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Crime Conceito de Crime • Michel Foucault: é verdade que é a sociedade que define, em função de seus interesses próprios, o que deve ser considerado como crime: este, portanto, não é natural. • O legislador cabe apenas fazer a tipificação, criando a lei que permitirá aplicar a sanção aos casos concretos, para efetivar o anseio social. Conceito Material de Crime • É a concepção da sociedade sobre o que pode e deve ser proibido, mediante a aplicação de sanção penal. É, pois, a conduta que ofende um bem juridicamente tutelado, merecedora de pena. • Roxin: o conceito material de crime é prévio ao CP e fornece ao legislador um critério político-criminal sobre o que o DP deve punir e o que deve deixar impune. a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema. Conceito Formal de Crime • É a concepção do direito acerca do delito, constituindo a conduta proibida por lei, sob ameaça de aplicação de pena, numa visão legislativa do fenômeno. • Assim, respeita o princípio da legalidade, para o qual não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem lei anterior que a comine. Conceito Analítico de Crime • É a concepção da ciência do direito, que não difere, na essência, do conceito formal. Na realidade, é o conceito formal fragmentado em elementos que propiciam o melhor entendimento da sua abrangência. • Crime = conduta típica+ antijurídica+ culpável. Conceito Analítico de Crime • Trata-se de uma conduta típica, antijurídica e culpável, vale dizer, uma ação ou omissão ajustada a um modelo legal de conduta proibida (tipicidade), • Contrária ao direito (antijurídica) e sujeita a um juízo de reprovação social incidente sobre , o fato e seu autor, desde que existam imputabilidade, consciência potencial de ilicitude e exigibilidade e possibilidade de agir conforme o direito. Conceito Analítico de Crime • Justamente quando ao conceito analítico é que se podem encontrar as maiores divergências doutrinárias. • E) um fato típico, antijurídico e culpável: Corrente majoritária no Brasil e exterior. • Ministro Victor Nunes Leal: “tal como o causalismo, o finalismo vê no delito, analiticamente, uma ação típica, antijurídica e culpável. Mas, como este sistema advém de uma concepção finalista da conduta, é na teoria da ação que se situa a diferença entre os dois sistemas”. (texto complementar) • O importante saber que a teoria tripartida é a mais aceita! Diferença entre Crime e Contravenção Penal • A diferença esta somente no campo da pena. • Os crime sujeitam seus autores a penas de reclusão e detenção. • As contravenções, no máximo, pena de prisão simples (sem rigor penitenciário), com possibilidade de aplicação de fixação unicamente da multa. Sujeitos e Objetos do Crime • 1. Sujeito Ativo • É a pessoa que pratica a conduta descrita pelo tipo penal. • Animais e coisas não podem ser sujeitos ativos de crime, nem autores de ações, pois lhe falta o elemento vontade. • Nem sempre foi assim: • Ex: galo condenado à morte por haver bicado os olhos de uma criança. PJ como sujeito ativo de crime? • Há 2 correntes: • 1° Objeções- Que a PJ não tem vontade, suscetível de configurar o dolo e a culpa, indispensáveis presenças para o DP, que é culpabilidade. • Que a CF não autoriza expressamente a responsabilidade penal da PJ. Assim, as PJ reservam- se as sanções civis a administrativas e unicamente à pessoas física podem-se aplicar as sanções penais. • Art 5° CF, XLV, de que responsabilidade penal, é na sua essência, inerente só aos seres humanos, pois estes, são os únicos dotados de consciência, vontade e capacidade de compreensão do fato e de ação (ou omissão) conforme oi desconforme o direito. PJ como sujeito ativo de crime? • 2° - Responsabilidade Penal da PJ • Afirmando que têm vontade. Citando exemplos de responsabilidade objetiva. Critica as penas restritivas de liberdade até para as pessoas físicas. (ressocialização). • A pena deveria recair somente na PJ e não no sócio. • Nucci, destaca que a razão esta com aqueles que sustentam a viabilidade da PJ responder por crime no Brasil, após a edição da Lei n°. 9.605/98, que cuida dos crimes contra o meio ambiente por todos os argumentos supracitados. • Indo além, seria possível, prever conduta típica pra PJ como autora de crime, no contexto contra a ordem econômica e financeira e contra e economia popular. PJ como sujeito ativo de crime? • Ex: Tribunal de Nuremberg chegou a condenar, por crimes de guerra contra a humanidade, não somente pessoas físicas, mas corporações inteiras, como Gestapo e as tropas da S.S. • No Brasil, a jurisprudência tem caminhado no sentido do acolhimento da responsabilidade penal da PJ, inclusive no STF e no STJ. Aliás, há precedentes no STF permitindo o processo- crime exclusivamente contra a PJ, sem o concurso necessário com a pessoa física, executora material do delito. PJ como sujeito ativo de crime? O legislador brasileiro, vem camuflando a responsabilidade penal da PJ de várias formas. A última delas estampa-se na denominada Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), que tipificou vários crimes de corrupção, mas os chamou apenas de atos lesivos cometidos por PJ. Separou, a responsabilidade civil e administrativa. Quando se refere à responsabilidade penal- que pode levar inclusive ao fechamento de empresa - menciona a inédita terminologia responsabilidade judicial. Sujeitos e Objetos do Crime • 2°. Sujeito Passivo • É o titular do bem jurídico protegido pelo tipo penal incriminador, que foi violado. • é o titular do bem jurídico diretamente lesado pela conduta do agente. (vítima) • O DP não pune a autolesão. Sujeitos e Objetos do Crime • 3°. Objeto do Crime. • É o bem jurídico que sofre com as consequências da conduta criminosa. • A) Objeto material: é o bem de natureza corpórea (furto) ou incorpórea*(liberdade), sobre o qual recai a conduta criminosa. • B) Objeto jurídico: é o interesse jurídico pela norma penal, a vida, patrimônio, a fé pública. • Ex: No caso do furto de um carro, o sujeito ativo é a pessoa que subtraiu o carro, o sujeito passivo é o proprietário do automóvel (sendo sujeito passivo formal o Estado) , o objeto material é o veículo, objeto jurídico patrimônio. Classificação dos Crimes 1. Crimes comuns e próprios • São considerados comuns: os delitos que podem ser cometidos por qualquer pessoa (ex: homicídio, roubo); • são próprios: os crimes que exigem sujeito ativo especial ou qualificado, isto é, somente podem ser praticados por determinadas pessoas. • (ex: mulher no auto aborto, mãe no infanticídio, enfermo no perigo de contato venéreo) Classificação dos Crimes 1. Crimes comuns e próprios • Dentro dos crimes próprios, encontram-se os crimes de mão própria, que exigem sujeito ativo qualificado, devendo este cometer pessoalmente a conduta típica. • Ex 1: caso de falso testemunho, em que somente a testemunha pode, diretamente, cometer o crime, apresentando-se ao juiz para depor e faltando com a verdade. • Ex 2: o crime de reingresso de estrangeiro expulso (art.338 CP) somente a pessoa que foi expulsa pode cometê-lo, reingressando no território nacional. Classificação dos Crimes Crimes instantâneos e permanentes • Os delitos instantâneos são aqueles cuja consumação se dá com uma única conduta e não produzem um resultado prolongado no tempo. Ainda que a ação possa ser arrastada no tempo, o resultado é sempre instantâneo (ex; homicídio, furto e roubo). • Os delitos permanentes são aqueles que se consumam com uma única conduta, embora a situação antijurídica gerada se prolongue no tempo até queira o agente. • Ex: sequestro e cárcere privado, porte ilegal de substância entorpecente. Crimes instantâneos e permanentes • O delito permanente permite a prisão em flagrante, enquanto não cessar a sua realização, além de não sercontada a prescrição até que finde a permanência. • Crimes instantâneos de efeitos permanentes: ex: bigamia. São delitos instantâneos que têm a aparência de permanentes por causa do seu método de execução. • Crime eventualmente permanente: que é delito instantâneo, mas tem caráter excepcional por lesionar o bem jurídico de forma permanente. ex: furto de energia elétrica. (art.155, §3°). Classificação dos Crimes Crimes comissivos e omissivos • Os delitos comissivos são os cometidos por intermédio de uma AÇÃO. • Ex: estupro. • Os delitos omissivos são praticados por meio de uma abstenção. • (Não fazer). Ex: omissão de socorro. Classificação dos Crimes Crimes comissivos e omissivos • Comissivos por omissão: são os delitos de ação, excepcionalmente praticados por omissão (restrito a casos de quem tem o dever de impedir o resultado) (art. 13,§2°. CP). § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. • Ex: caso do agente que impede outrem, pelo emprego da força física, de socorrer pessoa ferida. Classificação dos Crimes Crimes de Atividade e Resultado • Chama-se de crime de atividade: os que se contentam coma ação humana esgotando a descrição típica. Ex: Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. • Denominam-se crime de resultado: aqueles que necessariamente possuem resultado naturalístico, sem a ocorrência é apenas uma tentativa. Ex: furto. Classificação dos Crimes Crimes de Dano e de Perigo • Os delitos de dano: são os que se consumam com a efetiva lesão a um bem jurídico tutelado. • Trata-se da ocorrência de um prejuízo efetivo e perceptível pelos sentidos humanos. • Os crimes de perigo: são os que se contentam, para a consumação, com a mera probabilidade de haver um dano. Classificação dos Crimes Progressão Criminosa • Trata-se da evolução na vontade do agente, fazendo-o passar, embora num mesmo contexto, de um crime a outro, normalmente voltado contra o mesmo bem jurídico. • Será punido unicamente pelo fato mais grave. O fato antecedente não punível, pois serviu de meio para atingir um outro. Usa o critério da absorção. • Ex: contrabandear um produto, para depois vende-lo. (art. 334-A, §1°, IV) Classificação dos Crimes Crime Habitual • É aquele que somente se consuma através da prática reiterada e contínua de várias ações. Traduzindo um estilo de vida indesejado pela lei penal. Logo, pune-se o conjunto de condutas habitualmente desenvolvidas e não somente uma delas, que é atípica. • Ex: crime de casa de prostituição, art. 230 CP. Raríssimo ocorrer prisão ou processo a respeito. Classificação dos Crimes Crime Vagos • São aqueles que não possuem sujeito passivo determinado, sendo este a coletividade, sem personalidade jurídica. • Ex: perturbação de cerimônia funerária (art. 209 CP) e violação de sepultura (art. 210 CP) Crime Conceito de Crime Conceito Material de Crime Slide 4 Conceito Formal de Crime Conceito Analítico de Crime Conceito Analítico de Crime Conceito Analítico de Crime Diferença entre Crime e Contravenção Penal Sujeitos e Objetos do Crime PJ como sujeito ativo de crime? PJ como sujeito ativo de crime? PJ como sujeito ativo de crime? PJ como sujeito ativo de crime? Sujeitos e Objetos do Crime Sujeitos e Objetos do Crime Classificação dos Crimes 1. Crimes comuns e próprios Classificação dos Crimes 1. Crimes comuns e próprios Classificação dos Crimes Crimes instantâneos e permanentes Crimes instantâneos e permanentes Classificação dos Crimes Crimes comissivos e omissivos Classificação dos Crimes Crimes comissivos e omissivos Classificação dos Crimes Crimes de Atividade e Resultado Classificação dos Crimes Crimes de Dano e de Perigo Classificação dos Crimes Progressão Criminosa Classificação dos Crimes Crime Habitual Classificação dos Crimes Crime Vagos
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