Buscar

Exercício físico e hipertensão - Exercício físico como tratamento não medicamentoso para hipertensos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Exercício físico e hipertensão
Exercício físico como tratamento não medicamentoso para hipertensos
Jennifer Silva de Oliveira
Prof. Edwar Santana
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso (EFL 0768) – Trabalho de Graduação 
17/11/2020
 
RESUMO
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica de natureza
multifatorial caracterizada por níveis elevados de pressão arterial. Essa patologia é
responsável pela morbimortalidade de milhares de pessoas ao redor do mundo. No
Brasil sua prevalência é de 12 a 35% em diferentes regiões. O presente trabalho faz
uma abordagem sobre os aspectos clínicos da HAS e a possibilidade da prática de
exercícios físicos regulares como método não medicamentoso no seu controle. Para
a composição do presente trabalho, foi realizado um levantamento bibliográfico de
artigos científicos nas bases de dados Medline, Pubmed, Scielo, Lilacs e a busca de
dados no Google Acadêmico de artigos científicos e adicionalmente a consulta de
livros acadêmicos para complementação das informações sobre a prática de
exercícios físicos utilizado como método não medicamentoso no controle e/ou auxilio
nos quadros de HAS. Como resultados, os estudos nessa temática permitem
identificar a HAS como um importante problema de saúde pública. Em relação ao
tratamento, os protocolos atuais recomendam principalmente modificações no estilo
de vida associado à prática regular de atividades físicas e o tratamento
farmacológico com anti-hipertensivos. Conclusão: A atividade física como método
não farmacológico no controle da HAS pode favorecer a redução dos medicamentos
ou até mesmo sua dispensa total conforme o caso.
Palavras-chave: treinamento; hipertensão; saúde.
1 INTRODUÇÃO
O avanço da tecnologia e da sociedade moderna permite maior comodidades
e confortos para as pessoas. Entretanto, a tecnologia que facilita o dia a dia das
pessoas, é a mesma que contribui de forma negativa para o aumento do
sedentarismo, devido a diminuição das atividades físicas associadas a uma má
alimentação e ao aumento do stress, consequentemente piorando a qualidade de
vida e a saúde das pessoas tanto física quanto psicologicamente.
O sedentarismo está relacionado direta ou indiretamente às causas ou ao
agravamento da maioria das doenças crônicas como hipertensão, obesidade,
diabetes, osteoporose entre outras. Mencionar autores
Na maioria dos casos, pacientes com hipertensão apresentam excesso de
peso e uma vida sedentária. Estudos apontam que em casos de hipertensão o
sobrepeso e a obesidade são 65% a 75% que o sobrepeso e a obesidade são
fatores responsáveis para o desenvolvimento de hipertensão primária, ou seja,
hipertensão de origem desconhecida.
Estudos evidenciaram que as populações ativas fisicamente têm menor
probabilidade adquirir doenças e situações patogênicas, como a hipertensão arterial,
a obesidade, o diabetes mellitus, a dislipidemia, a osteoporose, a sarcopenia, e
também ansiedade e depressão.
O objetivo do estudo foi verificar os benefícios que a prática regular exercícios
físicos para hipertensos como método não farmacológico, assim como os cuidados
necessários para a prescrição adequada para esse grupo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 HISTÓRIA DA MUSCULAÇÃO 
Segundo Bittencourt (1986), existem relatos históricos que datam do início
dos tempos e que afirmam a prática da ginástica com pesos. Na cidade de Olímpia,
na Grécia, nas escavações foram encontradas pedras entalhadas à mão permitindo
aos historiadores entenderem que pessoas já praticavam atividades com pesos. Há
esculturas datadas de 400 a.C que relatam formas harmoniosas de mulheres,
mostrando preocupação estética na época. Relatos de jogos de arremessos de
pedras datam de 1896 a.C. (BITTENCOURT, 1986).
Além disso, paredes de capelas funerárias no Egito relatam que há 4500 anos
haviam homens levantando pesos na forma de exercícios (BITTENCOURT, 1986)
A história de Milon de Crotona discípulo do matemático Pitágoras (500 a 580
a.C.), seis vezes vencedor dos Jogos Olímpicos, descreve um dos métodos de
treinamento mais antigos da humanidade, cujo princípio fundamental e utilizado até
hoje, baseia-se na evolução progressiva da carga. Milon treinava com um bezerro
nas costas a fim de aumentar a força dos membros inferiores, e quanto mais pesado
o bezerro ficava, mais sua força aumentava. (GIANOLLA, 2003)
A musculação como forma de competição tem como dado oficial o registro da
primeira competição em 1901 em Londres, onde se exibia os músculos.
Possivelmente tenham existidos outros campeonatos, mas este é o que parece que
deu início oficial ao esporte. Esta competição foi intitulada: "O Físico mais Fabuloso
do Mundo" e foi idealizada e realizado por Eugene Sandow (considerado o pai da
musculação) e contou com 156 atletas (BITTENCOURT, 1986).
Em 1898, iniciou uma revista, “Sandow Magazine”, publicou vários livros,
inventou aparelhos e aperfeiçoou antigos, foi um dos primeiros defensores do ensino
da Educação Física em escolas, desenvolveu exercícios para reduzir as dores do
parto, pediu a empresários que deixassem que os assalariados fizessem um pouco
de ginástica por dia, o que talvez sugere que ele seja também o criador da ginástica
laboral. Possivelmente foi o primeiro personal trainer da história, pois era professor
particular dos Reis Eduardo VII e George V, da Inglaterra (BITTENCOURT, 1986).
2.2 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA MUSCULAÇÃO 
A vida na sociedade moderna e tecnológica é composta por maior conforto e
comodidade, entretanto, com menor movimentação corporal, aumentando assim o
stress e sedentarismo, comprometendo a qualidade de vida das pessoas (COBRA,
2003).
Entre alguns dos efeitos do sedentarismo, podemos destacar a atrofia
muscular devido a inatividade, os vícios incorretos de postura, aumento do acúmulo
de gordura corporal, a hipertensão arterial, a diabetes e o envelhecimento físico
precoce causado pela perda funcional de alguns órgãos (MELLER; MELLEROWICZ,
1987).
A musculação praticada de maneira recreativa, proporciona maior sensação
de prazer durante a prática, o que facilita em converter o exercício físico em um
hábito e estilo de vida, anulando as alterações fisiológicas provocadas pelo
sedentarismo e melhorando a saúde e bem-estar. Promove também a redução do
stress decorrente do dia-a-dia, oportuniza uma maior interação social, melhora na
autoestima, diminuição da ansiedade (CAMARGO, 1989; COBRA, 2003;
SANTAREM, 2000).
Estudos evidenciaram que as populações ativas fisicamente têm menor
probabilidade adquirir doenças e situações patogênicas, como a hipertensão arterial,
a obesidade, o diabetes mellitus, a dislipidemia, a osteoporose, a sarcopenia, e
também ansiedade e depressão. Consequentemente, diminui a ocorrência de
aterosclerose e suas consequências: doença coronariana, doença cerebrovascular e
doença vascular periférica (PRAZERES, 2007).
O principal elemento que deve ser observado com a prática da musculação é
o favorecer o desenvolvimento de adaptações fisiológicas que garantam ao
praticante o pleno bem-estar físico, mental e social, permitindo-o desempenhar suas
atividades diárias com um máximo aproveitamento e eficiência, sem colocar em
risco a integridade física do organismo. 
“A musculação quando sobre supervisão adequada, representa uma
excelente opção para a manutenção da saúde e melhoria da qualidade de vida, pois
qualquer indivíduo pode se beneficiar da mesma” (PRAZERES, 2007, p.14), pois
terá um protocolo adequado para sua realidade e seus objetivos. 
Conforme Bossi et al. (2008), a musculação é uma das modalidades de
treinamento mais conhecido e praticado. Ela fortalece músculos, articulações e
ossos, podendo ser utilizada para ajudara corrigir eventuais desequilíbrios da
musculatura, na reabilitação e prevenção de contusões, e também, combater certas
doenças.
A musculação apresenta benefícios como: manutenção e aumento do
metabolismo, diminuição da perda de massa muscular, redução da gordura corporal,
diminuição das dores decorrentes de algum problema articular, minimização da
ansiedade e da depressão, controle de diabetes, diminuição de riscos de quedas e
fraturas, controle da pressão (COUTINHO, 2001; VIEIRA, 1996; NAHAS, 2001).
2.3 HIPERTENSÃO ARTERIAL
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial
que consiste no aumento da pressão arterial dos níveis normais para níveis mais
elevados quando o indivíduo está em repouso. Num quadro de hipertensão, a
pressão sistólica é igual ou maior que 140 milímetros de mercúrio e a pressão
diastólica é igual ou maior que 90 milímetros de mercúrio (esses valores variam com
a idade do paciente), esta pode ocorrer também quando aumenta o volume de
sangue dentro do sistema, seja porque o coração bombeia com maior força ou maior
frequência, ou porque os rins não funcionam de maneira adequada, não eliminando
assim a quantidade suficiente de líquido (BATISTA et al., 2018).
De acordo com Funchal (2004) a hipertensão arterial é uma doença crônica,
não transmissível, de natureza multifatorial (estilo de vida, a obesidade, fatores
hereditários, fatores de stress e hábitos alimentares), assintomática (na grande
maioria dos casos as pessoas não apresentam sintomas) e degenerativa (provoca o
comprometimento do coração, cérebro e rins). 
A hipertensão arterial é um grande fator de risco para doenças provenientes
de aterosclerose e trombose, que se manifestam, principalmente, por complicações
cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico. É responsável por 25% e 40% dos
diversos fatores de isquemia cardíaca e dos acidentes vasculares cerebrais,
respectivamente. Essa enorme variedade de consequências torna a hipertensão
arterial como origem das doenças cardiovasculares e, caracterizando-se, assim,
como uma das maiores causadoras da redução da qualidade e expectativa de vida
dos indivíduos (FUCHS, 2004).
Em estudos publicados por Lima e Costa et al. (2000) e Almeida (2003),
relatam que no Brasil, 33% dos óbitos com causas conhecidas são originadas por
doenças cardiovasculares. Entre 1996 e 1999, o fator primário de hospitalização no
setor público foram essas doenças, e corresponderam por 17% das internações de
pessoas com idade entre 40 e 59 anos e 29% com 60 ou mais anos.
De acordo com o Ministério da Saúde (2019), ocorreram “34 mortes por hora,
829 óbitos por dia e mais de 302 mil óbitos no ano de 2017”. Esses seriam dados
referentes às doenças cardiovasculares no Brasil (infarto, hipertensão, AVC e outras
enfermidades), onde o principal fator de risco é a hipertensão arterial, que afeta pelo
menos 1 a cada 4 adultos no país. 
2.4 PRESCRIÇÃO DE TREINAMENTO PARA HIPERTENSOS 
A prescrição do exercício ao hipertenso obedece aos princípios gerais de
intensidade, frequência e duração, sempre respeitando o princípio da
individualidade. A frequência de três a cinco sessões semanais com duração entre
20 e 30 minutos, podendo atingir tempo maior, dependendo do paciente e do tipo de
exercício (BAPTISTA et al., 1997).
O tratamento da hipertensão arterial pode incluir medidas não
medicamentosas e o uso de fármacos anti-hipertensivos, com o objetivo de reduzir a
pressão arterial, proteger os órgãos alvo, prevenir doenças cardiovasculares e
renais. As medidas não medicamentosas têm apresentado resultados eficazes na
redução da pressão arterial, entretanto, acabam sendo limitadas devido à perda de
adesão a médio e longo prazo (WEBER et al., 1993; PRAXEDES et al., 2001).
Segundo Malachias et al. (2016), o termo exercício físico refere-se à atividade
física realizada de forma estruturada, organizada e com objetivo específico. 
A prescrição do treinamento deve ser cuidadosa pois o aumento súbito da
pressão arterial em hipertensos pode gerar lesões e até mesmo rompimento de
vasos sanguíneos. Com um acompanhamento médico correto, atividades físicas de
média ou baixa intensidade podem facilitar a manutenção de uma pressão
sanguínea média (FUNCHAL, 2004). 
Indivíduos ativos apresentam risco 30% menor de desenvolver hipertensão
arterial que os sedentários, e o aumento da atividade física diária reduz a pressão
arterial (MATSUSHITA et al., 2010; SARNAK et al., 2005).
O hábito de se exercitar regularmente, ajuda na prevenção de doenças
cardíacas, visto que o exercício aumenta a oxigenação do organismo, além de criar
novos vasos sanguíneos, melhorando a circulação cardíaca (FUNCHAL, 2004).
O American College of Sports Medicine (2004) preconiza que a intensidade do
exercício para hipertensos sedentários deve ser de 40% a 60% da capacidade
funcional máxima, ou seja, exercícios de baixa a média intensidade.
Para pessoas com hipertensão com níveis leves e moderados e sem lesões
de órgãos-alvos podem se envolver em esportes de maior intensidade e até
competitivos. Entretanto, para os que possuem hipertensão grave e
comprometimento de órgãos-alvos devem ser instruídos à prática de exercícios de
baixa intensidade e proibidos para competições (BAPTISTA et al., 1997).
2.4.1 TREINO AERÓBIO 
Diversos estudos relatam que a maioria dos hipertensos têm diversos
benefícios quando a prática regular de atividade física é do tipo aeróbia
(caminhadas, corridas, natação, ciclismo), sob a condição de que as mesmas
envolvam grandes grupos musculares. Estes benefícios decorrem da redução direta
dos valores pressóricos e do impacto positivo dessa prática sobre outros fatores de
risco cardiovasculares. A frequência mínima semanal de treinamento deve ser de
três sessões, com duração entre quinze e sessenta minutos com intensidade
moderada (TAKATSUJI et al., 2003).
O treinamento aeróbico reduz a pressão arterial casual de pré-hipertensos e
hipertensos. Ele também reduz a pressão arterial de vigília de hipertensos e diminui
a pressão arterial em situações de estresse físico, mental e psicológico. O
treinamento aeróbico é recomendado como forma preferencial de exercício para a
prevenção e o tratamento da hipertensão arterial (CORNELISSEN et al., 2013;
FAGARD, 2011).
Todos esses benefícios hipotensores promovidos pelo treinamento aeróbio
colocam essa modalidade como primeira opção para auxiliar o tratamento da
hipertensão arterial. Sendo assim, em alguns casos, o treinamento pode
proporcionar o controle da pressão arterial sem o uso de medicamentos, já em
outros, pode haver a redução da dose e/ou da quantidade de medicamentos
utilizados (CADE et al., 1984).
De acordo com Pescatello et al. (2015), a frequência mais recomendada seria
aeróbio preferencialmente todos os dias da semana, com intensidade moderado (40-
60% da FC de reserva). O exercício aeróbico deve ser realizado com duração de 30
a 60 minutos de aeróbio, contínuo ou acumulado (pelo menos 10 minutos seguidos).
2.4.2 EXERCÍCIOS RESISTIDOS DINÂMICOS
O treinamento resistido dinâmico reduz a pressão arterial de pré-hipertensos,
mas não tem efeito em hipertensos (CORNELISSEN et al., 2013). O treinamento
resistido isométrico reduz a pressão arterial de hipertensos, porém os estudos
utilizam massas musculares pequenas, havendo necessidade de mais informação
antes de sua recomendação. O treinamento resistido dinâmico é recomendado na
hipertensão arterial, em complemento ao aeróbico (CARLSON et al., 2014)
O comportamento da pressão arterial com o exercício depende de o
componente predominante ser estático ou dinâmico. Na forma predominantemente
dinâmica temos um aumentodo nível sistólico diretamente proporcional à
intensidade do exercício, sem alteração e até com discreta redução do nível
diastólico (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2000).
Já no exercício predominantemente estático temos um aumento bastante
importante dos níveis sistólicos e diastólicos, provocado primariamente pelo
aumento da resistência periférica vascular, não sendo incomum valores súbitos
acima de 400/250 mm Hg durante exercícios feitos com cargas altas, superiores a
80% de uma repetição máxima (MACDOUGALL, 1985).
O trabalho de treinamento resistido com hipertensos deve ser cautelosamente
controlado, sendo que as principais recomendações mostradas na literatura
científica apontam para a não realização de exercícios com Manobra de Valsalva,
nem tampouco de exercícios isométricos. A contraindicação destes tipos de
exercícios se deve aos efeitos de aumento súbito e imediato da pressão arterial por
eles provocados, o que em pessoas com hipertensão podem gerar lesões e até
mesmo rompimento de vasos sanguíneos. A musculação traz benefícios para este
grupo quando é aplicada através de exercícios prolongados utilizando cargas leves.
O principal benefício é a diminuição da pressão arterial em repouso, o que coloca a
prática de exercícios contra resistência como uma aliada no tratamento da
hipertensão arterial e, consequentemente, como um agente facilitador da boa
qualidade de vida (PRAZERES, 2017).
Segundo Pescatello et al. (2015), a frequência indicada do treino resistido
dinâmico 2 a 3 vezes por semana, com intensidade entre 60-80% de 1RM, com
duração 2 a 3 séries, 10 a 12 repetições, 8 a 10 exercícios para os principais grupos
musculares.
Tabela 1. Recomendações em relação à atividade física e exercício físico.
FONTE: Disponível em < http://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/profissional/revista/24-1.pdf>. 
Acesso em 04 set. 2020. 
3 MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema nas revistas
acadêmicas científicas disponíveis online, utilizando um notebook da marca Positivo.
Os artigos foram reunidos e comparados através de uma leitura seletiva com base
nos aspectos referentes a qualidade de vida na terceira idade na
contemporaneidade.
Segundo Gil (2008), uma pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Não
se recomenda trabalhos oriundos da internet. As pesquisas dos artigos sobrevieram
nas bases de dados da Scielo, Medline, Pubmed, Lilacs e a busca de dados no
Google Acadêmico de artigos científicos e adicionalmente a consulta de livros
acadêmicos para complementação das informações sobre a prática de exercícios
físicos utilizado como método não medicamentoso no controle e/ou auxilio nos
quadros de HAS.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A prática regular do exercício físico aeróbio promove importantes adaptações
autonômicas e hemodinâmicas que irão influenciar o sistema cardiovascular. Entre
essas adaptações, a redução nos níveis de repouso da pressão arterial é
principalmente a mais importante no tratamento da hipertensão arterial de grau leve
a moderado, visto que através do treinamento físico, é possível para o paciente
hipertenso reduzir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos ou até
mesmo ter sua pressão arterial controlada sem a adoção de medidas farmacológicas
(RONDON; BRUM, 2003).
Para que o exercício promova benefícios ao hipertenso deve-se atentar para
o tipo, intensidade, frequência e duração do treinamento físico, sendo o exercício
dinâmico aeróbico comprovadamente mais eficaz na redução da PA, como apontado
por Martelli (2013). A exercício físico realizado regularmente melhora a condição
física e a saúde do coração, necessitando ser realizado, no mínimo, três vezes por
semana, com duração de pelo menos vinte minutos, ser uma atividade regular, pois
quando a mesma é interrompida a condição física tende a piorar rapidamente
(PESSUTO; CARVALHO, 1998). Estudos recomendam sessões de 30 a 60 minutos
de atividade aeróbia (RONDON; BRUM, 2003).
Além das medidas medicamentosas, o tratamento de hipertensão arterial
também inclui as medidas não medicamentosas, como a restrição do sal, do fumo,
combate ao estresse, redução de peso e do sedentarismo, preferencialmente
através da prática regular de exercício físico (BAPTISTA, 1997).
Inúmeros estudos recomendam a prática de exercícios físicos como forma de
tratamento e controle da hipertensão arterial, pois a redução dos valores
pressóricos, mesmo em pessoas com pressão arterial normal, é um importante fator
para reduzir o risco de doenças cardíacas, e diversas pesquisas demostram que em
uma única sessão de exercícios físicos pode-se observar hipotensão pós exercício
(HPE), ou seja, decréscimo temporário na pressão arterial normal após o término do
exercício (PESCATELLO et al., 2004; MACDONALD et al., 2000). 
 Se com o treinamento aeróbio há maior captação de oxigênio (VO2
máx.), sendo mais eficiente na prevenção das doenças coronárias, com o exercício
resistido há maior força muscular, resistência muscular e aumento da massa magra,
colaborando para a manutenção da taxa metabólica basal (TEIXEIRA, 2000).
Segundo Neta e Sousa (2012) o exercício resistido é “aquele que agrega
maiores benefícios, pois além de contribuir para a redução do controle da pressão
arterial, melhora a força, a resistência e a massa muscular, contribuindo desta
forma, para a qualidade de vida”. Portanto os exercícios resistidos reduzem a PA em
indivíduos hipertensos de forma crônica e aguda (PESCATELLO et. al, 2004;
SANTARÉM, 1998; MCARDLE, 1998; FLECK; FIGUEIRA JÚNIOR, 2003).
Entretanto, é importante frisar que ainda são necessários estudos
aprofundados sobre o tema a fim de elucidar os seus diversos benefícios sobre a
pressão arterial. Encontra-se na literatura diversos estudos que trazem o
comportamento da pressão arterial em relação aos exercícios aeróbios, e
pouquíssimos quando se referem ao exercício resistido (TAYLOR-TOLBERT et al.,
2000; QUINN, 2000; PESCATELLO et al., 1999).
5 CONCLUSÃO
A hipertensão arterial é descrita como uma doença de natureza silenciosa na
maioria dos casos e possui uma ampla lista de fatores de risco modificáveis, como o
tabagismo, bebida alcoólica, sedentarismo, obesidade, hábitos alimentares e
estresse, e não modificáveis, como a idade, sexo e do histórico familiar do paciente.
A prática regular de exercícios físicos proporciona diversos benefícios que se
manifestam sob todos os aspectos do organismo, como redução de peso e
porcentagem de gordura corporal, melhora do diabetes, diminuição do colesterol
total e o favorecimento do controle da pressão arterial.
A inatividade física causa o sedentarismo trazendo consequências como o
surgimento de doenças como a hipertensão arterial, sendo um fator que propicia
inúmeras outras patologias, sendo possível observar atualmente, uma parcela
considerável de pessoas sedentárias.
É recomendado que os indivíduos hipertensos iniciem programas de exercício
físico regular, contanto que submetidos à avaliação clínica prévia. Os exercícios
aeróbios já são conhecidamente benéficos ao hipertenso possuindo uma influência
tão importante como a de alguns medicamentos anti-hipertensivos. Atualmente os
exercícios de força, principalmente a musculação, tornaram-se mais um aliado no
tratamento da hipertensão arterial, como complemento à atividade aeróbica.
Devemos também levar em consideração a individualidade de cada pessoa
para as possíveis variações, prescrevendo de maneira adequada os níveis de
intensidade e volume de treinamento para indivíduos hipertensos, agindo de forma
fundamental para a melhorade sua saúde de forma de geral.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F.F.; BARRETO, S.M.; COUTO, B.R; STARLING, C.E. Predictive
factors of in-hospital mortality and of severe perioperative complications in
myocardial revascularization surgery. Arquivo Brasileiro de Cardiologia
2003;80(1):41-60.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM’s Guidelines for Exercise
Testing and Prescription. 6 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000.
BAPTISTA, CLAUDIO et al. Hipertensão arterial sistêmica e atividade física. Rev
Bras Med Esporte, Niterói , v. 3, n. 4, p. 117-121, Dec. 1997 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
86921997000400006&lng=en&nrm=iso>. access on 03 Nov. 2020.
https://doi.org/10.1590/S1517-86921997000400006.
BITTENCOURT, N. Musculação: uma abordagem metodológica. 2 ed. Rio de
Janeiro: Sprint, 1986.
BOSSI, I.; STOEBERL, R.; LIBERALI, R. Motivos de aderência e permanência em
programas de musculação. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do
Exercício, v.2, n.12, p. 629-638, 2008
CAMARGO, L.O. L. O que é lazer. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1989.
CARLSON, D.J.; DIEBERG, G.; HESS, N.C.; MILLAR, P.J.; SMART, N.A. Isometric
exercise training for blood pressure management: a systematic review and
meta-analysis. Mayo Clin Proc. 2014;89(3):327-34.
Cade, R.; Mars, D.; Wagemaker, H., et al. Effect of aerobic exercise training on
patients with systemic arterial hypertension. Am J Med. 1984;77:785-90.
COBRA, N. Atividade física é qualidade de vida. Isto É, Gente, Rio de Janeiro,
n.189, p.79, mar. 2003.
COELHO, H. N.; NATALLI, B. V. A. Benefícios da musculação na terceira idade.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Ano 15, n. 148, set. 2010.
Disponível em: < http://www.efdeportes.com >. Acesso em: 04 abril 2020.
CORNELISSEN, V.A; BUYS, R; SMART, N.A. Endurance exercise beneficially
affects ambulatory blood pressure: a systematic review and metaanalysis. J
Hypertens. 2013;31(4):639-48.
COUTINHO FILHO, R. C. As influências da prática de atividade física nas
funções cognitivas em idosos. Lecturas Educación Física y Deportes. Buenos
Aires, ano 12, n. 118, março 2008. Disponível em: < http://www.efdeportes.com >
Acesso em: 04 abril 2020.
FAGARD, R.H. Exercise therapy in hypertensive cardiovascular disease. Prog
Cardiovasc Dis. 2011;53(6):404-11.
http://www.efdeportes.com/
http://www.efdeportes.com/
FLECK, S.J., FIGUEIRA JÚNIOR, A. Treinamento de força para fitness e saúde.
São Paulo: Phorte; 2003.
FUCHS, F.D. Hipertensão arterial sistêmica. In: Duncan BB, Schmidt, M.I.; Giugliani,
E.R.J. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseada em
evidências. Porto Alegre: Artmed; 2004. p.641-56.
FUNCHAL, M. Hipertensão arterial: manual técnico. São Paulo: Goal, 2004.
GIANOLLA, F. Musculação: conceitos básicos. Barueri: Manole, 2003
LIMA E COSTA, M. F. F.; GUERRA, H. L.; BARRETO, S.M.; GUIMARÃES, R. M.;
Diagnóstico da situação de saúde da população idosa brasileira: um estudo da
mortalidade e das internações hospitalares públicas. Informe Epidemiológico do
SUS 2000;9(1):23-41.
MACDOUGALL, J.D.; TUXEN, D.; SALE, D.G.; MOROZ, J.R.; SUTTON, J.R.
Arterial blood pressure response to heavy resistance exercise. J Appl Physiol, v.
58(3), p. 785–790, 1985.
MACDONALD, J.R.; MACDOUGALL, J.D.; HOGBEN, C.D. The effects of exercise
duration on post-exercise hypotension. J HumHyperten. 2000; 14:125-9. 
MCARDLE, W.D.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do exercício: energia,
nutrição e desempenho humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998.
MALACHIAS, M.V.B. et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq.
Bras. Cardiol., São Paulo , v. 24, n. 1, 2017 . Disponível em
<http://departamentos.cardiol.br/sbc-dha/profissional/revista/24-1.pdf>. Acesso em
04 set. 2020. 
MARTELLI, A. Potencial da prática de exercícios físicos regulares como método
não farmacológico no controle da Hipertensão Arterial Sistêmica. Revista
Desenvolvimento Pessoal. 2013; 3(2).
MATSUSHITA, K.; VAN DER VELDE, M.; ASTOR, B.C.; WOODWARD, M.; LEVEY,
A.S.; DE JONG, P.E. et al. Chronic Kidney Disease Prognosis Consortium.
Association of estimated glomerular filtration rate and albuminuria with all-
cause and cardiovascular mortality in general population cohorts: a
collaborative meta-analysis. Lancet. 2010;375(9731):2073-81.
MELLER, W., MELLEROWICZ, H. Treinamento físico: bases e princípios
fisiológicos. 2. ed. São Paulo: EPU, 1987.
NAHAS, M. V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e
sugestões para um estilo de vida ativo. Londrina: Midiograf, 2001.
NETA, F.S.; SOUSA, E.C. Hipertensão e Treinamento Resistido: um diálogo
com as evidências científicas. CEDF/UEPA. 2012.
PESCATELLO, L.S., MACDONALD, H.V., LAMBERTI, L. et al. Exercise for
Hypertension: A Prescription Update Integrating Existing Recommendations
with Emerging Research. Curr Hypertens Rep 17, 87 (2015).
https://doi.org/10.1007/s11906-015-0600-y
PESCATELLO, L.S.; FRANKLIN, B.A.; FAGARD, R.; FARQUHAR, W.B.; KELLEY,
G.A.; RAY, C.A. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and
hypertension. Med Sci Sports Exerc.2004; 36:533-53.
PESCATELLO, L. S., et al. Dynamic exercise normalizes resting blood pressure
in mildly hypertensive premenopausal women. Am Heart J. v. 138, n. 5, 1999.
PESSUTO, J; CARVALHO, E.C. Fatores de risco em indivíduos com hipertensão
arterial. Rev.latino Am. Enfermagem, Ribeirão Preto. 1998; 6(1): 33-39.
PRAZERES S, V. M. A prática da musculação e seus benefícios para a
qualidade de vida. 2007. 46 f. Tese (graduação em Educação Física) – Centro de
Educação Física, Fisioterapia de Desportos, Universidade do Estado de Santa
Catarina, Florianópolis, 2007.
PRAXEDES, J.N.; SANTELLO, J.L.; AMODEO, C.; GIORGI, D.M.; MACHADO, C.A.;
JABUR, P. Encontro multicêntrico sobre crises hipertensivas: relatório e
recomendações. Hipertensão. 2001;4(1):23-41.
QUINN, T. J. Tenty-four hour, ambulatory blood pressure responses following
acute exercise: impact of exercise intensity. V. 14, p.547-53, 2000.
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.2, n.11,
p.524-533. Set/Out. 2008. ISSN 1981-9900.
RONDON, B.P.U.M; BRUM, C.P. Exercício físico como tratamento não-
farmacológico da hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens, 2003; 10.
SANTARÉM, J.M. Atualização em exercícios resistivos: adaptações
cardiovasculares. Revista Âmbito Medicina Esportiva, n. 9, p. 23-24; 1998.
SARNAK, M.J; GREENE, T.; WANG. X.; BECK, G.; KUSEK, J.W.; COLLINS, A.J. et
al. The effect of a lower target blood pressure on the progression of kidney
disease: long-term follow-up of the Modification of Diet in Renal Disease study.
Ann Intern Med. 2005;142(5):342-51.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes
Brasileiras de hipertensão [VI Brazilian Guidelines on Hypertension]. Arq Bras
Cardiol. 2010 Jul;95(1 Suppl):1-51. Portuguese. Erratum in: Arq Bras Cardiol. 2010
Oct;95(4):553. PMID: 21085756.
TAKATSUJ, A.T.; SILVA, L.B.; NUNES, W.S.; CHRISTÓFALO, C.; CHOUCAIR,
A.H.; ALMEIDA, T.C. A.; VÉRA, A.M.; SANTANA, E.C.L. Valores da Pressão
https://doi.org/10.1007/s11906-015-0600-y
Arterial e da Freqüência Cardíaca, Após 18 Meses de Atividade Física. Revista
Digital Buenos Aires. Ano 9. n° 66. 2003. p. 5
TAYLOR-TOLBERT, N. S. et al. Ambulatory blood pressure after acute exercise
in older men with essential hypertension. V.13, p. 44-51, 2000.
TEIXEIRA, J.A.C. Hipertensão arterial sistêmica e atividade física. Revista da
Socerj – Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro, v. XIII, n. 4, p.
25-30, Rio de Janeiro, out. nov. dez.; 2000. 
V DIRETRIZES BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO ARTERIAL. ArqBrasCardiol.2007; 89(3): e24-e79
VIEIRA, A. A. Qualidade de vida e musculação e o controle da Qualidade Total.
Florianópolis: Insular, 1996.
WEBER, M.A.; LARAGH, J.H. Hypertension: steps forward and steps backward.
The Joint National Committee fifth report. Arch Intern Med. 1993 Jan
25;153(2):149-52. PMID: 8422205.
	Exercício físico como tratamento não medicamentoso para hipertensos
	Jennifer Silva de Oliveira
	Prof. Edwar Santana
	Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
	RESUMO
	1 INTRODUÇÃO
	3 MATERIAL E MÉTODOS
	4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Outros materiais