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Diarreia Viral Bovina - Animais PI, abortos, impacto econômico

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Diarreia Viral Bovina (BVD)
Resumo
É comum iniciar a apresentação com uma introdução sobre o tema mas, eu não vou tão longe, vou fazer um breve resumo pra se ter uma perspectiva do que tá vindo pela frente. A diarréia viral bovina (BVD) foi descrita pela primeira vez nos EUA em um rebanho de gado que sofria de gastroenterite aguda com altas taxas de mortalidade. A ausência da identificação de bactérias e o quadro de leucopenia grave sugeriram que a doença fosse causada por um vírus e passou a ser chamada de Diarréia viral bovina. BVD é uma síndrome infectocontagiosa, causada por um Pestivirus, o qual possui uma grande diversidade genética e consequentemente diferentes possibilidades virais, o que provoca diferenças na virulência dos tipos de vírus. A infecção pelo BVDV tem sido associada a uma ampla variedade de manifestações, desde infecções subclínicas até formas mais graves com destaque para a Doença das Mucosas, que tem mortalidade elevada. A infecção afeta principalmente os bovinos e nestes animais causam problemas em diferentes sistemas, digestório, respiratório, reprodutor e também imunológico. Em decorrência disso, causa múltiplos sinais clínicos como febre, anorexia, diarréia, descarga oronasal e abortos, que prejudicam a produtividade do rebanho e ocasionam perdas econômicas consideráveis, tornando essa doença infecciosa de grande importância veterinária. 
Palavras-chave: Virus mutagênico; Impacto econômico; Abortos; Animais persistentemente infectados;
Etiologia
O vírus da diarréia viral bovina (BVDv) é do gênero Pestivirus e pertence a família Flaviviridae. Este é um vírus RNA linear, de cadeia simples e polaridade positiva. Os virions, ou seja a partícula viral, são esféricas, com 40 a 60 nanómetros e são constituídos por um capsídeo icosaédrico, composto pela proteína viral C codificada e pelo RNA genómico, envolvidos pelo envelope lipídico, o que torna o vírus susceptível à inativação por solventes e detergentes.
O gênero Pestivirus é composto por 3 espécies virais: o vírus da peste suína clássica, o vírus da diarreia viral bovina e o vírus da doença das fronteiras. Estes vírus causam doença espécie-específica, ou seja, cada virus tem sua espécie de predileção para causar a enfermidade, mas os outros animais de outras espécies podem se infectar, inclusive havendo multiplicação viral e resposta imunológica. 
Os pestivírus BVDv, CSFv, BDV foram originalmente classificados com base nos animais hospedeiros originários bovinos, suínos e ovinos respectivamente. Porém, esta classificação mostrou-se problemática pois alguns pestivírus não estão restritos somente a uma única espécie hospedeira. 
O BVDV já foi isolado em uma grande variedade de espécies, tanto domésticos (bovinos, ovinos, suínos, caprinos) quanto selvagens (coelhos, búfalos, lamas, alpacas, girafas, camelídeos, antílopes, cervídeos). Estas espécies selvagens poderão ser consideradas reservatórios do BVDV, podendo serem responsáveis por falhas em programas de erradicação do vírus.
Por ser um vírus RNA, o BVDV tem uma alta capacidade de realizar mutações e isso resulta na criação de uma grande variedade de variantes genéticas e antigénicas.
Variações antigênicas das proteínas de superfície viral resultam em dois tipos de BVDV, BVDV tipo 1 e BVDV tipo 2.
Os vírus do genótipo BVDV-1, é o tipo clássico, está ligado às infecções mais brandas e moderadas, descritas como amostras clássicas do vírus ou cepas de referência. Por outro lado, o BVDV-2 está relacionado a uma alta morbidade e mortalidade em bovinos, levando a problemas reprodutivos, respiratórios ou entéricos, doença hemorrágica e trombocitopenia.
De acordo com a capacidade de produzir citopatologia em culturas celulares, os vírus de ambos os genótipos eles ainda podem ser classificados num dos dois biótipos: citopatogénico (CP) ou não-citopatogénico (NCP). A NCP são menos agressivas tanto no cultivo celular, não causando lise celular, quanto na infecção natural, ocasionam enfermidade mais branda. Já as CP, em culturas celular provocam danos graves nas células, estando também associados a infecções mais agressivas. A nível molecular os vírus CP possuem a proteina NS3, derivada da proteina viral NS2-3 presente nos NCP. A NS3 funciona como uma protease viral que confere maior citopatogenicidade. 
Resumindo, os vírus podem ser classificados a partir de seus genotipos em tipo 1 e tipo 2 e ainda em relação a sua atividade em cultivo celular em biotipo NCP e CP. Assim, vão haver diferentes possibilidades virais a medida em que são formadas combinações entre eles (NCP BVDV 1, CP BVDV 1, NCP BVDV 2, CP BVDV 2). 
Epidemiologia
A BVD é uma doença de notificação compulsória, já foi relatada em vários países, sendo considerada de natureza ubíqua. É endêmica na maioria dos países, com soroprevalência de 60 a 85%, com 1 a 2% de animais PI. Estudos sorológicos demonstraram que o BVDV encontra-se amplamente difundido no rebanho bovino brasileiro. Embora ocorra a infecção na maioria dos biungulados, os bovinos são os hospedeiros primários da BVD. A doença pode acometer todas as idades, mas em geral ocorre entre seis e 24 meses.
As Fontes de infecção serão todos os animais infectados mas principalmente os bovinos jovens persistentemente infectados (PI) (com biótipo NCP). 
Vias de transmissão: A disseminação do BVDV entre animais pode ocorrer de forma horizontal e vertical. A transmissão horizontal pode ser direta ou indireta. 
O contágio direto ocorre pela interação de um animal susceptível com um animal infectado e os seus fluidos corporais O vírus pode ser eliminado através de secreções nasais, oculares, genitais, orais (aerossóis), além do leite, sêmen, urina e fezes. 
A transmissão indirecta pode ocorrer por meio de insectos hematófagos ou por
Fômites contaminadas, agulhas e material cirúrgico contaminado ou através dos tratadores de animais.
A transmissão horizontal também pode ocorrer através de sémen colhido de touros PI ou agudamente infectados pelo BVDV e inseminado em vacas susceptíveis.
Quando a infecção ocorrer durante a gestação bovina, o BVDV pode atravessar a barreira transplacentária e acometer o feto. Dependendo do período gestacional e do tipo do vírus que infecta a vaca gestante, pode ocorrer infertilidade temporária, retorno ao cio, mortalidade embrionária ou fetal, abortos ou mumificações, má formações fetais e nascimento de bezerros fracos.
Patogenia e Quadro clínico
O quadro clínico decorrente da infecção pelo BVDV é influenciada por diversos fatores como: hospedeiro imunocompetente ao vírus; idade do animal; infecção transplacentária e idade gestacional do feto e presença de fatores estressantes.
Os quadros clinicos vão depender do tipo viral e da via de entrada, isso vai levar aos diferentes quadros das infecções pós-natal, infecção pré-natal e infecções persistentes. 
Para se ter um panorama geral, vai haver uma fonte de infecção para o ambiente, que pode acometer tanto as vacas prenhes quanto outros bovinos. A vaca prenhe possui o embrião, o qual também pode ser acometido e ocasionar infecção fetal. Nesse caso, existe a possibilidade de haver morte fetal, por cepas mais graves, desenvolvimento de bezerros PI ou o desenvolvimento de bezerros soropositivos, que tem anticorpos mas não tem o vírus. Já os outros bovinos jovens e adultos, podem ter infecção subclínica ou assintomática, não vão manifestar sintomatologia ou vão ter sintomatologia leve. Ou podem ter doença aguda, com sintomas bem definidos e que causam perdas produtivas. Animais que sobrevivem a infecção podem excretar esses vírus e se tornar uma fonte de infecção. 
Infecção pós-natal: Afeta bovinos não gestantes e imunocompetentes. Geralmente uma infecção oronasal, ocasionada por uma cepa menos agressiva (usualmente nCP) que vai se multiplicar no trato respiratório superior e tecido linfoide. Após a multiplicação, o vírus ganha a corrente sanguínea e ficam circulando pelo sangue por 2 a 15 dias. Durante esse período já há resposta imunológica e consequente produção de anticorpos,os quais podem persistir por anos. A infecção pode se manifestar nas formas subclínica ou aguda. Na forma subclínica, os animais apresentam febre leve, leucopenia e desenvolvimento de anticorpos. Mas também pode ocorrer inapetência, depressão e diarreia. A infecção aguda pelo BVDV apresenta como sinais clínicos após infecção: febre bifásica (40ºC), leucopenia, depressão, anorexia, respiração rápida, corrimentos oculares e nasais, erosões e ulcerações orais, diarreia e redução na produção leiteira nas vacas primíparas. A doença é autolimitante e transitória, leve ou por vezes inaparente, com alta morbilidade (30 a 90%) e mortalidade muito baixa ou ausente.
Nestes animais a doença pode ter uma resolução, chegar a cura, ou evoluir para casos mais graves, principalmente por conta de cepas mais agressivas. Nestes casos instala-se um quadro de síndrome hemorrágica, Estas infecções são caracterizadas clinicamente por uma trombocitopenia marcada, diarreia sanguinolenta, epistaxis, hemorragias na pele e mucosas, desidratação, leucopenia e morte. A patogenia da hemorragia relaciona-se com a trombocitopenia induzida pelo vírus, mas o seu mecanismo ainda não está totalmente esclarecido. No entanto, pensa-se que a trombocitopenia induzida pela infecção viral é devida ao efeito directo do vírus nas plaquetas, resultando na sua destruição ou sequestro e na diminuição da produção plaquetária. 
*Existem evidências de que as infecções pós-natais pelo BVDV possam causar
imunossupressão e estimular o desenvolvimento de outras doenças infecciosas, e de ser o factor crucial na patogenia das doenças de etiologia múltipla, como pneumonias e enterites.
Infecção pré-natal: A fonte de infecção vai eliminar vírus que podem entrar em contato com vacas prenhes. Caso essa vaca seja soropositiva, ou seja, já tenha entrado em contato com o BVDV, sobreviveu e produziu anticorpos e estará protegida de uma nova infecção. Nesse caso, o vírus não ultrapassa a placenta e o feto ficará livre da infecção. Entretanto, quando o vírus entra em contato com vacas suscetíveis, sem anticorpos pra BVDV, o vírus pode ultrapassar a placenta e ocasionar uma infecção fetal. As afecções do vírus ao feto vão depender da fase da gestação e da virulência da cepa.
· Infecção durante o período embrionário (0-45 dias de gestação): Se a infecção ocorrer por uma cepa mais agressiva e for no começo da gestação vai haver a reabsorção do feto, pois não houve mineralização e o feto é formado apenas por tecidos moles. 
· Infecção após o período embrionário entre 45-125 dias de gestação: Caso ocorra após a mineralização, ele não vai ser reabsorvido, ao invés disso vai haver desidratação do feto ou abortamento. Em ambos os casos vão haver perdas reprodutivas no rebanho.
· Infecção após o período embrionário entre 45-125 dias de gestação: Se a infecção for causada por uma cepa não agressiva, é provável que o feto sobreviva entretanto o vírus diminui significativamente a resposta imunológica do feto ao BVDV, assim esses fetos tornam-se permanentemente infectados, eles vão ter uma grande quantidade de BVDV circulantes mas não vão responder imunologicamente a eles. Isso causa um grande impacto sanitário a medida em que esses animais são as maiores fontes de infecção ao rebanho.
· Infecção durante o período fetal entre 125 e 175 dias de gestação: Defeitos congénitos: Se a infecção ocorrer após o início do desenvolvimento da resposta imune do feto, o animal pode desenvolver atrofias de membros, deformações, malformações no sistema nervoso central (microcefalia, hidrocefalia, hipoplasia cerebelar) e deficiências oculares. Nesses casos vão haver perdas econômicas visíveis. 
· Infecção no último terço de gestação (entre os 180 dias e o final da gestação: A infecção do feto com o BVDV depois dos 150 dias de gestação causa resposta imunitária e eliminação do vírus. O animal nasce soropositivo, mas livre do vírus. 
Animais Persistentemente infectados
Os NCP BVDV conseguem enganar o organismo do feto durante a maturação dos linfócitos T que ocorre no timo durante o desenvolvimento fetal. Durante esse processo, os linfócitos são avaliados em relação a expressão da proteina de membrana TCR, sua afinidade com as células apresentadoras de antígeno e o reconhecimento dos epítopos próprios do corpo. Nesta última etapa do processo, os linfócitos que reagirem a um epítopo próprio são descartados a fim de evitar doenças autoimunes. O que ocorre no caso do BVD é que o vírus, que estará presente durante o desenvolvimento da resposta imune do feto, será interpretado como sendo próprio ao organismo e assim o corpo vai eliminar a maior parte dos linfócitos que reagirem a ele. Dessa forma, caso haja o nascimento do bezerro, ele não irá produzir anticorpos (imunotolerante) contra o NCP BVDV mas o animal ainda será imunocompetente contra outros antígenos. 
Os bovinos persistentemente infectados pelo BVDV podem parecer clinicamente saudáveis, no entanto são virémicos e eliminam o vírus constantemente e em grandes quantidades em secreções e excreções.
Os bovinos PI têm maior probabilidade de contraírem outras doenças, menor tempo de vida e desenvolver a Doença das Mucosas sendo frequente morrerem antes dos 2 anos de idade.
Doenças das Mucosas
É a forma mais grave da infecção pelo BVDV e ocorre quando bovinos imunotolerantes ou PI ao biótipo não-citopatogénico do vírus tornam-se superinfectados por um biótipo citopatogénico antigenicamente homólogo. Ou, devido a alta capacidade mutagênica do vírus RNA, o biotipo NCP pode sofrer uma mutação e se transformar numa cepa CP e desenvolver a doença das mucosas.
A DM afecta animais entre os 6 meses e os 2 anos de idade, possui baixa morbilidade mas invariavelmente o animal acometido vai vir a óbito, seja pelo quadro agudo ou crônico da doença.
· Os sintomas agudo da doença das mucosas incluem: sinais da infecção pós-natal além de edema de córnea, tenesmo, taquicardia, leucopenia severa, trombocitopenia, infertilidade, morte.
· Os sintomas crônicos da doença das mucosas incluem: diarréia contínua, depressão, infertilidade, erosões em mucosa oral e trato genito-urinário, sobrevida de até 24 meses. 
Diagnóstico
A BVD é diagnosticada a partir de avaliação anatomohistopatológico, do isolamento do vírus em cultivo celular e detecção do RNA viral por RT-PCR (convencional ou em tempo real).
Pode também ser realizado testes sorológicos como o de soroneutralização e elisa, que conseguem diagnosticar animais soropositivos, que já entraram em contato com o BVDV, entretanto nos casos negativos não garantem certeza, visto que o animal pode ser PI e portanto não possuir anticorpos contra o vírus. 
· Isolamento do vírus: é o método mais fidedigno e amplamente utilizado para o diagnóstico de infecções por BVDV, permitindo também a caracterização do agente, principalmente nos aspectos antigénico e genotípico, que são de especial interesse epidemiológico. Durante a fase de virémia, o vírus pode ser isolado a partir de descargas nasais, pulmão ou fezes. No entanto, sémen, sangue, soro, fetos e fezes podem ser utilizados para isolamento do vírus. O soro é a amostra mais usada para isolar o vírus de bovinos PI, enquanto a capa leucocitária ou swabs nasais são mais apropriados para tentativas de detecção de infecções agudas.
· Detecção antigênica: O vírus pode ser identificado em amostras de tecidos através de imunohistoquímica (IHC), tais como imunofluorescência ou imunoenzimas. O antigénio viral pode ser também identificado em amostras de sangue através da técnica ELISA, por capturadores de antigénios monoclonais dirigidos contra um domínio antigénico conservado da proteína não estrutural NS2/3.
· Detecção por PCR: A detecção do vírus por RT-PCR é mais rápida e sensível do que o isolamento do vírus. Para além disto e ao contrário do isolamento do vírus, o RT-PCR não é afectado pela presença de anticorpos em amostras de soro. Devido à sua alta sensibilidade, o RT-PCR é considerado um método alternativo aos métodos de uso comum para a detecção do BVDV, especialmenteem pools de amostras como em tanques leiteiros. Assim, a técnica RT-PCR é suficientemente sensível para detectar vacas PI em lactação num rebanho de 100 ou mais animais, através do exame às células somáticas no leite. O resultado positivo indica que existe pelo menos um animal PI no rebanho. Para o identificar deve-se efectuar de seguida o isolamento do vírus ou testes de detecção antigénica.
· Avaliação sorológica: As técnicas sorológicas são utilizadas para detectar e medir anticorpos. A soroneutralização (SN) é o teste padrão para determinar a ocorrência de títulos de anti-BVDV. O título de anticorpos pode variar muito entre laboratórios, conforme a estirpe do vírus e as células utilizadas no teste. A técnica ELISA também é útil para quantificar os anticorpos séricos e é uma alternativa rápida e económica aos testes de SN.
Tratamento
Não há tratamento específico para animais que apresentem sinais clínicos da infecção com o BVDV. Os objetivos do tratamento em bovinos suspeitos de infecção aguda são de suporte e prevenção de infecção bacteriana secundária. São indicados agentes antimicrobianos de largo espectro, fluidoterapia, electrólitos suplementares e vitaminas. Aos bovinos com evidências clínicas de hemorragia devido à trombocitopenia podem-se efectuar transfusões de sangue total fresco.
Controle e Prevenção
O sucesso do controlo e prevenção do complexo BVD/MD depende da
implementação de programas de saúde adotados para evitar a introdução de infecção no rebanho, identificação e eliminação de animais PI e vacinação de animais
Reprodutores.
Detecção e Remoção de animais PI: a detecção de animais PI com mais de 6 meses de idade, período em que cessa a imunidade proveniente da mãe, e eliminação de animais PI são componentes essenciais do programa de controlo em rebanhos infectados. A eliminação destes animais irá diminuir a disseminação do agente e melhorar a saúde do rebanho.
Biossegurança: boas práticas de biossegurança são essenciais para o controlo e
prevenção da BVD.
Utilizar reprodutores sem infecção persistente
Vacinação: a vacinação é utilizada para reduzir o risco de perdas quando o maneio preventivo está comprometido. Uma estratégia importante para o controlo da doença é a vacinação de fêmeas gestantes semanas antes do parto, estimulando a imunidade materna a fornecer protecção ao vitelo por imunidade passiva, especialmente nos dois primeiros trimestres, correspondendo ao período em que o feto está mais susceptível aos efeitos do vírus.
Estão disponíveis no mercado vacinas contendo vírus vivo modificado ou com vírus
inactivado. Vacinas inativadas contendo tanto cepas citopatogenicas quanto não-citopatogenicas. Todos os animais devem ser vacinados, adultos, jovens e vacas prenhes. Contudo, bezerros de mães vacinadas só devem ser vacinados acima dos 6 meses, período no qual os anticorpos provenientes da mãe diminuem e não vai haver resposta contra a vacina inoculada. Todos os animais devem ser revacinados com dose única anualmente.

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