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Resumo Patologias do Sistema Nervoso EDUARDA CAROLINE GOSTINSKI 2021 PATOLOGIA ESPECIAL I I AULAS TEÓRICAS 1 E 2 - 08/11 E 22/1 1 Cerebelo (pedaço representativo) – em cães, o cerebelo e o hipocampo ajudam no diagnóstico de raiva; Cortar segmento final da medula. Resultado: material refrigerado e material para colocar no formol. Importante: coletar gânglio de Glasser, rete mirabile, carotídea e hipófise (bovinos). para mandar para análise; RESPOSTAS DO SNC À AGRESSÕES Cromatólise: é característica pelo desaparecimento dos corpúsculos de nissil do citoplasma, marginação e tumefação da célula. Ex: lesão no axônio, doença metabólica ou viral, etc. Vacuolização: acontecem em doenças do armazenamento, tipo intoxicação, ou doenças virais como BSE ou Scrapie. Neurônio Vermelho: injuria neuronal isquêmica, a nível microscópico. Degeneração Walleriana: Lesão no axônio (ressecção) → tumefação, fragmentação, degeneração e renovação. Corpúsculo de inclusão: São específicos para cada vírus. Podem aparecer nas células da Glia, como por exemplo, corpúsculo de Negri da raiva é o mais comum e ocorre no citoplasma neuronal. As inclusões dos herpervírus, como na IBR são intranucleares e dos paramixovírus, como cinomose (Corpúsculos de Lenz) podem ser intranucleares ou intracitoplasmáticos. Gitter cels: necrose/malácia. Não tem mais tecido nervoso, macrófagos fagocitaram tudo. Corte pela metade o lobo frontal CONCEITOS Polio - Substância cinzenta (se for uma inflamação será polioencefalite). Leuco - Substância branca (se for uma inflamação será leucoencefalite). Malácia - Necrose; na substância branca é leucoencefalomalácia, na cinzenta é polioencefalomalácia. Células da glia - Micróglia, neurônio, astrócito, endotélio, oligodendrócito. SNC - Sistema nervoso central, composto por neurônios, guia, epêndima, células endoteliais e pericitos dos vasos sanguíneos, além das meninges. EXAME MACROSCÓPICO/COLETA DO ENCÉFALO O processo de retirada do encéfalo é o mesmo para as diferentes espécies, apenas há adaptação para o tamanho do crânio. Primeiro corte se faz aproximadamente 2 dedos após a órbita ocular, depois cortar o côndilo occipital para permitir a retirada do encéfalo inteiro. Quando se tratar de doenças nervosas/neurológicas, a necropsia deve ser feita o mais rápido possível. É fundamental saber a localização da substância branca e da cinzenta (no encefálo a branca fica por dentro e a cinzenta por fora; já na medula é ao contrário). Deve-se fazer associação das lesões com SB e SC, a distribuição das lesões, a simetria dessas, alterações de cor e de consistência. → Para mandar para estudos: Patologias do Sistema Nervoso Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Nervoso 2021 Vasogênico: altera a permeabilidade da barreira hematoencefálica/lesão vascular com quebra da BHE. (Desequilíbrio da bomba de sódio potássio). Citotóxico: algo que altera os neurônios (com edema). Intersticial: consequência de uma hidrocefalia, por exemplo. Hipo-osmótico: diferença na concentração de soluto. Fator externo. Animal desidratado, → Lisencefalia: ausência dos giros e dos sulcos do cérebro. → Microcefalia: tamanho diminuído do encéfalo. → Hipoplasia Cerebelar: nos felinos relacionados com a panleucopenia felina, em bovinos o vírus da BVD(diarreia viral bovina) e nos suínos PSC(peste suína clássica). TRAUMAS E LESÕES QUE OCUPAM ESPAÇO → Doença do disco intervertebral (hérnia de disco): geralmente acomete raças condrodistróficas (Dashund e pequinês). → Tumores de vertebra e meninges. → Fraturas de vertebras. → Cistos parasitários. → Hemorragias. → Neoplasias. DISTURBIOS CIRCULATÓRIOS → Edema: acumulo de líquido no interstício ou na célula mesmo. Suas alterações macro são: tumefação, superfície lisa e brilhosa, giros achatados ou com sulcos diminuídos. Suas sequelas podem ser o cerebelo com hérnia -> herniação/cornificação do cerebelo. Tipos: Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Nervoso 2021 Não comunicante ou obstrutiva: não há comunicação entre os ventrículos, o líquido é formado e em algum lugar há uma obstrução que não deixa o líquido circular normalmente, pode ser hemorragia, tumor, cisto; Comunicante: quando o líquido é produzido e fica acumulada pela deficiência na absorção; Ex-vácuo: ausência de SB, dando espaço para o ventrículo se dilatar a acumular líquido. MALFORMAÇÕES/ALTERAÇÕES CONGÊNITAS → Anencefalia: ausências dos hemisférios cerebrais. Causado pelo desenvolvimento anormal do tubo neuronal. Hipoplasia Prosencefálica caso apresente resquícios e tronco encefálico. → Hidrocefalia (hidrocéfalo): acúmulo de líquido cefalorraquidiano no SNC, há 3 formas: → Hidranencefalia: cavitação numa área ocupada por SB devido a uma falha no desenvolvimento da mesma. Se encontra em animais com deficiência de cobre, ocorre em ovinos chamada de ataxia enzoótica. → Exencefalia: SN crescer para fora da cavidade craniana. → Craniosquise/Crânio Bífido: falta de ossificação/defeito na linha dorsal média, resultando numa comunicação direta entre a meninge e a pele que recobre a região. Se o buraco for muito grande pode ocorrer uma meningoencefalocele/herniação. Pele e encéfalo, com falta das meninges e do osso. → Espinha Bífida e Meningomielocele: exposição da medula e da meninge. Espaço perivascular de Virchow- Robins: as células nesse espaço são os manguitos perivasculares, quando esse espaço está branquinho é sinal de edema perivascular. → Polioencefalite: inflamação da substância cinzenta do encéfalo. → Poliomielite: inflamação da substância cinzenta da medula. → Manguito perivascular: acúmulo de células inflamatórias no espaço perivascular. → Gliose: aumento das células da glia, serve para identificar meningite. DOENÇAS Raiva Rhabdviridae - RNA vírus - Lyssavirus. Transmissão: mordidas profundas feitas por morcegos hematógenos, cães, gatos infectados, também via mucosasa e aerossóis. Sinais clínicos: separação do lote; anorexia; docilidade ou agressividade; queda na produção de leite; tenesmo com diarréia; micção frequente; emagrecimento rápido; midríase e olhar fixo; hipotonia do esfíncter anal; ranger de dentes; salivação excessiva; paralisia progressiva; mugidos roufenhos; decúbito esternal ou lateral; convulsões e morte. Necropsia: não são encontradas lesões macroscópicas. No encéfalo pode-se encontrar hiperemia das leptomeninges. Pneumonia aspirativa pela paralisia da musculatura. Vesícula urinária repleta. Micro: encefalomielite não supurativa; manguito perivascular; meningite crânio-espinhal; astrocitose; corpúsculo de negri intracitoplasmático; gliose; neurite e ganglioneurite (gânglio de Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Nervoso 2021 Hematógena: meninges, pelxo coróide e fluido cérebro-espinhal. Extensão direta: trauma penetrante no crânio, infecção no ouvido médio ou interno, infecção na cavidade nasal ou sinos. Ascendente. Respiratória. Leucócitos: macrófagos e linfócitos. Transporte axonal retrógrado: fluxo axoplásmico retrógrado. quando bebe muita agua. → Hiperemia: aumento do fluxo sanguíneo em determinadas regiões, devido a processo inflamatório. → Congestão: parada da circulação sanguínea ou dificuldade de retorno venoso. → Hemorragia: hemácias fora dos vasos sanguíneos, pode ser devido a lesão vascular, alteração de permeabilidade, problema na coagulação. LESÕES INFLAMATÓRIAS DO SNC Os agentes podem ser vírus, bactérias, protozoários, migração de larvas de parasitos, etc. Podem ocorrer por via: TERMINOLOGIA → Paquimeningite: inflamação da dura mater. → Leptomeningite: inflamação da dura mater e aracnóide. → Meningite: inflamação das 3 meninges. → Encefalite: inflamação do encéfalo. → Mielite: inflamação da medula. → Encefalomielite: inflamação do encéfalo e medula. → Leucoencefalite: inflamação da substância branca do encéfalo. doença, apenas transmite). Sinais clínicos: febre, depressão, salivação profusa, secreção nasal, opacidade da córnea, hematúria, fotofobia, ulcerações nas mucosas,sinais neurológicos (opistótono, convulsão, movimentos de pedalagem). Micro: meningoencefalomielite não- supurativa; arterite; vasculite e necrose fibrinóide linfocítica; necrose fibrinóide nas artérias da rete mirabile carotídea. Diagnóstico: epidemiologia, sinais clínicos, macro e micro de encéfalo, fígado, linfonodo, rins, rete mirabile, inoculação em coelhos, ELIS, PCR, IFI. Cinomose Paramyxoviridae - RNA - Morbilivirus, o vírus tem tropismo por epitélios, tecido linfóide e tecido neuronal. Principais afecções secundárias na cinomose canina: infecções por agentes oportunistas; broncopneumonia bacterina; gastroenterite; dermatite pustular; conjuntivite purulenta. Na necropsia, hipoplasia de esmlate dentário é um achado causado pelo vírus da cinomose. Lesões no SN: desenvolvimento de encefalomielite não supurativa; evolução para um quadro de desmielinização crônica com agravamento dos sinais clínicos. Características da infecção: contágio por aerosóis, replicação inicial no tecido linfóide oro-nasal, progride para disseminação, induz imunossupressão, surgimento de infecções secundárias oportunísticas. Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Nervoso 2021 gasser). Diagnóstico: é feito pela epidemiologia, sinais e lesões. Imunofluorescência, inoculação em camundongos, imunohistoquímica, PCR, mandar fragmentos do cérebro, cerebelo, medula espinhal (refrigerados e fixados). Meningoencefalite por Herpesvírus Bovino (HVB) Herpesviridae - DNA vírus envelopado - latência em neurônios de gânglios sensoriais (o estado de latência é caracterizado pela presença de DNA viral em neurônios, sem qualquer expressão gênica, replicação viral ou sinais clínicos). Período de incubação: 10 - 15 dias. Via de acesso: mucosa nasal e trato olfatório, nervo trigêmio. Frequente em animais de 13-18 meses. Sinais clínicos: depressão; corrimento nasal e ocular; andar em círculos; cegueira; incoordenação; tremores, convulsões, etc. Macro: hiperemia da meninge; malácia da substância cinzenta; desaparecimento do córtex (em casos mais avançados). Micro: leptomeningite e encefalite não purulenta difusas; corpúsculos de inclusão intranucleares eosinofílicos (astrócitos e neurônios); malácia e necrose neuronal no córtex e outras áreas do SNC. Diagnóstico Diferencial: raiva, listeriose, polioencefalomalácia (ruminantes). Febre Catarral Maligna Herpesviridae - gammaherpesviridae - HPV1 (forma africana - gnu) e HPV2 (associada a ovinos, que não tem a fica em decúbito, com pescoço estendido, mas não é distúrbio encefálico e sim consequência da paralisia. Diagnóstico diferencial: raiva, intoxicação por Senna occidentalis, hipocalcemia. Tétano Doença infecciosa não contagiosa causada por exotoxinas de Clostridium tetani, que são toxinas não espasmogênica, tetanolisina e tetanoespasmina. A contaminação ocorre por ferimentos perfurantes. Tetanoespasmina se liga as terminações nervosa e segue em fluxo retrogrado ao SNP. Neurônio inibitório, impedindo a liberação dos neurotransmissores GABA e glicina. O animal morre por insuficiência respiratória. Sinais clínicos: rigidez muscular, hiperexcitabilidade, sorriso saudonico, prolapso da terceira pálpebra. Diagnóstico Diferencial: envenenamento por estriquinina. Na necropsia não há sugestão para tétano, pois não há lesão específica. Listeriose Septicemia com abscessos, causando aborto e doença neurológica (meningoencefalite). Ruminantes: a bactéria fica na silagem, plantas, solo e fezes. A silagem pobre, com pH maior que 5,5, se não fermentada adequadamente. Essa doença não é frequente no Brasil, podendo causar também quadro reprodutivo e pode ser contagiosa. Sinais clínicos: evolução em 3 semanas, Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Nervoso 2021 DOENÇAS BACTERIANAS E SUAS TOXINAS Abscessos cerebrais e de medula Podem ser em consequência de bacteremia ou septicemia. Podem ter crescimento rápido, causando ruptura do tecido nervoso ou crescimento lento, causando compressão e deslocamento do tecido nervoso adjacente. Podem ser em consequência de otite, sequela de infecção por adenite equina, em bovinos de descorna que permitiu infecção bacteriana, osteomielite, onfaloflebite, reações aos medicamentos, inflamações de cavidade/seios nasais. Síndrome do abscesso pituitário Lesão de continuidade, que pode atingir a hipófise, o animal apresenta sinais nervosos de acordo com a região acometida. Sinais clínicos: exoftalmia, disfagia, paralisia facial, língua flácida, incoordenação, cegueira, andar em círculos, convulsões. Posição de cão sentado, ataxia, paralisia. Diagnóstico diferencial é principalmente raiva. Botulismo É causado por uma toxina de Clostridium botulinum, causando paralisia flácida, o animal morre por parada respiratória. Ausência de lesões macro e micro + os sinais clínicos possibilita chegar ao diagnóstico. Sinais clínicos: paralisia flácida parcial ou total, estado mental alerta, dificuldade locomotora, paralisia dos músculos da mastigação, respiração abdominal ou diafragmática. Animal Eduarda Gostinski | Resumo Patologias do Sistema Nervoso 2021 depressão, andar em círculos, sinais de acordo com lesões no tronco encefálico, tipo síndrome de abscesso na pituitária. Alterações patológicas: focos de Malácia no tronco encefálico, manguitos mononucleares e polimorfonucleares, células gitter (macrófagos cheios de vacúolos), microabscessos assimétricos, degeneração axonal. Micro + Macro: identificação da bactéria, pois é uma doença incomum no brasil. A cabeça do animal fica lateralizada, pois ele não consegue sustentá-la.
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