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Mapear português Vol 1

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Prévia do material em texto

Amanda Ribeiro & Marcos Pacco
A TRILHA DA GRAMÁTICAA TRILHA DA GRAMÁTICA
2ª Edição
Brasília/2020
2ª Edição – 10/2020 
Brasília/DF
Editoração e Revisão
Marcos Pacco
@marcospacco.mp12
Ilustração*
Amanda Ribeiro
@amandinha_estudies
Textos e imagens
Mapear Português 
Projeto gráfico e Capa
Rakell Simon
@rakellsimon
Direitos autorais
Criadores do site Mapear Português:
Marcos Pacco e Amanda Ribeiro
Contatos
Instagram: @mapearportugues
Facebook: @mapearportuguês
Gmail: mapearportugues@gmail.com
Whatsapp: +55 61 99870-8866
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei nº 9.610, de 19.02.1998, 
nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada 
em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer outra forma 
ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor 
dos direitos autorais e do editor.
*(algumas imagens fazem referência a desenhos de domínio público)
Sabemos que este trabalho nem de longe substitui o estudo sistemático da Gramática 
realizado nas escolas e nos cursos preparatórios! Se conseguirmos, por meio do nosso 
perfil e deste livro, pelo menos despertar nossas crianças e nossos adolescentes para 
o estudo da nossa Língua e levá-los a construírem seus próprios mapas, nosso objetivo 
já terá sido alcançado .
D e d i c a t ó r i a
A Deus, por ter feito um sonho se tornar realidade em minha vida, por 
me conceder o privilégio de alcançar vidas por meio do meu perfil e ajudá-
las a alcançarem seus objetivos. À minha mãe, Renata, e ao meu pai, Pacco, 
por me apoiarem em todos os meus projetos e sonhos. Sem vocês, eu não 
teria alcançado tudo o que alcancei. Amo vocês. À minha irmã, Ana Júlia, 
que sempre acreditou em mim e me fez superar desafios. Sem o apoio 
dela talvez eu não fosse hoje tão determinada. Aos meus professores, que 
me ensinaram grande parte do que sei hoje, não só sobre matérias, mas 
também sobre a vida! Em especial, às professoras Naeje, Cátia, Angélica, 
Erô, Mirian e Rakell. Aos meus queridos seguidores do Insta; vocês são d+.
Amanda
Ao Mestre dos mestres, Jesus Cristo, meu amigo, meu Senhor e meu 
Salvador. À minha esposa, Renata, por acreditar que poderíamos fazer algo 
criativo, inovador e útil para as pessoas. Você, de fato, tem visão de futuro! 
À minha autora e influenciadora digital preferida, minha filha Amanda. 
Obrigado pelas ideias, pelo capricho (sua marca registrada desde o berço), 
pela sensibilidade e por ter suportado meu perfeccionismo. À minha caçula, 
Ana Júlia, pelo incentivo, pela torcida e por tantas vezes me fazer sorrir. Aos 
meus alunos e agora aos meus seguidores; na verdade, mais da Amanda do 
que meus (risos). Amo a todos vocês!
 Pacco
Queremos convidar você para uma aventura! O roteiro já está definido; 
os mapas que nos indicarão, com precisão, todos os pontos pelos quais 
devemos passar já estão prontos! Se aceitar nosso convite, você conhecerá, 
no caminho, vários personagens que nos farão companhia nessa aventura 
incrível pelas montanhas e cachoeiras do conhecimento! Quer vir conosco? 
Então prepare sua mochila que a Trilha da Gramática vai começar!
Nossa aventura terá três jornadas, e em cada uma delas teremos que 
desvendar os segredos de cerca de 40 mapas do tesouro, os mapas mentais 
criativos. Com eles, não ficaremos perdidos na floresta!
A primeira jornada, que está completa neste livro-curso, começará no 
conceito de Gramática (fase 1) e terminará nos Processos de Formação de 
Palavras (fase 42). No percurso, enfrentaremos vários desafios, como os 
pronomes e os verbos, os adjetivos e as preposições, o uso do hífen e o uso 
dos porquês. 
Para cada mapa, temos uma explicação anterior, que nós chamamos de 
resumo teórico. Na verdade, esse resumo explica alguns detalhes do mapa e 
acrescenta informações importantes. Então, nessa viagem você deve manter 
consigo tanto o manual de instruções (o resumo teórico) quanto o mapa (o 
mapa mental criativo). Um complementa o outro. Ambos serão sua bússola!
Quando completar a jornada, você ganhará um troféu de muito valor: 
dominará os elementos básicos da Fonologia, da Morfologia e alguns 
elementos da Sintaxe. Ainda não sabe o que é isso? Não tem problema: 
você aprenderá no nosso segundo mapa! Tenha certeza de uma coisa: cada 
fase valerá a pena: você desvendará os mistérios da nossa Língua de uma 
forma surpreendente!
Bom, coloque muita coragem e disposição na mochila, porque já vamos 
entrar na Trilha. E não se esqueça de compartilhar conosco, nas redes sociais 
do Mapear Português, suas impressões e experiências nesta jornada.
Um abraço dos seus novos amigos de aventura:
 Amanda e Pacco
S o b r e e s t e l i v r o
A Turma do Mapear
Mapa da Trilha 9
Mapa 1: O que é Gramática 11
Mapa 2: As partes da Gramática 13
Mapa 3: Sons e Letras 15
Mapa 4: Encontros Vocálicos 17
Mapa 5: Encontros Consonantais 19
Mapa 6: Dígrafos 21
Mapa 7: Acentuação Gráfica 23
Mapa 8: Uso do Hífen: Regra Geral 25
Mapa 9: Uso do Hífen: Casos Particulares 27
Mapa 10: As 10 Classes de Palavras 29
Mapa 11: Como Identificar as Classes Gramaticais 31
Mapa 12: Substantivo 33
Mapa 13: Classificação dos Substantivos 35
Mapa 14: Artigo 37
Mapa 15: Numeral 39
Mapa 16: Adjetivo 41
Mapa 17: Plural dos Adjetivos Compostos 43
Mapa 18: Plural dos Substantivos Compostos 45
Mapa 19: Pronome 47
Mapa 20: Verbo 49
Mapa 21: Termos Essenciais da Oração 51
Mapa 22: Preposição 53
Mapa 23: Transitividade Verbal 55
Mapa 24: Complementos Verbais 57
Mapa 25: Verbos de Ligação 59
Mapa 26: Pronomes Pessoais 61
Mapa 27: Pronomes Demonstrativos 63
Mapa 28: Classificação da Partícula A 65
Mapa 29: Pronome Relativo 67
Mapa 30: Emprego dos Pronomes Relativos 69
Mapa 31: Pronomes Possessivos 71
Mapa 32: Pronomes Indefinidos 73
Mapa 33: Emprego de BASTANTE 75
Mapa 34: Pronomes Interrogativos 77
Mapa 35: Uso dos Porquês 79
Mapa 36: Verbos: Modos e Tempos 81
Mapa 37: Modo Indicativo 83
Mapa 38: Há e A 85
Mapa 39: Modo Subjuntivo 87
Mapa 40: Modo Imperativo 89
Mapa 41: Estrutura das Palavras 91
Mapa 42: Processos de Formação de Palavras 93
Í n d i c e
A Trilha da Gramática
Mapear Português
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A Trilha da Gramática
Mapear Português
10
O que é Gramática?
Muitas vezes pensamos que gramática é um livrinho cheio de regras 
que nunca vamos conseguir dominar, não é mesmo?
Mas não é nada disso! Ufa! Na verdade, todos nós temos uma 
gramática interna, que vai desenvolver-se de acordo com a cultura em que 
estivermos inseridos. Observe que mesmo uma pessoa que não tenha tido 
a oportunidade de ir à escola consegue se comunicar por meio da nossa 
Língua. Isso ocorre porque ela desenvolve sua competência linguística pela 
interação com os pais, com os familiares, com os amigos.
Ora, se nós já nascemos com essa “gramática interna”, por que 
precisamos estudar Gramática?
Neste mapa, mostramos pelo menos três conceitos de Gramática. 
E o que há em comum entre eles? A clareza de que conhecer os elementos 
e os processos gramaticais nos possibilita uma comunicação mais eficaz e 
criativa por meio da nossa Língua.
A Gramática que estudamos na escola – que é exigida na comunicação 
oficial, no ENEM, em vestibulares ou em concursos – é a Gramática 
Normativa. Ela de fato, é um conjunto de prescrições e regras que 
determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada. Nosso 
objetivo, com esse livro de mapas, resumos e esquemas, é ajudar você a 
dominá-las.
Estudar Gramática pode ser muito divertido. Vamos juntos?
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A Trilha da Gramática
Mapear Português
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A Trilha da Gramática
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As partes da Gramática
Muita gente nos pergunta:“Por onde devo começar a estudar 
Gramática?” Entendemos que, primeiramente, é fundamental conhecer 
as três partes que a compõem. Criamos, então, o triângulo FOMOSIN, que 
representa essas três partes:
FO = Fonologia: estuda os SONS das palavras (os fonemas);
MO = Morfologia: estuda a FORMA, a CLASSE das palavras;
SIN = Sintaxe: estuda a ORDEM, a POSIÇÃO das palavras na frase; 
estuda a RELAÇÃO entre as palavras na oração e, principalmente, 
a FUNÇÃO que as palavras e as orações exercem nos períodos de 
um texto.
Existem duas áreas linguísticas que têm profunda relação com a 
Gramática:
1) Semântica: estuda os significados literais e contextuais das 
palavras. São objetos de estudo da Semântica, por exemplo, os 
sinônimos (palavras com significado semelhante – alegria e 
prazer), os antônimos (palavras com significado oposto – alegria e 
tristeza), os homônimos (palavras com grafia ou pronúncia iguais 
e significados diferentes – cela, sela) e os parônimos (palavras 
parecidas na grafia e na escrita e com significados diferentes – 
retificar e ratificar). 
2) Estilística: estuda os recursos de expressividade da língua e as 
formas utilizadas para se dar um tom artístico ou expressivo ao texto. 
São exemplos de recursos estilísticos as figuras de linguagem.
Agora que você já conhece as três partes da Gramática e as duas 
áreas linguísticas que têm relação com ela, que tal se aprofundar em cada 
uma delas?
Nós vamos ajudar você! Neste primeiro volume da coleção MAPEAR, 
vamos falar de Fonologia, de Morfologia e um pouco de Sintaxe.
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A Trilha da Gramática
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A Trilha da Gramática
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Sons e Letras 
Muito antes de aprendermos a escrever, aprendemos os sons das 
palavras. Por exemplo, uma das primeiras palavras que aprendemos 
é “mamãe”. Essa palavra é formada por 5 sons que se juntam para 
produzir um sentido, um significado. Cada um desses sons é chamado 
de fonema. O fonema é a menor unidade de som distintiva de uma 
língua, ou seja, o menor som pelo qual podemos diferenciar palavras. 
Veja:
/saco/ /sapo/ /papo/ /pato/ /mato/ /mito/
Uma criança consegue diferenciar esses sons na fala muito antes de 
aprender a escrever. Depois de um tempo — normalmente quando vai para 
a escola ou é alfabetizada em casa —, aprende que existe uma forma de 
representar os sons: as letras ou grafemas. 
As letras são representações visuais dos sons da língua. Na nossa 
Língua, temos 26 letras, que formam o nosso alfabeto. De uma maneira 
simples, podemos dizer que são símbolos, códigos, desenhos. Cada 
letra representa um som (fonema), mas há casos em que o som é 
representado por duas letras (dígrafos), um caso em que uma letra 
representa dois sons (dífono) e alguns casos em que o mesmo som é 
representado por letras diferentes. Veja:
 /casa/ /exato/ /zebra/
Observe, nos exemplos acima, que o som /z/ é representado por três 
letras diferentes: s, x, z, o que pode gerar muitas dificuldades na hora de 
escrever. Por isso é importante ler bastante e estudar ortografia (a forma 
correta de se escrever as palavras).
Existem três tipos de fonemas:
1) vogais - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente dos 
pulmões que passa livremente pela cavidade oral (boca) e pela cavidade 
nasal (nariz). Existem sete vogais orais e cinco vogais nasais, que são 
representadas pelas letras a, e, i, o, u. 
• vogais orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/
• vogais nasais: /ã/, /e/, /i/, /õ/, /u/. A nasalidade pode ser representada 
pelo sinal ~ (til) ou pelas letras consoantes m e n em final de sílaba.
2) consoantes - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente 
dos pulmões que encontra obstáculos na sua passagem pela boca ou 
pelo nariz; são dependentes de uma vogal para serem pronunciados. 
Existem 21 consoantes (b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z)
3) semivogais - são sons que se assemelham às vogais e às 
consoantes; passam livremente pelas cavidades bucal ou nasal, porém 
também precisam de uma vogal na sílaba, ou seja, são sons fracos, que não 
têm independência. São semivogais /i/ e /u/, e podem ser representadas 
pelas letras i, u, e, o.
/pai/ /mau/ /mãe/ /mão/
As sílabas são um fonema vocálico ou um grupo de fonemas diversos 
pronunciados de uma vez. Não existe sílaba sem vogal, assim como não 
existe sílaba com mais de uma vogal. 
/a-mor/, /ru-a/, /Pi-au-í/, /tungs-tê-ni-o/
É importante saber tudo isso, porém o que mais importa é conhecer 
as palavras. As palavras são a unidade básica de comunicação. São 
formadas por fonemas, sílabas e letras que nos levam a um significado. 
Nossa aventura pela Trilha está apenas no começo! Ainda temos muito 
a desvendar sobre as palavras!
Vamos, juntos, conhecer a Trilha da Gramática!
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A Trilha da Gramática
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A Trilha da Gramática
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Encontros Vocálicos 
Você sabia que muitas vezes as vogais se encontram com outras 
vogais ou semivogais na mesma sílaba ou em sílabas separadas? Esses 
encontros são chamados de encontros vocálicos. Eles se classificam de 
três formas:
1. Tritongo: significa, de forma literal, três sons. Ocorre quando uma 
semivogal, uma vogal e outra semivogal se encontram na mesma sílaba.
/Uruguai/ /saguão/
2. Ditongo: literalmente, significa dois sons. Ocorre quando uma vogal 
e uma semivogal se encontram na mesma sílaba. De acordo com a ordem 
desses sons na sílaba, o ditongo se classifica em:
a) ditongo crescente: o som vai do mais fraco (semivogal) ao mais 
forte (vogal).
/cárie/ /armário/ 
b) ditongo decrescente: o som vai do mais forte (vogal) para o mais 
fraco (semivogal).
/mamãe/ /papai/
Os ditongos também podem ser orais (os sons saem apenas pela 
boca — pai, rói, céu) ou nasais (saem pela boca e pelo nariz — mãe, pão, 
ninguém).
Observe que na palavra ninguém, citada acima, a letra “m” funciona 
como um sinal de nasalidade e surge a semivogal “i” quando pronunciamos 
a palavra. Ou seja, escrevemos de uma forma, mas pronunciamos de 
outra forma. A classificação do ditongo leva em conta a forma como 
pronunciamos. Temos, portanto, um ditongo nasal decrescente.
ninguém = ni/gei
3. Hiato: essa palavra tem um significado interessante — lacuna, 
abertura. Na gramática, é o encontro de duas vogais em sílabas separadas, 
ou seja, existe uma lacuna entre elas:
/po-e-ta/ /ca-í-mos/ /ru-im/ /ca-a-tin-ga/
Por que é importante conhecermos os encontros vocálicos? 
Principalmente por dois motivos: 
1) para separar adequadamente as palavras na translineação (quando 
passamos de uma linha para outra no texto);
2) para fazer a acentuação gráfica correta de algumas palavras 
(veremos esse assunto mais à frente).
Bom, agora para você memorizar com mais facilidade, veja as letras que 
estão nos balões que o casal está segurando: TDH, um acróstico para nos 
lembrarmos dos três encontros vocálicos — Tritongo, Ditongo e Hiato.
Esperamos que você tenha gostado! Vamos continuar nossa Trilha?
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Encontro Consonantal
Já estudamos que existem sons vocálicos (formados por vogais e 
semivogais). Agora vamos estudar os sons consonantais. As palavras, 
unidades básicas de comunicação, são formadas por fonemas ou 
agrupamento de fonemas (sílabas). Não existem sílabas sem vogais; 
normalmente as sílabas são formadas por vogais e consoantes. Numa 
palavra, pode haver encontros vocálicos ou encontros consonantais.
Os encontros consonantais são agrupamentos de consoantes 
em sequência na palavra; podem fazer parte da mesma sílaba ou não. 
Classificam-se em:
• encontros perfeitos, próprios ou puros: as consoantes ficam na 
mesma sílaba e geralmente contém “l” ou “r”. Na separação silábica, 
eles devem ficar juntos: 
 pra-to, Plu-tão, fra-se, Cló-vis.
• encontros imperfeitos,impróprios ou disjuntos: são as 
consoantes que se encontram na palavra, mas na separação 
silábica ficam em sílabas diferentes: 
 sus-to, ad-mi-nis-trar
É importante observar que numa mesma palavra podemos ter 
encontros perfeitos e imperfeitos, como é o caso da palavra plástico: 
/plás-ti-co/
Uma consoante não tem independência fonética, ou seja, não pode ser 
pronunciada isoladamente. Portanto, na separação silábica, ela não pode 
ficar sozinha na sílaba: pneu, mne-mô-ni-co. 
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Não podemos, também, confundir encontro consonantal com dígrafo 
consonantal: no encontro consonantal temos dois sons consonantais 
diferentes; no dígrafo, temos um único som, porém representado por duas 
letras. Vamos ver? 
cacto = cac-to = encontro consonantal
exceção = ex-ce-ção = dígrafo consonantal
Devemos, também, evitar um erro muito comum: M e N ao final de 
sílabas não são sons consonantais — funcionam simplesmente como 
sinais de nasalidade. Fazem parte de dígrafos vocálicos ou ditongos. Veja:
samba = /sam-ba/ = /s/ã/b/a ninguém = /nin-guém/ = /n/i/g/e/i/
Nessas palavras, não temos encontro consonantal, porque a letra M, 
neste contexto, não representa um som: simplesmente transmite uma 
nasalidade para a vogal anterior; tanto é assim que temos apenas quatro e 
cinco fonemas, respectivamente, que seriam assim representados:
/s/ã/b/a /n/i/g/e/i/
Parece um pouco difícil, não é mesmo? Mas são detalhes importantes 
da nossa Língua que precisamos conhecer!
Existem muitos desafios nesta Trilha, mas vamos vencê-los!
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Dígrafos
Vamos agora passar por mais uma fase da nossa incrível aventura. 
Estamos estudando Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda 
os sons da língua. Já aprendemos sobre sons e letras. Vimos, por exemplo, 
que o fonema é a menor unidade distintiva de uma palavra. Quando 
pronunciamos sapo e saco, observamos que o que diferencia tais palavras 
é apenas um som consonantal. Aprendemos também que vogais e 
semivogais podem se encontrar numa sílaba; que também há encontros 
consonantais, consoantes que se encontram na mesma sílaba ou em 
sílabas separadas.
Normalmente, uma letra representa um único som, porém temos na 
nossa Língua um fenômeno fonético chamado dígrafo. Essa palavra é a 
junção do prefixo “di”, que significa “dois”, mais o radical “grafo”, que de uma 
maneira simples significa grafema ou letra; portanto, dígrafos são duas 
letras que representam um único som (fonema). Existem 10 dígrafos 
vocálicos e 11 dígrafos consonantais.
Os dígrafos vocálicos são formados pelo encontro das vogais a, e, i, 
o, u com as letras consoantes m e n em final de sílabas. Nesse caso, tais 
letras consoantes não funcionam como consoantes, mas como sinais de 
nasalidade. Observe as seguintes palavras:
samba tempo limpo pombo bumbo
O que há de comum entre elas? As cinco possuem cinco letras e quatro 
sons (fonemas). Todas elas podem ser divididas em duas sílabas:
sam-ba tem-po lim-po pom-bo bum-bo
Em todas elas, a letra consoante m não está iniciando uma sílaba (se 
isso acontecesse, ela representaria um fonema). Considere o som dessas 
palavras. Elas poderiam ser assim representadas:
sãba tepo lipo põbo bubu
Sabemos que elas não são escritas dessa forma, porque nossa Língua 
tem uma convenção ortográfica (um acordo) que leva em consideração 
a origem das palavras e a tradição de como elas foram escritas. Mas, 
considerando apenas o som, a letra m — presente em todas essas palavras 
— tem exatamente o mesmo valor do sinal de nasalidade til. Claramente 
percebemos, portanto, que essas palavras têm apenas quatro sons. Como 
os encontros am, em, im, om e um representam um único som, temos aí os 
dígrafos vocálicos.
Além desses grupos vocálicos, temos aqueles com valor consonantal. 
Observe as palavras chave e xale. O som inicial dessas palavras é o mesmo, 
porém são escritas de formas diferentes: o fonema Inicial dessas palavras é 
representado no primeiro caso pelo encontro ch e no segundo caso pela letra 
x. Dizemos portanto que o ch é um dígrafo consonantal, já que representa 
um único som com valor de consoante.
Existem 11 dígrafos consonantais e, na separação silábica, cinco deles 
são inseparáveis: ch, lh,nh,qu, gu. 
Então é isso, pessoal. Nosso cachorrinho Dig Dig tem esse nome 
porque queremos que você se lembre de que existem dois tipos de dígrafos: 
dígrafos vocálicos e dígrafos consonantais. Alíás, quantos dígrafos 
existem na frase “Esse é o DIG DIG, um cachorrinho lindo e mansinho”? 
Quem respondeu 8 acertou!!
Esperamos que você esteja feliz nessa Grande Aventura. Até a próxima 
fase.
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Acentuação Gráfica
Vamos continuar nossa jornada conversando sobre um assunto 
de Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda os sons das 
palavras. 
A acentuação gráfica trata dos sinais gráficos que nos indicam a 
pronúncia das palavras na nossa Língua. 
Temos apenas dois acentos gráficos propriamente ditos: o agudo (´) e 
o circunflexo (^), que têm como principal função indicar a sílaba mais forte 
(a tônica) e se o som da vogal é aberto ou fechado. O acento grave (`) não 
indica a sílaba tônica e é chamado de sinal indicativo de crase (assunto que 
estudaremos em outra oportunidade). O til (~) também não é considerado 
um acento, e sim um sinal de nasalidade, ou seja, um indicador de que o 
som sairá também pelo nariz. 
Então, depois de entendermos quais são os acentos e para que eles 
servem, precisamos lembrar a classificação das palavras quanto à posição 
da sílaba tônica, ou seja, da sílaba mais forte. De acordo com esse critério, 
as palavras podem ser:
1) Oxítonas: a sílaba mais forte é a última. Ex.: sofá, acarajé, tatu, fé, 
açaí, cipó, caju...
2) Paroxítonas: a sílaba mais forte é a penúltima. Ex.: cadeira, copo, 
livro, fácil, táxi...
3) Proparoxítonas: a sílaba mais forte é a antepenúltima. Ex.: médico, 
côncavo, colégio...
É importante saber que a maioria das palavras têm acento tônico, 
mesmo que não tenham acento gráfico. Acento tônico é a mesma coisa que 
sílaba tônica: sol, caju, trovão, sozinha, retrato.
No nosso resumo, indicamos 5 REGRAS de ACENTUAÇÃO. As 
três primeiras têm a ver com as palavras oxítonas, paroxítonas e 
proparoxítonas. As outras duas são casos especiais. Criamos uma 
forma fácil de você memorizá-las: o mnemônico OPA! PRO HIATO TEM 
DIFERENCIAL, que significa:
O – Oxítonas: a, e, o - (s), em, ens
PA – Paroxítonas: as não terminadas como as anteriores
PRO – Proparoxítonas: todas
HIATO – regra específica para acentuação das vogais I e U, quando 
sozinhas na sílaba ou seguidas de “s”. Lembrando que hiato é o encontro 
de vogais em sílabas separadas. Observe, porém, que, se as vogais I e 
U estiverem antecedidas por ditongos em palavras paroxítonas, não 
receberão acento: Exemplos: ba-ú, I-ta-ú, ba-la-ús-tre, a-ça-í, Ju-í-na, 
con-tri-bu-ís-te (hiatos com acento); fei-u-ra, bai-u-ca, Bo-cai-u-va 
(hiatos sem acento)
TEM DIFERENCIAL – os casos das palavras que recebem acento 
gráfico para serem diferenciadas quanto à classe gramatical e o sentido. 
Ex.: Vou pôr o livro na estante. (verbo)
 Vou por outro caminho. (preposição).
O Novo Acordo Ortográfico de 1990 não cita, no conjunto das regras 
de acentuação, uma regra muito comum: as paroxítonas terminadas 
em ditongo crescente. Na verdade, ele coloca tais palavras na regra 
das proparoxítonas e as considera proparoxítonas aparentes. 
Exemplos: co-lé-gi-o, ar-má-ri-o, san-dá-li-a, A-mé-li-a.
#ficaadica
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A Trilha da Gramática
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1) Se o primeiro elemento terminar com uma letra igual à letra que 
inicia o segundo elemento, os dois elementos devem ser separados porhífen no composto: “iguais se separam”. Veja os exemplos:
micro-ondas anti-inflamatório super-resistente
Observe que o primeiro elemento, nos três casos, termina com uma 
letra que é igual à que inicia o segundo elemento. Dessa forma, devem ser 
separados.
2) Se o primeiro elemento terminar com uma letra diferente daquela 
que inicia o segundo elemento, os dois elementos se atraem, ou seja, não 
podem ser separados por hífen: “diferentes se atraem”.
micronutriente anticoncepcional superinteressante
É importante notar que quando houver a junção de alguma vogal com 
as consoantes r ou s, deveremos dobrar a consoante, ou seja, usá-la de 
forma duplicada:
antissocial autossabotagem autorretrato
Essas duas regrinhas vão servir para a maioria dos casos: iguais 
se separam e diferentes se juntam. Porém, na Língua Portuguesa, 
normalmente temos exceções, chamadas de casos particulares. É o que 
veremos na próxima fase da Trilha, isto é, no próximo mapa.
 Mas, antes disso, tenha cuidado com esta exceção: com os prefixos 
CO, RE, PRO, os dois elementos do composto estarão juntos, mesmo que 
o segundo deles comece com uma vogal igual à vogal final desses prefixos. 
Veja:
coobrigar reenviar proótico 
Um abraço. A gente se encontra na próxima fase!
Uso do Hífen — Regra Geral
Na Língua Portuguesa, temos palavras primitivas ou derivadas, simples 
ou compostas. Palavras primitivas são aquelas que nasceram primeiro e dão 
origem a outras (chamadas derivadas). Derivadas são aquelas formadas, 
normalmente, a partir do acréscimo de um elemento significativo, chamado 
de prefixo (quando vem antes) ou sufixo (quando vem depois do radical). 
As palavras simples são aquelas que têm apenas um radical, ou seja, 
uma base de significação; já as palavras compostas possuem mais de um 
radical e podem ou não estar ligadas entre si por hífen. 
Entre os usos do hífen, com certeza se destaca a formação de palavras 
compostas. Tais palavras são formadas pela junção de outras duas 
palavras ou pela junção de um prefixo ou falso prefixo ao radical. Existem 
muitas particularidades para o uso do hífen, por isso teremos dois mapas 
para tratar desse assunto. Aqui vamos tratar de duas regras gerais que vão 
ajudar você a ter muita segurança na hora de empregar esse sinal.
De forma geral, o uso do hífen depende de como termina a primeira 
palavra do composto e de como começa a segunda palavra. Por exemplo, 
a palavra autoescola é formada pelos elementos auto e escola; o primeiro 
elemento termina na vogal “o” e o segundo começa pela vogal “e”. Você 
pode considerar o seguinte: iguais se separam e opostos se atraem! 
Quando falamos “opostos”, estamos querendo apenas associar essa regra 
a uma expressão popular— opostos se atraem —, mas considere no lugar 
da palavra “opostos” a palavra diferentes, ou seja, diferentes se atraem. 
Como assim?
Bom, podemos dizer que existem duas regras que, de modo geral, 
resolvem quase todos os casos:
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Muito BEM, EM, EM, EM, EM! índio TUPI não quer pão e circo na 
fauna e na flora! 
1. sufixos de origem TUPI (açu, guaçu, mirim) 
2. prefixos PAN, CIRCUM
3. advérbio BEM
4. prefixos terminados em EM: RECÉM ALÉM, SEM, AQUÉM 
 (acróstico RASA)
5. nomes da zoologia ou da botânica
jacaré-açu Guajará-mirim pan-americano
circum-navegações bem-humorado recém-casado
sem-terra erva-doce tatu-bola
Sabemos que vai dar um pouco de trabalho vencer todos os desafios 
desta fase da Trilha, mas vai valer a pena! Com este mapa, encerramos um 
ciclo que tem a ver com Fonologia e Ortografia. Vamos, agora, rumo a uma 
grande aventura: a casa das palavras!
Uso do Hífen – Casos Particulares
Às vezes, a gente chega a pensar que precisa ser um super-homem ou 
uma mulher-maravilha para lembrar tantas regrinhas de Português, não é 
mesmo?
Por isso criamos um personagem inspirado no Super-Homem: 
o Super-Hífen. Ele vai nos ajudar a lembrar os 10 principais casos 
particulares, ou seja, as 10 principais exceções ao uso do hífen. Esses casos 
estão relacionados, em sua maioria, a prefixos que devem ser separados 
por hífen. Para você memorizar com mais facilidade, dividimos em dois 
grupos. O primeiro grupo é representado por um mnemônico esquisito:
Prefeito H, da sub-região, é um mal ex-vice do PPP
Com isso, você memoriza o primeiro grupo com cinco primeiros prefixos 
que devem ser separados por hífen.
Pref H = qualquer prefixo + palavra iniciada por H
Sub R = prefixo SUB + palavra iniciada por R 
MAL = advérbio MAL + qualquer vogal
EX VICE = prefixos EX e VICE são sempre separados
PPP = prefixos PRÉ, PRÓ, PÓS acentuados são sempre separados
super-higiênico sub-regional mal-amado ex-jogador 
vice-presidente pré-candidata pró-animais pós-moderno 
O segundo grupo contém prefixos e pode ser memorizado pelo 
mnemônico:
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As 10 Classes de Palavras
Somos apaixonados por esta casinha. Eu (Amanda) já fiz esse desenho 
várias vezes! Essa é a CASA DAS DAS PALAVRAS, a casa das classes 
gramaticais. Se você não sabe por onde começar a estudar Morfologia, 
fica a dica: comece pelas classes gramaticais. Aprenda a diferenciar, por 
exemplo, substantivos de adjetivos; artigo de preposição; pronome de 
advérbio. Saber identificar as classes num texto é o início de tudo.
Existem cerca de 500.000 palavras na nossa Língua. E cada uma delas 
pertence a uma das 10 classes gramaticais (grupos). Numa linguagem 
figurada, cada palavra pertence a uma “tribo”!
Existem três colunas nessa casa gramatical:
1ª: classes variáveis que se referem ao substantivo: ANAP.
2ª: classes variáveis principais: o verbo e o substantivo: VS.
3ª: classes invariáveis: advérbio, conjução, preposição e interjeição: A CPI.
Por que destacamos, no meio da casa, VS (verbo e substantivo)? Porque 
são as duas classes mais importantes. Praticamente, toda a gramática gira 
em torno dessas duas classes.
Por exemplo, ANAP (artigo, numeral, adjetivo, pronome) só existem 
por causa do substantivo. Essas classes (ANAP) servem para indicar o 
gênero (masculino ou feminino), o número (singular ou plural) do substantivo 
e expressar inúmeras ideias em relação a ele (qualidade, característica, 
posse, indefinição, quantidade etc.). São chamadas de determinantes e 
modificadores de substantivo. 
Os meus dois amigos mais próximos viajarão comigo.
Já o advérbio, que é uma das classes invariáveis (A CPI), estabelece 
relação de sentido com o verbo, mas pode se relacionar, também, com 
adjetivos e com outros advérbios. Em alguns casos, pode mudar o sentido 
de uma frase inteira.
Ana canta bem.
Ana canta muito bem!
Ana chegou mais feliz.
Atualmente algumas pessoas estão em quarentena.
E quanto à CPI? (calma, não se trata de comissão parlamentar de 
inquérito rsrsrs). Trata-se de classes invariáveis. Não estabelecem relação 
direta com nenhuma das outras classes. Mas são muito importantes, 
principalmente as conjunções (que ligam termos, orações e estabelecem 
diversas relações de sentido) e as preposições (que ligam palavras e 
estabelecem relações de sentido na frase). As interjeições servem para 
expressar, de modo vivo, as emoções e é uma classe independente, ou seja, 
não tem praticamente nenhuma relação com as demais. Veremos exemplos 
dessas classes posteriormente.
Bom, temos muito trabalho pela frente! Este mapa serve apenas para 
dar uma ideia geral das classes. Teremos que estudar uma a uma para 
concluir A Trilha da Gramática. Sc
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Pelo critério da ideia, as palavras são muito semelhantes, pois ambas 
podem ser consideradasqualidade. Há uma pequena diferença, que 
poucas pessoas percebem: “inteligência” dá nome a uma qualidade, a algo 
que existe de forma abstrata, já “inteligente” é uma característica atribuída 
a algo ou alguém.
Pelo critério da variação, podemos notar outra diferença: os adjetivos 
possuem a variação em grau superlativo, que serve para intensificar, 
amplificar o sentido de uma palavra; os substantivos não possuem essa 
variação. 
Maria é inteligentíssima.
(grau superlativo absoluto sintético do adjetivo)
Maria é muito inteligente.
(grau superlativo absoluto analítico do adjetivo)
Maria é muito inteligência.
(esta frase estaria incorreta, porque naturalmente o substantivo não aceita o grau 
superlativo).
O que nós quisemos demonstrar a você com essa análise? A forma 
mais segura de comparar as palavras e definir a que classe elas pertencem 
é observá-las pelos critérios R + I + V e não apenas pela ideia. No início, 
isso pode dar muito trabalho! Com o tempo se torna algo simples de fazer. 
Uma palavra pode pertencer a mais de uma classe? A resposta é 
SIM! 
Na frase “Sabemos que a vida está sujeita a problemas”, temos 
duas ocorrências da partícula a. Mas, pelos critérios da relação e 
da variação, você já pode perceber que elas têm classificações 
diferentes: a primeira é artigo e a segunda é preposição. Segure a 
ansiedade que vamos estudar esse assunto mais para a frente!
#ficaadica
Uau! Você já passou por 11 fases da Trilha! Comemore!!!!
Como Identificar as Classes Gramaticais
Já aprendemos que nossa casa gramatical tem 3 colunas: as 4 classes 
variáveis “coadjuvantes”; as 2 classes variáveis “protagonistas”; e as 4 classes 
invariáveis. Existem cerca de 500.000 palavras no nosso idioma, apesar de 
utilizarmos no máximo 10.000 desse conjunto. Cada uma delas, geralmente, 
pertence a uma classe gramatical. Mas como podemos identificar a classe 
de cada palavra?
Normalmente as pessoas classificam as palavras pela IDEIA que 
elas expressam. O problema é que esse critério, sozinho, tem falhas. Por 
exemplo: as palavras “inteligência” e “inteligente” indicam qualidade. Na 
escola, aprendemos que adjetivo é a palavra que indica qualidade. Mas 
“inteligência” é substantivo e “inteligente” é adjetivo. E agora? O ideal é 
seguir TRÊS critérios para definir a que classe pertence uma palavra:
Relação + Ideia + Variação (RIV)
Você gosta de Matemática? Vamos criar uma equação para representar 
os três critérios: R + I + V= X, em que R é a relação que uma palavra 
estabelece com outra na frase, I é a ideia que a palavra transmite, V são as 
possíveis variações que a palavra pode sofrer na sua forma e X é a classe 
gramatical.
Vamos analisar as palavras inteligência e inteligente?
Pelo critério da relação, já se nota a diferença entre as palavras. 
Podemos falar “Maria é inteligente”, mas soa muito estranho falar “Maria é 
inteligência”. Por que soa estranho? Porque normalmente um substantivo 
não qualifica o outro e nessa frase tanto “Maria” quanto “inteligência” 
são substantivos. Já na frase “Maria é inteligente”, não há nada estranho: a 
palavra “inteligente” estabelece uma relação natural com “Maria” e indica 
uma qualidade dela.
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Substantivos
As duas classes mais importantes são os substantivos e os verbos. 
Vamos aprender hoje um pouco mais sobre SUBSTANTIVOS?
A palavra substantivo veio de SUBSTÂNCIA. Os latinos chamavam de 
SUBSTANTIVO tudo aquilo que tivesse uma substância, uma essência. 
Claro que aí cabiam apenas os substantivos concretos, como pessoas, 
coisas, objetos etc. 
Com o tempo, percebeu-se que algumas coisas existiam, mas não eram 
tangíveis, concretas. Daí surgiu o conceito de substantivos abstratos – que 
não podem ser vistos, tocados ou mensurados. São normalmente ações 
(chegada, fiscalização, implantação), sentimentos (amor, paz, harmonia) 
e ideias (imaginação, beleza, ética).
Tudo o que existe tem um NOME. Portanto, substantivo é a palavra 
que dá NOME aos seres, a tudo o que você vê, ouve, sente ou imagina. 
Os substantivos também podem ser classificados de acordo com 
a ideia que expressam e com o processo de formação. Veremos isso 
com mais detalhes na próxima fase. Mas, antes disso, vejamos aqui 
resumidamente:
Ele trouxe o quebra-cabeça. 
Nessa frase, temos claramente um substantivo: quebra-cabeça. 
Essa palavra faz referência a um objeto, ou seja, a algo concreto, tangível, 
mensurável. De uma maneira simples, indica algo que pode facilmente ser 
visto ou tocado, algo que tem natureza independente, pois não precisa da 
nossa imaginação para existir. Então dizemos que se trata de um substantivo 
concreto. Ao mesmo tempo, o substantivo quebra-cabeça é formado 
pela junção de duas palavras; portanto dizemos que é um substantivo 
composto. Se fosse apenas uma palavra, seria chamado de substantivo 
simples.
Mas o que importa mesmo é que o substantivo (o verbo também) 
sempre é a palavra mais importante numa expressão. Por isso dizemos que 
ele tem uma função NUCLEAR. Olhe esta frase:
As minhas duas melhores amigas viajaram.
Todas as palavras da frase obrigatoriamente concordam em número 
com o substantivo “amigas” e a maioria concorda em gênero.
As palavras que antecedem o substantivo “amigas” pertencem ao 
acróstico ANAP – artigo, numeral, adjetivo e pronome. Essas classes que se 
referem ao substantivo são os elementos determinantes ou modificadores. 
É importante, também, conhecer as flexões (variações) do substantivo. 
Ele muda de acordo com: 
• gênero (masculino e feminino): cidadão/cidadã 
• número (singular e plural): papel/papéis
• grau (aumentativo e diminutivo): homenzarrão/homenzinho
Quer saber se uma palavra é um substantivo? Veja se ela aceita 
facilmente a anteposição de um dos artigos: o, os, a, as, um, uma, uns, 
umas.
Vamos continuar na Trilha! Na próxima fase, estudaremos a 
classificação dos substantivos.
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Classificação dos Substantivos
Tudo bem? Agora que já sabemos o que são substantivos, vamos 
estudar a classificação deles quanto à ideia que expressam e ao processo 
de formação.
Antes, vamos explicar nosso mnemônico (técnica de memorização): 
CASC DP PCC. Em algumas regiões do país, existe, na linguagem popular, 
o verbo cascar, no sentido de sair, “dar o fora”, “vazar”. Daí nosso acróstico 
CASC. Já o DP pode ser a abreviação de Delegacia de Polícia. E PCC é um 
grupo criminoso conhecido. 
Como já falamos, a técnica de ASSOCIAÇÃO – que nos ajuda a lembrar 
o conteúdo – às vezes ocorre com expressões sem muito sentido. Foi o que 
fizemos aqui: CASC pra DP, PCC!!!
Vamos voltar agora à explicação da matéria. 
• Quanto à ideia, o substantivo pode ser concreto ou abstrato, 
comum ou próprio, e coletivo. 
• Quanto ao processo de formação, ele pode ser simples ou 
composto, primitivo ou derivado.
• A palavra amor, por exemplo, se classifica como substantivo 
abstrato (depende de outro substantivo para existir, ou seja, tem 
natureza dependente); comum (porque dá nome a um sentimento 
que é comum a vários seres); simples (porque tem apenas um 
radical, ou seja, é formado por apenas uma palavra) e primitivo 
(porque é uma palavra original, ou seja, dá origem a outras, como 
amoroso, desamor...).
• A palavra quero-quero, por exemplo, se classifica como substantivo 
concreto (tem natureza independente – é uma ave); comum 
(porque dá nome a uma espécie); e composto (porque é formado 
pelo processo de composição – junção de duas palavras). 
Então é bom ficar atento: uma mesma palavra pode ter diversas 
classificações quanto à forma e à ideia que expressa.
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Artigos
Tudo bem? E se eu falasse para você que existe uma classe gramatical 
que contém apenas 2 palavras?
Seria bom, não é mesmo? Pois ela existe:ARTIGO. As palavras são: 
O (artigo definido) e UM (artigo indefinido). No nosso mapa, colocamos 8 
porque contamos com as variações de gênero e número: o, a, os, as; um, 
uma, uns, umas.
No nosso mapa, temos 3 informações importantes sobre o conceito 
de artigo e 3 formas de usá-lo. Além dessas informações, é importante 
observar que:
1. O artigo indefinido um se diferencia do numeral um porque este 
é usado para indicar quantidade e aquele não. Para saber se é 
numeral, use as palavras exatamente (com ideia de quantidade) 
ou somente. Além disso, observe se no contexto há ideia de 
quantidade. Veja os exemplos:
 Ela comprou dois livros; eu comprei um.
 (exatamente, somente um = numeral)
 Ele era um homem inteligente.
 (não podemos usar a expressão exatamente. Portanto, aqui temos 
um artigo indefinido).
2. O artigo pode substantivar outras classes, tornando-as 
substantivos.
• Ele é justo. (adjetivo)
 O justo terá uma vida feliz. (substantivo)
• Quando e por que isso aconteceu? (advérbio e pronome 
interrogativo, respectivamente)
 Não sabemos o quando nem o porquê. (substantivos)
• Ele leva e traz notícias! (verbos)
 Ele é um leva e traz. (substantivo composto)
3. Quando usado com nomes próprios, o artigo indica familiaridade, 
mas o uso é opcional. Exemplo:
A Ana não veio hoje.
Ana não veio hoje.
 Pela lógica, se existe artigo na frase, existe um substantivo. Aliás, a 
maneira mais fácil de saber se uma palavra é substantivo é inserir 
um artigo antes dela. Se a palavra aceitar naturalmente o artigo, 
ela se classificará como um substantivo.
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Numeral 
Apresentamos a você agora o NUMERAL! Vamos estudá-lo quanto à 
relação, à classificação e à flexão.
• Relação: O numeral faz parte do acróstico P.A.U.L.A, ou seja, 
faz parte das classes ou expressões que se referem diretamente 
ao substantivo, para especificá-lo, determiná-lo. É, também, um 
modificador do sentido do substantivo ao indicar quantidade exata. 
 Pronome
 Artigo
N Umeral
 Locução Adjetiva
 Adjetivo
É importante ressaltar que o numeral pode ter valor substantivo 
(substitui o substantivo) ou adjetivo (acompanha o substantivo – 
neste caso, exerce geralmente a função de adjunto adnominal).
João e Antônio estudam na mesma escola. Os dois gostam 
exatamente das mesmas matérias. (numeral substantivo)
Tenho dois amigos leais. (numeral adjetivo)
• Classificação: existem quatro tipos de numerais:
Cardinais: indicam, de maneira direta, a quantidade: dois, duas, 
vinte, trinta ...
Ordinais: indicam quantidade de maneira indireta, ou seja, pela 
posição que o substantivo ocupa num conjunto de elementos: 
primeiro, segundo, terceiro ...
Multiplicativos: indicam o número de vezes que uma determinada 
quantidade foi multiplicada, um aumento proporcional dessa 
mesma quantidade: dobro, triplo, quádruplo ...
Fracionários: indicam o fracionamento de uma unidade, de um 
todo, indicando assim suas frações, divisões e partes: um terço, 
dois décimos, meio ... 
• Flexão: os numerais pertencem às classes variáveis. 
Um, por exemplo, é variável, em gênero, mas não em número: 
Comprei um caderno.
Comprei uma caneta. 
Se quisermos indicar o plural desses numerais, teremos que usar 
outras palavras: Comprei dois cadernos / Comprei duas canetas. 
Como podemos ver, o numeral dois varia apenas em gênero: duas. 
Curiosidade: a palavra meio pode pertencer a várias classes, entre 
elas numeral. Pode ser classificada como substantivo (com o sentido 
de maneira ou recurso) e até advérbio (equivalendo a um pouco).
Vou providenciar um meio (uma maneira) de sairmos daqui! = 
substantivo;
Estou meio sonolenta hoje! (um pouco = advérbio);
Agora é meio-dia e meia (metade da hora) = numeral. Observe que, 
neste caso, meio concorda com “dia” e meia concorda com “hora”. 
As palavras ambos e ambas são numerais substantivos e 
equivalem às expressões os dois e as duas, respectivamente.
#ficaadica
Estela e Júlia visitaram o Ceará. Ambas adoraram as praias de lá. 
(numeral substantivo)
Esperamos que você tenha entendido tudo! Vamos avançar para a 
próxima fase?
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Uma flexão muito importante do adjetivo é a flexão de GRAU. Vamos ver?
1. Comparativo: ocorre quando comparamos dois seres ou duas 
qualidades de um mesmo ser.
• Comparativo de igualdade: Ela é tão inteligente quanto você.
• Comparativo de inferioridade: Ele é menos arrogante que você.
• Comparativo de superioridade: Ela é mais preguiçosa que você.
Curiosidade: nos dois últimos exemplos (“menos arrogante” e “mais 
preguiçosa”), parece que erramos na explicação. Não erramos. Fique atento 
aos advérbios “menos” e “mais”, porque são eles que definem o que é 
inferioridade e superioridade, e não simplesmente a ideia da oração.
Os adjetivos bom, ruim, grande e pequeno não podem ser usados com 
o advérbio mais quando compararmos dois seres. Nesse caso, temos que 
usar formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor):
Pedro é mais grande que Antônio. (errado)
Pedro é maior que Antônio. (certo)
2. Superlativo: ocorre quando intensificamos, aumentamos a 
qualidade de um ser sem compará-lo, individualmente, a outro 
ser. Lembre-se: “super” (de superlativo) significa “acima de”, 
“abundância”. 
Divide-se em dois:
• Absoluto: refere-se a um ser, intensificando sua qualidade.
 Ela é inteligentíssima. (forma sintética)
 Ela é muito inteligente. (forma analítica) 
• Relativo: refere-se a um ser, relacionando-o a um conjunto.
 Ela é a mais inteligente da turma. (superioridade)
 Ela é a menos inteligente da turma. (inferioridade)
Para concluir nossos estudos nesta fase, precisamos entender que 
um adjetivo normalmente estabelece uma relação com o substantivo e 
exerce duas funções numa oração: predicativo ou adjunto adnominal. 
Neste momento, basta você memorizar essas duas funções. Nós vamos 
estudá-las detalhadamente na Trilha Mapear 2.
Adjetivos
A maioria das pessoas pensa que adjetivo é a palavra que indica 
qualidade. E não é! Calma... vou explicar!
Não é só qualidade: é característica, estado, classificação também. 
Além disso, há palavras que indicam qualidade e NÃO são adjetivos! 
Por exemplo: inteligência, beleza, sensibilidade, habilidade, competência 
indicam qualidade, mas não são adjetivos; são substantivos, já que, entre 
outras coisas, admitem naturalmente o artigo a.
Quando se fala, por exemplo, O ensino médio tem piorado, a palavra 
“médio” indica qualidade? Claro que não, mas é um adjetivo: indica 
classificação. Existe ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. 
As palavras que especificam o substantivo “ensino” indicam classificação 
(não qualidade) e são adjetivos.
Então, a partir de agora, você já sabe que o adjetivo é muito mais que 
qualidade e que sua principal finalidade é modificar o substantivo, 
acrescentando-lhe estado (físico, emocional, psicológico), característica, 
classificação e... qualidade.
Literalmente, a palavra adjetivo significa “que vem junto”. Isso já 
demonstra que essa classe gramatical precisa se relacionar com outra 
classe, que no caso será o substantivo. Não podemos esquecer, portanto, 
que o adjetivo se refere a um termo substantivo.
O adjetivo pode sofrer três tipos de variações (flexões): gênero 
(masculino e feminino); número (singular e plural); grau (comparativo e 
superlativo).
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Plural dos Adjetivos Compostos 
Vamos descobrir agora que o adjetivo, assim como o substantivo, pode 
ser classificado de acordo com o processo de formação:
• simples ou composto: povos selvagens, povos semisselvagens 
• primitivo ou derivado: cauda larga, cauda gigantesca
Ora, quer dizer que o adjetivo também tem a forma composta? 
Sim. E o plural dos adjetivos compostos segue as mesmas regras dos 
substantivos compostos?Não. 
As regras são diferentes.
É importante dar bastante atenção à Regra Geral, pois ela, como o 
próprio nome diz, envolve o maior número de palavras. Sabemos que o 
adjetivo serve para especificar um substantivo. Então, todas as vezes que 
citamos um adjetivo composto, também citamos o substantivo que ele 
especifica. A regra geral diz que, nos adjetivos compostos, varia apenas 
o último elemento. Por exemplo:
questões socioeconômicas / parcerias público-privadas
Não podemos esquecer as exceções: azul-marinho e azul-celeste ficam 
invariáveis; no caso de surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos-
mudos.
Dicas importantes: 
1) Várias palavras que se classificam como adjetivos compostos 
podem ser consideradas, em outros contextos, substantivos compostos. 
Neste caso, seguirão as regras dos substantivos compostos. Veja a diferença:
Comprei dois ternos azul-marinho.
 (adjetivo composto)
Os azuis-marinhos são mais bonitos que os azuis-celestes
(substantivos compostos; observe que estão antecedidos por artigos)
2) As palavras pastel, cinza, rosa, violeta e laranja são substantivos. 
Quando empregadas em referência a cor, ficam invariáveis:
camisas rosa
sapatos cinza
blusas violeta
cores pastel
vestidos laranja
3) Lembre-se: raios ultravioleta (invariável)
 raios infravermelhos (variável)
 
4) Nossa personagem, a PAC cor-de-rosa, nos faz lembrar duas 
coisas: a primeira é que um adjetivo composto é formado por duas ou 
mais palavras, geralmente ligadas por hífen; a segunda é que os adjetivos 
compostos formados pela expressão COR DE... são sempre invariáveis.
Vestidos cor de abóbora
Cor-de-rosa é o único adjetivo formado pela expressão COR DE que 
é ligado por hífen
#ficaadica
Vamos avançar mais um ponto na nossa Trilha? Aguardo você!
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Plural dos Substantivos Compostos 
Provavelmente, você já teve dúvidas sobre o plural de palavras 
compostas (normalmente ligadas por hífen). Neste mapa, falamos das 
regras para colocar no plural os substantivos compostos – aqueles 
formados por mais de um radical, mais de uma palavra.
No mapa, explicamos as 5 regras principais. Uma delas – a regra geral 
– pode resolver a maioria dos seus problemas! Mas para isso você precisa 
conhecer a classe de cada palavra que forma o substantivo composto. 
Criamos o mnemônico TIO SAN – cujo objetivo é fazer você se lembrar 
da regra geral: Substantivos, Adjetivos e Numerais geralmente variam nos 
compostos. Se no composto houver essas classes, elas irão para plural. 
Vamos aos exemplos?
• guarda-roupa: é formado pela forma verbal guarda + o substantivo 
roupa. Nos substantivos compostos, o verbo geralmente não varia. 
Então o plural é guarda-roupas.
• guarda-noturno: é formado pelo substantivo guarda (sinônimo de 
vigilante; quando essa palavra equivale a uma pessoa, é substantivo 
e não verbo) + o adjetivo noturno. Pela regra do TIO SAN, os dois 
variam. Então o plural é guardas-noturnos.
• quinta-feira: é formado pelo numeral quinta + o substantivo feira. 
Pela regra do TIO SAN, variam substantivos, adjetivos e numerais. 
Então, os dois termos variam: quintas-feiras.
Memorize as 5 regrinhas do mapa, e dê maior atenção à regra geral, 
que alcança o maior número de palavras da Língua.
#ficaadica
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Pronome
E aí? Como está a jornada gramatical? Esperamos que você 
esteja feliz com esta aventura. Agora vamos falar sobre uma classe 
importantíssima: o PRONOME! Quem vai ajudar-nos nessa aula é o DR. 
PIPI (veja o desenho na página seguinte).
Literalmente, PRO significa em função de ou no lugar de. Já 
aprendemos que NOME é a mesma coisa que substantivo. Então, podemos 
deduzir que pronome é uma palavra que existe em função do nome 
(substantivo) ou que ocupa o seu lugar. Pode substituir o nome (pronome 
substantivo) ou acompanhá-lo (pronome adjetivo). Então, resumindo, 
para que serve o pronome?
O pronome SAE, substantivo!!!!!! Porque o pronome Substitui, 
Acompanha e Evita repetições!
#ficaadica
Estela é muito inteligente.
Estela adora ler.
Podemos substituir tranquilamente a segunda ocorrência de 
“Estela” pelo pronome ela:
Ela adora ler.
No caso da frase Nossos bosques têm mais vida (do nosso Hino 
Nacional), o substantivo “bosques” é acompanhado pelo pronome “Nossos”, 
que dá ideia de POSSE. Ao acrescentar a ideia de posse, o pronome modifica 
o sentido de “bosques”, que deixa de ser qualquer bosque para ser aquele 
pertencente a nós. Por isso, dizemos que o pronome é um modificador de 
substantivos quando os acompanha.
Aliás, além de posse, o DR. PIPI nos lembra que existem vários tipos de 
pronome e que eles se classificam de acordo com a função ou com a ideia 
que expressam:
Demonstrativos: indicam localização no tempo, no espaço físico ou no 
texto.
Relativos: alguns indicam posse, lugar ou tempo
Possessivos: indicam posse
Interrogativos: expressam perguntas
Pessoais: substituem as pessoas do discurso, mas alguns podem 
indicar posse
Indefinidos: indicam ideias indefinidas, genéricas, imprecisas
Todos os pronomes são importantes, porém merecem mais atenção os 
pessoais, os relativos e os demonstrativos. Nas próximas fases da Trilha da 
Gramática, falaremos detalhadamente deles.
Em casos raros, um pronome pode se referir a adjetivos e até mesmo 
a uma oração inteira para substituí-los. Veja:
#ficaadica
Ele é muito inteligente, e o é porque estuda bastante.
(o pronome “o” retoma o adjetivo ‘inteligente)
Ana estuda bastante, e o faz porque precisa.
(o pronome “o”, juntamente com o verbo “faz”, retoma a oração “estuda 
bastante”)
Para concluir, lembre-se de que a maioria dos pronomes varia em 
gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa 
(1ª, 2ª e 3ª)
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Verbo
Você se lembra da nossa Casa das Palavras (mapa 10)? Lá nós 
aprendemos que o VERBO é uma das classes mais importantes, lembra?
Precisamos entender, principalmente, três aspectos do verbo:
1. O conceito (ideia que expressa)
2. As flexões (mudanças na forma)
3. As relações (funções que ele exerce na oração)
• Ideia: o verbo pode indicar ação (correr), estado (permanecer), 
processo (imaginar) e fenômenos da natureza (chover). 
 Criamos um acróstico para você memorizar:
 P rocesso
 A ção
 F enômeno
 E stado
• Flexões: verbo é a classe que mais sofre variações na nossa língua: 
muda de acordo com número, pessoa, modo, tempo e voz. 
 Vejamos a flexão de tempo numa das frases do mapa:
 Ela está doente. A forma verbal está foi flexionada no tempo 
presente. Mas poderia estar no passado (Ela esteve doente) ou no 
futuro (Ela estará doente). 
 O mais importante é entender que o verbo é a única palavra que 
sofre mudanças (variações) de acordo com o TEMPO — presente, 
passado e futuro.
 Nenhuma das outras classes gramaticais varia de acordo com o 
TEMPO. Essa é uma exclusividade dos VERBOS. Teremos outros 
mapas, logo à frente, que falarão detalhadamente dos tempos, 
modos e vozes verbais.
 
 O verbo, na forma original (não flexionada), possui as seguintes 
terminações: AR, ER, IR e OR. Exemplos: AMAR, COMER, SUMIR, 
PROPOR. Essas formas são chamadas de INFINITIVO.
• Relações: nós nos comunicamos por meio de frases, orações, 
períodos. Orações são enunciados com verbo. Não existe oração 
sem verbo; portanto ele é o centro da oração – também chamado 
de núcleo do predicado. 
 A maioria das orações em Língua Portuguesa seguem a estrutura 
SVC = Sujeito + Verbo + Complemento. Nessa estrutura, o verbo 
tem uma relação de concordância (número e pessoa) com o 
sujeito e uma relação de regência (dependência, subordinação) 
com o complemento. Veja:
 Raimundo venceu as eleições! 
 Raimundo = sujeito no singular
 venceu = verbo no singular– núcleo da oração (palavra mais 
importante) 
 as eleições = complemento do verbo
 Os jogadores do Flamengo precisam de garra.
 Os jogadores do Flamengo = sujeito no plural
 precisam = verbo no plural – núcleo do predicado
 de garra = complemento do verbo
Avançando na Trilha da Gramática, teremos a oportunidade de estudar 
esses tópicos com mais profundidade! Vamos nessa?
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Já o predicado é a parte da oração que contém verbo e uma 
informação sobre o sujeito. Literalmente, significa “aquilo que se declara 
em público”. Não existe predicado sem verbo, por isso o verbo geralmente 
inicia o predicado.
A vida é maravilhosa.
Mudaram as estações...
DIMP
Apesar de o sujeito ser considerado um termo essencial, existem alguns 
poucos casos de orações que vêm sem sujeito (veremos na próxima fase). 
Neste caso, o predicado será toda a oração . Exemplo:
Fez muito calor hoje.
A oração anterior tem apenas predicado, porque o verbo indica 
fenômeno da natureza. Esse tipo de verbo não possui sujeito.
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Termos Essenciais da Oração 
Vamos conhecer agora mais um personagem da Turma do Mapear: o 
TEO. 
O TEO é piloto de avião e comanda duas aeronaves muito especiais, 
que veremos na Trilha 2: a TAV e a TAN. 
TEO – Termos Essenciais da Oração
TAV – Termos Associados ao Verbo
TAN – Termos Associados ao Nome
Além desses termos, temos o TIV, que é um termo independente, 
chamado vocativo.
Todos eles formam a ORAÇÃO — ou seja, o enunciado que contém 
verbo!
E o que é essencial a uma oração? As duas partes essenciais da oração 
são o Sujeito e o Predicado!
Sujeito é o termo sobre o qual se declara algo e com o qual o verbo 
geralmente concorda. Pode vir antes ou depois do verbo; pode praticar ou 
receber a ação, ou nem praticar nem receber a ação ou processo do verbo. 
As aulas começaram cedo. (sujeito anteposto – antes do verbo)
Ela é uma ótima professora. (sujeito anteposto – não pratica nem 
recebe ação)
Chegaram as encomendas. (sujeito posposto – depois do verbo)
O assaltante foi preso. (sujeito anteposto paciente – sofre a ação)
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Preposição
Nós gostamos demais das preposições! Primeiramente porque é fácil 
memorizá-las: são apenas 18 (as essenciais). Em segundo lugar, porque 
elas estão presentes em quase todas as frases e são capazes de mudar 
completamente o sentido destas. Mas o que significa preposição? 
Preposição literalmente significa “ato de colocar à frente”. Sempre à 
frente de uma preposição, haverá uma palavra subordinada a algum termo 
da oração. 
Gramaticalmente, preposição é uma palavra invariável que introduz 
complementos ou adjuntos para verbos e nomes. Ou seja, ela coloca 
complementos ou adjuntos numa posição à frente dos verbos e dos nomes. 
Gosto de você – introduz um objeto indireto
Moro em São Paulo – introduz um adjunto adverbial.
Sou fiel a você – introduz um complemento nominal.
Ele é um homem sem caráter – introduz um adjunto adnominal.
Semanticamente, ou seja, em relação ao sentido, a preposição também 
é importantíssima. Veja:
Falei a você. Falei para você
Falei após você. Falei perante você
Falei com você Falei por você
Falei contra você. Falei sem você
Falei de você. Falei sobre você
Falei em você. Falei diante de você
Cada preposição empregada nas frases anteriores introduz uma ideia 
diferente. Aliás, esta é uma das características da preposição: expressar 
diversas relações semânticas. 
As preposições se classificam em essenciais (palavras que já 
nasceram como preposições, ou seja, na essência já são preposições) e 
acidentais — palavras que pertencem originariamente a outras classes, 
mas que funcionam como preposição em alguns contextos.
A palavra de sempre será preposição: liga termos e introduz 
complementos. Já a palavra menos tradicionalmente é advérbio ou 
pronome indefinido, mas pode funcionar como preposição acidental. Ou 
seja, num contexto, pode ligar termos:
“Todos foram embora, menos eu.” (preposição)
Gastei menos que você. (advérbio)
Ele gastou menos dinheiro. (pronome)
Outra informação importante: muitas vezes, os termos são introduzidos 
por um conjunto de palavras com valor de preposição. São as chamadas 
loucuções prepositivas.
De acordo com o professor, haverá aula.
Apesar de tudo, estamos bem.
Falei diante de você.
Espero você no próximo ponto da Trilha!
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Transitividade Verbal
O que temos agora? Um esquema para você entender melhor a 
TRANSITIVIDADE VERBAL! Mas o que é transitividade?
Os gregos tinham uma concepção muito interessante: transitividade 
vinha de “transitar”, de “trânsito”. Mas de maneira particular significava 
PASSAR. Ou seja, a capacidade de alguns verbos passarem para um 
objeto uma ação ou um processo praticados pelo sujeito! Então, se 
houvesse essa “transmissão”, o verbo seria TRANSITIVO. Se não houvesse, 
INTRANSITIVO. Simples assim! 
Com o tempo, os gramáticos passaram a afirmar que verbos transitivos 
são aqueles que precisam de complemento e intransitivos os que não 
precisam. Como o ser humano gosta de complicar as coisas (risos), com 
o passar do tempo, os estudiosos fizeram uma subclassificação dos 
transitivos, considerando-os:
• Transitivos Diretos = exigem complemento sem conector 
(preposição)
• Transitivos Indiretos = exigem complemento ligado por preposição
• Transitivos Diretos e Indiretos = uma mistura dos dois anteriores: 
exigem um complemento sem e outro com preposição
Qual a melhor forma de saber a transitividade de um verbo? O 
esquema que apresentamos é uma boa forma. Você preenche o retângulo 
com o verbo, em seguida o repete e vê se ele precisa de um complemento 
representado genericamente pelos pronomes indefinidos ALGO ou 
ALGUÉM. Vamos praticar com alguns verbos? Vejamos se um verbo é 
transitivo direto (sem preposição):
Estela procurava emprego, e aceitou aquela proposta porque 
precisava de recursos.
procurar: quem procura, procura algo ou alguém.
Deu certo? Sim. Então é VTD.
aceitar: quem aceita, aceita algo ou alguém.
Deu certo? Sim. Então é VTD.
precisar: quem precisa, precisa algo ou alguém.
Deu certo? Não. Então não é VTD.
No último caso, o verbo precisar exige uma preposição: quem precisa, 
precisa de algo ou de alguém. Ou seja, o verbo é transitivo porque exige 
ALGO ou ALGUÉM, porém é indireto, porque exige a preposição de.
E os intransitivos? São assim chamados porque a ação expressa pelo 
verbo não passa do sujeito para um alvo. Os gramáticos perceberam que 
esses verbos não precisam de complemento (objeto direto ou indireto), 
mas alguns deles precisam de adjunto adverbial – termo que modifica o 
sentido dos verbos, acrescentando-lhes circunstâncias. Veja: 
Pedro viajou mais cedo porque mora em Manaus.
Quem viaja, viaja! (Não precisa falar mais nada – verbo intransitivo)
Quem mora, mora em algum lugar (precisa de um adjunto adverbial 
de lugar, mas continua sendo intransitivo porque a ação não passa para um 
alvo). Muitas pessoas, erroneamente, diriam que a expressão em Manaus 
é objeto indireto e que, por isso, o verbo seria transitivo indireto. Mas tal 
análise seria incorreta. Essa expressão é um adjunto adverbial.
Por fim, temos os verbos de ligação, que, como o nome diz, servem 
para ligar. Ligar o sujeito a um atributo, qualidade ou estado que fica no 
predicado!
Eu sou feliz. 
Eu (sujeito)
sou (verbo de ligação)
feliz predicativo do sujeito
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Complementos Verbais
Depois que estudamos o assunto Transitividade Verbal, fica mais fácil 
estudarmos os complementos verbais.
Os verbos podem ser
T – transitivos
I – intransitivos
L – de ligação
Existem dois termos que funcionam como complementos verbaispropriamente ditos (obrigatórios): o objeto direto e o objeto indireto. 
Eles se relacionam exclusivamente com verbos transitivos.
E por que são chamados de objeto? Literalmente, objeto significa 
“qualquer coisa (física ou mental) para qual uma ação, um pensamento 
ou um sentimento se dirige”. Os verbos transitivos transmitem uma ação 
do sujeito para um objeto – que também é chamado de alvo.
Eu valorizo as amizades verdadeiras. (O.D)
Preciso de bastante água. (O.I)
Com verbos intransitivos e verbos de ligação, não existe objeto 
direto nem indireto, mas existem alguns termos que se assemelham a 
complementos verbais, já que, em alguns contextos, completam sintática e 
semanticamente o verbo. São os adjuntos adverbiais e os predicativos. Veja:
Eu moro em Porto Velho.
 (adjunto adverbial)
O verbo “morar” é intransitivo porque não transmite uma ação do sujeito 
para um alvo, mas exige um adjunto adverbial de lugar, neste contexto o 
termo “Porto Velho”. Como o adjunto adverbial não é um termo obrigatório 
em outros casos, a gramática não o classifica como um complemento 
verbal. Mas neste contexto ele é necessário, e não simplesmente um termo 
acessório.
Algo semelhante ocorre com os verbos de ligação:
Isabella é feliz.
 (predicativo do sujeito)
A forma verbal “é” também não transmite uma ação do sujeito para um 
alvo, mas exige um predicativo do sujeito, neste contexto o termo “feliz”.
Como o predicativo não é um termo obrigatório em outros casos, 
a gramática não o classifica como um complemento verbal. Mas neste 
contexto ele é necessário, não simplesmente para indicar um estado do 
sujeito, mas para completar o sentido do verbo.
DIMP
1) Objeto pleonástico é uma repetição do objeto direto ou do indireto 
em forma de pronome oblíquo; não é usado no dia a dia, mas aparece em 
textos literários.
O dinheiro, Pedro o deixou no banco.
2) Objeto direto interno ocorre com verbos que originalmente seriam 
intransitivos, mas admitem um complemento cognato, ou seja, da mesma 
raiz, origem, ou da mesma família semântica:
Dormi um sono leve.
Ele vive uma vida desregrada.
3) Objeto direto preposicionado é introduzido por uma preposição 
não obrigatória e ocorre com verbos transitivos diretos, por uma questão 
de estilo ou de adequação semântica (sentido). Na maioria dos casos, a 
preposição pode ser retirada ou o complemento modificado:
Cumpra com o seu dever ou Cumpra o seu dever.
Eles comeram de tudo ou Eles comeram tudo.
Eles excluíram a nós ou Eles nos excluíram.
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Verbos de ligação 
Os verbos de ligação são assim chamados porque não indicam 
ação, nem processo, nem fenômeno da natureza: indicam estado físico, 
emocional ou psicológico do sujeito da oração. São também chamados 
de verbos não-nocionais. Costumamos dizer que eles servem para ligar o 
sujeito a uma característica ou estado.
Esse estado tem vários aspectos. Veja:
Amanda está calma. (estado transitório)
Amanda é calma. (estado permanente)
Amanda parece calma. (estado aparente)
Amanda permanece calma. (estado de continuidade)
Amanda ficou calma (estado mutatório)
Nas frases anteriores, o adjetivo calma indica um estado do sujeito 
“Amanda”. É chamado de predicativo do sujeito. A função dos verbos de 
ligação é esta: ligar o sujeito a um predicativo (termo que indica qualidade, 
característica ou estado.)
No mapa, citamos os principais verbos de ligação com o acróstico 
TV CAFE SP2. Outras palavras semelhantes aos verbos citados também 
podem ser verbos de ligação: encontrar-se, fazer-se, achar-se, viver:
Ana encontra-se alegre.
Ana vive alegre.
Ana se fez alegre.
Ana acha-se alegre.
O predicativo é um dos termos que se relacionam com o substantivo, 
mas é inegável que ele serve como um complemento do verbo de ligação, 
apesar de a maioria dos gramáticos afirmarem o contrário.
É importante observar, também, que a transitividade de um verbo 
depende do contexto, ou seja, depende da oração em que ele é empregado. 
Os verbos listados anteriormente podem ter outras classificações. Veja:
Maria anda meio triste. (no sentido de estar = verbo de ligação)
Maria andou devagar. (no sentido de caminhar = verbo intransitivo)
Maria andou dez quilômetros (no sentido de percorrer = verbo transitivo 
direto).
Verbos de ligação não possuem objeto direto ou indireto.
#ficaadica
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Pronomes Pessoais
Olá! Hoje quereremos apresentar a você a FAMÍLIA PP! Essa turminha 
de outro planeta (rsrsrs) nos ajudará a memorizar os pronomes pessoais!
Os pronomes pessoais servem para indicar as pessoas gramaticais, 
ou seja, as pessoas do discurso, do processo de comunicação. Eles têm 
profunda relação com a estrutura da oração: SVC = Sujeito +Verbo + 
Complemento.
Temos 4 tipos de pronomes pessoais:
• do caso reto: funcionam normalmente como sujeito (eu, tu, ele, 
ela, nós, vós, eles, elas)
• oblíquos átonos: não aceitam preposição e funcionam 
principalmente como complemento verbal (o, os, a, as, lhe, lhes, 
vos, se, nos, te, me) 
• oblíquos tônicos: exigem preposição e funcionam principalmente 
como complemento verbal ou adjunto adverbial (mim, comigo, ti, 
contigo, si, consigo, conosco, convosco)
• de tratamento: funcionam como sujeito ou complemento (Vossa 
Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Majestade etc.)
Na frase Eu te amo, temos dois pronomes pessoais: 
Eu = pronome do caso reto – funciona como sujeito.
te = pronome oblíquo átono – funciona como complemento (O.D.)
amo = verbo transitivo direto – exige complemento sem preposição 
Na frase Ela precisa de mim, também temos dois pronomes pessoais:
Ela = pronome do caso reto – funciona como sujeito.
precisa = verbo transitivo indireto – exige complemento com preposição.
de mim = pronome oblíquo tônico – funciona como complemento (O.I. 
com a preposição de).
Uma pergunta quanto ao emprego de pronomes: o certo é “Eu lhe 
encontrei” ou “Eu te encontrei”? 
Como o verbo é transitivo direto — não exige preposição — o certo é 
usar um pronome oblíquo que funcione como objeto direto. Nesse caso, o 
certo é Eu te encontrei, em que o pronome te funciona como objeto direto. 
O pronome lhe, quando complementar verbos, sempre será objeto indireto.
Observe que os pronomes que estão na saia da OLÍVIA OBLÍQUA 
(nossa personagem) podem exercer tanto a função de objeto direto quanto 
de indireto. Vai depender da transitividade do verbo e do contexto. Veja:
Eu te valorizo = o pronome te funciona como O.D.
Eu te dei o recado = o pronome te funciona como objeto indireto.
Qual a diferença? No primeiro caso, valorizar é VTD; portanto só exige 
O.D.
No segundo caso, dar é VTDI — exige O.D. e O.I. Como a expressão o 
recado já funciona como O.D., então o pronome te só pode ser O.I.
Outra informação: os pronomes do caso reto, com exceção de EU e TU, 
podem tornar-se oblíquos tônicos.
Dei o recado a ela. Observe que agora o pronome ela está preposicionado 
(com a preposição a) e funciona como objeto indireto do verbo dar.
Os pronomes eu e tu (explicados por nosso personagem BETO RETO) 
não aceitam preposição. Logo, expressões como entre eu e ela ou 
Eles não vão sem eu e você estão incorretas. O certo seria entre mim 
e ela e Eles não vão sem mim e você, respectivamente. Ou seja, com 
preposição devem ser usados os pronomes oblíquos tônicos mim e ti.
#ficaadica
Bons estudos!
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Pronome Demonstrativo
No nosso mapa, há dois personagens, aos quais não demos nenhum 
nome especial. Nós os chamamos apenas de EMISSOR e RECEPTOR. Eles 
são importantes principalmente para entendermos a função espacial dos 
pronomes demonstrativos. 
Pronomes Demonstrativos indicam a posição, a localização das 
pessoas, das coisas e das ideias (substantivos) em relaçãoao tempo, 
ao espaço físico e ao texto. Podemos dizer que eles exercem uma função 
temporal, espacial e cognoscitiva, respectivamente. A natureza dos 
pronomes demonstrativos é dêitica, ou seja, têm a função de mostrar, 
apontar algo.
• Em relação ao tempo, o pronome AQUELE indica um passado 
ou um futuro distante. Exemplo: Em 1960, JK inaugurou Brasília. 
Naquele momento, começou um novo tempo de desenvolvimento 
e prosperidade para o Centro-Oeste.
 
 Em 2050, provavelmente a população mundial chegará a 8 bilhões 
de pessoas; naquele ano, o desafio em relação aos recursos 
naturais será enorme.
 Já o pronome ESSE se refere a um passado ou futuro próximos. Em 
dezembro, o comércio se anima com as vendas, porque nesse mês 
se comemora o Natal. 
 
 Não fique desanimado; estamos em abril, mas logo chegará maio. 
Nesse mês venderemos bastante, porque se comemora o Dia das 
Mães.
 O pronome ESTE sempre deve ser usado em relação ao presente, 
ao tempo em que o falante estiver na hora de produção da fala: 
Nesta semana, teremos feriado.
 Neste ano, passarei em um concurso.
• Já a função COGNOSCITIVA do pronome demonstrativo tem a 
ver com o prévio ou posterior conhecimento que o receptor terá da 
informação que o emissor transmitirá no TEXTO. 
 Se a informação estiver sendo retomada pelo demonstrativo, a 
função é anafórica, e devem ser usados os pronomes ESSE (e suas 
variações) e ISSO. 
 Ele foi humilde e isso foi fundamental para a sua contratação.
 Se a informação for citada depois do demonstrativo, a função é 
catafórica e deve-se usar ESTE (e suas variações) e ISTO.
 Entenda isto de uma vez por todas: vale a pena ser honesto.
 
 Os pronomes AQUILO e AQUELE (e suas variações) podem ser 
usados tanto de forma anafórica quanto de forma catafórica.
 Ele sempre fala aquela frase: “Tudo passa”.
Caso a função cognoscitiva seja distributiva, não se usará o 
pronome esse (e suas variações) nem o pronome isso. Nesse 
caso, os pronome este (e suas variações) e isto retomarão o 
elemento mais próximo e terão função anafórica.
#ficaadica
 
 Pedro e Paulo foram amigos de faculdade. Este se tornou 
presidente de uma grande empresa e aquele se tornou juiz federal.
• Quanto à função ESPACIAL, observe com atenção o mapa seguinte.
Vamos continuar na Trilha da Gramática? Aguardamos você na próxima 
fase!
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Classificação da Partícula A
Você percebeu que a partícula “A” aparece constantemente nas frases? 
Realmente ela é muito comum. O mais interessante é que essa palavrinha 
pode pertencer a três classes diferentes. Convidamos a nossa amiguinha 
PAP para nos explicar. 
P reposição
A rtigo
P ronome
Com certeza, o uso mais comum é como artigo, até porque o artigo 
geralmente acompanha o substantivo e esta é a classe com mais palavras 
na Língua Portuguesa. Como artigo, a partícula a sempre antecede 
substantivo feminino e com ele concorda em gênero e número. Observe:
Você viu a Ester?
Compre as canetas para a aula. 
Na primeira oração, a partícula “a” se refere ao substantivo próprio 
“Ester”, no feminino e no singular. Na segunda oração, temos dois artigos 
femininos: “as” e “a”; ambos concordam com os substantivos a que se 
referem, respectivamente “canetas” e “aula”. Em todos esses exemplos, a 
partícula a é artigo definido feminino, uma vez que determina o gênero, o 
número e a ideia de um substantivo.
A partícula a também pode pertencer à classe dos pronomes; nesse 
caso pode ser pronome pessoal ou demonstrativo. Também varia em 
gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere. Difere-se do 
artigo porque substitui o substantivo, e não o acompanha. 
“Convidei a Estela para a festa, mas não a vi lá.
Veja as fotos e escolha a que achar melhor.
Na primeira oração, temos três ocorrências da partícula a. As duas 
primeiras funcionam como artigos, determinantes, já que antecedem 
substantivos e indicam claramente o gênero, o número e a ideia definida 
deles. Já a terceira ocorrência não antecede substantivo, e sim substitui o 
substantivo “Estela”, evitando a repetição dessa palavra. Neste caso, temos 
um pronome pessoal. Na segunda oração, a partícula a evita a repetição 
do substantivo “foto” e pode ser substituída por aquela, que é um pronome 
demonstrativo. Dessa forma, classifica-se como pronome demonstrativo. 
A preposição se diferencia do artigo ou do pronome por vários 
motivos; primeiramente, ela é invariável, ou seja, não possui flexão 
nenhuma; em segundo lugar, a preposição pode anteceder diversas 
classes de palavras e não concorda gramaticalmente com nenhuma delas. 
Já aprendemos que a principal função de uma preposição é introduzir 
complementos ou adjuntos (estes também são chamados de termos 
modificadores). Observe:
Eu me referi a vocês.
Estou disposto a vencer.
Ela tem aversão a ratos. 
Nas três orações, a partícula a não estabelece nenhum tipo de 
concordância com a palavra posterior a ela e introduzir complemento para 
a palavra imediatamente anterior. No primeiro caso, introduz um pronome 
pessoal de tratamento; no segundo, introduz um verbo; no terceiro, introduz 
um substantivo masculino no plural. Nos três casos, permanece invariável.
Das três classificações da partícula a, a única invariável é a preposição. 
Esta Trilha está cada vez mais interessante!! Não desanime! Pare um 
pouquinho, beba água e vamos em frente! 
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A palavra “livro” é antecedente e referente do pronome relativo “que” e 
exerce a função de objeto direto da forma verbal “viu”. Já o pronome “que” 
funciona como sujeito de “estava”. Repita a palavra “livro” na segunda 
oração (no lugar do “que”) que você perceberá isso.
2ª oração: “o livro” estava aqui.
Um pouquinho difícil, não é? Mas tenha calma que, em outro momento 
da nossa trilha, vamos explicar isso melhor.
O pronome relativo sempre INTRODUZ uma oração subordinada 
adjetiva — aquela que restringe ou explica um termo substantivo da oração 
principal. Portanto, se há pronome relativo, há oração adjetiva. Lembrando 
que a função de um adjetivo nem sempre é qualificar um substantivo, mas 
sim restringir ou explicar o seu sentido. Veja: 
Os alunos que estudam bastante passam. 
A oração “...que estudam bastante” está especificando, restringindo o 
substantivo “alunos”. Observe que não são todos os alunos que passam, mas 
apenas “os que estudam bastante”. Essa oração introduzida pelo pronome 
relativo “que” se classifica como oração subordinada adjetiva restritiva.
Sabemos que esse conteúdo (funções sintáticas e orações 
subordinadas) é um pouco complexo e será estudado na Trilha 3. Por 
enquanto, basta você memorizar o conceito de pronome relativo.
Fase difícil, não é mesmo? Mas estamos juntos: não desanime! Vamos 
continuar na Trilha.
Pronome Relativo – Conceito
O Presidente da República é REI. Calma! Não voltamos à Monarquia! 
Essa é uma forma de memorizarmos o conceito de pronome relativo: o PR 
é REI!!!
E o que significa REI? São as letras iniciais dos três verbos que compõem 
o conceito de pronome relativo.
O pronome relativo sempre se REFERE a um termo substantivo da 
oração anterior e o substitui numa oração posterior. Ele funciona como um 
CONECTOR entre duas orações. 
Gostei bastante dos livros que você me deu. 
1ª oração: “Gostei bastante dos livros”
2ª oração: “... você me deu os livros”. 
Juntando as duas e empregando o conectivo que, temos: 
Gostei bastante dos livros que você me deu.
O pronome relativo sempre EXERCE uma função sintática na oração 
que ele inicia. Como ele evita na segunda oração a repetição de um 
termo da 1ª oração (termo antecedente), passa a exercer a função que 
o termo substituído exerceria se ali estivesse. Atenção: essa função não 
necessariamente é a mesma que o termo antecedente exerce na 1ª oração. 
No período Você viu o livro que estava aqui?, temos duas orações: 
1ª oração:

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