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Assistência pré-natal - GO

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RISCO GESTACIONAL 
A gestação é um fenômeno fisiológico, mas 
alguns fatores podem elevar o risco de uma 
evolução desfavorável (gestação de alto risco). 
A avaliação do risco gestacional é feita com 
anamnese, exame físico e se necessário exames 
complementares, na primeira consulta e deve ser 
sempre reavaliada durante toda a gestação, pois é 
um processo dinâmico. 
#DICA: devemos nos atentar para os principais 
riscos gestacionais para indicar à gestante o local 
de acompanhamento pré-natal e parto. Lembrar 
que alguns riscos podem ser acompanhados na 
UBS e maternidade de risco habitual. 
RISCO HABITUAL 
 São acompanhadas na unidade básica de 
saúde (UBS) e na maternidade de risco habitual. 
São aquelas sem critérios de risco, com perfil 
sociodemografico favorável, gestação planejada e 
desejada, intervalo interpartal > 2 anos, sem 
intercorrências. O seguimento baseia-se na 
avaliação clínica periódica. 
RISCO BAIXO 
 Alguns riscos podem ser acompanhados na 
UBS e maternidade de risco habitual. São eles: 
Condições sociodemográficas 
● Idade <15 ou > 35 anos 
● Ocupação de risco 
● Violência ou situação conjugal insegura 
● Gravidez não desejada ou aceita 
● Baixa escolaridade 
● Altura < 1.45 m 
● Tabagismo sem comprometimento fetal 
● IMC < 19 e > 30 
Fatores da gestação atual 
● Infecção urinária 
● Ganho de peso inadequado 
● Anemia 
● Sífilis, dengue, zika, chikungunya 
Fatores da história reprodutiva prévia 
● RCIU ou pré-termo 
● Macrossomia fetal 
● Malformação ou microcefalia 
● Síndromes hipertensivas ou hemorrágicas 
● Intervalo interpartal < 2 ou > 5 anos 
● Nuliparidade e multiparidade (+5) 
● 3 ou + cesáreas 
● Cirurgia uterina 
 
ALTO RISCO 
 São acompanhadas na UBS e no serviço de 
alto risco, com maternidade de alto risco como 
referência. 
 
Os principais indicativos para encaminhar ao alto 
risco são: 
 Se tiver doenças sistêmicas, abortamento 
habitual, mal passado obstétrico, gestações 
gemelares, acometimento fetal, NIC3 e ITU e 
repetição. 
Sociodemográfico 
● Dependência química 
● Obesidade com IMC > 40 
● Desnutrição ou transtorno nutricional 
História reprodutiva prévia 
● Morte perinatal 
● Insuficiência istmocervical 
● Abortamento habitual 
● Isoimunização Rh 
● Infertilidade 
● Acretismo placentário 
● Síndrome hemorrágica / hipertensiva grave 
● Prematuridade 
Comorbidades 
● Cardiopatias 
● Pneumopatias graves (incluindo asma) 
● Nefropatias graves (DRC, transplante) 
● Endocrinopatias 
● Doenças hematológicas 
● Doença psiquiátrica grave 
● Hipertensão arterial crônica 
● Síndromes genéticas 
● Tromboembolismo anterior (TVP, TEP) 
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● Doenças neurológicas 
● Doenças autoimunes 
● Patologias ginecológicas 
● Neoplasias (incluindo NIC III e câncer de mama) 
● Infecções (hepatites, toxoplasmose, HIV, sífilis 
terciária, DSTs, hanseníase, tuberculose). 
 No caso se sífilis, tratar e controlar VDRL 
mensalmente após tratamento. Paciente VDRL 
>=1:8  TRATAR OBRIGATORIAMENTE! 
 Toda gestante com o diagnóstico de HIV deve 
receber tratamento antirretroviral, 
independentemente da condição clínica ou 
imunológica, objetivando diminuir a 
morbimortalidade materna e fetal. 
Intercorrências obstétricas atuais 
● Gemelaridade 
● Gestação resultante de violência sexual 
● Distúrbios hipertensivos da gestação 
● Diabetes gestacional 
● Infecção urinária de repetição 
● Desvios de crescimento intrauterino (RCIU) 
● Poli ou oligoidrâmnio 
● Suspeita de insuficiência istmocervical 
● Anemia grave ou refratária ao tratamento 
● Hemorragias 
● Acretismo placentário 
● Placenta prévia 
● Colestase 
● Malformação fetal 
● Infecção por rubéola ou citomegalovírus 
● Isoimunização Rh 
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS 
 Alguns fatores de risco, quando 
identificados, indicam encaminhamento a 
urgência. São eles: 
● Síndromes hemorrágicas 
● Suspeita de pré-eclâmpsia, sinais 
premonitórios de eclâmpsia, eclâmpsia e crise 
hipertensiva 
● Amniorrexe prematura 
● Isoimunização Rh 
● Anemia grave (Hb < 8) 
● Trabalho de parto prematuro 
● IG > 41 semanas 
● Hipertermia sem sintomas de IVAS 
● Suspeita de abdome agudo 
● Suspeita de trombose venosa profunda 
● Suspeita de pielonefrite, infecção ovular ou 
outras infecções graves 
● Investigação de prurido/icterícia 
● Vômitos incoercíveis com <20 semanas 
● Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre 
● RCIU e oligoidrâmnio 
● Cefaléia súbita, sinais neurológicos, crise de 
asma, etc. 
 
CONSULTAS DE PRÉ-NATAL 
 Devemos estimar corretamente a idade 
gestacional, fazer a identificação do risco 
gestacional, avaliar constantemente a saúde 
materno-fetal, detectar problemas de forma 
precoce e promover a saúde. Mínimo de consultas: 
6  1 no 1º trimestre, 2 no 2º trimestre e 3 no 3º. 
 O pré-natal ideal deve iniciar no primeiro 
trimestre, o mais precoce possível, 
preferencialmente antes das 10 semanas ou 120 
dias de gestação. Pelo ministério da saúde (MS) 
devem ser realizadas no mínimo 6 consultas, 
espaçadas conforme o trimestre. 
CONSULTA INICIAL E PRIMEIRO TRIMESTRE 
História clínica 
● História médica: informações pessoais e 
demográficas, história médica 
(comorbidades, fatores de risco para 
doenças cardíacas, alergias, medicações, 
imunizações, infecções, exposição 
teratogênica), história familiar, passado 
cirúrgico, história ginecológica e menstrual, 
viagens para áreas endêmicas 
● Informações psicossociais, como uso de 
substâncias, saúde mental, estabilidade 
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familiar e risco ou histórico de violência 
doméstica. 
● História gestacional: passado obstétrico, 
gestações ectópicas e abortamentos. 
● História da gestação atual (lembrar de 
investigar o desejo da gestação). 
Cálculo da idade gestacional 
Conforme a DUM 
 Soma-se número de dias até a consulta 
atual e divide por 7 para mostrar o número de 
semanas. O número inteiro é o número de semanas 
e o resto é o número de dias. 
Ex: DUM 29/07 e data da consulta 12/09. A soma de 
dias é: 2 (julho) + 31 (agosto) + 12 (setembro) = 45. 
Então divide 45 por 7 = 6 e sobram 3. Logo, são 6 
semanas e 3 dias (6+3) 
Conforme o USG de 1º trimestre 
É similar ao cálculo da DUM, mas devemos lembrar 
de somar as semanas calculadas com as semanas 
presentes no dia do USG. O cálculo pelo USG só é 
confiável quando realizado precocemente. 
Ex: USG (dia 30/08) com 4 semanas + 4 dias, data da 
consulta 12/09. A soma dos dias é: 1 (agosto) + 12 
setembro = 13. Divide-se por 7 = 1 semana e 
sobram 6 (1+6). Então somamos às semanas do 
USG: 4 semanas + 1 semana = 5 semanas; 4 dias + 6 
dias = 1 semana + 3 dias. Logo, são 6 semanas e 3 
dias (6+3). 
Cálculo da data provável do parto 
Pela regra de Naegele, devemos utilizar a 
DUM e somar 7 dias aos dias. Se ultrapassar 30-31, 
somar ao mês e o restante é o número de dias. Para 
determinar o mês, soma-se 9 (se DUM em jan, fev, 
mar) ou subtrair 3 e acrescentar 1 ao ano (se DUM 
de abr a dez). 
Ex: DUM 29/07/2018. Somamos 7 aos dias = 29+7, 
como julho tem 30 dias, sobram 5 dias e acrescento 
1 ao mês. O mês será 07 (julho) + 1 (sobra dos dias) 
- 3 (regra) = 5. Como é mês de maio, somamos 1 ao 
ano = 2019. Logo, a DPP será 05/05/2019. 
Exame físico 
Exame geral 
● Aferir pressão arterial 
● Aferir peso e IMC 
Manobras de Leopold-Zweifel 
São manobras que avaliam a estática fetal. É 
composta por 4 tempos. 
 
Altura uterina e circunferência abdominal 
 A altura uterina é calculada medindo com 
uma fita métrica da borda superior da sínfise 
púbica até o fundo uterino. Pode indicar distúrbios 
de crescimento fetal e do líquido amniótico ou 
mesmo erro de data. 
Após 12 semanas, o útero é palpável na 
altura das sínfise púbica e com 16 semanas ocupa 
a metade da distância entre a sínfise púbica e a 
cicatriz umbilical. A partir da 20ª até 32ª semana , a 
medida em cm acompanha a idade gestacionalem 
semanas. 
O tamanho uterino é importante para 
identificar alterações, como miomas, utero 
retrofletido, gestação múltiplas e datação 
incorreta. 
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Ausculta de BCF 
 É feito com o sonar doppler fetal, a partir 
da 10-12ª semana. O USG transvaginal pode 
identificar BCF a partir de 5.5 semanas. Os BCF são 
auscultados com o estetoscópio de Pinard a partir 
da 18ª-20ª semana (quando a altura uterina está 
chegando na cicatriz umbilical). 
Exame ginecológico 
 A paciente é avaliada com exame especular 
e toque vaginal. Pode ser feita coleta de 
colpocitologia oncótica se indicada conforme o 
rastreamento (após 25 anos, trienal). 
SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRES 
 As consultas de risco habitual devem seguir 
os intervalos: mensais até 28 semanas, quinzenais 
até 36 semanas e semanais até o parto, de modo 
geral. A OMS recomenda 8 consultas, sendo 1 no 1º 
trimestre, 2 no 2º trimestre e 5 no 3º trimestre. 
Conforme o risco, podem ser feitos encontros mais 
ou menos frequentes. 
Seguimento clínico 
 Nas consultas subsequentes, devemos 
avaliar a evolução da gestação, aferir pressão 
arterial e peso e investigar sintomas de depressão 
e ansiedade, além de investigar queixas e fazer 
orientações. 
 Devemos questionar sobre eventos, como 
viagens recentes, doenças, fatores estressores e 
exposição à infecção (Zika, Sars-COV-2). 
 Por fim, devemos revisar sintomas de 
problemas na gestação e fazer orientações quanto 
à dieta e exercícios físicos. 
 
 
Sinais e sintomas de risco 
 Devemos orientar a paciente a procurar seu 
médico em caso de: 
● Sangramento vaginal 
● Perda de líquido via vaginal 
● Redução da atividade fetal 
● Sinais e sintomas de parto pré-termo (dor 
lombar, aumento de atividade uterina, 
sangramento vaginal, diarreia, pressão 
pélvica, perda de líquido vaginal e 
contrações) 
● Sinais e sintomas de pré-eclâmpsia (cefaléia 
refratária a paracetamol, alterações visuais, 
dor epigástrica ou em quadrante superior 
direito persistente). 
PROFILAXIA DE ECLÂMPSIA: 
 Realizada com 1 g de carbonato de cálcio/dia e 
AAS 100 mg/dia até 36 semanas de idade 
gestacional. 
Exame físico 
● Aferir pressão arterial 
● Aferir peso e IMC 
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● Altura uterina (avaliar crescimento fetal) 
● BCFs 
● Apresentação fetal (no 3º trimestre) 
 
 Além disso, devemos lembrar da 
administração da imunoglobulina anti-D em 
pacientes Rh negativos e orientar quanto à 
vacinação (a seguir). 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Exames de triagem laboratoriais 
Alguns exames são realizados para todas as 
gestantes e outros conforme a clínica e suspeita. 
O Ministério da Saúde indica a realização de 
uma série de exames no pré-natal: 
EXAMES DA PRIMEIRA CONSULTA 
Séricos ● Hemograma 
● Tipagem sanguínea e fator Rh 
● Coombs indireto, se Rh 
negativo 
● Glicemia de jejum (entre 92-
125 confirmados em 2 coletas, 
confirma DM gestacional). 
● Eletroforese de Hb (negras, 
histórico familiar de anemia 
falciforme, história pessoal de 
anemia crônica) 
Sorologias ● Teste rápido HIV e anti-HIV 
● Teste rápido Sífilis e/ou VDRL 
e/ou RPR 
● HbsAg 
● IgG e IgM Toxoplasmose 
(solicitar mensalmente no caso 
de paciente susceptível). 
Urina ● Parcial de urina 
● Urocultura 
Outros ● Colpocitologia oncótica (se 
necessário) 
● Parasitológico de fezes (se 
indicação clínica) 
● Exame de secreção vaginal (se 
indicação clínica) 
● Ultrassonografia obstétrica 
(avaliação da idade 
gestacional) 
 
EXAMES DO 2º TRIMESTRE 
Séricos ● Teste de tolerância oral à 
glicose (24-28 semanas) 
● Coombs indireto (se Rh 
negativo) 
 
EXAMES DO 3º TRIMESTRE 
Séricos ● Hemograma 
● Coombs indireto, se Rh 
negativo 
● Glicemia de jejum 
Sorologias ● Anti-HIV 
● VDRL 
● HbsAg 
● Anti HCV 
● IgG e IgM Toxoplasmose (se 
gestante suscetível) 
Urina ● Parcial de urina 
● Urocultura 
Outros ● Bacterioscopia de secreção 
vaginal (swab) para pesquisa 
de GBS (após 37 semanas) 
 
OBS: valores de glicemia em jejum entre 92 e 125 
mg/dL confirmados em 2 coletas determinam 
diagnóstico de diabetes gestacional. 
 
OBS: pesquisar Streptococcus agalactiae em swab 
vaginal/anal (cultura) entre 35 e 37 semanas. Fazer 
pesquisa no máximo 5 semanas antes do parto. 
 
 
 
 Esses são os exames indicados de rotina, 
para todas as gestantes. Conforme a suspeita, 
outros exames podem ser solicitados: 
● Imunidade para rubéola (deve ser 
oferecido) e aguardar um mês 
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● Imunidade para varicela 
● Pesquisa de proteínas na urina 
● Pesquisa de Clamídia (se sintomas) 
● Função tireoidiana (TSH) 
● Anti-HCV (se fatores de risco) 
● Anti-HAV 
● Tuberculose (PPD) 
● Vaginites e vaginose (se sintomas) 
● Herpes simples 
● Citomegalovírus (se sintomas) 
#DICA: cada serviço tem sua rotina, assim como 
existem diferenças entre o protocolo do MS e de 
algumas regiões (p. ex. Mãe Paranaense). Fique 
atento ao edital de onde você vai prestar prova. 
Conduta diante dos exames 
Exame Conduta 
TS 
Rh negativo e parceiro 
Rh 
positivo/desconhecido 
Solicitar Coombs 
Indireto: 
● Negativo = 
repetir a cada 4 
semanas, a 
partir da 24ª 
semana 
● Positivo = 
encaminhar ao 
alto risco 
TR Sífilis ● Positivo = coletar 
VDRL e testar 
parceiro 
● Negativo = repetir 
no 3º tri, parto ou 
abortamento 
 VDRL ● Positivo: tratar 
gestante e parceiro 
● Negativo: repetir 
no 3º trimestre, 
parto ou 
abortamento 
Urina com proteinúria ● Traços = repetir em 
15 dias, se manter 
encaminhar ao alto 
risco 
● Traços + 
hipertensão ou 
edema = 
encaminhar ao alto 
risco 
● Maciça = 
encaminhar ao alto 
risco 
Urina com piúria, 
bacteriúria, 
leucocitúria + cultura 
positiva 
Tratar para infecção 
urinária de forma 
empírica até resultado 
do antibiograma. 
● Solicitar parcial de 
urina após 
tratamento 
● Se refratária = 
ajustar medicação 
● Se repetição = 
encaminhar ao alto 
risco 
● Se suspeita de 
pielonefrite = 
encaminhar ao 
hospital de 
referência 
Glicemia jejum ● 85-109 = fazer 
TOTG com 24-28 
semanas 
● > 110 = repetir 
glicemia, se > 110 
faz diagnóstico de 
DM gestacional 
TOTG ● Jejum < 110 e 2h < 
140 = negativo 
● Jejum > 110 e 2h > 
140 = DM 
gestacional 
Hemoglobina ● >11, sem anemia = 
suplementar ferro 
a partir da 20ª 
semana (200 
mg/dia de sulfato 
ferroso = 40 mg de 
ferro elementar) 
● Hb 8-11, anemia 
leve = solicitar 
parasitológico de 
fezes e tratar s/n + 
tratar anemia com 
120 a 240 mg/dia 
de ferro elementar 
(5 cp de 40 mg de 
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sulfato ferroso) + 
repetir dosagem 
após 30-60 dias. Se 
refratário, 
encaminhar ao alto 
risco. Manter até 
Hb > 11 e então 
iniciar 
suplementação 
● Hb < 8, anemia 
grave = encaminhar 
ao alto risco 
Cálcio Suplementar 600-1g 
/dia. 
TSH e T4 
Seus níveis devem ser 
adequados à 
normalidade da 
gestação 
● <0.1 ou supresso + 
T4 ou T3 elevados 
= hipertireoidismo 
● TSH elevado ou > 4 
+ T4 baixo = 
hipotireoidismo 
● TSH elevado + T4 
normal = 
hipotireoidismo 
subclínico 
 
OBS: lembrar se bacteriuria assintomática DEVE 
TRATAR pelo risco de abortamento. 
Nitrofurantoina, cefalexina, amoxicilina, 
fosfamicina. 
 
OBS: para gestantes que apresentarem duas 
cistites ou uma pielonefrite, é indicada a profilaxia 
antibiótica até o final da gestação com 
nitrofurantoína ou amoxicilina. A urocultura deve 
ser repetida mensalmente. 
 
OBS: Candidíase: tratar com miconazol, clotrimazol 
ou nistatina tópicos por 7 dias. Tratar parceiro após 
2º episódio da gestante, com fluconazol 150 mg 
em dose única. 
 
OBS: Vaginose ou tricomoniase: metronidazol via 
oral por 7 dias. Vaginose: 500 mg 12/12 horas. 
Tricomoniase: 250 mg 8/8 horas ou 400 mg 12/12 
horas. 
 
OBS: ferro deve suplementar de 20 semanas de 
gestação até 12 semanas de puerpério. 
OBS: checar movimentação fetal em todas as 
consultas. SOLICITAR MENSALMENTE  sorologia 
de toxo (se paciente suscpetivel), pesquisa de 
anticorpos irregulares em gestantes RhD -. 
RASTREARDM com TOTG de 24-28 semanas. 
 
 
Ultrassonografia obstétrica 
É recomendado a realização de uma USG 
por trimestre, sendo uma morfológica entre 18 a 
22 semanas. Ideal é uma a cada trimestre. 
A USG precoce (endovaginal antes de 20 
semanas) é útil para confirmar a idade gestacional, 
principalmente em pacientes com ciclo irregular, 
DUM desconhecida, uso de contraceptivos e 
tamanho uterino discordante. Determina IG, 
viabilidade, localização, corionicidade se gemelar, 
corpo lúteo. 
 
USG morfológico de 1º trimestre (11-14 
semanas, CCN 45-84 mm): doppler de artérias 
uterinas e marcadores de aneuploidias (TN, osso 
nasal, ducto venoso, regurgitação tricúspide, 
morfologia fetal). 
 
USG morfológico de 2º trimestre: 
morfologia fetal, comprimento de colo uterino, FC, 
placenta, líquido amniótico, peso estimado, 
adaptação placentária (doppler). 
 Entre 20-24 semanas indicada para ver as 
malformações e cervicometria (comprimento do 
colo do útero para saber risco de prematuridade). 
Além disso, esse primeiro ultrassom auxilia 
na suspeita de malformações e anomalias fetais e 
detecção de gestação múltipla. 
VACINAÇÃO 
Vacinas indicadas 
● Hepatite B: deve constar 3 doses no 
calendário vacinal. Completar ou iniciar o 
esquema conforme indicado, após o 1º 
trimestre. OBS: segundo as Diretrizes de 
Prevenção de Transmissão Vertical, 
autoriza em qualquer idade gestacional a 
vacina. 
● Influenza: conforme calendário anual. 
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● dT: deve constar 3 doses de dTP no 
calendário vacinal e reforço de dT a cada 10 
anos. Caso nunca tenha recebido nenhuma 
dose, é feito 2 doses de dT (0-30 dias) e 
completado com dTpa (27-32 semanas) 
● dTpa/pertussis acelular: toda gestante 
deve receber uma dose de dTpa, 
independente do estado vacinal anterior e 
gestações anteriores. É recomendada após 
20 semanas, sendo a melhor época entre a 
27 e 32ª semana. 
● Raiva: não é contra-indicada e deve ser feita 
em caso de acidente com risco de 
contaminação, conforme a gravidade do 
ferimento. 
● Febre amarela: indicada somente em casos 
de alto risco de infecção. 
#DICA: atentar para as 3 vacinas recomendadas: 
hepatite B, influenza, DT e dTpa. 
Vacinas contra-indicadas 
São contra-indicadas vacinas de vírus vivos. 
● Tríplice viral, febre amarela, BCG 
SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS 
O ácido fólico é indicado 90 dias antes da 
concepção, na dose de 0.4 mg/dia. Na vigência de 
alto risco, como uso de anticonvulsivantes ou 
história prévia de defeitos de tubo neural, a dose é 
4 mg/dia. 
Em gestantes veganas, devemos estar 
atento para a reposição de vitamina B12 e vitamina 
D. 
Também devemos atentar para a 
deficiência de ferro com anemia ferropriva, 
fazendo sempre o diferencial com a anemia 
fisiológica da gestação (por hemodiluição). 
EXAMES PARA AVALIAÇÃO FETAL 
Suspeita de malformações 
 O rastreio para trissomia do 21 é iniciada 
com a USGTV que avalia a translucência nucal 
(normal SE COMPRIMENTO CABEÇA NADEGA FOR 
de 45-84mm – entre 11-13 semanas), que pode 
estar alterada também em demais situações 
(aneuploidias, infecções, cardiopatias). A medida é 
alterada quando é > 2.5 mm e indica investigação 
diagnóstica com cariótipo fetal. 
 A avaliação do ducto venoso com USG 
doppler pode aumentar a suspeita de síndrome de 
Down, pois é um marcador de função cardíaca e se 
encontra alterado em 80% dos fetos. 
 A ausência de osso nasal é outro sinal 
característico de trissomias (mais comuns SÃO 
TRISSOMIA DO 21, PATAU 13 E EDWARDS 18  
PED!), bem como é o cisto de plexo coróide. 
 No caso de alterações suspeitas, pode ser 
feito biópsia de vilo corial (10-13ª sem), 
amniocentese (14-16ª sem) ou cordocentese (18ª 
sem). Lembrando que o diagnóstico de trissomia 
do 21 é feito somente pelo cariótipo fetal. A USG 
não é diagnóstica, apenas sugere risco aumentado. 
Se paciente com >35 anos ou fator de risco ou 
rastreio positivo: 
 Teste duplo: BHGG e PAAP-A se em 11-12 
semanas. Se > que isso, teste triplo (AFP, estriol 
e BHCG) no 2º trimestre e se quiser adicionar, 
faz inibina. DNA fetal pode pedir a partir das 10 
semanas. 
 Testes invasivos: 10-12 semanas, biopsia vilo 
corial; se >14ª semana amniocentese e se >18ª 
semana, cordocentese  FECHA 
DIAGNÓSTICO DE MÁ FORMAÇÃO! 
Screening genético 
Algumas pacientes desejam realizar testes 
genéticos para rastreio de anomalias. As pacientes 
devem ser orientadas quanto à interpretação do 
exame, possibilidades de falso positivos e 
negativos e os possíveis exames de confirmação. 
Os testes disponíveis são a análise de DNA 
livre na circulação materna, análise dos níveis de 
biomarcadores específicos no sangue materno, 
entre outros. 
 
Exames invasivos 
● Amniocentese: pode ser diagnóstica ou 
terapêutica (descompressão uterina). 
Melhor indicada entre 14 a 16 semanas. 
● Cordocentese: pode ser diagnóstica ou 
terapêutica (como no caso de transfusão 
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intravascular fetal, para tratar anemia 
fetal). 
● Fetoscopia: é utilizada na terapia de bridas 
amnióticas, hérnia diafragmática e 
realização de anastomoses vasculares. 
● Biópsia de vilo corial: utilizada como 
método diagnóstico para estudos 
citogenéticos, bioquímicos e moleculares. 
Melhor indicada entre 10 a 13 semanas. 
Obs: mais detalhes no resumo de “Sofrimento 
fetal”. 
#DICA: a USG obstétrica tem indicações específicas 
por período. No primeiro trimestre, por exemplo, 
serve para rastreio de malformações e datar a 
gestação. 
 
INFORMAÇÕES EXTRAS 
ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA 
- Quadro clínico: 
 3º trimestre; Náusea; Vômitos 
 Dor no hipocôndrio direito 
 Icterícia 
- Laboratório: 
 Aumento de BD 
 Aumento de TGO/TGP 
 Aumento de creatinina 
 Hipoglicemia 
 Hipofibrinogenemia 
 Hiperuricemia 
 Plaquetas normais 
 Sem hemólise 
- Diagnóstico diferencial: 
Hiperêmese: vômitos incoercíveis + sinais e 
sintomas de distúrbios hidroeletrolíticos = 
internação hospitalar. Em casos de vômitos 
frequentes, mal-estar, desidratação: procurar 
pronto atendimento de referência. 
Se for HIPERÊMESE LEVE  orientação dietética, 
derivados do gengibre e vitamian B6. 
 Hepatites virais 
- Tratamento: 
 Parto + estabilização 
 O parto resolve o quadro 
 Melhor opção: parto vaginal (tem distúrbio 
de coagulação) 
- Complicações: 
 Insuficiência hepática 
 Insuficiência renal 
OBS: com 4-5 SEMANAS JÁ É POSSÍVEL DE VER O 
SACO GESTACIONAL PELO USG TV. 
 
FLASHCARDS 
A gestação de risco pode ser 
definida por aquela que é 
complicada por quais fatores 
principais 
- Peso materno <50kg 
- Estatura materna inferior a 
1,5m 
- Mães sedentárias 
- Mães solteiras 
 
Idade materna < 18 anos e >35 
anos  não é gestação de risco! 
 
 
 
 
Interrupção da gestação com 
limite máximo de idade 
gestacional (22 semanas ou até 
500g) é apenas em casos de 
estupro. Anencefalia e risco de 
vida materno não têm essa 
ressalva. 
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Mulher, 22 anos, G1P0, idade 
gestacional compatível com 
dezoito semanas, comparece a 
consulta pré-natal para checar 
exames de rotina. A avaliação 
dos resultados evidenciou 
sorologia positiva para o 
antígeno de superfície da 
Hepatite B (HBsAg positivo). 
Para esta paciente, como medida 
para redução da transmissão 
vertical deste vírus, está indicado 
o que 
Solicitar carga viral do vírus da 
hepatite B (HbeAg) para decisão 
da prescrição antiviral. 
 Nesse caso a vacina e a IG 
devem ser feitas para o RN, 
não para a gestante. 
 A via de parto segue indicação 
obstétrica, cesárea não reduz 
transmissão vertical. 
 É possível reduzir a infecção 
perinatal se administrarmos 
Lamivudina a partir de 32 
semanas até 4 semanas após o 
parto, como mostra alguns 
estudos. Dessa forma seria 
indicado solicitar a carga viral 
dessa paciente e avaliar a 
introdução da lamivudina. 
 
 
Gestante, G3 P2, 38 semanas, é 
internada na maternidade com 
diagnóstico de trabalho de parto.Após anamnese, avaliação do 
cartão de pré-natal e exame 
físico, foi iniciado ampicilina para 
profilaxia de sepse neonatal. 
Qual achado abaixo pode ter sido 
identificado durante a 
internação da paciente para 
justificar essa conduta 
História de sepse neonatal por S. 
agalactiae na gestação anterior. 
 
 
É recomendado que as gestantes 
entre 35 a 37 semanas sejam 
rastreadas através da coleta de 
swab vaginal e retal para a 
colonização por Streptococcus 
beta-hemolítico do grupo B. 
Deve receber profilaxia da 
infecção neonatal por 
Streptococcus beta-hemolítico 
do grupo B 
Gestante em trabalho de parto 
com menos de 37 semanas e 
ausência de cultura para 
Streptococcus beta-hemolítico 
do grupo B. 
 
 
Adolescente de 16 anos, com 
idade gestacional de 20 semanas, 
inicia Pré-Natal. Refere ter 
perdido a carteira de vacinação e 
não sabe referir imunizações 
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prévias. Qual orientação de 
vacinas para essa gestante 
Realização de vacina para 
influenza e tríplice bacteriana 
acelular independente da 
vacinação prévia para tétano.

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