na contemporaneidade os telefones móveis têm feito parte da experiência sociocultural dos discentes, assim, faz-se necessário considerar as vantagens de sua utilização em sala de aula e benefícios dessa ferramenta na mediação da aprendizagem significativa. (Soares, 2016). Para isso a educação precisa trabalhar a partir de um viés de inovação através do uso das novas tecnologias, como esclarece Brito (2011): As novas tecnologias trouxeram grande impacto sobre a Educação desenvolvida nos dias atuais, criando diferentes formas de aprendizado, disseminação do conhecimento e, especialmente, as novas relações entre professor e aluno. Com isso, esse impacto das tecnologias também tem provocado mudanças na Educação. (BRITO,2011, p.139 apud Silva et.al 2021, p.26). Nesse sentido, Silva et. al (2021), explana que a educação se vê atualmente pressionada pelo sistema social das inovações, pois ela é mediadora da formação desses indivíduos que irão construir o futuro da humanidade. Assim, as instituições de ensino precisam compreender que os alunos já estão imersos em tecnologia em seu cotidiano e o contexto educacional não pode ficar estanque disso, precisam acompanhar as transformações que ocorrem dentro da sociedade e afetam também o contexto socioeducacional, advindo pela utilização dos celulares pelos alunos. (Soares, 2016) Tyska (2018), substancia que os smartphones surgiram para revolucionar as telecomunicações. Além de permitir o envio e o recebimento de mensagens e efetuar e receber chamadas, conta com inúmeras tecnologias em um único aparelho, como mp3 player, câmera, filmadora, gravador de voz, sistema de posicionamento global, aplicativos para várias finalidades, acesso à internet dentre outras. Todas essas possibilidades de uso, de acordo com Terra (2016, p. 29 apud Tyska, 2018 p. 17), tornaram o aparelho uma ferramenta completa “de interação e de comunicação do novo século, deixando os indivíduos cada vez mais próximos e conectados. E, paralelamente, Fonseca (2013 apud Tyska, 2018), afirma que a apropriação do 20 smartphone para o ensino e aprendizagem está estritamente ligada à familiaridade, por ser uma tecnologia comum do cotidiano das pessoas, à mobilidade e portabilidade, que permite levá-lo para qualquer parte, aos aspectos cognitivos, por meio do contato com uma gama de recursos em vários formatos, como texto, som, imagem e vídeo e àconectividade, por meio da internet no aparelho, que amplia as formas de comunicação e o acesso à informação, atributos apontados como potencializadores do Mobile Learning. Complementando, Pinheiro e Rodrigues (2012, p.122 apud Soares, 2016), potencializa que, “o celular é um instrumento pedagógico poderoso, pois concentra várias mídias, contribuindo para o desenvolvimento de competência comunicativa dos alunos”. Não obstante, Vivian e Pauly (2012, p.11 apud Sores, 2016), alegam que “ensinar através do uso de novas mídias parece ser um desafio que cria novos paradigmas em relação à educação e transcende nossas expectativas, motivando o docente a ir sempre mais além”. Fica evidente o uso pedagógico do celular e como esse aparelho pode ser imaginado e concebido em prol da educação e do avanço da ciência. Nota-se que desde a chegada e popularização das TICs, principalmente da internet e depois com os dispositivos móveis como os smartphones, a postura do professor tem sido desafiada constantemente, pois ele deixou de ser a única fonte de informação e passou a ter a tecnologia a seu dispor, isto porque o processo de evolução na educação segue, cada vez mais nos conectando através das redes. (SILVA, 2015 apud Tyska, 2018) Assim, Soares (2016, p. 10), reitera que as universidades precisam inserir os dispositivos móveis na formação do futuro profissional da educação, para que depois: Já inserido no mercado de trabalho, atuando como docente tenha habilidades para inserção destes recursos em suas aulas. É preciso também repensar o currículo na escola básica, levando em consideração as possibilidades de uso dos celulares, que quando usado de forma pedagógica, propicia de maneira colaborativa o aprendizado dos alunos. Com base nessas premissas, Bonilla (2015 apud Soares 2016), afirma-se ser fundamental aos professores compreender as características e potencialidades das tecnologias, tendo claro que compreender significa mais do que ser capaz de fazer funcionar, significa inseri-las no contexto contemporâneo, penetrar nessa nova 21 linguagem, nessa nova lógica, nesse novo modo de ser, pensar e agir. E que é só fazendo essa imersão que os professores terão condições de entender um pouco mais seus jovens alunos. Porém, Belizário (2013), afirma que segundo alguns educadores, o uso deste dispositivo em sala-de-aula tem representado uma grande ameaça, pois, quando não solicitado, o smartphone se torna um grande inimigo e vilão no que tange ao trabalho pedagógico. Então, o grande desafio tem sido incorporar esse dispositivo, que cabe na palma da mão, como uma ferramenta extra nesse processo de ensino- aprendizagem, combatendo os excessos e, ao mesmo tempo, permitindo aos professores, aqueles que não têm o mesmo domínio da maioria de seus alunos nascidos na era digital, que se reciclem. É importante que o professor não nascido na era digital aprenda a apropriar-se dessa ferramenta, entendendo seu uso, seus mecanismos de funcionamento e de interação. É necessário também que o aluno perceba que utilizar os smartphones dentro e fora da sala de aula pode ser igualmente proveitoso. Cavalcante et al. (2021) A autora supracita, enfatiza que: cabe então aos educadores apropriarem-se dessas ferramentas para delas tirar o melhor proveito possível, vindo a dinamizar e otimizar o ensino. É impossível negar o mundo de possibilidades que a tecnologia, a internet e os smartphones podem trazer aos usuários e, quando bem utilizados seus recursos, os resultados muito provavelmente serão proveitosos e benéficos ao processo de ensino-aprendizagem. (Cavalcante et al., 2021, p. 05) Com o objetivo de defender o uso de dispositivos móveis na educação, especialmente o smartphone por ser o mais popular e acessível entre os jovens, a Organização das Nações Unidas para a Educação Ciência e Tecnologia (UNESCO) em 2014 publicou o guia “Diretrizes de políticas para a aprendizagem móvel”. Consta- se de recomendações para auxiliar governos a implantarem políticas para a aprendizagem móvel (Mobile Learning) nas salas de aula, além de elencar os principais motivos de seu uso, a saber: permitir a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar; expandir o alcance e a equidade da educação; fornecer feedback e avaliação imediatos; facilitar a aprendizagem individualizada; assegurar o uso produtivo do tempo em sala de aula, criar novas comunidades de estudantes; apoiar a aprendizagem fora da sala de aula; potencializar a aprendizagem sem solução de continuidade; criar uma ponte entre a aprendizagem formal e a não formal; minimizar 22 a interrupção educacional em áreas de conflito ou desastre; auxiliar estudantes com deficiências; melhorar a comunicação e a administração e por fim melhorar a relação custo-eficiência. (Tyska, 2018). Neste guia, menciona-se que o acolhimento da tecnologia nas disciplinas pode “permitir a aprendizagem a qualquer hora, em qualquer lugar”, “minimizar a interrupção em aulas” e “criar uma ponte entre a educação formal e a não formal”. Destaca ainda que as tecnologias móveis, por serem altamente portáteis e relativamente baratas, ampliaram enormemente o potencial e a viabilidade da aprendizagem personalizada; além de ampliar e enriquecer oportunidades educacionais para estudantes em diversos ambientes. (UNESCO, 2013). Frente ao exposto, Reinaldo et al. (2016), intensifica que as TICs revelam novas e motivantes perspectivas para o ensino e se permite migrar do “novo contexto social” para o “tecnológico contexto social”, onde o termo novo foi absorvido pelo termo tecnológico e isto é indiscutível. A inserção de TICs como recursos pedagógicos permite resgatar alguma esperança a muitos professores e alunos insatisfeitos com as aulas e ferramentas educacionais tradicionais. (Reinaldo et al. (2016), p.05) Conforme destaca (KHATCHADOURIAN, 2019, p. 23 apud CAVALCANTE, 2021) a junção dos smartphone mais internet, acaba por diminuir as diferenças entre as classes sociais no que tange os acessos à educação de qualidade, uma vez que a mesma aula pode ser vista em qualquer parte do globo, desde que seja acessada, e algumas dessas plataformas ainda permitem comentários e tira-dúvidas, além da disponibilização de materiais, vídeos ou mesmo do curso completo. O objetivo é permitir ao educador explorar esse espaço em favor da aprendizagem. Para Saboia et al. (2013 apud Tyska, 2018), a existência e o uso do smartphone não se evidencia somente no momento em que vemos o dispositivo móvel em uso, “mas culturalmente nossas ações, relações e nosso vocabulário denunciam que estamos fortemente influenciados por esta era digital. Entende-se que os dispositivos móveis, advindos da era tecnológica, podem ser usados como alavanca para fazer avançar o progresso em direção à Educação para Todos. 23 4. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC) 4.1 História e conceitos www.lantec.fe.unicamp.br Como é sabido o surgimento das tecnologias digitais alterou o contexto pedagógico e educacional do Brasil, que passou a ser transformado gradativamente. As novas tecnologias abriram novas portas para o ensino no país. As mudanças podem ser encontradas em diversas áreas e são capazes de possibilitar também a inclusão social, através de materiais adaptados, simuladores, e outros meios que visam auxiliar o ensino e o aprendizado às pessoas com deficiências - PCD (JÚNIOR E MELO, 2021). Segundo Aguiar (2013), os termos “meios de comunicação” e “evolução da tecnologia” quando utilizados no contexto do ambiente educacional devem ser apresentados como ferramentas fundamentais para a inovação e auxílio para o ensino. Não devemos restringir a inovação tecnológica somente às transformações incorporadas aos equipamentos ou ferramentas, tais como: computadores, celulares, 24 tablete, internetentre outros. A inovação está intrinsicamente relacionada à um conjunto de modificações sociais e econômicas. Corroborando com o autor, Ferrão (2013) afirma, que a utilização das novas tecnologias na Educação é um fato de extremo impacto no contexto educacional do país, uma vez que se torna impossível à uma sociedade não se adaptar as novas tecnologias e processos. Para Leite (2013) nenhuma sociedade pode excluir por muito tempo em suas instituições de formação os importantes componentes de sua cultura cotidiana. Ou seja, uma vez que a tecnologia avança e passa a participar diariamente na vida da população torna-se essencial que o processo educacional seja reavaliado e reestruturado, para que assim, haja uma integração entre a cultura cotidiana da sociedade e o processo de aprendizagem nas instituições de ensino. Segundo Lima (2015) apud Júnior e Melo (2021), a era da informação teve sua origem na busca da automatização pelo homem das tarefas repetitivas. O ábaco, instrumento para cálculos usado por volta de 1000 anos a.C. pelos chineses pode ser considerado como o parente mais distante do computador. No ambiente educacional ao desenvolver projetos cooperativos intensifica-se o uso recursos das novas tecnologias o que possibilita também a execução de diferentes projetos através da rede. Para tanto, a utilização das novas tecnologias na Educação é um fato de extremo impacto no contexto educacional do país, uma vez que se torna impossível à uma sociedade não se adaptar as novas tecnologias e processos. Nessa perspectiva, Dore; Luscher (2015) denomina o fenômeno como sendo um processo de aprendizagem cooperativa e ressalta “os professores aprendem ao mesmo que os estudantes e atualizam continuamente tanto os seus saberes “disciplinares” como suas competências pedagógicas” Martins (2018), enfatiza que a educação contemporânea tem sido marcada pela utilização de recursos tecnológicos em sala de aula, que tem contribuído no aprendizado e no interesse dos alunos pela escola, no entanto tem exigido melhor formação de professores para o uso das mídias, com uma prática pedagógica reflexiva e transformadora. Com a introdução das tecnologias no espaço educacional, deixa de ser uma opção ou desejo vanguardista para uma necessidade real, instituída por um mercado educativo e profissional altamente competitivo (BARBOSA, 2007). Passando a ter um feito de “reconstrução” nessa atualidade, caracteriza pela 25 presença das TIC’s nos mais diversos contextos, fazendo surgir ambientes de ensino aprendizagem circundados pelas tecnologias (ROSA, 2013, Apud COSTA ,2019). Nesse contexto, é comum no meio acadêmico a preocupação acerca da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC como ferramentas no processo de ensino aprendizagem, acarretando grandes debates sobre o uso desta ferramenta em sala de aula. De um lado profissionais defendem a inserção dessas tecnologias no processo educacional, outros acreditam que ao utilizarem essas tecnologias na sala de aula contribuirá para o comodismo do aluno que deixam de desenvolver habilidades de raciocínio, criatividade e autonomia. Desse modo, tem-se um desafio aos docentes que deverão buscar conhecimento para a utilização dessas tecnologias, pois ele cada vez mais deixa de ser o detentor da transmissão do conhecimento (MARTINS, 2018). Todavia, é necessário reconhecer que o aluno moderno está em constante contato com a informática, subtrai do docente a função de detentor do saber, transformando-o em colaborador, parceiro e mediador do conhecimento. O uso dos recursos digitais na educação potencializa o conhecimento já adquirido dos alunos, por meio do acesso organizado, as ferramentas expandidas de comunicação, interação e difusão do conhecimento, os quais são abertas aos discentes dessa nova geração, (Garcia et al. 2011). “Este novo universo, traz consigo novas exigências aos indivíduos que precisam ser autônomos, criativos e críticos, tendo habilidade para obter e selecionar informações e para construir conhecimentos.” Teles et al. (2018, p. 58). Contudo, Pivato e Oliveira (2014), reforça, que se faz pertinente que os docentes juntamente com a escola estejam prontos para lidar com esta nova realidade, e assim, desenvolvam uma educação nos moldes eficazes e que correspondam aos anseios da clientela contemporânea. Acredita-se que o uso de recursos tecnológicos na sala de aula contribui para uma aprendizagem mais significativa e contextualizada, permitindo aos professores explorar nova forma de ensinar e aos alunos, nova forma de aprender. Tendo em vista que o aluno contemporâneo, exige cada vez mais do docente uma didática moderna, voltada para uso de tecnologias, visando a transformação de sua prática pedagógica 26 no processo de ensino e aprendizagem, bem como as concepções dos alunos acercas dessas práticas (MARTINS, 2018). Assim, em um ambiente educacional no qual as novas tecnologias moldam constantemente o aprendizado, a atuação do professor não pode ser apresentada como um ditador de conteúdo. É fundamental que a disseminação do conteúdo seja realizada de maneira eficaz através dos diversos meios, o que evidencia a necessidade de que a atuação e a competência do educador devem deslocar-se constantemente para que seja possível promover a aprendizagem e o estímulo do pensamento no aluno (FAGUNDES; LUCE; ESPINAR, 2014 apud JÚNIOR E MELO, 2021). Os autores Júnior e Melo (2021), ressalta que o trabalho pedagógico do professor sofre uma drástica alteração, antes era visto como especialista e detentor do conhecimento cuja função era somente instruir, agora é apresentado como um profissional da aprendizagem capaz de incentivar, orientar e motivar. Isso ocorre devido a busca e exploração dos novos ambientes profissionais e virtuais de aprendizagem. 4 ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A MÍDIA Nos anos 90, ainda século XX, iniciou-se o processo de popularização do computador e da internet, elevando a conexão mundial contemporânea e globalizada, surgindo o que também o ciberespaço, que é uma expressão utilizada para um espaço além do físico adentrando no mundo virtual de conexão entre pessoas pelas mídias digitais (Reis e Leal 2021). Ao longo do século XX, especialmente entre os anos 1940 e 1970, o telefone, o cinema, o rádio, as revistas e a televisão constituíram-se em um sistema, que o desenvolveu-se, transformou-se em aparato de última geração ao integrar outros avanços tecnológicos mais recentes como telefones, TV interativa e a internet. Tais aparatos foram sendo produzidos e vinculados com a totalidade, estabelecendo uma íntima relação com os objetivos da industrialização (BRANDÃO, 2002). Desde a década de 1980, enfatizavam que o papel da escola na produção social da comunicação emancipatória com as mídias precisava ser estudado e 27 aperfeiçoado. Era preciso “aprender a elaborar e a intervir no processo comunicacional que se dá entre professores e alunos com essas mídias, para ajudar na realização da cidadania contemporânea”. (Rezende e Fusari 1995, p. 68 apud Martins, 2018) O avanço tecnológico se colocou presentes em todos os setores da vida social, e na educação não poderia ser diferente, pois o impacto desse avanço se efetiva como processo social atingindo todas as instituições, invadindo a vida do homem no interior de sua casa, na rua onde mora, nas salas de aulas com os alunos, etc. Desta forma, os aparelhos tecnológicos dirigem suas atividades e condicionam seu pensar, seu agir, seu sentir, seu raciocínio e sua relação com as pessoas. (DORIGONI; SILVA, 2008, p. 3) Assim, segundo Fantim (2011), faz-se necessário refletir sobre o papel que as mídias têm desempenhado na sociedade contemporânea e na formação dos sujeitos. Verifica-se que a demanda da sociedade nem sempre é a mesma da escola. Por mais que se fale que as atuaisgerações de crianças e jovens cresceram com a TV, com o vídeo, com o controle remoto, e mais recentemente com computador e Internet, o entendimento a respeito das mudanças propiciadas pelas tecnologias de informação e comunicação (TIC), pelas mídias digitais e pelas redes sociais está longe de ser suficientemente problematizado na escola. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) oferecem recursos para favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de educação. A adoção dos recursos das TICs para a aprendizagem abre novas possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN, SANCHES, 2011, p.2). Com o computador em sala de aula, os alunos podem criar algo e compartilhar com o professor e seus colegas de sala. É valido lembrar que textos ou imagens criadas por um aluno não precisam ficar expostos apenas para seus colegas e professores. Ao usar a rede mundial de computadores o mundo todo pode ter acessos aos trabalhos e criações de cada indivíduo (VALENTE, 2005, Apud COSTA 2019). Essa divulgação on-line de trabalhos poderá ajudar o aluno a se desenvolver suas habilidades, pois, ao mesmo tempo em que algo é disponibilizado na internet, pode receber comentários os quais podem levar ao crescimento cultural e intelectual, ou até mesmo crítica construtiva que contribuirá para o aprimoramento no seu 28 trabalho. Caberá ao mesmo considerar o que irá ou não o ajudar em seu desenvolvimento (BELLONI, 2001 apud MARTINS, 2018). Entretanto, a perspectiva que se abre no campo educacional, indo do livro e do quadro de giz à sala de aula informatizada ou on-line, leva o professor a uma perplexidade, despertando insegurança frente aos desafios que representa a incorporação dos TIC ao cotidiano escolar (DORIGONI; SILVA, 2008). Ainda de acordo com os autores supracitados, enquanto o mundo se apresenta cada vez mais aberto e com máquinas que lidam com o saber e com o imaginário, a escola ainda se estrutura em tempos e espaços pré-determinados, fechada ignorando as inovações. Em decorrência da velocidade dos avanços tecnológicos e sua interferência no trabalho e na vida de todos, a escola se encontra em crise. A escola que tem como ideal preparar as pessoas para vida, para cidadania e para o trabalho, deve-se então questionar, sobre qual contexto social se reportar já que este está em permanente modificação (DORIGONI; SILVA, 2008). Diante dessa realidade, delineiam os desafios da escola sobre esse tema na tentativa de responder como ela poderá contribuir para que as crianças e jovens se tornem usuários criativos e críticos dessas ferramentas, evitando que se tornem meros consumidores compulsivos de representações novas de velhos clichês (BELLONI, 2001, p.8). O que marcará a modernidade educativa será a didática do aprender a aprender, ou do saber pensar, englobando, num só toda a necessidade de apropriação do conhecimento disponível, e seu manejo criativo e crítico… A competência que a escola deve consolidar e sempre renovar é aquela fundada na propriedade do conhecimento como instrumento mais eficaz da emancipação das pessoas e da sociedade. (DEMO, 1995, p.45, Apud Cleuza Joana de Lima Martins, 2018). Assim, Moura (2015), mostra que é papel da escola atender as demandas e necessidades dos alunos, tanto o educador quanto os alunos devem ter constantemente autonomia e responsabilidade nesse processo que visa promover o lado crítico do aluno, que deve ser estimulado a utilizar constantemente a reflexão para atingir níveis mais sofisticados de ideias, ações e conceitos. 29 5 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS 5.1 Tecnologia, sociedade e educação www.itforum365.com.br O isolamento social gerado pela pandemia tornou o cenário da educação superior ainda mais desafiador. O Ministério da Educação/MEC (2020), considerando o art. 9º, incisos II e VII, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 2º do Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017, publicou em 18 de março de 2020, a portaria de nº 343 em seu artigo 1º, que autoriza a utilização de meios e tecnologias digitais para a substituição temporária das aulas presenciais de ensino superior (IES): Art. 1º Autorizar, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação, nos limites estabelecidos pela legislação em vigor, por instituição de educação superior integrante do sistema federal de ensino, de que trata o art. 2º do Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017. Por meio do parecer CNE/CP nº 5/2020, determinou-se “a reorganização do calendário escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da COVID-19” (BRASIL, 2020). http://www.itforum365.com.br/ 30 Diante dessa nova realidade, Reis e Leal (2021), afirmam ser grandes os impactos na vida de todos. Para retardar a proliferação do novo coronavírus, foi necessário o fechamento de todos os estabelecimentos que concentram grandes números de pessoas, estando as instituições educacionais inclusas em todos os decretos governamentais, sendo desafiadas a reestruturar seus projetos e modelos de ensino, passando a utilizar-se de ferramentas digitais, para garantia do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, Cordeiro (2020), destaca que: as adaptações ao mundo digital ocorreram nas redes públicas e nas redes particulares de ensino, através da utilização de aplicativos de videoconferência, redes sociais e até mesmo a adaptação para a modalidade de Educação a Distância (EAD) através da criação de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). Reaprender a ensinar e reaprender a aprender são os desafios em meio ao isolamento social na educação de nosso país. (CORDEIRO, 2020 p. 02). Porém, Cordeiro (2020) ressalta, que nem todos os educadores brasileiros tiveram formação adequada para lidarem com essas novas ferramentas digitais. Precisam se reinventar e reaprender novas maneiras de ensinar e de aprender. Não obstante, esse tem sido um caminho que apesar de árduo, é essencial realizar na atual situação da educação brasileira. De acordo com as diretrizes da Base Nacional Curricular – BNCC (BRASIL,2017, p 9), faz-se necessário em tempos de pandemia: (...) 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problema se exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. Assim, para Valente (2018 apud Marques e Marques, 2021), as instituições de ensino sejam elas de formação básica ou de ensino superior precisam estar antenadas quanto a ressignificação do processo de ensino e da aprendizagem. Isso porque os alunos dessa geração não apresentam o mesmo perfil das gerações anteriores, pois tem no seu dia a dia a presença dos recursos tecnológicos e, estes são preferíveis nos recursos metodológicos e nas práticas pedagógicas de ensino que àquelas de procedimentos tradicionais. Além disso, têm no seu processo de pesquisa muitas ferramentas de buscas como exemplo: o Google e o Youtube, sites de fácil 31 acesso e sem burocracia, já que podem ser acessados por dispositivos móveis como o tablet e o smartphone. Nesse cenário, surge uma revolução educacional sobre o quanto a tecnologia tem se mostrado eficiente e o quanto as pessoas precisam estar aptas a esse avanço tecnológico (Cordeiro, 2020). Não se trata aqui de utilizar as tecnologias a qualquer custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidadese a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo, os papéis de professor e de aluno (LÉVY, 2005, p. 172 apud Cordeiro, 2020). Das múltiplas funções que a tecnologia tem e seu potencial transformador no desenvolvimento social, político e econômico, entende-se que na educação esta ferramenta tornou-se revolucionaria por dentro do contexto de familiarização do ensino na relação docente-discente e os recursos digitais. Neste sentido, a avaliação sobre as garantias das possibilidades do ensino nas instituições de educação superior e da educação básica que são de modalidades presenciais tiveram que se adaptarem a modalidade remota de ensino e aprendizagem, por vezes apresentará no futuro resultados e pontos de vistas com outras perspectivas no período pós-pandemia ressignificando também as funções do papel docente e dos estudantes. (CORDEIRO, 2020). Corroborando com o exposto, Cordeiro (2020, p.1) ressalta que: O impacto da pandemia na educação, traz à tona a discussão sobre a urgência de mecanismos para a implementação da educação a distância em nosso país. Sabe-se que a tecnologia é um fator primordial no que diz respeito à evolução digital, permitindo experiências proveitosas especificamente no âmbito educacional. No entanto, diante do contexto em que o mundo se depara, com uma realidade caótica sem precedentes de uma pandemia causada pelo COVID-19, que se instalou no mundo, fechando ou alterando diversos setores dentre eles o educacional, onde milhares de crianças ficaram impedidas de ir à escola. Contudo, as instituições educacionais se empenham na busca de novas modalidades de estudo, como o suporte das tecnologias digitais. Assim, professores e alunos tiveram que se adaptar às aulas a distância e utilizar toda a criatividade para dar continuidade às atividades escolares, utilizando para isso a Rede Mundial de Computadores, Internet que foi um diferencial neste processo e os diversos recursos tecnológicos disponíveis. Afirma-se que as transformações no ensino e na aprendizagem impulsionada pelas tecnologias educacionais geram no educador forte pressões para impulsionar novos ritmos e percepções, uma vez que, emerge uma nova forma de aprendizagem 32 fomentada pelos recursos digitais. Portanto, para além dos domínios das técnicas de ensino, as novas técnicas de ensino exigem do professor maior capacidade, crítica, reflexiva e competente frente aos planejamentos de sua aula e relação com sua turma, apto para esclarecer os possíveis questionamentos da classe ou de possível discente com pouca familiaridade com este recurso. (GARCIA, et al, 2011 apud MARQUES; MARQUES, 2021) Logo percebe-se que, as mudanças do processo de ensino estão evidentemente em cursos onde os recursos tecnológicos ano após ano se fazem cada vez mais presentes em todas as modalidades do ensino e nas competências do papel docente. Por estas tecnologias terem facilidades de superarem limitações e alcançar grandes distancias em tempo remoto, tem se tornando no período pandemia da COVID-19 o melhor meio para transmitir as práticas do ensino e da aprendizagem realizados a partir das funções cognitivas das instituições educacionais e, também garantir o acesso ao conhecimento pelas interações remotas entre docente-discente em busca de manter o calendário das modalidades de ensino presencial das diversas instituições de ensino em regularidade. Além disso, garantir acompanhamento, espaço para sanar dúvidas e receber possíveis feedback da aprendizagem entre alunos e professores por intermédio das plataformas online de ensino. (MARQUES; MARQUES, 2021, p. 5) Portanto, os domínios docentes referentes às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) devem ser conscientes para que os objetivos no ato de transmitir o conhecimento sejam captados pelos estudantes, levando-os a compreender que são partes efetivas na incorporação reflexiva da qualidade do ensino crítico oferecido, compreendendo que vem rompendo as estruturas do ensino tradicional e ampliando novos significados da concepção de ensino, especificamente durante o período pandemia da COVID-19. (MARQUES; MARQUES, 2021) Nesta direção, Kenski (2013), enfatiza que: Os desafios e as adaptações ao processo de mudanças por conta das tecnologias se dão diariamente, ainda mais quando se pensa a tecnologia como “o conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade” (Kenski, 2013, p. 24). Desse modo, para além do uso de ferramentas, já bastante estimulado nas escolas, é necessário avançar para o uso da tecnologia no tocante à metodologia que se pretende ensinar. Pois, para Rocha (1996 apud Martins, 2017), a aproximação direta das tecnologias e a sua utilização no meio educacional vai além da exploração 33 única e simples das ferramentas disponibilizadas, ela é elemento que constitui o percurso da ciência moderna, “é uma fusão das atividades intelectuais com a experimentação, viabilizada pelo domínio das técnicas e práticas artesanais” e o meio escolar é ambiente propício para a referida junção. 6 METODOLOGIA DE ENSINO COM USO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS NO BRASIL conservacaodefloraefauna.blogspot.com/ O Brasil deu um grande passo ao acesso à tecnologia, entretanto, quando o assunto é inclusão digital ainda é necessário que o acesso à internet seja ampliado de modo significativo, para assim termos um canal diferenciado de informação e cultura. O acesso à internet ainda é restrito, reflexo das desigualdades no país. De acordo com pesquisa realizada em 2006, pelo comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIBr) em 2006 havia uma imensa maioria da população sem acesso à rede mundial de computadores (MOURA, 2015). Dessa forma, Tazra (2015) enfatiza que a inclusão digital é extremamente necessária para o desenvolvimento cultural e educacional do país, visto que há um potencial de liberdade em cada meio de comunicação, entretanto, a internet possui 34 um potencial imenso de liberdade, cujo nenhum sistema de dominação pode conter ou calar. Na visão de Coletto; Battini e Monteiro (2018), as tecnologias digitais proporcionam um novo rumo ao que diz respeito ao ensino educacional atual, pois mobilizam os educandos a possuírem uma melhor aquisição de conhecimento durante sua formação tanto pessoal como profissional onde ele estiver inserido. Cabe, pois, aos professores mediarem as questões surgidas através dos questionamentos, bem como reflexões sobre acertos e erros. Com a utilização destes métodos, podemos inverter a forma de ensino, buscando identificar o que e como o aluno pode aprender. Isso o permite construir a autonomia do discente, já que: Os docentes deixam de ser os principais depositários do conhecimento e passam a ser consultores metodológicos e animadores de grupos de trabalho. Esta estratégia obriga a reformular os objetivos da educação. O desenvolvimento de competências-chave [...] substitui a sólida formação disciplinar até então visada. (Labarca, 1995 apud Barreto, 2004, p. 14). Compreende-se que dessa forma, as TICs apresentam alternativas que podem complementar o ensino tradicional, com métodos que tornem o aluno um ser ativo, com uma maior capacidade crítica, evidenciando sempre a autonomia dos alunos em seus processos de ensino e de aprendizagens, sendo estimulados a pesquisar antes do conteúdo ser exposto, levando para sala de aula um conhecimento prévio, facilitando o desenvolvimento de atividades mais avançadas em classe. Outrossim, o professor recorre ao aprofundamento do conteúdo, promovendo o diálogo e o debate (NOVAES et al., 2021). Moran (2013) enfatiza que: [...] Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenhamque tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua iniciativa. (Moran, 2013, p. 01 apud Novaes et al. 2021). Assim, Aguiar (2013) mostra que com a velocidade da comunicação, deve sempre estar antenado com mudanças, estabelecendo acesso e domínio das novas tecnologias, proporcionando maior atenção do aluno, fazendo com que fique mais participativo e interessado em compartilhar as informações passadas em sala de aula. 35 Contudo, Moura (2015) relata que não dá para negar as novas tecnologias, pois foram mudanças e transformações que ocorreram nas últimas décadas na sociedade e que está refletindo na escola, fazendo com que os professores tenham que reconstruir o método de aula. Porém, Silva (2016 apud Novaes et al. 2021), conceitua q professor e aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo com a Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi distribuição de conteúdo empacotados para assimilação e repetição (SILVA, 2016). 7 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO A tecnologia está presente em todos os setores da vida contemporânea. Num curto período de tempo ela foi ganhando espaço e hoje é indiscutível a sua importância nas mais variadas atividades do cotidiano. Na esfera econômica destaca-se o desenvolvimento do comércio internacional, a expansão de empresas multinacionais; no âmbito da informação e comunicação, ressalta-se a velocidade com que as notícias circulam em rede, sem falar da comunicação em massa. A tecnologia trouxe inúmeras mudanças em âmbito mundial, conforme destaca Castells (2016), com desdobramentos principalmente na ordem social e impactos não menos importantes na esfera da educação. Alguns sociólogos, tais como Ulrich Beck (2010) e Anthony Giddens (2012), denominam esse período de modernidade, cuja característica principal é a ruptura com os modelos institucionais tradicionais. A educação é um exemplo dessa mudança com a chegada da tecnologia, uma vez que possibilita o aprendizado através de múltiplos espaços virtuais. Não há como se falar em desenvolvimento tecnológico sem mencionar as redes. Elas são uma importante categoria por se tratar de um elemento substancial para a compreensão da nova era tecnológica que se impõe. As redes são um verdadeiro desdobramento desta sociedade da informação, trata-se de “conexões entre entidades”. Assim, sejam “redes de computadores, grades de poder e redes 36 sociais, todas funcionam através do princípio simples de que as pessoas, grupos, sistemas, nós, podem ser conectados para criar um todo integrado”. (SIEMENS, 2004, p. 5). A contribuição da compreensão das redes faz-se necessária, uma vez que ela instrumentaliza juntamente com a internet a difusão das informações. A sociedade da informação é, então, alicerçada pelo fluxo de informações intenso, uma nova era que coloca à disposição inúmeras maneiras de aprender, ultrapassando o espaço físico dos estabelecimentos de ensino formal. (COUTINHO; LISBÔA, 2011, Apud FERNANDES N. A.). Assim, a tecnologia encurta distâncias, possibilitando o acesso ao conhecimento àqueles que desejam possuí-lo, mas moram longe das instituições de ensino que, geralmente, localizam-se nos grandes centros urbanos. Daí a importância de falar-se em Ensino a Distância – EaD nesse contexto, proporcionando a democratização do ensino e ainda a inclusão social. Trata-se de um novo viés educacional que favorece “ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede” (LÉVY, 2010, p. 160), tornando o aluno mais autônomo, criativo e flexível em seu processo de aprendizagem. Além disso, o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação – TIC também facilita a formação contínua do docente, desenvolvendo suas competências para o ensino. Nesse aspecto, a escola é desafiada a encontrar maneiras de adequar o ensino à nova ordem que se impõe. O aluno precisa desenvolver competências que o façam ser capaz de lidar, de maneira crítica, com o volume de informações que chega até si. As instituições de ensino contemporâneas não só podem, mas devem incentivar e desenvolver nos professores e alunos competências que contribuam para romper com o paradigma tradicional da educação. Cabe à escola, segundo Coutinho e Lisboa (2011, p. 17), “educar crianças, jovens e adultos de maneira diferente para um mundo mutante”. Percebe-se, pois, que ao contrário do contexto da prática educativa tradicional, o processo de ensino-aprendizagem não ocorre unicamente dentro da sala de aula, no âmbito formal, mas em todos os lugares, inclusive nos espaços virtuais. Estes podem, inclusive, contribuir para a difusão de informações sobre o patrimônio cultural, auxiliando sobremaneira no processo de educação patrimonial que será abordado de forma mais consistente no próximo item. 37 O uso de tecnologias, faz-se importante para a democratização do conhecimento e inclusão social, uma vez que possibilita fazer esse conhecimento chegar às localidades mais remotas do país. Para isso, tanto professor quanto aluno devem desenvolver competências que favoreçam a utilização dos meios tecnológicos. Nesse sentido, vê-se no uso das tecnologias a possibilidade de proporcionar formas de trabalho mais significativas com a educação patrimonial, oportunizando que alunos que não moram em cidades históricas, conheçam esse patrimônio a partir das TIC, por exemplo. Dessa forma, poderiam ser utilizados vídeos, podcasts, blogs e jogos através das redes sociais. Assim, torna-se conhecida a diversidade cultural nacional, chamando a atenção para a sua preservação. Essa diversidade cultural é contemplada a partir dos PCN’s, devendo, portanto, ser abordada transversalmente nas práticas pedagógicas da educação básica. Porém, a realidade mostra que em muitos contextos educacionais do Brasil não há essa preocupação desde o planejamento das aulas. Às vezes, os próprios professores desconhecem aspectos referentes ao patrimônio, o que dificulta o trabalho com essa temática. Além disso, a realidade do ensino público, hoje, obsta o emprego de tecnologias, posto que para sua utilização faz-se necessário uma infraestrutura mínima como, por exemplo, ter disponível uma internet banda larga, wifi, tablets, computadores, datashow. Este fato não é observado em muitas escolas públicas nacionais. No caso das escolas privadas, onde se detém um maior poder econômico, apesar de se observar uma infraestrutura mínima, em muitos casos, a conexão da internet não é de qualidade ou os professores não se encontram devidamente preparados para o trabalho com as TICs. No contexto que ultrapassa a sala de aula, constata-se que os alunos estão acessando a internet, em sua maioria, dos smartphones e também de dispositivos digitais. Há, inclusive, pesquisas que apontam que os jovens têm aumentado o seu acesso à internet e o tempo em que utilizam seus dispositivos digitais e celulares fora da escola. Tais pesquisas serviram para constatar a importância de se estar conectado e a facilidade com que a população tem tido acesso às mais diversas informações. 38 7.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino Superior com TIC. Na atualidade, o ensino superior e as práticas docentes enfrentam algumas mudanças e desafios advindos do uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na sociedade. Exige-se então, novas competências docentes e surgem novos desafios no ensino superior, consonante a integração das TICs no processo de ensino-aprendizagem. Um deles é o desenvolvimento de estratégias pedagógicas
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