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Classificação dos Crimes no Direito Penal

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Classificação dos Crimes no Direito 
Penal 
 Quanto ao sujeito ativo 
Os crimes se classificam, quanto ao 
sujeito ativo, em comuns, próprios e de 
mão própria: 
Crime comum: é aquele que não exige 
nenhuma qualidade específica do sujeito 
ativo para sua prática. 
São exemplos os delitos de homicídio, 
de furto e de estupro. 
Crime próprio: é aquele que exige 
determinada qualidade do sujeito ativo 
para sua prática. A doutrina admite a 
autoria mediata, a coautoria e a 
participação nos crimes próprios. 
São exemplos o peculato, no qual se 
exige a qualidade de funcionário 
público (crime funcional); o autoaborto, 
que só pode ser praticado pela própria 
grávida; e o delito de entrega de filho 
menor a pessoa inidônea, o qual só pode 
ser praticado pelos genitores. 
Crime de mão própria: é aquele que 
somente pode ser praticado pela própria 
pessoa, por si mesma. Só se admite a 
participação em crime de mão própria, 
ressalvado o caso de perícia assinada 
por dois profissionais, caso em que a 
doutrina entende excepcionalmente 
cabível a coautoria. Também 
denominado de delito de conduta 
infungível. 
São exemplos o falso testemunho e a 
falsa perícia. 
 Quanto à necessidade de 
resultado naturalístico para 
sua consumação 
Este critério leva em conta a 
necessidade de resultado 
naturalístico para a consumação, 
distinguindo os delitos em materiais, 
formais e de mera conduta. 
Crime material: é aquele que prevê um 
resultado naturalístico como necessário 
para sua consumação. São exemplos o 
delito de aborto e o crime de dano. Há 
quem o chame de crime de resultado. 
Crime formal: é aquele que descreve 
um resultado naturalístico, cuja 
ocorrência é prescindível para a 
consumação do delito. Também 
denominado de delito de tipo 
incongruente. É o caso da extorsão 
mediante sequestro e o do descaminho. 
Crime de mera conduta: é aquele cujo 
resultado naturalístico não pode ocorrer, 
porque sequer há a sua descrição. 
Podemos tomar como exemplo o crime 
de ato obsceno, assim como o de 
violação de domicílio. 
 Quanto à necessidade de lesão 
ao bem jurídico para sua 
consumação 
Se tomada como critério a necessidade 
ou não de efetiva lesão ao bem jurídico, 
temos a classificação dos delitos em 
crimes de dano e crimes de perigo. Esta 
forma de classificação toma como base 
o resultado jurídico do delito. 
Crime de dano: é aquele em que se 
exige, para sua configuração, a efetiva 
ocorrência de lesão ou de dano ao 
bem jurídico protegido pela norma 
penal. 
São exemplos o crime de dano, o crime 
de vilipêndio a cadáver, o próprio crime 
de dano e o infanticídio. 
Crime de perigo: é aquele que, para 
que se considere consumado, exige 
apenas que o bem seja exposto a 
perigo. Portanto, a efetiva ocorrência de 
dano ao bem jurídico protegido pela lei 
penal é desnecessária para que o crime 
se consume. 
São exemplos os crimes de perigo de 
contágio venéreo, de omissão de 
socorro e de tráfico ilícito de 
entorpecentes. 
Os crimes de perigo podem ser 
subdivididos em: 
 De perigo concreto: é o crime 
de perigo cuja configuração 
requer a demonstração de que o 
bem jurídico efetivamente foi 
posto em perigo. É exemplo o 
crime de incêndio, em que o 
perigo deve ser demonstrado. 
 De perigo abstrato (ou puro):é 
o crime de perigo em que a sua 
consumação não depende da 
demonstração de que tenha 
colocado o bem jurídico em 
risco. O risco é presumido, de 
forma absoluta, pela lei. É o 
caso do crime de associação 
criminosa e crime de posse 
irregular de munição de uso 
permitido ou restrito, dos artigos 
12 e 14 da Lei 10.826/2003
[1]
. 
 De perigo abstrato de 
“perigosidade” ou 
periculosidade real: cuida-se 
de denominação nova trazida 
por alguns doutrinadores. Seria 
o crime de perigo em que deve 
ser demonstrado o risco, mas 
não a pessoa certa e 
determinada. Não é uma 
denominação utilizada pela 
maioria da doutrina, que só 
distingue os crimes de perigo, 
quanto à demonstração do risco, 
em concretos e abstratos. Este 
Professor entende que esta 
classificação em nada se 
diferencia como a seguinte, de 
crimes de potencial perigo. Para 
muitos doutrinadores, seria uma 
mistura indevida de categorias, 
relacionando o perigo comum ao 
perigo concreto. Seria exemplo 
o crime de embriaguez ao 
volante, em que bastaria a 
demonstração de perigo ao 
tráfego de pessoas e veículos, 
sem necessidade de se 
comprovar que determinada 
pessoa foi colocada em risco. 
 De perigo individual: é o delito 
que causa perigo a uma pessoa 
ou a um grupo determinado de 
pessoas. Pode-se apontar como 
exemplo o delito de perigo de 
contágio de moléstia grave. 
 De perigo comum ou 
coletivo: é aquele cujo perigo de 
dano atinge um número 
indeterminado de pessoas. 
Temos como exemplos o crime 
de fabrico, fornecimento, 
aquisição posse ou transporte de 
explosivos ou gás tóxico, ou 
asfixiante (artigo 253 do CP) e o 
de incêndio (artigo 250 do CP). 
 De perigo atual: é aquele cujo 
perigo causado é contemporâneo 
à conduta do agente. O crime de 
desabamento ou 
desmoronamento do artigo 256 
do CP tende a ser de perigo 
atual, pois o desabamento de um 
prédio, no momento em que 
ocorre, já coloca em perigo a 
vida, a integridade física ou o 
patrimônio de outrem. 
 De perigo iminente: é aquele 
cujo perigo está prestes a 
acontecer. O abandono de 
incapaz, do artigo 133 do CP, na 
prática, pode se mostrar um 
crime de perigo iminente, já que, 
ainda que a pessoa sob cuidado 
não fique em perigo 
imediatamente, pode ficar 
depois de algum tempo sem 
cuidado. 
 De Perigo futuro ou mediato: é 
aquele que produz um risco 
futuro. Os exemplos são a 
associação criminosa ou o porte 
de munição de uso permitido. 
Na Alemanha, há a denominação de 
crimes de aptidão, de perigo hipotético 
ou de crime de perigo abstrato-concreto. 
Referida teoria buscaria trazer uma nova 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn1
classificação entre os quatro tipos de 
delitos acima descritos. Crimes de 
aptidão
[2]
 seriam aqueles em que o 
perigo seria parte do tipo, e não uma 
fundamentação da própria incriminação. 
Por isso, seriam diferentes dos crimes 
de perigo abstrato. Além disso, não 
exigiriam a demonstração de um perigo 
concreto, razão pela qual se 
diferenciariam dos crimes de perigo 
concreto. Referidos delitos seriam assim 
denominados por exigirem a aptidão da 
produção do resultado, ou seja, a 
potencialidade de causar o dano ao bem 
jurídico. Exigir-se-ia, assim, a 
idoneidade para a produção do 
resultado, sem exigir sua comprovação 
caso a caso, mas a demonstração de 
que, pelo que ordinariamente acontece, 
a conduta era idônea para colocar o bem 
jurídico em risco. 
 Quanto à forma da conduta 
Leva em conta a forma da conduta, se 
positiva ou negativa, separando os 
crimes em comissivos e omissivos. 
Crime comissivo: é aquele que é 
praticado por um comportamento 
positivo do agente, isto é, um fazer. São 
comissivos os crimes de furto e de 
infanticídio. 
 Crime omissivo: é aquele que é 
praticado por meio de um 
comportamento negativo, uma 
abstenção, um não fazer. 
Os crimes omissivos se subdividem em: 
 Omissivos próprios: é aquele 
previsto em um tipo 
mandamental, ou seja, um tipo 
que já descreve um 
comportamento negativo no seu 
núcleo. O dever jurídico de agir, 
naquela situação, decorre do 
próprio tipo penal, que é 
chamado, então, de 
mandamental, por tornar 
criminosa uma abstenção (ou 
omissão) em determinadas 
circunstâncias. O agente, no 
caso, não tem o dever de evitar 
um resultado, mas 
simplesmente o dever de agir 
para não incorrer na prática do 
crime. Exemplo é o crime de 
omissão de socorro. 
 Omissivos impróprios: também 
chamado de comissivo por 
omissão, é aquele cujo dever 
jurídico de agir decorre deuma 
cláusula geral, que, no Código 
Penal Brasileiro, está previsto 
em seu artigo 13, parágrafo 
segundo. O dever jurídico 
abrange determinadas situações 
jurídicas e se refere a qualquer 
crime comissivo. O sujeito tem o 
dever de evitar o resultado 
naturalístico. Por isso, tais 
delitos são chamados comissivos 
por omissão. A doutrina aponta 
que só abrange crimes materiais, 
já que o agente deve ter o dever 
de evitar o resultado. 
São crimes naturalmente comissivos 
(praticados por um comportamento 
positivo, uma ação), como é o caso do 
homicídio, mas que podem ser 
praticados por uma conduta omissiva, 
no caso de o sujeito ter o dever jurídico 
de agir previsto na cláusula geral. 
Os crimes 
omissivos impróprios possuem as 
seguintes modalidades: 
 Por dever legal: aquele que 
tenha por lei obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância. 
É o caso dos pais em relação aos 
filhos menores. Se deixarem de 
alimentá-los, podem responder 
pelo homicídio, um delito, no 
caso, omissivo impróprio. 
 Por dever de garantidor: é o 
sujeito que, de outra forma, 
assumiu a responsabilidade de 
impedir o resultado. É o salva-
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn2
vidas de um clube, que, por 
vínculo de trabalho, se obriga a 
salvar uma criança que se afoga 
e pode responder pelo resultado 
morte, caso se abstenha de agir. 
 Por ingerência na norma: é 
aquele que, com seu 
comportamento anterior, criou o 
risco da ocorrência do resultado. 
O sujeito que pôs fogo na mata, 
que se alastrou e não avisa os 
seus empregados rurais, que 
podem ser atingidos pelo fogo, 
responderá por sua abstenção, 
no caso de sofrerem lesão 
corporal. 
 Omissivos por comissão: parte 
da doutrina entende existir uma 
terceira modalidade de delito 
omissivo, o omissivo por 
comissão
[3]
. Cuida-se de crime 
tipicamente omissivo, mas há 
uma ação, um comportamento 
comissivo, que provoca a 
omissão. Daí decorre a sua 
denominação (omissivo por 
comissão), de modo que temos 
um delito naturalmente 
omissivo, mas que é praticado 
em razão da conduta positiva de 
outrem. 
Crime de conduta mista: é aquele cujo 
tipo prevê uma ação, seguida de uma 
omissão, sendo que ambos os 
comportamentos são necessários para 
a sua configuração. Haveria, portanto, 
uma mistura entre o crime comissivo e 
o omissivo. O exemplo é o crime de 
apropriação de coisa achada, do artigo 
169, inciso II, do CP. O tipo penal é o 
seguinte: “quem acha coisa alheia 
perdida e dela se apropria, total ou 
parcialmente, [conduta 
comissiva] deixando de restituí-la ao 
dono ou legítimo possuidor ou de 
entregá-la à autoridade competente, 
dentro no prazo de quinze 
dias [conduta omissiva].” 
Crime de esquecimento ou de 
“olvido”: é o crime omissivo culposo, 
sem representação
[4]
. Em outras 
palavras, é o crime omissivo praticado 
com culpa inconsciente, aquela em que 
o agente sequer prevê o resultado, 
apesar de previsível. 
 Quanto ao tempo da 
consumação 
Considera o momento em que o crime 
se consuma: se de forma imediata; se 
há o prolongamento no tempo desta fase 
do iter criminis; se, ainda que imediata, 
a consumação produz efeitos 
permanentes; ou, por fim, se há um 
prazo temporal para sua consumação. 
Crime instantâneo: é aquele que se 
consuma imediatamente, em um 
instante definido. Podemos exemplificar 
com o furto. 
Crime permanente: é aquele cuja 
consumação se protrai no tempo, isto é, 
se prolonga. A fase da consumação 
persiste enquanto desejar o agente. O 
sujeito ativo do delito consegue 
prolongar no tempo a fase de 
consumação do delito. É o caso da 
extorsão mediante sequestro. 
Crime instantâneo de efeitos 
permanentes: é aquele que se consuma 
imediatamente, em um momento 
determinado no tempo, mas cujos 
efeitos se prolongam no tempo. É uma 
subespécie do crime instantâneo. São 
exemplos o aborto e o crime de 
parcelamento ilegal de solo
[5]
. 
Crime a prazo: é aquele que depende 
de determinado prazo para sua 
consumação, como o de apropriação de 
coisa achada (artigo 162, inciso II, do 
CP) e o de lesão corporal de natureza 
grave com resultado de incapacidade 
para as ocupações habituais, por mais 
de trinta dias (artigo 129, § 1º, inciso I, 
do CP). 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn3
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn4
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn5
Roxin, que não utiliza a classificação de 
crime instantâneo de efeitos 
permanentes, traz uma outra categoria, a 
dos delitos de estado. Seriam crimes 
que se consumam com o resultado, mas 
não precisam de atuação do autor para 
manutenção do estado criado pela 
conduta típica, mesmo que ele se 
beneficie de tal estado. Exemplo seria o 
da bigamia, delito em que o sujeito não 
precisa renovar os atos para se manter 
casado de forma ilícita. O homicídio 
seria outro exemplo
[6]
. 
 Quanto à unicidade ou não do 
tipo penal 
Este critério classificatório se 
fundamenta no fato de o tipo penal ser 
único ou se ele resulta da fusão de 
mais de um tipo penal: 
Crime simples: é aquele que é formado 
por um único tipo penal, não resultando 
da reunião de outros tipos. Exemplos: 
infanticídio e furto. 
Crime complexo: é aquele cujo tipo é 
resultante da junção ou fusão de outros 
tipos penais, como o roubo, que decorre 
do constrangimento ilegal, da ameaça 
ou do crime relativo à violência e do 
furto. Temos, ainda, o latrocínio, 
resultante da soma do furto e do 
homicídio. Por fim, podemos 
exemplificar com a extorsão mediante 
sequestro, delito no qual se fundem os 
tipos penais da extorsão e do sequestro. 
 Quanto à dependência de 
outro crime para existir 
Considera a relação entre os delitos, 
se há ou não a dependência de outra 
infração para a sua configuração: 
Crime principal: é aquele que existe 
independentemente da ocorrência de 
outro delito. Se não possui ligação com 
outro delito, pode ser chamado de 
independente. Exemplos: furto, 
homicídio e estupro. 
Crime acessório: é aquele cuja 
ocorrência depende de um crime 
anterior. Exemplos: receptação, 
lavagem de capitais e favorecimento 
real. No caso de lavagem de dinheiro, o 
próprio agente pode ter cometido o 
crime anterior, pois se admite a punição 
da chamada autolavagem. 
Há ainda outra classificação: 
De fusão, de conexão ou de 
anexação: os delitos de fusão são 
aqueles que se relacionam a outro delito 
cometido anteriormente por terceiro, 
como o favorecimento pessoal, o 
favorecimento real e a receptação. É 
denominação utilizada por Eugenio 
Zaffaroni e Nilo Batista
[7]
. Entendo que 
não se confunde exatamente com o 
crime acessório, já que os autores 
definem essa denominação como o 
crime praticado por terceiro. No caso da 
lavagem de dinheiro, é punível a 
autolavagem (crime acessório e delito 
principal praticados pelo mesmo 
agente). 
 Quanto à forma de utilização 
do princípio da consunção 
Cuida-se de classificação que 
simplesmente diferencia as 
modalidades de aplicação do 
princípio da consunção ou da 
absorção, um dos incidentes no 
chamado concurso aparente de normas: 
Crime progressivo: é aquele em que o 
agente, para atingir o seu objetivo, 
precisa praticar um crime menos grave 
que é o caminho para a prática de outro. 
Cuida-se de condutas necessárias para 
a prática do crime desejado. É o caso do 
homicida que se utiliza de uma faca 
para a execução do crime. Ele pratica 
várias lesões corporais para se atingir o 
homicídio, respondendo apenas por este 
último crime (norma consuntiva). Para o 
entendimento atual do STJ, não se deve 
adotar a regra de o mais grave absorver 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn6
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn7o menos grave, mas de o crime-fim 
absorver o crime-meio. 
Progressão criminosa: é aquele em que 
há modificação do elemento subjetivo 
do agente, que passa pela realização de 
dois ou mais tipos penais, ocorrendo a 
absorção pelo crime-fim. É o caso do 
sujeito que vai até a casa da ex-
namorada para lhe dar uns socos e, lá 
chegando, resolve matá-la. Neste caso, 
há uma modificação do dolo, sendo 
que a prática das lesões corporais, 
previstas na norma consunta, era o 
objetivo inicial do agente. Ele, então, o 
modifica e, buscando a morte da vítima, 
torna sua conduta, que inicialmente 
pretendia, mero meio de execução de 
um resultado mais gravoso, a morte da 
vítima. A consequência é que o crime 
de homicídio absorve o crime-meio, o 
de lesões corporais. 
 Quanto ao número de atos 
exigidos para sua consumação 
Este critério leva em conta a realização 
de um só ato ou de uma pluralidade 
de atos, pelo sujeito ativo, para a 
configuração do crime. O critério, mais 
tecnicamente, é de fracionamento ou 
não da conduta, não se aplicando uma 
diferenciação puramente mecânica: 
Crime unissubsistente: é aquele que se 
realiza com um único ato, como o 
desacato ou a injúria, ambos praticados 
verbalmente. A conduta não pode ser 
fracionada. A doutrina majoritária 
não admite tentativa deste tipo de 
crime
[8]
. É o caso da injúria verbal e, 
para parte da doutrina, o do crime do 
artigo 178 do CP. 
Crime plurissubsistente: é aquele cuja 
prática exige mais de uma conduta para 
sua configuração. Em outras palavras, a 
conduta do agente pode ser fracionada, 
possibilitando a interrupção da 
execução, por circunstâncias alheias à 
vontade do agente, e, com isso, a 
punição do conatus (modalidade tentada 
do crime). É o caso do homicídio, da 
extorsão mediante sequestro e do 
estelionato. 
 Quanto à necessidade de mais 
de um sujeito ativo 
Classificam-se os crimes quanto 
à necessidade ou não de mais de um 
sujeito ativo para sua configuração: 
Crime unissubjetivo, monossubjetivo 
ou de concurso eventual: é aquele que 
pode ser praticado por apenas um 
indivíduo. A doutrina aponta que este 
tipo de delito é que torna importante o 
estudo do concurso de pessoas, por não 
ser necessária a pluralidade de agentes 
para a própria configuração do delito. 
Crime plurissubjetivo ou de concurso 
necessário: é aquele cuja realização 
típica exige mais de um agente. 
O crime plurissubjetivo se subdivide 
em
[9]
: 
 Crime plurissubjetivo de 
condutas convergentes ou 
bilaterais: as condutas dos 
agentes devem se direcionar 
uma em direção à outra. 
Exemplo é o delito de bigamia. 
 Crime plurissubjetivo de 
condutas paralelas: as condutas 
dos indivíduos devem atuar 
paralelamente, possibilitando a 
prática delitiva. É o caso da 
associação criminosa. 
 Crime plurissubjetivo de 
condutas contrapostas – as 
condutas dos agentes devem ir 
de encontro umas às outras, ou 
seja, se contraporem. É assim 
classificado o crime de rixa. 
 Quanto à exigência de forma 
específica para sua prática 
É o critério de a lei penal prever ou não 
uma forma determinada para a 
prática da infração penal, sendo que 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn8
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn9
só se configurará o delito se o sujeito 
ativo agir daquele modo específico para 
a realização típica: 
Crime de forma livre: é aquele que 
não prevê uma forma específica de 
realização do núcleo do tipo, como o 
furto e o homicídio. 
Crime de forma vinculada: é aquele 
que tem forma ou formas de realização 
do núcleo do tipo especificamente 
previstas em lei. É o caso do 
curandeirismo, que possui algumas 
formas previstas nos incisos do artigo 
284 em que o núcleo do tipo pode ser 
realizado. 
 Quanto ao lugar 
Há a classificação dos crimes para 
denominar aqueles cujo iter 
criminis perpassam mais de um local, 
abrangendo ou não mais de uma 
soberania: 
Crime à distância ou de espaço 
máximo: é a infração penal cujo iter 
criminis (caminho do crime, com suas 
fases de cogitação, preparação, 
execução, consumação e, ao final, 
eventual exaurimento) abrange mais de 
um país. Ou seja, é aquela infração 
penal que, em seu desenvolvimento, 
percorre mais de um território soberano. 
Referido tipo de crime torna importante 
o estudo do local do crime que, segundo 
o Código Penal, deve ser compreendido 
sob a ótica da teoria da ubiquidade. 
Crime plurilocal: é aquele que 
percorre, em sua prática, mais de um 
lugar, mas dentro do mesmo território 
soberano. Sua importância se volta ao 
processo penal, especialmente para 
determinação da competência ratione 
loci, ou seja, a territorial. 
 Quanto aos vestígios 
De maior interesse para o Direito 
Processual Penal, há a classificação dos 
crimes quanto a deixarem ou não 
vestígios: 
Crime de fato transeunte (delicta facti 
transeuntis): é aquele que não deixa 
vestígios, tornando desnecessária a 
realização do exame de corpo de delito. 
É o caso da injúria verbal e do ato 
obsceno. 
Crime de fato permanente (delicta 
facti permanentis): é aquele que deixa 
vestígios, tornando necessária a 
realização do exame de corpo de delito. 
Classificam-se assim o delito de 
estupro, de falsidade de documento 
público e o de lesão corporal. 
 Quanto à condição objetiva de 
punibilidade 
Classificação de acordo com 
a necessidade ou não de condição 
objetiva de punibilidade: 
Crime condicionado: é aquele que 
depende de uma condição objetiva de 
punibilidade, como no caso dos crimes 
tributários do artigo 1º da Lei 8.137/90 
(dependem da constituição definitiva do 
crédito tributário) e dos crimes 
falimentares (dependem da sentença que 
decrete a falência, conceda a 
recuperação judicial ou homologue o 
plano de recuperação extrajudicial). 
Crime incondicionado: é aquele que 
não possui condições objetiva de 
punibilidade para sua configuração e 
consumação. De ordinário, é o que 
ocorre com o roubo e o descaminho. 
 Quanto à natureza dos crimes 
militares 
Os crimes militares podem ser de dois 
tipos, os próprios e os impróprios: 
Crime militar próprio: é aquele que só 
possui tipificação no âmbito militar, 
como é o caso de deserção, previsto no 
artigo 187 do Código Penal Militar. Se 
um civil praticar referida conduta, 
haverá fato penalmente atípico. A 
condenação anterior por crime militar 
próprio não configura a reincidência, 
nos termos do artigo 64, II, do Código 
Penal. 
Crime militar impróprio: é aquele que 
está previsto na legislação penal militar, 
mas possui tipificação também como 
crime não militar. Se um cidadão civil 
praticar a conduta, há crime; se o agente 
for militar, há crime previsto na 
legislação especial. São exemplos o 
furto e o homicídio. 
 Quanto ao sujeito passivo 
No tocante ao sujeito passivo, alguns 
delitos possuem algumas peculiaridades 
e, por isso, possuem nomenclatura 
específica: 
Crime vago: é aquele que possui 
sujeito passivo imediato um ente sem 
personalidade jurídica, como a 
coletividade. É o crime de ato obsceno e 
o de casa de prostituição. 
Crime de dupla subjetividade 
passiva: é aquele que possui mais de 
um sujeito passivo imediato. É o caso 
do aborto sem consentimento da 
gestante (artigo 125 do CP) e de 
violação de correspondência (artigo 151 
do CP). 
 Quanto ao número de bens 
jurídicos atingidos 
Apesar de se tratar de classificação 
menos frequente na doutrina 
criminalista, podemos dividir as 
infrações penais, ainda, no tocante ao 
número de bens jurídicos ofendidos 
com a realização típica. Seriam as 
espécies de crime, segundo tal critério: 
Crime mono-ofensivo: é aquele que 
atinge apenas um bem jurídico, como 
furto, que ofende o patrimônio. 
Crime pluriofensivo: é aquele que 
viola a mais de um bem jurídico. 
Podemos exemplificar como latrocínio, 
que atinge o patrimônio e a vida. 
 Quanto a elementos subjetivos 
impróprios: 
Claus Roxin traz, em sua obra
[10]
, uma 
subdivisão dos delitos em razão do seu 
elemento subjetivo, preconizada por 
Mezger. Como o tema tem sido cobrado 
em concursos, é interessante 
compreender essa classificação: 
Crimes de intenção: o tipo penal exige 
um elemento subjetivo que ultrapasse, 
transcenda o tipo objetivo, para a sua 
configuração. Para alguns autores, são 
os crimes que exigem elemento 
subjetivo especial do tipo. No caso do 
furto, exige-se a intenção de 
apropriação para além da mera 
subtração. Pode ser subdividido em 
duas classes de crimes: 
 De tendência interna 
transcendente de resultado 
cortado (separado): Segundo 
Roxin, o segundo resultado 
posterior deve ser produzido 
como consequência da ação 
típica, sem uma conduta 
adicional do sujeito ativo. Ele 
exemplifica com o crime de 
envenenamento, previsto na lei 
alemã, com resultado adicional 
de dano à saúde pública. É o 
caso de o resultado naturalístico, 
apesar de ser a intenção do 
agente (elemento subjetivo 
especial do tipo), depender da 
conduta de um terceiro. 
Classifica-se assim o delito de 
extorsão mediante sequestro. 
 De tendência interna 
transcendente mutilado 
(atrofiado) de dois atos: o 
agente pratica a conduta para um 
resultado posterior, que não é 
necessário ser obtido para sua 
configuração. O resultado 
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naturalístico, não exigido para a 
configuração do delito, depende 
da vontade do agente, por meio 
de uma ação posterior. Pode-se 
apontar o exemplo da moeda 
falsa, já que o tipo não exige que 
seja colocada no mercado para 
que o agente efetivamente se 
beneficie
[11]
. 
Crimes de tendência, também 
chamados de delitos de tendência 
interna peculiar ou intensificada: o 
delito possui um elemento subjetivo que 
é inerente a um elemento típico ou 
determina a classe do crime, segundo 
Roxin
[12]
. De forma mais simples, a 
doutrina os conceitua como aqueles cuja 
intenção do agente determina se o fato é 
típico ou atípico. É o caso da injúria, em 
que se exige a intenção e, mais ainda, 
o animus injuriandi, ou seja, que a 
intenção seja de ofender. O crime não se 
configura se a ideia foi fazer uma piada, 
por exemplo, ou uma crítica literária. 
Roxin exemplifica com os crimes 
sexuais. Podemos pensar: o que 
diferencia uma consulta séria de um 
ginecologista ou um urologista e um 
crime contra a dignidade sexual pode 
ser a intenção do agente ao tocar o 
paciente. 
Crimes de expressão: são os crimes 
cuja conduta expressam um processo 
interno ocorrido na mente do autor. O 
agente recebe uma informação e a 
interpreta, processa, praticando então a 
conduta típica. Roxin usa o exemplo do 
falso testemunho, em que o agente tem 
ciência de determinados fatos e, então, 
depõe de forma diversa. O crime não 
está na contradição entre o que o agente 
disse e a realidade (concepção objetiva), 
pois o agente pode ter percebido a 
realidade de forma diversa, mas entre a 
sua convicção íntima e sua 
manifestação ou entre o seu 
conhecimento dos fato e sua atitude de 
calar-se (concepção subjetiva). 
 Quanto ao tratamento 
diferenciado da tentativa: 
Há alguns crimes que possuem 
um tratamento diferenciado quanto à 
tentativa e consumação: 
 Crimes que só admitem a forma 
tentada: são os de lesa-pátria. Estão 
previstos na Lei de Segurança Nacional, 
sendo exemplo o seu artigo 11. O 
próprio núcleo do tipo é “tentar 
desmembrar”, de modo que só a 
conduta tentada é punida. 
 Crimes de atentado ou de 
empreendimento: é aquele em que o 
legislador equipara a forma tentada à 
forma consumada do delito, prevendo a 
mesma pena para ambas as 
modalidades. É exemplo o artigo 352 do 
CP, bem como o do artigo 309 do 
Código Eleitoral. 
 Quanto ao Núcleo do Tipo: 
É possível, ainda, classificar o delito 
quanto ao número de núcleos do tipo e 
a necessidade ou não se sua realização 
cumulativa para a sua configuração: 
Crime de ação simples: é o crime que 
possui apenas um núcleo do tipo, 
consistente no verbo principal que 
descreve a conduta típica. É o caso do 
homicídio. 
Crime de ação múltipla, de ação 
plurinuclear, de conteúdo variado ou 
tipo misto
[13]
: é o crime que possui 
mais de um núcleo do tipo, podendo ser 
dividido em alternativo ou cumulativo: 
Crime de tipo misto alternativo: é o 
crime que possui mais de um núcleo do 
tipo, sendo que a prática de apenas um 
deles é suficiente para a sua 
consumação e a prática de mais de um 
deles, no mesmo contexto, configura 
crime único. É o caso do artigo 
33, caput, da Lei 11.343/06. 
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https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn13
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn14
Crime de tipo misto cumulativo: é o 
crime que possui mais de um núcleo do 
tipo, sendo que as condutas não são 
fungíveis entre si. Estão no mesmo tipo 
penal por opção do legislador, mas 
poderiam estar em tipos penais diversos. 
A prática de cada um deles configura 
um delito diverso. É o caso do crime do 
artigo 242 do CP. Também se 
exemplifica com o atentado contra a 
liberdade de trabalho e boicotagem 
violenta, previsto no artigo 198 do CP. 
 Quanto à pena prevista 
Em razão de benefícios previstos em lei 
para determinadas faixas de pena 
previstas para os delitos, há a seguinte 
classificação: 
Infrações penais de menor potencial 
ofensivo: é a infração penal de 
competência dos Juizados Especiais 
Estaduais e Federais (salvo regras de 
conexão), com pena máxima não 
superior a 2 anos, cumulada ou não com 
multa. Para tais delitos, são cabíveis a 
transação penal e a suspensão 
condicional do processo. 
Infrações penais de médio potencial 
ofensivo: é a infração penal com pena 
máxima superior a 2 anos, mas cuja 
pena mínima seja igual ou inferior a um 
ano. Para tais delitos, é cabível a 
suspensão condicional do processo, 
razão pela qual a doutrina criou referida 
classificação. 
Infrações penais de maior potencial 
ofensivo: é a infração penal com pena 
máxima superior a 2 anos e pena 
mínima superior a um ano. Em outras 
palavras, são os crimes para os quais 
não são cabíveis a transação penal nem 
a suspensão condicional do processo. 
 Outras classificações 
Neste tópico, seguem outras 
classificações efetuadas pela doutrina: 
Crime subsidiário: um crime é 
subsidiário em relação a outro quando 
descreve um grau menor de violação 
do bem jurídico. A análise, este caso, é 
feita em concreto, relação de minus e 
de plus, ou seja, de maior ou menor 
intensidade. Neste caso, havendo 
conflito aparente de normas, é levada 
em conta a análise do fato. 
O crime pode ser expressamente 
subsidiário, como ocorre com o artigo 
132 do Código Penal, que prevê o crime 
de perigo para a vida ou a saúde de 
outrem. 
Crime multitudinário: é aquele 
cometido por uma reunião de pessoas, 
no clima de tumulto ou histeria coletiva, 
que torna os limites éticos dos 
indivíduos, temporariamente, menos 
rígidos. São, por exemplo, os casos de 
linchamentos de pessoas acusadas da 
prática de um crime que causa comoção 
na comunidade. 
 Crime de opinião (ou de palavra): é o 
crime que se configura com o abuso da 
liberdade de expressão ou de 
pensamento, como o caso da difamação. 
É diferente do crime de expressão, 
analisado acima, que a conduta delitiva 
deriva da expressão pelo autor, mas 
após o uso de sua atividade intelectual. 
O exemplo é o falso testemunho. 
Crime habitual: é o crime que exige 
uma reiteração de atos para sua 
consumação, sendo que a doutrina 
aponta ser necessária a demonstração do 
estilo de vida do agente. São exemplos 
o rufianismoe a casa de prostituição. 
Crime profissional: é o crime habitual, 
realizado com intuito de lucro, para 
parte da doutrina
[14]
. Para outra parcela, 
é o crime cometido por meio da 
profissão lícita do agente, como meio 
para realizar uma conduta criminosa
[15]
. 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn15
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn16
Crime mercenário: é o crime cometido 
com intuito de lucro. 
Crime gratuito: é aquele cometido sem 
motivo, o que não se confunde com o 
motivo fútil (STJ, HC 369163/SP, Rel. 
Min. Joel IlanPaciornik, 5ª Turma, DJe 
06/03/2017). 
Crime de ímpeto: é aquele cometido 
no calor da emoção, sem premeditação. 
É o que ocorre no caso de homicídio 
cometido sob o domínio de violenta 
emoção, logo após injusta provocação 
da vítima. 
Crime funcional: é o que é cometido 
pelo funcionário público. Se 
for funcional próprio, só pode ser 
cometido pelo funcionário público, 
como a prevaricação. Por sua vez, 
o funcional impróprio consiste em 
conduta tipificada tanto para o 
particular (exemplo: apropriação 
indébita) quanto para o funcionário 
público, de forma especial (por 
exemplo: peculato-apropriação). 
 Crime de ação violenta: é aquele 
praticado com emprego de força física 
ou com grave ameaça. Os exemplos 
podem ser o estupro e o crime de lesão 
corporal. 
Crime de ação astuciosa: é o crime 
praticado por meio de astúcia, de uma 
fraude ou um engodo. É o caso do 
estelionato. 
Crime de circulação: é o crime 
praticado na condução de veículo 
automotor. 
 Crime internacional ou mundial: é o 
crime que o Brasil se obrigou a reprimir 
no Direito Internacional, por meio de 
tratado ou convenção, como o tráfico 
internacional de entorpecentes e o 
tráfico internacional de pessoas para 
fins de exploração sexual. Entretanto, 
há quem utilize para se referir aos 
crimes de lesa-humanidade, de 
competência do Tribunal Penal 
Internacional. É usado, ainda, por 
alguns, para definir o crime à 
distância
[16]
. 
Crime obstáculo: é o que se antecipa 
para determinar a punição do que 
seriam atos meramente preparatórios, 
trazendo punição autônoma. Exemplos 
são os crimes de associação criminosa e 
de petrechos para falsificação de moeda. 
Para Zaffaroni e Batista, cuida-se de 
previsão de constitucionalidade 
duvidosa, por violação do princípio da 
lesividade e por falta de legitimidade 
baseada em evitar o risco ao bem 
jurídico tutelado
[17]
. O STJ já usou o 
termo “tipo penal preventivo” para um 
crime obstáculo, o de porte de arma de 
fogo
[18]
. 
Crime remetido: é o delito cuja 
definição faz remissão ou referência a 
outro tipo penal. É o caso do crime de 
uso de documento falso: 
Uso de documento falso 
Art. 304 – Fazer uso de qualquer dos 
papéis falsificados ou alterados, a que 
se referem os arts. 297 a 302: 
Pena – a cominada à falsificação ou à 
alteração. 
Não confundam com norma penal em 
branco, que pede complemento do tipo 
penal por outra norma, e não por outro 
tipo penal. 
Delito de acumulação: são crimes em 
que, ainda que a ofensa ao bem jurídico 
possa ser ínfima naquele caso, a soma 
de várias condutas torna o bem jurídico 
lesado e, assim, justifica a sua punição. 
Blanco Cordero, jurista espanhol, cita a 
classificação, mencionando seu uso por 
Silva Sanchez, para justificar a punição 
de pequenas quantias submetidas à 
lavagem de dinheiro, caso se defenda 
que o bem jurídico protegido é a ordem 
econômica. Ainda que a lavagem de R$ 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn17
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn18
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn19
10.000,00 não ofenda a ordem 
econômica, o conjunto de todo o valor 
“lavado” tem a capacidade de ofender o 
bem jurídico
[19]
. Pode-se usar, ainda, em 
delitos ambientais, em que condutas 
somadas levam à perda da qualidade do 
ambiente apto a nos proporcionar sadia 
qualidade de vida. 
Existe crime eleitoral, que se traduz em 
infração contra o processo eleitoral e 
que coincide com a competência geral 
da Justiça Eleitoral (independentemente 
de regras de conexão ou continência). 
Alguns autores falam, assim, em crimes 
federais e crimes estaduais. Apesar de 
se tratar de nomenclatura usual, há 
quem defenda sua impropriedade, já que 
haveria, no Brasil, crimes 
de competência da Justiça Federal e 
os de competência da Justiça 
Estadual, em razão de, como regra, a 
competência para legislar sobre direito 
penal ser apenas da União. É diferente o 
sistema dos EUA, em que a União 
legisla sobre os crimes federais, 
enquanto os Estados promulgam suas 
leis com os crimes estaduais. 
 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/classificacao-dos-crimes/#_ftn20

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