Buscar

1 MARCOS LEGAIS E SUAS ARTICULAÇÕES COM A BNCC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MARCOS LEGAIS E 
SUAS ARTICULAÇÕES 
COM A BNCC
ETAPA 1
Autor
Kallyne Kafuri Alves
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano Torres
Edição Gráfica e Revisão
UNIASSELVI
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
MARCOS LEGAIS E 
SUAS ARTICULAÇÕES 
COM A BNCC
ETAPA 1
1 INTRODUÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem sido elemento de 
muitas discussões e debates. Com a obrigatoriedade de sua implementação 
nos sistemas de educação, cresce o número de pessoas interessadas a 
se capacitar sobre o assunto. E, de fato, a capacitação sobre os assuntos 
abordados em BNCC é relevante. Isto, pois, a BNCC reúne um conjunto de 
proposições ao currículo das três etapas educacionais (educação infantil, 
ensino fundamental e ensino médio). 
Assim, torna-se, para além de obrigatório, necessário compreender a 
organização, estrutura e funcionamento do currículo educacional proposto pela 
BNCC. Para isso, organizamos este curso a partir de três combos. Cada combo 
com objetivos distintos. No primeiro, vamos tratar dos marcos legais e suas 
articulações com a BNCC. No segundo, abordamos sobre a Fundamentação 
Pedagógica da BNCC nas etapas da educação brasileira. No terceiro, a Base 
Nacional Comum para a formação inicial e continuada de professores. 
Neste conjunto, esperamos desenvolver análises acerca da BNCC e 
promover a aprendizagem dos aspectos fundamentais para o exercício da 
docência. A partir dos itens solicitados com a promulgação da BNCC, iremos 
analisar os aspectos do currículo e da formação. Estes aspectos estão situados 
no âmbito da Educação Básica.
 A BNCC foi promulgada e assinada em 2017 e tinha até dois anos para 
se efetivar nas escolas de ensino fundamental e, até 2020 para aplicar-se 
no ensino médio. Em cada etapa ela tem objetivos e propostas distintas. Por 
isso, é importante observar e entender quais são os princípios e orientações 
específicos, bem como as perspectivas de educação que orientam esta lei. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
No caso da Educação Infantil, prevê a indissociabilidade entre cuidar e 
educar por meio das interações e brincadeiras. Prevê o desenvolvimento do 
currículo a partir de seis direitos/objetivos de aprendizagem, desenvolvidos 
em cinco campos de experiências. Cada etapa prevê uma organização 
específica e, requer composição de acordo com cada faixa etária. Ainda, 
considera o planejamento e a avaliação a partir do currículo de acordo com 
a indissociabilidade entre cuidar e educar. 
No Ensino Fundamental solicita o desenvolvimento de dez competências, 
entre elas estão aprendizagens relativas ao autorrespeito, autoconhecimento, 
cu l tura d ig i ta l , empat ia e competênc ias que buscam for ta lecer o 
socioemocional das crianças a partir de áreas de conhecimento, tanto no 
fundamental I (anos iniciais), quanto no fundamental II (anos finais). Cada área 
de conhecimento contém seus componentes curriculares, ou seja, a BNCC 
abandona a ideia de disciplina e visa as áreas de conhecimento e, ainda, 
que elas se deem de maneira integrada. No Ensino Médio também abarca 
as dez competências gerais e visa a inserção do estudante no mercado de 
trabalho. Compreende que o estudante precisa, a partir do currículo, colocar 
em prática os saberes adquiridos ao longo do percurso educacional. 
Estes itens citados compõem as ações do professor e buscam fortalecer 
a linguagem integrada com linguagens (digital, humana etc.). A BNCC está 
focada na dimensão socioemocional e na perspectiva de formação para o 
trabalho. E é sobre isso que trataremos no terceiro combo do Curso, com 
a Fundamentação Pedagógica da BNCC nas etapas da educação brasileira. 
No primeiro capítulo, fundamentamos nosso estudo sobre o tema 
da BNCC. Para isso, recorremos aos marcos legais que preconizam a 
implementação da Base, bem como sua articulação com a Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais. Também, 
empreendemos a lembrança sobre as metas do Plano Nacional de Educação, 
que aborda diretamente sobre os pressupostos de efetivação da BNCC. 
No segundo capítulo, abordamos sobre a fundamentação pedagógica e 
os conceitos teóricos que embasam o documento da BNCC. Tangenciamos 
este assunto a partir da abordagem de sua estrutura, que é composta com 
terminologias e pressupostos específicos para o currículo. Vamos estudar 
sobre os conceitos de direitos de aprendizagens e de campos de experiência 
na BNCC da Educação Infantil, sobre os conceitos de competências gerais, 
itinerários e de habilidades da BNCC no Ensino Fundamental e no Ensino 
Médio. Também, iremos abordar sobre a perspectiva de formação para o 
trabalho requerida pela BNCC. 
No terceiro capítulo, iremos estudar sobre a Base Nacional Comum 
da Formação de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Este 
documento prevê desenvolver a organização e reformulação da formação 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
de professores e engajar os pressupostos curriculares das instituições de 
educação básica com as de ensino superior. Iremos estudar os aspectos 
fundamentais de sua implementação, a partir da estrutura que compreende 
a formação inicial e continuada dos professores. 
Desta forma, de modo a compor o percurso da BNCC desde a sua 
criação, iniciamos com o primeiro combo. Neste combo, como informado, 
iremos concentrar as análises sobre os marcos legais e suas articulações 
com a BNCC. Importante dizer que, cada etapa é composta de 15 questões 
objetivas sobre nosso tema de estudo. Também temos um roteiro de objetivo 
de aprendizagem (também chamado de recurso interativo), um vídeo, um 
fórum e materiais complementares (vídeos, artigos, sites etc.). Aproveitem! 
Bons estudos! 
2 MARCOS LEGAIS E SUAS ARTICULAÇÕES COM A BNCC
Nesta etapa, temos como objetivo abordar sobre os marcos legais 
que fundamentam a implementação da BNCC na educação brasileira. 
Como tratamos aqui, a BNCC é uma iniciativa do Ministério da Educação. 
Tem como objetivo propor a reorganização dos currículos educacionais, 
desde a educação infantil até o ensino médio. Altera ainda, os currículos 
das formações de professores (inicial e continuada), na perspectiva de 
atendimento às concepções da BNCC. 
Por isso, organizamos esta etapa a partir do tema dos marcos legais, ou 
seja, tem como foco apresentar as principais legislações que dizem respeito 
à execução da BNCC. No primeiro capítulo desta etapa, encontramos os 
fundamentos da Lei que dão origem à BNCC e será possível entender quais são 
suas premissas básicas. Também será possível analisar a BNCC em articulação 
com as orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as Diretrizes 
Curriculares Nacionais. No segundo capítulo, o objetivo está em observar 
a BNCC em articulação com o Plano Nacional de Educação, em especial, 
com as considerações do Ministério da Educação para a implementação da 
BNCC, a partir das leis existentes. 
Assim, com esta etapa será possível promover a fundamentação legal 
necessária para compreender que a BNCC é uma proposta que tem como 
principal característica a obrigatoriedade em seu cumprimento. Isso inclui 
pensar a BNCC a partir dos seus marcos legais e das projeções, metas e 
expectativas com o plano educacional. Importante lembrar que a BNCC possui 
sua própria regulamentação, seja com elementos propositivos ou com pautas 
indispensáveis para os currículos educacionais. Além disso, a partir do objetivo 
específico desta etapa, será possível provocar análises sobre os elementos 
da lei que embasam a BNCC em articulação com os itens previstos pela Lei 
de Diretrizes e Bases da Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Com isso, ao tratar sobre a BNCC a partir dos dois capítulos arquitetados 
nessa etapa, você terá condições de compreender como a BNCC se desenvolve 
e se propaga na área da educação. Seu principal mecanismo de sustentação está 
situado na obrigatoriedade, tanto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
quantopelas projeções com o Plano Nacional de Educação. Sendo assim, 
iremos analisar a linha de criação das legislações e compreender quais são 
os objetivos da reformulação do currículo a partir das premissas do Ministério 
da Educação. Feito este preâmbulo, em que situamos a contextualização e 
os objetivos desta etapa, passamos ao foco de nosso primeiro capítulo, que 
é sobre o histórico da BNCC a partir de seus marcos legais. 
3 MARCOS LEGAIS SOBRE A BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR
Após termos visto como os marcos legais contribuem para a consolidação 
da BNCC, passamos para a análise de cada um deles. Como um primeiro 
marco legal, temos a Constituição Federal, que permite a existência da 
Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 2, de 22 de dezembro 
de 2017 (BRASIL, 2017). Esta lei institui e orienta a implantação da BNCC e 
postula que ela deve ser respeitada, obrigatoriamente, ao longo de todas as 
etapas e modalidades no âmbito da Educação Básica.
Assim, logo no início do documento que define a BNCC, é possível 
observar sua vinculação com a Lei Magna. Podemos citar, em especial, os 
art. 205 e 210 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), pois comenta sobre a 
igualdade de condições para o acesso ao conhecimento. Também, aborda 
sobre a premissa básica de formação, que, por meio da educação básica 
comum deve prever o respeito a valores culturais, artísticos, nacionais e 
regionais. Ambos sugerem a existência de um currículo comum. 
Tendo a Constituição Federal como um fundamento, passamos à análise 
do percurso desenvolvido pela BNCC até chegar à versão obrigatória. Em 
2015, tivemos a primeira versão da Base para Consulta. Na época, ainda se 
tinha a nomenclatura de Base Comum Curricular. Em junho tivemos a seleção 
dos redatores, em julho a construção do foco e, em setembro, a primeira 
versão do documento. 
Conforme apresentado no site da própria base (BRASIL, 2021), seu 
processo contou com muita pressão da população, em especial a comunidade 
e os movimentos sociais da educação, em 2016, o Ministério da Educação 
abre a consulta pública on-line. Nesta consulta, qualquer pessoa com acesso 
à internet poderia pontuar suas impressões sobre a BNCC. A consulta pública 
encerrou-se em março com mais de 12 milhões de contribuições. Participaram 
professores, comunidade civil, escolas, organizações e movimentos sociais. 
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79631-rcp002-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79631-rcp002-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Em março, as contribuições já foram sistematizadas e em maio já era 
publicada a segunda versão da Base. Em junho do mesmo ano, educadores 
brasileiros participaram de seminários e integraram o processo de reflexão 
sobre o documento. Em julho, formaram-se Comitês Gestores para, em 
setembro, contribuir por meio de relatórios, com a elaboração da segunda 
versão da Base. 
Em 2017, a BNCC, já com a sua nomenclatura atualizada, sua Base é 
homologada e chega a sua terceira versão. Esta versão foi entregue para o 
Conselho Nacional de Educação e entre abril e junho já era tema de audiências 
no Conselho Nacional de Educação. Em agosto, as redes educacionais 
se prepararam para implementar a BNCC. É possível acompanhar um 
movimento de organização das secretarias para efetivar a BNCC na prática. 
Disto decorreram guias de implementação, com orientações para gestores 
efetivarem a BNCC em suas unidades. Em dezembro, o Conselho Nacional 
de Educação aprova a Base, com uma memorável votação de 20 votos a 3. 
É importante citar esse percurso para entendermos como a BNCC chega até 
as instituições e, ainda, observar a correlação de forças entre as instâncias no 
movimento de aprovar as versões. Depois da terceira versão, ainda contamos 
com ajustes no interior do documento que retiraram algumas palavras e 
orientações (exemplo: palavra democrática, político, gêneros etc.). 
Tendo a homologação sido realizada no ano anterior, no ano de 2018 
inicia-se o movimento de aprovação da Base em suas etapas educacionais. 
No caso da Educação Infantil, as escolas e secretarias se reúnem para o 
“Dia D da BNCC” e levam os princípios abordados até os processos finais 
da construção curricular. No Ensino Médio, foi feita no Conselho Nacional 
de Educação a entrega de uma versão em abr. Com sucessivas audiências 
durante o ano (entre maio e setembro), aprova-se, em novembro, as Diretrizes 
Curriculares Nacionais e, em parte, o conteúdo da Base do Ensino Médio. 
É importante mencionar que a BNCC no Ensino Médio é alvo de 
muitos debates. A proposta contida no documento integra a formação 
para o trabalho. Isso atrai discussões e diferentes posicionamentos. Com 
divergências intensas, em 2019 o Ministério da Educação dá continuidade ao 
movimento de elaboração da base nesta etapa. Junto a isso, também neste 
ano, divulga-se a quarta versão da BNCC. Num movimento difuso entre as 
aprovações e retiradas de conteúdos (antes já acordados), a BNCC chega à 
formação de professores. 
Assim, passa a integrar o rol de conteúdos necessários para o planejamento 
das formações continuadas. Elaboram-se encontros e referenciais curriculares 
de formação e movimentos alinhados com a perspectiva de implementação 
da BNCC. Em novembro, também do ano de 2019, o Conselho Nacional de 
Educação, por exemplo, aprova as diretrizes de formação de professores 
e instiga, definitivamente, a prática da BNCC nas unidades educacionais 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
brasileiras. Veja a linha do tempo com os marcos desta trajetória, conforme 
podemos consultar com mais detalhamento no próprio site da BNCC (2021):
2018 – 14 de dezembro: Homologação do documento da BNCC para o 
Ensino Médio.
02 de agosto: Mobilização para discutir e contribuir com a BNCC para o 
Ensino Médio.
05 de abril: Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum 
Curricular ProBNC.
02 de abril: Entrega da versão da 3ª versão da BNCC.
06 de março: Dia D da BNCC da Educação Infantil e Ensino Fundamental. 
2017 – 22 de dezembro: institui e orienta a BNCC.
20 de dezembro: Homologada a 3ª versão da BNCC.
Abril: entrega da versão da BNCC.
2016 – agosto: redação da terceira versão.
Junho: Seminários Estaduais com professores, gestores e especialistas.
2 de maio: Disponibilização da 2ª versão da BNCC.
2015 – 2 a 15 de dezembro: mobilização das escolas de todo o Brasil para 
discussão do documento.
16 de setembro: disponibilização da 1ª versão da BNCC. 
17 a 19 de junho: Seminário Interinstitucional para elaboração da BNCC.
2014 – 19 a 23 de novembro: conferência Nacional pela Educação.
25 de junho: Regulamentação da lei do Plano Nacional de Educação. 
2013 – 22 de novembro: instituição do Pacto Nacional de Fortalecimento 
do Ensino Médio. 
2012 – 04 de julho: Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. 
2 de janeiro: resolução que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para 
o Ensino Médio. 
2011 – 14 de dezembro: resolução que fixa as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.
2010 – 17 de dezembro: fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Infantil.
13 de julho: definição das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais.
28 de março: Conferência Nacional de Educação.
2008 – Programa Currículo em Movimento, que funcionou até o ano de 
2010. 
2000 – Lançamento do Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino 
Médio.
1998 – Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o Ensino Fundamental, 
do 6º ao 9º ano.
1997 – Consolidação dos dez volumes, os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs).
1996 – Aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
1988 – Promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Nesta linha do tempo, observamos que a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação já mencionava a existência de um currículo comum nasescolas. 
Por isso, sua efetivação parte da afirmação de que há a previsão de uma 
base comum de conteúdos na legislação brasileira. Assim, o delineamento 
da Base conta com a articulação a legislações educacionais, aspecto que 
veremos no tópico a seguir. 
4 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO E DIRETRIZES 
CURRICULARES NACIONAIS
Conforme foi possível observar até aqui, a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação, doravante LDB, possui relação direta com a BNCC. Isto pois, no 
artigo n. 26 da LDB se origina a BNCC e a previsão de um currículo comum, 
com garantia de padrão de qualidade em todas as regiões brasileiras. Este 
grande desafio chama logo as questões de discrepância entre as localidades 
e nos instiga a refletir sobre como podemos efetivar a BNCC nas instituições 
brasileiras. 
Assim, tendo seus propósitos, de articulação e organização do currículo 
comum, também é possível analisar as discrepâncias. A LDB apresenta a 
organização e estrutura do ensino, dando indicativos sobre a elaboração do 
currículo. Já a BNCC apresenta a organização e a estrutura do currículo mínimo 
nas instituições. Por isso, ao tocar no tema da LDB e BNCC, é importante 
compreender que as premissas de definição da BNCC se constituem a partir 
do que é encontrado na LDB, em especial no art. 2º, no inciso IV do art. 9º, 
e nos artigos 22, 23, 26, 29, 32 e 34, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 
1996, mas adquirem aspectos próprios. 
Sendo assim, a BNCC se alimenta a partir dos indicativos da LDB. A 
LDB, junto às Diretrizes Curriculares Nacionais, irá compor os princípios 
de elaboração da BNCC e elaborar indicativos para sua formulação. As 
Diretrizes Curriculares Nacionais, por exemplo, influenciam nos itens das 
áreas de conhecimento, uma vez que encontramos informações sobre as 
nomenclaturas e definições de Linguagens e Códigos e Ciências Humanas. 
Com isso, observamos que a BNCC toma a LDB e as Diretrizes Curriculares 
Nacionais como principais fontes para sua elaboração. 
Importante destacar que a BNCC ao elaborar a proposta de currículo 
operacionaliza o conteúdo, mas não aborda o método que os conteúdos 
serão implementados. Assim, mesmo tomando a LDB e as Diretrizes como 
referência, a BNCC traça um caminho específico de atender aos pressupostos 
da educação brasileira. Ao observar isso, podemos compreender que, além 
de cumprir com a BNCC, precisamos fortalecer os estudos e o cumprimento, 
também, da LDB e das Diretrizes. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Dessa forma, citamos como um exemplo de premissa básica a cumprir 
a relação com os conteúdos éticos, estéticos e políticos (previstos pelas 
Diretrizes). É preciso levar em conta aquilo que é exposto na Resolução do 
Conselho Nacional de Educação, n.º 4, de 13 de julho de 2010 (BRASIL, 2010). 
Esta resolução é a que Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para 
a Educação Básica e contempla as propostas que alimentam a BNCC. 
A proposta da BNCC é organizar, ano a ano os direcionamentos para o 
currículo da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 
Os objetivos são conduzidos ao longo de todas as etapas e, sugere que a 
implementação seja realizada dentro das normativas antes previstas pelas 
Diretrizes. Dessa forma, a BNCC indica quais conteúdos que são obrigatórios 
de serem implementados em cada ano e de acordo com cada faixa etária. 
A BNCC, dessa forma, toma a LDB e as Diretrizes como referência 
para elaborar a proposta de currículo. Como vimos, a BNCC direciona 
os conhecimentos voltados para conceitos e habilidades, que junto às 
competências organizam as expectativas de desenvolvimento da educação 
e organização do conteúdo. Podemos conferir esta informação ao observar 
as propostas estruturadas pela BNCC, em especial com os elementos ligados 
às especificidades de cada etapa. 
Sobre isso, citamos a resolução CNE/CP nº 4, de 17 de dezembro de 
2018, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais específicas do Ensino 
Médio (BRASIL, 2018). A ideia é que a BNCC articule os conhecimentos e 
as habilidades por meio do exercício de competências. Busca consolidar o 
que foi desenvolvido no Ensino Fundamental e vislumbrar a formação para o 
trabalho, baseada no socioemocional. Outra especificidade entre as etapas 
é a indissociabilidade entre cuidar e educar, no caso da Educação Básica. 
A proposta é que com base na LDB e nas Diretrizes Curriculares, a BNCC 
possa organizar o conteúdo educacional. Então, se as Diretrizes orientam, 
conduzem e movem princípios, fundamentos e procedimentos da educação 
básica para a BNCC, as Diretrizes Curriculares vão estruturar as propostas 
gerais e a BNCC concentrar os elementos específicos buscando preservar 
a autonomia e os pilares para a educação de qualidade com movimentos 
de centralidade nos estudantes e na elaboração de um projeto de nação de 
referência. Neste escopo, a BNCC aponta alguns itens, mas é diferente do 
que temos já acumulado nas Diretrizes Curriculares. 
Isto, pois, nas Diretrizes Curriculares, podemos observar diferenças 
conceituais, problematizações sobre acesso à educação e referências de 
currículo e organização da educação básica. Assim, as Diretrizes sugerem 
a estrutura da carga horária, períodos integrais e elementos constitutivos 
para elaboração, por exemplo, dos Projetos Políticos Pedagógicos, dos 
regimentos, das ações de formação e, também, de avaliação, sendo a BNCC, 
um complemento para o currículo.
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/55640296
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/55640296
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Podemos observar que as Diretrizes se diferenciam da BNCC e, ao 
mesmo tempo, se articulam. A educação, dessa maneira, irá se efetivar a 
partir da tríade: LDB, Diretrizes e BNCC, sendo uma prática que se concretiza 
nas relações sociais e são regulamentadas pelo direito e acesso à educação 
de qualidade. A concepção de função social da escola é reverberada no 
protagonismo e na centralidade das ações dos educandos. Compreende, 
neste sentido, a formação cidadã e a essência humana. 
Por isso, ao analisar a BNCC precisamos levar em consideração que 
não há fragmentação entre as etapas, mas, uma perspectiva de formação 
comum. Essa perspectiva tem como propósito encaminhar as competências 
e experiências de currículo e alterar os rumos da educação brasileira. Assim, a 
LDB não anula as Diretrizes, tampouco a BNCC anula a LDB ou as Diretrizes. 
Pelo contrário, busca-se reduzir as discrepâncias e promover o acesso aos 
conteúdos básicos, por meio da sustentação dos currículos, com os itens 
apresentados pela BNCC. 
Esta sustentação da BNCC na LDB e nas Diretrizes traça elementos para 
se alcançar a proposta de currículo comum. Formulada com as competências 
gerais e a partir de habilidades, a BNCC busca implementar, portanto, uma 
proposta de currículo em todas as unidades de ensino brasileiras e conta com 
a necessidade de financiamento para sua implementação. Por isso, trazemos 
no próximo capítulo, a abordagem sobre o Plano Nacional de Educação. Além 
de reafirmar e apontar perspectivas de implementação da BNCC, ele também 
toca na relevância do financiamento para efetivação dos princípios da Base. 
5 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
O Plano Nacional de Educação (PNE) é uma proposta de organizar, com 
fundamento na legislação, a elaboração de metas e estratégias para atingir 
metas previstas para a educação nacional. O Plano está aprovado, conforme lei 
nº 13.005, de 25 de junho de 2014, bem como no Parecer CNE/CP nº 15/2017 
(BRASIL, 2017). Define diretrizes e 20 metas para o desenvolvimento municipal, 
estadual e nacional. Estas metas abrangem diferentes entradas de trabalho.
Cada meta possui suas próprias estratégias. Ao todo, vislumbram 
alcançar a reformulação da educação por meio de ações colaborativas 
entre municípios, estados e unidade federativa. O foco central do plano 
é desenvolver as 20 metas num prazo de 10 anos. Dessa forma, os entesfederativos buscam desenvolver metas não só do governo federal, mas 
também atribuir responsabilidades aos estados e municípios. O Plano está 
articulado com o Art. 214 da Constituição Federal, promulgada em 1988 e 
também com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, promulgada em 1996. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
A vigência do Plano é no prazo de dez anos, a partir de sua data de 
aprovação (junho de 2014). Com a validade até junho de 2024, observamos 
uma duração de 10 anos que se esbarra em desafios consubstanciais para a 
educação brasileira. Um destes desafios está associado à efetivação das metas, 
que, mesmo passando os anos, as metas ainda enfrentam problemas para 
serem efetivadas. Um destes desafios é a própria implementação da BNCC. 
Podemos citar, dentro destes desafios, a criação de metas e estratégias 
com vistas a universalizar o atendimento educacional, erradicar o analfabetismo 
e a superação das desigualdades. A ideia é melhorar a educação com foco na 
formação profissional com ênfase em valores éticos e morais. Busca incentivar 
a gestão democrática e a formação científica, tecnológica e cultural brasileira, 
também toca na valorização dos profissionais da educação, na promoção 
dos princípios de respeito aos direitos humanos, no respeito à diversidade e à 
sustentabilidade. Além disso, terão como referência, para sua concretização, 
a amostragem dos dados de Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios.
Tendo em vista estas propostas, podemos observar suas semelhanças 
com as orientações dispostas na BNCC. O PNE é uma das legislações 
educacionais que coloca em evidência de forma explícita a relação com a 
BNCC. Ao analisar o documento, observamos um movimento complexo, que 
se relaciona de diferentes formas com as quatro versões da BNCC. A quarta 
versão da BNCC, por sua vez, prevê a consideração das diretrizes do PNE para 
sua implementação, sem perder de vista a educação como um direito de todos. 
Como vimos, também é tarefa da União, estados e municípios, pactuar a 
implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem. Junto a isso, contribuir para que 
se efetivem as propostas de aprendizagem e desenvolvimento, previstas e configuradas 
na estrutura apresentada pela BNCC. A Lei, por conseguinte, define, a partir das metas 
e, especialmente, as estratégias do PNE que definem a Base. As estratégias do PNE, 
por sua vez, são fundamentais para nossa compreensão sobre a relação entre estas 
duas leis (PNE e BNCC) e consolidam as perspectivas federais para condução do 
currículo educacional. Isto pois, as estratégias mencionam diretamente aspectos da 
implementação da BNCC. 
De forma a compreender como se evidenciam, citamos as metas e 
estratégias do PNE que dizem respeito à BNCC. Podemos observar que 
estão relacionadas ao regime de colaboração (entre União, estados, distrito 
federal e municípios) e figuram, especialmente, nas estratégias para alcançar 
as metas estipuladas pelo Plano (BRASIL, 2014). Vejamos:
Estratégia 2.2) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
no âmbito da instância permanente de que trata o § 5º do art. 7º desta Lei, 
a implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento 
que configurarão a base nacional comum curricular do ensino fundamental; 
Estratégia 3.3) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, 
no âmbito da instância permanente de que trata o § 5º do art. 7º desta Lei, a 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
implantação dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que 
configurarão a base nacional comum curricular do ensino médio; Estratégia 4.2) 
promover, no prazo de vigência deste PNE, a universalização do atendimento 
escolar à demanda manifesta pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 
(três) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a Lei nº 9.394, de 20 de 
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; 
Estratégia 7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação interfederativa, 
diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum 
dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento 
dos(as) alunos(as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada 
a diversidade regional, estadual e local; Estratégia 15.6) promover a reforma 
curricular dos cursos de licenciatura e estimular a renovação pedagógica, de 
forma a assegurar o foco no aprendizado do(a) aluno(a), dividindo a carga 
horária em formação geral, formação na área do saber e didática específica 
e incorporando as modernas tecnologias de informação e comunicação, em 
articulação com a base nacional comum dos currículos da educação básica, 
de que tratam as estratégias 2.1, 2.2, 3.2 e 3.3 deste PNE (BRASIL, 2014, s.p.).
Assim, os municípios e estados são desobrigados de elaborar os 
currículos educacionais. A ideia é que se sirvam das propostas da BNCC, por 
meio das orientações do Ministério da Educação. Isso implica refletir sobre 
as condições de ensino e as metodologias de trabalho, bem como a reflexão 
sobre o acesso ao conhecimento realizado nas diferentes regiões brasileiras. 
Em meio a isso, também é importante atentar para a relação da BNCC com 
o PNE, pois espraia para a compreensão entre currículos formais e currículos 
em ação (produzido no interior das instituições). 
Dessa forma, a relação entre PNE e BNCC evidencia que os currículos 
formais não são unicamente direcionados para a produção de currículos. 
A ideia é que eles possuem papéis complementares para assegurar as 
aprendizagens na educação básica. Levam em consideração a relação entre 
os entes federados para oferecer a educação, ou seja, educação pensada 
dentro das escolas e com as devidas condições para sua execução. 
Outro aspecto necessário de comentar é a sua criação para atender 
e assegurar a formação dos indivíduos brasileiros. Neste aspecto, aponta 
desafios ligados à Reforma do Ensino Médio (Lei n. 5.692/1971) e a Gestão 
democrática. Sobre isso, podemos destacar os debates que não incluem os 
profissionais da educação e que ainda levantam embates com as decisões 
dos movimentos educacionais em prol da representação na decisão dos 
currículos referências e escolha de diretores por meio de eleições. 
A BNCC, em sua última versão, apresenta, portanto, alterações que 
também divergem da perspectiva do PNE. Importante ressaltar que no 
processo de efetivação da BNCC as políticas educacionais passam por 
momentos em que são atribuídas regulações em seus processos de avaliação. 
Podemos citar como exemplo a Lei orçamentária anual, as discussões na 
representação Conselho Nacional de Educação, no Fórum Nacional de 
Educação e no Plano de Educação. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Neste mesmo caminho temos ações que buscam fundamentar o trabalho 
dos profissionais. Essa fundamentação se desenvolve por meio de orientações 
que impactam diretamente a forma das políticas educacionais. Elas dizem 
respeito aos currículos escolares brasileiros, à formação dos profissionais 
de educação, aos processos avaliativos nas escolas e também aos sistemas 
de ensino. Por este modo de operar, a implementação da BNCC, centrada 
nas competências e habilidades, visa, por conseguinte, uma outra forma de 
encarar os direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. 
Neste ínterim, entendemos que os entraves apontados pela relação 
entre as duas frentes (do PNE e da BNCC), focalizam rumos de centralidade 
na implementação de reformulação dos currículos. Essa perspectiva integra, 
inclusive, o objetivo na formação profissional dos estudantes, por meio 
de competências e habilidades. Estas competências e habilidades são 
contextualizadas pelo fortalecimento do desenvolvimento socioemocional 
e, além disso, movem discussões sobre como impulsionar as iniciativas de 
atendimento especializado. Assim, implicam pensar na universalização do 
atendimento de crianças, em especial na faixaetária da educação infantil e 
na elaboração e desenvolvimento dos currículos. 
Assim, nos contextos de desafios que se descortinam com as leis 
em vigor, passamos às considerações para implementação da BNCC, que 
contam, especialmente, com o protagonismo dos gestores. Ao analisar os 
documentos do Ministério da Educação que fomentam a BNCC, podemos 
observar um rumo de implementação que busca orientar e conduzir o trabalho 
nos sistemas educativos. 
6 CONSIDERAÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DA BNCC
Ao levar em consideração que o processo de implementação da 
BNCC também passa por discussões sobre seu fundamento e sua visão, 
observamos que os marcos legais embora tracem dimensões semelhantes, 
também possuem dissonâncias. Como vimos neste capítulo, a aposta é que 
os profissionais tenham protagonismo na aplicação da BNCC. E, embora 
tenha a discussão sobre o mínimo e a base, podemos compreender que 
para a BNCC ter legitimidade e faça sentido nas instituições brasileiras, é 
necessário que tenha adesão dos profissionais da educação, especialmente os 
professores. Dessa forma, podemos analisar que a primeira consideração para 
implementação da BNCC é o engajamento, a integração com as instituições 
formadoras, sindicais e com os trabalhadores. 
Na busca pela unidade e a composição coletiva da BNCC, compreendemos 
que sua implementação está acarretada por discussões que ultrapassam o 
tema do currículo, ou seja, é indispensável pensar a BNCC e a ideia de um 
bom currículo, sem considerar as condições de carreira, plano e remuneração 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
dos professores. Junto a isso, também é necessário lembrar dos processos 
de construção coletiva, de formação, de amparo à formação diversificada e 
conjunta e, infraestrutura das instituições. 
Dessa forma, com vistas a fomentar e assegurar a implementação 
da BNCC, é possível encontrarmos indicat ivos que orientam para a 
implementação. O primeiro deles que podemos destacar é a promoção de 
iniciativas que valorizem a revisão das práticas educacionais. De acordo com a 
BNCC, é por meio da qualificação dos gestores e professores que iniciamos o 
movimento de implementação da base. Sabemos que isso requer investimento, 
planejamento, programação, sistematização e acompanhamento do trabalho 
que tem sido desenvolvido nas instituições. 
Também, é necessário citar a demanda pelo monitoramento e amparo 
nas ações dos sistemas de educação que são realizados no interior das 
instituições. Ao rever as práticas, elabora-se a concepção da BNCC, de modo 
a prover a sua implementação a partir dos indicativos previstos. Nesse ângulo, 
compreendemos que, certamente, o professor sozinho não dará conta de 
colocar em prática tudo que a BNCC requer. Até porque, como vimos, a 
BNCC está em relação com outras leis e documentos (Constituição Federal, 
LDB e PNE) e carece de articulação na proposição e adequação frente aos 
novos desafios. Logo, implementar a BNCC é uma ação coletiva. 
Sobre isso, podemos citar como uma segunda alternativa a elaboração 
de equipes e formulação do trabalho dos professores. Na reunião das equipes, 
sugere-se discutir e analisar o que é necessário estudar e aprofundar dentro 
daquele grupo. Após isso, elaborar planejamento de ações com vistas à 
superação dos desafios encontrados. Dessa forma, frente às obrigatoriedades 
da BNCC, encontrar caminhos que possibilitem atender às demandas da nova 
organização curricular, a iniciar pelas discussões no interior das escolas. 
A BNCC requer, por exemplo, imersão à cultura digital, estudo sobre 
o pensamento crítico e desenvolvimento de habilidades socioemocionais. 
Por isso, dado esta dimensão contemporânea, uma terceira alternativa é a 
elaboração de programas de formação, seja com apoio das universidades, 
faculdades, professores de redes distintas ou com pesquisadores engajados 
com a realidade educacional. Também, é necessário lembrar da importância 
dos professores se sentirem representados e, de fato, compor as discussões 
e implementações de currículo. 
Sobre isso, ressaltamos a relevância dos espaços de acolhimento da 
equipe profissional e dos estudantes, para escuta e parceria na implementação 
da BNCC. Diante disso, o papel dos gestores na implementação da BNCC 
volta-se para a promoção de atitudes de organização da instituição. Sendo 
relevante, neste aspecto, a presença e atenção dos gestores para as atividades 
desenvolvidas nas instituições, bem como as inquietudes, os silenciamentos 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
e o reconhecimento de que existem muitos desafios neste processo de 
implementação. 
Com isso, é fundamental pensar em iniciativas de promoção, com o 
auxílio na elaboração de um ambiente escolar seguro para implementação de 
novas iniciativas curriculares. Uma quarta alternativa é o monitoramento dos 
objetivos e desafios para condução da implementação da BNCC. Sobre isso, o 
Ministério da Educação elaborou um Guia de Implementação da BNCC (BRASIL, 
2020). Neste guia, podemos encontrar elementos que caracterizam a política 
de implementação da BNCC com a perspectiva do Ministério da Educação. 
O guia foi elaborado pelo Ministério de Educação, Conselho de 
Educação, Conselho Nacional de Secretários de Educação, União Nacional 
de dirigentes municipais e União Nacional dos Conselhos Municipais de 
Educação. Propõe a realização de Semanas Pedagógicas e compreende que 
o trabalho do professor com aulas participativas e estudantes como centro 
do planejamento pedagógico, ou seja, prevê a redução das aulas expositivas, 
com convite para aulas que integrem os estudantes e que, os mesmos, 
participem das aulas. 
Também cita a demanda pelo ensino centrado nas competências e 
habilidades, com olhar de sistema educacional, como um todo e, não, 
exclusivamente centrado nos conteúdos, mas na formação dos cidadãos. 
Sugere que as aulas integrem novos temas a partir da nova organização dos 
conteúdos. Um exemplo disso são os componentes específicos de cada área 
que foram realocados ou alterados. 
O guia orienta ainda as demandas com as habilidades e os objetivos 
para alimentar o planejamento dos professores. Importante ressaltar que cada 
habilidade apresentada pela BNCC, integra vários objetivos de aprendizagem 
e isso precisa integrar o planejamento com um roteiro de atividades para o 
professor. No guia, é evidenciada a necessidade de adequação do Projeto 
Pedagógico de cada instituição às novas premissas da BNCC e, ainda, prevê 
a incorporação desta perspectiva de organização do trabalho docente. 
Sobre o Projeto Pedagógico, conforme citado no guia, observamos a 
orientação para revisão dos itens do projeto. Nesta revisão, observar o estímulo 
à reformulação dos Projetos de cada instituição. Esta proposta de elaboração os 
projetos pedagógicos, sugere que seja fortalecida a identidade das escolas, os 
objetivos para a aprendizagem e estratégias de ação para alcançar os objetivos 
da BNCC, a promoção e apropriação dos novos conteúdos requeridos pela 
BNCC sendo relevante o apoio à formação docente. 
Também, no Guia de Implementação, encontramos as premissas para a 
formação continuada para o novo currículo proposto a partir da BNCC. Essas 
premissas estão ligadas ao planejamento e execução das ações de formação. 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
Trata do regime de colaboração e a articulação entre entes federados de forma 
a alinhar as discussões sobre currículo. Toca na ideia de que as formações 
não sejam pontuais, ou seja, precisam ter fluxo e continuidade durante o ano 
(por isso, não se restringem a eventos, dias “d” ou encontros). São encontros 
formativos! 
O Guia mobiliza a iniciativa de formar, inclusive, os gestores (tanto das 
instituições quanto do sistema). Essas formações precisam se embasar em 
elementos fundamentados em pesquisas e dados que justifiquem os temas das 
formações, dos encontros e dos planejamentos. Além disso, também cita sobre 
o conteúdo das formações, que considerem a ruptura de paradigmas voltadas 
para a efetivação decompetências e habilidades, também na perspectiva de 
formação desenvolvida pelo sistema de implementação da BNCC. 
A ideia é de contrapor a educação em que só o professor fala e o aluno 
só escuta. Sugere a criação de ambientes colaborativos com análises sobre 
o método de ensino-aprendizagem e relação com o conteúdo. Problematiza 
a avaliação exclusivamente somativa e incentiva a utilização de diferentes 
metodologias avaliativas. Abre brechas para percepções sobre a formação das 
próprias equipes de gerenciamento e as equipes de formações das escolas, 
sugerindo estudo e implementação dos eixos da BNCC nas formações. 
Com isso, o documento sugere a elaboração de formações atentas às 
necessidades e sugestões dos professores durante o processo de formação. 
Com a escuta dos professores, busca encaminhar ações de (re)planejamento 
da implementação das novas ações de currículo. Ressalta a parceria com as 
outras iniciativas de formação e busca a compreensão de que o Guia é um 
elemento de complemento às iniciativas de implementação da BNCC. Ao 
observar isso, também tocamos no aspecto do financiamento e a necessidade 
de articulação com os pressupostos, ora já apontados pela LDB e, também, 
pelas Diretrizes. Sobre este tema, discorremos ao longo do curso. Por ora, 
esperamos que esteja compreendendo a fundamentação da BNCC e, de posse 
dos argumentos apresentados e dos marcos legais, siga para os próximos 
passos do curso. 
Ao fim deste combo, foi possível conhecer e estabelecer a relação da 
BNCC com as legislações que orientam, organizam e estruturam a educação 
brasileira. Com esta abordagem inicial, também foi possível perceber desafios, 
avanços e possibilidades do trabalho de educadores na realidade brasileira. 
Conhecemos aspectos da implementação da BNCC e indicativos para sua 
realização a partir dos marcos legais e isso nos dará condições de avançar 
no estudo sobre a BNCC Pedagogia. No próximo combo, vamos conhecer 
os elementos constitutivos da BNCC em cada etapa educativa. 
Até lá! Bons estudos! 
CURSO LIVRE – BNCC PEDAGOGIA
REFERÊNCIAS 
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição [da] República Federativa do 
Brasil. Brasília, DF, 1988. DF: Senado; 1988. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 29 
abr. 2021.
BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
nº 9.394/96. Brasília, DF, 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em: 
29 abr. 2021. 
BRASIL, SEB/CNE. Resolução do Conselho Nacional de Educação, n.º 
4, de 13 de julho de 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
dmdocuments/rceb004_10.pdf, Acesso em: 5 mar. 2021.
BRASIL, SEB/CNE. Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 2, 
de 22 de dezembro de 2017. Disponível em: https://bit.ly/34nRpPi. Acesso 
em: 5 mar. 2021.
BRASIL. Lei do Plano Nacional de Educação nº 13.005, de 25 de junho 
de 2014. Ministério da Educação. Brasília, DF, 2014. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm. 
Acesso em: 29 abr. 2021.
BRASIL, SEB/CNE Diretrizes Curriculares Nacionais específicas do Ensino 
Médio. Resolução nº 3, de 21 de novembro de 2018. Disponível em: 
http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/dcnem.pdf 
Acesso em: 5 mar. 2021.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Histórico. Base Nacional Comum Curricular. 
2021. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico/. 
Acesso em: 29 abr. 2021.
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_10.pdf
http://novoensinomedio.mec.gov.br/resources/downloads/pdf/dcnem.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/historico/

Continue navegando