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Amanda Ribeiro & Marcos Pacco A TRILHA DA GRAMÁTICAA TRILHA DA GRAMÁTICA 2ª Edição Brasília/2020 2ª Edição – 10/2020 Brasília/DF Editoração e Revisão Marcos Pacco @marcospacco.mp12 Ilustração* Amanda Ribeiro @amandinha_estudies Textos e imagens Mapear Português Projeto gráfico e Capa Rakell Simon @rakellsimon Direitos autorais Criadores do site Mapear Português: Marcos Pacco e Amanda Ribeiro Contatos Instagram: @mapearportugues Facebook: @mapearportuguês Gmail: mapearportugues@gmail.com Whatsapp: +55 61 99870-8866 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei nº 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer outra forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. *(algumas imagens fazem referência a desenhos de domínio público) Sabemos que este trabalho nem de longe substitui o estudo sistemático da Gramática realizado nas escolas e nos cursos preparatórios! Se conseguirmos, por meio do nosso perfil e deste livro, pelo menos despertar nossas crianças e nossos adolescentes para o estudo da nossa Língua e levá-los a construírem seus próprios mapas, nosso objetivo já terá sido alcançado . D e d i c a t ó r i a A Deus, por ter feito um sonho se tornar realidade em minha vida, por me conceder o privilégio de alcançar vidas por meio do meu perfil e ajudá- las a alcançarem seus objetivos. À minha mãe, Renata, e ao meu pai, Pacco, por me apoiarem em todos os meus projetos e sonhos. Sem vocês, eu não teria alcançado tudo o que alcancei. Amo vocês. À minha irmã, Ana Júlia, que sempre acreditou em mim e me fez superar desafios. Sem o apoio dela talvez eu não fosse hoje tão determinada. Aos meus professores, que me ensinaram grande parte do que sei hoje, não só sobre matérias, mas também sobre a vida! Em especial, às professoras Naeje, Cátia, Angélica, Erô, Mirian e Rakell. Aos meus queridos seguidores do Insta; vocês são d+. Amanda Ao Mestre dos mestres, Jesus Cristo, meu amigo, meu Senhor e meu Salvador. À minha esposa, Renata, por acreditar que poderíamos fazer algo criativo, inovador e útil para as pessoas. Você, de fato, tem visão de futuro! À minha autora e influenciadora digital preferida, minha filha Amanda. Obrigado pelas ideias, pelo capricho (sua marca registrada desde o berço), pela sensibilidade e por ter suportado meu perfeccionismo. À minha caçula, Ana Júlia, pelo incentivo, pela torcida e por tantas vezes me fazer sorrir. Aos meus alunos e agora aos meus seguidores; na verdade, mais da Amanda do que meus (risos). Amo a todos vocês! Pacco Queremos convidar você para uma aventura! O roteiro já está definido; os mapas que nos indicarão, com precisão, todos os pontos pelos quais devemos passar já estão prontos! Se aceitar nosso convite, você conhecerá, no caminho, vários personagens que nos farão companhia nessa aventura incrível pelas montanhas e cachoeiras do conhecimento! Quer vir conosco? Então prepare sua mochila que a Trilha da Gramática vai começar! Nossa aventura terá três jornadas, e em cada uma delas teremos que desvendar os segredos de cerca de 40 mapas do tesouro, os mapas mentais criativos. Com eles, não ficaremos perdidos na floresta! A primeira jornada, que está completa neste livro-curso, começará no conceito de Gramática (fase 1) e terminará nos Processos de Formação de Palavras (fase 42). No percurso, enfrentaremos vários desafios, como os pronomes e os verbos, os adjetivos e as preposições, o uso do hífen e o uso dos porquês. Para cada mapa, temos uma explicação anterior, que nós chamamos de resumo teórico. Na verdade, esse resumo explica alguns detalhes do mapa e acrescenta informações importantes. Então, nessa viagem você deve manter consigo tanto o manual de instruções (o resumo teórico) quanto o mapa (o mapa mental criativo). Um complementa o outro. Ambos serão sua bússola! Quando completar a jornada, você ganhará um troféu de muito valor: dominará os elementos básicos da Fonologia, da Morfologia e alguns elementos da Sintaxe. Ainda não sabe o que é isso? Não tem problema: você aprenderá no nosso segundo mapa! Tenha certeza de uma coisa: cada fase valerá a pena: você desvendará os mistérios da nossa Língua de uma forma surpreendente! Bom, coloque muita coragem e disposição na mochila, porque já vamos entrar na Trilha. E não se esqueça de compartilhar conosco, nas redes sociais do Mapear Português, suas impressões e experiências nesta jornada. Um abraço dos seus novos amigos de aventura: Amanda e Pacco S o b r e e s t e l i v r o A Turma do Mapear Mapa da Trilha 9 Mapa 1: O que é Gramática 11 Mapa 2: As partes da Gramática 13 Mapa 3: Sons e Letras 15 Mapa 4: Encontros Vocálicos 17 Mapa 5: Encontros Consonantais 19 Mapa 6: Dígrafos 21 Mapa 7: Acentuação Gráfica 23 Mapa 8: Uso do Hífen: Regra Geral 25 Mapa 9: Uso do Hífen: Casos Particulares 27 Mapa 10: As 10 Classes de Palavras 29 Mapa 11: Como Identificar as Classes Gramaticais 31 Mapa 12: Substantivo 33 Mapa 13: Classificação dos Substantivos 35 Mapa 14: Artigo 37 Mapa 15: Numeral 39 Mapa 16: Adjetivo 41 Mapa 17: Plural dos Adjetivos Compostos 43 Mapa 18: Plural dos Substantivos Compostos 45 Mapa 19: Pronome 47 Mapa 20: Verbo 49 Mapa 21: Termos Essenciais da Oração 51 Mapa 22: Preposição 53 Mapa 23: Transitividade Verbal 55 Mapa 24: Complementos Verbais 57 Mapa 25: Verbos de Ligação 59 Mapa 26: Pronomes Pessoais 61 Mapa 27: Pronomes Demonstrativos 63 Mapa 28: Classificação da Partícula A 65 Mapa 29: Pronome Relativo 67 Mapa 30: Emprego dos Pronomes Relativos 69 Mapa 31: Pronomes Possessivos 71 Mapa 32: Pronomes Indefinidos 73 Mapa 33: Emprego de BASTANTE 75 Mapa 34: Pronomes Interrogativos 77 Mapa 35: Uso dos Porquês 79 Mapa 36: Verbos: Modos e Tempos 81 Mapa 37: Modo Indicativo 83 Mapa 38: Há e A 85 Mapa 39: Modo Subjuntivo 87 Mapa 40: Modo Imperativo 89 Mapa 41: Estrutura das Palavras 91 Mapa 42: Processos de Formação de Palavras 93 Í n d i c e A Trilha da Gramática Mapear Português 9 A Trilha da Gramática Mapear Português 10 O que é Gramática? Muitas vezes pensamos que gramática é um livrinho cheio de regras que nunca vamos conseguir dominar, não é mesmo? Mas não é nada disso! Ufa! Na verdade, todos nós temos uma gramática interna, que vai desenvolver-se de acordo com a cultura em que estivermos inseridos. Observe que mesmo uma pessoa que não tenha tido a oportunidade de ir à escola consegue se comunicar por meio da nossa Língua. Isso ocorre porque ela desenvolve sua competência linguística pela interação com os pais, com os familiares, com os amigos. Ora, se nós já nascemos com essa “gramática interna”, por que precisamos estudar Gramática? Neste mapa, mostramos pelo menos três conceitos de Gramática. E o que há em comum entre eles? A clareza de que conhecer os elementos e os processos gramaticais nos possibilita uma comunicação mais eficaz e criativa por meio da nossa Língua. A Gramática que estudamos na escola – que é exigida na comunicação oficial, no ENEM, em vestibulares ou em concursos – é a Gramática Normativa. Ela de fato, é um conjunto de prescrições e regras que determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada. Nosso objetivo, com esse livro de mapas, resumos e esquemas, é ajudar você a dominá-las. Estudar Gramática pode ser muito divertido. Vamos juntos? Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 11 A Trilha da Gramática Mapear Português 12 As partes da Gramática Muita gente nos pergunta:“Por onde devo começar a estudar Gramática?” Entendemos que, primeiramente, é fundamental conhecer as três partes que a compõem. Criamos, então, o triângulo FOMOSIN, que representa essas três partes: FO = Fonologia: estuda os SONS das palavras (os fonemas); MO = Morfologia: estuda a FORMA, a CLASSE das palavras; SIN = Sintaxe: estuda a ORDEM, a POSIÇÃO das palavras na frase; estuda a RELAÇÃO entre as palavras na oração e, principalmente, a FUNÇÃO que as palavras e as orações exercem nos períodos de um texto. Existem duas áreas linguísticas que têm profunda relação com a Gramática: 1) Semântica: estuda os significados literais e contextuais das palavras. São objetos de estudo da Semântica, por exemplo, os sinônimos (palavras com significado semelhante – alegria e prazer), os antônimos (palavras com significado oposto – alegria e tristeza), os homônimos (palavras com grafia ou pronúncia iguais e significados diferentes – cela, sela) e os parônimos (palavras parecidas na grafia e na escrita e com significados diferentes – retificar e ratificar). 2) Estilística: estuda os recursos de expressividade da língua e as formas utilizadas para se dar um tom artístico ou expressivo ao texto. São exemplos de recursos estilísticos as figuras de linguagem. Agora que você já conhece as três partes da Gramática e as duas áreas linguísticas que têm relação com ela, que tal se aprofundar em cada uma delas? Nós vamos ajudar você! Neste primeiro volume da coleção MAPEAR, vamos falar de Fonologia, de Morfologia e um pouco de Sintaxe. Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 13 A Trilha da Gramática Mapear Português 14 Sons e Letras Muito antes de aprendermos a escrever, aprendemos os sons das palavras. Por exemplo, uma das primeiras palavras que aprendemos é “mamãe”. Essa palavra é formada por 5 sons que se juntam para produzir um sentido, um significado. Cada um desses sons é chamado de fonema. O fonema é a menor unidade de som distintiva de uma língua, ou seja, o menor som pelo qual podemos diferenciar palavras. Veja: /saco/ /sapo/ /papo/ /pato/ /mato/ /mito/ Uma criança consegue diferenciar esses sons na fala muito antes de aprender a escrever. Depois de um tempo — normalmente quando vai para a escola ou é alfabetizada em casa —, aprende que existe uma forma de representar os sons: as letras ou grafemas. As letras são representações visuais dos sons da língua. Na nossa Língua, temos 26 letras, que formam o nosso alfabeto. De uma maneira simples, podemos dizer que são símbolos, códigos, desenhos. Cada letra representa um som (fonema), mas há casos em que o som é representado por duas letras (dígrafos), um caso em que uma letra representa dois sons (dífono) e alguns casos em que o mesmo som é representado por letras diferentes. Veja: /casa/ /exato/ /zebra/ Observe, nos exemplos acima, que o som /z/ é representado por três letras diferentes: s, x, z, o que pode gerar muitas dificuldades na hora de escrever. Por isso é importante ler bastante e estudar ortografia (a forma correta de se escrever as palavras). Existem três tipos de fonemas: 1) vogais - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente dos pulmões que passa livremente pela cavidade oral (boca) e pela cavidade nasal (nariz). Existem sete vogais orais e cinco vogais nasais, que são representadas pelas letras a, e, i, o, u. • vogais orais: /a/, /é/, /ê/, /i/, /ó/, /ô/, /u/ • vogais nasais: /ã/, /e/, /i/, /õ/, /u/. A nasalidade pode ser representada pelo sinal ~ (til) ou pelas letras consoantes m e n em final de sílaba. 2) consoantes - sons produzidos por uma corrente de ar proveniente dos pulmões que encontra obstáculos na sua passagem pela boca ou pelo nariz; são dependentes de uma vogal para serem pronunciados. Existem 21 consoantes (b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, y, z) 3) semivogais - são sons que se assemelham às vogais e às consoantes; passam livremente pelas cavidades bucal ou nasal, porém também precisam de uma vogal na sílaba, ou seja, são sons fracos, que não têm independência. São semivogais /i/ e /u/, e podem ser representadas pelas letras i, u, e, o. /pai/ /mau/ /mãe/ /mão/ As sílabas são um fonema vocálico ou um grupo de fonemas diversos pronunciados de uma vez. Não existe sílaba sem vogal, assim como não existe sílaba com mais de uma vogal. /a-mor/, /ru-a/, /Pi-au-í/, /tungs-tê-ni-o/ É importante saber tudo isso, porém o que mais importa é conhecer as palavras. As palavras são a unidade básica de comunicação. São formadas por fonemas, sílabas e letras que nos levam a um significado. Nossa aventura pela Trilha está apenas no começo! Ainda temos muito a desvendar sobre as palavras! Vamos, juntos, conhecer a Trilha da Gramática! ~ ~ ~ A Trilha da Gramática Mapear Português 15 A Trilha da Gramática Mapear Português 16 Encontros Vocálicos Você sabia que muitas vezes as vogais se encontram com outras vogais ou semivogais na mesma sílaba ou em sílabas separadas? Esses encontros são chamados de encontros vocálicos. Eles se classificam de três formas: 1. Tritongo: significa, de forma literal, três sons. Ocorre quando uma semivogal, uma vogal e outra semivogal se encontram na mesma sílaba. /Uruguai/ /saguão/ 2. Ditongo: literalmente, significa dois sons. Ocorre quando uma vogal e uma semivogal se encontram na mesma sílaba. De acordo com a ordem desses sons na sílaba, o ditongo se classifica em: a) ditongo crescente: o som vai do mais fraco (semivogal) ao mais forte (vogal). /cárie/ /armário/ b) ditongo decrescente: o som vai do mais forte (vogal) para o mais fraco (semivogal). /mamãe/ /papai/ Os ditongos também podem ser orais (os sons saem apenas pela boca — pai, rói, céu) ou nasais (saem pela boca e pelo nariz — mãe, pão, ninguém). Observe que na palavra ninguém, citada acima, a letra “m” funciona como um sinal de nasalidade e surge a semivogal “i” quando pronunciamos a palavra. Ou seja, escrevemos de uma forma, mas pronunciamos de outra forma. A classificação do ditongo leva em conta a forma como pronunciamos. Temos, portanto, um ditongo nasal decrescente. ninguém = ni/gei 3. Hiato: essa palavra tem um significado interessante — lacuna, abertura. Na gramática, é o encontro de duas vogais em sílabas separadas, ou seja, existe uma lacuna entre elas: /po-e-ta/ /ca-í-mos/ /ru-im/ /ca-a-tin-ga/ Por que é importante conhecermos os encontros vocálicos? Principalmente por dois motivos: 1) para separar adequadamente as palavras na translineação (quando passamos de uma linha para outra no texto); 2) para fazer a acentuação gráfica correta de algumas palavras (veremos esse assunto mais à frente). Bom, agora para você memorizar com mais facilidade, veja as letras que estão nos balões que o casal está segurando: TDH, um acróstico para nos lembrarmos dos três encontros vocálicos — Tritongo, Ditongo e Hiato. Esperamos que você tenha gostado! Vamos continuar nossa Trilha? ~~ Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 17 A Trilha da Gramática Mapear Português 18 Encontro Consonantal Já estudamos que existem sons vocálicos (formados por vogais e semivogais). Agora vamos estudar os sons consonantais. As palavras, unidades básicas de comunicação, são formadas por fonemas ou agrupamento de fonemas (sílabas). Não existem sílabas sem vogais; normalmente as sílabas são formadas por vogais e consoantes. Numa palavra, pode haver encontros vocálicos ou encontros consonantais. Os encontros consonantais são agrupamentos de consoantes em sequência na palavra; podem fazer parte da mesma sílaba ou não. Classificam-se em: • encontros perfeitos, próprios ou puros: as consoantes ficam na mesma sílaba e geralmente contém “l” ou “r”. Na separação silábica, eles devem ficar juntos: pra-to, Plu-tão, fra-se, Cló-vis. • encontros imperfeitos,impróprios ou disjuntos: são as consoantes que se encontram na palavra, mas na separação silábica ficam em sílabas diferentes: sus-to, ad-mi-nis-trar É importante observar que numa mesma palavra podemos ter encontros perfeitos e imperfeitos, como é o caso da palavra plástico: /plás-ti-co/ Uma consoante não tem independência fonética, ou seja, não pode ser pronunciada isoladamente. Portanto, na separação silábica, ela não pode ficar sozinha na sílaba: pneu, mne-mô-ni-co. ~~ Não podemos, também, confundir encontro consonantal com dígrafo consonantal: no encontro consonantal temos dois sons consonantais diferentes; no dígrafo, temos um único som, porém representado por duas letras. Vamos ver? cacto = cac-to = encontro consonantal exceção = ex-ce-ção = dígrafo consonantal Devemos, também, evitar um erro muito comum: M e N ao final de sílabas não são sons consonantais — funcionam simplesmente como sinais de nasalidade. Fazem parte de dígrafos vocálicos ou ditongos. Veja: samba = /sam-ba/ = /s/ã/b/a ninguém = /nin-guém/ = /n/i/g/e/i/ Nessas palavras, não temos encontro consonantal, porque a letra M, neste contexto, não representa um som: simplesmente transmite uma nasalidade para a vogal anterior; tanto é assim que temos apenas quatro e cinco fonemas, respectivamente, que seriam assim representados: /s/ã/b/a /n/i/g/e/i/ Parece um pouco difícil, não é mesmo? Mas são detalhes importantes da nossa Língua que precisamos conhecer! Existem muitos desafios nesta Trilha, mas vamos vencê-los! ~ ~ Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 19 A Trilha da Gramática Mapear Português 20 Dígrafos Vamos agora passar por mais uma fase da nossa incrível aventura. Estamos estudando Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda os sons da língua. Já aprendemos sobre sons e letras. Vimos, por exemplo, que o fonema é a menor unidade distintiva de uma palavra. Quando pronunciamos sapo e saco, observamos que o que diferencia tais palavras é apenas um som consonantal. Aprendemos também que vogais e semivogais podem se encontrar numa sílaba; que também há encontros consonantais, consoantes que se encontram na mesma sílaba ou em sílabas separadas. Normalmente, uma letra representa um único som, porém temos na nossa Língua um fenômeno fonético chamado dígrafo. Essa palavra é a junção do prefixo “di”, que significa “dois”, mais o radical “grafo”, que de uma maneira simples significa grafema ou letra; portanto, dígrafos são duas letras que representam um único som (fonema). Existem 10 dígrafos vocálicos e 11 dígrafos consonantais. Os dígrafos vocálicos são formados pelo encontro das vogais a, e, i, o, u com as letras consoantes m e n em final de sílabas. Nesse caso, tais letras consoantes não funcionam como consoantes, mas como sinais de nasalidade. Observe as seguintes palavras: samba tempo limpo pombo bumbo O que há de comum entre elas? As cinco possuem cinco letras e quatro sons (fonemas). Todas elas podem ser divididas em duas sílabas: sam-ba tem-po lim-po pom-bo bum-bo Em todas elas, a letra consoante m não está iniciando uma sílaba (se isso acontecesse, ela representaria um fonema). Considere o som dessas palavras. Elas poderiam ser assim representadas: sãba tepo lipo põbo bubu Sabemos que elas não são escritas dessa forma, porque nossa Língua tem uma convenção ortográfica (um acordo) que leva em consideração a origem das palavras e a tradição de como elas foram escritas. Mas, considerando apenas o som, a letra m — presente em todas essas palavras — tem exatamente o mesmo valor do sinal de nasalidade til. Claramente percebemos, portanto, que essas palavras têm apenas quatro sons. Como os encontros am, em, im, om e um representam um único som, temos aí os dígrafos vocálicos. Além desses grupos vocálicos, temos aqueles com valor consonantal. Observe as palavras chave e xale. O som inicial dessas palavras é o mesmo, porém são escritas de formas diferentes: o fonema Inicial dessas palavras é representado no primeiro caso pelo encontro ch e no segundo caso pela letra x. Dizemos portanto que o ch é um dígrafo consonantal, já que representa um único som com valor de consoante. Existem 11 dígrafos consonantais e, na separação silábica, cinco deles são inseparáveis: ch, lh,nh,qu, gu. Então é isso, pessoal. Nosso cachorrinho Dig Dig tem esse nome porque queremos que você se lembre de que existem dois tipos de dígrafos: dígrafos vocálicos e dígrafos consonantais. Alíás, quantos dígrafos existem na frase “Esse é o DIG DIG, um cachorrinho lindo e mansinho”? Quem respondeu 8 acertou!! Esperamos que você esteja feliz nessa Grande Aventura. Até a próxima fase. ~ ~~ A Trilha da Gramática Mapear Português 21 A Trilha da Gramática Mapear Português 22 Acentuação Gráfica Vamos continuar nossa jornada conversando sobre um assunto de Fonologia, ou seja, a parte da gramática que estuda os sons das palavras. A acentuação gráfica trata dos sinais gráficos que nos indicam a pronúncia das palavras na nossa Língua. Temos apenas dois acentos gráficos propriamente ditos: o agudo (´) e o circunflexo (^), que têm como principal função indicar a sílaba mais forte (a tônica) e se o som da vogal é aberto ou fechado. O acento grave (`) não indica a sílaba tônica e é chamado de sinal indicativo de crase (assunto que estudaremos em outra oportunidade). O til (~) também não é considerado um acento, e sim um sinal de nasalidade, ou seja, um indicador de que o som sairá também pelo nariz. Então, depois de entendermos quais são os acentos e para que eles servem, precisamos lembrar a classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica, ou seja, da sílaba mais forte. De acordo com esse critério, as palavras podem ser: 1) Oxítonas: a sílaba mais forte é a última. Ex.: sofá, acarajé, tatu, fé, açaí, cipó, caju... 2) Paroxítonas: a sílaba mais forte é a penúltima. Ex.: cadeira, copo, livro, fácil, táxi... 3) Proparoxítonas: a sílaba mais forte é a antepenúltima. Ex.: médico, côncavo, colégio... É importante saber que a maioria das palavras têm acento tônico, mesmo que não tenham acento gráfico. Acento tônico é a mesma coisa que sílaba tônica: sol, caju, trovão, sozinha, retrato. No nosso resumo, indicamos 5 REGRAS de ACENTUAÇÃO. As três primeiras têm a ver com as palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. As outras duas são casos especiais. Criamos uma forma fácil de você memorizá-las: o mnemônico OPA! PRO HIATO TEM DIFERENCIAL, que significa: O – Oxítonas: a, e, o - (s), em, ens PA – Paroxítonas: as não terminadas como as anteriores PRO – Proparoxítonas: todas HIATO – regra específica para acentuação das vogais I e U, quando sozinhas na sílaba ou seguidas de “s”. Lembrando que hiato é o encontro de vogais em sílabas separadas. Observe, porém, que, se as vogais I e U estiverem antecedidas por ditongos em palavras paroxítonas, não receberão acento: Exemplos: ba-ú, I-ta-ú, ba-la-ús-tre, a-ça-í, Ju-í-na, con-tri-bu-ís-te (hiatos com acento); fei-u-ra, bai-u-ca, Bo-cai-u-va (hiatos sem acento) TEM DIFERENCIAL – os casos das palavras que recebem acento gráfico para serem diferenciadas quanto à classe gramatical e o sentido. Ex.: Vou pôr o livro na estante. (verbo) Vou por outro caminho. (preposição). O Novo Acordo Ortográfico de 1990 não cita, no conjunto das regras de acentuação, uma regra muito comum: as paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Na verdade, ele coloca tais palavras na regra das proparoxítonas e as considera proparoxítonas aparentes. Exemplos: co-lé-gi-o, ar-má-ri-o, san-dá-li-a, A-mé-li-a. #ficaadica A Trilha da Gramática Mapear Português 23 A Trilha da Gramática Mapear Português 24 1) Se o primeiro elemento terminar com uma letra igual à letra que inicia o segundo elemento, os dois elementos devem ser separados porhífen no composto: “iguais se separam”. Veja os exemplos: micro-ondas anti-inflamatório super-resistente Observe que o primeiro elemento, nos três casos, termina com uma letra que é igual à que inicia o segundo elemento. Dessa forma, devem ser separados. 2) Se o primeiro elemento terminar com uma letra diferente daquela que inicia o segundo elemento, os dois elementos se atraem, ou seja, não podem ser separados por hífen: “diferentes se atraem”. micronutriente anticoncepcional superinteressante É importante notar que quando houver a junção de alguma vogal com as consoantes r ou s, deveremos dobrar a consoante, ou seja, usá-la de forma duplicada: antissocial autossabotagem autorretrato Essas duas regrinhas vão servir para a maioria dos casos: iguais se separam e diferentes se juntam. Porém, na Língua Portuguesa, normalmente temos exceções, chamadas de casos particulares. É o que veremos na próxima fase da Trilha, isto é, no próximo mapa. Mas, antes disso, tenha cuidado com esta exceção: com os prefixos CO, RE, PRO, os dois elementos do composto estarão juntos, mesmo que o segundo deles comece com uma vogal igual à vogal final desses prefixos. Veja: coobrigar reenviar proótico Um abraço. A gente se encontra na próxima fase! Uso do Hífen — Regra Geral Na Língua Portuguesa, temos palavras primitivas ou derivadas, simples ou compostas. Palavras primitivas são aquelas que nasceram primeiro e dão origem a outras (chamadas derivadas). Derivadas são aquelas formadas, normalmente, a partir do acréscimo de um elemento significativo, chamado de prefixo (quando vem antes) ou sufixo (quando vem depois do radical). As palavras simples são aquelas que têm apenas um radical, ou seja, uma base de significação; já as palavras compostas possuem mais de um radical e podem ou não estar ligadas entre si por hífen. Entre os usos do hífen, com certeza se destaca a formação de palavras compostas. Tais palavras são formadas pela junção de outras duas palavras ou pela junção de um prefixo ou falso prefixo ao radical. Existem muitas particularidades para o uso do hífen, por isso teremos dois mapas para tratar desse assunto. Aqui vamos tratar de duas regras gerais que vão ajudar você a ter muita segurança na hora de empregar esse sinal. De forma geral, o uso do hífen depende de como termina a primeira palavra do composto e de como começa a segunda palavra. Por exemplo, a palavra autoescola é formada pelos elementos auto e escola; o primeiro elemento termina na vogal “o” e o segundo começa pela vogal “e”. Você pode considerar o seguinte: iguais se separam e opostos se atraem! Quando falamos “opostos”, estamos querendo apenas associar essa regra a uma expressão popular— opostos se atraem —, mas considere no lugar da palavra “opostos” a palavra diferentes, ou seja, diferentes se atraem. Como assim? Bom, podemos dizer que existem duas regras que, de modo geral, resolvem quase todos os casos: A Trilha da Gramática Mapear Português 25 A Trilha da Gramática Mapear Português 26 Muito BEM, EM, EM, EM, EM! índio TUPI não quer pão e circo na fauna e na flora! 1. sufixos de origem TUPI (açu, guaçu, mirim) 2. prefixos PAN, CIRCUM 3. advérbio BEM 4. prefixos terminados em EM: RECÉM ALÉM, SEM, AQUÉM (acróstico RASA) 5. nomes da zoologia ou da botânica jacaré-açu Guajará-mirim pan-americano circum-navegações bem-humorado recém-casado sem-terra erva-doce tatu-bola Sabemos que vai dar um pouco de trabalho vencer todos os desafios desta fase da Trilha, mas vai valer a pena! Com este mapa, encerramos um ciclo que tem a ver com Fonologia e Ortografia. Vamos, agora, rumo a uma grande aventura: a casa das palavras! Uso do Hífen – Casos Particulares Às vezes, a gente chega a pensar que precisa ser um super-homem ou uma mulher-maravilha para lembrar tantas regrinhas de Português, não é mesmo? Por isso criamos um personagem inspirado no Super-Homem: o Super-Hífen. Ele vai nos ajudar a lembrar os 10 principais casos particulares, ou seja, as 10 principais exceções ao uso do hífen. Esses casos estão relacionados, em sua maioria, a prefixos que devem ser separados por hífen. Para você memorizar com mais facilidade, dividimos em dois grupos. O primeiro grupo é representado por um mnemônico esquisito: Prefeito H, da sub-região, é um mal ex-vice do PPP Com isso, você memoriza o primeiro grupo com cinco primeiros prefixos que devem ser separados por hífen. Pref H = qualquer prefixo + palavra iniciada por H Sub R = prefixo SUB + palavra iniciada por R MAL = advérbio MAL + qualquer vogal EX VICE = prefixos EX e VICE são sempre separados PPP = prefixos PRÉ, PRÓ, PÓS acentuados são sempre separados super-higiênico sub-regional mal-amado ex-jogador vice-presidente pré-candidata pró-animais pós-moderno O segundo grupo contém prefixos e pode ser memorizado pelo mnemônico: Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 27 A Trilha da Gramática Mapear Português 28 As 10 Classes de Palavras Somos apaixonados por esta casinha. Eu (Amanda) já fiz esse desenho várias vezes! Essa é a CASA DAS DAS PALAVRAS, a casa das classes gramaticais. Se você não sabe por onde começar a estudar Morfologia, fica a dica: comece pelas classes gramaticais. Aprenda a diferenciar, por exemplo, substantivos de adjetivos; artigo de preposição; pronome de advérbio. Saber identificar as classes num texto é o início de tudo. Existem cerca de 500.000 palavras na nossa Língua. E cada uma delas pertence a uma das 10 classes gramaticais (grupos). Numa linguagem figurada, cada palavra pertence a uma “tribo”! Existem três colunas nessa casa gramatical: 1ª: classes variáveis que se referem ao substantivo: ANAP. 2ª: classes variáveis principais: o verbo e o substantivo: VS. 3ª: classes invariáveis: advérbio, conjução, preposição e interjeição: A CPI. Por que destacamos, no meio da casa, VS (verbo e substantivo)? Porque são as duas classes mais importantes. Praticamente, toda a gramática gira em torno dessas duas classes. Por exemplo, ANAP (artigo, numeral, adjetivo, pronome) só existem por causa do substantivo. Essas classes (ANAP) servem para indicar o gênero (masculino ou feminino), o número (singular ou plural) do substantivo e expressar inúmeras ideias em relação a ele (qualidade, característica, posse, indefinição, quantidade etc.). São chamadas de determinantes e modificadores de substantivo. Os meus dois amigos mais próximos viajarão comigo. Já o advérbio, que é uma das classes invariáveis (A CPI), estabelece relação de sentido com o verbo, mas pode se relacionar, também, com adjetivos e com outros advérbios. Em alguns casos, pode mudar o sentido de uma frase inteira. Ana canta bem. Ana canta muito bem! Ana chegou mais feliz. Atualmente algumas pessoas estão em quarentena. E quanto à CPI? (calma, não se trata de comissão parlamentar de inquérito rsrsrs). Trata-se de classes invariáveis. Não estabelecem relação direta com nenhuma das outras classes. Mas são muito importantes, principalmente as conjunções (que ligam termos, orações e estabelecem diversas relações de sentido) e as preposições (que ligam palavras e estabelecem relações de sentido na frase). As interjeições servem para expressar, de modo vivo, as emoções e é uma classe independente, ou seja, não tem praticamente nenhuma relação com as demais. Veremos exemplos dessas classes posteriormente. Bom, temos muito trabalho pela frente! Este mapa serve apenas para dar uma ideia geral das classes. Teremos que estudar uma a uma para concluir A Trilha da Gramática. Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 29 A Trilha da Gramática Mapear Português 30 Pelo critério da ideia, as palavras são muito semelhantes, pois ambas podem ser consideradasqualidade. Há uma pequena diferença, que poucas pessoas percebem: “inteligência” dá nome a uma qualidade, a algo que existe de forma abstrata, já “inteligente” é uma característica atribuída a algo ou alguém. Pelo critério da variação, podemos notar outra diferença: os adjetivos possuem a variação em grau superlativo, que serve para intensificar, amplificar o sentido de uma palavra; os substantivos não possuem essa variação. Maria é inteligentíssima. (grau superlativo absoluto sintético do adjetivo) Maria é muito inteligente. (grau superlativo absoluto analítico do adjetivo) Maria é muito inteligência. (esta frase estaria incorreta, porque naturalmente o substantivo não aceita o grau superlativo). O que nós quisemos demonstrar a você com essa análise? A forma mais segura de comparar as palavras e definir a que classe elas pertencem é observá-las pelos critérios R + I + V e não apenas pela ideia. No início, isso pode dar muito trabalho! Com o tempo se torna algo simples de fazer. Uma palavra pode pertencer a mais de uma classe? A resposta é SIM! Na frase “Sabemos que a vida está sujeita a problemas”, temos duas ocorrências da partícula a. Mas, pelos critérios da relação e da variação, você já pode perceber que elas têm classificações diferentes: a primeira é artigo e a segunda é preposição. Segure a ansiedade que vamos estudar esse assunto mais para a frente! #ficaadica Uau! Você já passou por 11 fases da Trilha! Comemore!!!! Como Identificar as Classes Gramaticais Já aprendemos que nossa casa gramatical tem 3 colunas: as 4 classes variáveis “coadjuvantes”; as 2 classes variáveis “protagonistas”; e as 4 classes invariáveis. Existem cerca de 500.000 palavras no nosso idioma, apesar de utilizarmos no máximo 10.000 desse conjunto. Cada uma delas, geralmente, pertence a uma classe gramatical. Mas como podemos identificar a classe de cada palavra? Normalmente as pessoas classificam as palavras pela IDEIA que elas expressam. O problema é que esse critério, sozinho, tem falhas. Por exemplo: as palavras “inteligência” e “inteligente” indicam qualidade. Na escola, aprendemos que adjetivo é a palavra que indica qualidade. Mas “inteligência” é substantivo e “inteligente” é adjetivo. E agora? O ideal é seguir TRÊS critérios para definir a que classe pertence uma palavra: Relação + Ideia + Variação (RIV) Você gosta de Matemática? Vamos criar uma equação para representar os três critérios: R + I + V= X, em que R é a relação que uma palavra estabelece com outra na frase, I é a ideia que a palavra transmite, V são as possíveis variações que a palavra pode sofrer na sua forma e X é a classe gramatical. Vamos analisar as palavras inteligência e inteligente? Pelo critério da relação, já se nota a diferença entre as palavras. Podemos falar “Maria é inteligente”, mas soa muito estranho falar “Maria é inteligência”. Por que soa estranho? Porque normalmente um substantivo não qualifica o outro e nessa frase tanto “Maria” quanto “inteligência” são substantivos. Já na frase “Maria é inteligente”, não há nada estranho: a palavra “inteligente” estabelece uma relação natural com “Maria” e indica uma qualidade dela. A Trilha da Gramática Mapear Português 31 A Trilha da Gramática Mapear Português 32 Substantivos As duas classes mais importantes são os substantivos e os verbos. Vamos aprender hoje um pouco mais sobre SUBSTANTIVOS? A palavra substantivo veio de SUBSTÂNCIA. Os latinos chamavam de SUBSTANTIVO tudo aquilo que tivesse uma substância, uma essência. Claro que aí cabiam apenas os substantivos concretos, como pessoas, coisas, objetos etc. Com o tempo, percebeu-se que algumas coisas existiam, mas não eram tangíveis, concretas. Daí surgiu o conceito de substantivos abstratos – que não podem ser vistos, tocados ou mensurados. São normalmente ações (chegada, fiscalização, implantação), sentimentos (amor, paz, harmonia) e ideias (imaginação, beleza, ética). Tudo o que existe tem um NOME. Portanto, substantivo é a palavra que dá NOME aos seres, a tudo o que você vê, ouve, sente ou imagina. Os substantivos também podem ser classificados de acordo com a ideia que expressam e com o processo de formação. Veremos isso com mais detalhes na próxima fase. Mas, antes disso, vejamos aqui resumidamente: Ele trouxe o quebra-cabeça. Nessa frase, temos claramente um substantivo: quebra-cabeça. Essa palavra faz referência a um objeto, ou seja, a algo concreto, tangível, mensurável. De uma maneira simples, indica algo que pode facilmente ser visto ou tocado, algo que tem natureza independente, pois não precisa da nossa imaginação para existir. Então dizemos que se trata de um substantivo concreto. Ao mesmo tempo, o substantivo quebra-cabeça é formado pela junção de duas palavras; portanto dizemos que é um substantivo composto. Se fosse apenas uma palavra, seria chamado de substantivo simples. Mas o que importa mesmo é que o substantivo (o verbo também) sempre é a palavra mais importante numa expressão. Por isso dizemos que ele tem uma função NUCLEAR. Olhe esta frase: As minhas duas melhores amigas viajaram. Todas as palavras da frase obrigatoriamente concordam em número com o substantivo “amigas” e a maioria concorda em gênero. As palavras que antecedem o substantivo “amigas” pertencem ao acróstico ANAP – artigo, numeral, adjetivo e pronome. Essas classes que se referem ao substantivo são os elementos determinantes ou modificadores. É importante, também, conhecer as flexões (variações) do substantivo. Ele muda de acordo com: • gênero (masculino e feminino): cidadão/cidadã • número (singular e plural): papel/papéis • grau (aumentativo e diminutivo): homenzarrão/homenzinho Quer saber se uma palavra é um substantivo? Veja se ela aceita facilmente a anteposição de um dos artigos: o, os, a, as, um, uma, uns, umas. Vamos continuar na Trilha! Na próxima fase, estudaremos a classificação dos substantivos. A Trilha da Gramática Mapear Português 33 A Trilha da Gramática Mapear Português 34 Classificação dos Substantivos Tudo bem? Agora que já sabemos o que são substantivos, vamos estudar a classificação deles quanto à ideia que expressam e ao processo de formação. Antes, vamos explicar nosso mnemônico (técnica de memorização): CASC DP PCC. Em algumas regiões do país, existe, na linguagem popular, o verbo cascar, no sentido de sair, “dar o fora”, “vazar”. Daí nosso acróstico CASC. Já o DP pode ser a abreviação de Delegacia de Polícia. E PCC é um grupo criminoso conhecido. Como já falamos, a técnica de ASSOCIAÇÃO – que nos ajuda a lembrar o conteúdo – às vezes ocorre com expressões sem muito sentido. Foi o que fizemos aqui: CASC pra DP, PCC!!! Vamos voltar agora à explicação da matéria. • Quanto à ideia, o substantivo pode ser concreto ou abstrato, comum ou próprio, e coletivo. • Quanto ao processo de formação, ele pode ser simples ou composto, primitivo ou derivado. • A palavra amor, por exemplo, se classifica como substantivo abstrato (depende de outro substantivo para existir, ou seja, tem natureza dependente); comum (porque dá nome a um sentimento que é comum a vários seres); simples (porque tem apenas um radical, ou seja, é formado por apenas uma palavra) e primitivo (porque é uma palavra original, ou seja, dá origem a outras, como amoroso, desamor...). • A palavra quero-quero, por exemplo, se classifica como substantivo concreto (tem natureza independente – é uma ave); comum (porque dá nome a uma espécie); e composto (porque é formado pelo processo de composição – junção de duas palavras). Então é bom ficar atento: uma mesma palavra pode ter diversas classificações quanto à forma e à ideia que expressa. Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 35 A Trilha da Gramática Mapear Português 36 Artigos Tudo bem? E se eu falasse para você que existe uma classe gramatical que contém apenas 2 palavras? Seria bom, não é mesmo? Pois ela existe:ARTIGO. As palavras são: O (artigo definido) e UM (artigo indefinido). No nosso mapa, colocamos 8 porque contamos com as variações de gênero e número: o, a, os, as; um, uma, uns, umas. No nosso mapa, temos 3 informações importantes sobre o conceito de artigo e 3 formas de usá-lo. Além dessas informações, é importante observar que: 1. O artigo indefinido um se diferencia do numeral um porque este é usado para indicar quantidade e aquele não. Para saber se é numeral, use as palavras exatamente (com ideia de quantidade) ou somente. Além disso, observe se no contexto há ideia de quantidade. Veja os exemplos: Ela comprou dois livros; eu comprei um. (exatamente, somente um = numeral) Ele era um homem inteligente. (não podemos usar a expressão exatamente. Portanto, aqui temos um artigo indefinido). 2. O artigo pode substantivar outras classes, tornando-as substantivos. • Ele é justo. (adjetivo) O justo terá uma vida feliz. (substantivo) • Quando e por que isso aconteceu? (advérbio e pronome interrogativo, respectivamente) Não sabemos o quando nem o porquê. (substantivos) • Ele leva e traz notícias! (verbos) Ele é um leva e traz. (substantivo composto) 3. Quando usado com nomes próprios, o artigo indica familiaridade, mas o uso é opcional. Exemplo: A Ana não veio hoje. Ana não veio hoje. Pela lógica, se existe artigo na frase, existe um substantivo. Aliás, a maneira mais fácil de saber se uma palavra é substantivo é inserir um artigo antes dela. Se a palavra aceitar naturalmente o artigo, ela se classificará como um substantivo. Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 37 A Trilha da Gramática Mapear Português 38 Numeral Apresentamos a você agora o NUMERAL! Vamos estudá-lo quanto à relação, à classificação e à flexão. • Relação: O numeral faz parte do acróstico P.A.U.L.A, ou seja, faz parte das classes ou expressões que se referem diretamente ao substantivo, para especificá-lo, determiná-lo. É, também, um modificador do sentido do substantivo ao indicar quantidade exata. Pronome Artigo N Umeral Locução Adjetiva Adjetivo É importante ressaltar que o numeral pode ter valor substantivo (substitui o substantivo) ou adjetivo (acompanha o substantivo – neste caso, exerce geralmente a função de adjunto adnominal). João e Antônio estudam na mesma escola. Os dois gostam exatamente das mesmas matérias. (numeral substantivo) Tenho dois amigos leais. (numeral adjetivo) • Classificação: existem quatro tipos de numerais: Cardinais: indicam, de maneira direta, a quantidade: dois, duas, vinte, trinta ... Ordinais: indicam quantidade de maneira indireta, ou seja, pela posição que o substantivo ocupa num conjunto de elementos: primeiro, segundo, terceiro ... Multiplicativos: indicam o número de vezes que uma determinada quantidade foi multiplicada, um aumento proporcional dessa mesma quantidade: dobro, triplo, quádruplo ... Fracionários: indicam o fracionamento de uma unidade, de um todo, indicando assim suas frações, divisões e partes: um terço, dois décimos, meio ... • Flexão: os numerais pertencem às classes variáveis. Um, por exemplo, é variável, em gênero, mas não em número: Comprei um caderno. Comprei uma caneta. Se quisermos indicar o plural desses numerais, teremos que usar outras palavras: Comprei dois cadernos / Comprei duas canetas. Como podemos ver, o numeral dois varia apenas em gênero: duas. Curiosidade: a palavra meio pode pertencer a várias classes, entre elas numeral. Pode ser classificada como substantivo (com o sentido de maneira ou recurso) e até advérbio (equivalendo a um pouco). Vou providenciar um meio (uma maneira) de sairmos daqui! = substantivo; Estou meio sonolenta hoje! (um pouco = advérbio); Agora é meio-dia e meia (metade da hora) = numeral. Observe que, neste caso, meio concorda com “dia” e meia concorda com “hora”. As palavras ambos e ambas são numerais substantivos e equivalem às expressões os dois e as duas, respectivamente. #ficaadica Estela e Júlia visitaram o Ceará. Ambas adoraram as praias de lá. (numeral substantivo) Esperamos que você tenha entendido tudo! Vamos avançar para a próxima fase? A Trilha da Gramática Mapear Português 39 A Trilha da Gramática Mapear Português 40 Uma flexão muito importante do adjetivo é a flexão de GRAU. Vamos ver? 1. Comparativo: ocorre quando comparamos dois seres ou duas qualidades de um mesmo ser. • Comparativo de igualdade: Ela é tão inteligente quanto você. • Comparativo de inferioridade: Ele é menos arrogante que você. • Comparativo de superioridade: Ela é mais preguiçosa que você. Curiosidade: nos dois últimos exemplos (“menos arrogante” e “mais preguiçosa”), parece que erramos na explicação. Não erramos. Fique atento aos advérbios “menos” e “mais”, porque são eles que definem o que é inferioridade e superioridade, e não simplesmente a ideia da oração. Os adjetivos bom, ruim, grande e pequeno não podem ser usados com o advérbio mais quando compararmos dois seres. Nesse caso, temos que usar formas sintéticas (melhor, pior, maior e menor): Pedro é mais grande que Antônio. (errado) Pedro é maior que Antônio. (certo) 2. Superlativo: ocorre quando intensificamos, aumentamos a qualidade de um ser sem compará-lo, individualmente, a outro ser. Lembre-se: “super” (de superlativo) significa “acima de”, “abundância”. Divide-se em dois: • Absoluto: refere-se a um ser, intensificando sua qualidade. Ela é inteligentíssima. (forma sintética) Ela é muito inteligente. (forma analítica) • Relativo: refere-se a um ser, relacionando-o a um conjunto. Ela é a mais inteligente da turma. (superioridade) Ela é a menos inteligente da turma. (inferioridade) Para concluir nossos estudos nesta fase, precisamos entender que um adjetivo normalmente estabelece uma relação com o substantivo e exerce duas funções numa oração: predicativo ou adjunto adnominal. Neste momento, basta você memorizar essas duas funções. Nós vamos estudá-las detalhadamente na Trilha Mapear 2. Adjetivos A maioria das pessoas pensa que adjetivo é a palavra que indica qualidade. E não é! Calma... vou explicar! Não é só qualidade: é característica, estado, classificação também. Além disso, há palavras que indicam qualidade e NÃO são adjetivos! Por exemplo: inteligência, beleza, sensibilidade, habilidade, competência indicam qualidade, mas não são adjetivos; são substantivos, já que, entre outras coisas, admitem naturalmente o artigo a. Quando se fala, por exemplo, O ensino médio tem piorado, a palavra “médio” indica qualidade? Claro que não, mas é um adjetivo: indica classificação. Existe ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. As palavras que especificam o substantivo “ensino” indicam classificação (não qualidade) e são adjetivos. Então, a partir de agora, você já sabe que o adjetivo é muito mais que qualidade e que sua principal finalidade é modificar o substantivo, acrescentando-lhe estado (físico, emocional, psicológico), característica, classificação e... qualidade. Literalmente, a palavra adjetivo significa “que vem junto”. Isso já demonstra que essa classe gramatical precisa se relacionar com outra classe, que no caso será o substantivo. Não podemos esquecer, portanto, que o adjetivo se refere a um termo substantivo. O adjetivo pode sofrer três tipos de variações (flexões): gênero (masculino e feminino); número (singular e plural); grau (comparativo e superlativo). A Trilha da Gramática Mapear Português 41 A Trilha da Gramática Mapear Português 42 Plural dos Adjetivos Compostos Vamos descobrir agora que o adjetivo, assim como o substantivo, pode ser classificado de acordo com o processo de formação: • simples ou composto: povos selvagens, povos semisselvagens • primitivo ou derivado: cauda larga, cauda gigantesca Ora, quer dizer que o adjetivo também tem a forma composta? Sim. E o plural dos adjetivos compostos segue as mesmas regras dos substantivos compostos?Não. As regras são diferentes. É importante dar bastante atenção à Regra Geral, pois ela, como o próprio nome diz, envolve o maior número de palavras. Sabemos que o adjetivo serve para especificar um substantivo. Então, todas as vezes que citamos um adjetivo composto, também citamos o substantivo que ele especifica. A regra geral diz que, nos adjetivos compostos, varia apenas o último elemento. Por exemplo: questões socioeconômicas / parcerias público-privadas Não podemos esquecer as exceções: azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis; no caso de surdo-mudo, os dois elementos variam: surdos- mudos. Dicas importantes: 1) Várias palavras que se classificam como adjetivos compostos podem ser consideradas, em outros contextos, substantivos compostos. Neste caso, seguirão as regras dos substantivos compostos. Veja a diferença: Comprei dois ternos azul-marinho. (adjetivo composto) Os azuis-marinhos são mais bonitos que os azuis-celestes (substantivos compostos; observe que estão antecedidos por artigos) 2) As palavras pastel, cinza, rosa, violeta e laranja são substantivos. Quando empregadas em referência a cor, ficam invariáveis: camisas rosa sapatos cinza blusas violeta cores pastel vestidos laranja 3) Lembre-se: raios ultravioleta (invariável) raios infravermelhos (variável) 4) Nossa personagem, a PAC cor-de-rosa, nos faz lembrar duas coisas: a primeira é que um adjetivo composto é formado por duas ou mais palavras, geralmente ligadas por hífen; a segunda é que os adjetivos compostos formados pela expressão COR DE... são sempre invariáveis. Vestidos cor de abóbora Cor-de-rosa é o único adjetivo formado pela expressão COR DE que é ligado por hífen #ficaadica Vamos avançar mais um ponto na nossa Trilha? Aguardo você! A Trilha da Gramática Mapear Português 43 A Trilha da Gramática Mapear Português 44 Plural dos Substantivos Compostos Provavelmente, você já teve dúvidas sobre o plural de palavras compostas (normalmente ligadas por hífen). Neste mapa, falamos das regras para colocar no plural os substantivos compostos – aqueles formados por mais de um radical, mais de uma palavra. No mapa, explicamos as 5 regras principais. Uma delas – a regra geral – pode resolver a maioria dos seus problemas! Mas para isso você precisa conhecer a classe de cada palavra que forma o substantivo composto. Criamos o mnemônico TIO SAN – cujo objetivo é fazer você se lembrar da regra geral: Substantivos, Adjetivos e Numerais geralmente variam nos compostos. Se no composto houver essas classes, elas irão para plural. Vamos aos exemplos? • guarda-roupa: é formado pela forma verbal guarda + o substantivo roupa. Nos substantivos compostos, o verbo geralmente não varia. Então o plural é guarda-roupas. • guarda-noturno: é formado pelo substantivo guarda (sinônimo de vigilante; quando essa palavra equivale a uma pessoa, é substantivo e não verbo) + o adjetivo noturno. Pela regra do TIO SAN, os dois variam. Então o plural é guardas-noturnos. • quinta-feira: é formado pelo numeral quinta + o substantivo feira. Pela regra do TIO SAN, variam substantivos, adjetivos e numerais. Então, os dois termos variam: quintas-feiras. Memorize as 5 regrinhas do mapa, e dê maior atenção à regra geral, que alcança o maior número de palavras da Língua. #ficaadica Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 45 A Trilha da Gramática Mapear Português 46 Pronome E aí? Como está a jornada gramatical? Esperamos que você esteja feliz com esta aventura. Agora vamos falar sobre uma classe importantíssima: o PRONOME! Quem vai ajudar-nos nessa aula é o DR. PIPI (veja o desenho na página seguinte). Literalmente, PRO significa em função de ou no lugar de. Já aprendemos que NOME é a mesma coisa que substantivo. Então, podemos deduzir que pronome é uma palavra que existe em função do nome (substantivo) ou que ocupa o seu lugar. Pode substituir o nome (pronome substantivo) ou acompanhá-lo (pronome adjetivo). Então, resumindo, para que serve o pronome? O pronome SAE, substantivo!!!!!! Porque o pronome Substitui, Acompanha e Evita repetições! #ficaadica Estela é muito inteligente. Estela adora ler. Podemos substituir tranquilamente a segunda ocorrência de “Estela” pelo pronome ela: Ela adora ler. No caso da frase Nossos bosques têm mais vida (do nosso Hino Nacional), o substantivo “bosques” é acompanhado pelo pronome “Nossos”, que dá ideia de POSSE. Ao acrescentar a ideia de posse, o pronome modifica o sentido de “bosques”, que deixa de ser qualquer bosque para ser aquele pertencente a nós. Por isso, dizemos que o pronome é um modificador de substantivos quando os acompanha. Aliás, além de posse, o DR. PIPI nos lembra que existem vários tipos de pronome e que eles se classificam de acordo com a função ou com a ideia que expressam: Demonstrativos: indicam localização no tempo, no espaço físico ou no texto. Relativos: alguns indicam posse, lugar ou tempo Possessivos: indicam posse Interrogativos: expressam perguntas Pessoais: substituem as pessoas do discurso, mas alguns podem indicar posse Indefinidos: indicam ideias indefinidas, genéricas, imprecisas Todos os pronomes são importantes, porém merecem mais atenção os pessoais, os relativos e os demonstrativos. Nas próximas fases da Trilha da Gramática, falaremos detalhadamente deles. Em casos raros, um pronome pode se referir a adjetivos e até mesmo a uma oração inteira para substituí-los. Veja: #ficaadica Ele é muito inteligente, e o é porque estuda bastante. (o pronome “o” retoma o adjetivo ‘inteligente) Ana estuda bastante, e o faz porque precisa. (o pronome “o”, juntamente com o verbo “faz”, retoma a oração “estuda bastante”) Para concluir, lembre-se de que a maioria dos pronomes varia em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª) A Trilha da Gramática Mapear Português 47 A Trilha da Gramática Mapear Português 48 Verbo Você se lembra da nossa Casa das Palavras (mapa 10)? Lá nós aprendemos que o VERBO é uma das classes mais importantes, lembra? Precisamos entender, principalmente, três aspectos do verbo: 1. O conceito (ideia que expressa) 2. As flexões (mudanças na forma) 3. As relações (funções que ele exerce na oração) • Ideia: o verbo pode indicar ação (correr), estado (permanecer), processo (imaginar) e fenômenos da natureza (chover). Criamos um acróstico para você memorizar: P rocesso A ção F enômeno E stado • Flexões: verbo é a classe que mais sofre variações na nossa língua: muda de acordo com número, pessoa, modo, tempo e voz. Vejamos a flexão de tempo numa das frases do mapa: Ela está doente. A forma verbal está foi flexionada no tempo presente. Mas poderia estar no passado (Ela esteve doente) ou no futuro (Ela estará doente). O mais importante é entender que o verbo é a única palavra que sofre mudanças (variações) de acordo com o TEMPO — presente, passado e futuro. Nenhuma das outras classes gramaticais varia de acordo com o TEMPO. Essa é uma exclusividade dos VERBOS. Teremos outros mapas, logo à frente, que falarão detalhadamente dos tempos, modos e vozes verbais. O verbo, na forma original (não flexionada), possui as seguintes terminações: AR, ER, IR e OR. Exemplos: AMAR, COMER, SUMIR, PROPOR. Essas formas são chamadas de INFINITIVO. • Relações: nós nos comunicamos por meio de frases, orações, períodos. Orações são enunciados com verbo. Não existe oração sem verbo; portanto ele é o centro da oração – também chamado de núcleo do predicado. A maioria das orações em Língua Portuguesa seguem a estrutura SVC = Sujeito + Verbo + Complemento. Nessa estrutura, o verbo tem uma relação de concordância (número e pessoa) com o sujeito e uma relação de regência (dependência, subordinação) com o complemento. Veja: Raimundo venceu as eleições! Raimundo = sujeito no singular venceu = verbo no singular– núcleo da oração (palavra mais importante) as eleições = complemento do verbo Os jogadores do Flamengo precisam de garra. Os jogadores do Flamengo = sujeito no plural precisam = verbo no plural – núcleo do predicado de garra = complemento do verbo Avançando na Trilha da Gramática, teremos a oportunidade de estudar esses tópicos com mais profundidade! Vamos nessa? A Trilha da Gramática Mapear Português 49 A Trilha da Gramática Mapear Português 50 Já o predicado é a parte da oração que contém verbo e uma informação sobre o sujeito. Literalmente, significa “aquilo que se declara em público”. Não existe predicado sem verbo, por isso o verbo geralmente inicia o predicado. A vida é maravilhosa. Mudaram as estações... DIMP Apesar de o sujeito ser considerado um termo essencial, existem alguns poucos casos de orações que vêm sem sujeito (veremos na próxima fase). Neste caso, o predicado será toda a oração . Exemplo: Fez muito calor hoje. A oração anterior tem apenas predicado, porque o verbo indica fenômeno da natureza. Esse tipo de verbo não possui sujeito. Sc an ne d by C am Sc an ne r Termos Essenciais da Oração Vamos conhecer agora mais um personagem da Turma do Mapear: o TEO. O TEO é piloto de avião e comanda duas aeronaves muito especiais, que veremos na Trilha 2: a TAV e a TAN. TEO – Termos Essenciais da Oração TAV – Termos Associados ao Verbo TAN – Termos Associados ao Nome Além desses termos, temos o TIV, que é um termo independente, chamado vocativo. Todos eles formam a ORAÇÃO — ou seja, o enunciado que contém verbo! E o que é essencial a uma oração? As duas partes essenciais da oração são o Sujeito e o Predicado! Sujeito é o termo sobre o qual se declara algo e com o qual o verbo geralmente concorda. Pode vir antes ou depois do verbo; pode praticar ou receber a ação, ou nem praticar nem receber a ação ou processo do verbo. As aulas começaram cedo. (sujeito anteposto – antes do verbo) Ela é uma ótima professora. (sujeito anteposto – não pratica nem recebe ação) Chegaram as encomendas. (sujeito posposto – depois do verbo) O assaltante foi preso. (sujeito anteposto paciente – sofre a ação) A Trilha da Gramática Mapear Português 51 A Trilha da Gramática Mapear Português 52 Preposição Nós gostamos demais das preposições! Primeiramente porque é fácil memorizá-las: são apenas 18 (as essenciais). Em segundo lugar, porque elas estão presentes em quase todas as frases e são capazes de mudar completamente o sentido destas. Mas o que significa preposição? Preposição literalmente significa “ato de colocar à frente”. Sempre à frente de uma preposição, haverá uma palavra subordinada a algum termo da oração. Gramaticalmente, preposição é uma palavra invariável que introduz complementos ou adjuntos para verbos e nomes. Ou seja, ela coloca complementos ou adjuntos numa posição à frente dos verbos e dos nomes. Gosto de você – introduz um objeto indireto Moro em São Paulo – introduz um adjunto adverbial. Sou fiel a você – introduz um complemento nominal. Ele é um homem sem caráter – introduz um adjunto adnominal. Semanticamente, ou seja, em relação ao sentido, a preposição também é importantíssima. Veja: Falei a você. Falei para você Falei após você. Falei perante você Falei com você Falei por você Falei contra você. Falei sem você Falei de você. Falei sobre você Falei em você. Falei diante de você Cada preposição empregada nas frases anteriores introduz uma ideia diferente. Aliás, esta é uma das características da preposição: expressar diversas relações semânticas. As preposições se classificam em essenciais (palavras que já nasceram como preposições, ou seja, na essência já são preposições) e acidentais — palavras que pertencem originariamente a outras classes, mas que funcionam como preposição em alguns contextos. A palavra de sempre será preposição: liga termos e introduz complementos. Já a palavra menos tradicionalmente é advérbio ou pronome indefinido, mas pode funcionar como preposição acidental. Ou seja, num contexto, pode ligar termos: “Todos foram embora, menos eu.” (preposição) Gastei menos que você. (advérbio) Ele gastou menos dinheiro. (pronome) Outra informação importante: muitas vezes, os termos são introduzidos por um conjunto de palavras com valor de preposição. São as chamadas loucuções prepositivas. De acordo com o professor, haverá aula. Apesar de tudo, estamos bem. Falei diante de você. Espero você no próximo ponto da Trilha! Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 53 A Trilha da Gramática Mapear Português 54 Transitividade Verbal O que temos agora? Um esquema para você entender melhor a TRANSITIVIDADE VERBAL! Mas o que é transitividade? Os gregos tinham uma concepção muito interessante: transitividade vinha de “transitar”, de “trânsito”. Mas de maneira particular significava PASSAR. Ou seja, a capacidade de alguns verbos passarem para um objeto uma ação ou um processo praticados pelo sujeito! Então, se houvesse essa “transmissão”, o verbo seria TRANSITIVO. Se não houvesse, INTRANSITIVO. Simples assim! Com o tempo, os gramáticos passaram a afirmar que verbos transitivos são aqueles que precisam de complemento e intransitivos os que não precisam. Como o ser humano gosta de complicar as coisas (risos), com o passar do tempo, os estudiosos fizeram uma subclassificação dos transitivos, considerando-os: • Transitivos Diretos = exigem complemento sem conector (preposição) • Transitivos Indiretos = exigem complemento ligado por preposição • Transitivos Diretos e Indiretos = uma mistura dos dois anteriores: exigem um complemento sem e outro com preposição Qual a melhor forma de saber a transitividade de um verbo? O esquema que apresentamos é uma boa forma. Você preenche o retângulo com o verbo, em seguida o repete e vê se ele precisa de um complemento representado genericamente pelos pronomes indefinidos ALGO ou ALGUÉM. Vamos praticar com alguns verbos? Vejamos se um verbo é transitivo direto (sem preposição): Estela procurava emprego, e aceitou aquela proposta porque precisava de recursos. procurar: quem procura, procura algo ou alguém. Deu certo? Sim. Então é VTD. aceitar: quem aceita, aceita algo ou alguém. Deu certo? Sim. Então é VTD. precisar: quem precisa, precisa algo ou alguém. Deu certo? Não. Então não é VTD. No último caso, o verbo precisar exige uma preposição: quem precisa, precisa de algo ou de alguém. Ou seja, o verbo é transitivo porque exige ALGO ou ALGUÉM, porém é indireto, porque exige a preposição de. E os intransitivos? São assim chamados porque a ação expressa pelo verbo não passa do sujeito para um alvo. Os gramáticos perceberam que esses verbos não precisam de complemento (objeto direto ou indireto), mas alguns deles precisam de adjunto adverbial – termo que modifica o sentido dos verbos, acrescentando-lhes circunstâncias. Veja: Pedro viajou mais cedo porque mora em Manaus. Quem viaja, viaja! (Não precisa falar mais nada – verbo intransitivo) Quem mora, mora em algum lugar (precisa de um adjunto adverbial de lugar, mas continua sendo intransitivo porque a ação não passa para um alvo). Muitas pessoas, erroneamente, diriam que a expressão em Manaus é objeto indireto e que, por isso, o verbo seria transitivo indireto. Mas tal análise seria incorreta. Essa expressão é um adjunto adverbial. Por fim, temos os verbos de ligação, que, como o nome diz, servem para ligar. Ligar o sujeito a um atributo, qualidade ou estado que fica no predicado! Eu sou feliz. Eu (sujeito) sou (verbo de ligação) feliz predicativo do sujeito A Trilha da Gramática Mapear Português 55 A Trilha da Gramática Mapear Português 56 Complementos Verbais Depois que estudamos o assunto Transitividade Verbal, fica mais fácil estudarmos os complementos verbais. Os verbos podem ser T – transitivos I – intransitivos L – de ligação Existem dois termos que funcionam como complementos verbaispropriamente ditos (obrigatórios): o objeto direto e o objeto indireto. Eles se relacionam exclusivamente com verbos transitivos. E por que são chamados de objeto? Literalmente, objeto significa “qualquer coisa (física ou mental) para qual uma ação, um pensamento ou um sentimento se dirige”. Os verbos transitivos transmitem uma ação do sujeito para um objeto – que também é chamado de alvo. Eu valorizo as amizades verdadeiras. (O.D) Preciso de bastante água. (O.I) Com verbos intransitivos e verbos de ligação, não existe objeto direto nem indireto, mas existem alguns termos que se assemelham a complementos verbais, já que, em alguns contextos, completam sintática e semanticamente o verbo. São os adjuntos adverbiais e os predicativos. Veja: Eu moro em Porto Velho. (adjunto adverbial) O verbo “morar” é intransitivo porque não transmite uma ação do sujeito para um alvo, mas exige um adjunto adverbial de lugar, neste contexto o termo “Porto Velho”. Como o adjunto adverbial não é um termo obrigatório em outros casos, a gramática não o classifica como um complemento verbal. Mas neste contexto ele é necessário, e não simplesmente um termo acessório. Algo semelhante ocorre com os verbos de ligação: Isabella é feliz. (predicativo do sujeito) A forma verbal “é” também não transmite uma ação do sujeito para um alvo, mas exige um predicativo do sujeito, neste contexto o termo “feliz”. Como o predicativo não é um termo obrigatório em outros casos, a gramática não o classifica como um complemento verbal. Mas neste contexto ele é necessário, não simplesmente para indicar um estado do sujeito, mas para completar o sentido do verbo. DIMP 1) Objeto pleonástico é uma repetição do objeto direto ou do indireto em forma de pronome oblíquo; não é usado no dia a dia, mas aparece em textos literários. O dinheiro, Pedro o deixou no banco. 2) Objeto direto interno ocorre com verbos que originalmente seriam intransitivos, mas admitem um complemento cognato, ou seja, da mesma raiz, origem, ou da mesma família semântica: Dormi um sono leve. Ele vive uma vida desregrada. 3) Objeto direto preposicionado é introduzido por uma preposição não obrigatória e ocorre com verbos transitivos diretos, por uma questão de estilo ou de adequação semântica (sentido). Na maioria dos casos, a preposição pode ser retirada ou o complemento modificado: Cumpra com o seu dever ou Cumpra o seu dever. Eles comeram de tudo ou Eles comeram tudo. Eles excluíram a nós ou Eles nos excluíram. A Trilha da Gramática Mapear Português 57 A Trilha da Gramática Mapear Português 58 Verbos de ligação Os verbos de ligação são assim chamados porque não indicam ação, nem processo, nem fenômeno da natureza: indicam estado físico, emocional ou psicológico do sujeito da oração. São também chamados de verbos não-nocionais. Costumamos dizer que eles servem para ligar o sujeito a uma característica ou estado. Esse estado tem vários aspectos. Veja: Amanda está calma. (estado transitório) Amanda é calma. (estado permanente) Amanda parece calma. (estado aparente) Amanda permanece calma. (estado de continuidade) Amanda ficou calma (estado mutatório) Nas frases anteriores, o adjetivo calma indica um estado do sujeito “Amanda”. É chamado de predicativo do sujeito. A função dos verbos de ligação é esta: ligar o sujeito a um predicativo (termo que indica qualidade, característica ou estado.) No mapa, citamos os principais verbos de ligação com o acróstico TV CAFE SP2. Outras palavras semelhantes aos verbos citados também podem ser verbos de ligação: encontrar-se, fazer-se, achar-se, viver: Ana encontra-se alegre. Ana vive alegre. Ana se fez alegre. Ana acha-se alegre. O predicativo é um dos termos que se relacionam com o substantivo, mas é inegável que ele serve como um complemento do verbo de ligação, apesar de a maioria dos gramáticos afirmarem o contrário. É importante observar, também, que a transitividade de um verbo depende do contexto, ou seja, depende da oração em que ele é empregado. Os verbos listados anteriormente podem ter outras classificações. Veja: Maria anda meio triste. (no sentido de estar = verbo de ligação) Maria andou devagar. (no sentido de caminhar = verbo intransitivo) Maria andou dez quilômetros (no sentido de percorrer = verbo transitivo direto). Verbos de ligação não possuem objeto direto ou indireto. #ficaadica Sc an ne d by C am Sc an ne r A Trilha da Gramática Mapear Português 59 A Trilha da Gramática Mapear Português 60 Pronomes Pessoais Olá! Hoje quereremos apresentar a você a FAMÍLIA PP! Essa turminha de outro planeta (rsrsrs) nos ajudará a memorizar os pronomes pessoais! Os pronomes pessoais servem para indicar as pessoas gramaticais, ou seja, as pessoas do discurso, do processo de comunicação. Eles têm profunda relação com a estrutura da oração: SVC = Sujeito +Verbo + Complemento. Temos 4 tipos de pronomes pessoais: • do caso reto: funcionam normalmente como sujeito (eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas) • oblíquos átonos: não aceitam preposição e funcionam principalmente como complemento verbal (o, os, a, as, lhe, lhes, vos, se, nos, te, me) • oblíquos tônicos: exigem preposição e funcionam principalmente como complemento verbal ou adjunto adverbial (mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco) • de tratamento: funcionam como sujeito ou complemento (Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Majestade etc.) Na frase Eu te amo, temos dois pronomes pessoais: Eu = pronome do caso reto – funciona como sujeito. te = pronome oblíquo átono – funciona como complemento (O.D.) amo = verbo transitivo direto – exige complemento sem preposição Na frase Ela precisa de mim, também temos dois pronomes pessoais: Ela = pronome do caso reto – funciona como sujeito. precisa = verbo transitivo indireto – exige complemento com preposição. de mim = pronome oblíquo tônico – funciona como complemento (O.I. com a preposição de). Uma pergunta quanto ao emprego de pronomes: o certo é “Eu lhe encontrei” ou “Eu te encontrei”? Como o verbo é transitivo direto — não exige preposição — o certo é usar um pronome oblíquo que funcione como objeto direto. Nesse caso, o certo é Eu te encontrei, em que o pronome te funciona como objeto direto. O pronome lhe, quando complementar verbos, sempre será objeto indireto. Observe que os pronomes que estão na saia da OLÍVIA OBLÍQUA (nossa personagem) podem exercer tanto a função de objeto direto quanto de indireto. Vai depender da transitividade do verbo e do contexto. Veja: Eu te valorizo = o pronome te funciona como O.D. Eu te dei o recado = o pronome te funciona como objeto indireto. Qual a diferença? No primeiro caso, valorizar é VTD; portanto só exige O.D. No segundo caso, dar é VTDI — exige O.D. e O.I. Como a expressão o recado já funciona como O.D., então o pronome te só pode ser O.I. Outra informação: os pronomes do caso reto, com exceção de EU e TU, podem tornar-se oblíquos tônicos. Dei o recado a ela. Observe que agora o pronome ela está preposicionado (com a preposição a) e funciona como objeto indireto do verbo dar. Os pronomes eu e tu (explicados por nosso personagem BETO RETO) não aceitam preposição. Logo, expressões como entre eu e ela ou Eles não vão sem eu e você estão incorretas. O certo seria entre mim e ela e Eles não vão sem mim e você, respectivamente. Ou seja, com preposição devem ser usados os pronomes oblíquos tônicos mim e ti. #ficaadica Bons estudos! A Trilha da Gramática Mapear Português 61 A Trilha da Gramática Mapear Português 62 Pronome Demonstrativo No nosso mapa, há dois personagens, aos quais não demos nenhum nome especial. Nós os chamamos apenas de EMISSOR e RECEPTOR. Eles são importantes principalmente para entendermos a função espacial dos pronomes demonstrativos. Pronomes Demonstrativos indicam a posição, a localização das pessoas, das coisas e das ideias (substantivos) em relaçãoao tempo, ao espaço físico e ao texto. Podemos dizer que eles exercem uma função temporal, espacial e cognoscitiva, respectivamente. A natureza dos pronomes demonstrativos é dêitica, ou seja, têm a função de mostrar, apontar algo. • Em relação ao tempo, o pronome AQUELE indica um passado ou um futuro distante. Exemplo: Em 1960, JK inaugurou Brasília. Naquele momento, começou um novo tempo de desenvolvimento e prosperidade para o Centro-Oeste. Em 2050, provavelmente a população mundial chegará a 8 bilhões de pessoas; naquele ano, o desafio em relação aos recursos naturais será enorme. Já o pronome ESSE se refere a um passado ou futuro próximos. Em dezembro, o comércio se anima com as vendas, porque nesse mês se comemora o Natal. Não fique desanimado; estamos em abril, mas logo chegará maio. Nesse mês venderemos bastante, porque se comemora o Dia das Mães. O pronome ESTE sempre deve ser usado em relação ao presente, ao tempo em que o falante estiver na hora de produção da fala: Nesta semana, teremos feriado. Neste ano, passarei em um concurso. • Já a função COGNOSCITIVA do pronome demonstrativo tem a ver com o prévio ou posterior conhecimento que o receptor terá da informação que o emissor transmitirá no TEXTO. Se a informação estiver sendo retomada pelo demonstrativo, a função é anafórica, e devem ser usados os pronomes ESSE (e suas variações) e ISSO. Ele foi humilde e isso foi fundamental para a sua contratação. Se a informação for citada depois do demonstrativo, a função é catafórica e deve-se usar ESTE (e suas variações) e ISTO. Entenda isto de uma vez por todas: vale a pena ser honesto. Os pronomes AQUILO e AQUELE (e suas variações) podem ser usados tanto de forma anafórica quanto de forma catafórica. Ele sempre fala aquela frase: “Tudo passa”. Caso a função cognoscitiva seja distributiva, não se usará o pronome esse (e suas variações) nem o pronome isso. Nesse caso, os pronome este (e suas variações) e isto retomarão o elemento mais próximo e terão função anafórica. #ficaadica Pedro e Paulo foram amigos de faculdade. Este se tornou presidente de uma grande empresa e aquele se tornou juiz federal. • Quanto à função ESPACIAL, observe com atenção o mapa seguinte. Vamos continuar na Trilha da Gramática? Aguardamos você na próxima fase! A Trilha da Gramática Mapear Português 63 A Trilha da Gramática Mapear Português 64 Classificação da Partícula A Você percebeu que a partícula “A” aparece constantemente nas frases? Realmente ela é muito comum. O mais interessante é que essa palavrinha pode pertencer a três classes diferentes. Convidamos a nossa amiguinha PAP para nos explicar. P reposição A rtigo P ronome Com certeza, o uso mais comum é como artigo, até porque o artigo geralmente acompanha o substantivo e esta é a classe com mais palavras na Língua Portuguesa. Como artigo, a partícula a sempre antecede substantivo feminino e com ele concorda em gênero e número. Observe: Você viu a Ester? Compre as canetas para a aula. Na primeira oração, a partícula “a” se refere ao substantivo próprio “Ester”, no feminino e no singular. Na segunda oração, temos dois artigos femininos: “as” e “a”; ambos concordam com os substantivos a que se referem, respectivamente “canetas” e “aula”. Em todos esses exemplos, a partícula a é artigo definido feminino, uma vez que determina o gênero, o número e a ideia de um substantivo. A partícula a também pode pertencer à classe dos pronomes; nesse caso pode ser pronome pessoal ou demonstrativo. Também varia em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere. Difere-se do artigo porque substitui o substantivo, e não o acompanha. “Convidei a Estela para a festa, mas não a vi lá. Veja as fotos e escolha a que achar melhor. Na primeira oração, temos três ocorrências da partícula a. As duas primeiras funcionam como artigos, determinantes, já que antecedem substantivos e indicam claramente o gênero, o número e a ideia definida deles. Já a terceira ocorrência não antecede substantivo, e sim substitui o substantivo “Estela”, evitando a repetição dessa palavra. Neste caso, temos um pronome pessoal. Na segunda oração, a partícula a evita a repetição do substantivo “foto” e pode ser substituída por aquela, que é um pronome demonstrativo. Dessa forma, classifica-se como pronome demonstrativo. A preposição se diferencia do artigo ou do pronome por vários motivos; primeiramente, ela é invariável, ou seja, não possui flexão nenhuma; em segundo lugar, a preposição pode anteceder diversas classes de palavras e não concorda gramaticalmente com nenhuma delas. Já aprendemos que a principal função de uma preposição é introduzir complementos ou adjuntos (estes também são chamados de termos modificadores). Observe: Eu me referi a vocês. Estou disposto a vencer. Ela tem aversão a ratos. Nas três orações, a partícula a não estabelece nenhum tipo de concordância com a palavra posterior a ela e introduzir complemento para a palavra imediatamente anterior. No primeiro caso, introduz um pronome pessoal de tratamento; no segundo, introduz um verbo; no terceiro, introduz um substantivo masculino no plural. Nos três casos, permanece invariável. Das três classificações da partícula a, a única invariável é a preposição. Esta Trilha está cada vez mais interessante!! Não desanime! Pare um pouquinho, beba água e vamos em frente! A Trilha da Gramática Mapear Português 65 A Trilha da Gramática Mapear Português 66 A palavra “livro” é antecedente e referente do pronome relativo “que” e exerce a função de objeto direto da forma verbal “viu”. Já o pronome “que” funciona como sujeito de “estava”. Repita a palavra “livro” na segunda oração (no lugar do “que”) que você perceberá isso. 2ª oração: “o livro” estava aqui. Um pouquinho difícil, não é? Mas tenha calma que, em outro momento da nossa trilha, vamos explicar isso melhor. O pronome relativo sempre INTRODUZ uma oração subordinada adjetiva — aquela que restringe ou explica um termo substantivo da oração principal. Portanto, se há pronome relativo, há oração adjetiva. Lembrando que a função de um adjetivo nem sempre é qualificar um substantivo, mas sim restringir ou explicar o seu sentido. Veja: Os alunos que estudam bastante passam. A oração “...que estudam bastante” está especificando, restringindo o substantivo “alunos”. Observe que não são todos os alunos que passam, mas apenas “os que estudam bastante”. Essa oração introduzida pelo pronome relativo “que” se classifica como oração subordinada adjetiva restritiva. Sabemos que esse conteúdo (funções sintáticas e orações subordinadas) é um pouco complexo e será estudado na Trilha 3. Por enquanto, basta você memorizar o conceito de pronome relativo. Fase difícil, não é mesmo? Mas estamos juntos: não desanime! Vamos continuar na Trilha. Pronome Relativo – Conceito O Presidente da República é REI. Calma! Não voltamos à Monarquia! Essa é uma forma de memorizarmos o conceito de pronome relativo: o PR é REI!!! E o que significa REI? São as letras iniciais dos três verbos que compõem o conceito de pronome relativo. O pronome relativo sempre se REFERE a um termo substantivo da oração anterior e o substitui numa oração posterior. Ele funciona como um CONECTOR entre duas orações. Gostei bastante dos livros que você me deu. 1ª oração: “Gostei bastante dos livros” 2ª oração: “... você me deu os livros”. Juntando as duas e empregando o conectivo que, temos: Gostei bastante dos livros que você me deu. O pronome relativo sempre EXERCE uma função sintática na oração que ele inicia. Como ele evita na segunda oração a repetição de um termo da 1ª oração (termo antecedente), passa a exercer a função que o termo substituído exerceria se ali estivesse. Atenção: essa função não necessariamente é a mesma que o termo antecedente exerce na 1ª oração. No período Você viu o livro que estava aqui?, temos duas orações: 1ª oração:
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